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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO PROF.A DRA. SAMANTHA SUYANNI DOS SANTOS FECHIO Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-Reitoria Acadêmica: Maria Albertina Ferreira do Nascimento Diretoria EAD: Prof.a Dra. Gisele Caroline Novakowski PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Alan Michel Bariani Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Felipe Veiga da Fonseca Luana Ramos Rocha Marta Yumi Ando Produção Audiovisual: Adriano Vieira Marques Márcio Alexandre Júnior Lara Osmar da Conceição Calisto Gestão de Produção: Aliana de Araujo Camolez © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Só- crates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande res- ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a socie- dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conheci- mento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivên- cia no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de quali- dade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mer- cado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR 33WWW.UNINGA.BR UNIDADE 01 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4 1. ASPECTOS DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ................................................................................................ 5 1.1 DEFINIÇÃO DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM .............................................................................................. 5 1.2 IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO .......................................................................................................................... 9 1.3 OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO ................................................................................................................................. 11 2. FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO .....................................................................................................................................13 3. USOS DA AVALIAÇÃO ............................................................................................................................................14 CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................................17 ASPECTOS GERAIS DA AVALIAÇÃO PROF.A DRA. SAMANTHA SUYANNI DOS SANTOS FECHIO ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO 4WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Avaliar vem do latim a + valere, que signi� ca atribuir valor e mérito ao objeto em estudo. Portanto, avaliar é atribuir um juízo de valor sobre a propriedade de um processo para a aferição da qualidade do seu resultado. Porém, a compreensão do processo de avaliação do processo ensino/aprendizagem tem sido pautada pela lógica da mensuração, isto é, associa-se o ato de avaliar ao de “medir” os conhecimentos adquiridos pelos alunos. Luckesi (1995) aponta que “avaliação como sinônimo de provas e exames” é herança desde 1599, trazida para o Brasil pelos jesuítas, uma vez que veri� cava a capacidade de memorização e dava especial importância à retórica e à redação, assim como à leitura dos clássicos e à arte cênica. A partir dos resultados obtidos, os alunos eram castigados � sicamente ou premiados. Como apresenta Freire (2005), o processo avaliativo era – e, infelizmente, em muitas escolas ainda é – estruturado como uma conta bancária, ou seja, cumulativa, em que os alunos iriam somando “sua aprendizagem” a partir dos poucos – muitas vezes, únicos – instrumentos avaliativos. Nesse formato de Educação, o objetivo da avaliação é veri� car a universalização da aquisição do conhecimento. O aluno deve apenas reproduzir, sistematicamente, como o professor exige, as informações transmitidas. Não há relação do conteúdo com o contexto social, tampouco o aluno é visto como um ser pensante capaz de compreender o conteúdo de maneiras diferentes. Assim, conforme Luckesi (1995), a aprendizagem torna-se arti� cial; memoriza-se para ganhar nota e não se estuda para abstrair o conhecimento, estimulando a competição entre os alunos que são submetidos a um sistema classi� catório. Diante desse cenário, Perrenoud (1999) propõe uma reestruturação na forma de avaliação. Aponta a necessidade de uma avaliação contínua, formativa, na perspectiva do desenvolvimento integral do aluno. O importante é estabelecer um diagnóstico correto para cada aluno e identi� car as possíveis causas de seus fracassos e/ou di� culdades. A avaliação, nesse sentido, deve ser concebida como promoção, aprendizagem, conhecimento. É uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e aprendizagem. 5WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. ASPECTOS DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 1.1 Definição de Avaliação da Aprendizagem O modo de compreensão do Ensino, ao longo dos anos, está diretamente ligado com a visão a respeito da de� nição da avaliação da aprendizagem. A avaliação é um processo contínuo, sistemático, compreensivo, comparativo, cumulativo, informativo e global, que permite avaliar o conhecimento do aluno. Mesmo esse autor apontando a avaliação como um “processo contínuo”, nessa década, era marcante a ideia de acumulação de conhecimento e a postura do professor como detentor e transmissor do conhecimento enquanto aos alunos cabia apenas a função de absorver passivamente as informações. Outro signi� cado para avaliação é uma dimensão mensurável do comportamento em relação a um padrão de natureza social ou cientí� ca. A avaliação passa a ter uma função de expressar e quanti� car, por meio de símbolos, a quantidade de informação adquirida. A avaliação educativa é um processo complexo, que começa com a formulação de objetivos e requer a elaboração de meios para obter evidência de resultados. A interpretação dos resultados é importante para saber em que medida os objetivos foram alcançados e a formulação de um juízo de valor. Sob essa visão, surge o pensamento da utilização da avaliação não apenas como elemento de acompanhamento do aluno, mas como forma – mesmo que sutil – de feedback para o professor, uma vez que, a partir dos resultados apresentados pelos alunos, o docente seria capaz de veri� car se os instrumentos utilizados atingiram os objetivos propostos. Luckesi (2011) de� ne a avaliação como um meio de julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de decisão. Para esse autor, a avaliação é um instrumento que analisa o sucesso ou fracasso do processo educativo, uma vez que a avaliação deve promover o desenvolvimento do aluno, ou seja, deve ser construtiva. Para isso, ela deve ocorrer de maneira inclusiva, ou seja, considerando a diversidade dos alunos, e dinâmica, isto é, durante todo o processo de aprendizagem.Luckesi ainda destaca que a avaliação não pode ser excludente e classi� catória como ocorre na maioria dos exames e avaliações em processos seletivos. O ato de avaliar deve estar a serviço do melhor resultado possível (Figura 1). A partir da avaliação, o professor irá conduzir ou reestruturar sua forma de ensinar. A avaliação, então, é um elemento de diagnóstico do processo de ensino e aprendizagem utilizado para orientar o trabalho pedagógico, a � m de promover desenvolvimento e aprendizagem dos alunos. Figura 1 – Charge sobre a avaliação classi� catória e a forma que o professor pode utilizar esse instrumento como meio de valorizar o aluno. Fonte: Ronchi (2018). 6WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A avaliação, para Luckesi (2004), é um elemento pedagógico com desempenhos provisórios, na medida em que ela subsidia o processo de busca dos melhores resultados possíveis. Para um processo avaliativo-construtivo, os desempenhos são sempre provisórios ou processuais, ou seja, cada resultado obtido serve de suporte para um passo mais à frente. As consequências desse modelo de processo é uma avaliação não pontual, diagnóstica (por isso, dinâmica) e inclusiva, por oposição às características dos exames, que são pontuais, classi� catórios e seletivos. Ou seja, à avaliação interessa o processo de desenvolvimento do ser humano em construção permanente. Para um verdadeiro processo de avaliação, não interessa a aprovação ou reprovação de um educando, mas sim sua aprendizagem e, consequentemente, o seu crescimento. A característica de ser diagnóstica permite a tomada de decisões para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem. Além disso, a avaliação é inclusiva, enquanto não descarta, não exclui, mas sim convida para a melhoria. Do ponto de vista das relações pedagógicas, diversamente dos exames, a avaliação exige uma postura democrática do sistema de ensino e do professor, ou seja, para proceder à melhoria do ensino-aprendizagem, não basta avaliar somente o desempenho do aluno, mas toda a atuação do sistema. A aprendizagem melhorará se o sistema melhorar. A responsabilidade por desempenhos inadequados não depende só do aluno nem só do professor, porém minimamente da escola e, principalmente, do sistema de ensino, como um todo. A avaliação, ainda conforme aponta Luckesi (2003), está diretamente relacionada a uma ação, pois a partir dos resultados obtidos, o docente tomará decisões e atitudes a � m de melhorar o desempenho escolar dos alunos. Diante desse contexto, o educador desempenhará o papel de mediador do processo de formação do educando a partir dos instrumentos avaliativos. Na prática da avaliação da aprendizagem, de acordo com Luckesi (2004), o professor deve agir de maneira ética, o que inclui a compassividade, compreendida como o ato de sentir com o outro e, ao mesmo tempo, com ele agir. Agir com o educando, na busca de seu desejo de aprender e de desenvolver-se. De acordo com a visão da Psicanálise em relação à Educação, o conhecimento é permeado pelo desejo. Nesse sentido, o ensino, bem como o processo avaliativo, deve instigar o desejo dos estudantes a � m de haver aprendizagem (LIRA; ROCHA, 2012). Neste contexto, compassividade na avaliação da aprendizagem pode ser traduzida, mais simplesmente, como solidariedade. O educador necessita ser solidário com o educando no seu caminho de desenvolvimento, dando-lhe suporte para que prossiga em sua busca e em seu crescimento, na direção da autonomia, da independência, da vida adulta. Nesse processo, a avaliação subsidia o diagnóstico do caminho e oferece ao educador recursos para reorientá-lo. A avaliação, numa percepção construtiva, se dá por meio de registros em momen- tos contínuos. Sob essa perspectiva, a avaliação busca o aprendizado dos alunos; focando em suas habilidades e competências, para saber se atingiu os objetivos esperados; centrada e preocupada com a qualidade de aprendizado do educando. 7WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Ser solidário com o educando no processo de avaliação signi� ca acolhê-lo em sua situação especí� ca, ou seja, como é e como está nesse momento, para, a seguir, se necessário, confrontá- lo e reorientá-lo amorosamente, para que possa construir-se a si mesmo como sujeito que é (ser), o que signi� ca construir-se como sujeito que aprende (aquisição de conhecimentos), como sujeito que age (o fazer) e como sujeito que vive com outros (tolerância, convivência, respeito). Confrontar, aqui, não signi� ca desquali� car ou antagonizar com o educando, mas tão somente, amorosamente, auxiliá-lo a encontrar a melhor solução para a situação que está vivendo, seja ela cognitiva, afetiva ou espiritual. Em outras palavras, é apontar para o aluno e para o educador aspectos em que precisam, juntos, melhor desenvolver. Para Perrenoud (1986), toda a ação pedagógica está vinculada à avaliação formativa (esse tipo de aprendizagem será discutido na Unidade II), pois sempre há um mínimo de regulação e função das aprendizagens ou dos comportamentos observáveis dos alunos. A regulação da aprendizagem otimiza as intervenções do professor, acompanhando a progressão individual de cada aluno em relação aos objetivos do ano letivo, bem como sua própria história. Nesse sentido, o conceito de Educação está voltado para o acompanhamento contínuo e individual do estudante, levando em consideração as características de cada aluno. Prevê, ainda, a interferência do professor como sujeito que estimula o potencial do aluno ao longo do processo de avaliação. Os resultados da avaliação, para Perrenoud (1986), são a garantia da burocracia, mas ela também deveria orientar para que cada indivíduo possa fazer aquilo que desempenha melhor, de tal maneira que o próprio trabalho lhe proporcione satisfação e prazer. O alvo da avaliação é a promoção humana. Para atingir esse objetivo, a avaliação considerada formativa conduz o professor a observar mais metodicamente os alunos, a compreender melhor seus funcionamentos, de modo a ajustar, de maneira mais sistemática e individualizada, suas intervenções pedagógicas e as situações didáticas que propõe, tudo isso na expectativa de otimizar as aprendizagens. Assim, o processo avaliativo, conforme Perrenoud (1999), determina, ao mesmo tempo, o caminho já percorrido por cada um e aquele que resta a percorrer com vistas a intervir para melhorar os processos de aprendizagem em curso. A avaliação, portanto, é um instrumento de aprendizagem, pois exerce um poderoso efeito sobre ela. A avaliação da aprendizagem é um processo mediador na construção do currículo e se encontra intimamente relacionada à gestão da aprendizagem dos alunos (PERRENOUD, 1999), pois, nesse conceito de avaliação, os resultados são considerados a partir das observações diárias, com caráter diagnóstico, a � m de subsidiar a construção pedagógica. O professor, que trabalha numa dinâmica interativa de avaliação, tem noção, ao longo de todo o ano, da participação e produtividade de cada aluno. Leia o artigo “Avaliação como ato de amor e não de exclusão”, de Bernardo Alfredo Mayta Sakamoto e Rosa de Lourdes Aguilar Verástegui, apresentado no II Simpósio Nacional da Educação, em 2010. Disponível em: <http://cac-php.unioeste.br/ eventos/iisimposioeducacao/anais/trabalhos/42.pdf>. Nesse artigo, será possível compreender as defi nições sobre a avaliação, segundo Luckesi e Perrenoud. 8WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Esteban (1999), por sua vez, elucida a avaliação como um dos processos fundamentais do processo educativo, um dos eixos centrais da educação, pois por meio dela pode-se ir regulando esse processo,regulando as práticas do professor. Para essa autora, a prioridade da avaliação deve ser um meio contínuo de re� exão, uma investigação, um processo que vai tentar compreender a multiplicidade de uma sala de aula: de culturas, de conhecimentos, de forma de aprender, de resultados. Essa dimensão investigativa e re� exiva possibilita ao professor uma melhor intervenção individual devido à heterogeneidade dos alunos. A avaliação realizada na sala de aula articula sujeitos e contextos diversos, confrontando os múltiplos conhecimentos que perpassam o saber, o fazer e o pensar de alunos, alunas, professores e professoras. Incorporar a heterogeneidade de saberes e características pessoais presentes na vida escolar exige que a lógica da avaliação se aproxime de um dinâmico caleidoscópio em que o resultado se transforma segundo os movimentos que conduzem a (re)articulação dos processos pedagógicos. Con� gurada no âmbito de problemáticas diversas, a avaliação é um tema transdisciplinar: ultrapassa fronteiras disciplinares e convida para o diálogo diversas abordagens. Para Esteban (1999), devido ao fato de a relação ensino/aprendizagem ser caracterizada pela imprevisibilidade, pela dinâmica, pelo movimento, pela complexidade, todas as práticas que a constituem se con� guram por meio de recortes e colagens, em que alguns aspectos ganham relevância enquanto outros são secundarizados. A avaliação também deve utilizar essas estratégias, o que reforça a hipótese de que a negociação entre o que o estudante sabe e o que ele deve compreender é muito mais favorável para o seu processo de aprendizagem. Assim, a avaliação do desenvolvimento desse processo e do aluno deve ser contínua. A avaliação como prática de investigação, como defende Esteban (1999), se con� gura pelo reconhecimento dos múltiplos saberes, lógicas e valores que permeiam a formação do conhecimento. Neste sentido, a avaliação vai sendo constituída como um processo que indaga os resultados apresentados, os trajetos percorridos, os percursos previstos, as relações estabelecidas entre pessoas, saberes, informações, fatos, contextos. Não se paralisa com a identi� cação do erro ou do acerto, não busca relações super� ciais entre o que é observável e os processos que o atravessam. Interroga o que se faz visível e procura pistas do que é conduzido à invisibilidade. Diante da resposta, faz-se a pergunta: que conhecimentos e desconhecimentos estão presentes no erro ou no acerto; o que se anuncia como ainda não saber, indício da necessidade e da possibilidade de ampliação do conhecimento já consolidado? A avaliação como prática de investigação ampli� ca os processos de aprendizagem, pois interroga as respostas, indaga sua con� guração, procura encontrar as relações que a constituem. Não se satisfaz com a constatação do erro e do acerto, à resposta dada faz novas perguntas. Sobretudo como prática de investigação, o erro é considerado um importante elemento na tentativa de compreender a complexidade dos processos e de produzir práticas que incorporem os processos em sua complexidade. O erro dá pistas sobre os conhecimentos, práticas, processos, valores, presentes na relação pedagógica. O erro é portador de conhecimentos, processos, lógicas, formas de vida, silenciados e negados pelo pensamento hegemônico. A avaliação, nesta perspectiva, vai desa� ando e explicitando os conhecimentos ocultos. O ato avaliativo, portanto, é parcial e se constitui a partir dos fragmentos valorizados, recolhidos, interpretados e ordenados. Toda avaliação é apenas uma entre outras conclusões possíveis; como prática de investigação, sinaliza percursos e perspectivas e convida à re� exão permanente e à ampliação do conhecimento (ESTEBAN, 1999). 9WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.2 Importância da Avaliação Uma das grandes di� culdades encontradas atualmente no campo educacional é a capacidade de avaliar. De acordo com Luckesi (2003), a avaliação que se pratica na escola é aquela onde as notas são usadas para classi� car, comparar e obter dados estatísticos do desempenho escolar dos alunos. A importância do processo avaliativo consiste em determinar em que grau os objetivos educacionais estão sendo realmente alcançados e como podem produzir mudanças nos seres humanos. Neste sentido, percebe-se a extrema importância da avaliação no fazer pedagógico em sala de aula, pois ela busca produzir mudanças nos alunos, enquanto sujeitos sociais. Considerando que a avaliação é um instrumento para direcionar a ação docente, como prática escolar, a avaliação não pode ser uma atividade neutra ou meramente técnica. Deve ser estruturada a partir de um modelo teórico do mundo, de ciência e de educação, transposta didaticamente (CHUEIRI, 2008). Vemos então que a relação da prática pedagógica do educador está diretamente ligada ao processo de avaliação e, assim, in� uencia diretamente no contexto de ensino e de aprendizagem, o que resultará nas habilidades, comportamentos e concepções de seus educandos. A avaliação, nesse sentido, é determinante no processo de ensino e, consequentemente, na formação do sujeito. Segundo Luckesi (2002), a avaliação tem o papel de subsidiar decisões a respeito da aprendizagem dos alunos. No que diz respeito a essa avaliação, deve-se atentar para quatro elementos fundamentais: 1) assimilação receptiva de conhecimentos e metodologias; 2) exercitação de conhecimentos e visões de mundo; 3) aplicação de conhecimentos e 4) inventividade. A partir desses fundamentos, o docente deve elaborar a avaliação do processo de construção de conhecimento do aluno perante o conteúdo exposto. Conforme o mesmo autor, a assimilação receptiva de conhecimentos e metodologias diz respeito ao momento em que o educando será colocado em contato com um saber já existente. Acerca desse saber, será elaborado um elo para desenvolver o conhecimento escolar. Já no que diz respeito à exercitação dos conhecimentos e visões de mundo, entende-se que, para o desenvolvimento das capacidades do educando, torna-se necessário que habilidades e hábitos sejam desenvolvidos sempre em atividades construtivas. Isso porque, para desenvolver o conhecimento escolar, é necessário aprendê-lo sob diversas perspectivas, vertentes e níveis de complexidade e di� culdade, por meio de variados mecanismos de exercitação. Leia o artigo “A avaliação no processo ensino/aprendizagem: desafi os postos pe- las múltiplas faces do cotidiano” de Maria Teresa Esteban, publicado na Revista Brasileira de Educação, n. 19, p. 129-137, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413- 24782002000100011&script=sci_abstract&tlng=pt>. Nesse artigo, Esteban aponta os desafi os e objetivos da avaliação como um pro- cesso contínuo da aprendizagem. 10WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Para tanto, Luckesi (2002) considera a exercitação como uma forma pela qual o educando internaliza reprodutivamente os conteúdos e constrói suas capacidades. Pela exercitação, os conhecimentos, metodologias e visões de mundo passam a fazer parte do educando, chegando até o nível da constituição de hábitos. Sem a exercitação, o educando não tornará habitual um determinado modo de interpretar e agir sobre a realidade, não formará capacidades. É por meio da exercitação, também, que o aluno relaciona seu saber construído pela sua vivência com o novo conhecimento. Em outras palavras, a exercitação é a forma que a instituição de ensino encontra para que o discente faça sua cultura recebida, tornando esse aluno autônomo. Quanto à aplicação de conhecimentos, podemos dizer que é uma continuação da exercitação, pois a partir dos conhecimentos adquiridos em determinada instância, torna-se necessário transferi-los para outras situações-problema(LUCKESI, 2002). Por � m, a inventividade diz respeito ao investimento para o novo. Ela é uma ação criativa que soma diversos fatores como: conteúdos, intuição, insights, espontaneidade e o risco. Mas sempre lembrando que, para criar o novo, pode-se partir sempre do velho. E a respeito da inventividade no processo de ensino-aprendizagem, Luckesi (2002) deixa evidente que, para haver criação, há que se ter um suporte nas capacidades desenvolvidas e herança cultural. A partir disso, podemos considerar que todos os elementos utilizados no processo de ensino-aprendizagem não são mecânicos, e sim possuem importância na aplicação no ensino. Além disso, o processo também depende do nível cognitivo dos alunos, do conteúdo que está em explanação no momento, das técnicas de ensino a serem utilizadas, da estrutura e do tempo hábil alocado para a realização e� ciente e e� caz do curso, bem como de seu processo avaliativo. Percebe-se, portanto, a importância da avaliação para o aluno, mas, principalmente, para direcionar a ação do professor. Ao aluno a avaliação tem a função de apontar os conteúdos, habilidades e competências que ainda não atingiu. Para o docente, é um elemento que direciona sua ação pedagógica. A partir desse instrumento, que não deve ser único e pontual, mas ocorrer ao longo de todo o processo, o educador terá noção do nível em que a sua ação em sala de aula está promovendo aprendizagem. Com base nos resultados da avaliação, o professor deve reestruturar seu modo de ensinar para promover aprendizagem. Pensar e realizar a avaliação ao longo do processo garante que o professor realize ajustes e readaptações na sua ação didática. Ao mesmo tempo, os alunos têm a capacidade de desenvolver- se tanto no aspecto cognitivo como no social. O que, quando e por que avaliar? Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=guMxcZWITxQ>. Nesse vídeo, Elizabeth Almeida, professora da PUC-SP, explicita a importância da avaliação no processo de ensino e aprendizagem em aspectos gerais e destaca a modalidade de ensino a distância. 11WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1.3 Objetivos da Avaliação Os objetivos da avaliação são traçados em torno de duas possibilidades: emissão de uma análise ou resultado sobre uma pessoa, uma situação ou um objeto, em função de distintos critérios; e obtenção de informações úteis para tomar alguma decisão. A avaliação é o processo de apreciação, julgamento ou valorização do que o educando revelou ter aprendido durante um período de estudo ou de desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem. É ainda um auxílio para classi� car os objetivos signi� cativos e as metas educacionais, um processo para determinar em que medida os alunos estão se desenvolvendo nos modos desejados, um sistema de controle da qualidade, pelo qual pode ser determinada etapa por etapa do processo de ensino e aprendizagem, a efetividade ou não do processo e, em caso negativo, que mudanças devem ser feitas para garantir sua efetividade. Chueiri (2008), em seu estudo da avaliação educacional ao longo do tempo, analisando os registros no Brasil, entre os séculos XVI e XVII, classi� cou a avaliação em quatro fases: “examinar para avaliar”, “medir para avaliar”, “avaliar para classi� car” e “avaliar para quali� car”. Em seu primeiro conceito, a autora defende que, ainda nos dias de hoje, as escolas mantêm a prática de exames como medida de avaliação de seus alunos, com o objetivo de classi� car, reconhecer o certo e o errado sem a análise do contexto em que o aluno propôs aquela resposta. Devido a isso, essa primeira fase tem o intuito de examinar o desempenho do educando (CHUEIRI, 2008). Com base nessa de� nição de Chueri, Luckesi (2003) expõe esse objetivo da avaliação, fundamentado em um exame para avaliar, caracterizando uma metodologia denominada “Pedagogia do Exame”. Esse tipo de prática avaliativa se mantém presente até mesmo em questões nacionais, como, por exemplo, o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), reforçando que o exame é mais importante do que a avaliação de aprendizagem. A avaliação na forma de exame promoveu a necessidade de estabelecer critérios para que esse instrumento fosse medido a � m de estabelecer uma padronização. Assim, surgiu a concepção de “medir para avaliar” (CHUEIRI, 2008), que também esteve intimamente interligada ao processo educacional, visto que utilizamos os exames com o objetivo de medir o nível de conhecimento escolar do aluno e se o educando está capacitado ou não para novos conteúdos ou se necessita de uma recuperação. Esse conceito foi fortalecido no período do ensino tecnicista, o qual sempre dispôs a avaliação como uma forma de quanti� car a aprendizagem do aluno e, assim, torná-lo apto para exercitar determinada função. Portanto, a fase “medir para avaliar” determina o comportamento e o nível de aprendizagem de quem está sendo avaliado. Essa forma de avaliação ocorre por meio de exames aplicados. Outro conceito tradicional de avaliação é com o propósito de classi� cação. “Avaliar para classi� car” é a forma de a escola hierarquizar seus alunos, a� rmar quem se encontra apto ou não a prosseguir nos estudos. Perrenoud (1999) aponta que a avaliação com esse objetivo é ine� ciente, uma vez que a forma de classi� car os alunos não aponta os saberes e competências adquiridos; indica apenas que, no momento da avaliação, o aluno soube resolver as questões propostas. Nessa fase, assim como nas anteriores, não são avaliadas as capacidades dos alunos e, consequentemente, o docente não tem condições de dar suporte para que o aluno supere suas di� culdades e se desenvolva (Figura 2). 12WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Figura 2 – Charge que demonstra como as avaliações classi� catórias pouco contribuem para a vida escolar dos alu- nos. Fonte: Webquest Eduk (2019). A partir da década de 1960, os objetivos da avaliação citados passaram a sofrer críticas, visto que o fracasso escolar passou a ser perceptível e questionado. Nesse mesmo período, emergem as propostas pedagógicas construtivistas que propunham maneiras qualitativas de avaliação. Com essa nova proposta de ensino, a avaliação deixa de ser um � m e torna-se um meio, ou seja, abandona a visão de uma forma de medição, de classi� cação, adotada somente ao � nal de todo o processo e integra-se a todo o contexto de aprendizagem, tomando formas distintas, avaliando o aluno como um contexto de âmbitos diferenciados e como isso resultará em sua vida pessoal e pro� ssional. Nesse sentido, a “avaliação para quali� car” visa ao desenvolvimento do indivíduo não apenas como estudante, mas como cidadão capaz de contribuir para o contexto em que está inserido. Segundo essa perspectiva, Luckesi (2004) defende que o ato de avaliar implica acompanhamento e reorientação da aprendizagem. Por meio da avaliação, é possível diagnosticar os alunos e promover maneiras para superar as di� culdades a � m de obter melhores resultados. Devido a isso, é necessário que a avaliação ocorra a todo momento para que o professor possa acompanhar o estudante e reorientar sua aprendizagem. Desenvolver avaliação qualitativa exige o aprimoramento dos instrumentos utilizados. Eles devem ser diversi� cados para fornecer dados para que o educador seja capaz de analisar o nível de aprendizagem dos alunos. Além disso, a avaliação não � cará limitada a momentos pontuais, mas estará presente em todo o processo educacional. Nesse modelo, a avaliação atinge o objetivo de avaliar de maneira individual a maioria dos alunos. O objetivo verdadeiro da avaliação qualitativa é integral, pois analisa e julga todas as dimensões do educando, considerando-o como um todo. Partindo desses pressupostos é possível dizer que a avaliação buscacompletar e ajudar no crescimento do ser humano em todos os seus aspectos, sejam eles de cognição, em nível pedagógico até a socialização, a interação de um sujeito com o outro para a construção do conhecimento. De acordo com Franco (2001), o processo avaliativo exerce papel fundamental na sua função informativa, pois a avaliação fornece informações para que os docentes e discentes conheçam os pontos fortes e fracos do processo de ensino e aprendizagem, fazendo com que ambos tomem as providências necessárias para que ocorra um bom desenvolvimento do trabalho pedagógico. Assim, a avaliação funciona como uma ferramenta de extrema importância para veri� car se os objetivos educativos estão sendo alcançados ou não. 13WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Para Luckesi (2003), a avaliação diagnóstica tem como objetivo dar suporte às mudanças necessárias no processo de ensino e aprendizagem. Esse tipo de avaliação, nesse sentido, visa incluir e estimular o educando a aprender, potencializando as características de cada um e superando as di� culdades. Para uma escola inclusiva, a avaliação qualitativa é fator decisivo. Os alunos incluídos, como todos os demais alunos, devem ser avaliados de forma individualizada, indo ao encontro da proposta de avaliação formativa. A avaliação que evidencie os progressos e as di� culdades do aluno, a � m de orientar o professor e a escola em geral, quanto a uma melhor atuação, quanto à regulação do processo de ensino e aprendizagem, que possibilite uma real participação e atuação desses indivíduos no seu contexto social, é fundamental para a existência da inclusão real. A avaliação, portanto, é uma re� exão sobre o nível de qualidade do trabalho escolar tanto do professor como dos alunos. Os dados coletados no decurso do processo de ensino, quantitativos ou qualitativos, são interpretados em relação a um padrão de desempenho e expressos em juízos de valor (muito bom, bom, satisfatório etc.) acerca do aproveitamento escolar. A avaliação é uma tarefa complexa que não se resume à realização de provas e à atribuição de notas. A avaliação, assim, cumpre funções pedagógico-didáticas, de diagnóstico e controle em relação às quais se recorrem a instrumentos de veri� cação do rendimento escolar. 2. FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO A avaliação é um meio de descrever e informar o caminho de ensino e aprendizagem, tornando-se indispensável ao sistema educacional. Por meio da avaliação, é possível acompanhar o desenvolvimento do processo de ensino e se a forma de proceder da comunidade escolar está atingindo o objetivo principal da educação: formação de cidadãos como alunos e cidadãos. Uma das funções da avaliação é descrever quais conhecimentos, atitudes ou aptidões os alunos adquiriram, ou seja, quais objetivos do ensino já atingiram um determinado ponto de percurso e quais di� culdades precisam ser superadas. Essa informação é necessária ao professor para procurar meios e estratégias que possam ajudar os alunos a resolver esses obstáculos e é relevante para que os educandos tomem consciência das próprias di� culdades e tentem ultrapassá-las com a ajuda do professor e com o próprio esforço. Por isso, a avaliação tem uma intenção formativa. Miras e Solé (1996) e Haydt (1997) apontam que as funções da avaliação são: de diagnóstico, de veri� cação (ou formativa) e de apreciação (ou somativa) (Figura 3). Figura 3 – Resumo das características das principais funções da avaliação. Fonte: A autora. 14WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A primeira abordagem, de acordo com Miras e Solé (1996), contemplada pela avaliação diagnóstica (ou inicial) (esse tipo de avaliação será mais bem explanado na Unidade II), é a que proporciona informações acerca das capacidades do aluno antes de iniciar um processo de ensino e aprendizagem. Esse tipo de avaliação tem como função determinar a presença ou ausência de habilidades e conhecimentos prévios, para que o estudante possa compreender o conteúdo. A avaliação diagnóstica pretende averiguar o per� l dos discentes em relação às novas aprendizagens que lhes serão propostas e às aprendizagens anteriores que servem de base àquelas. A partir dessa prévia, o educador fará o planejamento das suas ações didáticas, a � m de atingir a maioria dos alunos a partir do per� l de cada um. Esse tipo de avaliação, portanto, aponta o caminho que o professor deve seguir no sentido de resolver situações presentes e evitar di� culdades futuras e, assim, ter mais sucesso no processo educativo. A função de veri� cação, conforme Haydt (1997), permite constatar se os alunos estão, de fato, atingindo os objetivos pretendidos, averiguando a compatibilidade entre tais objetivos e os resultados efetivamente alcançados durante o desenvolvimento das atividades propostas. A avaliação com essa função representa o principal meio através do qual o estudante passa a conhecer seus erros e acertos; assim, há maior estímulo para um estudo sistemático dos conteúdos. Outro aspecto destacado pela autora é o da orientação fornecida por meio da avaliação, tanto ao estudo do aluno como ao trabalho do professor, principalmente por mecanismos de feedback. Essa função também é conhecida como “formativa”, pois os elementos avaliativos permitem que o professor detecte e identi� que de� ciências na forma de ensinar, possibilitando reformulações no seu trabalho didático, visando aperfeiçoá-lo. A veri� cação e o reconhecimento das de� ciências na organização do ensino possibilitam correção e recuperação. A veri� cação e o controle do rendimento escolar como uma das funções da avaliação é uma função didática. Para Barbosa (2008), a avaliação do ensino e da aprendizagem deve ser vista como um processo sistemático e contínuo, no decurso do qual vão sendo obtidas informações, atribuindo-lhes valores. A apreciação propicia, segundo Miras e Solé (1996), determinar o grau de domínio do aluno em uma área de aprendizagem, o que permite proporcionar uma quali� cação que, por sua vez, pode ser utilizada como um sinal de credibilidade da aprendizagem realizada. Essa função da avaliação pretende ajuizar o progresso realizado pelo aluno no � nal de uma unidade de aprendizagem, no sentido de aferir resultados já colhidos por avaliações e obter indicadores que permitam aperfeiçoar o processo de ensino. Corresponde a um balanço � nal, a uma visão de conjunto como um todo. Devido a isso, essa função também pode ser denominada Somativa. 3. USOS DA AVALIAÇÃO Luckesi (2003) propõe que a avaliação seja um instrumento capaz de promover o melhor aproveitamento escolar. É por meio do processo avaliativo que os estudantes têm condições de analisar qualitativamente sua aprendizagem. Por outro lado, os educadores obtêm um feedback do nível de sucesso do seu trabalho. Para isso, os resultados da aprendizagem dos educandos devem ser subsidiados com base em seus aspectos essenciais para uma tomada de decisão que direcione o ensino e o aprendizado e, consequentemente, o desenvolvimento do educando. 15WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Com esse intuito, de acordo com Luckesi (2011), a avaliação pode ser utilizada para: 1. Coletar, analisar e sintetizar, da forma mais objetiva possível, as manifestações das condutas cognitivas, afetivas, psicomotoras dos educandos, produzindo uma con� guração do efetivamente aprendido; ou seja, observar como o estudante desenvolve sua linha de raciocínio a partir do seu conhecimento inicial. 2. Atribuir uma qualidade a essa con� guração da aprendizagem, a partir de um padrão (nível de expectativa) preestabelecido e admitido como válido pela comunidadedos educadores e especialistas dos conteúdos que estejam sendo trabalhados. Nesse ponto, será possível analisar o nível de aprendizagem com base no conhecimento esperado que os alunos devem atingir. Ao realizar o Plano de Trabalho Docente, o docente descreve quais objetivos ele pretende atingir, isto é, quais os conteúdos mínimos que o estudante deve compreender para que se torne apto a avançar para o próximo nível escolar. É importante ressaltar que os conteúdos mínimos são os conhecimentos básicos e elementares que o aluno precisa compreender; isso não signi� ca ater-se a eles. O mínimo necessário deverá ser ensinado e aprendido por todos, porém o foco é ir além dele; entretanto, ele representa o limite mais baixo a ser admitido numa aprendizagem essencial. É inaceitável que muitos educandos � quem aquém do mínimo necessário de conhecimentos, habilidades e hábitos que delineiam as possibilidades do seu desenvolvimento (LUCKESI, 2011). 3. A partir dos resultados obtidos pelos alunos quali� cados e quanti� cados a partir de critérios pré-estabelecidos no Plano de Trabalho Docente, o educador utilizará a avaliação como elemento de referência para tomar uma decisão sobre as condutas docentes e discentes a serem seguidas, tendo em vista: - A reorientação imediata da aprendizagem, caso sua qualidade se mostre insatisfatória ou haja dé� cit de algum conteúdo. - O encaminhamento dos educandos para passos subsequentes da aprendizagem por meio da retomada dos conteúdos com base em outras metodologias e recursos didáticos. Dessa maneira, é realizada a recuperação das informações e dos conteúdos que não foram compreendidos segundo os padrões estabelecidos. Leia o artigo “Planejamento: a importância do plano de trabalho docente na prática pedagógica”, de Ana Aparecida Tormena e Jorge Alberto Figueiredo, publicado em O professor PDE e os desafi os da escola pública paranaense (2010, v. 1). Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/ producoes_pde/2010/2010_fafi pa_ped_artigo_ana_aparecida_tormena.pdf>. Nesse artigo, os autores conceituam o Plano de Trabalho Docente, anteriormente denominado Planejamento, e promovem uma refl exão sobre a importância desse documento no processo educativo. 16WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Assim, a avaliação não será apenas um instrumento de aferição do aproveitamento escolar focado na aprovação ou reprovação do educando, mas um elemento que conduz o direcionamento da aprendizagem e do desenvolvimento do ensino. Para que se utilize corretamente a avaliação no processo ensino-aprendizagem, no contexto escolar, importa estabelecer um padrão mínimo de conhecimentos, habilidades e hábitos. Essa característica da avaliação retoma a relevância de realizar a avaliação dos alunos de maneira constante, analisando todo o processo de desenvolvimento dos alunos e não apenas o que é veri� cado pontualmente em momentos especí� cos. A avaliação, nesse sentido, deve ser utilizada como um mecanismo subsidiário pelo qual o professor detecta os níveis de aprendizagem atingidos pelos alunos e os auxilia no percurso para atingir os objetivos propostos, ou seja, compreender os conteúdos mínimos. Alguns alunos, devido às diferenças individuais, culturais e sociais, ultrapassarão, facilmente ou com empenho, o mínimo necessário; outros, porém, pelo menos, chegarão ao mínimo. A avaliação, portanto, como elemento processual e indicador da forma de proceder de professores e alunos diante dos resultados obtidos, pode garantir uma equalização entre os alunos, ao menos nas condições mínimas de aprendizagem dos conteúdos escolares. Por meio dessa sequência de ações relacionadas às formas de utilização da avaliação é possível promover a socialização do saber, no contexto escolar, pois todos adquiririam o mínimo necessário, e a avaliação desempenharia, inclusive, o papel de transformação social. Hadgi (1997) considera a avaliação não como um instrumento de medida, mas como meio de uma comunicação social. Por meio do processo avaliativo é possível criar novas maneiras de aprender ao reinventar novas maneiras de ensinar e avaliar. A avaliação implica tomadas de decisões no sentido de construir com e nos educandos conhecimentos, habilidades e hábitos que possibilitem o seu efetivo desenvolvimento, por meio da assimilação ativa do legado cultural da sociedade (LUCKESI, 2011). A avaliação e o erro não devem ser encarados como derrota ou fracasso, e sim como resultado de uma experimentação em que a criança levanta hipótese, planeja uma estratégia de ação e a põe em prática. Nesse processo, é importante que o professor consiga se aproximar dos vieses que levaram o aluno ao erro, pois, por vezes, a criança: - Possui estrutura de pensamento necessária para a solução da tarefa, mas seleciona o procedimento inadequado para tal. - Possui estrutura de pensamento insu� ciente para solucionar tal tarefa. - Não possui estrutura de pensamento necessária para a solução do procedimento. A avaliação, nesse sentido, não pode interferir, negativamente, na autoestima do educando em relação à sua capacidade de aprender. Para isso, o erro deve ser considerado segundo uma perspectiva positiva. O erro não ocupa o lado de fora do ato de aprender, ele está inserido no próprio processo, ou seja, faz parte da própria ação de conhecer, como algo que será modi� cado e transformado na sequência das aprendizagens. Portanto, a avaliação contínua se faz necessária e deve ser utilizada para acompanhar o desenvolvimento dos educandos e ajudar em suas eventuais di� culdades. Luckesi (1995) defende que, enquanto é avaliado, o educando expõe sua capacidade de raciocinar. Essa é a razão pela qual todas as atividades avaliadas devem ser devolvidas aos autores com os respectivos comentários. 17WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS O ato de avaliar importa coleta, análise e síntese dos dados que con� guram o objeto da avaliação, acrescido de uma atribuição de valor ou qualidade, que se processa a partir da comparação da con� guração do objeto avaliado com um determinado padrão de qualidade previamente estabelecido para aquele tipo de conteúdo ou conhecimento escolar. O valor ou qualidade atribuídos ao objeto conduzem a uma tomada de posição a seu favor ou contra ele. A prática da avaliação da aprendizagem, em seu sentido pleno, só será possível se estiver efetivamente interessado na aprendizagem do educando, ou seja, há que estar interessado em que o educando aprenda aquilo que está sendo ensinado. De fato, se ensinamos, os alunos não aprenderam e estamos interessados em que aprendam, há que se ensinar até que aprendam; há que se investir na construção dos resultados desejados. A avaliação é o instrumento que o docente deve utilizar para repensar em novas formas de ensinar. A avaliação só pode funcionar efetivamente num trabalho educativo com essas características. Sem esta perspectiva dinâmica de aprendizagem para o desenvolvimento, a avaliação não terá espaço. A avaliação implica a retomada do curso de ação, se ele não tiver sido satisfatório, ou a sua reorientação, caso esteja se desviando. Assim, corrigir uma atividade envolve mais do que simplesmente apontar erros, mas apontar caminhos para outras possibilidades de aprendizagem e apresentar alternativas de superação. O professor tem uma função importante de orientar seus alunos na adequação dos procedimentos selecionados, encaminhando-os na busca de condutas mais ricas, complexas e diversas. Nesse sentido, é importante que o aluno tenha a oportunidade de rever suas atividades na intenção de construir um novo olhar para o que não foi compreendido anteriormente e poder experimentar novas estratégiasque possibilitarão o seu acesso ao conhecimento. A criança deve saber sempre onde está e o que fazer para avançar. Assim, � ca mais fácil se envolver na aprendizagem. A prática da avaliação, em seu sentido pleno, só será possível se o aluno estiver efetivamente interessado na aprendizagem, bem como se o professor estiver interessado na aprendizagem do seu educando. 1818WWW.UNINGA.BR UNIDADE 02 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................19 1. TIPOS DE AVALIAÇÃO ............................................................................................................................................21 1.1 SOMATIVA .............................................................................................................................................................21 1.2 AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA ................................................................................................................................. 23 1.3 AVALIAÇÃO FORMATIVA .................................................................................................................................... 25 2. CRITÉRIOS E INSTRUMENTOS AVALIATIVOS .................................................................................................. 28 2.1 PROVA .................................................................................................................................................................. 30 2.2 OBSERVAÇÃO ......................................................................................................................................................31 2.3 RELATÓRIO ..........................................................................................................................................................31 2.4 PORTFÓLIO ......................................................................................................................................................... 32 2.5 CONSELHO DE CLASSE ..................................................................................................................................... 32 2.6 MAPA CONCEITUAL........................................................................................................................................... 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................ 35 UTILIZAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO PROF.A DRA. SAMANTHA SUYANNI DOS SANTOS FECHIO ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO 19WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 2 INTRODUÇÃO As metodologias de ensino e aprendizagem e de avaliação são vitais para o sucesso escolar. O desenvolvimento de uma metodologia pedagógica que tenha como objetivo repensar o papel do professor e do aluno no processo de ensinar e aprender deve ser constantemente revisado e atualizado. Para que o processo de ensino promova aprendizagem, bem como o de avaliação seja e� caz, deve-se levar em consideração o processo de re� exão sobre as experiências individuais de cada participante juntamente com a abordagem teórica das metodologias pedagógicas. Nesse sentido e retomando o que foi discutido na unidade anterior, o resultado dos elementos avaliativos direciona o trabalho do docente e pode contribuir para a mudança de conduta do aluno em relação ao seu processo de aprendizagem. Pacheco (2002) defende que a avaliação do aluno é uma tomada de decisão curricular que implica a valoração de dados em função de uma representação numérica tida como ideal, que compõe a média. Na maioria das vezes, há uma supervalorização dos valores quantitativos (Figura 1) obtidos pelos estudantes em prol dos aspectos qualitativos observados ao longo do processo – ou período – de ensino e aprendizagem. Figura 1 – Charge sobre a relação entre qualidade e quantidade. Fonte: Teia de Renda (2016). A partir da re� exão a respeito da comparação entre quantidade e qualidade, é possível relacionar com o contexto escolar focando na avaliação. Valorizar quantitativamente o conhecimento do aluno não garante que houve aprendizagem efetiva, uma vez que o discente pode conseguir reproduzir o conteúdo abordado apenas no momento em que é submetido a um elemento avaliativo. O valor numérico, nesse sentido, nem sempre representa adequadamente a aprendizagem. Por outro lado, ao analisar o nível de compreensão do estudante, constantemente será possível veri� car o nível de relações que ele estabelece entre o conteúdo e as situações reais. A capacidade de envolver o conhecimento escolar com o seu dia a dia deve ter maior relevância do que apenas memorizar informações (Figura 2). 20WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 2 Figura 2 – Comparação entre a quantidade e a qualidade das informações. Fonte: 123RF (2018). Para obter sucesso no acompanhamento do processo de aprendizado do aluno avaliando o seu processo de aprendizagem tanto quantitativamente como qualitativamente, é necessário estabelecer critérios e instrumentos adequados e diversifi cados de avaliação. 21WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 2 1. TIPOS DE AVALIAÇÃO A característica constante de todas as práticas de avaliação é submeter regularmente o conjunto dos alunos a provas que estabelecem numericamente o nível e desempenho dos alunos. A avaliação sob essa perspectiva, para Perrenoud (1999), pode resultar nos seguintes obstáculos à inovação pedagógica, pois: - Frequentemente, aproveita a melhor parte da energia dos alunos e dos professores e não sobra muito para inovar. - Favorece uma relação utilitarista com o saber, considerando que os alunos trabalham “pela nota” e não pelo prazer em aprender. - Dispõe professores e alunos em campos opostos, impedindo sua cooperação, uma vez que os alunos são avaliados segundo as exigências do docente, não há liberdade para criar ou se expressar. - A necessidade de regularmente dar notas ou fazer apreciações qualitativas baseadas em uma avaliação padronizada favorece uma transposição didática conservadora, isto é, baseada na transmissão de informações pelo docente e compreensão por parte do discente. - O sistema clássico de avaliação força os professores a preferirem os conhecimentos desvinculados de competências de alto nível (raciocínio, comunicação), difíceis de delimitar em uma prova escrita ou em tarefas individuais. Diante desse contexto, é relevante compreender os diversos tipos de avaliação considerando as funções, bem como os aspectos positivos e negativos de cada tipo de avaliação. Há vários tipos de avaliação, entre eles: Somativa, Acumulativa, Diagnóstica, Autoavaliação e Formativa. 1.1 Somativa Ao � nal de cada período, trimestre ou semestre, por exemplo, ou ao concluir um conteúdo, os alunos são submetidos a uma ou mais avaliações para que o professor possa analisar o quanto o aluno aprendeu. O resultado obtido nesse tipo de avaliação, denominada Somativa, é calculado juntamente com outras atividades pontuais que podem ter sido aplicadas durante o mesmo período. A soma de todas as atividades avaliativas indica um valor numérico que representa o quanto o aluno compreendeu do conteúdo abordado. As avaliações Somativas são de� nidas por Bloom (1986) como classi� catórias, pois a partir dos resultados, os alunos são separados ou rotulados em grupos de estão acima, abaixo ou na média estabelecida como critério mínimo de aprendizagem. Haydt (1997) reforça que o objetivoda avaliação Somativa é determinar a aprovação ou reprovação do aluno a partir do espectro do número que o aluno atinge em relação ao referencial determinado. Assim, ao escolher uma avaliação somativa, assumem-se duas vertentes: a classi� cação e a aprovação. A classi� cação diz respeito à quantidade de conhecimentos que o aluno demonstrou ter adquirido, o que o coloca em comparação com os demais estudantes em relação ao seu desempenho. A aprovação comprova que o educando está apto a frequentar o próximo nível de ensino. 22WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 2 Esse tipo de avaliação pressupõe que as pessoas aprendam do mesmo modo, nos mesmos momentos, e tenta evidenciar competências isoladas. Ou seja, algumas pessoas, ao atingirem o valor superior à média, expressam maior facilidade em aprender. Por outro lado, os estudantes que não atingem o esperado aprendem cada vez menos e, gradativamente, são excluídos do processo de escolarização (Figura 3). Figura 3 – Charge sobre os resultados da avaliação somativa. Fonte: Diálogos e palavras (2016). Analisar o aluno a partir da avaliação Somativa, como se pode perceber na charge anterior, não possibilita a avaliação das características e particularidades de cada indivíduo, bem como classi� ca-os a partir de um critério. O parâmetro estabelecido não é o su� ciente para veri� car as diversas habilidades e potenciais dos alunos e, ainda, pode comprometer a autoestima dos educandos. Avaliações governamentais como ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e provas de concursos diversos, por exemplo, são clássicas avaliações Somativas que analisam o participante de maneira pontual e os classi� ca de acordo com a pontuação obtida. O resultado determina se o sujeito está apto ou não para ser contratado para a vaga ou incluído no curso superior pretendido, corroborando que a aplicação desse tipo de avaliação está geralmente voltada para a certi� cação, promoção ou seleção. Um dos problemas identi� cados nesse tipo de avaliação é o fato de ela resumir-se à mera classi� cação, o que acarreta danos ao processo educacional. Como argumenta Ho� mann (1996), a avaliação não deve ser classi� catória, pois ela considera as tarefas numa linearidade, sem relacionar uma com a outra e com o contexto. Assim, cada atividade que o aluno faz tem valor por ela mesma, sem estar ligada a outra, sem ser parte de outro conhecimento maior. 23WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 2 Luckesi (2004) defende que, em vez de avaliação Somativa, deveríamos usar a expressão resultados � nais, a � m de minimizar os impactos negativos que um resultado abaixo da média poderia re� etir. Conforme o mesmo autor, essa avaliação de caráter classi� catório supervaloriza os resultados � nais em detrimento do processo em si. Portanto, é preciso considerar com cuidado a avaliação Somativa, planejando suas atividades de modo que essa prática não se transforme em um jogo de classi� cação, causando prejuízos ao processo educacional do aluno. Para isso, a avaliação Somativa não deve ser o único meio de veri� car a aprendizagem dos alunos. 1.2 Avaliação Diagnóstica Esse tipo de avaliação funciona como um meio de veri� cação prévia da realidade que se pretende examinar, fornecendo uma informação inicial acerca dos aspectos enfocados. Nas práticas da escola, em linhas gerais, conforme Ferreira (2009), a avaliação diagnóstica pode ser utilizada para: A avaliação Somativa (ou Classifi catória) possui limitações no processo educativo. Quais seriam? Por outro lado, quais os aspectos positivos da avaliação Somativa e qual a melhor maneira de ser implementada? 24WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 2 - Identi� car os conhecimentos prévios dos alunos, bem como sua bagagem cognitiva e/ ou suas habilidades. - Identi� car possíveis di� culdades de aprendizagem. - Veri� car o que o estudante aprendeu ou não do ano anterior, identi� cando, principalmente, o que � cou em defasagem, principalmente os conceitos fundamentais para o desenvolvimento dos conteúdos futuros. - Caracterizar o aluno quanto a interesses, aptidões ou necessidades. - Adaptar o Planejamento do Trabalho Docente. A avaliação diagnóstica possibilita ao educador e educando identi� carem suas falhas, desvios, di� culdades, a tempo de redirecionarem os meios, os recursos, as estratégias e os procedimentos na direção desejada, uma vez que caracteriza subsídios para a estruturação da prática docente e aponta uma direção em relação aos desa� os que os discentes enfrentarão. Além disso, uma das funções da avaliação Diagnóstica consiste na garantia de que todos poderão aprender, além de ser: 1) um estímulo ao crescimento e ao fortalecimento das dinâmicas pedagógicas entre professor e aluno; 2) uma segurança na caminhada didática, pois é estruturada a partir do per� l do aluno; e 3) um meio de superar limites sem traumas, uma vez que os docentes e discentes estão cientes do caminho que deverão percorrer. Portanto, como aponta Hadji (1997), a avaliação Diagnóstica tem a função de ajustar os conhecimentos dos educandos em relação aos programas de ensino, ou vice-versa. O professor pode detectar que está ensinando e alterar o programa ou, da mesma forma, perceber as di� culdades dos estudantes e ajudá-los a compreender melhor o que está sendo ensinado. O diagnóstico da avaliação permite, portanto, a tomada de decisão mais adequada, tendo em vista o autodesenvolvimento e o auxílio externo para esse processo. Assim, a avaliação tem a tarefa de ser diagnóstica, ou seja, deverá ser o instrumento dialético do avanço e terá de ser o instrumento da identi� cação de novos rumos (LUCKESI, 1995). A partir dos resultados analisados na avaliação Diagnóstica, é essencial a elaboração de medidas que direcionem o processo de ensino e aprendizagem por meio de ações concretas (PERRENOUD, 1999). O diagnóstico em si não faz a diferença (embora ele seja muito importante), mas sim a ação que se desenvolve depois de formulado o diagnóstico (Figura 4). Figura 4 – Esquema das ações pedagógicas que devem ser desenvolvidas e orientadas pela avaliação Diagnóstica. Fonte: Soczek (2017). 25WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 2 1.3 Avaliação Formativa A avaliação Formativa está bastante relacionada à avaliação diagnóstica, pois propõe o uso do feedback que o diagnóstico pode dar, mas ao mesmo tempo contempla o uso de recursos para que os dé� cits identi� cados sejam superados e a aprendizagem seja efetivada. É considerada o tipo de avaliação que visa transformar a prática pedagógica, pois a avaliação de caráter formativo fornece informações, identi� ca erros, sugere interpretações quanto às estratégias e atitudes dos alunos e, portanto, alimenta diretamente a ação pedagógica (PERRENOUD, 1999). A avaliação formativa é aquela realizada no decorrer do curso com o objetivo de veri� car se os alunos estão dominando gradativamente cada etapa proposta. Neste intuito, é importante considerar que os alunos progredirão se compreenderem suas possibilidades e fragilidades e se souberem como se relacionar com elas. É formativa toda prática de avaliação contínua que pretenda contribuir para melhorar as aprendizagens em curso. É necessário, então, realizar práticas correntes de avaliação contínua sob o ângulo de sua contribuição almejada ou efetiva para a regulação das aprendizagens durante o ano escolar. Partindo do pressuposto de que a avaliação Formativa visa analisar o aluno durante o processo educativo a partir das diversas particularidadesde cada um, há que se considerar que realizar a avaliação sob essa ótica da formação do aluno nem sempre é fácil. Para que seja possível colocar em prática a avaliação formativa, é necessário implementar algumas ações associadas à avaliação no intuito de desenvolver um trabalho muito mais ético, responsável e comprometido, que realmente forme o estudante, e não somente quanti� que seu desempenho. Conforme apontado por Ferreira (2009), para desenvolver uma avaliação Formativa, cabe ao professor: - Não aceitar respostas pessoais de seus alunos em situação de prova ou de outros instrumentos de avaliação, mas deve considerá-las como elemento para o desenvolvimento do processo de ensino. - Justi� car seus julgamentos para que o aluno compreenda o que errou e como pode melhorar seu desempenho. - Procurar não proceder a correções que gerem ambiguidades para que o estudante seja capaz de aprender, inclusive, com o erro. Leia o artigo “Avaliação Formativa: concepções, práticas e difi culdades”, de Cíntia Camargo Furquim Caseiro e Raimunda Abou Gebran, publicado em Nuances: Es- tudos sobre Educação, Presidente Prudente, ano XIV, v. 15, n. 16, p. 141-161, jan./ dez. 2008. Disponível em: <http://revista.fct.unesp.br/index.php/Nuances/article/ view/181/251>. Nesse artigo, será possível compreender as características, estrutura e objetivos da avaliação Formativa, como deve ser aplicada e os momentos adequados, bem como as limitações que envolvem esse tipo de avaliação. 26WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 2 - Avisar o aluno quando e como vai avaliá-lo para que ele possa se preparar ou revisar seus conhecimentos. - Jamais subtrair pontos do aluno, pois é um direito adquirido dele e o conhecimento efetivamente aprendido pode não ser expresso no momento da avaliação, mas a partir de uma mediação adequada. Os professores, para poderem atuar como agentes de uma avaliação formativa, devem ter formação pro� ssional, conhecimentos disciplinares, curriculares e experienciais que lhes forneçam subsídios para uma atuação docente diferenciada, orientando sua atuação pedagógica. É necessário que estejam preparados para se depararem com situações inusitadas, alunos com características distintas, condicionando um novo olhar para sua ação diária. Por meio da avaliação Formativa, os resultados que vão sendo obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos são comparados com os objetivos propostos, a � m de constatar progressos e di� culdades e reorientar o trabalho para as correções necessárias. Na avaliação Formativa, a participação pedagógica do professor é muito maior. Na verdade, não há como conceber esse tipo de avaliação sem o comprometimento docente com todo o processo de formação do aluno, compreendendo que a avaliação é parte da aprendizagem e, como tal, deve ser analisada. Para isso, é necessário constituir-se como um ato de investigação da qualidade das aprendizagens dos alunos, con� gurando-se como avaliação diagnóstica e, a partir desta, motivar a proposta de ações que aproximem o desempenho real dos estudantes daquele que se deseja que eles alcancem (LUCKESI, 2011). No contexto da avaliação formativa, o professor se transforma em pesquisador da prática pedagógica e da aprendizagem. Para tanto, deve pautar-se pelos seguintes princípios, de acordo com Luckesi (2011): - Conscientizar-se de que sua atividade tem por objetivo mediar a realidade de aprendizagem de seu aluno, tornando-o protagonista da formação do seu conhecimento. - Comprometer-se com uma visão pedagógica que leve em consideração o fato de que o ser humano sempre pode aprender, isto é, se o aluno não conseguiu expressar seu conhecimento por meio de um recurso, é necessário desenvolver outra(s) metodologia(s) de ensino e formas de avaliá-lo. - Estar ciente de que a construção do conhecimento depende tanto da exposição teórica de conteúdos quanto dos instrumentos utilizados para abordá-los na prática e dos meios de avaliação. - Ter a noção clara de que a prática avaliativa vinculada à aprendizagem só faz sentido se for parte de um processo e também se fornecer uma posição sobre a aprendizagem � nal do aluno. Somente por meio do acompanhamento do aluno durante o processo é possível analisar as di� culdades e limitações dos estudantes ou maneiras de avançar o conteúdo de maneira mais complexa e desa� adora. - A avaliação é realmente parte do processo educativo e deve ser entendida como uma prática que pode ser corrigida, reavaliada, retomada. Por outro lado, como o tempo da escola é limitado, é preciso apresentar ao educando um resultado � nal e uma certi� cação, que devem constituir-se em um testemunho da aprendizagem satisfatória obtida. 27WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 2 O professor é o mentor de todo o trabalho e tem a incumbência de promover para os seus alunos um ensino de qualidade, facilitar a aprendizagem, conduzir as aulas de maneira dinâmica, prazerosa, aguçar nos alunos o poder de argumentação, interativa e questionadora, fornecer orientação didática adequada, acompanhamento nas atividades propostas, ser e� ciente e e� caz na disciplina que ministra e mostrar domínio do conteúdo. Pacheco (2002) aponta que a Avaliação Formativa é contínua e, por isso, deve basear-se mais na intuição e informalidade do que em registros estruturados de recolha de informação. Conforme o mesmo autor, é necessário considerar os ritmos e tempos de aprendizagem dos alunos. Perrenoud (1999) complementa que a avaliação formativa ocorre por meio de avaliações informais, implícitas e na interação entre os integrantes desse processo (aluno-aluno, aluno- professor). Contudo, esta perspectiva de formação formativa não substitui a realização de testes e demais instrumentos que caracterizam a avaliação somativa e diagnóstica. Considerando que a Avaliação Formativa resulta do processo de ensino e aprendizagem, as tarefas escolares (trabalho para casa, tarefas escolares, por exemplo) são um parâmetro com um peso signi� cativo no trabalho diário do aluno, mas escassamente valorizado pelo professor. O caderno com o registro estruturado de informação é um utensílio pedagógico que permite registrar o percurso (acertos e erros) do aluno. A prática pedagógica que se baseia numa concepção dialética do conhecimento tem que estar centrada no processo de construção do conhecimento, não apenas nos resultados. Enfocando o modo de construção dos diversos conhecimentos que estruturaram a Ciência, é relevante destacar que o processo foi tão importante quanto os resultados obtidos nos diversos experimentos, pesquisas e elaboração de teorias. Um exemplo foi a descoberta da Penicilina por Alexander Fleming, a partir de 1928. Esse médico, ao estudar a bactéria Staphylococcus aureus, observou a presença de fungos do gênero Penicillium e o efeito inibidor desses organismos sobre as bactérias, até então, foco do seu estudo. Se Fleming não tivesse um olhar atento aos elementos presentes na sua pesquisa e descartasse as culturas contaminadas pelos fungos apenas por não apresentarem os resultados esperados, teria desperdiçado a oportunidade de encontrar a substância utilizada como princípio ativo dos antibióticos. D29 – Avaliação da Aprendizagem: Formativa ou Somativa? Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=G5VEkMf5DRk>. Nesse vídeo, será possível compreender as diferenças de cada tipo de avaliação Somativa, Diagnóstica e Formativa e como podem ser utilizadas no contexto es- colar. 28WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 2Relacionando o surgimento dos medicamentos antibacterianos com as formas de avaliação, é possívelreconhecer que o conhecimento de Fleming sobre as bactérias (Avaliação Diagnóstica) foi importante para identi� car que algumas culturas bacterianas estavam contaminadas. Os diversos testes (Avaliação Somativa) realizados por Fleming para conhecer como o fungo atuava sobre as bactérias foram elementares para a extração de tal toxina e formulação dos primeiros antibióticos. Por � m, e mais relevante, dominar todo o processo de cultivo de bactérias e valorizar o “erro”, isto é, considerar o experimento que destoou do que era esperado formaram o subsídio para a veri� cação do conhecimento até o momento e relacionar a outros conhecimentos (Avaliação Formativa), ampliando, assim, sua pesquisa e a construção da Ciência. A Ciência, portanto, resulta do processo de produção de conhecimento, em que os conceitos são elaborados e sofrem diversas in� uências. Assim, também o conhecimento do aluno deve ser avaliado, ou seja, valorizando a formação dos diversos conhecimentos, reconhecendo cada progresso e utilizando os erros como meios de construção da aprendizagem do conhecimento cientí� co escolar. Avaliar dessa maneira só é possível por meio da Avaliação Formativa, a qual é estruturada a partir de critérios e composta pelo resultado de diversos instrumentos e métodos avaliativos. 2. CRITÉRIOS E INSTRUMENTOS AVALIATIVOS Pacheco (2002) defende que a de� nição de critérios de avaliação é necessária para a aprendizagem dos alunos, dos professores e para a realização e o desenvolvimento de projetos escolares. Na de� nição de critérios de avaliação da aprendizagem, todos os envolvidos têm a visão da transparência do processo de avaliação, nomeadamente por meio da clari� cação e da explicitação dos critérios adotados. O critério em avaliação é um princípio utilizado para julgar, apreciar, comparar o processo de ensino e aprendizagem. De um lado, há os dados recolhidos que constituem o objeto de avaliação; de outro lado, o conjunto de parâmetros que são tidos como ideais de comparação entre tais elementos. Não é possível avaliar com rigor e objetividade, tampouco valorizar a dimensão formadora, se os professores e os órgãos escolares não estabelecerem formas justas de julgar os alunos (PACHECO, 2002). Avaliar é decidir na base de um juízo de valor, formulado sobre um processo de recolha de dados, em função de critérios bem de� nidos (PACHECO, 2002). Em uma avaliação integrada, de caráter Formativo, a recolha de dados é feita a partir de diversas fontes, por meio da instrumentação diversa e tem o contributo de professores, alunos e encarregados de educação. Documentário “A aventura do antibiótico” Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=XtP7WF8XjXU>. Esse documentário relata o processo histórico da descoberta da Penicilina como princípio ativo dos antibióticos, como esse conhecimento melhorou a qualidade de vida do ser humano, e como a Ciência é construída por meio de um processo que envolve diversos conhecimentos. 29WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 2 Neste caso, avaliar é comunicar, o que contempla, segundo Bélair (1999), a intenção (clari� cação de objetivos e competências), a instrumentação (negociação dos instrumentos e critérios de avaliação), o julgamento (negociação dos juízos de valor formulados a partir de critérios especí� cos) e a decisão (transmissão dos resultados de avaliação). Na prática de avaliação, constam principalmente os conteúdos das áreas e disciplinas de cada período. A dimensão cognitiva da aprendizagem é uma componente que tem sido reforçada pelos professores, embora se diga que atitudes, valores e comportamentos também devem, obrigatoriamente, tornar-se objeto de avaliação. O ato de aprender é dominar conteúdos, mas também mobilizar esses saberes para desenvolver competências acadêmicas. Aprender não se restringe à dimensão cognitiva. Por isso, a avaliação também não pode considerar apenas esse aspecto, pois a aprendizagem integra, indissociavelmente, conhecimentos, capacidades, comportamentos e atitudes e ainda constituem o objeto de avaliação. Essa perspectiva precisa estar clara como critério avaliativo. No percurso de avaliação dos alunos, os critérios são referenciais comuns que exigem a partilha de ideias e práticas sobre a prossecução de objetivos de aprendizagem e o domínio de competências pelos alunos. No entanto, é importante que tanto os alunos como os encarregados de educação conheçam o caminho a percorrer, isto é, que os critérios sejam de� nidos e negociados. Os critérios de avaliação, portanto, devem ser elaborados de forma coerente e que a prática avaliativa utilize instrumentos que assegurem o acompanhamento do pleno desenvolvimento do aluno. Por meio da utilização de variados instrumentos de avaliação, é possível acompanhar a aprendizagem do aluno. Partindo do pressuposto de que a avaliação deve ocorrer de maneira contínua, é necessário selecionar instrumentos de avaliação a partir de uma re� exão que relaciona o tipo e os critérios estabelecidos, bem como o tipo de avaliação que será implementado. Como aponta Vasconcellos (2003), a re� exão crítica dos instrumentos de avaliação promove alguns questionamentos a respeito da construção dos instrumentos que serão utilizados e como serão analisados e corrigidos. Leia o artigo “Critérios de avaliação para o processo avaliativo escolar”, de Ana Lú- cia Olivo Rosas Moreira e Denise Godoi Ribeiro Sanches, publicado no livro Meto- dologias pedagógicas inovadoras: contextos da Educação Básica e da Educação Superior, coordenado por Eduardo Fofonca e organizado por Glaucia da Silva Brito, Marcelo Estevam e Nuria Pons Villardel Camas (Curitiba: Ed. IFPR, 2018. v. 2). Disponível em: <http://reitoria.ifpr.edu.br/wp-content/uploads/2017/03/ Crit%C3%A9rios-de-avalia%C3%A7%C3%A3o-para-o-processo-avaliativo-escolar- Ana-L%C3%BAcia-O.-R.-Moreira-e-Denise-G.-R.-Sanches.pdf>. Nesse artigo, as autoras defi nem as características e a importância dos critérios de avaliação, e como utilizá-los no contexto escolar como elemento avaliativo. 30WWW.UNINGA.BR EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA AV AL IA Çà O DA A PR EN DI ZA GE M E N OV AS T EC NO LO GI AS N A ED UC AÇ ÃO | U NI DA DE 2 Vasconcellos (2003) também destaca que, ao estabelecer um instrumento de avaliação, o docente deve considerar alguns critérios, isto é, estabelecer o que é essencial, re� exivo, abrangente, contextualizado e coerentes com o trabalho desenvolvido em sala de aula. Dentre os aspectos relacionados, tem-se a escolha do instrumento de avaliação, havendo diversas possibilidades de instrumentos de avaliação. Nesta apostila, serão citados os seguintes elementos avaliativos: a(s) prova(s) pontual(is), a observação, o portfólio, o relatório, conselhos de classe e o mapa conceitual. 2.1 Prova As provas, denominadas por Lemos et al. (1993) como teste de aproveitamento, é o instrumento em que o aluno responde algumas perguntas a respeito do conteúdo numa data previamente estabelecida. Esse é o elemento avaliativo mais utilizado em todas as disciplinas, inclusive nas mais práticas, devido à equivocada concepção que os professores têm sobre esse instrumento. Como é um meio em que todos os alunos são submetidos no mesmo momento e são julgados pelos mesmos critérios, há a falsa impressão de ser um recurso avaliativo de caráter igualitário para veri� car o nível de aprendizagem de cada estudante. Entretanto, a prova não é capaz de avaliar as competências e habilidades desenvolvidas por cada aluno durante o processo de construção do conhecimento; além disso, os educandos são classi� cados pela média atingida por todos, sem levar em consideração suas individualidades. Devido a isso, Vasconcelos (2003) defende que esse instrumento avaliativo apenas realiza a comprovação do que o aluno sabe naquela formatação estabelecida. Por outro lado, se o aluno
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