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Relutância das pessoas colocadas no mesmo grupo em que seus 
colegas/superiores 
Imagine por exemplo, situações em que funcionários de uma mesma seção em 
uma instituição sejam chamados a falar sobre os desempenhos de uns e outros 
ou discutir a relação com a chefia e as linhas mestras de trabalho promovidas 
pela direção. Nesses casos você terá que ter habilidade, seja para deixar as 
pessoas à vontade para expressar suas opiniões livremente, seja para incluir a 
inibição dos entrevistados em seu estudo e trabalhar com as respostas já 
contando, não exatamente com respostas “sinceras”, mas sim com as 
respostas como elas acontecem, independente de serem sinceras ou não, 
naquele dado contexto. O modo como se “mente” pode muitas vezes ser 
indicativo da verdade. 
 
Por exemplo, você pode fazer uma entrevista em grupo para saber como o 
grupo responde e não para saber como o grupo diz a verdade. Neste caso, 
você já conta que as respostas serão truncadas pelo constrangimento que os 
integrantes do grupo sofrem para falar ou não falar aquilo que pensam e sua 
pesquisa estará exatamente registrando isso, ou seja, registrando o tipo de 
resposta oferecida nesse contexto. Isso deverá estar explicitado por você nos 
esclarecimentos que deverá fazer sobre a metodologia e objetivos de sua 
pesquisa. 
 
E afinal, podemos sempre nos interrogar: então não é verdade que quando 
uma pessoa age / responde em sua vida, por mais sincera que deseje ser, sua 
resposta é influenciada sempre por tudo que faz parte da vida dela? Se por um 
lado isso é obvio, nem sempre é tão óbvio é que essa condição nos obriga a 
interrogar as fronteiras entre o individual e o coletivo, entre o individual e o 
social. 
 
O eu é social e, quando um sujeito responde, mesmo ao longo de sua vida, 
está sempre em jogo o que ele considera que os outros (o Outro) esperam que 
ele responda. Essa perspectiva pode ser levada em conta no momento de sua 
entrevista, ainda mais em grupo, quando o sujeito responde não somente para 
você, mas para todos os outros que participam do processo. Neste sentido, 
você pode perfeitamente admitir como seu objetivo analisar a resposta dada 
independentemente de se ela reflete ou não a verdade íntima de cada sujeito 
ali presente.

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