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MÉTODOS DE MELHORAMENTO DE AUTÓGAMAS Introdução -Plantas autógamas - flores hermafroditas, cleistogamia e autopolinização. Exemplos Espécie anuais: alface, amendoim, arroz, aveia, berinjela, feijão caupi, ervilha, feijão, feijão-fava, soja, sorgo, tomate e trigo. Espécies Perenes: pêssego, nectariana. Autofecundação sucessiva = HOMOZIGOSE. HOMOZIGOSE = LINHAGEM, ou mistura de linhagens. Linhagens podem ter sua constituição genética mantidas exceto se ocorrer misturas mecânicas. Agricultores podem colher sementes de linhagens. Espécies autógamas pouco priorizada nos programas de melhoramento das empresas de sementes, mas que tende a aumentar com a lei de proteção de cultivares e lançamento de cultivares hibridas. SIMBOLOGIA O símbolo F é derivado de plantas filial - seu emprego é restrito aos casos de hibridação entre duas linhagens, ou seja, quando a frequência alélica nas gerações segregantes é igual a ½. Poderá ser utilizado em casos em que a frequencia alélica não é ½. F1- homogênea genéticamente. Sucessivas gerações de autofecundação indicam a geração da semente F2, F3, F4, F5, F∞ O símbolo S será usado quando existe intercruzamento ao acaso de vários indivíduos, como ocorre em seleção recorrente, ou quando o cruzamento é realizado com vários pais em proporções distintas. SIMBOLOGIA S0 população em equilíbrio equivalente a F2. S0 autofecundada gera a geração S1, que corresponde a geração F3 e assim por diante. Se as plantas da geração F2 ou S0 forem colhidas individualmente a avaliadas na geração seguinte a notação deve ser F2:3 ou S0:1, sendo que o primeiro número refere-se a geração da planta que originou a família e o segundo número a geração utilizada para sua avaliação. SIMBOLOGIA Retrocruzamento (RC) F1 é cruzado com um dos genitores. Se for cruzado com o genitor 1 será RC11, se for o genitor 2 RC21, sendo que o primeiro número indica o pai com que foi cruzado. Como a frequência alélica é previsível será adotada a seguinte simbologia: F1 RC11- semente F1 do primeiro RC com o pai 1. F2RC21 - semente F2 do primeiro RC com o pai 2 F3:4RC21 – semente da família F4, derivada de plantas da geração F3 do primeiro RC com o pai 2 EFEITO DA ENDOGAMIA NA CONSTITUIÇÃO GENÉTICA DAS POPULAÇÕES SEGREGANTES P1 x P2 - pop homozigóticas F1 - geração heterozigótica F2 – 50% homozigótica 50% heterozigótica F3 – 75% homozigótica 25% heterozigótica F4 F∞ 99,99% homozigótica A cada geração a frequencia dos heterozigotos será (1/2) x-1 EFEITO DA ENDOGAMIA NA CONSTITUIÇÃO GENÉTICA DAS POPULAÇÕES SEGREGANTES Qual o número de plantas a ser utilizado em cada geração para que se tenha probabilidade de sucesso na seleção? Número mínimo de plantas na geração para que tenha plantas com todos os alelos favoráveis. Ex.: com 11 alelos favoráveis. Probabilidade de obter este indivíduo é pequena (> 12 milhões). Considerando 250 mil plantas por há, serão 50 há. Dificuldades na avaliação. Quando se considera homozigotos e heterozigotos a possibilidade aumenta para 69 indivíduos Tabela EFEITO DA ENDOGAMIA NA CONSTITUIÇÃO GENÉTICA DAS POPULAÇÕES SEGREGANTES EFEITO DA ENDOGAMIA NA CONSTITUIÇÃO GENÉTICA DAS POPULAÇÕES SEGREGANTES Conclusão: a F2 não precisa ser grande, mas deve ser aumentada com o avanço da gerações. Opção seria a seleção em gerações precoces (questionável). Métodos de melhoramento de Plantas autógamas TEORIA DAS LINHAS PURAS Desensolvida pelo botânico dinamarquês W.L. Johannsen (1903) Cultivo: feijão cultivar princess Objeto: lote com sementes de diferentes tamanhos. Investigação: efeito da seleção sobre o peso médio das sementes na progênie. Método: classificou e selecionou no lote original sementes grandes e pequenas, que foram semeadas e sua produção colhida em planta individuais separando novamente nas mesmas sementes grande e pequenas. Isto foi realizado por seis gerações. Métodos de melhoramento de Plantas autógamas TEORIA DAS LINHAS PURAS (cont.) Observação no primeiro ciclo: sementes provenientes de plantas de sementes maiores produziram sementes maiores que as sementes de progênies menores. Cíclos subsequentes: 19 linhas do lote original foram selecionadas de onde foram separadas sementes grande e pequenas. Cada linha apresentava peso médio característico, embora o peso de cada uma variasse. Variabilidade das progênies foi muito grande aproximando-se da distribuição normal. Métodos de melhoramento de Plantas autógamas TEORIA DAS LINHAS PURAS (cont.) A linhagem nº 1 a mais pesada produziu lotes com 64 centigramas. A linhagem nº 19 a mais leve produziu lotes com 35 centigramas. Conclusão de Johannsen: lote original era contituído por uma mistura de linhagens puras. Linhagens puras: “todas as plantas originadas por autofecundação de uma única planta totalmente homozigota” Métodos de melhoramento de Plantas autógamas TEORIA DAS LINHAS PURAS (cont.) Novo ciclo: as sementes de cada linhagem pura (LP) foram agrupadas em classes de 10 centigramas e semeadas separadamente.ex.: linahgem pura nº 2. Classes: 40, 50, 60 e 70, originaram sementes com pesos médios de 57,2, 54,9, 56,5 e 55,5 centigrama, repectivamente. A LP nº 13 nas classes de 20, 30, 40 e 50 crntigramas originaram progênies com peso médio de 47,5, 45, 45,1 e 45,8 centigramas. Variabilidade dentro das progênies menor que no lote original. Conclusão: variabilidade não era de natureza genética, mas sim devido a fatores ambientes que afetavam as plantas de maneira diferente. Métodos de melhoramento de Plantas autógamas TEORIA DAS LINHAS PURAS (cont.) Sementes de uma mesma linha pura, mesmo sendo de tamanhos diferentes riginaram progênies com seus pesos médios característico. Conclusões: 1. Seleção foi efetiva no primeiro experimento em função que no lote original apresentava uma mistura de variedades puras, sendo possível aumentar o peso médio de sementes por seleção. Métodos de melhoramento de Plantas autógamas TEORIA DAS LINHAS PURAS (cont.) Conclusões: 1. Seleção foi efetiva no primeiro experimento em função que no lote original apresentava uma mistura de variedades puras, sendo possível aumentar o peso médio de sementes por seleção. 2. No segundo experimento a seleção não foi efetiva dentro de cada linha pura, pois a constitição genotípica das plantas selecionadas eram as mesmas e toda variação era devido ao efeito ambiental. Métodos de melhoramento de Plantas autógamas TEORIA DAS LINHAS PURAS (cont.) Conclusões: 3. Johannsen estabeleceu a TEORIA DAS LINHAGENS PURAS, onde se entedeu a existência de variabilidade genética e ambiente, e que a seleção só seria efetiva quando existisse diferenças genéticas e que existiria limites no melhoramento por seleção. A seleção não gera variabilidade. vitor Realce vitor Realce Métodos de melhoramento de Plantas autógamas Seleção de linhas puras População de espécies autógamas podem ser misturas de tipos homozigóticos, muitas vezes fenotípicamente semelhantes. Cultivares sob longos cultivos vão perdendo sua pureza genética por: a) mistura; b) mutações; c) cruzamentos com outars cultivares. Em populações genéticamente heterogêneas pode-seisolar linhas puras por seleção, que uma vez selecionadas são fixadas não sendo necessário novas etapas de seleção. vitor Realce vitor Realce vitor Realce vitor Realce Métodos de melhoramento de Plantas autógamas Seleção Genealógica seleção individual de plantas na população original. Nenhuma genótipo é criado no processo, apenas separa-se os melhores genótipos na população heterogênea. Etapa 1: semeaduara da população original, examina-se e seleciona-se os genótipos superiores, que são colhidos separadamente e utilizados em uma nova etapa de plantio. Etapa 2: cada material selecionado na etapa anterior será semeado em uma linha ou pequenas parcelas de mesmo tamanho. Seleciona-se os indivíduos superiores colhendo-os individualmente para plantio em ensaio com repetição. vitor Realce vitor Realce vitor Realce Métodos de melhoramento de Plantas autógamas Seleção Genealógica (cont.) A cada ciclo de seleção reduz-se o número de linhas selecionadas, até o momento em que as mesmas serão usadas em ensaios comparativos, onde são comparadas com cultivares comerciais por mais três a quatro anos e em diferentes locais. vitor Realce Métodos de melhoramento de Plantas autógamas Seleção Massal Seleção de centenas de plantas individuais de uma variedade suscetível com boas características agronômicas. Uma parte das sementes de cada planta é utilizada para testes de resistência. As sementes remanescentes das plantas consideradas resistentes são misturadas uniformemente formando uma variedade melhorada resistente. Raramente utilizado a não ser em purificação de variedade. vitor Realce vitor Realce vitor Realce Métodos de melhoramento de Plantas autógamas Seleção Massal Métodos de melhoramento de Plantas autógamas Método de Pedigree ou Genealógico O mais utilizado. Na geração F2 a seleção ocorre em plantas individuais; Em F3 e nas gerações subseqüentes a seleção é feita entre e dentro de progênies até que atinja a homozigose desejada. A partir de então a seleção ocorre entre famílias, até que o número de pregênies se reduza a um número que possa ser avaliado em ensaios de produção. Os parentais são cuidadosamente escolhidos. vitor Realce vitor Realce vitor Realce Método de Pedigree ou Genealógico Método de Pedigree ou Genealógico Johnson e Teetes (1979) descreveram o uso do método genealógico para resistência a mosca-do-sorgo Contarinia sorghicola, tendo seguido as seguintes etapas: a) Transferência de alto nível de resistência para tipos agronômicamente aceitáveis por meio de hibridação e seleção; b) Linhagens agronômicamente aceitáveis como parentais resistentes; c) F2 4000 plantas, seleção de plantas sem a presença de inseto praga, mas com uso de um marcador que poderia aumentar a freqüência de genes resistentes na população – glumas pequenas; d) Avaliação de F3 sob infestação do inseto; e) Avaliação de linhagens F4 selecionadas de F3. Métodos de melhoramento de Plantas autógamas Método de Bulk A diferença principal deste método com relação ao anterior consiste na mistura de sementes da população híbrida, sem se preocupar com a sua origem. Uma amostra representativa da mistura de sementes obtidas na geração anterior é utilizada para originar a próxima geração bulk. vitor Realce vitor Realce Método de Bulk Método de Bulk Métodos de melhoramento de Plantas autógamas Método do retrocruzamento Considerando-se um material não adaptado qualquer que possua o caráter de resistência controlado por uma ou poucos genes, este é considerado o parental doador; uma variedade elite suscetível é considerada o parental recorrente. Os parentais são cruzados obtendo-se F1. A prole F1 é cruzada sucessivamente com o parental recorrente, observando-se sempre se o caráter resistência está presente. Após o último retrocruzamento o material se constitui em uma variedade com a mesma adaptação, produção e qualidade do parental receorrente, porém superior ao parental resistente. vitor Realce vitor Realce Métodos de melhoramento de Plantas autógamas Método do retrocruzamento Métodos de melhoramento de Plantas autógamas Método do retrocruzamento Métodos de melhoramento de Plantas autógamas Método Single Seed Descent – Descendência de uma única semente Para assegurar que a seleção natural não eliminará alguns genótipos, sementes individuais de cada planta F2 são colhidas e misturadas para originar a população F3. O processo é repetido até que a planta atinja a homozigose desejada. vitor Realce vitor Realce Métodos de melhoramento de Plantas autógamas Método Single Seed Descent Métodos de melhoramento de Plantas autógamas Método da Mutação É utilizado quando os genes de resistência não se encontram nos tipos cultivados e germoplasma silvestre apresenta barreiras que dificultam o cruzamento ou a obtenção de híbridos viáveis. A criação de variedades resistentes por meio de indução de mutação tem sido feita há alguns anos em arroz. vitor Realce vitor Realce Métodos de melhoramento de Plantas autógamas Outras estratégias de Melhoramento Há necessidade de um método de policruzamentos com alta taxa de polinização cruzada casual. Isto exigiria técnicas de cruzamentos múltiplos em autógamas, porém há algumas alternativas: a) Polinização com pólen misturado de diversas variedades em espécies que produzem muitas sementes por fruto; b) Em cereais pode-se usar a macho-esterilidade; c) Em leguminosas pode-se usar os usuais 1 a 2% de pelinização cruzada; Uso de seleção recorrente em arroz, feijão e soja. vitor Realce vitor Realce vitor Realce Métodos de melhoramento de Plantas autógamas Referências BORÉM, A. Melhoramento de Plantas. Editora UFV: Viçosa, 3ª ed, 2001. 500p. Capítulos: 13, 14, 15, 16 e 17.
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