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Mariana Rocha Cruz – UNIFESO- TURMA 102 @maridejaleco •O que seria o Sistema Complemento? O sistema complemento é a parte do sistema imune que consiste em várias proteínas que agem em cascata, em que cada enzima atua como catalisador da próxima. Podem ser proteínas de membrana plasmática ou solúveis no plasma. As proteínas C3 e C5 destacam-se por atuarem no processo inflamatório como moléculas estimuladoras da inflamação (anafilatoxinas). Facilitam a diapedese e estimulam a degranulação dos mastócitos. •E o que ele faz? Ele é um sistema de proteínas que cria na membrana do patógeno um poro, mexendo assim com a permeabilidade da mesma. Ou sejam esse poro faz com que entre líquido dentro da célula até ela sofrer lise (rompimento da sua membrana). Todas as vezes que temos uma célula reconhecida como estranho tem a ligação das proteínas do complemento nessa célula. Essas substancias são sintetizadas no fígado e vão para a circulação sanguínea por células envolvidas na resposta inflamatória. Importante lembrar que tudo que tem PAMP ativa o sistema complemento •Então, dentre as funções do SC, uma delas é gerar um poro na membrana do patógeno (essa será a função “fim” do SC). Cada poro formado recebe o nome de MAC (membrane attack complex/ complexo de ataque à membrana). •Com isso, conseguimos notar vários poros formados pelo SC na varredura de uma célula. Em razão disso, podendo notar que o MAC mexe muito com a permeabilidade da membrana. Por esse poro entrará água até que a célula leve a sua membrana ate o seu limite máximo e, posteriormente, a mesma ira lisar. •Anafilaxia (recrutamento de células inflamatórias); •Lise celular (através do MAC): Inserção de um componente hidrofílico na bicamada lipídica das células-alvo, provocando um desequilíbrio osmótico e a posterior lise celular •Retirada de imunocomponentes do sangue (restos de processos finalizados); •Opsonização (facilitação para o processo de fagocitose); O que é? É um revestimento do patógeno por PTN do SC. Células fagocíticas, com receptores para as proteínas do complemento, ligam-se ao alvo, efetuando a endocitose deste micro-organismo invasos. Neste caso, a opsonização é feita pelo c3b e não pelo anticorpo. O c3b presente na membrana do patógeno atua igualmente como anticorpo funciona na imunidade adquirida. OS fagócitos possuem receptores para a molécula c3b e, quando este ultimo estiver na membrana do patógeno, o fagócito em questão irá se ligar a ele (assim como os fagócitos se ligam a Sistema Complemento Introdução Mariana Rocha Cruz – UNIFESO- TURMA 102 @maridejaleco Funções Mariana Rocha Cruz – UNIFESO- TURMA 102 @maridejaleco porção FC do anticorpo), fazendo a fagocitose. O fragmento c3b, dentre as suas funções, também será responsável pela opsonização. •Gerar quimiotaxia: Quando falamos de gerar a quimiotaxia é o movimento da célula que vai do tecido para a resposta da célula inflamatória, a C5a promove esse movimento muito mais que C3a e C4a •O SC é formado por 3 vias: 1- Via clássica: A via que originou o sistema complemento. Ela necessita da presença do anticorpo e, por isso, está ligada com a imunidade adquirida. 2- Via Alternativa: Esta, por sua vez, é a primeira via que apareceu em termos de “evolução”. Ela não necessita de anticorpo e está relacionada com a imunidade inata. 3- Via da Lectina: É desencadeada por uma proteína plasmática chamada lectina ligante de manose (MBL), que reconhece resíduos terminais de manose presentes na membrana das bactérias. •E qual seria o problema do sistema completo? A problemática desse sistema é por conta dos seus reguladores. As patologias não estão relacionadas às proteínas ativadoras. A maioria das doenças estão relacionadas aos reguladores destas proteínas ativadoras. •E quais são as regras? Pra começar, ele trabalha em forma de cascata. Mas o que seria uma cascata? É quando uma proteína vai ativando a outra. Temos um conjunto de proteínas (zimógenos- pré enzimas) que serão ativadas e, sendo assim, terão função enzimática (e as proteínas do SC tem característica de zomógenos). As enzimas do SC são chamadas de convertases. Quando falamos sobre uma C3- convertase, quer dizer que esta enzima cliva a proteína C3 do complemento. Normalmente as proteínas do complemento recebem a letra C e o número correspondente. Existem também os fatores D, I e H. Todas essas proteínas estão solúveis no sangue (ou seja, são séricas). Então quando existe um infiltrado inflamatório, elas irão migrar junto com o liquido extravasado no sangue. A letra “C” se significa complemento, e o numero de acordo com sua descoberta das mesmas. Vias Formação da MAC Mariana Rocha Cruz – UNIFESO- TURMA 102 @maridejaleco •Obs: A sequência que inicia a via alternativa começara por C3. Quando a C3-convertase quebra/ cliva a proteína C3, teremos a formação de dois fragmentos: O C3A e o C3B. Com exceção da proteína C2, as partículas A das proteínas do SC serão as menores e as partículas B serão as maiores •Obs2: PTn C1 até C9 são ativadas e separadas. C3 se divide em C3a e C3b. C3a e C5a são mediadores pró-inflamatórios e os b ficam ligados na superfície celular •Ela é chamada assim porque foi a primeira a ser descoberta. Então a via clássica é uma via ativada a partir da participação do antígeno + anticorpo. •Essa via é dependente da molécula de anticorpo. •Nós sabemos que o anticorpo possui 3 funções: 1- Neutralização, 2- Opsonização 3- Ativação do SC •Quando pensamos na membrana plasmática de um determinado patógeno, no caso sua superfície. Teremos os antígenos que serão ligados pelas moléculas de anticorpo. Então necessita-se deste perfil para começar a ativação da via clássica do complemento. Se traçarmos um paralelo com a via alternativa, a gente não precisaria de anticorpo por estar envolvida na imunidade inata. Mas estamos na via clássica e por isso, deverá ter a presença de anticorpo. E onde eu quero chegar é, se temos anticorpo, teremos a presença de linfócitos b secretando os mesmo, e se temos linfócitos b teremos imunidade adaptativa/ adquirida. •E como funciona? A via clássica se inicia com a molécula de C1 (que é a primeira molécula descrita do SC). Ela vai ter um jeito diferente, onde iremos dividi-la em: 1- C1Q; 2- C1R 3- C1S Ou seja, ela possui três estruturas e se parece com um guarda-chuva invertido. A porção em amarelo é a porção Q e, no interior da proteína teremos a porção R (verde) e a porção S (azul). Estas últimas possuem função de clivar C2 e C4. Ou seja, são a porção enzimática da proteína C1. Já a porção Q, principalmente as suas extremidades, é quem irá se ligar à molécula de anticorpo (pela região FC do anticorpo). Imaginemos um anticorpo: teremos a molécula de C1 ligada/reconhecendo a porção FC (fração constante/ cristalizável) do anticorpo. Via Clássica Mariana Rocha Cruz – UNIFESO- TURMA 102 @maridejaleco Observamos o anticorpo ligando aos antígenos na membrana do patógeno, e a porção C1Q da proteína C1 ligando-se à região FC do esmo, iniciando, então a via clássica. A próxima proteína que vem depois da C1, será a molécula C4. A porção C1R e C1S clivará a C4, dando origem a C4a (fiando solúvel e com a função de “manutenção” da inflamação) e C4B, que possui a função de se ligar à membrana da célula. Agora, temos a terceira proteína participante da via clássica sera a proteína C2. Porem, nesse momento, teremos um problema. Quando a C2 é clivada em C2a e C2B, quem irá para a membrana, na verdade é a molécula C2A (que seria a maior nesse caso). A fração RS de C1 também cliva C2 (em C2A e C2B). Teremos na mesma membrana, até agora, o seguinte: C4BC2B. O que é esse complexo? Ele não é nada mais do que a C3-convertaseda via clássica. E como qualquer C3-convertase, ela irá clivar a proteína C3. Ela clivará muitas proteínas C3 e, por esse fato, teremos várias moléculas de C3A e C3B disponíveis. As C3A’s ficarão solúveis e as C3B’s irão para a membrana. Ou seja, teremos um C3B indo se ligar à aquele complexo de C4BC2B (C3-convertase), ficando, então -> C4BC2BC3B. Caramba que um monte de letras e números são esses? O C4BC2BC3B não é nada menos que a C5-convertase (molécula que irá clivar a proteína C5). •Resumindo... 1- A porção enzimática da PTN C1, ou seja, a porção RS cliva a molécula de C4 e C2. 2- O complexo C4BC2 formam a C3- convertase; 3- Esta cliva a proteína C3. 4- A C4BC2BC3B formará a C5-convertase. 5- Esta última clivará a proteína C5; 6- O fragmento C5B vai direto para a membrana e irá “recrutar” as proteínas C6, C7 e C8. 7- Esse complexo recém-formado irá atrair as proteínas C9’s. Mariana Rocha Cruz – UNIFESO- TURMA 102 @maridejaleco 8- Lembrando que estas últimas proteínas citadas (C6, C7, C8 e C9). •Vamos começar imaginando uma membrana plasmática de um patógeno e, ao lado da mesma, o que esta no sangue. Então, começaremos c a PTN C3 do SC. Toda proteína possui um tempo de vida, inclusiva a C3. •Ela tem 2 formas de ser quebrada: 1- Clivagem pela C3-convertase 2- Auto clivagem da C3 (isso ocorre conforme a proteína C3 está envelhecendo na circulação- turnover; tempo de vida funcional da proteína; quando ela for perdendo suas estruturas e, com isso, perdendo sua função). •É importante a gente lembrar que quando a enzima está presente no citoplasma, a mesma será degradada pelo proteassoma. Porém, quando estiver na circulação, ela irá perdendo sítios e, então a sua função. •Começaremos com a auto clivagem de C3 (mais para frente entenderemos que há uma amplificação do processo). •Após a clivagem, possuiremos a as partículas c3a e a c3b. A C3a ficará solúvel, e a partícula C3b, que é a partícula maior, consegue ancorar-se à membrana do patógeno (primeira proteína da via alternativa que consegue fazer isso). •Após prender-se na superfície do patógeno, irá se ligar ao fragmento c3b uma segunda proteína, chamada de fator B. Esta irá se ligar ao c3b assim que o c3b se liga a membrana do patógeno. •O fator B é uma proteína integral (que está inteira; que não foi quebrada), então, obviamente, precisaremos clivá-la para continuar essa cascata. E o responsável por clivar o fator B é o fator D. Teremos, agora, a formação de Ba (que fica solúvel) e Bb que ficará preso à membrana do patógeno. •Nesse momento, teremos o seguinte complexo na membrana do patógeno: c3bBb. Este complexo formado possui o nome de C3- convertase, que é responsável por clivar a proteína C3. •Obs.: a partir do momento que tivermos esta enzima presente, teremos a amplificação do processo. Ou seja, serão clivadas várias proteínas C3. Teremos muitas c3a’s solúveis e muitas c3b’s ligadas à membrana. •Algumas c3b’s recém-formadas (pós-clivagem de C3 pela enzima C3-convertase) irão para a membrana começar a via novamente, e outra c3b irá ligar-se (por afinidade) àquele complexo C3bBb já formado anteriormente, formando, então, o complexo C3bBbC3b. •Complexo este que recebe o nome de C5- convertase. Esta enzima recém-formada possui a função de clivar a proteína C5. Agora teremos a formação de c5a (solúvel) e c5b (que irá para a membrana). O fragmento c 5b irá para a membrana e, quando ele fizer isso, irá “recrutar” as proteínas C6 e C7. Por questões de afinidade, em seguida, teremos a ligação da proteína C8 ao complexo c5bC6C7. A formação do MAC propriamente dito se dará pela ligação da proteína C9. Via Alternativa Mariana Rocha Cruz – UNIFESO- TURMA 102 @maridejaleco • Este componente, assim que ligado ao complexo C5b -8, fará uma polimerização, formando o famoso poro (a polimerização é feita por várias proteínas C9’s). •Observação 1: até agora não falamos de linfócitos, e muito menos de anticorpos. Podemos, então, caracterizar isso tudo descrito anteriormente como fazendo parte da imunidade inata. •Observação 2 (para complementar): se não tivermos a enzima C3-convertase ou uma auto clivagem, a proteína C3 não irá ser “quebrada”. •Observação 3: lembre-se que, uma vez formada, a enzima C3-convertase amplifica a resposta. Ou seja, c3b’s recém-formadas irão se ligar a superfície de outros patógenos e começar uma nova via (afinal, não teremos somente uma bactéria). •Revisão da via alternativa: • auto clivagem de C3, formando c3a (fragmento menor) e c3b (fragmento maior). • Teremos agora a ligação do fator B com c3b e, após isso, a clivagem de B pelo fator D e, por fim, a formação de Ba e Bb (Bb ficará ligado com C3b). • Agora, o que está presente na membrana do patógeno é o complexo c3 bBb, que nada mais é do que a enzima C3-convertase. • Esta clivará várias proteínas C3, em c3a’s e c3b’s. • Agora veremos à amplificação do processo, com vários fragmentos c3b’s na membrana e uma c3b ligada àquela C3- convertase (c3bBb), formando então a C5- convertase (c3bBbc3b). • A C5-convertase, por sua vez, clivará a proteína C5, em c5a e c5b. • O fragmento c5b recrutará as proteínas C6, C7 e C8. • Este complexo formado guiará a polimerização de moléculas de C9, formando um tubo que irá ser inserido na bicamada lipídica (poro; MAC) Mariana Rocha Cruz – UNIFESO- TURMA 102 @maridejaleco •Sua ativação é desencadeada pela ligação de polissacarídeos microbianos a MBL (lectina ligante de manose) plasmática ou ficolinas, que se liga a carboidratos de superfície em microrganismos. Também é uma via representante de mecanismos efetores da imunidade inata. • A MBL é um membro da família da colectina e tem uma estrutura hexamérica semelhante a do componente C1q do sistema complemento. •Depois que a MBL se ligar aos microorganismos, dois zimogénios chamados MASP1 e MASP2, com funções similares às de C1r e C1s, associam-se à MBL e iniciam etapas proteolíticas downstream idênticas às da via clássica. C1inh (inibidor de C1): dissocia o C1r do C1s, não deixando que o C1s exerça o seu papel enzimático na clivagem de C4 e C2; C4Bp (proteína que liga C4): se liga a C4b, bloqueando a ligação de C2b; Fator H: funciona como um co-fator para o fator I, ligando-se a C3b, impedindo, assim a ligação do Bb; CR1: receptor para C3b e C3bi; DAF: Fator ativador do desligamento, esta proteína induz a dissociação de C4bC2b e C3bBb; Fator I: Fator inibidor de C3b; é também uma serina-esterase que além de clivar C3b, cliva tb C4b, usando outras proteínas regulatórias comoC4Bp, CR1, Fator H e DAF; PROTEÍNA S: liga C5b67, inibindo a ligação deste complexo à membrana; MIRL (inibidor de lise): liga C5b678, bloqueando a ligação de C9; Inibidor de Anafilatoxina: inativa C3a,C4a e C5a Via das Lectinas Proteínas Regulatórias Mariana Rocha Cruz – UNIFESO- TURMA 102 @maridejaleco Questões Para Estudo 1-Quais as funções biológicas da ativação do SC ? 2-Quais as principais características das proteínas do SC ? 3-Quais as diferenças entre os processos iniciais de ativação das 3 vias do SC ? 4-Quais as C3 e C5 convertases das vias de ativação do SC ? 5-Qual a função principal das proteínas regulatórias do SC ?
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