Buscar

O SISTEMA COMPLEMENTO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

FACULDADE SÃO LUCAS (FSL)
PAULA SASSO DE VARGAS
PORTO VELHO – RONDÔNIA
IMUNOLOGIA – AULA 13
(SISTEMA COMPLEMENTO)
História introdutória: na época da descoberta do Sistema Complemento, estudava-se anticorpos. Sabemos que o anticorpo é ligado por pontes dissulfeto (ligações fortes) que geram uma grande estabilidade na proteína. Por esse motivo, o anticorpo têm uma certa estabilidade térmica. Ele não é como outra proteína globular que se desnatura a 40º/45º, por exemplo. Obviamente chegará um momento aonde teremos a quebra destas pontes dissulfeto, quando tivermos uma temperatura elevada.
No tubo 1 possuímos o soro fresco (temperatura normal) colocado em cima das bactérias. No tubo 2, por sua vez, teremos o soro aquecido que foi posto sobre as bactérias. Com base nisso, fizeram uma lâmina de cada tubo. O que foi encontrado na primeira lâmina? Somente restos bacterianos (as bactérias tinham sofrido lise). E na segunda lâmina? Ainda possuía bactérias vivas, porém agrupadas. Estes grupos de bactérias estavam com vários anticorpos ligados à elas. 
Até àquele momento, nós sabíamos somente isso: que os anticorpos tinham uma certa estabilidade térmica e que, então, estavam presentes nos dois tubos, ou seja, no soro fresco e no soro aquecido. Porém, verificou-se que existia algo além dos anticorpos que fazia com que as bactérias do tubo 1 sofressem lise celular e as do grupo 2, não sofressem. No tubo 2 os anticorpos ligavam-se às bactérias, formando um grumo, como se elas estivessem neutralizadas. Concluiu-se que existia algo proteico a mais no soro 1, algo que não desnaturou (como ocorreu no tubo 2, que possuía soro aquecido). Descobriram-se proteínas presentes no soro e que não eram tão estáveis como o anticorpo, ou seja, elas desnaturavam-se mais facilmente (como ocorreu no tubo 2, que tinha soro aquecido). E mais, descobriu-se que as mesmas complementavam a ação do anticorpo (tubo 1). No tubo 2, o anticorpo tinha, ainda, a sua estabilidade e a sua função, porém, as outras proteínas já não tinham mais a função delas. Ou seja, estas proteínas desnaturaram, mudaram a sua estrutura e, consequentemente, perderam a sua função. 
São mais de 20 proteínas que compõe o sistema complemento. Sabemos que somente o anticorpo (in vitro), sem a presença de macrófagos e outros fagócitos para fazer a opsonização, não matará a bactéria. O máximo que estes anticorpos irão fazer é ligar-se à essas bactérias. Ou seja, somente farão a neutralização. E foi isso o que ocorreu no tubo 2, onde observamos as bactérias neutralizadas. Mas, então, por que as bactérias do tubo 1 sofreram lise? Verificaremos logo abaixo, quando iniciarmos as considerações sobre o sistema complemento.
O que o SC faz? Ele é um sistema de proteínas que cria na membrana do patógeno um poro, mexendo assim com a permeabilidade da mesma. Ou seja, esse poro faz com que entre líquido dentro da célula até ela sofrer lise (romper a sua membrana). Então, dentre as funções do sistema complemento, uma delas é gerar um poro na membrana do patógeno (essa será a função “fim” do sistema complemento). Cada poro formado recebe o nome de MAC (membrane attack complex/ complexo de ataque à membrana).
Obs.: Pode-se notar vários poros formados pelo sistema complemento na varredura de uma célula. Em razão disso, podemos notar que o MAC mexe muito com a permeabilidade da membrana. Por esse poro entrará água até que a célula leve a sua membrana até o seu limite máximo e, posteriormente, a mesma irá lisar.
Este sistema é formado por três vias: a via clássica (via esta que originou o sistema complemento. Ela necessita da presença do anticorpo e, por isso, está ligada com a imunidade adquirida); via alternativa (esta, por sua vez, é a primeira via que apareceu em termos de “evolução”. Ela não necessita do anticorpo. Está relacionada com a imunidade inata); via da lectina (é desencadeada por uma proteína plasmática chamada lectina ligante de manose (MBL), que reconhece resíduos terminais de manose presentes na membrana das bactérias).
FORMAÇÃO DO MAC 
Qual é o problema do sistema complemento? Os problemas desse sistema são os seus REGULADORES. As patologias não estão relacionadas às proteínas ativadoras (lógico, na maioria dos casos). A maioria das doenças estão relacionadas aos reguladores destas proteínas ativadoras.
Quais são as regras? O complemento trabalha na forma de cascata (tipo uma cascata de coagulação). O que seria uma cascata? Quer dizer que uma proteína irá ativando a outra. Existe um conjunto de proteínas (zimógenos - pré-enzimas) que serão ativadas e, sendo assim, terão função enzimática (e as proteínas do SC têm a característica de zimógenos). As enzimas no SC são chamadas de convertases. Quando falamos sobre uma C3-convertase, quer dizer que esta enzima cliva a proteína C3 do complemento. Normalmente as proteínas do complemento recebem a letra C e o número correspondente. Existem os fatores também, como o fator D, o fator I e o fator H. Todas estas proteínas estão solúveis no sangue (ou seja, são séricas). Então, quando existe um infiltrado inflamatório, elas irão migrar junto com o líquido extravasado do sangue. “C” significa complemento, e o número que correspondem cada proteína, ou seja, a numeração individual delas, não será a sequência que aparece nas vias, e sim uma sequência de acordo com a descoberta das mesmas. Obs.: a sequência que inicia a via alternativa começará por C3. Quando a C3-convertase quebra/cliva a proteína C3, teremos a formação de dois fragmentos: o c3a e o c3b. Com exceção da proteína C2, as partículas a das proteínas do SC serão as menores e as partículas b serão as maiores.
VIA ALTERNATIVA
Imaginemos a membrana plasmática de um patógeno e, ao lado da mesma, o que está no sangue. Começaremos com a proteína C3 do sistema complemento. Toda a proteína possui um tempo de vida, a C3 também. Esta possui duas formas de ser quebrada. A primeira é quando a enzima C3-convertase a cliva e a segunda, quando a C3 se auto cliva (isso ocorre conforme a proteína C3 está envelhecendo na circulação – turnover; tempo de vida funcional da proteína; quando ela for perdendo as suas estruturas e, com isso, perdendo a sua função). É importante lembrar que quando a enzima está presente no citoplasma, a mesma será degradada pelo proteassoma. Porém, quando ela estiver na circulação, ela irá perdendo sítios e, então, a sua função, até chegar o momento em que ela será retirada de lá.
Começaremos com a auto clivagem de C3 (mais para frente entenderemos que há uma amplificação do processo). Após a clivagem, possuiremos a as partículas c3a e a c3b. A C3a ficará solúvel, e a partícula C3b, que é a partícula maior, consegue ancorar-se à membrana do patógeno (primeira proteína da via alternativa que consegue fazer isso). Após prender-se na superfície do patógeno, irá se ligar ao fragmento c3b uma segunda proteína, chamada de fator B. Esta irá se ligar ao c3b assim que o c3b se liga a membrana do patógeno. O fator B é uma proteína integral (que está inteira; que não foi quebrada), então, obviamente, precisaremos clivá-la para continuar essa cascata. E o responsável por clivar o fator B é o fator D. Teremos, agora, a formação de Ba (que fica solúvel) e Bb que ficará preso à membrana do patógeno. Nesse momento, teremos o seguinte complexo na membrana do patógeno: c3bBb. Este complexo formado possui o nome de C3-convertase, que é responsável por clivar a proteína C3. Obs.: a partir do momento que tivermos esta enzima presente, teremos a amplificação do processo. Ou seja, serão clivadas várias proteínas C3. Teremos muitas c3a’s solúveis e muitas c3b’s ligadas à membrana. 
Algumas c3b’s recém-formadas (pós-clivagem de C3 pela enzima C3-convertase) irão para a membrana começar a via novamente, e outra c3b irá ligar-se (por afinidade) àquele complexo C3bBb já formado anteriormente, formando, então, o complexo C3bBbC3b. Complexo este que recebe o nome de C5-convertase. Esta enzima recém-formada possui a função de clivar a proteína C5. Agora teremosa formação de c5a (solúvel) e c5b (que irá para a membrana). 
O fragmento c5b irá para a membrana e, quando ele fizer isso, irá “recrutar” as proteínas C6 e C7. Por questões de afinidade, em seguida, teremos a ligação da proteína C8 ao complexo c5bC6C7. A formação do MAC propriamente dito se dará pela ligação da proteína C9. Este componente, assim que ligado ao complexo C5b-8, fará uma polimerização, formando o famoso poro (a polimerização é feita por várias proteínas C9’s).
Observação 1: até agora não falamos de linfócitos, e muito menos de anticorpos. Podemos, então, caracterizar isso tudo descrito anteriormente como fazendo parte da imunidade inata.
Observação 2 (para complementar): se não tivermos a enzima C3-convertase ou uma auto clivagem, a proteína C3 não irá ser “quebrada”. 
Observação 3: lembre-se que, uma vez formada, a enzima C3-convertase amplifica a resposta. Ou seja, c3b’s recém-formadas irão se ligar a superfície de outros patógenos e começar uma nova via (afinal, não teremos somente uma bactéria).
Revisão da via alternativa: auto clivagem de C3, formando c3a (fragmento menor) e c3b (fragmento maior). Teremos agora a ligação do fator B com c3b e, após isso, a clivagem de B pelo fator D e, por fim, a formação de Ba e Bb (Bb ficará ligado com C3b). Agora, o que está presente na membrana do patógeno é o complexo c3bBb, que nada mais é do que a enzima C3-convertase. Esta clivará várias proteínas C3, em c3a’s e c3b’s. Agora veremos à amplificação do processo, com vários fragmentos c3b’s na membrana e uma c3b ligada àquela C3-convertase (c3bBb), formando então a C5-convertase (c3bBbc3b). A C5-convertase, por sua vez, clivará a proteína C5, em c5a e c5b. O fragmento c5b recrutará as proteínas C6, C7 e C8. Este complexo formado guiará a polimerização de moléculas de C9, formando um tubo que irá ser inserido na bicamada lipídica (poro; MAC).
FUNÇÕES DO SISTEMA COMPLEMENTO
OPSONIZAÇÃO (FACILITAÇÃO DA FAGOCITOSE): consiste em um revestimento do patógeno por proteínas do complemento. Células fagocíticas, com receptores para as proteínas do complemento, ligam-se ao alvo, efetuando a endocitose deste micro-organismo invasor. Nesse caso, a opsonização é feita pelo c3b e não pelo anticorpo. O c3b presente na membrana do patógeno atua igualmente como anticorpo funciona na imunidade adquirida. Os fagócitos possuem receptores para a molécula de c3b e, quando este último estiver na membrana do patógeno, o fagócito em questão irá se ligar a ele (assim como os fagócitos se ligam a porção FC do anticorpo), fazendo a fagocitose. O fragmento c3b, dentre as suas funções, também será responsável pela opsonização.
Exemplo: o macrófago possui receptores em sua membrana para a partícula de c3b (estes últimos estão presentes na membrana do patógeno). Após essa ligação\interação, ocorrerá a fagocitose do invasor pelo macrófago.
ATIVAÇÃO DE LEUCÓCITOS (“MANUTENÇÃO” DA INFLAMAÇÃO): células polimorfonucleares (neutrófilos) e macrófagos são estimulados pelos fragmentos “a” liberados durante a clivagem das proteínas. Estes fragmentos dispersam-se do alvo e promovem a quimiotaxia (movimento celular direcionado dos leucócitos). Há um recrutamento de células para o local do infiltrado. Lembra-se das partículas menores? A c3a, c5a e c4a (veremos este último fragmento somente na via clássica). Estas partículas pequenas irão estimular o processo inflamatório. Sabemos que a histamina funciona de 15 a 30 minutos, porém, após este período, teremos outras moléculas para estimular a inflamação (como as citocinas e estas partículas menores do sistema complemento).
FORMAÇÃO DO MAC (LISE DAS CÉLULAS-ALVO): inserção de um componente hidrofílico na bicamada lipídica das células-alvo, provocando um desequilíbrio osmótico e a posterior lise celular.
Dúvidas do final da aula: como o fragmento c3b identifica que é um patógeno? Ele não identifica. O que acontece então? Quando olharmos a regulação do sistema complemento, veremos que nas nossas células possuímos inibidores do SC. Então, quando um c3b se ligar na membrana de nossas células próprias, teremos inibidores que irão impedir, por exemplo, a ligação do fator B ao c3b, fazendo com que a cascata pare. Lembre-se que o fragmento c3b é uma proteína, e que ele simplesmente irá se ligar na membrana em que encontrar pela frente, ou seja, sem necessitar de uma afinidade. Se pensarmos em um infiltrado, onde tivermos um edema, provavelmente o c3b irá ligar-se à membrana do patógeno. Porém, se isso acontecer na corrente sanguínea, provavelmente ele irá se ligar à membrana de uma hemácia (mas nós possuímos proteínas reguladoras em nossas células próprias que impedem a destruição das mesmas). Por fim, vale ressaltar que, em uma bactéria o SC irá funcionar, já nas células próprias não (estamos falando da via alternativa por enquanto).
A via clássica age somente com a presença do anticorpo. Lembrem-se das três funções do anticorpo: neutralização, opsonização e ativação do sistema complemento. Por exemplo, em uma doença autoimune, o indivíduo produzirá auto anticorpos e daí sim poderá iniciar a via clássica do complemento e, com isso, destruir células e tecidos próprios. Na via alternativa, teoricamente, há como dissociar a C3-convertase, impedindo assim a destruição de células próprias.
Informação: normalmente, o que mais acontece é a ativação da via clássica pelo anticorpo. Veremos que, paralelamente a via clássica, teremos a via alternativa iniciando-se.
IMUNOLOGIA – AULA 14
VIA CLÁSSICA (SISTEMA COMPLEMENTO)
Esta via é dependente da molécula de anticorpo. Nós vimos, anteriormente, que o anticorpo possui três funções: a neutralização, a opsonização e a ativação do sistema complemento. Então, a ativação do sistema complemento pelo anticorpo se dá pela via clássica. 
Imagine a membrana plasmática de um determinado patógeno, ou seja, a sua superfície. Nela teremos os antígenos que serão ligados pela molécula de anticorpo. Então, necessita-se deste perfil para começar a ativação da via clássica do complemento. Agora conseguimos traçar um paralelo: a via alternativa não precisava de anticorpos e estava envolvida com a imunidade inata/natural. Já a via clássica deverá ter a presença de anticorpos. Isso significa que se há anticorpo, teremos os linfócitos b secretando os mesmos, e se temos a presença de linfócitos b, a imunidade será adaptativa/adquirida.
A via clássica se inicia com a molécula de C1 (primeira molécula descrita do sistema complemento). Ela tem um jeito diferente, onde iremos dividi-la em: c1q, c1r e c1s. Ou seja, ela possui três estruturas e se parece com um guarda-chuva invertido. A porção em amarelo é a porção q e, no interior da proteína, teremos a porção r (verde) e a porção s (roxa). Estas últimas possuem a função de clivar C2 e C4. Ou seja, são a porção enzimática da proteína C1. Já a porção q, principalmente as suas extremidades, é quem irá se ligar à molécula de anticorpo (pela região FC do anticorpo). Imaginemos um anticorpo: teremos a molécula de C1 ligada/reconhecendo a porção FC (fração constante/cristalizável) do anticorpo.
Observação: a via clássica inicia-se trabalhando com outras proteínas, depois veremos como.
Figura 1: proteína C1
VIA CLÁSSICA
Observamos o anticorpo ligado aos antígenos na membrana do patógeno, e a porção C1q da proteína C1 ligando-se à região FC do mesmo, iniciando, então, a via clássica. A próxima proteína que vêm, depois de C1, será a molécula de C4. A porção c1r e c1s clivará esta molécula de C4, originando c4a (fica solúvel e com a função de “manutenção” da inflamação) e c4b (possui a função de se ligar à membrana da célula). Agora, a terceira proteína participante da via clássica será a proteína C2. Porém, nesse momento, teremos um problema. Quando C2 é clivada em c2a e c2b, quem irá para a membrana, na verdade, é a molécula de c2a (que seria a maior nesse caso). 
Há uns 3 ou 4 anos atrás, em um Congresso de Imunologia, eles mudaram isso. Ou seja, chamaram de b tudo o que irá para a membrana, ede a o que irá ficar solúvel. Porque a regra, antigamente, era: partículas menores iriam ficar solúveis e as partículas maiores iriam para a membrana (ou seja, se a fração a era considerada a menor, então ela ficaria solúvel; e se a fração b era a maior, iria para a membrana). Porém, a fração que vai para a membrana, no caso da proteína C2, é a c2a (maior) e não a menor (c2b). Então seria a c2a que se ligaria na membrana, correto? Porque ela é a maior e a b a menor. Porém, acabaram trocando: chamaram a c2a de c2b e c2b de c2a, com um último pensamento que visa o seguinte: tudo o que vai para a membrana é b e tudo o que ficar solúvel é a (nota-se que o pensamento de antes de que tudo o que era maior iria para a membrana e tudo o que era menor ficaria solúvel, acabou mudando). No fim, ficou: c2b (menor), na membrana; c2a (maior), solúvel. Obs.: no caso da proteína C2, a partícula menor é a b (nos outros casos não).
Obs.: Atentar-se para os livros, afinal, muitos ainda utilizam a linguagem antiga. Linguagem esta que dizia que o c2a, por ser maior, iria para a membrana e o c2b, por ser menor, ficaria solúvel. Edições mais recentes já fizeram a troca.
Voltando a via clássica de fato: A fração rs de C1 também cliva C2 (em c2a e c2b). Teremos na membrana, até agora, o seguinte: c4bc2b. E esse complexo nada mais é do que a C3-convertase da via clássica. Como qualquer outra C3-convertase, ela irá clivar a proteína C3. Ela clivará muitas proteínas C3 e, por esse fato, teremos várias moléculas de c3a e c3b disponíveis. As c3a’s ficarão solúveis e as c3b’s irão para a membrana. Ou seja, teremos uma c3b indo se ligar àquele complexo de c4bc2b (C3-convertase), ficando, então: c4bc2bc3b. Este complexo, por sua vez, chama-se C5-convertase (molécula esta que irá clivar a proteína C5). Teremos também outros fragmentos c3b’s indo direto para a membrana (nota-se que poderemos ter a VIA CLÁSSICA e a VIA ALTERNATIVA acontecendo ao mesmo tempo. Afinal, quem começa a via alternativa é a proteína C3. Porque a partir do momento em que eu tenho c3b formada e indo para a membrana, ela começará, de fato, a via alternativa. Obviamente, se não tiver o anticorpo presente, não ocorrerá a via clássica). A C5-convertase irá clivar a proteína C5 (em c5a e c5b). O fragmento c5b irá para a membrana e atrairá as proteínas C6, C7 e C8. Este complexo formado irá atrair várias proteínas C9’s (lembrando que as proteínas C9’s é quem irão formar o poro – MAC; complexo de ataque à membrana).
Revisão rápida para fixar: a porção enzimática da proteína C1, ou seja, a porção rs cliva a molécula de C4 e C2. O complexo c4bc2b formam a C3-convertase. Esta irá clivar a proteína C3. c4bc2bc3b formará a C5-convertase. Esta última clivará a proteína C5. O fragmento c5b vai direto para a membrana e irá “recrutar” as proteínas C6, C7 e C8. Este complexo recém-formado irá atrair as proteínas C9’s. Lembrando que estas últimas proteínas citadas não serão clivadas (a C6, C7, C8 e C9).
Obs. 1: na verdade, a c5b, C6, C7 e a C8 “chegam” mais ou menos juntas. Elas interagem juntas e ligam-se juntas na membrana, formando um complexo. 
Obs. 2: lembrando que a c3b pode começar a via alternativa. Assim como a mesma também servirá como opsonina e pode estimular a fagocitose. O fragmento c3b também pode se ligar à região FC do anticorpo, não necessariamente para fazer a opsonização, mas para prender-se à membrana e começar a via alternativa. As proteínas do SC podem se ancorar no anticorpo (elas possuem afinidade pela porção FC dos mesmos), mas, o normal (o mais frequente), são elas se ligarem à membrana. Na verdade, tanto faz aonde elas estejam, contanto que realizem as suas funções. Agora, por exemplo, as proteínas c5b, C6, C7, C8 e C9 não podem se ligar ao anticorpo, elas obrigatoriamente terão que ir diretamente para a membrana, para a formação do MAC.
Obs. 3: o fragmento c3b também é responsável por opsonização (lembrando que o anticorpo também faz isso). Partículas como a c3a, c4a e c5a serão responsáveis pela inflamação. E, por fim, lembrar que a formação do MAC é a terceira função do SC. 
 
 REGULAÇÃO DO SISTEMA COMPLEMENTO
As patologias, em função do sistema complemento, ocorrem por deficiências, na maioria das vezes, nos reguladores. Por que precisa-se de reguladores? O sistema somplemento, principalmente a via alternativa, pode ligar-se a estruturas próprias (células próprias)? Sim, pode e vai se ligar a estruturas próprias. Então, necessita-se de mecanismos para inibir a continuidade dessa via. Outra função: o sistema complemento só amplifica as vias, ou seja, ele não tem o controle da situação (ele não é que nem as citocinas que conseguem ter regulação. Ou seja, ele não consegue se auto regular). Uma vez que o sistema complemento é ativado, ele não terá mais fim. A partir da formação da C3-convertase amplifica-se de tal forma o sistema que não teremos o controle da situação. Mas, durante o processo evolutivo, juntamente com as proteínas responsáveis pela cascata do complemento, também surgiram as proteínas reguladoras. E os problemas (as deficiências) encontrados nos pacientes não serão das proteínas responsáveis pela cascata (na maioria das vezes), e sim pelas proteínas reguladoras das mesmas. As deficiências da regulação trazem prejuízo ao paciente. Então, por que regular o SC? Porque o excesso de função do mesmo leva ao ataque de células próprias do indivíduo, assim como também leva a uma inflamação exacerbada (lembre-se que as partículas menores serão as responsáveis pela “manutenção” da inflamação). 
Falaremos, agora, dos principais reguladores do sistema complemento. Eles estão envolvidos com patologias conhecidas. Os outros, por sua vez, não possuem patologias relacionadas até o momento.
REGULADORES DA VIA CLÁSSICA
1º regulador: C1INH (inh- inibidor): ele é o responsável por inibir a proteína C1. Qual é a função de C1? Ligar-se ao anticorpo e clivar as proteínas C4 e C2. Obviamente, a ligação da proteína C1 com o anticorpo não gera prejuízo nenhum ao paciente. Agora, caso a C1 comece a clivar de forma excessiva a C4 e a C2, isso levará a formação de muita C3-convertase. Levando a formação exacerbada desta enzima, irão ser clivadas muitas proteínas C3. Clivando mais proteínas C3, teremos a formação de mais partículas de c3a. Ou seja, uma exacerbação da inflamação.
A responsabilidade do regulador C1INH é a de “roubar” a porção rs de C1. E ele fará isso ligando-se na porção enzimática da proteína C1. A partir do momento em que ele “leva” essa porção, C1 não clivará mais a proteína C4, e nem a C2. Não clivando estas proteínas, não teremos a formação de C3-convertase. A proteína C3, em função disso, não será mais clivada e, dessa forma, o sistema irá parar (final da ativação). Obviamente que é bom que se tenha mais proteínas C3 sendo formadas em uma infecção (desde que a inflamação seja controlada). Porém, a partir do momento em que ela (a proteína C3b) se liga a célula propria, isso será um problema. Então, para finalizar, dizemos que o regulador C1INH atua no bloqueio da função do SC da via clássica. Se, no caso, houver a formação de muitos fragmentos c4b’s e c2b’s, eles irão se ligar a uma célula própria, afinal, a afinidade por patógeno/antígeno não existe. Ou seja, trata-se de moléculas solúveis e, se temos elas em excesso, chegará uma hora em que as mesmas irão se ligar a uma célula própria.
Imagine agora um problema com a proteína C1. A doença relacionada a ela chama-se Edema Angioneurótico Hereditário (AEH).
Observação: quando temos a presença de C1INH, o que eu espero? O controle da situação. Lembre-se de que, se as proteínas são dosadas no sangue, elas serão dosadas complexadas (ou seja, inteiras). E o que é isso? O complexo C3, o complexo C4, o complexo C2. Não consegue-se dosar, por exemplo, somente o fragmento c3b. E por que não? Porque o mesmo está ligado na membrana da célula.
Voltando ao pensamento: se C1INH estiver normal, espera-se o que das proteínasC2, C3 E C4? Espera-se que o nível das mesmas estejam normais também. Porém, se tivermos a deficiência de C1INH, o que espera-se de C2, por exemplo? Ela vai estar alta, baixa ou normal no sangue? Obviamente ela vai possuir um nível sérico muito baixo. E isso se dá pelo fato da porção rs da proteína C1 (que cliva C4 e C2) estar clivando muito C2. E isso tudo está ocorrendo porque o inibidor da proteína C1 está com “defeito”. Se tivermos a deficiência desse inibidor, teremos a proteína C1 agindo. A proteína C1 agindo clivará C2 em c2b e c2a (c2b está indo para a membrana). E, se sabemos que a C2 está baixa, como estará a proteína C4? Baixa também. 
Lembre-se de que, se a proteína C2 e a proteína C4 estão sendo clivadas, teremos o que? A formação de C3-convertase da via clássica(c4bc2b). Sabendo disso, como estará o nível da proteína C3 no sangue? C3 deveria estar baixa também, afinal, a enzima que está sendo formada exacerbadamente (C3-convertase), possui a função de clivar a proteína C3. Porém, veremos que a C3 possui um regulador também (um para a via clássica e outro para a via alternativa), que fará com que os níveis séricos dela fiquem normais. 
2º regulador: proteína ligadora de C4 (C4BP) – esta proteína é a reguladora da C3-convertase da via clássica na membrana do patógeno. Se este regulador estiver normal, a proteína C3 também estará com um nível sérico normal.
O que teremos no edema angioneurótico hereditário? Um baixo nível sérico das proteínas C2 e C4. Será um absurdo a proteína C3 encontrar-se com níveis séricos normais? Não, muito pelo contrário, ela terá níveis normais sim, pois a mesma possui o seu regulador, que será a proteína ligadora de C4. A C4BP age com um cofator. Ou seja, este regulador irá agir com o fator i. É necessário termos a presença dos dois para ocorrer a inibição da formação de C3-convertase. Se faltar a proteína ligadora de C4 ou, no caso, o fator i, não teremos a realização da devida função, que é regular a clivagem de C3.
Imaginemos a via clássica, onde teremos a primeira proteína que se ancora à membrana, que será a c4b. A proteína ligadora de C4 + o fator i irão interagir com c4b e, com isso, impedirão que a proteína c2b ligue-se a proteína c4b para continuar a via. Ou seja, quando tivermos a proteína ligadora de C4 interagindo com o fragmento C4b preso à membrana do patógeno, a via irá parar (e ela só fará isso na presença do fator i). Imagine que a proteína ligadora de C4 possui uma determinada estrutura e que o fator i irá “deformar” essa estrutura. O fator i quebra uma “pontinha” dela e, quando ele fizer isso, a proteína ligadora de C4 criará uma afinidade pelo c4b. Então, se tivermos a proteína ligadora de C4 inteira (ou seja, sem ter sido modificada pelo fator i), e o c4b estiver na membrana, ela não irá se ligar ao c4b na superfície da célula (não terá afinidade). Por fim, dizemos que a proteína ligadora de C4 irá regular a formação da C3-convertase da via clássica na membrana do patógeno.
Exemplo: se o indivíduo possuir deficiência de C1INH e não tiver insuficiência da proteína ligadora de C4 e de fator i, a proteína C3 estará normal no sangue, afinal, quem regula a formação da C3-convertase aqui na via clássica é a proteína ligadora de C4. 
Revisão final: qual, então, é a justificativa para que a C3 esteja com um nível sérico normal? Pois a C3-convertase da via clássica possui um outro regulador que não o C1INH. Este último irá regular a clivagem de C4 e C2. A clivagem de C3 é regulada por um outro conjunto de proteínas (proteína ligadora de C4 + fator i). Por isso que o paciente apresenta diminuição de C2 e de C4, e níveis séricos normais de C3.
REGULADORES DA VIA ALTERNATIVA
3º regulador: fator H – regulação da C3-convertase da via alternativa na membrana do patógeno. 
A primeira proteína que irá para a membrana do patógeno é a c3b. Quando esta estiver na membrana, o fator H se ligará a ela. O fator H só terá afinidade por c3b se o fator i clivar um “pedacinho” do fator H (porque somente o fator H sozinho não terá afinidade o suficiente pelo fragmento c3b). Depois de clivado, o fator H irá ficar ligado permanentemente com a partícula de c3b. Se isso ocorrer, o fator B (próxima proteína para continuar a via alternativa) irá conseguir se ligar com o fragmento C3b que já está na membrana? Não, pois o lugar dele (do fator B) está ocupado. Por conseguinte, se o fator B não conseguir se ligar com o c3b, obviamente ele não será clivado pelo fator D (afinal, o fator D somente irá clivar o fator B se este estiver ligado com o c3b na membrana). Por fim, se nada ocorreu, não ocorrerá a formação da C3-convertase da via alternativa.
Imagine um paciente que possui o fator H normal, o que se espera dos níveis séricos da proteína C3 e do fator B? Espera-se que os níveis de ambos estejam normais. E se outro paciente possuir diminuição de fator H, como estará os níveis séricos de C3 e do fator B? Níveis baixos de ambos, pois está sendo formada demasiadamente a enzima C3-convertase. A C3-convertase está sendo produzida demais pelo fato do fator H estar em falta, obviamente por ele não estar se ligando com o fragmento c3b para fazer a interrupção da via alternativa. Em razão disso, o fator B acabará se ligando com o c3b e irá formar demasiadamente a C3-convertase, que acabará clivando a proteína C3 de maneira exacerbada.
Obs.: o fator H, diferentemente do inibidor de C1 (C1INH), não possui a função de fazer com que proteínas parem de ser clivadas diretamente. A função do fator H é ligar-se ao fragmento c3b, impedindo que o fator B se ligue ao mesmo e, dessa forma, impedindo uma posterior clivagem deste último pelo fator D. Por fim, dizemos que o fator H faz com que não ocorra mais a formação de C3-convertase na via alternativa.
Agora pense, e se tivermos a deficiência de fator H? Haverá a clivagem de muitas proteínas C3. E sabemos que toda a vez que a C3 for clivada, ocorrerá o recrutamento do fator B. Automaticamente, quando ocorrer esse tipo de deficiência, haverá a diminuição tanto dos níveis séricos de C3, quanto dos níveis de fator B. Como estaria o fator D se o fator H estivesse em falta? Estaria normal. Ele sempre vai estar normal. Obs.: Atentar-se para essa pegadinha.
Um outro exemplo (bem mais grave) é um paciente com deficiência de fator i. Porém, primeiramente deveremos relembrar as duas vias e em como o fator i age em ambas:
Via alternativa: o que se espera dos níveis séricos de algumas proteínas do sistema complemento se tivermos deficiência de fator i? Os níveis séricos de C3 e de fator B também estarão baixos (assim como estarão baixos quando houver deficiência de fator H, como discutido anteriormente). Lembrando que o fator i trabalha junto com o fator H clivando o mesmo para que este último possua afinidade o suficiente por c3b, impossibilitando que o fator B se ligue ao fragmento c3b, dessa forma impedindo a formação de C3-convertase.
Via clássica: o que a proteína ligadora de C4 faz? Juntamente com o fator i, ela irá impedir a ligação de c2b com o fragmento c4b na membrana, impossibilitando a formação de C3-convertase na via clássica. Imagine que o indivíduo tenha deficiência na proteína ligadora de C4. Em contrapartida, teremos mais C3-convertase sendo formada. Com isso, espera-se um nível sérico de C3 baixo, afinal, quem cliva as proteínas C4 e C2 é a C1. Teremos deficiência de C1, nesse caso? Não. Se estamos falando de deficiência de fator i, como estarão os níveis séricos de C1? Estarão normais.
Tabela das duas vias: deficiência de fator i:
C3: nível baixo no sangue;
 Por quê? Pelo fato de a C3-convertase estar sendo formada de forma exacerbada e clivando muitas proteínas C3.
Fator B: nível baixo no sangue;
Por que? Pelo fato do mesmo estar se ligando ao C3b formado que está na membrana e, em seguida, sendo clivado pelo fator D (via alternativa).
C4: nível normal no sangue;
C2: nível normal no sangue.
Tabela das duas vias: Fator i normal:
C3: nível sérico normal;
Fator B: nível sérico normal;
C4: nívelsérico normal;
C2: nível sérico normal.
Observação 1: tanto a proteína ligadora de C4, quanto o o fator i, possuem o papel de impedir a formação de C3-convertase (impedindo a clivagem de C3). Se o paciente não possui algum dos dois reguladores, ele irá clivar muita proteína C3, caindo o nível da mesma no sangue (a proteína ligadora de C4 precisa do fator i para “agir”). Não tem relação com C4 e com C2, afinal, quem irá clivar estas duas proteínas é a proteína C1. E não foi dito aqui que o paciente possui deficiência do regulador de C1. 
Observação 2: toda a vez que o paciente possuir deficiência de algum regulador, ele terá muita inflamação. Por que? Porque se o mesmo tem deficiência de algum regulador, obviamente, ele terá muita clivagem de proteínas. Se ele tiver muita clivagem de proteínas, ocorrerá a formação de muitas partículas quimiotáticas. Por fim, com muitas dessas partículas no sangue, teremos uma exacerbação da inflamação.
Observção 3: a proteína ligadora de C4 e o fator H agem regulando a C3-convertase da via clássica e da via alternativa, respectivamente. Ou seja, eles mantém os níveis da proteína C3 normais no sangue (homeostasia). Quando faltar o fator i teremos um enorme problema. O mesmo age tanto com o fator H, na via alternativa, quanto com a proteína ligadora de C4, na via clássica. Não tendo a regulação da C3-convertase, a proteína C3 será clivada de uma forma exacerbada. Notamos que está ocorrendo um consumo grande de C3 no sangue, onde podemos visualizar níveis séricos baixos na dosagem desta proteína. Se ocorrer a falta de fator i, o problema será bem maior se, por exemplo, tivermos somente a de fator H ou a falta da proteína ligadora de C4, por exemplo. Por que? Lembre-se que o fator i age nas duas vias, e o fator H, juntamente com a proteína ligadora de c4, agem na via alternativa e na via clássica, respectivamente. 
Não esquecer: na via alternativa, se a proteína C3 estiver baixa no sangue, ocorrerá, automaticamente, a diminuição de fator B. E é por isso que os dois irão aparecer diminuídos juntos no sangue.
REGULADOR DE AMBAS AS VIAS
4º regulador: DAF (fator acelerador do decaimento funcional) – Acelera a dissociação das C3 convertases de ambas as vias, porém, em nossas células próprias.
O DAF é um regulador que está presente na nossa membrana, ou seja, ele é uma proteína nossa, protege as nossas células. Ou seja, ele não estará presente na membrana da bactéria/patógeno. A mesma coisa que o DAF fizer na via alternativa, ele fará na via clássica também. Como ele é uma proteína de membrana, lembre-se que as mesmas caminham no plano da membrana, elas não ficam fixas. Então, quando o c4b estiver na membrana ligado com c2b (pense na via clássica agora), o DAF irá se ligar a c4b, jogando “fora” a C2b. Quando falarmos da via alternativa, este regulador irá caminhar pela membrana e irá se ligar a C3b, jogando “fora” o Bb. Ou seja, não teremos mais a C3-convertase. A função do DAF é dissociar a C3-convertase, seja ela da via clássica ou da via alternativa.