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Marek

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DOENÇAS NEOPLÁSICAS EM AVES COMERCIAIS
Paulo Lourenço da Silva
INTRODUÇÃO 
As doenças neoplásicas em aves domésticas são de importân­cia econômica na avicultura industrial em virtude das perdas resultante da mortalidade alta, baixo desempenho e imunos­supressão. A doença de Marek (DM) e a leucose aviária (LA) são as duas doenças neoplásicas geralmente conhecidas de importância econômica, na maioria dos países com avicultura comercial. Apesar da alta eficácia das vacinas, a DM ainda é uma grande preocupação para indústria avícola e, atualmente, os problemas de DM são mais graves onde há grande concentração de aves e amostras mais virulentas do vírus. A re­cente descoberta do vírus da leucose aviária do subgrupo-: (VLA- J) em reprodutoras pesadas e os casos mais recentes de leucose linfóide em plantéis de reprodutoras de linhagens le­ves representam uma importante ameaça à indústria avícok com grandes perdas econômicas. A reticuloendoreliose é ourr.;. doença neoplásica, que pode infectar várias espécies de av no entanto, por sua natureza esporádica e subclínica de in­fecção, atualmente nenhuma medida de controle tem sido praticada rotineiramente na avicultura comercial. 
Doença de Marek
Paulo Lourenço da Silva 
CONCEITO 
Doença de Marek é uma doença linfoproliferativa das gali­nhas, altamente contagiosa, causada por um herpesvírus on­cogênico associado à célula; caracteriza-se por infiltração mono nuclear dos nervos periféricos e, menos freqüen­temente e numa extensão variável, das gônadas, íris, órgãos viscerais, músculos e pele. A lesão mais característica é o aumento dos nervos, especialmente o ciático, vago e plexo braquial, que se apresentam edematosos e destituídos das estriaçães transversais. 
HISTÓRICO 
Marek1 descreveu a doença pela primeira vez, mediante obser­vação de paralisia das pernas e asas de galos e considerou-o um processo inflamatório de nervos periféricos, denominando-o polineurite. Pappenheimer et aI. (1926; 1929) descreveram 
as características clínicas, epidemiológicas e patológicas, e obser­varam linfomas viscerais que acompanhavam a doença neura!: sugeriram o termo neurolinftmatose para a doença. Evidencia­ram rambém a transmissibilidade da doença por inoculação de galinhas com tecidos de aves doentes. Paralisia de gali­nhas domésticas foi reportada na Alemanha (1927), ÁfriC2 do Sul (1928), Inglaterra (1929), Japão (1930), e muitos outros países, acompanhando o crescimento da indústria avícola. Furth (1935) observou que o sangue de aves paralí­ticas reproduzia o quadro clínico durante todo o período da manifestação da doença. Nessa época, havia dois grupos de pesquisadores que relacionavam a paralisia das galinhas a outras doenças leucóticas das aves. Um grupo acreditava que a paralisia das galinhas e as leucoses fossem causais e patolo­gicamente relacionadas; o outro, que as leucoses linfóide. eritróide e mielóide eram bastante distintas da manifesta­ção neural e linfomatosa da paralisia das galinhas. Por causa 
dessa incerteza, essas doenças fo'raín consideradas engloba­das sob a denominação de complexo leucótico aviário, e uma classificação proposta por Jungherr et aI. designou três for­mas de linfomatose: neural, visceral e ocular, o que causou confusão em rentativas para determinar se linfomatose (es­pecialmente visceral) era uma ou duas doenças. Burmester et ai. evidenciaram que o agente da linfomatose visceral era transmitido pelo ovo, enquanto Hurt e Cole relataram que a leucose não era. Biggs e Campbell propuseram o termo doença de Marek, com as formas neural, visceral e ocular distintas da leucose linfóide; o termo linfomatose foi abolido. Sevoian et aI. (1962) relataram a transmissão da forma neural, visceral e ocular da linftmatose aviária por inoculação de pintos de 1 dia de idade com suspensões de células tumorais vivas, sangue e outros tecidos. Estudos subseqüentes mos­ttaram que a doença induzida era doença de Marek. Biggs e Payne (1963) também relataram a transmissão das fotmas neural e visceral da doença de Marek, novamente usando células sangüíneas totais vivas para inocular pintos suscetí­veis, e compararam a patologia da doença de Marek experi­mentalmente induzida com a de leucose linfóide, e as propriedades do agente da doença de Matek com vírus leucose, e forneceram informações adicionais para disso­ciação das duas doenças. A partir de então ficou estabeleci­do que o agente da doença de Marek, diferente do vírus da leucose, era altamente associado à célula, sendo a infec­tividade perdida quando as células morriam ou eram rom­pidas. Em 1965, apareceu na Inglaterra uma forma aguda da doença de Marek. Essa nova forma da doença tornou-se a principal causa de mortalidade e perdas econômicas para a indústria avícola em todo o mundo. Churchill e Biggs (1967), e Nazerian et aI. (1967) usando cultura de tecidos, apresentaram evidências sugerindo que o agente causal era um herpesvírus associado à célula. Churchill et af.2 demons­traram - por passagens contínuas da amostra HPRS-16 do vírus virulento da doença de Marek em cultivo celular - a perda de patogenicidade para galinhas, e verificaram que a amostra atenuada, quando usada como vacina, protegia con­tra desafio com amostra patogênica. Kawamura et aI. (1969) isolaram um herpesvírus de perus e verificaram não ser patogênico e oncogênico para galinhas e perus. O vírus, denominado HVT (do inglês herpes virus turkey), quando usado como vacina protegeu completamente as aves contra desafio com amostra patogênica (Okasaki et aI.3). Rispens 
:x: et aI.4 descreveram o uso de vírus atenuado da doença de ~ Marek. amostra CVI 988 como uma vacina. A vacina HVT - tornou-se de uso disseminado em todo o mundo e foi eficaz 
no controle da doença de Marek. Entretanto, no final da 
:::: década de 1970, amostras variantes muito virulentas do ví­rus da doença de Marek (VDM) começaram a aparecer com alta intensidade em certas áreas de criação de aves, contra as quais a vacina HVT não fornecia controle adequado. Isso estimulou o desenvolvimento da vacina bivalente, como exemplo o herpesvírus de perus sorotipo 3 combinado com o sorotipo 2 SB-1 (vírus não patogênico isolado de gali­nhas). Estas vacinas bivalentes foram eficazes até o início da década de 1990, quando outra vez surgiu uma nova amos­tra de vírus muito, muito virulento do VDM, a qual foi ca­paz de romper a imunidade vacinal.
HISTÓRICO NO BRASIL 
O histórico de ocorrência ou aumento de casos da doença de Marek no Brasil, na sua forma neoplásica, é semelhante àquela descrita no mundo. Como se sabe, o aumento de casos da neuro­linfomatose causada pelo VDM está relacionado a aumento da disseminação, contaminação ou contágio com vírus do tipo muito virulento (vv MDV), que superam a imunidade induzida pelas cepas HVT e SB 1. Esse fenômeno, denomi­nado de quebra da vacinação ocorreu no início da década de 1990 no Brasil, e foi responsável por muitos casos erronea­mente denominados de Marek tardia, em poedeiras comerci­ais e reprodutoras pesadas. Aproximadamente em 1992/1993 foi introduzi da no Brasil, a vacina do sorotipo 1, amostra CVI 988 (Rispens) e notada uma redução dos casos de neurolinfomatose. Ao final dessa década pode-se considerar que a doença está sob controle, porém emergente em algu­mas regiões ou segmentos da avicultura, mesmo utilizando­se a vacina Rispens (Ito5). 
Importância Econômica 
o VDM é ubíquo; ocorre em praticamente todos os países de produção de aves comerciais, e muitas aves em um lote podem estar infectadas com o VDM. A doença pode estar ocorrendo sem ser reconhecida, em decorrência da falta de diagnóstico, ou onde outras doenças de caráter agudo estive­rem mascarando o problema. Antes da introdução da vacina em 1970, morbidade e mortalidade ultrapassavam 60% em lotes de postura comercial, e perdas de 30% do lote eram comuns. Condenações de carcaças de frangos no abatedouro eram extremamente elevadas. Com a adoção da vacinação contra a DM a incidência da doença reduziu significativa­mente, e mortalidade em reprodutoras epoedeiras caiu para 3 a 5%, e em alguns países os índices eram menores (em tor­no de 0,5%). Atualmente, os problemas de DM são mais graves onde há grande concentração de aves e amostras mais virulentas do vírus. Aves acometidas pela DM apresentam baixos índices de produção - pico de produção de ovos, con­versão alimentar e outros -, além de uma taxa de mortalidade mais elevada. 
ETIOLOGIA 
O VDM pertence à família Herpesviridae, que se subdivide em três subfamílias: Alphaherpesvirinae, Betaherpesvirinae e Gammaherpesvirinae. Dentro da subfamília Gammaher­pesvirinae se encontra o gênero Lyfulphocryptovirus que tem, entre seus membros, o Gallidherpesvírus 2 (herpesvírus 1 da DM), antigenicamente relacionado ao HVT que está classifi­cado como Meleagridherpesvirus. O genoma desse vírus está constituído de DNA. O VDM, em sua forma infectante (com envoltório e livre de células) é muito resistente ao ambiente. Considerando a antigenicidade dos herpesvírus aviários são descritos três sorotipos: a) VDM de baixa e alta virulência, e cepas atenuadas; b) herpesvírus de galinha, não virulento e não oncogênico; c) HVT, não virulento e não oncogênico. 
Além das diferenças em suas propriedades biológicas, es­ses sorotipos também podem ser distinguidos por métodos sorológicos, DNA e análise de polipeptídios e reação em ca­deia da polimerase (PCR). A estrutura do DNA de fita dupla de 180 pares de bases do VDM consisre em regiões longas (UL) e curtas (EUA), cada uma flanqueada por repetições invertidas (TRl, IRl, IRS e IRl). Os genomas inteiros dos representantes de todos os membros do gênero Mardivirus foram seqüenciados. 
O conteúdo de gene e arranjo linear dos três vírus é, em geral, semelhante; enquanto o número total de genes varia entre soro tipos. Mesmo que a grande maioria do repertório de gene de todos os três vírus codifica open readingftames (ORF), que são homólogos a esses reconhecidos em outros alfa-herpesvírus, vários gêneros e genes tipo-específicos também estão presentes nos três genomas. No VDM-l, o único soro tipo associado à on­cogenicidade, alguns genes raros, tais como, meq (EcoRi-Q de MDV), pp38, vIL8 (interleucina-8 viral) são mapeados nas regiões repetidas. Descrições detalhadas da estrutura de genoma e genes individuais foram recentemente revisadas. 
Com base em sua capacidade de induzir lesões de DM em aves vacinadas com HVT ou vacinas bivalentes contendo HVT e soro tipo 2 do VDM, isolados patogênicos de campo do soro tipo 1 do VDM têm sido classificados dentro de três patotipos: a) virulento; b) muito virulento; e c) muito, muito virulento. O isolamento desses vírus muito, muito virulentos de lotes vacinados com aumento de perdas de DM fornece evidências para o VDM prosseguir evoluindo em direção à virulência maior. 
Três formas de infecção pelo VDM são reconhecidas. In­fecção completamente produtiva ocorre no epitélio do fülículo da pena das galinhas e resulta no desenvolvimento de envelope, vírions infecciosos completos. Infecção produtiva-restritiva ocorre em algumas células linfóides e epiteliais em galinhas e na maioria das células cultivadas, onde antígenos são pro­duzidos, mas os vírions não estão envelopados e, portanto, não infecciosos. O segundo tipo de infecção é latente não produ­tiva, que ocorre predominantemente em células T. O terceiro tipo de infecção é infecção de transformação, que ocorre so­mente em linfócitos T de galinhas e somente com o VDM virulento. Provavelmente, infecção latente é requerida para formação tumoral pelo VDM. Ao contrário da infecção la­tente, na qual o genoma viral está presente, mas não é expres­so, infecção de transformação é caracterizada por expressão limitada do genoma do VDM. Seguindo a infecção com VDM, galinhas tornam-se portadoras e disseminam constan­temente o VDM no meio ambiente. 
O VDM apresenta alta resistência e longevidade no meio ambiente. Na cama do galpão o VDM pode sobreviver à tem­peratura ambiente por 16 semanas. Penas ressecadas de aves infectadas podem manter a infectividade por 8 meses à tempe­ratura ambiente, e a poeira dos galpões por, no mínimo, 4 a 6 meses. 
Entre todos os herpesvírus, o VDM apresenta o maior grau de afinidade com a célula à qual está associado e, portanto, é o vírus menos citolírico da família. Assim, ao invés de causar destruição celular, o VDM induz a formação de tumores (vírus oncogênico). Quando o vírus não se encontra associado à célu­la, torna-se muito frágil e pode ser facilmente destruído por desinfetantes comuns. Pode ocorrer replicação viral no orga­nismo das aves durante toda a vida, com eliminação de partí­culas virais no ambiente, sem manifestação de sintomas nas aves, inclusive em aves vacinadas (portadores sãos). 
Evolução do Vírus 
Está bem estabelecido que a evolução é um processo funda­mental em biologia de organismos capazes de enfrentar am- " bientes variáveis. Embora no passado, esses processos ~ evolutivos foram nutridos principalmente por forças do am- = biente natural, o crescente envolvimento humano influencia ; o processo evolutivo em muitos organismos. Para muitos dos patógenos, humano e animal, é vital a capacidade de se adap- " tarem rapidamente às mudanças das condições do ambiente. Intervenções humanas ou mediante de cruzamento seletivo para resistência a patógenos, ou pelo uso de drogas e vaci­nas, forçaram muitos patógenos a evoluir-se rapidamente. Hoje é aceito que o processo de evolução de patógenos con­tinua, provavelmente em índices alarmantes, fazendo com que a implementação de estratégias sustentáveis de controle seja um importante desafio. 
As mudanças nas práticas de manejo das aves numa in­dústria altamente intensiva alteraram imensamente o ambien­te de criação das aves. Embora isso tenha resultado em aumento significativo na capacidade de produção, causou também re­dução na diversidade genética dos frangos comerciais. Witter (2001) comparou a DM a uma batalha contínua travada entre o vírus de um lado contra o frango hospedeiro (com o homem como um aliado) no outro lado, com ambos os lados tendo suas próprias munições para superar o ataque um do outro. As principais munições do vírus englobam a capacidade de dizimar grande número de hospedeiros suscetíveis por dis­seminação horizontal com alta eficiência, capacidade de persistir no hospedeiro durante períodos longos e sobrevi­ver durante meses ou anos fora do hospedeiro, no ambiente do galpão de aves. As armas do frango hospedeiro para revi dar contra os vírus invasores englobam uma coleção de genes de resistência, capacidade de gerar resposta imune humoral e celular para conter a infecção e utilizar a diver­sidade genética em resistência para a DM. 
O uso sistemático das vacinas de HVT no início da década de 1970 mostrou uma redução enorme e imediata nas perdas de DM. No entanto, esse êxito com a vacinação de HVT, não pôde ser sustentado, uma vez que, as perdas co­meçaram a ocorrer novamente no final da década de 1970 em razão das infecções com amostras mais virulentas. A res­posta da indústria a tais surtos foi a introdução de uma vacina bivalente mais eficiente, que consistiu em amostras HVT associadas ao sorotipo 2. Esse novo caminho, intro­duzido nos anos 1980, foi capaz de conter perdas de DM durante um período curto. No entanto, depois de um pe­ríodo de relativa tranqüilidade, até o início e meados da década de 1990, as perdas de DM aumentaram novamen­te, com novos surtos da doença devido ao surgimento de amostras ainda mais virulentas. Outra vez, a indústria foi forçada a adotar um caminho empírico por introduzir uma vacina mais eficiente, CVI988, desenvolvida de um isola­do natural do sorotipo 1 do VDM. Mais uma vez, essa es­tratégia foi eficiente para o controle de perdas. No entanto, a experiência passada nos conta que, a menos que, estratégias mais sustentáveis de controle sejam implementadas, é pos­sível que num futuro próximo poderemos testemunhar mais mudanças em virulência e surgimento de amostras ainda mais virulentas.
EPIDEMIOLOGIA Distribuição Geográfica 
o VDM existe virtualmenteem todas as áreas de produção comercial de aves, em todo o mundo. Embora já tenham se passado quase 30 anos desde que a primeira vacina contra DM se tornou disponível, a doença continua, causando pro­blemas em muitos países - numa escala muito menor do que antes do advento da vacinação. Mais recentemente, ape­sar do uso permanente de vacinas comerciais, novos pato tipos e amostras patogênicas de campo continuam a aparecer pe­riodicamente, aumentando as dificuldades no controle da DM. É muito difícil generalizar os problemas de DM devi­do às diferentes experiências de país para país. Alguns países relatam um bom controle da doença, utilizando apenas va­cina liofilizada HVT livre de células; outros têm sérios pro­blemas de perdas, apesat do uso de vacinas congeladas, associadas às células, combinadas. Existem outros fatores de manejo envolvidos, além da vacinação, mas parece que a virulência básica do vírus de campo e a prevalência da DM são bastante variáveis entre países, e entre regiões de um mesmo país, em diferentes estações do ano e localizações. Regra geral, a maioria dos surtos de DM são atribuídos a problemas de manejo, administração incorreta da vacina, exposição precoce aos vírus patógenos, surgimento de pato­tipo muito virulento do VDM, ou a falhas nos programas de biosseguridade. Nos países onde são adotados bons programas de limpeza e desinfecção dos galpões após a retirada de cada lote, e um intervalo de descanso das instalações, as probabilidades de êxito das vacinas contra a DM são muito maiores. 
Espécies Suscetíveis 
Galinhas são os hospedeiros naturais mais importantes. Tem sido sugerido que a DM pode ser observada em várias espéci­es aviárias, tais como faisão, pombo, pato, ganso, canário, codorna e outras. 
Transmissão 
o VDM se dissemina por transmissão horizontal por meio de contato direto e indireto entre aves, por via aerógena. Não existem evidências de transmissão vertical do VDM. Porém, vírus pode ser encontrado aderido à casca dos ovos, possibilitando a exposição do pinto de um dia ao VDM no momento da eclosão. O folículo da pena é o local primário de replicação viral, e a descamação de células epiteliais infectadas dos folículos durante a nova formação do empenamento é a principal fonte de contaminação do meio ambiente. As cé­lulas descamadas constituem parte da poeira do galpão e penetram no trato respiratório das aves. A excreção do VDM pelas células epiteliais dos folículos das penas pode iniciar­se desde a segunda semana de idade. Uma vez que o vírus está protegido dentro das células descamadas, rende a per­manecer viável por longos períodos fora do hospedeiro na­tural, e associado ao fato de que as aves podem ser portadoras de VDM, disseminando-o permanentemente nas instalações, a excreção contínua do vírus leva à contaminação contínua do meio ambiente e, conseqÜentemente, à difusão eficiente da doença. 
Fatores Predisponentes São os seguintes: 
• lnteração manejo e meio ambiente 
Têm sido identificados vários tipos de VDM, e os que causam maiores danos são aqueles que induzem lesões e mortalidade em aves vacinadas adequadamente. É provável que alguns vírus muito virulentos apareçam em forma espontânea, como resultado da pressão de seleção natural para sua evolução, mas o mais prová­vel é que seu aparecimento seja devido a más práticas ou ausência de limpeza e desinfecção, falhas vacinais e alojamento de lotes de idades múltiplas. 
• Tempo de descanso das instalações 
Maior tempo de descanso de instalações entre lotes reduz significativamente a exposição ao VDM e ou­tros agentes patogênicos que interagem de forma aditiva ou sinérgica com o VDM. 
·	Densidade de aves por m2.

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