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FICHAMENTO DA OBRA: ARQUIVOS DA LOUCURA

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AGES
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
BACHARELADO EM ENFERMAGEM
FICHAMENTO DA OBRA:
ARQUIVOS DA LOUCURA
Paripiranga
2014
REFERÊNCIA: PORTOCARRERO, Vera. Arquivos da loucura: Juliano Moreira e a descontinuidade histórica da psiquiatria. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2002.
CREDENCIAIS DO AUTOR: escritora, professora, carioca, cursou a graduação de filosofia na PUC, direcionando seus estudos a Filosofia da Ciência, em especial Foucault. Em seus estudos dirigiu pesquisa com Roberto Machado sobre a história da psiquiatria. Trabalhou na FIOCRUZ em pesquisa da história da medicina.
RESUMO DA OBRA:
A obra em questão é um trabalho voltado para o contexto histórico da psiquiatria no Brasil, na qual a autora coloca como um olhar dentro da perspectiva de Foucault, na necessidade governamental de se ter o cuidado na saúde da população, o que abrange a saúde mental, a capacidade intelectual e produtiva de um povo, deve ser amparada, dentro das políticas de saúde. Dentro dessa justificativa o trabalho começa a narrar em comparativo a ciência e a prática do século XIX e XX, e a importância de Juliano Moreira na modificação e restruturação e a associação do conceito social na psiquiatria.
Destaca-se a diferença dada na falta de avaliação e criticidade da ciência empregada até o século XIX no tratamento psiquiátrico que era voltado em terapêutica para o asilamento, que justificava-se como em prol protetor da sociedade e de que se configuraria um processo de melhora ao alienado que se reestabeleceria ao se tirar de seu convívio os motivos de seu desajuste. Já a partir das propostas de Juliano Moreira e as propostas através do método científico que teve início na Alemanha, configurando a Reforma Psiquiátrica baseada nas práticas nosológicas e etiologias classificando os pacientes, e sua posterior intervenção voltada a reabilitação e a higiene mental, e também o asilamento nos casos indicados pela Justiça, e nos casos de intoxicação mais voltados a um tratamento humano mais humano e voltado a reintegração social.
CITAÇÕES: 
 “No século XX, a prática psiquiátrica incidirá sobre aqueles que apresentam desvios mentais, atuais ou potenciais, loucos ou virtualmente loucos, e penetrará em instituições, como a família, a escola, as Forças Armadas, com o objetivo terapêutico e preventivo de lutar contra a criminalidade e a baixa produtividade, combatendo a doença mental propriamente dita e a anormalidade.” (Pág. 13)
“(...)comparando-os com as formas históricas que o precedem, para apontar um momento inovador do saber e da prática psiquiátricos brasileiros”. (Pág.16)
Para Esquirol, quando a loucura não é aniquilamento ou enfraquecimento da inteligência, ela é delírio. (Pág.43)
Com Esquirol, o conceito de delírio parcial dirige-se a um tipo de delírio limitado a um determinado objeto ou grupo de objetos, continuando a inteligência a funcionar normalmente em todas as outra atividades. (Pág.43)
“Se a alienação é sobretudo uma desordem do comportamento, se ela se insurge contra a ordem social por meio de atos involuntários, a cura só pode ser obtida pela imposição de certas normas transmitidas por um processo de reeducação do alienado, de um tratamento moral.” (Pág.43)
(...)tratamento depende do afastamento do louco num espaço que o separa das causas de sua loucura, inscritas na sociedade e principal- mente na família, espaço medicalizado, terapêutico, organizado, sendo ele mesmo instrumento de cura“A higiene mental assume um duplo papel: conservar a saúde psí- quica e prevenir as doenças do cérebro. (Pág.54)
 “Uma nova classificação das doenças mentais torna-se, então, uma exi- gência por parte dos próprios psiquiatras.” (pág.63)
“Juliano Moreira define a doença mental de maneiras diferentes, de acordo com o enfoque sob o qual está sendo analisada.” (Pág.79 e 80)
“A alienação será, portanto o egoísmo oposto ao altruísmo necessário para a vida social.” (Pág.82)
“A noção de equilíbrio do comportamento do homem com o meio social é que definirá a saúde mental.” (Pág.86).
Ao se introduzir um modelo teórico que tenta atribuir lesões específicas aos diversos tipos de doença mental e refere-se não só ao louco mas a outros tipos de desviantes, os anormais, estabelece-se uma descontinuidade em relação à generalidade causal das teorias morais do século XIX e em relação ao seu objeto. (Pág.91)
“A psiquiatria não é mais o discurso científico sobre a loucura e suas causas somente: ela é o saber médico sobre todo desvio da normalidade - criminalidade, degeneração, doença mental.” (Pág.91)
“Juliano Moreira aparece, para seus contemporâneos, como aquele que conseguiu fazer corresponder a teoria à prática.” (Pág.100)
“A concepção da cura como recuperação da normalidade vai assinalar a ruptura entre a prática psiquiátrica do século XX e a do século XIX.” (Pág.110)
“O hospício é reformado, a exemplo de Kraepelin, para se transformar num hospital com a aparência de um hospital comum, sem grades, nem muros altos, nem coletes de força.” (Pág.120)
PARECER
INTRODUÇÃO:
O livro já em seu início mostra a natureza do estudo feito em comparação da psiquiatria do século XIX, e a do século XX com o objetivo histórico na perspectiva foucaultiana, analisando discursos e documentos. Desde o conceito de anormalidade, e da internação dos que se conceituavam nesse padrão e não apenas os que realmente apresentavam a doença mental. Logo a psiquiatria do século XIX no Brasil toma os conceitos de medicina social que tem como prática o controle social. Tem como objetivo fazer notar a diferença entre os períodos já citados, trazendo a reforma psiquiátrica trazida por Juliano Moreira como meio de comparação de formas históricas, tendo a reforma como momento inovador do conhecimento e posteriormente da prática empregada na psiquiatria brasileira. Trazendo o debate sobre a teoria psiquiátrica e a assistência ao doente mental, que por hora não são analisadas por uma coerência lógica oculta como citado no texto, como a classificação das doenças mentais, e a decisão de asilar ou não asilar. A pratica psiquiátrica europeia influi na brasileira no sentido da positividade para o asilamento, tendo a alienação como anormalidade descritas desde Pinel. Coloca-se então na passagem de tempo já citada para uma nova influência desta vez alemã, e de pesquisas de próprios alienistas brasileiros para a reforma o que caracterizou a regionalização de um a prática com julgamento crítico e cientificidade crescente, trazida por Juliano Moreira e Franco da Rocha. As mudanças foram nos aspectos do objeto, conceito, metodologias e intervenções, discutindo a formação dos novos saberes e sua influência na prática institucional.
PARTE I:
O presente capítulo descreve o cenário da psiquiatria no Brasil do século XIX, influenciada pela escola francesa de Pinel e pelos textos de Esquirol, que desencadearam na criação do primeiro hospício brasileiro, destacando a mudança trazida na teoria de Kraepelin em 1890 com uma proposta inovadora na reflexão crítica do saber e posteriormente na prática, assim como a necessidade de se estimular a produção científica sobre saúde mental, procurando-se a falha na estratégica não apenas pelo ponto de vista de uma culpabilidade política mas na base cientifica na qual se sustentava a psiquiatria, sendo é nesse época que tem-se a crescente da percepção da importância da união da prática medica e da cientificidade em prol de uma qualidade de vida pra população o que não exclui o âmbito da psiquiatria. Em debates em campos nacionais e internacionais o psiquiatra brasileiro já considerava novas formas de institucionalização. Onde se crescia o interesse em descrever o processo patológico de origem psicológica dentro de padrões de evolução e não apenas na ausência de moral ou da disfunção orgânica, alcançando padrões de semiologia e etiologia. Logo surge a associação dos fatores pré-patológicos dentro das relações sociais, assim como as degenerescências, a importânciaeducacionais e alternativas à própria assistência, logo em diferencial temos a psiquiatria do século XX em diferencial por entender que a alteração psíquica reflete na somatização. O que mais tarde se concretizaria na definição de que todo distúrbio de origem psicológica corresponde a uma lesão e doença mental específica.
Como descrito os trabalhos do século XIX evidenciavam que o a classe médica julgava a necessidade da imposição moral na doença mental. Lembrando que Esquirol explicava a loucura a partir de três monomanias, com explicações na inteligência, afetividade, ou instinto, logo essa definição trouxe possibilidades de cura para a psiquiatria colocando-se tendo para o pesquisador a loucura como delírio que não é o mesmo que desinteligência mas sim de uma perturbação que pode se limitar a objetos e a grupo de objetos, ligando-se então a sua explicação à moral, entendendo a alienação como desordem de comportamento, o que pedia uma reeducação moral do alienado, separando-o das causas/objetos de sua loucura inscritas na sociedade sendo o asilamento meio e objetivo do tratamento, o colocando em convivência com outros alienados em compatível estado além de localização e arquitetura apropriada, além de garantir a segurança de seus familiares e da sociedade em geral.
Contudo o emprego do hospícios não favoreceu a pesquisa, se mostrou um método ineficiente no Brasil por estar em mãos administrativamente falando de pessoas leigas na área, diferente do que acontecia na França onde ele se instituía campo de prática dos debates e pesquisas cientificas nas quais passavam por constantes reformulações, ou seja não havia autocrítica no Brasil. O estudo da etiologia já se dava no século XIX, Morel que procurava as causas, estudando-as na saúde mental e nas degenerescências, o que possibilitava a prática preventiva tanto das doenças quanto de seus efeitos tendo como os distúrbios psíquicos condições que podem levar a psicopatologia. Além de afirmar a origem orgânica da doença mental, por ter caráter fisiológico atuando ao passar do tempo sobre o psicológico, logo afirmando a existência de muitos fatores como sendo possíveis de desencadeá-los que foram citados mas tarde no século seguinte como: a sífilis, a epilepsia, e processos de autointoxicação como o alcoolismo, seus portadores eram considerados improdutivos e eram visto como portadores de maus genes. Claro, pelo ponto de vista de Morel influenciadas as doenças mentais em suma pelo componente hereditário, que logo justificaram a mestiçagem como fator responsável, pois estes indivíduos eram considerados como suscetíveis de degeneração física e moral, logo se tem o princípio de higiene mental para conservar a saúde psíquica e prevenir doenças do cérebro, para Juliano Moreira a genética e mestiçagem se subjugam a predisposição individual no caso das degenerescência. Onde se separam assim os conceitos de degenerescência social e doença mental.
Logo tende-se a estabelecer na nova teoria psiquiátrica a interação dos elementos físicos e psicológicos nas moléstias mentais, tendo então a classificação e a descrição dos sintomas e evolução garantindo o diagnóstico e prognóstico. Notando-se que a mudança de teórico científico em psiquiatria pelo fato dos profissionais já adotarem e não questionarem a teoria anterior a Juliano que é a Kraepelin. Juliano justifica seu estudo nas bases consolidadas desde Kraepelin e antes mesmo com Pinel, tento a psiquiatria como uma ciência classificatória, etiológica e nosológica. Para tanto foi o conhecimento anatomopatológico pós morte para ajudar a identificar as lesões, ajudando o psiquiatra mas as nasografias tem origem intelectual, física e afetivo ou moral. Por tal estudo, dá-se ao psiquiatra a possibilidade de avaliar a culpabilidade do sujeito frente a questionamentos jurídicos diferenciando as doenças mentais e os distúrbios psicológicos. Então tem-se a união das visões médica, fisiológicas, social e filosófica nas teorias psiquiátricas que surgiram no século XIX e começaram a ser colocadas em prática em XX. Sendo o social importante para desencadear a doença mas não pode ser o único fator desencadeante, pois o indivíduo precisa estar predisposto, o equilíbrio do comportamento do homem em seu meio social é de definirá seu estado de saúde. Pode-se afirmar então que Juliano Moreira classifica a loucura como doença mental e não apenas o que abrange o anormal.
PARTE II:
Como já havia sido dito no capítulo anterior no século XIX o trabalho do psiquiatra era limitado e lutavam dizendo que para a ordem social era fundamental o hospício. Com o início da República, houve a necessidade de se pensar o papel do enfermeiro, para melhor cumprir as atividades terapêuticas e o melhor encaminhamento para cada um deles. A maior crítica nesta prática é admissão do louco no hospício apenas como forma de isolamento, a medicalização movimento que repercute modificação coloca-se como o indivíduo a associação a doença mental e que o hospício deveria tornar-se um hospital, implicando também ao doente a menoridade social. Nasce a contradição com o indivíduo deveria ser isolado da sociedade e ao mesmo tempo estaria ferindo o direito de todo cidadão à liberdade. 
Em 1930 o deputado Teixeira Brandão que fez do hospício o único lugar apto para receber o louco e a internação teria apenas parecer médico, assim como a Lei de Assistências ao Alienados, todo esse processo modificado abrange a nasografia, terapia, asilo, médicos, menoridade do alienado. Juliano Moreira insiste na colocação da prática classificatória na psiquiatria, este instrumento médico-científico age com o Estado em objetivo de controle, assim como se coloca a necessidade de se obter dados estatísticos contribuindo para a cientificidade e pesquisa, e a necessidade de se debater as práticas principalmente definindo-se o que é p louco e os desviantes que devem ser incluídos nos incapazes mentais. Juliano Moreira é lembrado como aquele que conseguiu conciliar teoria e prática, associada a possibilidade de se pensar também na saúde mental de forma preventiva cuidando do louco e do potencial louco, deixando nos hospitais apenas os “verdadeiros doentes” reeducando os degenerados, e tratados de acordo com sua classificação. 
Medicalizando não apenas o hospício e o modificando mas também a sociedade atuando junto a família, a escola, Forças Armadas e Justiça, educando também a opinião pública. Assim como as instituições foram sendo modificadas de acordo com a necessidade de uma assistência diferenciada onde surgiriam em exemplo o manicômio agrícola e o judiciário, assim como assistência ao familiar para o alienado em fase de reintegração. Pensando-se também em doenças sociais e que merecem atenção e saúde preventiva com remédios sociais, recuperando à vida em sociedade. Influindo também na escola o hospício como hospital e local de pesquisa e tecnologia, colocando-se a possibilidade de cura de uma forma racional, estando o hospício para os loucos curáveis e os não curáveis deveriam ficar em meio familiar. A reforma foi precisa porque o hospício antes disso não tinha efetividade e era um “depósito de loucos”, estando a cura dentro e fora do hospício recuperando a esperança do alienado. Afirma-se que o que Foucault ‘biopolítica da população’, pensando-se no “bio-poder” é portanto explicando a necessidade do governo intervir na questão da saúde mental em outros setores.
CONCLUSÃO CRÍTICA:
Para disciplina a leitura do livro indicado se faz importante, pois, facilita a compreensão da linguagem e trajetória psiquiátrica, seus conceitos como o de alienação, a busca por classificações e a associação pertinente com o tratamento, pois evidencia que dependendo da origem da alteração psíquica seja ela orgânica, intelectual, ou afetiva tem-se oferecer uma terapêutica diferenciada, diferentemente do que era feito antes da Reforma Psiquiátrica. A partir da discussão dessa temática, tem-se a reafirmação da psiquiatria como ciência com bases etiológicas e nosológicas, o que abre o pensamentos para outroscampos, como a higiene mental e a tratamento e cura, além dos debates da medicalização, contexto esse que explica os estudos de saúde mental, e seus encaminhamentos atuais.
A enfermagem precisa conhecer este contexto histórico no qual apresentou uma mudança de comportamento e práxis da profissão, que antes cuidava do louco asilado tendo como terapêutica a reclusão, e agora está imersa em diferentes instituições, locais como o hospital psiquiátrico que ainda trabalha com os indivíduos que cometerem crimes contra a sociedade, e em contrapartida trabalha em busca que se faz muito necessária da reintegração social do deficiente mental, assim como na busca ativa de casos que precisam de tratamento, acompanhamento domiciliar, além do importante trabalhando das oficinas terapêuticas que auxiliam durante todo processo de tratamento, ocupação e interação, ocupação. Necessitando que o profissional adquira as competências durante sua formação para que possa oferecer ao cliente de saúde mental independente da instituição na qual se encontre o melhor tratamento adaptado as suas necessidades e individualidades.

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