Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cap´ıtulo 5 Equac¸o˜es da Eletrosta´tica e Energia 5.1 Introduc¸a˜o Neste momento, ja´ foram vistas praticamente todas as equac¸o˜es e fo´rmulas referentes a` eletrosta´tica. Dessa forma, nesse cap´ıtulo estudaremos algumas das relac¸o˜es entre o poteˆncial eletrosta´tico, o campo ele´trico e as densidades de carga dos corpos. Ale´m disso, sera˜o abordadas as equac¸o˜es de Laplace e Poisson, que oferecem mais uma forma de efetuar ca´lculos, as condic¸o˜es de contorno da eletrosta´tica e as equac¸o˜es que fornecem a energia potencial eletrosta´tica de um configurac¸a˜o de cargas 5.2 Equac¸o˜es de Laplace e Poisson Como ja´ vimos: �∇× �E = 0 (5.1) �∇· �E = ρ ε0 (5.2) 69 70 CAPI´TULO 5. EQUAC¸O˜ES DA ELETROSTA´TICA E ENERGIA Ale´m disso, vimos que: �∇× �E = 0 Permite → �E = −�∇V (5.3) Assim, substituindo 5.3 em 5.2, obtemos: �∇·�∇V = − ρ ε0 �∇2V = − ρ ε0 (5.4) A equac¸a˜o acima e´ chamada equac¸a˜o de Poisson e relaciona o potencial eletrosta´tico com a densidade de carga pontual. Com ela e´ poss´ıvel calcular, em cada ponto, o potencial eletrosta´tico, desde que se conhec¸am as condic¸o˜es de contorno do problema, de forma a resolver as equac¸o˜es diferenciais que sera˜o obtidas. A equac¸a˜o de Laplace vem diretamente da equac¸a˜o de Poisson, quando ρ = 0. Assim: �∇2V = 0 (5.5) 5.3 Resumo das equac¸o˜es da eletrosta´tica A partir de duas observac¸o˜es experimentais, notadamente o princ´ıpio da superposic¸a˜o e a Lei de Coulomb, foi poss´ıvel depreender todas as outras fo´rmulas da eletrosta´tica. Abaixo, segue um resumo de todas as equac¸o˜es vistas ate´ aqui: 5.4 Condic¸o˜es de Contorno Definidas as equac¸o˜es de Laplace e Poisson, devemos agora verificar de que forma as grandezas involvidas se comportam. Vale ressaltar que algumas 5.4. CONDIC¸O˜ES DE CONTORNO 71 Figura 5.1: Equac¸o˜es da eletrosta´tica dessas formas ja´ foram comentadas. 5.4.1 Relac¸a˜o entre campos logo acima e abaixo de uma superf´ıcie carregada No´s notamos estudando alguns exemplos que o campo ele´trico apresenta em alguns casos uma descontinuidade. Isto ocorre quando temos uma superf´ıcie carregada. Imagine uma superf´ıcie arbitra´ria Considere a gaussiana desenhada com a´rea A extremamente pequena e espessura �. Assim, pela lei de Gauss temos: � S �E·d�S = qint ε0 = σA ε0 Os lados na˜o contribuem para o fluxo, somente o topo e o fundo. De forma que quando ε→ 0: Em particular, quando na˜o ha´ uma superf´ıcie carregada E⊥ e´ cont´ınua, 72 CAPI´TULO 5. EQUAC¸O˜ES DA ELETROSTA´TICA E ENERGIA Figura 5.2: Esquema de uma superf´ıcie carregada com uma gaussiana Figura 5.3: A componente normal de �E e´ descont´ınua exemplo: esfera so´lida uniformemente carregada. Consideremos agora a circulac¸a˜o de E na mesma superf´ıcie: � �E·d�l = 0 quando ε→ 0. Assim: �E � acima·d �l1 + �E � abaixo·d �l2 = 0 5.4. CONDIC¸O˜ES DE CONTORNO 73 d�l1 = −d�l2 → �E � acima = �E � abaixo Logo a componente paralela do campo e´ cont´ınua, enta˜o: �Eacima− �Eabaixo = σ ε0 nˆ (5.6) onde nˆ e´ o vetor unita´rio perpendicular a` superf´ıcie de cima para baixo. 5.4.2 Relac¸a˜o entre os potenciais Ao contra´rio do que acontece com o campo, o potencial e´ cont´ınuo, pois: ∆V = − b� a �E·d�l Vb − Va = − b� a �E·d�l E quando ε→ 0 enta˜o b� a �E·d�l → 0, Logo Vb = Va → Vabaixo = Vacima (5.7) 5.4.3 Alguns outros comenta´rios Ale´m das condic¸o˜es ja´ mencionadas, vale lembrar tambe´m de alguns pontos: * Ja´ vimos que, na maioria dos casos V (∞) = 0 * Quando ha´ distribuic¸a˜o de cargas na˜o pontual V �=∞ 74 CAPI´TULO 5. EQUAC¸O˜ES DA ELETROSTA´TICA E ENERGIA 5.5 Exemplos de aplicac¸a˜o das Equac¸o˜es de Poisson e Laplace Com as condic¸o˜es de contorno em ma˜os, somos capazes de aplicar as equac¸o˜es de Poisson e Laplace para alguns exemplos. 5.5.1 Exemplo 1 Considere duas placas infinitas paralelas, condutoras, uma colocada em x = 0 e outra em x = L. Seja o potencial em x > 0 igual a V0 e em x = L igual a zero. Determinar o potencial e o campo entre as placas considerando duas situac¸o˜es: Densidade de carga entre as placas igual a` zero; Densidade de carga entre as placas e´ contante igual a` ρ. Figura 5.4: Esquema No primeiro caso temos ρ = 0 assim, pela equac¸a˜o de Laplace: ∇2V = d2V dx2 = 0 Logo: V = ax+ b Assim, pelas condic¸o˜es do problema, como para x = 0, V = V0, enta˜o: 5.5. EXEMPLOS DE APLICAC¸A˜O DAS EQUAC¸O˜ES DE POISSON E LAPLACE75 b = V Ale´m disso, como para x = L, V = 0, enta˜o a = − V0 L Logo: V (x) = − V0 L + V Podemos calcular tambe´m o campo, assim: �E = − d dx � − V0 L x+ V0 � iˆ = V0 L iˆ No segundo caso temos ρ = ρ0, assim, pela equac¸a˜o de Poisson: ∇2V = − ρ0 ε0 → d2V dx2 = − ρ0 ε0 Logo: V = − ρ0x 2 2ε0 + ax+ b Aplicando as condic¸o˜es de contorno: � V (0) = V0 → b = V0 V (L) = 0→ a = −V0 L + ρ0L 2ε0 Logo: V (x) = − ρ0x 2 2ε0 + � − V0 L + ρ0L 2ε0 � x+ V0 Tambe´m podemos calcular o potencial, assim: 76 CAPI´TULO 5. EQUAC¸O˜ES DA ELETROSTA´TICA E ENERGIA �E = − d dx � − ρ0x 2 2ε0 + � − V0 L + ρ0L 2ε0 � x+ V0 � iˆ = � ρ0 2ε0 x+ V0 L − ρ0L 2ε0 � iˆ 5.6 Energia Potencial Eletrosta´tica No´s vimos que U = qV para uma carga q num ponto de um campo pre´- estabelecido de potencial V. Mas e para uma distribuic¸a˜o qualquer de cargas? 5.6.1 Energia Potencial Eletrosta´tica de uma distri- buic¸a˜o de cargas Vamos imaginar um conjunto de cargas no infinito e vamos trazer as car- gas uma a uma do infinito (considera-se V (∞) = 0 para as suas posic¸o˜es, formando uma configurac¸a˜o escolhida, assim: Para trazer a primeira carga q1, W = 0 Para trazer a segunda carga, como: V = − r� ∞ �E·d�l = 1 4πε0 q r temos; W = 1 4πε0 q1q2 r12 Para a terceira temos:W = q3 4πε0 � q1 r13 + q2 r23 � Assim sucessivamente... Logo, obtemos a energia potencial da configurac¸a˜o qualquer de cargas pontuais: U = 1 4πε0 � i<j qiqj rij = 1 4πε0 1 2 � i � j �=i qiqj rij (5.8) Na qual o 1/2 surge para compensar o fato de que, no somato´rio duplo, temos os termos qiqj e qjqi que sa˜o contados duas vezes. 5.6. ENERGIA POTENCIAL ELETROSTA´TICA 77 Percebe-se pela fo´rmula 5.8 pore´m, que: � j �=i 1 4πε0 qj rij Representa o poteˆncial de todas as outras cargas na posic¸a˜o da carga i. Assim: U = 1 2 � i qiVi representa a energia potencial eletrosta´tica na posic¸a˜o i. Logo, caso te- nhamos uma distribuic¸a˜o cont´ınua, podemos extender o somato´rio para: U = 1 2 � ρV dv (5.9) 5.6.2 Exemplo Uma esfera de raio R possui uma densidade de carga ρ(r) = kr (onde k e´ uma constante). Ache a energia da configurac¸a˜o. Para calcular a energia, devemos inicialmente obter o potencial. Esse pode ser obtido de duas formas, ou seja, utilizando V (r) = − r� ∞ �E·d�l ou pelas equac¸o˜es de Poisson e Laplace. Resolvendo por V (r) = − r� ∞ �E·d�l temos: � S �E·d�S = qint ε0 E4πr2 = 1 ε0 R� 0 kr4πr2dr Efora = k ε0 R4 4r2 rˆ 78 CAPI´TULO 5. EQUAC¸O˜ES DA ELETROSTA´TICA E ENERGIA Ale´m disso; E = k ε0 r4 4r2 → Edentro = kr2 4ε0 rˆ Precisamos de V para valores de r < R, assim: V (r) = − r� ∞ �E·d�l = − R� ∞ �Efora·d�l − r� R �Eentre·d�l V (r) = − R� ∞ kR4 4ε0r2 dr − r� R kr2 4ε0 dr = k 12ε0 (4R3 − r3) Com o potencial em ma˜os, podemos aplicar a equac¸a˜o 5.9, assim: U = 1 2 � ρV dv U = 1 2R� 0 2π� 0 π� 0 krV (r)r2 sin θdθdϕdr (5.10) Logo: U = 1 2 R� 0 4π k2r3 12ε0 (4R3 − r3)dr = πk2 7ε0 R7 Caso quisessemos calcular pelas equac¸o˜es de Laplace e Poisson, temos: Para r < R: ∇2V = − ρ ε0 Para r > R: ∇2V = 0 Para o primeiro caso r < R temos: 5.6. ENERGIA POTENCIAL ELETROSTA´TICA 79 V = V (r)→ ∂V ∂θ = ∂V ∂ϕ = 0 Mas o termo em r do operador ∇2 em coordenadas esfe´ricas, com a con- siderac¸a˜o acima, e´ dado por: ∇2V = 1 r2 ∂ ∂r � r2 ∂V ∂r � Logo: ∇2V = 1 r2 d dr � r2 dV dr � = − ρ ε0 Assim, temos que: 1 r2 d dr � r2 dV dr � = − kr ε0 → d dr � r2 dV dr � = − kr3 ε0 r2 dV dr = − kr4 4ε0 + A→ dV dr = − kr2 4ε0 + A r2 Logo: Vdentro(r) = − kr3 12ε0 − A r +B Para r > R, temos que: ∇2V = 0 1 r2 d dr � r2 dV dr � = 0→ r2 dV dr = C Vfora(r) = − C r +D Aplicando as condic¸o˜es de contorno: � Vfora(∞) = 0 Vfora(R) = Vdentro(R) 80 CAPI´TULO 5. EQUAC¸O˜ES DA ELETROSTA´TICA E ENERGIA Ale´m disso, como se trata de uma distribuic¸a˜o volume´tica: � Efora(R) = Edentro(R)⇒ V � fora(R) = V � dentro(R) V (0) �=∞ Assim: Vfora(∞) = 0→ D = 0 Vdentro(0) �=∞→ A = 0 Vdentro(R) = Vfora(R)→ − kr2 4ε0 ��� r=R = C r2 �� r=R → C = −kr 4 4ε0 Logo: B = kR4 4ε0R + kR3 12ε0 = kR3 3ε0 Dessa forma: Vdentro(r) = − kr3 12ε0 + kR3 3ε0 = k 12ε0 (4R3 − r3) Vfora(r) = kR4 4ε0r Para o ca´lculo de U procede-se da mesma forma que no caso 5.10, encontrando- se o mesmo resultado 5.6.3 Relac¸a˜o entre Energia e Campo Ele´trico Uma pergunta interessante de se fazer e´ onde esta´ localizada a energia ele- trosta´tica? Tambe´m poder´ıamos perguntar: e o que importa? Qual o significado de uma pergunta como essa? Se temos um par de cargas interagindo, a combinac¸a˜o tem certa energia. E´ necessa´rio dizermos que a energia esta´ localizada em uma das cargas ou na outra, ou em ambas, ou no meio? Pode ser que estas perguntas na˜o fac¸am sentido, porque realmente so´ sabemos que a energia se conserva. A ide´ia de que a energia esta´ localizada em alguma parte 5.6. ENERGIA POTENCIAL ELETROSTA´TICA 81 na˜o e´ necessa´ria tambe´m pode aparecer. Mas sera´ mesmo que a pergunta na˜o tem nenhuma utilidade? Vamos supor que tenha sentido dizer, em geral, que a energia esta´ locali- zada em certo lugar, como ocorre com a energia te´rmica. Enta˜o poder´ıamos estender o princ´ıpio da conservac¸a˜o da energia com a ide´ia de que se a ener- gia contida dentro de um volume dado varia, poder´ıamos explicar a variac¸a˜o mediante o fluxo de energia que entra ou sai deste volume. Poder´ıamos cha- mar de princ´ıpio de conservac¸a˜o local de energia. Esse princ´ıpio diria que a energia dentro de qualquer volume varia unicamente da quantidade que flui para fora ou para dentro deste volume. Ter´ıamos, portanto, uma lei muito mais detalhada que o simples enunciado da conservac¸a˜o de energia total. Tambe´m ha´ uma causa f¨´ısicap¨ara que possamos decidir onde esta´ locali- zada a energia. De acordo com a teoria da gravitac¸a˜o, toda massa e´ uma fonte de atrac¸a˜o gravitacional. Tambe´m sabemos que se E=mc2, enta˜o massa e energia sa˜o equivalentes. Toda energia e´ uma fonte de forc¸a gravitacional. Se na˜o pude´ssemos localizar todas as massas na˜o poder´ıamos dizer onde esta˜o localizadas as fontes de campo gravitacional, a teoria da gravitac¸a˜o estaria incompleta. Se nos restringimos a` eletrosta´tica, na˜o ha´ maneira de decidir onde esta´ a energia se na carga ou no campo. Pore´m, com o atual conhecimento, na˜o somos ainda capazes de responder a esses questionamentos, as equac¸o˜es de Maxwell para a eletrodinaˆmica sa˜o necessa´rias para nos dar mais informac¸o˜es. Por enquanto ficaremos somente com esta resposta: A energia esta´ localizada no espac¸o onde esta´ o campo ele´trico. O que e´ razoa´vel, pois quando as cargas aceleram elas irradiam campos ele´tricos. Quando a luz ou as ondas de ra´dio viajam de um ponto a outro, transpor- tam sua energia com elas. Mas na˜o ha´ carga nas ondas. Desta forma, e´ interessante localizar a energia no campo eletromagne´tico e na˜o nas cargas. Dessa forma, torna-se conveniente encontrar a energia eletrosta´tica em func¸a˜o do campo ele´trico, assim, como: 82 CAPI´TULO 5. EQUAC¸O˜ES DA ELETROSTA´TICA E ENERGIA ∇2V = − ρ ε0 enta˜o: U = 1 2 � ρV dv = − ε0 2 � V∇2V dv Mas, matematicamente temos: V∇2V = V � ∂2V ∂x2 + ∂ 2V ∂y2 + ∂ 2V ∂z2 � = = ∂ ∂x � V ∂V ∂x � − � ∂V ∂x �2 + ∂ ∂y � V ∂V ∂y � − � ∂V ∂y �2 + ∂ ∂z � V ∂V ∂z � − � ∂V ∂z �2 = = �∇·(V �∇V )− (�∇V )·(�∇V ) Logo; U = ε0 2 � (�∇V )·(�∇V )dv − ε0 2 � �∇·(V �∇V )dv Mas, pelo teorema da divergeˆncia, temos: � v �∇·(V �∇V )dv = � s (V �∇V )·d�s Agora, devemos fazer uma ra´pida ana´lise. Para uma distribuic¸a˜o finita de cargas, sabemos que: V ∝ 1/r na melhor das hipo´teses (Se a carga total for zero, V ∝ 1/r2 ou mais...). Ale´m disso, ∇V ∝ 1/r2 e ds ∝ r2 portanto a integral: − ε0 2 � �∇·(V �∇V )dv e´ proporcional a` 1/r, assim, caso integremos no espac¸o, teremos que essa integral se anula e: U = ε0 2 � R3 (�∇V )·(�∇V )dv 5.6. ENERGIA POTENCIAL ELETROSTA´TICA 83 Logo, como ∇V = �E, enta˜o: U = ε0 2 � R3 �E· �Edv (5.11) Nos da´ a energia potencial eletrosta´tica da configurac¸a˜o em func¸a˜o do Campo ele´trico. Vale notar tambe´m que devemos integrar em todo o espac¸o, e na˜o so´ na regia˜o que conte´m 5.6.4 Princ´ıpio da Superposic¸a˜o Vimos que campo e potencial obedecem o chamado princ´ıpio da superposic¸a˜o, pore´m, devido ao fato da energia ser quadra´tica nos campos, ela na˜o obe- dece o princ´ıpio da superposic¸a˜o, temos, pois, que: Wtotal = ε0 2 � E2dv = ε0 2 � ( �E1 + �E2) 2dv (5.12) Vejamos um exemplo: Considere duas cascas esfe´ricas conceˆntricas de raio a e b. Suponha que a interna possui uma carga q e a externa -q ambas uniformemente distribu´ıdas na superf´ıcie. Calcule a energia desta configurac¸a˜o. Assim: U = ε0 2 � R3 E2dv Mas E = 0, r < a q 4πε0 1 r2 ,a < r < b 0, r > b Logo: 84 CAPI´TULO 5. EQUAC¸O˜ES DA ELETROSTA´TICA E ENERGIA U = ε0 2 b� a q2 16π2ε20 1 r4 r24πdr → U = q2 8πε0 � 1 a − 1 b � Percebe-se contudo que, se calcularmos: U1 = ε0 2 � R3 E21dv e U2 = ε0 2 � R3 E22dv U �= U1 + U2 Como era de se esperar, o princ´ıpio da superposic¸a˜o na˜o foi va´lido.
Compartilhar