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Hábito alimentar de peixes

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2.2. Hábito alimentar 
Os peixes, de forma geral, podem ser considerados oportunistas em relação a itens alimentares ingeridos, principalmente em ambientes naturais. Os fatores que determinam o tipo de alimento a ser ingerido pelos peixes são: 
disponibilidade do alimento; 
distribuição espacial do peixe e do alimento no ambiente; capacidade de disfarce do peixe (predador) e do alimento (presa); 
mobilida,de e capacidade de escape da presa; 
fatores abiópcos do ambiente: temperatura, pH, turbidez da água; e 
condicionamento do peixe a determinados tipos de alimentos. 
A definição de hábito alimentar é bastante complexa, pois podemos classificá-Ia em função de vários fatores, como a natureza da dieta posição de alimentação nos diferentes níveis de água, entre outros. Será descrita a classificação que apresenta interesse prático:
2.2.1. Peixes Carnívoros/Ictiófagos 
Os peixes carnívoros são os peixes que se alimentam preferencialmente com proteína de origem animal, e os ictiófagos que se alimentam de peixes. Os peixes carnívoros são os mais apreciados, entretanto, a maioria deles ainda não aceita rações secas. 
As espécies mais conhecidas são: tucunarés, traíra, surubim, dourado, jaú, pirarucu. 
2.2.2. Peixes Onívoros 
Os peixes onívoros são os peixes que se alimentam de proteína de origem animal e vegetal. Como a proteína vegetal é de menor custo, as rações comerciais são formuladas com grande parte ou com totalidade de proteína de origem vegetal. 
A maioria das espécies comerciais se enquadram como onívoras, entre elas: pacu, tambaqui, piracanjuba, piaus, entre outros. 
2.2.3. Peixes herbívoros 
Os peixes herbívoros se alimentam, preferencialmente, de proteína de origem vegetal, e as rações comerciais apresentam um teor de fibra mais elevado.
As principais espécies de peixes herbívoros são: carpa capim e piapara.
Quanto à posição de captura de alimento na coluna de água, temos ainda os seguintes hábitos:
2.2.4. Peixes Iliófagos/bentófagos 
São os peixes que se alimentam no fundo da coluna de água de organismos benctônicos, corno larvas de insetos, moluscos, crustáceos, etc., e microrganismos de composição. 
A curimba, a carpa comum e os cascudos se enquadram nesse hábito. 
2.2.5. Peixes Filtradores/planctófagos 
Os plânctons são microrganismos de origem vegetal ou animal que se desenvolvem nos tanques. Praticamente, todas as espécies na fase de pós-larvas se alimentam de plâncton; entretanto a tilápia nilótica, a carpa cabeça grande e a carpa prateada, permanecem planctófagas na vida adulta. 
Para sabermos se urna determinada espécie é plantófaga, podemos analisar anatomicamente os rastros branquiais que devem ser desenvolvidos, densos e presentes em todos os arcos e faces. 
2.3. Boca e cavidade bucal 
Quanto à posição da boca, ela pode ser dorsal, terminal, semi-ventral e ventral e esta varia em função do hábito alimentar e do nível de coluna de água, em que o peixe se alimenta (superfície, fundo ou toda a coluna).
Embora para um tipo de boca, podemos ter exceções. Normalmente, a boca terminal é característica de peixes carnívoros adultos, o que, provavelmente facilita a captura das presas. A posição semi-ventral e ventral, em geral, são de peixes iliófagos.
Em relação aos lábios, na maioria dos peixes carnívoros, essas estruturas apresentam-se finas e aderidas às maxilas, enquanto os onívoros apresentam lábios geralmente espessos.
O tamanho da boca depende do tamanho da partícula do alimento nos diferentes hábitos alimentares. Os peixes planctófagos, herbívoros e bentófagos, em geral, apresentam boca pequena, embora alguns peixes planctófagos, como a carpa cabeça grande, apresentem abertura maior para aumentar a capacidade de filtração. Os peixes carnívoros adultos, geralmente, apresentam abertura bucal grande, permitindo captura e deglutição de presas inteiras.
Quanto aos dentes, os mais comuns são os caninos, viliformes, cônicos, cuspidados e truncados.
Diversos autores tentaram relacionar o tipo de dentes orais com os hábitos alimentares. Normalmente, os peixes carnívoros têm dentes orais viliformes e pontiagudos ou caninos; nos peixes herbívoros, estão ausentes ou são pequenos e, quando presentes, são utilizados para mordiscar; nos peixes onívoros, os dentes são cônicos combinados com granulares ou mostram uma gradação da estrutura dentígua, que vai desde a condição de herbívoros até a dos carnívoros.
Entretanto, a funcionalidade dos dentes orais pode estar relacionada com a presença de adaptações anatômicas, em outros segmentos do aparelho digestivo, com a finalidade de trituração ou mastigação do alimento ingerido.
O aparelho branquial ou filtrador apresenta as funções de prevenir o refluxo dos alimentos, filtrá-los e auxiliar na deglutição, além de proteger os filamentos branquiais.
A intercalação dos rastros de um arco branquial, com os arcos vizinhos, leva à formação de um filtro. Os rastros branquiais de espécies onívoras são curtos e os de carnívoros apresentam-se recobertos de dentículos, com a função de raspar e triturar os alimentos; e dos iliófagos, apresentam a função de filtragem.
2.4. Estômago 
O estômago assume formas diferentes, segundo a natureza da dieta, podendo acontecer algumas adaptações trópicas e correlações com a sua forma.
Em espécies carnívoras, o estômago, normalmente, apresenta-se reto e longo, isso, talvez, esteja relacionado com o fato de que as presas, deglutidas inteiras, possam ser mais facilmente acomodadas. Em peixes onívoros, o estômago normalmente apresenta a forma em “Y” ou “J”.
No estômago dos peixes iliófagos, existe uma adaptação característica: a última região do estômago, pilórica, transforma-se em uma moela, cuja função é triturar o alimento.
2.5. Intestino
O comprimento do intestino varia conforme o hábito alimentar dos peixes, sendo o intestino mais curto encontrado mais freqüentemente nos carnívoros que nos onívoros. O comprimento está relacionado com o material ingerido, os carnívoros alimentam-se predominantemente de proteínas de origem animal onde são degradadas no estômago e início intestino, e os peixes onívoros e, principalmente, os planctófagos e iliófagos consomem alimentos fibrosos, sendo que a fermentação se processa ao longo do intestino.
O coeficiente intestinal ou a relação entre o comprimento total do intestino e o comprimento padrão (distância entre o focinho à base dos raios da nadadeira caudal) tem sido utilizado para estabelecer relações entre o comprimento do intestino e dos hábitos alimentares, nos carnívoros, o coeficiente intestinal varia de 0,2 a 2,5; nos onívoros, essa relação está compreendida no intervalo de 0,6 a 8,0; e nos herbívoros, entre 0,8 e 15,0.
O coeficiente intestinal não pode ser utilizado como o único critério para a definição de hábito alimentar, pois existem vários fatores que podem afetá-Io, como, por exemplo, a idade e alimentação.
	TABELA- Taxa e Freqüência de Arraçoamento de Tilápias do Nilo em Função da Idade e da Categoria de Peso (Temperatura de 28°C). 
	Idade (dias)/peso (g)
	Taxa de arraçoamento (% peso vivo/dia)
	Freqüência de arraçoamento (nº. de vezes/dia)
	2 dias de idade até 1 g
	30 - 10
	8
	1 - 5 g
	10 - 6
	6
	5 - 20 g
	6-4
	6
	20 - 100 g
	4-3
	4
	> 100 g
	3
	3
Jauncey e Ross (1982). 
Taxa e Freqüência de Arraçoamento para Tilápias do Nilo em Função da Temperatura da Água. 
	Temperatura
da água (" C)
	Fornecimento
de ração * (%)
	Freqüência de
arraçoamento
(vezes/dia)
	Fornecimento
de ração (%)
	Freqüência de
arraçoamento
(vezes/dia)
	T > 24
	100
	4
	100
	4
	24 > T > 22
	70
	3
	50
	2
	22 > T >20
	50
	2
	40
	2
	20 > T > 18
	36
	2
	25
	2
	18 > T > 16
	20
	2
	10
	
	16 > T
	Não alimentar
	
	Não alimentar
	
Luquet(1991).				
* % em relação a taxa normal de arraçoamento.
Taxa Diária de Arraçoamento em Função do Tamanho (g) do Catfish (Ictâlunus punctatus), em condições Ideais de Temperatura.
	Peso (g)
	Taxa de arraçoamento diário (%) do peso vivo)25
	4,0 - 4,5
	45
	3,5 - 4,0
	140
	2,5 - 3,0
	270
	2,0 - 2,5
	340
	1,5 - 2,0
	450
	1,3 - 1,5
	900
	1,1 - 1,2
	1400
	1,0 - 1,0
Robinson et aI. (1994).
Taxa de Alimentação (%) Peso Vivo/Dia) da Carpa Comum em )'unção do Peso Vivo (g) e da Temperatura da Água (0C). 
	Taxa de Arraçoamento
(% peso vivo/dia) em função da temperatura da água e (ºC)
	Peso vivo (g) 
	15-17
	18-20
	21-23
	24-26
	27-29
	30
	2,5
	4,9 - 5,5
	5,8-6,9
	7,5-8,7
	9,2-10,4
	11,0-12,6
	13,8
	5-10
	4,1 - 4,7
	5,0-5,9
	6,4-6,7
	7,9-8,8
	9,4-10,8
	11,8
	10-20
	3,3 - 3,7
	4,0-4,9
	5,2-6,0
	6,4-7,0
	7,5-8,9
	9,8
	20-]0
	3,1 - 3,6
	3,9-4,6
	4,9-5,6
	6,0-6,6
	7,2-8,4
	9,2
	30-40
	2,7 - 3,1
	3,4-4,0
	4,3-4,9
	5,1-5,8
	6,0-7,4
	8,0
	40-50
	2,2 - 2,5
	2,7-3,2
	3,4-3,9
	4,1-4,6
	5,0-5,8
	6,4
	50-100
	2,4 - 2,8
	3,0-3,4
	2,7-4,2
	4,5-5,2
	5,5-6,3
	6,8
	100-200
	1,9 - 2,2
	2,3-2,7
	3,0-3,3
	3,5-4,1
	4,4-5,0
	5,4
	200-300
	1,6 - 1,8
	1,9-2,2
	2,3-2,7
	2,9-3,3
	3,5-4,1
	4,4
	300-700
	1,3 - 1,5
	1,7-1,9
	2,0-2,3
	2,5-2,9
	3,1-3,5
	3,8
	700- XOO
	1,1 - 1,2
	1,3-1,5
	1,9-1,8
	2,0-2,3
	2,4-2,8
	3,0
	800-<)00
	0,8 - 0,9
	1,0-1,1
	1,7-1,4
	1,5-1,7
	1,8-2,1
	2,2
Salo ( 1991).

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