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DIDÁTICA DALTA MOTTA AULA 7 A AVALIAÇÃO O ato de avaliar está presente em todos os momentos de nossa vida. A todo instante estamos fazendo julgamentos e escolhas, tomando decisões. Realizamos, mesmo sem perceber, julgamentos provisórios das situações que experimentamos e a partir deles fazemos escolhas. O resultado mais ou menos positivo de nossas escolhas, nos faz refletir sobre a ação realizada e sobre como podemos (ou não) enfrentar novos desafios. Nossos julgamentos e escolhas nos colocam diante das coisas, dos sentidos, das razões, de nós mesmos. Assim, esses julgamentos e escolhas não definem apenas nossos atos, mas nosso próprio modo de ser e viver. Em educação , o termo avaliação tem sido constantemente associado a expressões como: fazer prova, fazer exame, atribuir nota, repetir ou passar de ano. Essa associação é resultante de uma concepção pedagógica arcaica, mas tradicionalmente dominante. A avaliação escolar é parte de um conjunto de práticas e saberes que institui a escola na modernidade. E como tal, embora pretenda ser mais um recurso à racionalização dos processos pedagógicos, institui-se historicamente como mais um instrumento de seleção e classificação, criando hierarquias de excelência e mecanismos de regulação. Esse modelo de avaliação define quem sabe e quem não sabe, quem pode e quem não pode prosseguir. Regula as atividades, as aprendizagens, o trabalho pedagógico, as relações de autoridade/cooperação/poder entre os diferentes agentes presentes na escola (família, alunos, professores). Na contramão dessa experiência e como resposta ao desejo de mudança, emerge um novo conceito de avaliação. Nessa perspectiva, a avaliação do processo ensino aprendizagem não pode ser tomada como mera verificação dos resultados, mas antes de tudo como reflexão sobre a ação, prática cotidiana de pensar sobre o caminho percorrido. Pressupostos e princípios da avaliação: - A avaliação é um processo contínuo e sistemático – faz parte de um sistema mais amplo; - A avaliação é funcional – se realiza em função dos objetivos previstos; - A avaliação é orientadora – indica avanços e dificuldades dos alunos; - A avaliação é integral – considera o aluno como um ser total e não compartimentado. - A avaliação deve ser dialógica – permitir o diálogo e reconhecimento mútuo, a identificação dos sentidos, sentimentos e ações que envolvem as interações, que geram os processos pedagógicos. Distinção entre testar, medir e avaliar Testar – verificar um desempenho através de situações previamente organizadas, chamadas testes; Medir – Descrever um fenômeno do ponto de vista quantitativo; Avaliar – Interpretar dados quantitativos e qualitativos, para obter um julgamento de valor, tendo por base padrões ou critérios. Funções da Avaliação: - Conhecer os alunos; - Identificar as dificuldades da aprendizagem; - Determinar se os objetivos propostos para o processo ensino aprendizagem foram ou não atingidos. Essa forma de avaliar é denominada avaliação formativa; - Aperfeiçoar o processo ensino aprendizagem; - Promover os alunos. Esse tipo de avaliação tem a função classificatória, ela é chamada somativa. Supõe uma comparação, porque o aluno é classificado de acordo com o nível de aproveitamento e rendimento atingido, geralmente em comparação com a classe, característico da escola tradicional. Para avaliação do aluno, existe três técnicas básicas: TÉCNICAS INSTRUMENTOS OBJETIVOS BÁSICOS Observação Registro da observação . Fichas; . Cadernos Verificar o desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicossocial do educando, em decorrência das experiências vivenciadas, Autoavaliação Registro da autoavaliação Aplicação de provas: . Arguição; . Dissertação; .Testagem. Prova oral; Prova escrita: . Dissertativa; . Objetiva Determinar o aproveitamento cognitivo do aluno, em decorrência da aprendizagem Fonte: Haidt, 2006 Ao selecionar as técnicas e os instrumentos de avaliação da aprendizagem, o professor precisa considerar os seguintes aspectos: - Os objetivos visados para o ensino aprendizagem; - A natureza do componente curricular ou área de estudo; - Os métodos e os procedimentos no ensino e as situações de aprendizagem; - As condições de tempo do professor; - O número de alunos da classe. Devem ser utilizadas técnicas variadas e instrumentos diversos de avaliação. Atualmente, a avaliação assume a função de diagnosticar, bem como a de verificar a consecução dos objetivos previstos para o ensino e a aprendizagem, desta forma, é necessário combinar várias técnicas e instrumentos. Quanto mais dados p professor puder colher na avaliação, mais informações terá a seu dispor para, sempre que necessário, replanejar seu trabalho e orientar a aprendizagem dos alunos. A perspectiva inclusiva dos processos avaliativos não apenas amplia a análise da experiência e dos resultados, mas permite a formação de uma nova consciência, uma consciência crítica (está em permanente movimento de ver e rever a realidade). A prática docente crítica envolve o movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer. Deve dinamizar oportunidades de reflexão e ação sobre a/na experiência prática, que permita a tomada de decisões em torno de um projeto futuro. O saber que a prática docente espontânea ou quase espontânea produz é ingênuo. “É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática”. (FREIR, 1996.). É preciso pensar a avaliação como instrumento de mediação entre a realidade vivida e a desejada, como parte de um movimento mais amplo de transformação da prática pedagógica, do projeto de escola que se quer construir, do mundo que queremos viver.
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