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768 ) 11,11111•• Literatura consultada 13- JAMES, L.D. e LEE, R.R. 1971. Economics 01Water Resourcns nllf/íl McGraw-Hill Book Co. Capítulo 20 DRENAGEM DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS Nelson Luna Caicedo UIII'IIUOS básicos o de dessaturação ou drenagem consiste na remoção da água 1"'1 11111111 do meio poroso, seguida pela substituição de ar, geralmente à " 1I11J1()!lf~rica.O deslocamento da água pelo ar ocorre, porque a pressão 11M 11I1pmo toma-se menor do que a pressão do ar no mesmo. Assim, ar e uuvlvcm simultâneamente nos poros, onde. a pressão do ar excede a , 1li, Itaua, em quantidade suficiente para deslocar parte dela. "'"111, It água adere-se às partículas sólidas, mais fortemente que o ar, li. , com que a interface água-ar seja curva, resultando em forças IIIIC 110 opõem ao movimento da água. 11I'1)llu superficial (o) é uma força superficial por unidade de ,1111111111,que atua ao longo do perímetro da interface em direção tangente I"dll lu ourva. No equilíbrio, a força resultante da energia superficial, lorO" de deslocamento produzida pela pressão capilar (PC>. A I,••.nn Intcrface é, por definição, a diferença entre a pressão do 11 dl\ .tllun. Assim, 2mo = m2pc' segue-se que: 20 r= - Pc do ar conviverem no espaço poroso, requer o da porosidade para caracterizar o IqlHforo. A fração de água de um volume- 1110\1(10voluméutco do água (0): y. Y, (20.1) (20. 770 HldtllJlIlI1 IllIillUllomde águas subterrâneas onde: Va é O volume de água e VI o volume total. O conteúdo volumétrico de água varia de zero, em um meio 1111111 completamente seco, a um valor máximo igual a porosidade, quando a ~allll 111'11' todos os espaços porosos. No processo de dessaturação a água desocupa gradativarnentc 0" 111111111 poros, portanto, o conteúdo volumétrico de água diminui com o llllllllllllll 1I pressão capilar, fato expresso pelas curvas de retenção (figura 20.1) I' curvas caracterizam a habilidade que o meio poroso tem em reter ãguu q1ll1l1l1 mesma está sendo drenada. O conteúdo volumétrico de água tende para um valor constante, '1111111111 pressão capilar aumenta indefinidamente. O valor de e para o <l"11I ,h-/,l tende a zero, é chamado retenção especifica, er A retenção espooflll'lI ,I li característica razoável mente constante para um mesmo material, ORPUII,dltl em areias e cascalhos, Como dado prático, o conteúdo volumétrlco dt" t\~1I uma amostra submetida a uma pressão capilar de 1/3 de bar, Ó llClll_[d ••, retenção específica. V. 88=- -V t ~ - pg • (CXp + ~) I.HI II • a compressibilidade da água (4,8 x 10-10 cm2/dina)~ CXp= a bllidade do material (4,4 x 10-9 cm2fdina); ~ = a redução de altura n [L]; p = o masa específica da água [M/I}]; g = a aceleração da IL!f2]; + = a porosidade do material [o). Tabela 20.1. Porosidade efetiva de alguns materiais (Morris e Johson, 1967) Material Intervalo Média Areia fina 0,01 - 0,46 0,33 Areia grossa 0,18 - 0,43 0,30 Cascalho fino 0,13 - 0,40 0,28 Silte 0,01 - 0,39 0,20 Argila 0,01 - 0,18 0,06 Porosidade efetiva e aparente A porosidade efetiva ou produção específica é um parâmctro 111111111'11-10 uma relação entre o volume drenável e o volume total. A porosl(huln 111"11 por outro lado, é uma relação entre o volume de água removido cio 11111111 •• ' volume resultante de aqüífero drenado. A porosídade U)HIlllUII'. 'I!' determínada a partir da sua definição, é um parâmctro '1m, 111I"'I presença de ar próximo da linha de água, a estratificação dou 1I111!1'llui posição da linha de água, A porosidade aparente é consldorndu 1'111I.111,,1 tempo, implicando uma entrega instantânea de água, qUI111clu ti 1I1~ ••1 bruscamente. O valor da porosidade aparente (+.) é sempre 111011111 .1•• 'I valor da porosidade efetiva (4)J. A tabela 20.1 mostra VlIloftl. ,111!'u!tI,1 efetiva de materiais naturais mais comuns, esses valores forlllll através de ensaios de laborat6rio. Armazenamento em aqüíferos confinados o o, Elr 0 OUrih"dO yolu",.trlco d. c:fOUQ Nos aqüíferos confinados, a entrega de água 6 dovldl\ 1\ VIII tric ... do poro e da água. Essa variação é origlnndn peln 1'\11111'11 aqüífero e pela compressibilidade da água. O Iml1l1~UIII\JlIl'llt(llJl1l'i'I 111111 volume de água entregue pelo aqüíforo por unidndo d(\ volruuu 111'11111111"" redução unitária de altura pJoZ0t11.6IrlCII, () I\rnlfl~llI1IUII\lI.ltl ""1" I 11I! " derado constante (; IHlH tlXI,rÓNNnO A. I~JJlll"l\ 20.1. Curvas de retenção dnuu entregue por um xlução unltãrla O proeíuto do 771 (20.3) 772 VI S = A." = S. m ,. IH\lIemde águas subterrâneas (20.6) Kmb Q = - (hl - h2) L 20.2 Soluções analíticas no regime permanente Integrando-se a equação (205) entre os limites h1, x = O e algum ponto IlIhlo, h, na direção x, pode ser obtida uma equação geral para a altura I· '"llt~trica h, entre o canal e a trincheira. Assim,Neste item são apresentadas soluções analíticas para reHolvl'1flll!I1' •••• de drenagem em escoamento unidimensional e permanente. MoallloIIlIluífii soluções analíticas servem para resolver problemas SiOlp1l/l1 ••,1.', situações importantes podem ser modeladas utilizando 1111 1111111 apresentadas. Além disso, as soluções analíticas podem dar nl/i,!II1I1l 1.1 o que pode ser esperado de uma representação fisicamcnto 111, conceitos de velocidade Darcy e continuidade foram abordudos 11I1 ',1111 serão seguidos estritamente da mesma forma como foram 01/11\111 1" lil Problemas em escoamento permanente são aqueles 1~III'\ 11M IP'It! veis envolvidas (descargas, velocidades, parãmetros, ctc.), 1" I 111[1 li(! i II tantes ao longo do tempo. As ferramentas básicas para rcsnlv: I Pili!1Í escoamento permanente são a lei de Darcy e a equação dn "lIlltlllldllllil tinuidade no escoamento permanente, implica na igualdnde 1'lIlli.l li sica de entrada e de saída de um volume de controle. Â 1('\ di 1'11111 i velocidade com o gradiante da altura piezométrica local. 1\ 1111111.1i duas equações gera uma equação difcrencial..a mesma qllll 11111I111 10 te C011'lcondições de contorno, fornece uma solução unul 1111 11 011 ~ sos ilustram a metodologia exposta. Escoamento em direção a uma trincheira em aqOfr\.lI'U fi Considere um aqüífero confinado, com condllllvltludl espessura m. O canal e a trincheira estão scpnrndo9 pm IIlIlIi l,lIii comprimento do canal e da trincheira é b (pcrpendlculm lU! ,,1111I1 A altura piezométrica no canal, h1, c na hlnrlit'IIII, 1i constantes ao longo do tempo (figura 20.2). A descarga em direção à trincheira é igual área da seção transversal. Assim. dh Q ::: - Kmb ( •• ) dI(. Na equação (20.5). K. m, b entre os limltcs h • hl• J( '" Oi 11 ti trtnchclra 110 101\110 do 00111111 1111 ? /1 I 1--\--1r1 I i I h2h(x) m Qx h = h1 - Kmb xL __ x ~ O~x~L (20.7) -L ~ Il'llCOO11'lOntoem direção a uma trincheira em aqüífero confinado tu (1m dlreçâo a uma trincheira em aqüítero livre 773 simplificada, porque o fluxo transversal escoamento é confinado entre estratos hll dI!-11 (20.8) 774 Hidrclogl na qual K, b, e Q são constantes. Integrando-se a equação (20.8) entre limites h = h1, X = O, e h = h2, x = L, resulta a descarga ao longo ti trincheira. Assim: Kb 2 2,. Q = - (hl - hv 2L (20.'" Depois de estimar o valor da descarga, a distribuição da altur piezométrica na direção x, h(x), entre o canal e a trincheira, é encontrsd integrando-se a equação 20.8 entre os pontos h = h1, X = O e um ponl, arbitrário. O resultado dessa integração dá como resultado a segulnl equação: h = {h2 _ 2 Q X}l/2 1 K b O:Sx:sL (20.10) A equação 20.10 mostra que a linha de água tem uma forma parabõlk IL x IrV~ I ~ h1 h(x) h2 , ,~--- -/' '" , , - , : -I. L ~ Figura 20.3. Escoamento em direção a uma' trincheira em IIqUífo(o IIvl Escoamento em direção 8 uma trincheira em aqüffero parclnlmeníe ('cUlm Considerando um caso lntcrmcdlãrlod uma trincheira onde em algum ponto ont toma-se livre (figura ~O.4), Drenagem de águas subterrâneas 775 L, li Ir h2 ~. 1_- ---~.. -- -- -.... -- ---- ~ • vI h(x) h1 m ~ L ~ ~f-- __ R .j Figura 20.4. Escoamento em direção a uma trincheira em aqüífero parcialmente confinado A descarga Q neste caso pode ser encontrada através dos resultados dos lols casos anteriores. No entanto, a distância R ao ponto onde o esco ••mente 11II1I11-selivre deve ser determinada. No intervalo O :S X :S R, o escoamento é nfinado e a equação (20.6) pode ser usada para calcular a descarga Ql' a parte do aqüífero: Kmb Ql = -- (hl - m) R (21l.H) 1111110 foi feita a substituição de h2 por m e L por R. No intervalo R :S X :S L o escoamento é livre e a equação (20.9) pode ser !v11I!ln pura calcular a descarga Q2' através dessa segunda parte de aqüífero: 1 (20.12) 1111111 11I foi 'Uh~fll,,(cl.1 11<1 I -I<) 1)(11' J.. 776 Hidrolo 1111'IlIlgemde águas subterrâneas Como o escoamento é permanente. a continuidade garante que Ql seju 1111.1 a Q2 e igual a Q. Com essa condição pode-se usar as equações 20.11 e 20.1 resolvê-Ias para as incógnitas Q e R. Assim. resolvendo-se para R: 2 m L (hl - m) R=----- 2m (2h1 - m) - h2 (~)O I ') Resolvendo-se para Q: K b 2 2 Q = - (2 h) m - m - h2)2L (~11.1 A forma da superfície piezométrica também pode ser encontrndn 11 pHi das equações 20.7 e 20.10. Assim: Qx h = h) - -- O ~ x ~ R K m b { 2 2 Q }1f2h = .m - Kb (x - R) R :S X ~ L (O" t I Escoamento em direção a uma trincheira em aqüífero livre com 1111'1I1111 Na figura 20.5 o escoamento permanente em aqüífero livre OHh a trincheira é influenciado por uma infiltração uniforme c coutluu de infiltração. W. por unidade de área drenada. poderia SOl' 01\1111 exemplo. em m3fdia/m2• Neste caso a descarga Q através de um volume de 001\111111 I " constante como nos problemas anteriores. Nesse volume a dOAOJlI'lJII 11 (Qs) é igual a descarga de entrada (Qe). mais a dcscurgn O()lItIMI"llloIIo11 infiltração uniforme, Assim: Qs = Qe + W (b ôx)' ou indo ao limite quando ôx ~ O. dq. W b <1)( zL. w I hl ,,' :tI ,tIt,",-, 1),''-'" "', Ir '-i .~;>, ''':;I 1 híx) \ 777 ~ L _ ...,~.~._:~~ l'll!\lra 20.5. Escoamento em direção a uma trincheira em aqüífero livre com infiltração lutourando-se a equação 20.18 obtém-se a descarga em função da distância Q = W b x + C1 (20.19) lnvncnudo-sc a equação 20.8 que relaciona a descarga através de qualquer 11 IUlI\.vcrslll e igualando-a com a equação 20.19. obtém-se: W b x dx + C1 dx = - K b h dh !llll ~Il'Jmdo·sc a equação 20.20 obtém-se: 1I11111flllut IlIllhnll~lldll W b i -K b h2 ):X+C2=-- 2 (20.20) (20.21) " ( 'I pela condição x -= O e x :;::L. IIrll." O IlImvd9 dl\ equação 20.19: 778 Hidrologia W b K b 2 Q = - (2x - L) + - (bl - h~ 2 2L (20.22) Conhecendo-se C} e C2, a equação 20.21 pode ser usada para resolver pela altura piezométrica, h. { 'I 2 2 2,. x W x }1/2 h = ,h} - (b} - h2) - + - (L - x) : L K i, (20.23) Finalmente, deve-se salientar que não existe nada em contrário para éI uso de valores negativos de infiltração, pode corresponder a uma retirad 'uniforme e contínua de água, da mesma forma como acontece com ev apotranspiração. Exemplo 20.1~ Dois drenos a céu aberto separados por uma distância d metros, têm seus respectivos níveis de água a 6,1 m e 1,5 m acima do \lll' estrato impermeável de referência. Estime a posição da linha de água entre /I drenos, para o aqüífero homogêneo com condutividade hidráulica 0,5 m/dlu recarga constante de 0,2 m/dia. Solução: Usando-se a equação 20.23, para x = O, 3, 6, 9 e 12 metros tom h = 6,10; 6,26; 5,84; 4,67 e 1,5 metros. 20.3 Escoamento radial transitório o escoamento no qual a altura piezométrica muda com o tempo 6 oh 11I 111111" transit6rio. O escoamento em direção a um poço, a percolação em dlf<l~nl reservat6rios circulares de captação de água e de mineração, são CXOll\pltl. II escoamentos radiais. Estritamente falando, o fluxo radial em um pllHU bidimensional, mas o uso de coordenadas polares tira vantagem dn shnohlu Ilu fluxo radial, permitindo ao mesmo tempo que a equação difcrcnclnl ~d escrita apenas com uma variável espacial, a coordenada radial r. A resposta li um bombeamento constante em um poço localizado Ill\lllllqllllnu infinito, homogêneo, isotr6pico e completamente penetrante, pode /.101' (lIlIIUI"11 pela solução da equação radial de Boussiuesq: 28 s 1 8s 8s a( -+--)-- IIr'1. r ôr 8t vltl/ldu 11Ich·d11llc 11, Ir.2(rJ; 1I11i'Hlu, dl/ml\ll~1\ (IUhtl ruu (~'.O 11' )lI 11 •• 1111 onde: (~ Drenagem de águas subterrâneas 779 Com as seguintes condições iniciais e de contorno: s(r,O) = O s(oo,t) = O ,as Q lirn r - = -- r-so ar 2nT (20.25) A terceira condição expressa o fato do poço ser tratado como um sumidou- ro, As condições implicam num salto brusco da descarga, de zero a Q no tempo t = O. As condições sob as quais a equação 20.24 e as condições 20.25 foram derivadas, são satisfeitas para o aqüífero confinado com espessura constante. A utilização em aqüíferos livres restringe-se a situações nas quais: 1) as componentes verticais do fluxo são desprezíveis, e 2) a variação de armazenamento por expansão da água e por compressão do aqüífero são pequenas em relação à drenagem gravitacional dos poros. Na prática, nenhuma dessas condições é satisfeita plenamente na vizinhança do poço, principalmente depois de uma brusca mudança na descarga de bombeamento. A solução da equação do fluxo radial transit6rio, juntamente com as condições iniciais e de contorno, pode ser feita utilizando-se a variável de Boltzman, u = r2/40.t. Essa variável permite a transformação da equação de Boussinesq na seguinte equação diferencial ordinária: 2d s 1 ds - + ( 1 + - ) - = O (20.26) du2 u du com as seguintes condições: s(oo) = O ds Q lim u - = --- (--)0 du 4 1t T (20.27) Integrando-se a equação 20.26, obtém-se: (iR \I' 11I I cxp (-u) (20.28) (lu (~Iltl \lIIIU I (JU~ 11\1\11' dt\ I (1Il'UI'II~ no, ",,1011111111\ p~11\ 1I1)(ln o(mdiOnO da 780 Hidrologia equação 20.27. Substituindo essa constante na equação 20.28. integrando-se e usando a primeira condição da equação 20.27. obtém-se: co Q J exp (-x) s = -- [ ] dx 4 rt T x u (20.29) onde x é a variável de integração. A integral na equação 20.29 é conhecida como integral exponencial, seu valores encontram-se tabelados em livros de matemática aplicada. Nu literatura de água subterrânea. a integral exponencial é conhecida como função de Theis ou função W(u). Q s = -- W(u) 4nT (20JO A função W(u) pode ser expandida em uma série infinita de termos ti seguinte maneira: 2 3u u W(u) = - 0.5772 - ln(u) + u - - + - - ...4 18 (20.~11) Para valores de u menores que 0.01. a função W(u) é aproximada lIJ1llllll pelos dois primeiros termos da série. ficando reduzida a uma forma umh« simples: s = ~ {ln( ~ ) - 0.5772} válido para u < 0,01 4nT u .11 Note-se que u é pequeno. quando a distancia radial ao poço 6 pl'qUI'1I e/ou quando o tempo é muito grande. Para grandes distancias. 11cqulloRII .'(J \ tem precisão somente para tempos muito demorados. Exemplo 20.2; Estimar o valor do rebaixamento em um aqüífero cooOnl\dll 1IIII próprio poço e 2) a uma distancia radial do 25 m, O (>000 foi howhl.l"illl 1111111111 7 horas com uma descarga do 0,0315 m3/s. A~ proprlcdudcs (lu il(lllIf(·\o .~H 0.001 c T • 0.0094 m"/~. 1-/4(tt 1111110_rI 11I1"IIhlllll ('(/lll I 111, Drenagem de águas subterrâneas 781 u1 = (0.3)(0.3) 1 4(9.4)(7)(3600) = 9,499 x 10-8 u" = (25)(25) 1 4(9,4)(7)(3600) = 6,596 x 10-4 Já que u1 < 0,01 a equação 20.32 pode ser usada para calcular o rebaixamento no poço (r1 = '0.3): s1 = 0.0315 14n(0.0094) (ln(1/9,499x 10-8) - 0.5772} = 4.16 m -4 Para u2=6.596 x 10 ,W=6.747. s2 = (0,0315)(6.747) 14n(O.0094) = 1,8 m 20.4 Determinação de características hidrogeológicas v, Os métodos mais confiáveis para a determinação da condutividade hidráulica e a perrneabilidade intrínseca. são provenientes dos testes de aqüífero conduzidos em campo. Embora o valor da condutividade hidráulica de uma amostra. possa ser encontrado no laboratório com um :alto grau de precisão. as amostras são muito pequenas comparadas com o tamanho do aqüífero, além da perturbação sempre presente na coleta e transporte da amostra. Por isso. é extremamente dificil caracterizar a condutividade hidráulica de um aqüífero através de medições no laboratório. A condutividade hidráulica e a permeabilidade intrínseca podem ser medidas diretamente através de permeãmetros. No permeâmetro de carga constante. no qual é estabelecido o escoamento permanente ascendente através da amostra. a equação de Darcy é diretamente aplicada para estimar o valor da condutividade hidráulica K. K=QL ho A (20.33) A perda de carga (ho) através do permeâmetro, nada mais é do que a diferença de altura entre os níveis de entrada e saída do permeâmetro, A descarga Q é calculada após atingir o equilíbrio. dividindo o volume de água recolhido durante um intervalo de tempo. Na equação 20.33. L é o comprimento A a área do permeâmetro. No permeâmetro de carga variável a descarga através da amostra decresce (Hl'I o tempo. pois a carga decresce com o descenso do nível de água no tubo de ntrada do plczõmcirc. A condutividade neste caso relaciona-se InJlIlr!tmicamonto 0001 II~ portlnll de 01l1"g8. 782 J Ilth"III.' a L ho K::-ln(-) A t ht onde, ho é a carga inicial (para t = O), ht é a carga no tempo t, A I. as áreas do permeâmetro e do tubo, respectivamente. A seguinte tabela mostra valores de condutividade hidrãulicu pllOI materiais porosos comumente encontrados na natureza. Tabela 20.2. Condutividade hidráulica de materiais poroso (Morris & Johnson, 1967) Material Intervalo (cm/s) Média (cm/s) Areia fina (0,2 - 189) x 10-4 2,88 X 10-3 Areia grossa (0.9 - 6610) x 10-4 5,20 x 10-2 Cascalho (0,3 - 31,2) x 10-1 4,03 X 10-1 Silte (0,1 - 7090) x 10-7 2,83 x 10-5 Argila (0,1 - 47) x 10-8 9,00 x 10-8 Testes de aqüffero Os parâmetros de um aqüífero são obtidos a partir de t01l1 campo. A determinação do coeficiente de armazenamento, por, condutividade hidráulica e transmissividade permitem que previstos pelas soluções matemáticas se aproximem dos fl.lhl\l~"III"" observados no campo, nos pontos de observação. A partir dnl, 11M UIIIl!..i!1 previsão de rebaixamentos, juntamente com os parâmctros IIldIlI141'IoII'il podem ser usados para cumprir várias finalidades: dimonsionnr I' illll'llIl ,i um aqüífero, determinar os efeitos do bombeamento sobre corpo" (fi- "1111. (li canais, lagos), garantir abastecimento, estimar fluxos de águu 1111hw'tiii uma mina, estimar o avanço de uma pluma de contamlnnçno, i·h- 11. í feitos em campo são caros e demorados, razão pela qual é ncoOIIN~dl' III!!I o teste com muito cuidado, afim de tirar maior infomll\t.,nu lIl ••1 til investimento. As propriedades do aqüffero são determinadas pC'll' rebaixamentos observados e calculados; portanto, 6 .imp do aqUífero, as condições de contorno o aS rebaixamentos no lugar do teste, obedeçam às condlçõ« equações teóricas no mãximo pcsstve]. IlSIIII'l (,OIl(Il~'()(lll 1111\11'111 diretrizes na escolha do lugnr do It~tll~. no ('11110 clt> II~II le\1 por Olllra~ rII'-:ÕOII. Aft IlIhIWIIIÇ/"iO. "t'III(1I1I('IUI 11111I m de águas subterrâneas (,'li 'I It 11 tnntfssimcs na locação dos contornos do aqüífero, no grau de 11«Illlcaçãc, homogeneidade e isotropia do aqüífero. construção e a locação de poços de observação são muito importantes no " di) uqüífero. Um poço de observação geralmente é protegido por um tubo 1111111110,o diâmetro é dimensionado em função do método a ser utilizado para 11111 nível de água, entre 5 e 10 em. Em aqüíferos livres, o poço de IVI\~nO deve ser protegido completamente pelo tubo perfurado, até atingir 11111I111Impermeável; essa providência garante a representatividade da altura "III~(rlca média ao longo da vertical. No caso dos aqüíferos confinados, 1·IIUIIl"devem ser tomados no sentido de isolar completamente as entradas de II~ 110. extratos superiores, bem como evitar fugas de água do pr6prio illl'lll confinado. A adição de um selo no espaço deixado pelo tubo e a h do furo acima do estrato confinado, resolve esse problema. Na parte 11111,,111do tubo, a água deve ter livre trânsito entre o aqüífero e o tubo, II~1\11de uma camada com condutividade hidráulica maior (filtro) do que a 1I'IIIIIvldnde hidráulica do próprio aqüífero, diminui a resistência ao fluxo 1111111. Deve-se retirar água do poço de observação várias vezes para 111" I)nr lima boa transferência entre o poço e o aqüífero. ItlllllQlIoe o número de poços de observação dependem do tipo de teste, I III"OS disponíveis e da localização do poço de bombeamento. Sendo I, ó desejável ter mais de dois poços de observação. Se as condições 111!lil1l número de poços de observação para dois ou três, devem ser locados I!itilhl. diferentes de um mesmo alinhamento a partir do poço de bombeamento. Ilt)~'os de observação são usados, devem ser locados em alinhamentos IIII~ 1\ purtír do poço, fazendo aproximadamente 90 graus entre eles. Esse llill" VIII IIJudtu' a descobrir algum desvio na simetria do cone de depressão. ""911IOOOto apropriado entre poços de observação é definido pelo grau jlflll III\Ql\o do poço de bombeamento no aqüífero, se o aqüífero é confinado ih h, o dll duração prevista para o teste. As componentes verticais do 1111I111I~lduspela penetração parcial do poço no aqüífero, são geralmente Ivnl. em distâncias correspodentes a 1,5 vezes a espessura do 783 784 distâncias do poço, bem como da locação antecipada dos poços de observação, A descarga durante o teste deve ser medida e controlada. As medi podem ser feitas através de dispositivos hidráulicos (orifícios, calhll", medidores) ou através de medições diretas do volume bombeado na unidade li tempo. Com o aumento do rebaixamento no poço, há também aumento da desclIl'un do aqüífero durante o teste; conseqüentemente, é necessário aumentar a VIl1,RII da bomba através de uma válvula. O controle da descarga de bombeamento 1111I uma válvula, durante o teste, é feito com uma descarga menor que a doso 11. máxima da bomba. Portanto, o teste deve começar com a válvula parcialmeut fechada, para depois ser aberta, afim de compensar o aumento da descargu 1111 aqüífero produzido pelo aumento de rebaixamento no poço de bombearncnlu A descarga Q que aparece nas equações desenvolvidas previamoute. corresponde à descarga do aqüífero e não é necessariamente igual à d08ClIII de bombeamento. Por exemplo, pode-se bombear uma descarga constante mas 1'11I1 dessa descarga pode ter origem no próprio poço. O armazenamento da á~1tI1 IIIf poço é "geralmente desprezível, mas pode ser considerável quando o diârnctru ti" poço for maior que um metro, principalmente quando a descarga é pCq\lC'IBI A água do teste deve ser destinada convenientemente de maneira 1\ liA" afetar os resultados. A água deve ser transportada através de tubuI1l9n(l~ 1111 canais, a distâncias maiores que o raio de influência máximo do 001111 II depressão. Esse cuidado evita a possível recarga do aqüífero com fi áaIH1 1III próprio teste, principalmente para testes de longa duração (72 horas 011 111111_' onde grandes volumes de água são retirados do aqüífero. Para medir os rebaixamentos nos poços de observação, um suficientemente preciso consiste na utilização de uma trena de 09 com giz. O procedimento consiste em passar giz, no primeiro mctro (11\ IU'II introduzi-Ia até que a parte da trena pintada penetre parcialmente na ~»IIII li poço. A trena descesempre a partir de um datum (geralmente o topo dll 111111' I1 piezômetro), ap6s levantada, a parte molhada é subtraída da IUfrl"lId inicial. Esse método toma-se inconveniente para grandes profundldutlna I 'lI metros ou mais), onde devem ser usadas sondas elétrícas ou RcásllC'"", Os níveis de água nos poços de observação e bornbcamcnto dtwl.,Il monítorados, quando possível, vários dias antes da execução /111 " Qualquer tendência encontrada nesse período, pode ser extrapoludu Ihlllllll teste e os rebaixamentos observados corrigidos de acordo. Nu Ilwdlll" I1 possível, todas as medições devem se corrigi das em relação .1 IUlHI 1II,",li referência, através do nivelamento das bocas dos poços do ohnl'll bombeamento. Os rebaixamentos nos poços do observuçno 9ltO medidos uUlIllllr intervalos de tempo prcdctermlnndos. O I'Ohlllxlln)(~n to 1011111-/14.1~[\I poços de obscrv nçllo pr õxlmos 110b(')ll\b~l\mol\lo. Nl'N/lClflll('~"J/I, 1111mlllll~ 11111""1 devem ser 0'11\11<10' I' 111101 Vnltll! ela I em 2 IIIh"lllI~ \\11' 1)11IIIt1hllll 10 111111\1111 teste, o louo IIIIIII(JIIIIII .11111' I1I1tllV1I11I1I dn I() 11111111111. 11111'111110 11 pllll\l'I", h Drenagem de águas subterrâneas 785 A partir daí pode-se fazer medições a cada meia hora, até o teste atingir 2 horas. Medições horárias são necessárias entre 5 e 12 horas de bombeamento. A partir de 12 horas, o intervalo de medição pode ser aumentado para várias horas. A plotagem adequada em papel semilogarítmico do rebaixamento, em função do tempo, ajuda na escolha dos tempos ótimos de leitura. Um procedimento semelhante é usado para prever os tempos adequados nos poços de bservação mais afastados. " A duração do teste, depende do uso e da precisão desejada para os dados. eralmente as melhores estimativas das propriedades dos aqüíferos são obtidas por testes com mais de 24 horas de duração. Isto é particularmente verdadeiro para aqüíferos livres pela influência da drenagem vertical na porosidade uparente; às vezes, são conduzidos testes por mais de 72 horas. Uma boa prática consiste em continuar as medições após o término do teste, pois os icbalxamentos observados na recuperação do aqüífero, são também utilizados pllru estimar as propriedades hidrogeol6gicas do aqüífero. 'ulução de Theis Ao término do teste, os rebaixamentos e os respectivos tempos, em cada ponto de observação, são analisados de várias maneiras. O método de Theis usa 11 seguinte procedimento: 11) plotar em papel log-log transparente, rebaixamentos s(t) versus r2/t, onde 1 Ó n distância entre o poço de observação e o poço de bombeamento e t é o IlIlllpO de observação do rebaixamento. plotar em papel log-log opaco, a função W(u) versus u. O tamanho de cada 10 do papel log-log deve ser igual ao correspondente do gráfico anterior. brcpor os dois gráficos mantendo os eixos W(u) e s(t) paralelos. Ajustar que a maioria dos rebaixamentos observados caia sobre a curva tipo, W(u). xos correspondentes devem manter-se paralelos durante o deslocamento. 11) "tllcclonnr um ponto arbitrário (não necessariamente sobre a curva) e 2 1111I1111I' os vulcrcs de u, W(u), e os correspondentes r /t e s(t). I},I 1Illll'lIllIr li trnnsmisslvldudc o o armazcnamcnto (porosidade aparente) usando fi' l'IHlldMlIt!ll!l uclmu clel~l'lllitll\dIlS c I\S seguintes expressões: o W(u '1' H I I 11'I' I \I (20.3's) 786 Hidrologia o procedimento acima descrito nada mais é do que um método gráfico de determinação de S e T, e faz com que a equação de Theis se ajuste aos rebaixamentos observados. Normalmente, as propriedades do aqüífero determinadas para cada poço de observação não têm o mesmo valor por várias razões: variabilidade espacial das propriedades do aqüíferc, componentes verticais do fluxo, erros de medição e contribuições retardadas. Note-se que o método de Theis, bem como outros métodos, estimam valores médios em um volume de aqüífero. Portanto, algumas pequenas heterogeneidades são mascaradas ou integradas. Exemplo 20.3. Os seguintes dados foram colhidos em um poço de observaçã localizado a 20 m do poço de bombeamento durante um teste em um aqüífcr livre. Estimar a transmissividade e a porosidade aparente, sabendo que 11 descarga de bombeamento é 1,872 m3/min. Solução: Inicialmente deve-se calcular para cada tempo o valor de r2/t. s (m) 0,025 0,050 0,055 0,110 0,170 0,180 0,220 t (min) 4,5 7,5 8,5 16,0 24,0 26,5 36,0 //t (m2/mio) 88,9 53,3 47,1 25,0 16,7 15,1 t t, J s (m) 0,300 0,370 0,450 0,530 0,620 0,640 O,(,~() t (min) 64,0 97,0 162,0 258,0 408,0 488,0 51 :\,tI l/t (m2/mio) 6,25 4,12 2,47 1,55 0,98 0,82 0,'/11 A seguir, os dados são plotados em papel log-log, rebaixamento VtflMn r2ft. Observe-se que um valor pequeno de recarga, embora passível do OXIIlIlI, não foi suficiente para causar uma redução na taxa de aumento do rcbalxumrut« (curva sempre crescente, mesmo em tempos pequenos). Seguindo o proot'dlult\11I1I alinhavado anteriormente, conforme a figura 20.6 as coordenadas do 110Ul11 II sobreposição são: W(u) ::: 1,0 s ::::0,183 u == 0,1 2r /t ::::6,2 DflS cqunçõcs 20.35, obtérn-s T ~) NIIII 1111tl li 6 11111\11111"1'1 0,11 1 1)1111\ ttl,lu" Wl .)(11111'_ .llI IC1W Drenagem de águas subterrâneas --- 0,01 0.1 ,.o~ I I I t- I II I Ili> - - _.' - - .- - <:> - -. -e ,.. ponto comum/ I.•.. t-eu ~E 0,1 ~ , I (f) r , I I I I I •r I • II IL_ -1___ J.._L..~.L_ 0,01 1 10 787 I I, I, I I- t - '~I----"11 ; .\1 I 10,1 r2/t, m2/min 100 Figura 20.6.llustração do método de Theis Aolução de Jacob Os dados do teste de aqUífero podem também ser analisados utilizando o método de Jacob, baseado e sujeito às mesmas restrições da equação aproximada de Theis. Os rebaixamentos observados versus os tempos de observação são plotados nos eixos coordenados de um papel semilogarítmico. Para testes com urnndes periodos de duração, (ou seja para valores de u < 0,01), os dados rlevcm-se alinhar ao longo de uma reta. Escrevendo-se a equação aproximada de '1110lsem termos de logaritmos decimais, pode-se relacionar a declividade da llnha reta com a transmissividade, 2,303 Q 2,246 a } s(r,t) = -- {log t + log( -- ) 47tT r2 (20.36) A dcclividadc da rota (rebaixamento versus o logaritmo do tempo) é o 111 Ir ílolcntc 2,303Q I 47tT. Assim: 'I' (20.37) 4" " 788 Hídrolo onde Âs representa o rebaixamento por ciclo de papel logarítmico. O coeficiente de armazenamento pode também ser estimado extrapoluudu linha reta até o tempo to onde s(r,t) = O. Da equação 20.36 com 8(r,l) to 11 tem-se que log (2,246 a to / r2) = O, de onde conclui-se que 2,246 T to ,.' = 1. O coeficiente de armazenamento S pode então ser estimado ub'lIvd. II seguinte equação: 2,246 T to S=--- r2 Antes de estimar T e S, não é possível identificar as obSCrVI\~lnl·,.I'~í as quais u foi menor que 0,01. Portanto, não há certeza que 1111111 observações utilizadas para interpolar a linha reta cumpram eSSII (lI11utl Recomenda-se, portanto, fixar um valor máximo de u para o 11111.1 observações, podem servir para interpolar uma linha reta (por oxomplu 11,11 Os valores de T e S assim determinados, são utilizados para 0811111111 11 observações cujos valores de u superam 0,01, são excluídas do \111m estimativa de interpolação. Assim, estima-se novos valores de T Exemplo 20.4. Os seguintes dados foram colhidos durante \101 IU., aqüífero confinado . A distância radial ao poço é de 61 m c II IImlll'" bombeamento Q = 1,894 m3/min. Estimar os valores da transrnl coeficiente de armazenamento. s(m) 0,20 0,30 0,37 0,415 0,45 0,485 O•.~~\ (I t(min) 1 2 3 4 5 6 H 1\1 s(m) 0,60 0,635 0,67 0,72 0,76 O,8l O,H~ 0, t(min) 12 14 18 24 30 40 ~o s(m) 0,925 0,965 1,000 1,045 1,070 1.100 1,1m t(min) 80 100 120 150 180 21() 'J·III Solução: Os dados são plotados em papel scmllognrürulcc, ollulol figura 20.7. Uma pequena curvatura aparecenos dlHlos )11011\11011 \' •• pequenos. Esses pontos não silo considcrudcs pilfn li. 1111011111111\1"11 reta. A declividade da Iinha r"tu 6 As • 0,4 \11 por olck: (I~ 111'1,.1 da equação 20.~7 csiímn-sc II lrllllsmlMlvldlldo. 'I' • (2.303)( I.HI)t1) I 411'(0,4 n,H6~ 1II'1./lIllu Ilrcnagem de águas subterrâneas 789 li l,2 --,- I I I I I I I I I I , i I I i I 1,0 0,8 0,6 .,- ' J •.....',.,.•.. "~ .•.. //,21:. •.....-------------7to =O,4min .\ . ," t, min10 100 Figura 20.7. Ilustração do método de Jacob A linha reta é extrapolada para s = O e to = 0,4 mino Da equação 20.38 11.1101111\"8e o armazenamento. (2,246)(0,868)(0,4) / (61)(61) = 2,0 x 10-4 O tempo que corresponde a u = 0,01 é: r2S I 4Tu = (61)(61)(2,0 x 1()-4) /4(0,868)(0,01) = 21 min AN6im,pontos com tempos inferiores a 21 minutos não devem ser incluídos IhUtlllllmação da linha reta. dados de recuperação e Impacto do fechar a bomba em um teste de aqüífero, o nível de água no Ilu olwJrvll9l10 começa I\. subir. Essa fase é conhecida como recuperação. O 1III0llto durunte 11rooupcl'lIçl'lo 6 dado pela seguinte equação: 790 Hidrologia Q r2 r2 s(r,t) = - {W[-. -] - W[ ] ~ 47tT 4aT 40(1-12) I> 12 (20.39) onde 12 é o tempo de bombeamento. Se u for menor que 0,0 I a equação 20.:\11 fica reduzida a uma expressão ainda mais simples: Q t s(r,t) = - In {- ~ 4 7t T (t-t2) t> 12 (20.40 Uma aplicação importante da análise de dados de recuperação consisto tllll estimar a transmissividade através dos rebaixamentos no próprio poço, princ palmente quando as condições não permitem a instalação de piczômctros, 1)11 dos mais precisos são geralmente obtidos durante a recuperação, do que no boiu beamento, pois a água na recuperação não é perturbada pela homba. O procerl mento para a análise de dados de recuperação quando u é menor que 0,0 I, ('1111 siste na plotagem em papel semilogarítmico, do rebaixamento versus () COI',I pondente valor de t/(H2) na escala logarítmiea. Note-se que t é o tempo conuul« a partir do início do bombeamento, e 12 é a duração do bombeamento. Da Uqllll ção 20.40, tira-se a relação entre a declividade ós por ciclo de papel e a trUl)SIII sividade. 2,303 Q T=-- 47t ós (?(),tlll Exemplo 20.5. Encontrar o valor da transmissividade a partir dos scgllirlll'~ lIil dos de recuperação. A descarga durante a fase de bornbcamcnto é () a I % m3/min, a distância radial ao poço é r = 4,6 m e () tempo de bombcnuuuuu 1 443 mino Solução: O primeiro passo consiste em calcular o valor de (1/1-12) s(m) 1,640 1,595 1,535 1,490 1,445 1,400 1,305 I ,2:\~ I, '1111 t(min) 443,5 444,0 444,5 445,0 445,5 446,0 447,0 ~l\7,~ 1111I , I/Hz 887 444 296,3 222,5 178,2 148.7 111.8 99,~~ ~li sem) 1,060 0,930 0,845 0,755 0,700 0,590 0,521 O,~~1 t(mln) 451,0 455,0 459,0 4G4,O 469,0 4'/9,0 489,U 1\ 1)1) ,li 1/1-1'1 56,38 37,92 28,69 22,10 Ia,M 13JO 10,(,:1 H,') I Drenagem de águas subterrâneas 791 2,0 1,6 '"o 1,2 L-.- 4> E U'l 0,6 0,4 o J • õs = 0,58 m/ciclo -~ 100 100010 t/(t-t2l Figura 20.8. Ilustração do método de recuperação A plotagem do rebaixamento versus t/H2 é mostrada na figura 20.8. A dcclividade da reta é 0,58 rn por ciclo. Da equ~çã_o 20.41 tem-se: T = (2,303) (1,790) /47t (0,58) = 0,566 m2/min Os dados de impacto são obtidos através da injeção de um volume nhccido de água dentro do aqüífero em um intervalo de tempo muito pequeno, paz do teste ser considerado instantâneo. Os testes de impacto são, às vezes, utilizados para estimar a transmissividade de aqüíferos com baixa oondutividade hidráulica, ou quando não se justifica um teste completo. A Irnnsmissividade obtida do teste de impacto é a correspondente ao volume de nqülfcro em tomo do poço onde foi feita a injeção. Os rebaixamentos H.ltlultuntes da perturbação são, geralmente, medidos no próprio poço. Quando 1I',r2/I\((t é suficientemente pequena, a transmissividade pode ser estimada a 111\1llr da declívidade de uma reta que interpola os rebaixamentos observados l'Onl os valores correspondentes a (1/t), conforme mostra a figura 20.9 e a ql\lIç/'lo 20.42. Deve-se salientar que a teoria se aplica igualmente para uma rullrudu InslflOtfi11ca de tigua, v. ~ )( T I (20.42) IlIlu lU.I,. 1I 1(~1t'1 ,,~ IHII'Mlllh.lvl.ll\tl 11m} 792 Hidrologia de impacto. O volume retirado de água é 0,148 m3 s(cm) 7,9 7,6 6,1 5,2 4,9 4,6 4,3 3,7. 3,4 3,0 l/t (l/nún) 0,8 0,75 0,68 0,52 0,46 0,44 0,41 0,36 0,33 0,30 s(cm) 2,8 2,4 2,1 1,8 1,5 1,2 0,9 l/t (Lrnín) 0,27 0,23 0,21 0,18 0,15 0,12 0,08 8 e CJ) 1 6 2 0,2 0,4 0,6 1ft, min-1 0,8 Figura 20.9~Ilustração do método de impacto Solução: A figura 20.9 mostra os dados plotados em papel comum. N interpolação da reta, o peso dado às observações mais tardias é maior .tu 1111 as mais recentes. A reta deve passar pela origem, que é O 111111'"' correspondente ao tempo infinito. Selecionando um ponto qualquer sohro " I." (por exemplo s = 6,3 e l/t = 0,6) e usando a equação 20.42, cstlma-sc fi VIlIIIt da transmissividade. T = (0,148)(0,6) / 47t(O,063)= 0,11 m2/min 20.5 Escoamento potencial A expressão mais comumente usada da lei d específica da água c a condutividadc hldrãullon d permanecem constantes foi cllscutidll no cunüulo 8. A Drenagem de águas subterrâneas 793 dh q = - K- dI (20.43) A altura piezométrica, h, é uma grandeza escalar, a derivada da qual (com sinal trocado) é um vetor representando força por unidade de peso de fluido. Quando a massa específica do fluido é constante, a - altura piezométrica representa o potencial de força, significando energia por unidade de peso de fluido. Para aqüíferos homogêneos, isto é, com condutividade hidráulica constante, é permitido criar uma nova variável escalar cjl = Kh. A velocidade Darcy toma, neste caso, a seguinte forma: acjl q = - 81 (20.44) O potencial de velocidade, 41, é um artifício matemático muito utilizado na resolução de problemas práticos de drenagem, não deve ser interpretado omo energia potencial, nem sua derivada deve ser confundida com uma força. O nceito de potencial de velocidade é válido somente quando o aqüífero é homogêneo. LInhas equipotenciais e linhas de corrente A equação de Laplace em duas dimensões escrita em termos de velocidade potencial é válida para representar o fluxo em meio homogêneo e isotr6pico. a2cjl a2cjl - +- =0 8x2 8y2 (20.45) As funções $(x,y) que satisfazem a equação de Laplace são chamadas 1I1I1~'llêS harmônicas. As curvas no plano x-y para as quais $(x,y) = constante, II chamadas equipotenciais. Uma equipotencial é o lugar geométrico dos I'lJlltns com mesmo potencial. Para aqüíferos não-confinados, as equipotenciais IIIHURtmtum a configuração topográfica do freático, como se fosse um mapa IIIPUijl'l{OCO da superfície do terreno. Para aqüíferos confinados, as Illl1llntcI1Cil1iS representam li conflguraçãc da superfície piezométrica. A I '11IIIpollol'llodu vclocldudc 1'>""0)' numa doull direção Ó encontrada diferenciando a I IlIull1ll(lo potcnclul llljNNI\ dhl'~n(), ccnformc 11 equação 20.44. 1I11ol1lln'1\10 111)11\ dIH'9j~ll It'lJU odolltllcln pnralclnrncntc " urna linha '1IIIJl~IIUlllllJ\1 mil IUII pllllll/ 1'IIIIIIl\lllll I' (Oijml\ 7..0.10), 1\ f\lllQl1o cjI(x,y) qy dx - qx dy = o 794 IllIh••III constante na equipotencial. Conclui-se então que a velocidade Dnrcy 1111 IIIU P, não tem componente tangencial a uma equipotencial. O fato dll VIII",·II Darcy ser normal às linhas equipotenciais tem grande ullll,I/,.1 visualização do fluxo e na solução de problemas através da redil ti Na hidrogeologia é muito conveniente descrever-se o compOlhillll'lI fluxo através de uma família de curvas tangentes, em qualquer I)()uhl, ••• velocidade média (velocidade Darcy). Essas funções, lXx,y), ""li I h""1 junções de fluxo ou junções de corrente. O lugar geométricodOM 111111111 os quais lXx,y) é constante é chamado linha de fluxo ou linha 11" 1-11 Cada constante representa uma linha de fluxo diferente das delllu O vetor velocidade, q, no ponto P (figura 20.10), tem COIlIIIIIlIHII qy. A declividade da linha de fluxo no mesmo ponto é, IItU d,'111I1 derivada ~ dy/dx ~~. Essa derivada é igual a qylqx' Segue-se qn Para uma linha de fluxo particular que passa por I', , (constante), logo a diferencial total é nula: a~ a~ d~l ;:: - dx + - dy ;:: Oax ay Igualando-se as equações 20.46 e 20.47, concluí-se qu a~ qy = 8x e 8\} qx = - 8y Por outro lado, uma equipotencial que passa pelo ulQ/lllln 1'''111.' I 20.10. tem um valor Ijl(x,y) = ~l (constante); conscqüení total será nulo: a~ 81jl dljll = - dx + - dy • Oax 8y Segue-se que a declividadc da cquipotonolnl 1.1111 I' [ dy 1 .- dx i/l ti8$ 84) - 1 •• ) x f)y (I cli'l 1hOllllgem de águas subterrâneas 795 A equação acima é o inverso, com sinal trocado, da declividade -da linha,I" fluxo no mesmo ponto P. Logo, a linha de fluxo é ortogonal à linha de "IIIH~nteno ponto de interseção. Portanto, as linhas de corrente e as linhas '1"lpotcnciais são ortogonais entre si. 3 2 1 'f = 2-- If. =J 1 2 3 5 X4 Figura 20.10. Linhas equipotenciais e de corrente ~1IltO·6C que as funções de corrente têm dimensão [I..2tf] ou [L3/L'f), isto 11 por unidade de comprimento. A diferença entre os valores numéricos hH.' linhas de fluxo consecutivas é igual à descarga entre essas linhas, IIldnc1cde comprimento normal ao plano x-y. Como o fluxo não pode cortar 1111111" do corrente, a descarga por unidade de comprimento entre duas I" lluxo consecutivas é constante no domínio do escoamento. Iturn piczométrica das superfícies molhadas por corpos de água é 11111.Tllis superfícies são chamadas contornos equipotenciais e 11111111001 " supcrfícíes matemáticas com ~ constante. Se os níveis de água 1·lIlIll ""UI O tempo. a altura piezométrica das superfícies molhadas mudam 11111111111111I1 o tempo, sendo constante somente em um dado instante de tempo. A 11111 li, Ilu 1lIJ1 aqüífcro no fundo do poço é um exemplo de superfície 11"'11 III lnl, II"II/tololl Impermeáveis construídas pelo homem (cortinas, pranchas, , 1111'.), bemcomo fundos rochosos c argilosos, são consideradas linhas 1111 onnl do um /lqfl(foro I: 796 Hidrologiu a24> - =0 ax2 (20.51) Integrando-se a equação tem-se que d4>/dx= constante. Mas essa constam é por definição a velocidade Darcy na direção x. Portanto: d4> dx=-qx (20.S~) Integrando-se novamente essa equação resulta a função potencial pllT'l\ 11 escoamento unidimensional e uniforme: 4>= - qx X + constante (2()•.~ 'I As linhas equipotenciais, portanto, representam uma família do \01 paralelas ao eixo y. As linhas de fluxo também representam uma famíll« ti retas horizontais e paralelas ao eixo x. Da equação 20.48 tem-se que: 'Ô = J- qx dy + f(x) = f qy dx + g(y) (211.'''' I onde: f(x) e g(y) representam funções a serem determinadas. Como o OIlOUIII.11'1I11I estudado é na direção x, segue-se que qy = O, conseqüentemente ~ M )lI YI Conclui-se, portanto, que a função corrente representa uma famílln !lo .'" paralelas ao eixo x. 'Ô = J- qx dy = - qx Y (.'11 A linha de corrente 'Ôo = O corresponde ao fundo do UqIU/'OIIl y qualquer outro valor 'Ôi corresponde a Yi' Portanto, a dlforollQII "1 representa a descarga do aqüífero por unidade de comprimento 1101"111111 1\11 f!lM x - y. A situação mais comum de fluxo radial é o fluxo em dlr água em um poço escoa através de uma seção transversal filtro ou um tubo perfurado. Entretanto, M poços que J\ nem de filtro, quando o aqüífcro 0['[0 uprOncn\l1 risco cJ desmoronamento. O poço ~ dito pOJlotrtluto tIIUIIH)Q o 1111r( completamente na oS.P<'ssurJ\ do IIqllflolll Umu zonn O(J(1I IUlmdo OIlIHhlllvl,lJulll hlth~lIll(ll\ 1\111111lItI 1'1 Drenagem de águas subterrâneas 797 escoamento. Isso consegue-se adicionando uma camada de cascalho ou brita ao redor do poço, ou pela retirada dos finos do aqüífero natural. Em qualquer um dos casos o raio dessa zona é considerado como raio do poço e a perda de carga nessa zona é chamada perda de carga no poço. O fluxo em direção a um poço completamente penetrante em um aqüífero homogêneo e isotr6pico é radialmente simétrico. Em outras palavras, a distribuição do potencial 4>em cada plano normal ao eixo do poço é uma circunferência. A equação de Laplace em coordenadas polares, fornece a distribuição de 4>no escoamento radial. d24> 1 d4> -+--=0 dr2 r dr (20.56) Fazendo-se 4>' = d4>/dr, a equação de Laplace fica transformada em uma quação mais simples: d4>' dr - +-=0 cjl' r (20.57) Juja solução mostra que o potencial é distribuído logarltmicamente com a illstância radial ao poço, r. cjl = C1 ln (r) + C2 (20.58) Contornos equipotenciais são, evidentemente, círculos concêntricos com ntro no poço (r = O). A região de validade de r é obviamente r > rp' onde II 6 o raio do poço, ali incluído o raio do filtro. A descarga do aqUífero em direção ao poço é calculada pelo produto da velocidade Darcy vezes a área da seção transversal: Q = 2mm dcjl/dr, onde m é pcssura do aqüífero. Essa expressão é válida para qualquer valor de r. ubstltuindo-se na equação 20.58 o valor da constante C1 por Q127tIl1, tem-se '1\10: ,'(' Q 41- - ln (r) + C2 (20.59) 21t m 1\11191'10 potencial e a função uuonte O.tIlil 'O"II.)huln,lIl~ 1\(1111,. ~(~Il"IIIIO" ()XI)f(~Htlnc.lB: I 798 Hidrologia 84> 1 8'Ô 'Ir=--=--- õt r 8e (20.60) Da equação (20.54) segue-se que: J 8,'Ô = r - de + constante8r (20.61 Mas como r 84>/8r =Q/27tm, a função corrente tem como expressão: Q ô = -- e + constante 27tm (20. Fazendo na equação 20.62 el = O, obtém-se 'ÔI = O; para e2 = 27t, obtém \~2 • Q/m. A descarga por unidade de espessura de aqüífero (m) será 18\1111, portanto, a 'Ô2 - 'ÔI = Q/m. A equação 20.59 pode ser usada para determinar a altura piezornétrl puru uma distância radial ao poço conhecida: Q r h = - ln (-) + h 2 7t T rp p (20.(11 Iludo: hp c rp representam, a altura piezométrica e o raio no pl)~lI, pcctívamente. Nessa equação a altura piezométrica aumenta indefinidnlllolH." 1IIIIIldo a distância radial ao poço aumenta também indefinidamente, oOl1dlVhll 'lI'oumcnte não aceitável. Entretanto, quando um poço isolado 6 bombcndo r 11I UIU aqüíforo infinito por um tempo suficientemente grande, um 1'11011I111 qnllfbrio é estabelecido na vizinhança do poço, sendo possível n 1lI1111./tVhl dll equação 20.63. A aplicação prática dessa equação é obtida qunndo Ihl onhecldas as alturas plezométricas e as distânoiuis radluis üo (>090 etn 111. hl~III'CS diferentes. Nessa rogl!lo do pseudo cqullfbrlo, h2-hl w ()/hll, 'f III(rl/l't)· Segue-se que ti trnnsmisslvldndo podo cntllo ser I.lstlmlldll ',lruv«1/1 II IIlnlo cquução: .I' 111 ( Ir (h~,ltl) 1'1 0"'11 Drenagem de águas subterrâneas 799 Método das imagens Quando um poço completamente penetrante retira água de um aqüífero confinado pr6ximo de um rio também completamente penetrante, a água é retirada não somente do aqüííero, mas também do rio. Se a retirada de água do poço não influi no nível do rio, então o rio constitui um contorno equípotencíal (recarga). Essa análise aplica-se estritamente ao aqUífero confinado e ao poço e rio completamente penetrantes; entretanto, os resultados aplicam-se também a situações nas quais o aqüífero é livre e o rio parcialmente penetrante. Como o fluxo em direção ao poço não é radialmente simétrico, a solução não poderia ser igual às soluções até aqui discutidas. O sistema real de natureza semi-ínfínita pode ser substituído por um outro sistema matematicamente equivalente, formado por um aqUífero infinito, um poço de bombeamento real localizado nas coordenadas x = a, y = O e um poço de recarga localizado nas coordenadasx = - a, y = O. O rebaixamento em qualquer ponto do plano semi-infinito x > O, é calculado pela soma dos rebaixamentos produzidos pelos poços real e imaginário. A figura 20.11 ilustra graficamente o método das imagens. Q r2 s = - ln (-) 2 7t T rI (20.65) { 2 2} 1/2 { 2 2} 1/2onde: r2::: (a + x) + y e rI = (a - x) + y ,XOIl1I>lo 20.7. Um poço vai ser construido a uma distância de 100 m de um rio (,110 l,bllllI.CCeum aqüífero livre. Sabendo-se que o raio do poço é 0,3 m e a ndutivldadc hidráulica do aqüífero é 10 m/dia, encontre a descarga do poço, llulIlI!JO os níveis do poço e do rio encontram-se a alturas de 3 m e 15 m, IO'/lC<ltlvllmcnte, acima de um datum. Illuçftlil Isolando Q da equação 20.65 e substituído valores tem-se: (l\x3,14l6dOx9x12) / Inl (4xlOOxl00+0,3xO,3)/O,3xO,3} = 1043,6 m3/dia 800 Hidrologia contornos impermeãveis, pode ser entendida imaginando-se que a água no ponto x = ° não escoa para lugar nenhum, ali tem a mesma tendência de fluir igualmente para o poço real ou para o imaginário. Q t Q I s;o~ devidO àrecorga // ,,"... '"... nível do rio --l~----- r '\ devido ao bombeornenf I. a -I- a "" Figura 20.11. Princípio da superposição Construção de redes de fluxo Para construir uma rede de fluxo pode-se utilizar a seguinte seqüõn a) desenhe numa escala conveniente os domínios do problema; b) construa a rede de fluxo através de quadrados curvilineares de tnlluUlh •• apropriados. obedecendo a regra básica de ortogonalidade nos }X>IIW. I1 intersecção; c) respeite todos os contornos do problema (recarga, descarga, ete.); d) tire vantagem da simetria (no caso de existir), começando o desenho )',11 partes simétricas; e) não use mais de 4 ou 5 tubos de corrente na primeira tentativa. PROBLEMAS 1- Considere fluxo unidimensional na direção horizontnl confinado e homogêneo. O flux.o ocorre entre dois 01\1111 completamente penetrantes no I1qUffcro, sopuradoa "QI umn dlslnll A diferença de elevação do nívols do ~81lU entre (lIl duIH 011I11I espessura do aqüfforo 2 m, JlIllII OH111l1III 1\ (lO"C'JII'UII .111 IIqllCflll (I dCIlOlltJm ll() 0"0111 (10 IU~llorolavIII.'Ru OUI II,,"~Irul'1I111 ,UI'l'Hml Drenagem de águas subterrâneas 801 uma distância de 1000 m. Foi encontrada uma diferença de 3 //s que pode ser atribuída ao aqüífero, Estime a condutividade hidráulica. 2- Um poço está sendo utilizado para rebaixar o nível do freãtico em um distrito de irrigação. Sabe-se que o aqüífero tem 20 m de espessura média, condutividade 'hidráulica 15 m/dia e estoratividade de 0,5 %. Estime o valor do rebaixamento a 7 m de distância ao final de um dia de bombeamento, quando o mesmo está sendo feito a uma taxa de 2725 m3/dia. - Um poço é bombeado por um tempo muito longo e a uma taxa de 0,074 m3/s de Um aqüífero confinado. A diferença de elevação da superfície piezométrica em dois piezômetros localizados a distâncias de 6 m e 46 m do poço é 1,42 m. alcule a transmissividade do aqüífero. 4· Um poço de bombeamento está equidistantemente localizado em um aqüífero llmitado de um lado por uma fronteira impermeável e do outro por uma fronteira de carga constante, conforme mostra a figura. Utilizando o método rins imagens, desenhe os poços de bombeamento (o) e recarga (x) que seriam ncccssãrios para eliminar essas fronteiras. Dois poços de produção separados por uma distância de 75 m um do outro, hombeiam a uma taxa de 0,05 m3/s em um aqüífero com transmissividade 0,065 u(1./8. Considerando que o raio para o qual o rebaixamento é nulo é 1220 m, tloulc e pIote o rebaixamento ao longo da linha que une os poços. Ilhlll'l~dll 1'"lhll'lJu~ 4 802 Hidrologia 6- Uma barragem de terra com 13 m de espessura e 7,5 m de altura tem o nível de água a montante a uma profundidade de 6,2 m e o nível de jus ante a 2,2 m. A barragem tem 72 m de comprimento e condutividade hidráulica de 0,527 m/dia. Estime a percolação através da barragem. 7- Estime o potencial nos pontos A e B do maciço da figura, em relação A linha de saturação. A linha de saturação está em equilíbrio. terreno 100m 90 m 80 m 70 fi) 60 fi) - =??s: A B ZOI Figura do problema 7 8- Em uma área de mineração, um dreno a céu aberto com 300 m de cornprlnteuu encontra-se normalmente orientado à direção do fluxo subterrâneo ru"IIHIIII Antes da abertura do dreno, foi feita uma campanha de campo nu qW11 tllUIU medidas a declividade da linha de água e a condutividade hidrdlllku, 11111 valores médios de 3% e 1,22 m/dia, respectivamente. Estimo II do_clu." m dreno sabendo que o fundo do mesmo encontra-se a uma profundidadolll' !,I 't " abaixo da linha de água. Estime também a descarga no dreno, 011"0 I' 1111-.1111 estivesse orientado segundo um ângulo de 45° em direção ao flUXI1, Drenagem de águas subterrlneas 803 Encontre o espaçamento apropriado entre os drenos. 10- Dois drenos a céu aberto separados por uma distância de 12 metros, têm seus respectivos níveis de água a 6,1 m e 1,5 m acima de um estrato impermeável de referência. Estime a posição da linha de água entre os drenos, a cada 3 metros de comprimento. Considere um aqüífero homogêneo com condutividade hidráulica de 0,5 m/dia. 11- Use os mesmos dados do problema anterior, porém considere um aqüífero heterogêneo. A condutividadc hidráulica da primeira metade é 0,5 m/dia, e a condutividade hidráulica da segunda metade 0,2 m/dia, Compare os resultados com os do exemplo anterior. 12- Considere o aqüífero homogêneo do problema 10, porém com uma taxa de recarga constante de 0,2 m/día, 13- Considere o aquífero heterogêneo do problema lI, porém com uma recarga oonstante de 0,2 m/dia, Compare os resultados com os do problema 11. 14-Considere o aqüífero homogêneo do problema 10, porém com um pequeno poço localizado no meio do caminho entre os dois drenas. Escontre a linha de água ntre os drenas, sabendo que a vazão do poço é 1,0 m3/dia. Foi a vazão do poço suficientemente grande para abaixar a linha d' água? lS- Na mina de Butiã-Leste, RS, foram colhidos dados de recuperação. Estime o Vlalor da transmissividade. Q(m3/min) = 0,0233 R(m) = 2,5 NO.Obs.= 9 Vazão do poço Distância radial ao poço Número de observações de tempo e recuperação. Tempo Recuperação Tempo Recuperação t!(t-u) m t/( t-t2) m 301 3.50 51,00 2,10 201 3.48 34,33 1,82 151 3,25 26,00 1,31 121 2,91 21,00 1,22 tOt 2.73. - 804 Hidrolo REFERÊNCIAS 1- De WIEST, R. J. M. 1965. Geohydrology. New York: John Wiley, 36(ljl 2- FETTER, C. W. Jr. 1980. Applied hydrogeology. Bell: Howell, 48HI' 3- FREEZE, A.; CHERRY, J. 1979. Groundwater. Englcwood Cliffs: Prcntf I Hal!, Inc. 604p. 4- LOHMAN, S. W. 1977. Hidráulica subterrânea. Barcelona: Edltodnl Ariel, 191 p. 5- Mc WHORTER, B.; SUNADA, D. K. 1977. Groundwater hydr%l()' 1111'/ hydraulics. Water Resourccs Publications, 290p. 6- TODO, D. K. 1959. Ground water hydrology. New York: John Wilcy, J'1/111 7- W ALTON, W. C. 1970. Groundwater resource evaluation. New York: Me (111I Hill, 664p. Capítulo 21 DRENAGEM URBANA Rubem Porto, Kamel Zahed F., Carlos Tucci e Francisco Bidone 21.1 Conceitos Durante muito tempo o objetivo principal da drenagem urbana foi remover as águas pluviais em excesso da forma mais eficiente possível para evitar transtornos, prejuízos e riscos de inundações. A partir de tal enfoque as ações concentraram-se na execução de projetos e obras e na análise econômica dos benefícios e custos dessas medidas, ditas estruturais. Medidas estruturais são necessárias e mesmo essenciais para a solução de um grande número de problemas de inundações urbanas. A experiência nacional e ntcrnacional mostra, entretanto, que tais medidas, além de onerosas, não representam por si s6 solução eficaz e sustentável dos problemas mais complexos de drenagem urbana. Melhores soluções para esses problemas são alcançadas a partir de uma compreensãomais integrada do ambiente urbano e das relações entre os temas que o compõem. Dependem também de uma atuação mais abrangente por !I"rte dos responsáveis pelo setor que necessariamente deve envolver aspectos lcgaís, institucionais, tecnol6gicos e sociol6gicos. Em outras palavras, o onceito do que se entende por drenagem urbana extravasou o campo restrito da ngcnharia para se tomar um problema gerencial, com componentes políticos e cclolõgicos. O termo drenagem urbana é entendido aqui, no seu sentido mais amplo, I 01110 o conjunto de medidas que tenham por objetivo minimizar os riscos a que populações estão sujeitas, diminuir os prejufzos causados por inundações e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmônica, articulada e II'Hcntável. Soluções eficazes de drenagem urbana dependem dos seguintes fatores: -cxistência de uma política para o setor que defina objetivos a serem alcançados e os meios (legais, institucionais, técnicos e financeiros) para atingi-los: -cxlstência de umu pol[llcl\ para ocupação do solo urbano devidamente IIrllculndl' com 1\ POJrllcl\ de drl.'t\f\goOl urbana, principalmente no que se refere ~ ocu.,I\~'n(l dll, v111fl'llI d(.l 10undnção: 'J1rooC:~IIO do 1'IIII1rlHIlIrllll/ '1"" l'Ulll01l1plo mt'did", (\0 curto, médio o IOIlIW
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