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Part́ıcula Confinada em um Poço de Potencial ? Barbosa T. A. S. ∗ ∗ Faculdade de F́ısica, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Marabá-PA, (e-mail: tonyandersonsacramento@yahoo.com). Abstract: A particle in a 1-dimensional box is a fundamental quantum mechanical approximation describing the translational motion of a single particle confined inside an infinitely deep well from which it cannot escape. Resumo: Uma part́ıcula em uma caixa unidimensional é uma aproximação mecânica quântica fundamental que descreve o movimento de translação de um part́ıcula única confinada dentro de um poço infinitamente profundo do qual não pode escapar. Keywords: function; Wave; Energy; Particle; States; Potential; Solution. Palavras-chaves: Função; Onda; Energia; Part́ıcula; Estados; Potencial; Solução. 1. INTRODUÇÃO O problema da part́ıcula em uma caixa é uma aplicação comum de um modelo de mecânica quântica a um sistema simplificado que consiste em um part́ıcula movendo-se ho- rizontalmente dentro de um poço infinitamente profundo do qual não pode escapar. As soluções para o problema dão posśıveis valores de E e Ψ que a part́ıcula pode possuir. E representa os valores de energia permitidos e Ψ(x) é uma função de onda, que quando ao quadrado, nos dá a probabilidade de localizar a part́ıcula em uma certa posição dentro da caixa em um determinado ńıvel de energia. Para resolver o problema de uma part́ıcula em uma caixa unidimensional, devemos seguir nossa grande, grande ”re- ceita de bolo”para Mecânica Quântica: Defina a energia potencial, V 2. Resolva a Equação de Schrödinger 3. Defina a função de onda 4. Defina as energias permitidas • Definir a energia potencial, V • Resolver a Equação de Schrödinger • Definir a função de onda • Definir as energias permitidas 2. ENERGIA POTENCIAL V(X) Figura 1. Poço de Potencial Infinito ? Tony Anderson Sacramento Barbosa. A energia potencial é 0 dentro da caixa (V = 0 para 0 < x < L) e vai ao infinito nas paredes da caixa (V = ∞ para x <0 ou x> L). Suponha que as paredes tenham energia potencial infinita para garantir que a part́ıcula tenha probabilidade zero de estar nas paredes ou fora da Caixa. Fazer isso simplifica significativamente nossos cálculos matemáticos posteriores, pois empregamos essas condições de contorno quando resolvemos a equação de Schrödinger. 3. A EQUAÇÃO DE SCHRÖDINGER A equação de Schrödinger independente do tempo para uma part́ıcula de massa m movendo-se em uma direção com energia E é −h̄2 2m d2Ψ(x) dx2 + VΨ(x) = EΨ(x) (1) Onde • h̄ é a constante de plank dividida por 2π • m é a massa da part́ıcula • Ψ(x) é a função de onda • V (x) é o potencial • E é a energia da part́ıcula. Esta equação pode ser modificada para que uma part́ıcula de massa m livre se mova paralelamente ao eixo x com energia potencial zero (V = 0 em todos os lugares) resul- tando na descrição da mecânica quântica do movimento livre em uma dimensão: ψ(x) = A cos kL+B sin kL (2) Onde A e B são constantes reais. 4. DEFININDO A FUNÇÃO DE ONDA ψ(X) A solução para a equação de Schrödinger que encontramos acima é a solução geral para um sistema unidimensional, que é análoga a solução do oscilador hamônico simples. Agora precisamos aplicar nossas condições de contorno para encontrar a solução para nosso sistema particular. De acordo com nossas condições de fronteira, a probabilidade de encontrar a part́ıcula em x = 0 ou x = L é zero. Quando x = 0, sin 0 = 0 e cos 0 = 1; portanto, A deve ser igual a 0, para cumprir esta condição de limite, dando: ψ(x) = B sin kL (3) Agora podemos encontrar nossas constantes (B e k) para definir a função de onda completa. Como A = 0, B tem que ser diferente de 0, logo temos que sin kL tem que ser 0. Para sin kL = 0, kL = nπ. Logo: kL = nπ (n = 0, π, 2π, 3π, ...) (4) Rescrevendo os termos da equação em função de k, temos: k = nπ L (n = π, 2π, 3π, ...) (5) Onde é notória a quantização do número de ondas. Logo nossa função de onda pode ser escrita da forma de ψ(x) = B sin nπx L (6) Agora para encontrarmos quem é nossa constante B tere- mos que normalizar nossa função de onda nos limites do poço, ou seja, entre 0 e L. ∫ L 0 |ψ(x, t)|2dx = 1 (7) Onde obteremos B = √ 2 L . Perceba que a constante B só depende da largura do poço. E substituindo B e k em ψ(x), temos ψ(x) = √ 2 L sin nπx L (8) 5. OS NÍVEIS DE ENERGIA Sabendo que k2 está relacionada com E, rescrevendo em termos E, temos En = h̄2k2 2m (9) como k = nπL , temos que E En = h̄2π2n2 2mL2 (10) Logo podemos notar que a energia da part́ıcula também é quantizada. Além do momento P = h̄2k2 que também é quantizado. Na figura abaixo, temos que E1 é inversamente proporci- onal a largura do poço. Figura 2. Niveis de Energia Como é perceptivel, a energia E2 será 4 vezes maior que E1, isso se vem da consequência da quantização da energia. Perceba também que ∆E cresce proporcional a n. Logo ∆En+1 = n 2En (11) 6. A FUNÇÃO ψ(X) NO PLANO Agora que encontramos todas as componentes da função de onda, chegou a parte de vermos como ela é distribúıda no espaço, e mais, vamos ver também como será nossa probabilidade de encomtrarmos a part́ıcula. Figura 3. A função de onda no espaço Como podemos ver, a função onda ψ(x) é zero em todos os pontos fora do poço de potencial. E a probababilidade|ψ|2 de encontramos a part́ıcula é zero em todos os pontos fora do poço. Perceba que também que as probabilidades mudam para cada estado de ψ(x). 7. O POÇO DE POTENCIAL FINITO Agora que já falamos sobre as soluções para um poço de potencial do tipo infito, vamos falar um pouco sobre o potencial não infinito. Figura 4. Poço de Potencial Finito Veja que temos três regiões no nosso sistema (i, ii e iii), logo, teremos soluções para cada uma delas. Para a regição ii, nossa solução será a do poço infinito. Logo teremos para a regição i e ii, ψ(x) = C exp k′x+D exp−k′x (12) Onde esta solução é uma combinação linear das soluções das regiões i e iii respectivamente. Realizando todos os métodos matemáticos para encontra- mos as constantes envolvidas na equação, temos agora uma função de onda diferente de zero em todos os pontos do plano, mesmo fora do poço Figura 5. Função de Onda para o Poço Finito Figura 6. Probabilidade de Encontrar a Part́ıcula para o Poço Finito 8. CONCLUSÃO Podemos perceber que a energia de uma part́ıcula confi- nada cresce com o crescimento do seu número quântico n, bem como a sua diferença de energia de um ńıvel para outro ∆E, o que é o inverso do que acontece no problema para o átomo de hidrgêncio, que tem sua ∆En cada vez menor de acordo com que n cresce. Logo também podemos observar que existe a probabilidade da part́ıcula ser encontrada na região externa do poço. Pobabilidade essa que cresce a medida que n evolúı, em outras palavras, quanto maior a energia En, maior a probabilidade de encontrarmos a part́ıcula fora do poço, mesmo com E < V . REFERÊNCIAS Eisberg, R. and Resnick, R. (1979). Fisica quantica: atomos, moleculas, solidos, nucleos e particulas. ELSE- VIER EDITORA. URL https://books.google.com. br/books?id=5tBlPgAACAAJ. Griffiths, D. (2011). Mecânica quântica. PRENTICE HALL BRASIL. URL https://books.google.com. br/books?id=Z1CLZwEACAAJ. Sakurai, J. and Napolitano, J. (2017). Modern Quantum Mechanics. Cambridge University Press. URL https:// books.google.com.br/books?id=010yDwAAQBAJ.
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