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Memorex PF (Agente) - Rodada 01 1 Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 2 Parabéns por ter dado esse passo importante na sua preparação, meu amigo(a). Temos TOTAL certeza de que este material vai te fazer ganhar muitas questões e garantir a sua aprovação. Você está tendo acesso agora à Rodada 01. As outras 05 rodadas serão disponibilizadas na sua área de membros conforme o cronograma abaixo: Material Data Rodada 01 Disponível Imediatamente Rodada 02 12/02 Rodada 03 16/02 Rodada 04 23/02 Rodada 05 02/03 Rodada 06 09/03 Convém mencionar que todos que adquirirem o material completo irão receber TODAS AS RODADAS já disponíveis, independente da data de compra. Nesse material focamos também nos temas mais simples e com mais DECOREBA, pois, muitas vezes, os deixamos de lado e isso pode, infelizmente, custar inúmeras posições no resultado final. Lembre-se: uma boa revisão é o segredo da APROVAÇÃO. Portanto, utilize o nosso material com todo o seu esforço, estudando e aprofundando cada uma das dicas. Se houver qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando suas dúvidas para: atendimento@pensarconcursos.com Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 3 ÍNDICE LÍNGUA PORTUGUESA ..................................................................................................... 4 CONTABILIDADE GERAL ............................................................................................... 13 ESTATÍSTICA ....................................................................................................................... 17 LEGISLAÇÃO ESPECIAL ................................................................................................. 20 NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO ........................................................... 30 NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................ 39 NOÇÕES DE DIREITO PENAL ...................................................................................... 47 NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL ....................................................... 56 RACIOCÍNIO LÓGICO ..................................................................................................... 62 INFORMÁTICA .................................................................................................................... 64 Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 4 LÍNGUA PORTUGUESA DICA 01 PARA FACILITAR... ⇨ Coerência: Relação de ideias, lógica textual, ausência de contradição. ⇨ Sentido do texto/Semântica: Significado das palavras. ⇨ Morfologia: Estrutura, Forma e classificação das palavras. Classificadas como substantivos, artigos, adjetivos, verbos, pronomes, advérbios, preposição, numeral, conjunção, interjeição. ⇨ Sintaxe: Função das palavras, o que a palavra faz dentro de cada frase, oração, período. Sujeito, Predicado, adjunto adverbial, complemento do verbo, complemento nominal. DICA 02 DICIONÁRIO DAS PALAVRAS-CHAVE NO ENUNCIADO (COMANDO) DAS QUESTÕES DE LÍNGUA PORTUGUESA ASSOCIAR (relacionar) Estabelecer uma correspondência (ligação entre os elementos). UNIR IDEIAS QUE APRESENTEM TRAÇOS COMUNS. CARACTERIZAR Distinguir aspectos, assinalar traços, pôr em evidência os elementos de destaque. COMENTAR (discutir) Expressar opiniões, posicionar-se com argumentação, desenvolver um assunto com desenvoltura. CONTRAPOR (confrontar) Expressar as diferenças, mostrar traços diferenciados , pontos adversos. DETERMINAR Afirmar com clareza, distinguir com exatidão os elementos. ESTABELECER PARALELO Organizar elementos (ideias) com base em diferenças ou semelhanças, conforme a natureza do assunto abordado. EXEMPLIFICAR Citar, mencionar com exemplos, interpretar com palavras de quem escreve, basear-se no texto. EXPLICAR Expor com clareza as intenções, motivos, razões (porquês), objetivos e até causas acerca de um assunto. DICA 03 ERROS COMUNS NAS ASSERTIVAS – COMO ELIMINÁ-LAS? - Extrapolam o texto, ACRÉSCIMO de informações alheias ao texto. -Limitam o texto, CARÊNCIA de informações essenciais. - NÃO ABORDAM o texto! - CONTRADIZEM o texto. - Emitem JUÍZO DE VALOR DIVERSO do autor → parcialidade! Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 5 DICA 04 *São CONSIDERADAS AFIRMAÇÕES FALSAS quando: 1. Generaliza; 2. Extrapola; 3. Tom desprezível junto ao raciocínio do autor do texto em tela. *São CONSIDERADAS AFIRMAÇÕES VERDADEIRAS quando: 1. Especifica o pensamento, usando pronomes demonstrativos; 2. Literalidade, usando sinônimos; 3. Geralmente a afirmação condiz com a conclusão do texto, ou seja, o último parágrafo. DICA 05 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO: * Comece sempre pelo COMANDO DA QUESTÃO. * NUNCA LEIA O TEXTO SEM ANTES VER O QUE A QUESTÃO PEDE. * Na leitura atente-se no que foi pedido e tente extrair o máximo da parte do texto que foi pedido na questão. DICA 06 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO: * Volte ao texto sempre que necessário, NUNCA DEDUZA SEM TER A INFORMAÇÃO NO TEXTO, evite opiniões pessoais, se atente apenas nas informações que o texto passa. Porém sempre com uma leitura dirigida. * Tente ver nas RESPOSTAS DE OUTRAS QUESTÕES que dizem a mesma coisa (com palavras diferentes). Veja SE BATE COM O QUE VOCÊ ACHA COMO CORRETO. DICA 07 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO IDENTIFICAR CONFORME A LEITURA: uma relação de esclarecimento, se existe uma IDEIA DE RESUMO, EXPLICAÇÃO, EXEMPLIFICAÇÃO, DESCRIÇÃO, ENUMERAÇÃO, OPOSIÇÃO OU CONCLUSÃO. Se a questão pedir o TEMA OU IDEIA CENTRAL (principal): deve-se EXAMINAR COM ATENÇÃO A INTRODUÇÃO E/OU CONCLUSÃO, pois nesses que contará a informação. DICA 08 DIFERENCIAÇÃO ENTRE: COMPREENSÃO: Significado de Algo. Modo concreto. Está no texto de modo explícito. INTERPRETAÇÃO: Algo subentendido de modo lógico. De forma implícita. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 6 DICA 09 HOMONÍMIA → consiste em palavras que possuem o mesmo som e/ou mesma grafia. → divide-se em: - Homófonas: palavras que possuem a mesma pronúncia. - Homógrafas: palavras que possuem a mesma grafia. *Homógrafas heterofônicas: mesma grafia e pronúncia diferente: Ex.: DESTE (PRONOME) X DESTE (VERBO) *Homófonas heterográficas: Na língua oral, necessitam estar contextualizadas: Ex.: HÁ (VERBO) x a (preposição/artigo) *Homônimos perfeitos: palavras IDÊNTICAS na grafia e no som, PORÉM COM SIGNIFICADOS DIFERENTES. Ex.: MANGA! Eu amo manga (fruta) A manga da blusa está molhada (parte da roupa) Ex.2: caminho → substantivo / caminho → verbo Ex.3: cedo → verbo / cedo → advérbio QUESTÃO CESPE PARA ILUSTRAR! ... Gramaticalmente, são consideradas homógrafas palavras que têm a mesma grafia, mas sentidos diferentes. São exemplos disso as palavras “sessão” (ℓ.2) e cessão. E AÍ? ESTÁ... ERRADO! SÃO HOMÓFONAS = PALAVRAS COM A MESMA PRONÚNCIA! Muita atenção em sua prova! DICA 10 PARONÍMIA → consiste em palavras PARECIDAS no som e na grafia, entretanto com SIGNIFICADOS DIFERENTES! Ex.: Eminente (importante) ≠ Iminente (próximo) Questão: “O temporal estava eminente, não demoraria mais...” ERRADO! O correto seria IMINENTE! DICA 11 Homônimos e Parônimos *Alguns exemplos: Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08limite da aposentadoria compulsória; → agente necessário: é aquele que é investido em situação de extrema emergência, como um médico que é “convocado” pelo comandante dos Bombeiros ao passar na frente de um prédio que acabou de desabar. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 39 NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL DICA 86 Súmula Vinculante nº 11 do STF: Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. Mnemônico: Perigo à integridade física própria ou alheia; Resistência; Fundado receio de fuga. DICA 87 HABEAS CORPUS Caráter preventivo ou repressivo Sim Finalidade Proteger a liberdade de locomoção Legitimados ativos Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira. Só pode ser impetrado a favor de pessoa natural, jamais de pessoa jurídica. Legitimados passivos Autoridade pública e pessoa privada Natureza Penal Isenção de custas Sim Medida liminar Possível, com pressupostos “fumus boni juris” e “periculum in mora” Observações Penas de multa, de suspensão de direitos políticos, bem como disciplinares não resultam em cerceamento da liberdade de locomoção. Por isso, não cabe “habeas corpus” para impugná-las DICA 88 MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL Caráter preventivo ou repressivo Sim Finalidade Proteger direito líquido e certo, não amparado por “habeas corpus” ou “habeas data” Legitimados ativos Todas as pessoas físicas ou jurídicas, as universalidades reconhecidas por lei como detentoras de capacidade processual, alguns órgãos públicos e o Ministério Público Legitimados passivos Poder público e particulares no exercício da função pública Natureza Civil Isento de custas Não Medida liminar Possível, com pressupostos “fumus boni juris” e “periculum in mora”, mas há exceções Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 40 DICA 89 O mandado de injunção visa solucionar um caso concreto. São, portanto, três pressupostos para o seu cabimento: a) Falta de norma que regulamente uma norma constitucional programática propriamente dita ou que defina princípios institutivos ou organizativos de natureza impositiva; b) Nexo de causalidade entre a omissão do legislador e a impossibilidade de exercício de um direito ou liberdade constitucional ou prerrogativa inerente à nacionalidade, à soberania e à cidadania; c) O decurso de prazo razoável para elaboração da norma regulamentadora (retardamento abusivo na regulamentação legislativa). E quando é que descabe mandado de injunção? Segundo a jurisprudência do STF, nas seguintes situações: a) Não cabe mandado de injunção se já houver norma regulamentadora do direito constitucional, mesmo que esta seja defeituosa. Ora, se já existe norma regulamentadora, não faz sentido falar-se em mandado de injunção, que tem como pressuposto a ausência de regulamentação de norma constitucional. b) Não cabe mandado de injunção se faltar norma regulamentadora de direito infraconstitucional. O mandado de injunção somente repara falta de regulamentação de direito previsto na Constituição Federal. A ausência de regulamentação de uma lei não dá ensejo à utilização do mandado de injunção. c) Não cabe mandado de injunção diante da falta de regulamentação de medida provisória ainda não convertida em lei pelo Congresso Nacional. O mandado de injunção tem como um de seus pressupostos a ausência de regulamentação de direito constitucional. d) Não cabe mandado de injunção se não houver obrigatoriedade de regulamentação do direito constitucional, mas mera faculdade. Grave assim: Não cabe mandado de injunção: a) Se já houver norma regulamentadora b) Se faltar norma regulamentadora de direito infraconstitucional c) Se faltar regulamentação de medida provisória ainda não convertida em lei pelo Congresso Nacionalidade d) Se não houver obrigatoriedade de regulamentação DICA 90 Exceções, nas quais a jurisdição é condicionada, ou seja, somente é possível acionar o Poder Judiciário depois de prévio requerimento administrativo: a) habeas data: um requisito para que seja ajuizado o habeas data é a negativa ou omissão da Administração Pública em relação a pedido administrativo de acesso a informações pessoais ou de retificação de dados. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 41 b) controvérsias desportivas: o art. 217, § 1º, da CF/88, determina que "o Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. c) reclamação contra o descumprimento de Súmula Vinculante pela Administração Pública: o art. 7º, § 1º, da Lei nº 11.417/2006, dispõe que "contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas". A reclamação é ação utilizada para levar ao STF caso de descumprimento de enunciado de Súmula Vinculante (art. 103-A, §3º). Segundo o STF, a reclamação está situada no âmbito do direito de petição (e não no direito de ação); portanto, entende-se que sua natureza jurídica não é a de um recurso, de uma ação e nem de um incidente processual. d) requerimento judicial de benefício previdenciário: antes de recorrer ao Poder Judiciário para que lhe conceda um benefício previdenciário, faz-se necessário o prévio requerimento administrativo ao INSS. Sem o prévio requerimento administrativo, não haverá interesse de agir do segurado. DICA 91 Os direitos políticos podem ser POSITIVOS ou NEGATIVOS. POSITIVOS se subdividem em ativos ou passivos. Eles habilitam a participação do cidadão no processo eleitoral, votando ou sendo votado. Por direitos políticos ativos (ou capacidade eleitoral ativa) se entende a possibilidade de o cidadão de participar diretamente do processo eleitoral, por meio do voto, seja em eleições, seja em plebiscitos ou em referendos (direito de votar). Já os direitos políticos passivos (capacidade eleitoral passiva) guardariam ligação com a elegibilidade da pessoa, o direito de ser votado. Por outro lado, os direitos políticos NEGATIVOS contemplam as hipóteses de inelegibilidade (absoluta e relativa), e os casos de perda ou suspensão de direitos políticos. De antemão, já adianto a você que não é permitida cassação de direitos políticos. DICA 92 Súmula Vinculante 18 A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal. Art. 14. § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 42 DICA 93 DIFERENÇA DE TRATAMENTO ENTRE CHEFES DO PODER EXECUTIVO E PARLAMENTARES Presidente da República, Governador e prefeito (além dos respectivos vices) Deputado, Senador e vereador Possibilidade de reeleição Somente uma vez para o período subsequente. Não há limitações. Podemser reeleitos quantas vezes quiserem/conseguirem Para concorrer a CARGO DIVERSO Deverá renunciar ao mandato até seis meses antes do pleito. É a chamada desincompatibilização. Não há necessidade de se afastar do cargo. Para concorrer ao MESMO CARGO Não há a necessidade de se afastar. Não há necessidade de se afastar do cargo. Restrições à candidatura de parentes na mesma base territorial Cônjuge, companheiro e os parentes consanguíneos ou afins, até o 2º grau, inclusive por adoção, são inelegíveis, salvo se já titulares de mandato eletivo e candidatos à reeleição. É a chamada inelegibilidade reflexa. Não há proibição de parentes concorrerem. DICA 94 - Direitos políticos: conjunto de normas legais permanentes que regulamenta o direito democrático de participação do povo no Governo, diretamente ou por seus representantes. Os direitos políticos consistem, portanto, na disciplina dos meios necessários ao exercício da soberania popular. - Sufrágio: é o direito público subjetivo de eleger um representante político (capacidade eleitoral ativa) e/ou de ser eleito como representante político (capacidade eleitoral passiva), o que em palavras simples representa o direito de votar e/ou ser votado. - O Brasil adota o sufrágio universal, pois confere o exercício do sufrágio a todos os cidadãos, independentemente do sexo, de condições financeiras ou de nascimento, de escolaridade ou de qualquer outra capacidade especial. - Soberania popular: é a soma da vontade de todos os cidadãos que confere legitimidade aos representantes eleitos a quem são delegadas as funções de governo. - Voto: é a materialização da vontade do cidadão eleitor manifestada através da escolha de seus representantes políticos. DICA 95 O recall é um meio de participação popular direta em que os cidadãos dizem se estão ou não satisfeitos com o mandato de certo representante eleito. No caso de a desaprovação Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 43 ser comprovada nas urnas, o mandatário é destituído de seu cargo. Não existe no ordenamento pátrio. DICA 96 De acordo com a doutrina, o sufrágio pode ser de dois tipos: a) Universal: quando o direito de votar é concedido a todos os nacionais, independentemente de condições econômicas, culturais, sociais ou outras condições especiais. Os critérios para se determinar a capacidade de votar e de ser votado são não- discriminatórios. A Constituição Federal de 1988 consagra o sufrágio universal, assegurando o direito de votar e de ser votado a todos os nacionais que cumpram requisitos de alistabilidade e de elegibilidade. b) Restrito (qualificativo): quando o direito de votar depende do preenchimento de algumas condições especiais, sendo atribuído a apenas uma parcela dos nacionais. O sufrágio restrito pode ser censitário, quando depender do preenchimento de condições econômicas (renda, bens, etc.) ou capacitário, quando exigir que o indivíduo apresente alguma característica especial (ser alfabetizado, por exemplo). DICA 97 Para que o partido político receba os recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e televisão, ele precisará ter um número mínimo de votos nas eleições para a Câmara dos Deputados OU um número mínimo de Deputados Federais eleitos. São critérios alternativos, ou seja, basta que o partido político cumpra um deles e receberá os recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e televisão. Quais são esses critérios? a) Número mínimo de votos válidos: Nas eleições para a Câmara dos Deputados, o partido político deverá ter, no mínimo, 3% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos 1/3 (um terço) das unidades da federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas. b) Número mínimo de Deputados Federais eleitos: irão cumprir cláusula de barreira aqueles partidos que tiverem elegido pelo menos 15 (quinze) Deputados Federais distribuídos em pelo menos 1/3 (um terço) das unidades da federação. DICA 98 A titularidade dos direitos dos direitos políticos pertence exclusivamente aos cidadãos. Eles são adquiridos através do alistamento eleitoral. Ao alistar-se, o indivíduo passa a gozar de capacidade eleitoral ativa que viabiliza o exercício do direito subjetivo público de eleger seus representantes, participando (via representação) do processo político e das ações governamentais. Alistamento eleitoral, portanto, é o ato por meio do qual o indivíduo habilita-se ao pleno exercício da cidadania, inscrevendo-se como eleitor perante Justiça Eleitoral. É o que o torna apto a exercer a capacidade eleitoral ativa. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 44 No Brasil, tanto o alistamento eleitoral quanto o voto são obrigatórios para os brasileiros alfabetizados maiores de dezoito e menores de setenta anos (art. 14, § 1º, I, CF/88). Por outro lado, o alistamento e o voto são facultativos para os analfabetos, os maiores de setenta anos e os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos de idade. DICA 99 Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; O critério territorial determina que será brasileiro nato o indivíduo que nascer no território nacional, independentemente da nacionalidade dos seus pais. Deste modo, como regra, qualquer pessoa nascida em nosso território, pouco importando se os pais são nacionais ou estrangeiros, será considerada brasileira nata. Este critério não traz uma regra absoluta! Ou seja, nem todos os nascidos em nosso território serão brasileiros natos! Por que não? Ora, porque o critério territorial comporta uma exceção, não sendo aplicado no seguinte caso: se o indivíduo nascer em nosso território, mas for filho de (ambos) pais estrangeiros e qualquer deles (ou ambos) estiver no Brasil a serviço do país de origem, ele não receberá a nossa nacionalidade originária. ATENÇÃO: a não incidência do critério territorial depende da presença de dois requisitos que são cumulativos (os dois devem estar presentes): 1- os dois pais devem ser estrangeiros; E 2- qualquer um deles, ou ambos, deve estar na República Federativa do Brasil a serviço do país de origem (e não a serviço de uma empresa privada, ou por interesses pessoais). DICA 100 Art. 12. São brasileiros: I - natos: b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; Veja que a alínea “b” da nossa Constituição estabelece que serão brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer um deles esteja no exterior a serviço da República Federativa do Brasil. O texto constitucional abraçou, nesta alínea, o critério sanguíneo associado ao critério funcional: um dos pais (ou ambos) será brasileiro, e qualquer um deles (ou ambos) deverá estar no estrangeiro a serviço da República Federativa do Brasil – o que significa desempenhar uma função ou prestar um serviço público de natureza diplomática, administrativa ou consular, a quaisquer dos órgãos da administração centralizada ou descentralizada da União, dos Estados-membros, dos Municípios ou do Distrito Federal. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 45 DICA 101 Art. 12. São brasileiros: I - natos: c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,pela nacionalidade brasileira; Nesta 1ª parte da alínea “c”, determinou nosso texto constitucional que será brasileira nata a criança que nasce no estrangeiro, filha de pai ou/e mãe brasileiros, desde que seja registrada em repartição consular brasileira competente (associação do critério sanguíneo + registro). Neste caso, um dos pais (ou ambos) tem a nacionalidade brasileira, mas não está no exterior a serviço da República Federativa do Brasil: deve então registrar a criança em repartição consular competente para que ela adquira nossa nacionalidade nata. Muito cuidado com questões que digam que a criança nascida no exterior, filha de pai brasileiro/mão brasileira (ou ambos brasileiros), registrada em repartição consular competente é brasileira naturalizada. Não, não é. É nata! Pois preenche os requisitos para adquirir nossa nacionalidade primária. DICA 102 Naturalização extraordinária (ou quinzenária) Art. 12. São brasileiros: II - naturalizados: b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. Da leitura do artigo, você deve ter observado que a naturalização extraordinária só será obtida pelo indivíduo que, possuindo capacidade civil, observar 3 condições: 1) residência ininterrupta no território nacional por mais de quinze anos; 2) ausência de condenação penal e 3) apresentação do requerimento de naturalização. Perceba que os 3 requisitos são cumulativos (não alternativos), ou seja, todos devem ser cumpridos para que o indivíduo possa se naturalizar: não adianta cumprir só um deles! DICA 103 O art. 222 da CF/88 estabelece algumas restrições referentes ao direito de propriedade de empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora de sons e imagens. Seguindo a lógica de que “quem tem informação tem poder”, nossa Constituição prevê que só poderão ser proprietários desse tipo de empresa os brasileiros natos ou então os que estejam naturalizados há mais de 10 anos. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 46 E tem mais: se essa empresa for uma sociedade, no mínimo 70% do capital total e votante deverá pertencer aos brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos. DICA 104 Naturalização ordinária: pela via ordinária poderão se naturalizar brasileiros: 1) os estrangeiros (ou apátridas) que cumprirem os requisitos da Lei nova de Migração (Lei nº 13.445/2017); 2) os indivíduos originários de países de língua portuguesa desde que, possuidores de capacidade civil, tenham residência ininterrupta por um ano e idoneidade moral; Vale destacar que não se pode falar em direito público subjetivo à obtenção da naturalização ordinária. Naturalização extraordinária: pela via extraordinária o indivíduo poderá se naturalizar se respeitar os seguintes requisitos: 1) possuir residência ininterrupta no território nacional por mais de quinze anos; 2) não tiver sido condenado penalmente e 3) apresentar o requerimento de naturalização. Há direito público subjetivo à obtenção da naturalização extraordinária, o que significa que se os requisitos forem corretamente preenchidos a naturalização será concedida. DICA 105 PERDA DO DIREITO DE NACIONALIDADE A perda da nacionalidade brasileira só poderá ocorrer nas duas hipóteses previstas na Constituição da República: Perda-punição - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional. Perda-mudança - Pode-se dizer que ocorrerá quando o indivíduo, voluntariamente, adquirir outra nacionalidade. Entretanto, existem exceções à ideia central de que a aquisição de nova nacionalidade ocasionará a perda da nacionalidade brasileira, pois um brasileiro pode adquirir outra nacionalidade sem perdê-la, bastando, para tanto, que referida aquisição importe: 1) em recebimento de nacionalidade primária por Estado estrangeiro, ou 2) seja fruto de imposição do Estado estrangeiro no qual o brasileiro reside, como condição para que ele possa permanecer no território ou para exercer direitos civis. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 47 NOÇÕES DE DIREITO PENAL DICA 106 PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL - Legalidade (art. 5º, XXXIX, CF e art. 1 CP): não há crime sem lei anterior que o defina, não há pena sem prévia cominação. - Reserva legal: somente a lei, EM SENTINDO ESTRITO, pode tipificar condutas e cominar penas. É proibida a cominação de crime com base nos costumes ou por analogia, quando em desfavor do réu. ATENÇÃO! Prevalece entendimento no STF (RE 254818- PR) que medida provisória pode ser usada para tratar de matéria penal, desde que seja favorável ao réu. EX.: Descriminalização de conduta). - Anterioridade: a norma penal que piora a situação do réu deve ser anterior ao fato praticado, ou seja, a norma penal que seja mais gravosa somente pode ser aplicada aos crimes praticados a partir da data de sua vigência. - Taxatividade: trata-se de um dos corolários do princípio da legalidade, preconizando que a lei penal deve ser clara, precisa e determinada, NÃO CABENDO INCRIMINAÇÕES VAGAS OU GENÉRICAS. ATENÇÃO! São admitidos os tipos penais abertos, consiste em espécie de lei que depende de um completo valorativo feito na maioria das vezes pelo magistrado, intérprete da lei, em função de permissão legal. Ex.: Tipos penais culposos - em que o legislador não prevê todas as possibilidades de comportamentos negligentes - cabendo ao juiz a análise do caso concreto. DICA 107 - Individualização da Pena: determina que o juiz analise as especificidades do fato e do autor do fato durante o processo dosimétrico. - Pessoalidade, Personalidade ou da Intranscendência: assevera que a pena não passará da pessoa do condenado - Alteridade (lesividade): assevera que, para haver crime, a conduta humana deve colocar em risco ou lesar bens de terceiros, e é proibida a incriminação de atitudes que não excedam o âmbito do próprio autor. Ou seja, o sujeito não pode ser punido por causar mal a si próprio. - Insignificância (bagatela): afasta a tipicidade material de fatos criminosos, ao definir que não haverá crime sem ofensa significativa ao bem tutelado. OBS.: BAGATELA PRÓPRIA (implica na atipicidade material de condutas causadoras de danos ou de perigos ínfimos) X BAGATELA IMPRÓPRIA (desnecessidade da pena) ATENÇÃO! A jurisprudência, reiteradamente, não reconhece a bagatela imprópria, afirmando que, se o fato é formal e materialmente típico, há crime. (TJ/RS, Oitava Câmara Criminal, Apelação Crime Nº 70076016484, Rel. Naele Ochoa Piazzeta, julgado em 31/01/2018) e (AgRg no REsp 1602827/MS, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 20/10/2016, DJe 09/11/2016) DICA 108 - Adequação social: serve de parâmetro ao legislador, que deve buscar afastar a tipificação criminal de condutas consideradas socialmente adequadas. Ex.: mãe que fura a orelha da filha recém-nascida, o que não deixa de ser "lesão corporal", todavia aceita por se tratar de ato cultural da nossa sociedade. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 48 - Ofensividade: não é suficiente que o fato seja formalmente típico para a configuração do delito, necessário também que ele seja capaz de ofender (lesão ou ameaça de lesão), de modo GRAVE, o bem jurídico tutelado. - Fragmentariedade: o direito penal somente tutele uma pequena fração dos bens jurídicos protegidos, operando nas hipóteses em que se verificar lesão ou ameaça de lesão mais intensa aos bens de MAIOR RELEVÂNCIA. Quer dizerque somente bens jurídicos de GRANDE RELEVÂNCIA SOCIAL devem ser tutelados. - Subsidiariedade: como o nome o D. Penal é uma ferramenta subsidiária, tão somente deve ser usado quando os demais ramos do Direito não conseguirem tutelar com satisfação o bem jurídico que se almeja proteger. DICA 109 - Principio da Retroatividade da lei penal benéfica: a lei penal QUE BENEFICIAR o réu retroagirá para regular as condutas anteriores a sua vigência. (art. 2º, p. único + art 5º , XL ,CF). Art. 2º, Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Art. 5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. OBS.: A retroatividade da lei penal benéfica NÃO respeita a coisa julgada (relativização da coisa julgada). Se sobrevier norma beneficiando o réu, o próprio Juiz da Vara de Execução poderá aplicá-la. OBS.2: Súmula 611, STF: “Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.” DICA 110 APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO -ALGUNS CONCEITOS QUE MERECEM ATENÇÃO: NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA: Em suma, trata-se de uma nova lei que passa a criminalizar conduta até aquele momento atípica, ou seja, não existia a previsão da conduta como crime. Há retroativa? Não. Irá produzir efeitos tão somente aos fatos futuros com fundamento no princípio da anterioridade da lei penal. NOVATIO LEGIS IN PEJUS: Trata-se de uma inovação legislativa MAIS GRAVE do que a até então em vigor. Em suma, a nova lei é mais grave do que a atual. Há retroativa? Não. Irá produzir efeitos tão somente aos fatos futuros com fundamento no princípio da anterioridade da lei penal. NOVATIO LEGIS IN MELLIUS: Trata-se de uma inovação legislativa MAIS BENÉFICA do do que a até então em vigor. Em suma, a nova lei Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 49 OBS.1: A ABOLITIO CRIMINIS apesar de cessar a pena e os efeitos penais da condenação, não impede os efeitos extrapenais da condenação. Ex.: A foi condenado pelo crime de adultério. Todavia, lei nova surge e descriminaliza a conduta. A será solto, cessando a pena imposta e a condenação pelo crime de adultério não poderá ser considerada para fins de reincidência (exemplo de efeitos da condenação). Conduto, se foi condenado à reparação do dano causado à vítima (efeito extrapenal da condenação), DEVERÁ REPARÁ-LO! DICA 111 LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA “Art. 3º, CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.” É importante o candidato se atentar em sua prova que as leis excepcionais e temporária são criadas para vigorar apenas em determinado período, devido a razões excepcionais e, por isso, ainda que saia do mundo jurídico - revogação natural - não gerará abolitio criminis. Nesse sentido, aqueles que tiverem praticado o crime durante sua vigência deverão responder pela conduta praticada. Ex. de prova: “Em virtude da seca que assola o país, considere a hipótese em que seja promulgada uma lei federal ordinária que estabeleça como crime o desperdício doloso ou culposo de água tratada, no período compreendido entre 01 de novembro de 2014 e 01 de março de 2015. Em virtude do encerramento da estiagem e volta à normalidade, não houve necessidade de edição de nova lei ou alteração no prazo estabelecido na citada legislação. Nessa hipótese, o indivíduo a que em 02 de março de 2015 estiver sendo acusado em um processo criminal por ter praticado o referido crime de “desperdício de água tratada”, durante o período de vigência da lei, R: poderá ser condenado pelo crime de “desperdício de água tratada” ainda que o período indicado na lei que previu essa conduta esteja encerrado. DICA 112 REGRA NO D. PENAL: TEORIA DA ATIVIDADE: é aplicada a lei penal que ocorre no momento da ação. EXCEÇÃO: EXTRA-ATIVIDADE da Lei Penal, que se divide em: *Retroatividade: Fatos ocorridos antes da sua entrada em vigor. Ex.: Agente cometeu crime e a lei MAIS BENÉFICA não existia, a retroatividade retroage e alcança o fato ocorrido. *Ultra-atividade: Fatos ocorridos depois da revogação da lei. Quer dizer que a lei, mesmo que revogada, deve ser aplicada ao caso concreto se FOR MAIS BENÉFICA e o agente cometeu o fato sob seu império. é mais benéfica do que a atual. Há retroativa? Sim!!! A nova legislação será aplicada aos fatos praticados antes de sua entrada em vigor. ABOLITIO CRIMINIS: Há DESCRIMINALIZAÇÃO da conduta pela nova lei. SENDO BENÉFICA, HÁ RETROATIVIDADE (eficácia retroativa) !!! Será aplicada aos fatos praticados ANTES de sua entrada em vigor, que não poderão mais ser punidos, além de gerar a extinção da punibilidade do agente. Ex.: antigo crime de adultério. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 50 ATENÇÃO! Em todos os casos, a lei só retroage para beneficiar o réu. DICA 113 ● Súmula 711, STF: A lei penal MAIS GRAVE aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. ● Crime permanente: a consumação se prolonga no tempo + o agente controla sua permanência, tendo o domínio sobre a consumação do delito. Ex.: crime de usurpação de função pública. ● Crime continuado: configura-se crime continuado quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie, e pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro (artigo 71 do CP). ● Ex.: Agente da PF passa a receber um pagamento de um advogado por várias ocasiões, caracterizando corrupção passiva. Nesta hipótese, será aplicado o crime de corrupção passiva como se ele tivesse cometido um único crime. Mas e se surgisse uma lei que aumentasse a pena durante o cometimento de um dos atos pelo analista? Será aplicada a última lei segundo entendimento sumulado, ainda que mais prejudicial. E JÁ CAIU NA BANCA CESPE!!! (Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: CGE – CE) ... “A lei penal mais benéfica aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, ainda que ocorra superveniência de lei penal mais gravosa ao longo da atividade delitiva.” VOCÊS AGORA JÁ SABEM RESPONDER... ERRADOOOO! DICA 114 TEMPO DO CRIME TEORIA DA ATIVIDADE (ART. 4º, CP): “Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado”. LUGAR DO CRIME TEORIA DA UBIQUIDADE (ART. 6º, CP): “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. ” OBS.: Quando estivermos diante de uma situação em que envolve o Brasil e um outro país, tanto o lugar onde se pratica a conduta quanto o lugar do resultado são considerados como local do crime. OBS.2: LUGAR DO CRIME = UBIGUIDADE TEMPO DO CRIME = ATIVIDADE (= TEORIA DA AÇÃO) LUTA! QUESTÃO CESPE PARA ILUSTRAR! (Ano: 2020 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-PA Prova: CESPE - 2020 - TJ-PA - Oficial de Justiça – Avaliador) Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 51 ... Com relação ao tempo e ao lugar do crime, o Código Penal brasileiro adotou, respectivamente, as teorias do(a): AGORA FICOU FÁCIL! RESPOSTA atividade e da ubiquidade. DICA 115 NÃO CONFUNDA EM SUA PROVA! Art. 6º, CP Art. 70, caput, CPP Adotou a Teoria da UBIQUIDADE Adotou a Teoria do RESULTADO *Considera-se praticado o crimeno lugar: - em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, - bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. *A competência será, de regra, - determinada pelo lugar em que se consumar a infração, - ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. Regra destinada a solucionar a competência na hipótese de delitos que envolvam o território de dois ou mais países (conflito internacional de jurisdição) Regra destinada a solucionar a competência na hipótese de crimes envolvendo o território o território de duas ou mais comarcas (ou seções judiciárias) DENTRO DO BRASIL (conflito interno de competência territorial) Definirá se o Brasil terá a competência para julgar o caso na hipótese de crimes à distância. Definirá qual o juízo competente no caso de crimes plurilocais. DICA 116 ATENÇÃO! EXCEÇÃO AO ART. 70, CPP! Posição do STJ e STF: Nos crimes contra a vida, a competência será determinada pela TEORIA DA ATIVIDADE. Dessa forma, no caso de crimes contra a vida (DOLOSOS OU CULPOSOS), se os atos de execução ocorreram em um lugar e a consumação se deu em outro a competência para o julgamento do fato será do local onde foi praticada a conduta (local da execução). JUSTIFICATIVA: “(...) é justamente no local da ação que se encontram as melhores provas (testemunhas, perícia etc.), pouco interessando onde se dá a morte da vítima. Para efeito de condução de uma mais apurada fase probatória, não teria cabimento desprezar-se o foro do lugar onde a ação desenvolveu-se somente para acolher a teoria do resultado. Exemplo de ilogicidade seria o autor ter dado vários tiros ou produzido toda a série de atos executórios para ceifar a Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 52 vida de alguém em determinada cidade, mas, unicamente pelo fato da vítima ter- se tratado em hospital de Comarca diversa, onde faleceu, deslocar-se o foro competente para esta última. As provas teriam que ser coletadas por precatória, o que empobreceria a formação do convencimento do juiz.” (Nucci, Guilherme de Souza, Código de Processo Penal Comentado. 8ª ed., São Paulo: RT, 2008, p. 210). DICA 117 ATENÇÃO! Nos CRIMES CONEXOS, NÃO SE APLICA A TEORIA DA UBIQUIDADE, devendo cada crime ser julgado pela legislação penal do país em que for cometido. DICA 118 A TEORIA DA UBIQUIDADE, além dos crimes conexos, também, não se aplica nos seguintes casos: *CRIMES PLURILOCAIS: consistem naqueles que envolvem duas ou mais comarcas/seções judiciárias dentro do país. Regra: aplicação art. 70, CPP. Exceção: Homicídio Culposo ou Doloso (STJ e STF) – Teoria da Atividade. *INFRAÇÕES PENAIS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO: art. 63 da Lei 9.099/1995 - adotou a teoria da atividade: “A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal. ” *CRIMES FALIMENTARES: Compete ao juiz criminal da jurisdição onde tenha sido decretada a falência, concedida a recuperação judicial ou homologado o plano de recuperação extrajudicial, conhecer da ação penal pelos crimes falimentares (art. 183, Lei 11.101/2005). *ATOS INFRACIONAIS: “Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, continência e prevenção. ” (art. 147, § 1.º, ECA). DICA 119 ATENÇÃO! Essa expressão pode cair em sua prova! CRIME À DISTÂNCIA (OU DE ESPAÇO MÁXIMO): é o crime que envolve o território de dois países. A ação ou omissão ocorre em um país e o resultado, em outro. Ou seja, são aqueles em que conduta e resultado ocorrem em países diversos. Ex.: tráfico de drogas provenientes de Assunção (Paraguai) com destino a Manaus (Brasil). DICA 120 PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE MITIGADA OU TEMPERADA *Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. Como são admitidas algumas exceções, aplica-se a teoria da territorialidade mitigada ou temperada. *TERRITÓRIO BRASILEIRO: mar territorial, espaço aéreo e subsolo. *TERRITÓRIO BRASILEIRO POR EXTENSÃO: navios e aeronaves públicas brasileiras, onde quer que se encontrem e navios e aeronaves particulares, que se encontrem no espaço aéreo ou em alto-mar. INDO MAIS FUNDO... Artigo 17 da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (assinada pelo Brasil): Direito de passagem inofensiva - Salvo disposição em Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 53 contrário da presente Convenção, os navios de qualquer Estado, costeiro ou sem litoral, gozarão do direito de passagem inofensiva pelo mar territorial. A Doutrina sustenta que se um crime for praticado a bordo de uma embarcação amparada pela “passagem inocente”, não será aplicável a lei brasileira a este crime, desde que o crime em questão não afete em nada interesse jurídico nacional e o brasil não seja o país de destino. DICA 121 EXTRATERRITORIALIDADE - crimes que mesmo cometidos fora do Brasil, sujeitam- se às leis brasileiras. EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA → Crimes cometidos: *contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; *contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; *contra a administração pública, por quem está a seu serviço; *de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil (p. da justiça universal); OBS.: O AGENTE É PUNIDO SEGUNDO A LEI BRASILEIRA, AINDA QUE ABSOLVIDO OU CONDENADO NO ESTRANGEIRO. DICA 122 EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA → Crimes: *que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; *praticados por brasileiro; *praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. CONDIÇÕES CONCOMITANTES (REUNIDAS): *entrar o agente no território nacional; *ser o fato punível também no país em que foi praticado; *estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; *não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; *não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. ***** TAMBÉM SE APLICA A LEI BRASILEIRA AO CRIME cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições traçadas anteriormente e as seguintes: (alguns doutrinadores a chamam de extraterritorialidade hipercondicionada) *não foi pedida ou foi negada a extradição; Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 54 *houve requisição do Ministro da Justiça. DICA 123 CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS Ocorre quando duas normas aparentemente incriminadoras são aplicáveis a uma mesma conduta e ao mesmo tempo. Ou seja, mesma conduta desafia dois tipos penais. Ex.: art. 121 CP (crime de homicídio) x art. 123 CP (infanticídio) = ambos são crimes de homicídio, conduto o artigo 123 é norma especial. *PREVALECERÁ o princípio da PROIBIÇÃO DO NON BIS IN IDEM, já que um fato não pode desafiar dois tipos penais diversos, sendo proibida dupla punição por um mesmo fato. DICA 124 PRINCÍPIOS UTILIZADOS NO CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS Princípio da Especialidade - Norma especial afasta aplicação de norma geral. -Especial é a norma que possui elementos que a individualiza, independentemente da gravidade do crime. - Ex.: art. 121 e 126 – o crime de infanticídio prevalecesobre a mãe que, sob o estado puerperal, mata o filho após o parto. Princípio da Subsidiariedade - Norma primária afasta a aplicação da norma subsidiária. - Primária é a norma que prevê uma violação mais ampla e grave aos bens jurídicos tutelados. Pode ser aplicado de forma EXPRESSA e TÁCITA: *EXPRESSA: quando o próprio tipo penal se declara subsidiário. Ex.: art. 132 CP: crime de perigo a vida ou a saúde, com detenção de 3 meses a 1 ano, SE O FATO NÃO CONSTITUIR CRIME MAIS GRAVE. *TÁCITA: um tipo penal serve como causa de aumento, qualificadora, ou elemento constitutivo de outro. Ex.: art. 163 (crime de dano) x art. 155, § 4º, I (crime de furto qualificado por rompimento de obstáculo). Pois bem, no crime de furto houve crime de dano ao romper obstáculo (que é causa de aumento de pena), mas o artigo 163 será aplicado Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 55 somente de forma subsidiária, ou seja, se o ato praticado não for mais gravoso. DICA 125 PRINCÍPIOS UTILIZADOS NO CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS Princípio da Consunção (ou absorção) Em suma, a conduta que serve como meio de preparação, execução ou mero exaurimento de outra, é por esta absorvida. Se aplica, principalmente, quando uma conduta delituosa serve como meio para praticar outra. ANTEFATO IMPUNÍVEL = quando um crime serve de preparação para outrem. Ex.: art. 155 CP (furto) + art. 150 (invasão de domicílio). O crime de invasão de domicilio será o delito meio, e será absorvido pelo crime de furto – SÚMULA 17 STJ (crime de falsificação documento publico é absorvido pelo crime de estelionato se for mero meio para o segundo crime). PÓS-FATO IMPUNÍVEL – agente pratica uma segunda conduta violando o mesmo bem jurídico para obter vantagem que queria com a primeira conduta. Neste caso, o agente viola o bem jurídico com a primeira conduta, e a segunda é mera conseqüência. Ex.: art 289 CP (falsificar moeda) + art. 289, § 1º, CP (uso de moeda falsa) = responderá apenas pelo crime de falsificação. Princípio da Alternatividade Nos tipos penais mistos alternativos (os que possuem vários núcleos que descrevem a conduta), a prática de vários núcleos no mesmo contexto, gera crime ÚNICO. Ex.: tráfico de drogas = possui diversos núcleos: traficar, fabricar, repassar, transportar, possuir, etc (...). Nessa lógica, aquele que fabrica e transporta responde por um único crime. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 56 NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL DICA 126 SÚMULA VINCULANTE Nº 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, JÁ DOCUMENTADOS em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. ATENÇÃO! Fiquem atentos e não caiam na pegadinha, o acesso do defensor será aos elementos de prova JÁ DOCUMENTADOS, aqueles que ainda não foram, como exemplo: uma hipótese de interceptação telefônica não juntada ao IP, não serão objeto de acesso, sobretudo para não prejudicar a eficiência da medida. DICA 127 ATENÇÃO! PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE OU CONVENIÊNCIA → Nos crimes de AÇÃO PRIVADA, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. DICA 128 IMPORTANTE! O DELEGADO DE POLÍCIA NÃO PODE DETERMINAR ARQUIVAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL! NÃO IMPORTA se existiam excludentes de ilicitude. Essa regra NÃO TEM EXCEÇÃO! QUESTÃO CESPE PARA ILUSTRAR ENVOLVENDO O DELEGADO DE POLÍCIA... (Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: MPC-PA) ... Na condução do inquérito policial, o Delegado de Polícia, sempre pautando suas ações pela legalidade, também se sujeita ao Princípio da Discricionariedade, que possui como característica possibilitar ao Delegado de Polícia: a definição do rumo das investigações. ATENÇÃO! Aprofundando... Há de se ressalvar, contudo, que, alguns tribunais, possuem entendimento que algumas diligências devem ser “obrigatoriamente” realizadas, cite-se como exemplo o exame de corpo de delito, nos crimes que deixam vestígio, bem como a oitiva do investigado. Existem, inclusive, julgados do STJ nesse sentido, como exemplo: HC 69.405 do STJ. SE A QUESTÃO NÃO COBRAR, VAMOS PELA REGRA, OK? SEMPRE USE ESSE RACIOCÍNIO EM SUA PROVA! DICA 129 - Art. 6º, CPP. Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 57 II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; IV - ouvir o ofendido; V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura; VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. OLHEM COMO FOI COBRADO PELA BANCA CESPE: (Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-BA Prova: CESPE - 2019 - TJ-BA – Conciliador) Em regra, a apreensão de objetos na fase inquisitorial não depende de autorização judicial. CORRETO! DICA 130 O ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL embasado no princípio da insignificância faz coisa julgada material, o que impede seu desarquivamento diante do surgimento de novas provas. ATENÇÃO! É certo dizer que o inquérito policial é DISPENSÁVEL para a promoção da ação penal desde que a denúncia esteja minimamente consubstanciada nos elementos exigidos em lei ≠ denúncia NÃO PODE VIR desacompanhada de um mínimo de prova do fato e da autoria (JUSTA CAUSA). DICA 131 PARA A INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL, bastam indícios suficientes da existência do crime, sendo dispensável, nesse primeiro momento, prova da materialidade do delito ou de sua autoria. ***INCLUSIVE ESSA DICA É QUESTÃO ATUAL DA BANCA CESPE! Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 58 DICA 132 A sentença de arquivamento de IP NÃO faz coisa julgada material em regra (art. 18, CPP). Excepcionalmente, poderá fazer coisa julgada quando a sentença for fundada em: *Atipicidade: faz coisa julgada material. *Excludente de culpabilidade: faz coisa julgada material. *Extinção da punibilidade: faz coisa julgada material (exceção: certidão de óbito falsa). *Excludente de ilicitude: DIVERGÊNCIA= STF: faz coisa julgada formal / STJ: faz coisa julgada material. *COISA JULGADA FORMAL: O arquivamento do inquérito NÃO afasta a possibilidade de reabertura do IP, desde que colhidas novas provas do delito.*COISA JULGADA MATERIAL: AINDA QUE SURJAM NOVAS PROVAS, não há possibilidade de reabertura do IP. DICA 133 O entendimento da doutrina majoritária e dos tribunais superiores é no sentido de que a DENÚNCIA ANÔNIMA sobre fato grave de necessária repressão imediata NÃO é suficiente para embasar, por si só, a instauração de inquérito policial para rápida formulação de pedido de quebra de sigilo e de interceptação telefônica. Todavia, podem, a informação apócrifa não inibe e nem prejudica a prévia coleta de elementos de informação dos fatos delituosos (STF, Inquérito 1.957-PR) com vistas a apurar a veracidade dos dados nela contidos “As notícias anônimas não autorizam, por si sós, a propositura de ação penal ou mesmo, na fase de investigação preliminar, o emprego de métodos invasivos de investigação, como interceptação telefônica ou busca e apreensão.” (STF, 1ª Turma, HC 106152/MS, Rel. Min. Rosa Weber) DICA 134 E – escrito I- inquisitivo D- dispensável O- oficial S- sigiloso O- oficioso OFICIALIDADE Enquanto a OFICIOSIDADE está relacionada com o dever da autoridade de agir de ofício (sem provocação), a OFICIALIDADE está relacionada com a RESPONSABILIDADE sobre o inquérito policial. Por força da OFICIALIDADE, dizemos que o inquérito policial é de responsabilidade de um órgão oficial do Estado, especificamente a POLÍCIA JUDICIÁRIA! Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 59 DICA 135 Lei nº. 13.964/2019 – NOVIDADE! (PACOTE ANTICRIME) Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144, CF (polícia federal; polícia rodoviária federal; polícia ferroviária federal; polícias civis; polícias militares e corpos de bombeiros militares, polícias penais federal, estaduais e distrital) figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos extrajudiciais, CUJO OBJETO FOR A INVESTIGAÇÃO DE FATOS RELACIONADOS AO USO DA FORÇA LETAL PRATICADOS NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL, DE FORMA CONSUMADA OU TENTADA, incluindo as situações dispostas no art. 23 do CP (estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito), o indiciado poderá constituir defensor: = Para referidos casos, o investigado deverá ser citado da instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação. = Esgotado o prazo de 48h com ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a representação do investigado. = Referidas disposições se aplicam aos servidores militares vinculados às FORÇAS ARMADAS desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem DICA 136 PRAZOS PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL REGRA GERAL: réu preso 10 dias, réu solto 30 dias. Inquérito Policial Federal: réu preso 15 + 15 dias, réu solto 30 dias. Inquérito Policial Militar: réu preso 20 dias, réu solto 40 + 20 dias. Lei de drogas: réu preso 30 + 30 dias, réu solto 90 + 90 dias. Crimes contra a Economia Popular: réu preso 10 dias, réu solto 10 dias. ATENÇÃO! TRATANDO-SE de CRIMES HEDIONDOS, tendo sido decretada a prisão temporária, o prazo para a conclusão do IP passa a ser de 60 dias. Justifica-se, pois, a prisão temporária em caso de crime hediondo tem o prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias. Como a prisão temporária cabe tão somente durante a fase de investigação, isso faz com que, consequentemente, o prazo para a conclusão do IP acompanhe o prazo da prisão temporária. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 60 DICA 137 PESSOAL, BASTANTE ATENÇÃO! ***** A REGRA GERAL PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL COMO JÁ DITO NO MATERIAL É: réu preso 10 dias, réu solto 30 dias. OBSERVE-SE O ART. 10 DO CPP: “Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.” OCORRE QUE COM O PACOTE ANTICRIME SURGIU O SEGUINTE ARTIGO 3-B, §2º, CPP – QUE TRATA DO JUIZ DAS GARANTIAS E ENCONTRA-SE SUSPENSO CONFORME LIMINAR PROFERIDA NA ADI Nº. 6298! “§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada.” DICA 138 Como o IP (inquérito policial) é um procedimento que não possui contraditório pleno e ampla defesa, o valor probante dos elementos de convicção colhidos nessa fase de investigação é RELATIVO. CONTUDO, o Juiz pode utilizar as provas colhidas no IP para fundamentar sua decisão, PORÉM NÃO PODE BASEAR SUA DECISÃO APENAS NAS PROVAS OBTIDAS NO DECORRER DO IP. Olha o que dispõe o art. 155, do Código de Processo Penal (CPP): Art. 155, CPP. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil. DICA 139 INDICAMENTO: Em suma: trata-se de ato técnico-jurídico (fundamentado) no qual a autoridade policial indica/aponta alguma pessoa como “provável” infrator, ou seja, imputa a alguém, no inquérito policial, a prática da infração penal investigada. ATENÇÃO! É ATO PRIVATIVO DO DELEGADO DE POLÍCIA! § 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. (Art. 2º, §6º da Lei 12.830/13) Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 61 DICA 140 NOTITIA CRIMINIS – EM SUMA, TRATA-SE DA SITUAÇÃO EM QUE A AUTORIDADE POLICIAL TOMA CONHECIMENTO DE UM FATO DELITUOSO. Notitia criminis de cognição IMEDIATA: Hipótese em que a autoridade policial toma ciência do fato delituoso em consequência de suas atividades rotineiras. Notitia criminis de cognição MEDIATA: Hipótese em que a autoridade policial toma ciência do fato delituoso por meio de um expediente formal, como exemplo a requisição do MP com o intuito de instauração do IP. Notitia criminis de cognição COERCITIVA: Hipótese em que a autoridade policial toma ciência do fato delituoso tendo em vista a prisão em flagrante do suspeito. DICA BÔNUS DELATIO CRIMINIS (TAMBÉM FORMA DE NOTITIA CRIMINIS), CLASSIFICA-SE COMO: Delatio criminis SIMPLES: trata-se da comunicação feita à autoridade policial por qualquer pessoa do povo (art. 5º, §3º do CPP). Delatio criminis POSTULATÓRIA: trata-se da comunicação feita pelo próprio ofendido nos casos de crimes de ação penal pública condicionada ou ação penal privada, nas quais ele já pede a instauração do IP. Delatio criminis INQUALIFICADA: trata-se da famosa “denúncia anônima”; a comunicação do fato feita à autoridade policial por qualquer do povo, porém ausente a identificação do comunicante. RELEMBRANDO QUE... Nessas situações, os delegados de polícia não deverão proceder, imediatamente,à instauração do IP. Mas, primeiramente, devem verificar a procedência da denúncia e, caso haja realmente notícia do crime, instaurar o IP. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 62 RACIOCÍNIO LÓGICO DICA 141 - Principais métodos de resolução de questões sobre argumentação - questões que fornecem as premissas e solicitam as conclusões de um argumento: para obter as conclusões é preciso assumir que todas as premissas são verdadeiras. Assim: - se as premissas possuem proposições categóricas (todo/algum/nenhum) podemos utilizar diagramas lógicos; - se uma das premissas é uma proposição simples: começar analisando-a, e com ela partir para deixar as demais verdadeiras também; - se todas as premissas são compostas e as alternativas de resposta (conclusões) são proposições simples: “chutar” o valor lógico de alguma proposição simples que compõe as premissas, e com isso tentar forçar todas as premissas a ficarem verdadeiras, analisando se não há falha lógica; - se todas as premissas são compostas e as alternativas de resposta (conclusões) também: efetuar o teste de validade, forçando cada possível conclusão a ser F, e com isso tentar forçar todas as premissas a serem V. Se isso for possível, aquela alternativa NÃO é uma conclusão. Também é possível tentar “emendar” todas as premissas, em especial se forem condicionais, utilizando também as suas contrapositivas. DICA 142 Proposições categóricas podem ser tratadas com diagramas lógicos - Todo A é B: “todos os elementos do conjunto A são também do conjunto B”, isto é, A está contido em B. - Nenhum A é B: nenhum elemento de A é também de B, isto é, os dois conjuntos são totalmente distintos (disjuntos) - Algum A é B: algum elemento de A é também elemento de B - Algum A não é B: existem elementos de A que não são de B DICA 143 Questões de Associações Lógicas IDENTIFICAR: 1 – listagem de diversos elementos distintos (neste caso, irmãs, cursos e locais); 2 – solicitação para que você associe os elementos entre si (neste caso, o enunciado quer saber o curso e o local de férias de uma das irmãs); 3 – presença de informações adicionais para realizar as associações. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 63 RESOLVER: 1 – montar uma tabela que relacione todas as possibilidades de associações entre os elementos; 2 – analisar as informações adicionais visando “cortar” associações que vão contra as informações e “marcar” associações de acordo com o que foi determinado no enunciado DICA 144 Questões de Verdades e Mentiras IDENTIFICAR: - são apresentadas frases que podem ser verdadeiras ou mentirosas, - não sabemos QUAIS são verdadeiras e quais são mentirosas, apenas QUANTAS. RESOLVER: - encontrar um par de informações contraditórias; - dentro do par, uma informação é V e a outra é F; - analisar as informações FORA do par. DICA 145 Questões de Calendários - semana tem 7 dias. Ela começa em um dia (ex.: quarta) e termina no dia “anterior” (terça seguinte). - anos “normais” tem 365 dias, sendo que o mês de fevereiro tem 28 dias. - nos anos bissextos, temos 29 dias em fevereiro, o que resulta em 366 dias no total. Os anos bissextos ocorrem de 4 em 4 anos, sempre nos anos que são múltiplos de 4; Anos “normais” (365 dias) → o primeiro dia é igual ao último (ex.: se 01/jan foi segunda, 31/dez será segunda) Anos bissextos (366 dias) → o último dia o subsequente do primeiro (ex.: se 01/jan foi segunda, 31/dez é terça) Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 64 INFORMÁTICA DICA 146 Uma rede de computadores pode ser definida como uma estrutura de computadores e dispositivos conectados através de um sistema de comunicação com o objetivo de compartilharem informações e recursos entre si. As redes permitem, portanto, a troca de informações e recursos entre as pessoas conectadas através de um canal de comunicação. Uma rede pode facilitar: ▪ O compartilhamento de impressoras e outros dispositivos de hardware. ▪ O compartilhamento de documentos, aplicativos e outros produtos digitais. ▪ A replicação de dados para backup. ▪ A comunicação e a vídeo conferência. DICA 147 Os enlaces são os meios de transmissão por onde trafegam os dados sendo trocados na rede. O meio de transmissão pode ser guiado (com fio) ou não guiado (sem fio ou wireless). Os meios de transmissão guiados mais comuns são par trançado, cabo coaxial e fibra óptica. Os meios de transmissão não guiados são atmosfera, água e espaço. DICA 148 Técnicas de pesquisa comuns: Pesquisar em redes sociais Coloque @ antes de uma palavra para pesquisar em redes sociais. Por exemplo: @Instagram. Pesquisar um preço Coloque $ antes de um número. Por exemplo: câmera $400. Pesquisar hashtags Coloque # antes de uma palavra. Por exemplo: #concurso Excluir palavras da pesquisa Coloque - antes de uma palavra que você queira deixar de fora. Por exemplo, velocidade do jaguar -carro Pesquisar uma correspondência exata Coloque uma palavra ou frase entre aspas. Por exemplo, "maior animal já conhecido". Pesquisar caracteres curinga ou palavras desconhecidas Coloque um * na palavra ou frase onde você deseja deixar um marcador. Por exemplo, "maior * do mundo". Pesquisar dentro de um intervalo de números Coloque .. entre dois números. Por exemplo, câmera $50..$100. Combinar pesquisas Coloque "OR" entre cada consulta de pesquisa. Por exemplo, maratona OR corrida. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 65 Pesquisar um site específico Coloque "site:" antes de um site ou domínio. Por exemplo, site:youtube.com ou site:.gov. Pesquisar sites relacionados Coloque "related:" antes de um endereço da Web que você já conhece. Por exemplo, related:time.com. DICA 149 A Intranet é um tipo de rede local (LAN) cujo acesso é restrito a usuários autorizados, normalmente integrantes da organização que gerencia a rede. A intranet é uma rede de computadores que segue a arquitetura TCP/IP, assim como a Internet. A sua peculiaridade é que somente pessoas autorizadas podem acessar os serviços providos por esse tipo de rede. Seu acesso é privado e restrito. Essas pessoas são normalmente membros da organização privada que gerencia a rede. Outras pessoas podem obter o acesso se for de interesse da organização. DICA 150 A extranet seria uma extensão da intranet. Funciona igualmente como a intranet, porém sua principal característica é a possibilidade de acesso via internet, ou seja, de qualquer lugar do mundo você pode acessar os dados de sua empresa. A ideia de uma extranet é melhorar a comunicação entre os funcionários e parceiros além de acumular uma base de conhecimento que possa ajudar os funcionários a criar novas soluções. Via de regra, o acesso a extranet é realizado mediante o uso de credenciais (login e senha) ou por meio da criação de um Rede Privada Virtual (VPN), pela qual o usuário recebe um endereço IP dentro da Intranet da empresa, mesmo estando fora dela. DICA 151 FTP (File Transfer Protocol): Servidores FTP são computadores na internet ou rede local, aos quais os usuários podem estar autorizados a utilizar para armazenar arquivos. Procedimentos tais como excluir, mover, copiar e renomear objetos são operacionalizados por servidores FTP, que atua na camada de aplicação. SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): Protocolo utilizado por clientes de email para enviar mensagens ao provedor. NNTP (Network News Transfer Protocol): É o protocolo utilizado nos recursos de grupos de discussão e através dele, seus conteúdos são acessados por seususuários. DICA 152 As redes metropolitanas (MANs) são aquelas instaladas em grandes cidades de regiões metropolitanas, para a interconexão de um grupo grande de usuários. As redes LAN (Local Area Network) interligam computadores presentes dentro de um mesmo espaço físico. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 66 DICA 153 Sentido das transmissões nas redes As informações que trafegam nas redes podem caminhar em somente um sentido ou em diferentes sentidos. Com base no sentido das informações, podemos falar em redes simplex, half-duplex ou full duplex: ▪ Simplex: as informações trafegam de modo unidirecional, isto é, os dados são transmitidos em um sentido único do transmissor para o receptor. As transmissões de TV e rádio utilizam transmissão Simplex. ▪ Half-Duplex: uma conexão half-duplex permite a transmissão de informações em dois sentidos, porém em um sentido de cada vez. Os walkie-talkies são exemplos de dispositivos que operam com half-duplex. ▪ Full-Duplex: é o modo de transmissão bidirecional simultâneo. Assim, cada extremidade da linha pode emitir e receber ao mesmo tempo, o que significa que a banda concorrida está dividida por dois para cada sentido de emissão dos dados. As redes de telefonia e as redes de computadores são exemplos de redes que geralmente operam com base em full-duplex. DICA 154 Topologias de rede A topologia de uma rede trata-se da forma como estão organizados os dispositivos na rede, da maneira como estão interconectados uns aos outros. Inicialmente vale mencionar que podemos falar em topologia física ou lógica: ▪ Topologia Física: mapeia a posição dos ativos de rede juntamente com o percurso físico dos cabos (mesmo que desabilitados) que os interligam. ▪ Topologia Lógica: mapeia o efetivo percurso da informação através da rede. Canais desabilitados não são considerados por esta topologia. DICA 155 Principais topologias de rede Ponto a ponto •União direta entre os dispositivos. •Cada nó funciona tanto como cliente quanto como servidor. Barramento •Nós conectados diretamente ao meio de transmissão linear, ou barramento. •Todos os dispositivos "escutam" o barramento. •Quanto maior o número de dispositivos, pior o desempenho. Anel •Nós conectados em uma estrutura completamente fechada. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 67 •Transmissão simplex. •Os dispositivos recebeme e retransmistem os dados (placas de redes ativas). Estrela •Presença de um nó central, a qual todos os demais estão conectados. •Permite o broadcast, que é o envio de mensagens para todos os receptores ao mesmo tempo. Árvore ou hierárquica •Dividida em níveis, em que o nível mais alto, está ligado a vários módulos do nível inferior da hierarquia. Malha •Nós conectados uns aos outros, ponto a ponto, podendo haver várias conexões entre eles formando uma malha. •As informações podem navegar na rede seguindo rotas diversas. Híbrida •Composição de outras topologias. DICA 156 Uma rede WiFi é uma rede local sem fio, em que os usuários transmitem/recebem pacotes para/de um ponto de acesso que, por sua vez, é conectado à Internet com fio. Um usuário de uma rede sem fio geralmente deve estar no espaço de alguns metros do ponto de acesso. A rede Wi-Fi é baseada no padrão IEEE 802.11, que fornece uma taxa de transmissão compartilhada de até 54 Mbps. DICA 157 O WiMAX ou padrão IEEE 802.16 funciona indepentemente de uma rede de telefonia celular e promete velocidades de 5 a 10 Mbps a distâncias superiores a dez quilômetros. DICA 158 O acesso à Internet a cabo utiliza-se da infraestrutura de televisão a cabo existente da empresa de TV a cabo. Essas redes de acesso necessitam de modems especiais, que dividem a rede em dois canais: um para transmissão (downstream) e um de recebimento (upstream). O cabo coaxial é utilizado para o nó da fibra ótica até a residência. DICA 159 O Modelo OSI (Open Systems Interconnection) é o modelo proposto pela ISO (International Organization for Standardization) como padrão para a comunicação entre diversos tipos de sistemas e equipamentos, garantindo a comunicação fim-a-fim. Utilizando o Modelo OSI é possível realizar comunicação entre máquinas distintas e definir diretivas genéricas para a elaboração de redes de computadores independente da tecnologia utilizada, sejam essas redes de curta, média ou longa distância. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 68 O Modelo OSI é composto por sete camadas, sendo que cada uma delas realizam determinadas funções. As camadas são: Aplicação (Application), Apresentação (Presentation), Sessão (Session), Transporte (Transport), Rede (Network), Dados (Data Link) e Física (Physical). DICA 160 O HTTP (HyperText Transfer Protocol) é um protocolo de camada de aplicação da Web que utiliza por padrão a porta 80. O HTTP é utilizado para sistemas de informação de hipermídia, distribuídos e colaborativos, sendo a base para a comunicação de dados da World Wide Web. O HTTP é o protocolo para a troca ou transferência de hipertexto. Hipertexto é o texto estruturado que utiliza ligações lógicas (hiperlinks) – entre nós contendo texto. DICA 161 O HTTPS (Hyper Text Transfer Protocol Secure) é uma implementação do protocolo HTTP sobre uma camada adicional de segurança que utiliza o protocolo SSL/TLS. Essa camada adicional permite que os dados sejam transmitidos por meio de uma conexão criptografada e que se verifique a autenticidade do servidor e do cliente por meio de certificados digitais. A porta TCP usada por norma para o protocolo HTTPS é a 443. DICA 162 FIQUE ATENTO(A)! O Windows possui um Firewall nativo. Sua finalidade é filtrar dados que entram e que saem de um computador e impedir que o sistema seja acessado por pessoas não autorizadas. *O Firewall é sim um RECURSO DE SEGURANÇA muito importante, mas não é uma ferramenta que resolva todos os problemas de segurança. ATENÇÃO! O Firewall não detecta vírus e outros softwares maliciosos, essa seria a função de um antivírus. O antivírus nativo do Windows 10 chama-se Windows Defender. DICA 163 Por padrão, arquivos excluídos são enviados para a lixeira do Windows. Existem 4 casos que são exceções, ou seja, nesses 4 casos os arquivos excluídos não são enviados para a lixeira e SÃO EXCLUÍDOS DEFINITIVAMENTE DO COMPUTADOR. Os 4 casos são: 1. Arquivos excluídos através da combinação SHIFT + Delete 2. Arquivos excluídos de mídias removíveis ou locais da rede 3. Programas desinstalados 4. Arquivos que possuem tamanho maior do que a capacidade de armazenamento da lixeira. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 69 DICA 164 Bitlocker to go é um recurso nativo do Windows 10 e que permite que um usuário criptografe o conteúdo de suas mídias removíveis para evitar que esse conteúdo seja acessado por pessoas não-autorizadas. DICA 165 O LINUX é um sistema operacional com um considerável número de utilizadores. Mesmo assim, o Windows ainda é utilizado na maioria esmagadora dos computadores. Isso se deve ao fato de, além de ser um sistema mais antigo, o Windows possui uma interface gráfica muito intuitiva, fácil de usar. Já o Linux, em seus primeiros anos de vida, exigia que o usuário executasse tarefas por meio da digitação de comandos e isso fez com que ele fosse alvo de um certo preconceito. Hoje em dia o Linux pode ser usado em modo texto ou modo gráfico. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08Memorex PF (Agente) - Rodada 01 7 Expectador (aquele que tem esperança, que espera, que tem expectativa) Espectador (aquele que assiste) Tachar (censurar, notar defeito em) Taxar (estabelecer o preço ou o imposto) Concerto (sessão musical) Conserto (reparo) Incipiente (principiante) Insipiente (ignorante) Cerrar (fechar) Serrar (cortar) Cheque (ordem de pagamento) Xeque (incidente no jogo de xadrez, contratempo) Espiar (espreitar) Expiar (sofrer pena ou castigo) DICA 12 SOBRE O USO DOS DOIS PONTOS: Os dois-pontos marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída. * Introduzir uma citação; * Introduzir um aposto explicativo, enumerativo, distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva; * Introduzir uma explicação ou enumeração após as expressões por exemplo, isto é, ou seja, a saber, como etc. * Marcar uma pausa entre orações coordenadas; * Marcar a invocação em correspondências. DICA 13 A VÍRGULA é utilizada para: * marcar inversões * separar termos coordenados (em enumeração) * Marcar elipse do verbo. Ex.: Eu prefiro arroz; ele, feijão. ATENÇÃO! QUESTÃO DE PROVA: QUEM MARCA A ELIPSE DO VERBO É A VÍRGULA E NÃO O PONTO E VÍRGULA, OK? NÃO CAIAM NESSA PEGADINHA! * Isolar vocativo * Isolar aposto (termo de natureza explicativa) e pode ser isolado também por travessões, parênteses ou por dois pontos. * Isolar expressões de natureza explicativa (ou seja, isto é, ou melhor, vale dizer, quer dizer etc.) Ex.: O Brasil é um país rico, ou seja, dispõe de muitos recursos naturais. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 8 DICA 14 O "E" DEPOIS DE VÍRGULA pode ocorrer pelos seguintes casos: * Determinando sujeitos diferentes. Ex.: os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais pobres. * Ter função diferente de adição. Ex.: Estudou muito, e ainda assim não passou no concurso. * Usar para dar ênfase na repetição. Ex.: e chora, e ri, e grita. DICA 15 SINAIS DE PONTUAÇÃO → RETICÊNCIAS ... São usadas para indicar: supressão de um trecho, interrupção na fala, ou dar ideia de continuidade ao segmento. → PARÊNTESES ( ) São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou para fazer simples indicações. Isolar informações acessórias as quais não se encaixam na sequência lógica do enunciado. ISOLAR REFLEXÃO, COMENTÁRIO, EXPLICAÇÃO PARALELA. Ex.: Em dezembro (nos EUA talvez seja o mês mais frio do ano), acendem-se lareiras nas casas dos americanos. → TRAVESSÃO * Indica a fala de um personagem no discurso direto. Ex.: Mariana disse: – Amigo, preciso pedir-lhe algo. * Isola um comentário no texto (sentença interferente). Ex.: Aquela pessoa – eu já havia falado isso – acabou de mostrar que tem péssimo caráter. * Isola um aposto na sentença. Minha prima – a dona da loja – ligou para você. * Reforçar a parte final de um enunciado: Ex.: Para passar no concurso você deve estudar muito – muito mesmo! Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 9 DICA 16 CASOS PROIBIDOS DO USO DA VÍRGULA 1- Não se usa vírgula entre sujeito e predicado. Termo pode vir intercalado entre vírgulas, entre o sujeito e predicado. Ex.: Quem ama não trai. sujeito predicado Ex.: As pessoas, que vivem em função do trabalho, não são felizes. → altera o sentido. CUIDADO!!! *com vírgula → todas as pessoas → generaliza *sem vírgula → restritiva é uma parte 2- Não se usa vírgula entre o verbo e seu complemento. Ex.: Informaram aos funcionários o ocorrido naquela ocasião. VTDI OI OD Adj. adv. 3- Não se separa por vírgula o nome de seu complemento, nem o nome de seu adjunto. Ex.: Um belo dia de calor escaldante (adj. Adn.) é frequente em países de clima tropical. Ex.2: A crítica do diretor aos funcionários foi vista como produtiva. Substantivo adj. Adn. CN Abstrato DICA 17 PONTO E VÍRGULA Notavelmente, o ponto e vírgula sugere uma pausa mais longa – encontra-se entre a vírgula (pequena pausa) e o ponto final (pausa final). É usado, dentre suas principais funções: * Para separar itens em uma enumeração. Muito comum nas legislações estudadas, não é?! Também receitas, livros didáticos, manuais de instrução, dentre outros. Ex.: “Art. 1º da CR/88. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político.” Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 10 * Na OMISSÃO DE VERBOS. EXPLICANDO... Nesse caso específico a omissão do verbo é marcada por uma vírgula, havendo pausa, anterior ao sujeito, esta será exatamente marcada pelo ponto e vírgula. VISUALIZANDO... Ex.: Eu prefiro museu; ele (sujeito anterior à pausa), (vírgula que substitui o verbo) teatro. Eu prefiro museu; ele, teatro. * Em casos de USO EXCESSIVO DA VÍRGULA EM PERÍODO LONGO. Nesta situação o ponto e vírgula será utilizado para separar as orações no período e a vírgula as outras pausas que aparecerem no meio das orações. DICA 18 ADJUNTOS ADVERBIAS DESLOCADOS: *CURTA EXTENSÃO → Vírgula facultativa. (Até 2 palavras) Ex.: Minutos depois, chega o funcionário do banco com outra chave digital. *LONGA EXTENSÃO → Vírgula obrigatória. (3 ou mais palavras) Ex.: Na reunião de ontem, os deputados federais aprovaram a lei. DICA 19 DITONGO (esclarecimento necessário ao tópico de acentuação gráfica. Ideia: otimizar o tempo do candidato) DITONGO → Conceito: Encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba. Encontro de duas vogais “juntas” na mesma sílaba. → Ditongo crescente: hipótese na qual a semivogal (“i” e “u”) vem antes da vogal. Ex.: His-tó-ria, sé-rie, qua-se. → Ditongo decrescente: Quando a vogal vem antes da semivogal. Ex.: cai-xa, pai, per-deu. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 11 DICA 20 * São ACENTUADOS: → monossílabos tônicos terminados em: a, e, o (seguidos ou não de “s”) + terminados nos ditongos abertos: éi (s), éu (s), ói (s) Ex.: já, pés, nós, céu, méis, dói. → oxítonas (palavras que apresentam a sílaba tônica na ÚLTIMA sílaba) terminados em: a, e, o (seguidos ou não de “s”) + terminados nos ditongos abertos: éi (s), éu (s), ói (s) + terminadas em: em e ens. ATENÇÃO! Alguns verbos, ao se combinarem com pronomes oblíquos, criam formas oxítonas ou monossilábicas que, portanto, devem ser acentuadas, pois acabam por assumir terminações contidas nas aludidas regras acima. Habitar + a = habitá-la Jogar + o = jogá-lo Escrever + la = escrevê-la QUESTÃO CESPE PARA ILUSTRAR! (Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: BNB Prova: CESPE - 2018 - BNB - Analista Bancário) ... “Os vocábulos “trás”, “é” e “nós” recebem acento gráfico em obediência à mesma regra de acentuação.” ... CERTO OU ERRADO? CERTOOOO! O QUE FOI DITO ACIMA? Os monossílabos tônicos terminados em: a, e, o (seguidos ou não de “s”) SÃO ACENTUADOS! DICA 21 * São ACENTUADAS: → paroxítonas (palavras cuja sílaba tônica é a PENÚLTIMA) terminadas em: L, I, R, N, UM, US, X, Ã (s), ÃO (s), PS, ON (s), ditongo (Crescente, decrescente) Ex.: amável, pólen, cadáver, tríceps, órfão, ímã, vírus, táxi, próton, bônus, fórum, Itália (ditongo), etc. * TODAS as paroxítonas são acentuadas, EXCETO as terminadasem – a, -e, -o, (s), éu, éi, ói, em, ens: Logo, não são acentuadas: polens, item, voo, creem, ideia, assembleia, etc. ATENÇÃO! NÃO SÃO MAIS ACENTUADAS PAROXÍTONAS QUE CONTENHAM DITONGO ABERTO! Ex.: ideia, estreia, assembleia, heroico, paranoico. (NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO) Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 12 ATENÇÃO2! NÃO SE EMPREGA MAIS O ACENTO NAS PAROXÍTONAS TERMINANADAS EM “OO”. Ex.: voo, abençoo, enjoo. DICA 22 TODAS as PROPAROXÍTONAS (Palavras cuja sílaba tônica é a ANTEPENÚLTIMA) são ACENTUADAS! Ex.: médico, ínterim, ímprobo, física, matemática, lúdico, ártico, etc. DICA 23 * No caso de HIATO (encontro de vogais em sílabas diferentes, portanto pronunciados separadamente), acentuam-se o “I” e “U”, quando representam a sua segunda vogal tônica, DESDE DE QUE ESTEJAM SOZINHOS OU ACOMPANHADOS DE “S”, além de DESACOMPANHADOS DE “R”, “M”, “NH” e “Z”. Ex.: sa-í-da, ba-la-ús-tre, sa-ú-de, etc. → JU – IZ (seguido de Z, não se acentua!) x JU – Í - ZES DICA 24 ACENTOS DIFERENCIAIS *pôr (verbo) *pôde (passado) *têm (plural) *vêm (plural) *fôrma (facultativo) DICA 25 PALAVRAS QUE NÃO SÃO MAIS ASSINALADAS COM O ACENTO GRÁFICO: PARA (VERBO) PARA (PREPOSIÇÃO) PELA (VERBO E SUSTANTIVO) PELA (a união da preposição com o artigo) PELO (VERBO) PELO (SUBSTANTIVO) POLO (EXTREMIDADE) POLO (FILHOTE DE GAVIÃO ou a união antiga e popular de “por” e “lo”) PERA (SUBSTANTIVO) PERA (PREPOSIÇÃO ARCAICA que significa “para”) ENFIM, PARA FACILITAR: SÓ LEMBRAR QUE NÃO SÃO MAIS ACENTUADAS CONFORME O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO! Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 13 CONTABILIDADE GERAL DICA 26 Teoria da Contabilidade A Contabilidade é uma ciência social aplicada concebida para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer entidade. A Contabilidade prática diz respeito a escrituração e registros das operações de uma entidade em livros mantidos para essa finalidade. Já a Contabilidade teórica estabelece princípios e regras de conduta a serem seguidos pelos profissionais para aprimorar e uniformizar os procedimentos contábeis. DICA 27 Contabilidade: Objeto, Objetivo, Finalidade e Campo de Aplicação A Contabilidade é uma ciência social e possui alguns aspectos fundamentais que não podem ser confundidos: → Objeto: Patrimônio das entidades. → Objetivo: Controlar o patrimônio. → Finalidade: Fornecer informações contábeis aos usuários. → Campo de Aplicação: Aziendas (entidades econômico-administrativas), com ou sem fins lucrativos. OBS: A CESPE algumas vezes considera objetivo e finalidade como sinônimos. DICA 28 Ciclo Contábil O ciclo contábil são os procedimentos usados para identificar, classificar, mensurar e registrar as informações contábeis de uma empresa. O ciclo contábil possui cinco fases: captação, reconhecimento, processo de acumulação, sumarização e evidenciação. → Captação: Colher dados que afetam o patrimônio da entidade (análise de documentos). → Reconhecimento: Questionar os atos e fatos contábeis e decidir se devem ser reconhecidos ou não. → Processo de acumulação: Organizar e estruturar os dados reconhecidos. → Sumarização: Transformar os dados em informações úteis. → Evidenciação: Divulgar as informações contábeis aos usuários. DICA 29 Atos e Fatos Administrativos Atos administrativos: São atos de gestão, que não provocam alterações no patrimônio da entidade. Ex: planejamento operacional, elaboração de parecer, etc. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 14 Fatos Administrativos (ou Contábeis): São fatos que provocam alterações em elementos do patrimônio ou do resultado. Ex: compra de veículo, pagamento de impostos. Os fatos administrativos podem ser: permutativos, modificativos ou mistos. DICA 30 Fatos Permutativos para o CESPE A banca CESPE trata fatos administrativos que aumentam ou diminuem o PL, mas não envolvem contas de Resultado como fatos permutativos. É um entendimento diferente de outras bancas, portanto, muita atenção. Veja alguns exemplos: Integralização de Capital D- Caixa (Ativo Circulante) C- Capital Social a Integralizar (PL) Distribuição de Lucros D- Lucros Acumulados (PL) C- Dividendos a Pagar (Passivo Circulante) DICA 31 LIVRO CAIXA O livro caixa é responsável por escriturar operações que envolvem pagamento e recebimento de dinheiro. Neste, é informado o histórico completo das operações e deve ser escriturado quase simultaneamente com as operações, diferente da conta “Caixa” no Razão, que não apresenta maiores informações sobre o histórico da transação como o livro caixa. DICA 32 REGIME DE COMPETÊNCIA E REGIME DE CAIXA De acordo com o regime de competência de exercícios, as receitas e as despesas são consideradas em função do seu fato gerador e não em função do recebimento da receita ou pagamento da despesa, em dinheiro. As receitas de um exercício são aquelas ganhas nesse período, não importando se tenham sido recebidas efetivamente ou não. Da mesma forma, as despesas de um exercício são aquelas incorridas nesse período, não importando se tenham sido pagas ou não. Já no regime de caixa são consideradas as receitas e despesas do exercício que foram efetivamente recebidas e pagas dentro deste período. DICA 33 Fórmulas de Lançamento A fórmula de lançamento é definida pelo número de contas debitadas ou creditadas. Lançamento de 1ª Fórmula 1 conta debitada e 1 conta creditada. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 15 Exemplo: Pagamento de duplicata na data de vencimento. D- Bancos (Ativo Circulante) C- Duplicatas a pagar (Passivo Circulante) Lançamento de 2ª Fórmula 1 conta debitada e 2 ou mais contas creditadas. Exemplo: Compra de veículo de R$50.000,00 sendo 50% à vista, e 50% em 60 dias. D- Veículos (Ativo Imobilizado): 50.000,00 C- Bancos (Ativo Circulante): 25.000,00 C- Contas a pagar (Passivo Circulante): 25.000,00 Lançamento de 3ª Fórmula 2 ou mais contas debitadas e 1 conta creditada. Exemplo: Pagamento de fornecedores em atraso (com juros). D- Fornecedores (Passivo Circulante) D- Juros passivos (Resultado) C- Bancos (Ativo Circulante) Lançamento de 4ª Fórmula 2 ou mais contas debitadas e 2 ou mais contas creditadas. Exemplo: Compra de máquinas e móveis com pagamento em dinheiro e cheque. D- Máquinas (Ativo Imobilizado) D- Móveis (Ativo Imobilizado) C- Caixa (Ativo Circulante) C- Bancos (Ativo Circulante) DICA 34 Formalidades Exigidas na Escrituração do LIVRO DIÁRIO A escrituração do Livro Diário exige que se cumpram formalidades extrínsecas (relativas à forma) e intrínsecas (relativas ao conteúdo): Formalidades Extrínsecas: → Ser encadernado com páginas numeradas; → ser registrado na Junta Comercial do Estado ou Cartório de Registro de Títulos e Documentos; → ser rubricado em todas as páginas por funcionário da Junta ou Cartório; Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 16 → possuir Termo de Abertura e Encerramento, assinados por Contabilista responsável. Formalidades Intrínsecas: → Registros em ordem cronológica; → não podem possuir borrões, rasuras ou emendas; → não são permitidos espaços em branco, ocupação de margens ou entrelinhas; → devem seguir método uniforme de escrituração do início ao fim. DICA 35 Afirmações gerais sobre regime de competência, regime de caixa e livros contábeis No regime de competência, as receitas são reconhecidasquando são ganhas, mesmo que não recebidas. Em outras palavras, as receitas são reconhecidas no momento em que são geradas (ganhas) e as despesas são reconhecidas no momento em que são incorridas, independentemente de ocorrer ou não a movimentação de recursos financeiros. De acordo com o regime de caixa as receitas e as despesas são consideradas em função dos recebimentos ou dos pagamentos. No lançamento em livro diário deve-se descrever o valor do débito e do crédito e não o saldo da conta. No livro razão, o confronto dos créditos e dos débitos denomina-se saldo. É um livro de registro da conta, ou seja, é a representação gráfica da conta (cada conta é uma página do livro). Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 17 ESTATÍSTICA DICA 36 Amostragem Probabilística x Não Probabilística → Na amostragem probabilística, não há interferência do responsável na seleção da amostra (imparcialidade). Há como calcular a probabilidade de cada elemento da população pertencer a amostra. → Na amostragem não probabilística, há parcialidade do responsável, também é chamada de amostra determinística. → O ideal é que, pelas características do tipo de amostra, você consiga determinar se ela é probabilística ou não. De qualquer forma os exemplos são: ✓ Probabilística: amostragem aleatória simples, por estratos, por conglomerados e sistemática. ✓ Não Probabilística: amostragem por conveniência, julgamento e cotas. → Há situações em que o ideal é uma amostragem Probabilística, e outras em que se encaixa melhor uma amostra Não Probabilística. DICA 37 Teoria da Estimação → A estimação é uma técnica utilizada para determinar estimativas de parâmetros populacionais. Neste método, utiliza-se dados amostrais para prever valores de parâmetros populacionais que ainda não são conhecidos. ✓ ESTIMAÇÃO PONTUAL • Nesta estimação o parâmetro populacional é obtido através de um único número. Este número tende a ser bem próximo do verdadeiro valor do parâmetro. • Existem dois tipos de estimação de um parâmetro populacional: estimação por ponto e a estimação por intervalo. • Como é uma estimativa baseada em um único ponto, não é possível julgar a magnitude do erro que podemos estar cometendo. ✓ ESTIMAÇÃO POR INTERVALO • Essa estimativa busca determinar um intervalo que possua o valor do parâmetro populacional, obtendo através desta uma margem de segurança razoável, onde é possível julgar se estamos ou não cometendo um erro de amostragem. ✓ INTERVALO DE CONFIANÇA • Na estimativa por intervalo de confiança é possível determinar dois limites para a amostragem populacional, ou seja, temos aqui uma margem de erro conhecida. • Quando a margem de erro é baixa, temos que o nível de confiança daquela pesquisa ou amostra é alto. Caso a margem de erro seja alta, a confiança tende a ser menor. • Geralmente esses intervalos de confiança são expressos assim: (1 – a), onde a é o grau de desconfiança. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 18 • Encontramos em nosso dia a dia, desta forma α = grau de desconfiança, nível de incerteza ou nível de significância. 1-α = coeficiente de confiança ou nível de confiabilidade; DICA 38 Teste de Hipóteses → O teste de Hipótese é utilizado no dia a dia para a tomada de decisões. Quando estamos diante de um teste de hipóteses, devemos examinar as duas possibilidades possíveis que fará com que se aceite ou rejeite uma alegação sobre determinada população de acordo com as evidências obtidas por uma amostra de dados. → Dentro do teste de hipóteses temos as hipóteses estatísticas, o qual podemos definir como uma suposição de um parâmetro populacional, ou seja, iremos pegar uma amostra e buscar os parâmetros daquela amostra. Iremos calcular através da amostra se esta hipótese deve ser aceita ou rejeitada. → Para testarmos um parâmetro populacional, teremos uma hipótese que seja falsa e outra que seja verdadeira. Essas duas hipóteses são chamadas de hipótese nula e hipótese alternativa. DICA 39 RAMOS DA ESTATÍSTICA A Estatística se divide em dois ramos principais: a) Estatística Descritiva (ou Dedutiva): tem por objetivo descrever um conjunto de dados, resumindo as suas informações principais. Fazem parte deste ramo tanto as técnicas para coletar os dados (técnicas de amostragem) quanto as técnicas para o cálculo dos principais parâmetros (características) daquele grupo de dados coletados. Também fazem parte deste ramo da Estatística as técnicas para a apresentação de dados em tabelas e gráficos, bem como o cálculo de medidas utilizadas para resumir estes dados (média, moda, mediana, desvio padrão, etc.). b) Estatística Inferencial (ou Indutiva): tem por objetivo inferir/induzir, a partir das informações de um conjunto de dados (amostra), informações sobre um conjunto mais amplo (população). A teoria da Probabilidade faz parte deste ramo, pois nela o nosso objetivo é, a partir do conhecimento de um fenômeno (ex.: lançamento de um dado), inferir possíveis resultados para a ocorrência de um determinado evento. Também fazem parte da estatística inferencial os testes de hipóteses, que visam obter conclusões sobre uma população a partir da análise de um subconjunto desta (amostra). DICA 40 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS DE ESTATÍSTICA - População: é o conjunto de todas as entidades sob estudo. - Censo: quando efetuamos o censo de uma população, analisamos todos os indivíduos que compõem aquela população. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 19 - Amostra: em muitos casos é inviável, custoso ou desnecessário, observar um por um dos membros de uma determinada população. - Variável: é um atributo ou característica (ex: sexo, altura, salário etc.) dos elementos de uma população que pretendemos avaliar. - Observação: trata-se do valor que a variável assume para um determinado membro da população. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 20 LEGISLAÇÃO ESPECIAL DICA 41 LEI Nº. 11.343/06 (DROGAS) – inclusões trazidas pelo pacote anticrime Art. 28. Quem ADQUIRIR, GUARDAR, TIVER EM DEPÓSITO, TRANSPORTAR OU TROUXER CONSIGO, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - ADVERTÊNCIA sobre os efeitos das drogas; II – PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE; (prazo máximo aplicação da pena: 5 meses, ou 10 meses (reincidência). III - MEDIDA EDUCATIVA de comparecimento a programa ou curso educativo. (prazo máximo aplicação da pena: 5 meses, ou 10 meses (reincidência). ***PRESCRIÇÃO: 2 ANOS (imposição e execução das penas), aplicando-se as causas de interrupção previstas no CP. ***AGENTE QUE SE RECUSA INJUSTIFICADAMENTE A CUMPRIR AS MEDIDAS DO ART. 28: o juiz PODE submetê-lo, sucessivamente, a admoestação verbal e multa. § 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, SEMEIA, CULTIVA OU COLHE PLANTAS destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. § 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. DICA 42 ATENÇÃO! O STF possui o entendimento que o art. 28 da Lei de Drogas DESPENALIZOU a posse de drogas para uso pessoal. Contudo, as condutas previstas no dispositivo não deixaram de ser criminosas. (Recurso Extraordinário 430.105-9-RJ) DICA43 TRÁFICO DE DROGAS PRIVILEGIADO → É privilegiado o tráfico quando o agente é primário, tem bons antecedentes, não se dedica às atividades criminosas e não integra organização criminosa. Nessa hipótese, descrita no art. 33, § 4º, da Lei de Drogas, a pena do réu será reduzida de 1/6 a 2/3. OBS.1: “Atividades criminosas” mencionadas no artigo acima indicado não precisam estar relacionadas com o tráfico de drogas. OBS.2: O STF, em sede de controle difuso, declarou inconstitucional a vedação da conversão da pena do tráfico privilegiado em penas restritivas de direitos (Habeas Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 21 Corpus nº 97.256/RS). E, com isso, o Senado editou a Resolução nº 5/2012: “Art. 1º É suspensa a execução da expressão "vedada a conversão em penas restritivas de direitos" do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal nos autos do Habeas Corpus nº 97.256/RS”. DICA 44 - TRÁFICO INTERESTADUAL Súmula 587, STJ: Para a incidência da majorante prevista no artigo 40, V, da Lei 11.343/06, é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre estados da federação, SENDO SUFICIENTE A DEMONSTRAÇÃO INEQUÍVOCA DA INTENÇÃO DE REALIZAR O TRÁFICO INTERESTADUAL. - TRÁFICO TRANSNACIONAL Súmula 607, STJ: A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei 11.343/06) se configura com a prova da destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a transposição de fronteiras. DICA 45 INTERNAÇÃO (LEI DE DROGAS) – NOVIDADE TRAZIDA PELO PACOTE ANTICRIME VOLUNTÁRIA - aquela que se dá com o consentimento do dependente de drogas; - deverá ser precedida de declaração escrita da pessoa solicitante de que optou por este regime de tratamento; - seu término dar-se-á por determinação do médico responsável ou por solicitação escrita da pessoa que deseja interromper o tratamento. INVOLUNTÁRIA - aquela que se dá, sem o consentimento do dependente, a pedido de familiar ou do responsável legal OU, NA ABSOLUTA FALTA DESTE, de servidor público da área de saúde, da assistência social ou dos órgãos públicos integrantes do Sisnad, com exceção de servidores da área de segurança pública, que constate a existência de motivos que justifiquem a medida; Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 22 - deve ser realizada após a formalização da decisão por médico responsável; II - será indicada depois da avaliação sobre o tipo de droga utilizada, o padrão de uso e na hipótese comprovada da impossibilidade de utilização de outras alternativas terapêuticas previstas na rede de atenção à saúde; III - perdurará apenas pelo tempo necessário à desintoxicação, no prazo máximo de 90 (noventa) dias, tendo seu término determinado pelo médico responsável; IV - a família ou o representante legal poderá, a qualquer tempo, requerer ao médico a interrupção do tratamento. DICA 46 DA INVESTIGAÇÃO NO CRIME DE DROGAS – PRISÃO EM FLAGRANTE • Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas. • Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea. • O perito que subscrever o laudo não ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo. • Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade formal do laudo de constatação e determinará a destruição das drogas apreendidas, guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo. • A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária. DICA 47 CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL (drogas) INDICIADO PRESO Prazo de 30 (trinta) dias INDICIADO SOLTO Prazo de 90 (trinta) dias Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 23 DICA 48 É ISENTO DE PENA o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, INTEIRAMENTE INCAPAZ DE ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO FATO OU DE DETERMINAR-SE DE ACORDO COM ESSE ENTENDIMENTO. (art. 45) DICA 49 LEIS PENAIS NO TEMPO – LEI DE DROGAS Em relação a sucessão de leis penais no tempo (art. 5º,XL, CF), foi consolidado pelo STJ na súmula 501 o entendimento de que não se admite a combinação da antiga Lei nº 6.368/76 com o privilégio contido no §4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006, que prevê sobre o crime de tráfico. Art. 33 (...) § 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. Súmula 501 STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis. Neste caso, o magistrado deve analisar casualmente para definir qual das leis é mais vantajosa ao acusado. DICA 50 AGENTE POLICIAL DISFARÇADO – PACOTE ANTICRIME Segundo o art. 33, §1º, IV: Art. 33 (...) § 1º Nas mesmas penas incorre quem: IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) A conduta do policial disfarçado deve ser analisada com cuidado e precedida de elementos prévios de investigação. Em muitos casos o agente policial induz o agente a praticar o crime, logo não haverá crime pelo fato de um flagrante ter sido provocado, aplicando-se aí a súmula 145 do STF: “Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”. Portanto, para a descaracterização do crime do agente policial disfarçado devem estar presentes os seguintes requisitos: Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 24 ➢ O policial tem que ser o agente provocador; e ➢ Elementos prévios de informação. DICA 51 INDUZIR, INSTIGAR OU AUXILIAR ALGUÉM AO USO INDEVIDO DE DROGA O art. 33, §2º da Lei de Drogas traz o tipo penal de induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga. Induzir significa criar uma ideia que até então era inexistente, instigar significa fomentar uma ideia já existente, já auxiliar significa promover a ajuda, criar os meios. ***O STF ao analisar a ADPF 187/DF entendeu que a manifestação da marcha da maconha não configura o tipo penal mencionado, mas constitui o direito de livre exercício de direito de reunião e exposição do pensamento. Nada obstante, para que estes movimentos sejam realizados deve haver: ➢ Reunião pacífica e sem armas, previamente notificada a autoridade, sem incitação à violência; ➢ Não pode haver incitação, incentivo ou estímulo ao consumo de entorpecentes; ➢ Não pode haver consumo de entorpecente, apenas manifestaçãodo pensamento; e ➢ Não podem participar crianças e adolescente. DICA 52 CONDUÇÃO DE EMBARCAÇÃO OU AERONAVE APÓS O CONSUMO DE DROGAS Segundo o art. 39 da Lei de Drogas é crime “conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa”. Neste sentido, configura-se crime quando o agente expõe um terceiro ao perigo. A autocolocação em risco, após o consumo de drogas, não é passível de punição. As penas previstas são de privação de liberdade, apreensão do veículo, cassação da habilitação ou proibição de obtê-la e multa. DICA 53 ART. 44 - LEI DE DROGAS O art. 44 da Lei de drogas prevê que “os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos. Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico”. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 25 MUITA ATENÇÃO! O STF declarou inconstitucional o trecho do artigo “vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos”. Em atenção ao princípio da individuação da pena entendeu-se que pode haver SIM conversão da pena em restritivas de direito, bem como o regime inicial fechado NÃO é obrigatório. DICA 54 LEI Nº 13.445/2017 – LEI DE MIGRAÇÃO VAMOS COMEÇAR COM ALGUNS CONCEITOS ESCLARECEDORES! ➢ Migrante: Deslocamento dentro de um espaço geográfico; ➢ Imigrante: Estrangeiro ou Apátrida que está no Brasil por tempo definitivo ➢ Emigrante: Brasileiro que vai para o exterior ➢ Apátrida: Não tem nacionalidade reconhecida por ninguém ➢ Residente fronteiriço: Mora no exterior, mas em região de fronteira ➢ Visitante: Passeando DICA 55 DOS PRINCÍPIOS E GARANTIAS Art. 3º, da Lei nº. 13.445/17. A política migratória brasileira rege-se pelos seguintes princípios e diretrizes: I - universalidade, indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos; II - repúdio e prevenção à xenofobia, ao racismo e a quaisquer formas de discriminação; III - não criminalização da migração; IV - não discriminação em razão dos critérios ou dos procedimentos pelos quais a pessoa foi admitida em território nacional; V - promoção de entrada regular e de regularização documental; VI - acolhida humanitária; VII - desenvolvimento econômico, turístico, social, cultural, esportivo, científico e tecnológico do Brasil; VIII - garantia do direito à reunião familiar; IX - igualdade de tratamento e de oportunidade ao migrante e a seus familiares; X - inclusão social, laboral e produtiva do migrante por meio de políticas públicas; XI - acesso igualitário e livre do migrante a serviços, programas e benefícios sociais, bens públicos, educação, assistência jurídica integral pública, trabalho, moradia, serviço bancário e seguridade social; Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 26 XII - promoção e difusão de direitos, liberdades, garantias e obrigações do migrante; XIII - diálogo social na formulação, na execução e na avaliação de políticas migratórias e promoção da participação cidadã do migrante; XIV - fortalecimento da integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, mediante constituição de espaços de cidadania e de livre circulação de pessoas; XV - cooperação internacional com Estados de origem, de trânsito e de destino de movimentos migratórios, a fim de garantir efetiva proteção aos direitos humanos do migrante; XVI - integração e desenvolvimento das regiões de fronteira e articulação de políticas públicas regionais capazes de garantir efetividade aos direitos do residente fronteiriço; XVII - proteção integral e atenção ao superior interesse da criança e do adolescente migrante; XVIII - observância ao disposto em tratado; XIX - proteção ao brasileiro no exterior; XX - migração e desenvolvimento humano no local de origem, como direitos inalienáveis de todas as pessoas; XXI - promoção do reconhecimento acadêmico e do exercício profissional no Brasil, nos termos da lei; e XXII - repúdio a práticas de expulsão ou de deportação coletivas. DICA 56 Art. 4º, da Lei nº. 13.445/17. Ao migrante é garantida no território nacional, em condição de igualdade com os nacionais, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, bem como são assegurados: I - direitos e liberdades civis, sociais, culturais e econômicos; II - direito à liberdade de circulação em território nacional; III - direito à reunião familiar do migrante com seu cônjuge ou companheiro e seus filhos, familiares e dependentes; IV - medidas de proteção a vítimas e testemunhas de crimes e de violações de direitos; V - direito de transferir recursos decorrentes de sua renda e economias pessoais a outro país, observada a legislação aplicável; Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 27 VI - direito de reunião para fins pacíficos; VII - direito de associação, inclusive sindical, para fins lícitos; VIII - acesso a serviços públicos de saúde e de assistência social e à previdência social, nos termos da lei, sem discriminação em razão da nacionalidade e da condição migratória; IX - amplo acesso à justiça e à assistência jurídica integral gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; X - direito à educação pública, vedada a discriminação em razão da nacionalidade e da condição migratória; XI - garantia de cumprimento de obrigações legais e contratuais trabalhistas e de aplicação das normas de proteção ao trabalhador, sem discriminação em razão da nacionalidade e da condição migratória; XII - isenção das taxas de que trata esta Lei, mediante declaração de hipossuficiência econômica, na forma de regulamento; XIII - direito de acesso à informação e garantia de confidencialidade quanto aos dados pessoais do migrante, nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 ; XIV - direito a abertura de conta bancária; XV - direito de sair, de permanecer e de reingressar em território nacional, mesmo enquanto pendente pedido de autorização de residência, de prorrogação de estada ou de transformação de visto em autorização de residência; e XVI - direito do imigrante de ser informado sobre as garantias que lhe são asseguradas para fins de regularização migratória. § 1º Os direitos e as garantias previstos nesta Lei serão exercidos em observância ao disposto na Constituição Federal, independentemente da situação migratória, observado o disposto no § 4º deste artigo, e não excluem outros decorrentes de tratado de que o Brasil seja parte. DICA 57 DA ENTRADA E DA SAÍDA NO TERRITÓRIO NACIONAL Art. 39, da Lei nº. 13.445/17. O viajante deverá permanecer em área de fiscalização até que seu documento de viagem tenha sido verificado, salvo os casos previstos em lei. Art. 40, da Lei nº. 13.445/17. Poderá ser autorizada a ADMISSÃO EXCEPCIONAL NO PAÍS de pessoa que se encontre em uma das seguintes condições, desde que esteja de posse de documento de viagem válido: I - não possua visto; II - seja titular de visto emitido com erro ou omissão; Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 28 III - tenha perdido a condição de residente por ter permanecidoausente do País na forma especificada em regulamento e detenha as condições objetivas para a concessão de nova autorização de residência; IV - (VETADO); ou V - seja criança ou adolescente desacompanhado de responsável legal e sem autorização expressa para viajar desacompanhado, independentemente do documento de viagem que portar, hipótese em que haverá imediato encaminhamento ao Conselho Tutelar ou, em caso de necessidade, a instituição indicada pela autoridade competente. Parágrafo único. Regulamento poderá dispor sobre outras hipóteses excepcionais de admissão, observados os princípios e as diretrizes desta Lei. Art. 41. A entrada condicional, em território nacional, de pessoa que não preencha os requisitos de admissão poderá ser autorizada mediante a assinatura, pelo transportador ou por seu agente, de termo de compromisso de custear as despesas com a permanência e com as providências para a repatriação do viajante. DICA 58 DESEMBARQUE PERMITIDO POR MOTIVO DE FORÇA MAIOR Art. 42, da Lei nº. 13.445/17. O tripulante ou o passageiro que, por motivo de força maior, for obrigado a interromper a viagem em território nacional poderá ter seu desembarque permitido mediante termo de responsabilidade pelas despesas decorrentes do transbordo. ATENÇÃO! Mesmo não preenchendo os requisitos de admissão, o passageiro ou tripulante poderá ter entrada autorizada. É o caso por exemplo, de uma pessoa que está sobrevoando o território nacional e sofre um ataque cardíaco. DICA 59 MEDIDAS SANITÁRIAS Art. 43, da Lei nº. 13.445/17. A autoridade responsável pela fiscalização contribuirá para a aplicação de medidas sanitárias em consonância com o Regulamento Sanitário Internacional e com outras disposições pertinentes. FIQUEM ATENTOS a este dispositivo, tendo haja vista a pandemia do coronavírus. DICA 60 IMPEDIMENTOS DE INGRESSO Art. 45, da Lei nº. 13.445/17. PODERÁ ser impedida de ingressar no País, após entrevista individual e mediante ato fundamentado, a pessoa: I - anteriormente expulsa do País, enquanto os efeitos da expulsão vigorarem; Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 29 II - condenada ou respondendo a processo por ato de terrorismo ou por crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto nº 4.388, de 25 de setembro de 2002; III - condenada ou respondendo a processo em outro país por crime doloso passível de extradição segundo a lei brasileira; IV - que tenha o nome incluído em lista de restrições por ordem judicial ou por compromisso assumido pelo Brasil perante organismo internacional; V - que apresente documento de viagem que: a) não seja válido para o Brasil; b) esteja com o prazo de validade vencido; ou c) esteja com rasura ou indício de falsificação; VI - que não apresente documento de viagem ou documento de identidade, quando admitido; VII - cuja razão da viagem não seja condizente com o visto ou com o motivo alegado para a isenção de visto; VIII - que tenha, comprovadamente, fraudado documentação ou prestado informação falsa por ocasião da solicitação de visto; ou IX - que tenha praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na Constituição Federal. MUITA ATENÇÃO AO PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO ESTUDADO!!! Parágrafo único. Ninguém será impedido de ingressar no País por motivo de raça, religião, nacionalidade, pertinência a grupo social ou opinião política. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 30 NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO DICA 61 Teoria da culpa civil – teoria da responsabilidade subjetiva Após a superação da distinção entre os atos de império e de gestão para fins de responsabilização do Estado, emergiu a teoria da culpa civil, ou da responsabilidade subjetiva. Por essa teoria, a responsabilidade do Estado dependia da comprovação de dolo ou, pelo menos, a culpa na conduta do agente estatal. Assim, a responsabilização do Estado, isto é, o dever de indenizar danos causados a terceiros, dependia da comprovação de dolo ou culpa (negligência, imprudência ou imperícia), cabendo ao particular prejudicado o ônus de comprovar a existências desses elementos subjetivos. DICA 62 Teoria da culpa administrativa A teoria da culpa administrativa, também conhecida como culpa do serviço ou culpa anônima (faute du servisse) é a primeira teoria publicista, representando a transição entre a doutrina subjetiva da culpa civil e a responsabilidade objetiva adotada atualmente na maioria dos países ocidentais. Por essa teoria, a culpa é do serviço e não do agente, por isso que a responsabilidade do Estado independe da culpa subjetiva do agente. A culpa administrativa se aplica em três situações: a) o serviço não existiu ou não funcionou, quando deveria funcionar; b) o serviço funcionou mal; ou c) o serviço atrasou. Em qualquer uma dessas situações, ocorrerá a culpa do serviço (culpa administrativa, culpa anônima), implicando a responsabilização do Estado independentemente de qualquer culpa do agente. DICA 63 Teoria do risco administrativo Pela teoria do risco, basta a relação entre o comportamento estatal e o dano sofrido pelo administrado para que surja a responsabilidade civil do Estado, desde que o particular não tenha concorrido para o dano. Ela representa o fundamento da responsabilidade objetiva ou sem culpa do Estado. Essa teoria surge de dois aspectos: a) a atividade estatal gera um potencial risco para os administrados; b) é necessário repartir tanto os benefícios da atuação estatal quanto os encargos suportados por alguns, pelos danos decorrentes dessa atuação (solidariedade social). Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 31 Dessa forma, se um particular for prejudicado pela atuação estatal, os danos decorrentes deverão ser compartilhados por toda a sociedade, justificando o direito à indenização custeada pelo Estado. Nesse caso, não é preciso cogitar se o serviço funcionou, se funcionou mal, se demorou ou se não existiu, uma vez que se presume culpa da Administração. Além disso, não se questiona se houve culpa ou dolo do agente, se o comportamento foi lícito ou ilícito, se o serviço funcionou bem ou mal. Basta que seja evidenciado o nexo de causalidade entre o comportamento estatal e o dano sofrido pelo terceiro para se configurar a responsabilidade civil do Estado. Pode-se dizer ainda que se exige a presença de três requisitos para gerar a responsabilidade do Estado: a) dano; b) conduta administrativa – fato do serviço; e c) nexo causal. DICA 64 Critérios definidores da competência A norma define a competência dos agentes públicos segundo alguns critérios de distribuição e organização, quais sejam: → Matéria: a competência é definida segundo a especificidade da função a ser exercida. Exemplo: na esfera federal, cada Ministério possui competência para tratar de determinada matéria (saúde, educação, cultura, economia etc.). → Hierarquia: as competências são escalonadas de acordo com seu nível de complexidade e responsabilidade. Assim, por esse critério, as competências mais complexas e de maior responsabilidade são atribuídas aos agentes de plano hierárquico mais elevado. → Lugar: a competência é distribuída entre órgãos localizados em pontos territoriais distintos. Inspira-se na necessidade de descentralização ou desconcentração territorial das atividades administrativas. Exemplo: determinadas competências da Receita Federal são desempenhadas por Superintendências espalhadas nos Estados-membros. → Tempo: a competência é conferida por determinadoperíodo. Exemplo: a competência do servidor público tem início a partir da investidura legal e término com o fim do exercício da função pública. → Fracionamento: a competência é distribuída por diversos órgãos ou agentes, cuja manifestação é imprescindível para a completa formação do ato. Trata-se dos chamados atos complexos. Exemplo: a redução de alíquotas de IPI para alguns refrigerantes depende da aprovação do Ministério da Agricultura e do Ministério da Fazenda. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 32 DICA 65 A doutrina ensina que o elemento competência apresenta as seguintes características: → É de exercício obrigatório: trata-se de um poder-dever do agente público, não sendo exercido por sua livre conveniência, mas sim para a satisfação do interesse público. → É irrenunciável: em respeito ao princípio da indisponibilidade do interesse público, o administrador atua em nome e interesse da coletividade, não podendo renunciar àquilo que não lhe pertence. Todavia, a irrenunciabilidade não impede que a Administração Pública transfira a execução de uma tarefa, isto é, delegue o exercício da competência para fazer algo. A delegação, de toda sorte, implica transferir apenas o exercício, eis que a titularidade da competência continua a pertencer a seu ‘proprietário’ (autoridade delegante). → É intransferível ou inderrogável: não se admite transação de competência, ou seja, a competência não pode ser transmitida por mero acordo entre as partes. Uma vez fixada em norma expressa, a competência deve ser rigidamente observada por todos. Mesmo quando se permite a delegação, é preciso um ato formal que registre a prática. Essa característica também decorre do princípio da indisponibilidade do interesse público. → É imodificável por mera vontade do agente: só quem pode modificar competência primária é a lei ou a Constituição. → É imprescritível: mesmo quando não utilizada, não importa por quanto tempo, o agente continuará sendo competente, ou seja, ele não perderá sua competência simplesmente pelo fato de não utilizá-la. → É improrrogável: o fato de um órgão ou agente incompetente praticar um ato não faz com que ele passe a ser considerado competente. Em outras palavras, o mero decurso do tempo não muda a incompetência em competência. Para a alteração da competência, registre-se, é necessária a edição de norma que especifique quem agora passa a dispor da competência. → Pode ser delegada ou avocada, desde que não haja impedimento legal. DICA 66 Vícios de objeto Como visto, o objeto é o efeito jurídico imediato produzido pelo ato. Ocorrerá vício do objeto quando este for: → Proibido pela lei; por exemplo, um Município que desaproprie bem imóvel da União. → Com conteúdo diverso do previsto na lei para aquela situação; por exemplo, a autoridade aplica a pena de suspensão, quando cabível a advertência; a autoridade suspende servidor por 120 dias, quando a lei prevê que a suspensão será por, no máximo, 90 dias. → Impossível, porque os efeitos pretendidos são irrealizáveis, de fato ou de direito; por exemplo, a nomeação para um cargo inexistente; a instalação de antena de concessionária em terreno pantanoso; a desapropriação de terras produtivas pela União para fins de Reforma Agrária. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 33 → Imoral; por exemplo, a emissão de parecer sob encomenda, contrário ao entendimento de quem o elabora. → Incerto em relação aos destinatários, às coisas, ao tempo, ao lugar; por exemplo, desapropriação de bem não definido com precisão. O vício de objeto é insanável, ou seja, invariavelmente acarreta a nulidade do ato. DICA 67 Para atingir seus objetivos, o poder de polícia é exercido por meio de três técnicas diferentes, chamadas também de técnicas de ordenação: 1. Técnica de informação 2. Técnica de condicionamento 3. Técnica sancionatória Pela técnica de informação, o Poder Público atua exigindo que o cidadão e as empresas prestem informação sobre si próprios. Na técnica de condicionamento, o Estado coloca uma série de exigências para que a pessoa possa exercer sua atividade. Já na técnica sancionatória, o Poder Público atua punindo, aplicando sanções àqueles que tenham descumprido alguma exigência, seja ela de prestar informação (técnica de informação) ou de atender alguma condição (técnica de condicionamento). DICA 68 O exercício do poder de polícia pode se dar de três formas distintas: → Preventiva: disposições genéricas que regulamentam comportamentos (ex.: portarias ou regulamentos que regulam horários de estabelecimentos em determinada localidade); → Repressiva: prática de atos que visam desfazer a situação de desobediência à lei (ex.: apreensão de revistas pornográficas em exposição em local impróprio); e → Fiscalizadora: previne eventuais lesões a normas ou direitos (ex.: vistoria de veículos). DICA 69 → Jurisprudência do STF Segundo o STF, os Municípios têm competência para exigir dos bancos a instalação de detectores de metal e vidros a prova de balas. Os mesmos entes são competentes para regular o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais (Ag Reg 793.441). → Jurisprudência do STJ Segundo o STJ, a competência para fixação do horário bancário de atendimento ao público é de competência da União (Súmula 19). Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 34 DICA 70 Ciclo de Polícia Segundo a doutrina, a função de polícia é exercida em quatro fases: ordem de polícia, consentimento de polícia, fiscalização de polícia e sanção de polícia. 1. Ordem de Polícia: É o estabelecimento de normas que obrigam as pessoas a fazer ou deixar de fazer algo em função do interesse público. 2. Consentimento de polícia: É o ato administrativo que permite ao Poder Público usar da propriedade privada ou ao particular exercer alguma atividade. Obviamente, nem sempre o particular precisa de consentimento para realizar uma atividade, o que faz com que essa fase nem sempre ocorra. 3. Fiscalização de polícia: É o ato de verificar se as ordens de polícia estão sendo obedecidas e se as atividades para as quais o particular recebeu consentimento estão regulares. 4. Sanção de polícia: É a efetiva punição, em caso de descumprimento das ordens de polícia. Obviamente, tal fase só ocorrerá se o particular descumprir a ordem de polícia. DICA 71 ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA →DISCRICIONARIEDADE →AUTOEXECUTORIEDADE →COERCIBILIDADE OBS.1: O Poder de polícia NÃO é sempre discricionário; algumas vezes a atuação de polícia é vinculada, na hipótese em que a lei já houver estabelecido a única solução possível para o caso concreto. OBS.2: O atributo da AUTOEXECUTORIEDADE pode se dividir em dois: 1) EXIGIBILIDADE: prerrogativa de a administração pública utilizar MEIOS INDIRETOS de coação. Ex.: Aplicação de multa. 2) EXECUTORIEDADE: possibilidade de a administração realizar diretamente a execução forçada da medida que ela impôs ao administrado – ou seja, MEIOS DIRETOS de coação. Ex.: Dissolução de reunião, apreensão de mercadorias, interdição de uma fábrica. DICA 72 PRESCRIÇÃO no PODER DE POLÍCIA PRESCREVE em CINCO ANOS a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor, contados da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. *Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de TRÊS ANOS, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízoda apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação, se for o caso. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 35 *Quando o fato objeto de a ação punitiva da Administração também constituir crime, a prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal. DICA 73 Atributos do Ato Administrativo A presunção de legitimidade e veracidade acompanha todos os atos estatais, quer imponham obrigações, quer reconheçam ou confiram direitos aos administrados, e decorre da própria ideia de “Poder” que permite ao Estado assumir posição de supremacia perante os particulares. Um dos efeitos da presunção de legitimidade e veracidade é o de permitir que o ato administrativo opere efeitos imediatamente, vinculando os administrados por ele atingidos desde a sua edição. Isso permite que a Administração exerça suas atribuições com agilidade, afinal, é o interesse público que está em jogo. Essa agilidade não existiria caso a Administração dependesse de manifestação prévia do Poder Judiciário toda vez que editasse seus atos. DICA 74 Atributos do Ato Administrativo Imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente da sua concordância, criando obrigações ou impondo restrições. A imperatividade decorre do chamado “poder extroverso”, que é prerrogativa dada ao Poder Público de impor, de modo unilateral, obrigações a terceiros, inclusive a sujeitos que estão fora do âmbito interno administrativo, criando obrigações que extravasam a esfera jurídica do Estado. O atributo da imperatividade decorre diretamente do princípio da supremacia do interesse público sobre o particular. Conforme ensina Maria Sylvia Di Pietro, a imperatividade não existe em todos os atos administrativos, mas apenas naqueles que impõem obrigações ou restrições. DICA 75 Atributos do Ato Administrativo A doutrina desdobra a autoexecutoriedade em dois outros atributos: a exigibilidade e a executoriedade. A exigibilidade seria caracterizada pela obrigação que o administrado tem de cumprir o comando imperativo do ato. Graças à exigibilidade, a Administração pode usar meios indiretos de coação para que suas decisões sejam cumpridas, como, por exemplo, a aplicação de multas ou de outras penalidades administrativas impostas em caso de descumprimento do ato. Veja que, nesse caso, a coação é indireta: o sujeito cumpre a imposição do Poder Público porque tem receio de ser multado. Já a executoriedade seria a possibilidade de a Administração, ela própria, praticar o ato, ou de compelir, direta e materialmente, o administrado a praticá-lo (coação material). Na Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 36 executoriedade, a Administração emprega meios diretos de coerção, compelindo materialmente o administrado a fazer alguma coisa, utilizando-se inclusive da força. DICA 76 O poder Regulamentar é o poder que detém o chefe do executivo para editar atos administrativos normativos. Tais atos precisam ter caráter geral e abstrato. Caso esses regulamentos sejam publicados por outras autoridades, que não os chefes do executivo, estaríamos diante do poder normativo. O poder normativo acaba sendo um conceito mais amplo, que engloba a emissão de todos os atos normativos, menos os originados do chefe do executivo. Quando o ato é de origem do chefe do executivo estamos diante do poder regulamentar. DICA 77 Regulamentos Executivos Também chamados de decretos regulamentares, correspondem aos regulamentos de caráter geral e abstrato que possibilitem o fiel cumprimento da lei, de acordo com o art. 84, IV da CF/88, abaixo reproduzido: “Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República(...) IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;(...)” DICA 78 Regulamentos Autorizados Também chamados de regulamentos delegados, são atos normativos expedidos pelos órgãos e entidades da Administração cuja competência foi delegada pelo Poder Legislativo. A delegação de competência ocorre por meio do fenômeno de deslegalização, no qual o Legislador delega, por meio de leis, a atribuição de normatizar certas matérias aos órgãos e entidades da Administração Pública. DICA 79 A motivação do ato administrativo pode não ser obrigatória, entretanto, se a administração pública o motivar, este ficará vinculado aos motivos expostos. DICA 80 Finalidade → Resultado pretendido pela Administração com a prática do ato administrativo. → Finalidade genérica (satisfação do interesse público) e específica (própria de cada ato = objeto) → Decorre do princípio da impessoalidade. → Vicio de finalidade: desvio de finalidade (insanável, ato deve ser anulado). Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 37 DICA 81 ELEMENTOS (Com Fi For M Ob) ATRIBUTOS (PATI) do ato administrativo ELEMENTOS: partes do ato ATRIBUTOS: características do ato COMpetência: poder atribuído Presunção de legitimidade: conformidade do ato com a ordem jurídica e veracidade dos fatos (sempre existe). FInalidade: interesse público (resultado mediato) Autoexecutoriedade: permite que a Administração atue independente de autorização judicial FORma: como o ato vem ao mundo Tipicidade: vem sempre definido em lei. Motivo: pressupostos de fato e de direito Imperatividade: faz com que o destinatário deva obediência ao ato, independente de concordância. OBjeto: conteúdo (resultado imediato) DICA 82 Diferença entre objeto natural e objeto acidental O objeto do ato administrativo pode ser natural ou acidental. Objeto natural é o efeito jurídico que o ato produz, sem necessidade de expressa menção; ele decorre da própria natureza do ato, tal como definido na lei. Objeto acidental é o efeito jurídico que o ato produz em decorrência de cláusulas acessórias que ampliam ou restringem o alcance do objeto natural; compreende o encargo ou modo, o termo e a condição, também chamados, como visto anteriormente, de elementos acidentais do ato administrativo. DICA 83 Responsabilidade civil por ato legislativo Em regra, o Estado não responde civilmente pela atividade legislativa, uma vez que esta se insere no legítimo poder de império. Assim, se a atividade legislativa ocorrer dentro dos parâmetros normais, ainda que traga obrigações ou restrinja direitos, não há que se falar em dever de indenizar. No entanto, existem três hipóteses que o Estado poderá ser responsabilizado civilmente pelo exercício da atividade legislativa, são elas: a) edição de lei inconstitucional; b) edição de leis de efeitos concretos; c) omissão legislativa. DICA 84 Segundo o entendimento do STF, a responsabilidade civil do Estado pela morte de detento sob sua custódia é objetiva, com base na teoria do risco administrativo, em caso de inobservância do seu dever constitucional específico de proteção, tanto para as condutas estatais comissivas quanto para as omissivas. Licensed to Julia caruna mendes da silva - juliacaruna@gmail.com - 018.461.483-08 Memorex PF (Agente) - Rodada 01 38 DICA 85 Agente de fato é um gênero que designa formas de investidura na função pública com alguma irregularidade ou excepcionalidade. Ela se subdivide em: → agente putativo: aquele que teve uma irregularidade na investidura no cargo, emprego ou função, mas a sua situação tem aparência de legalidade. Ocorre quando, por exemplo, um servidor não prestou concurso para um cargo em que isso era necessário, ou não preenche os requisitos, mas mesmo assim está exercendo o cargo, ou quando exerce as funções mesmo estando suspenso ou tendo vencido o prazo de sua contratação ou já passou a idade