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1 DIREITOS HUMANOS Prof. Edson M. Branco Luiz ebrancoluiz@hotmail.com Prof. Edson Medeiros Branco Luiz Professor Universitário e Cursos Preparatórios, Mestre, Doutorando em Ciência Política pela UFF e Advogado. ebrancoluiz@hotmail.com “Escola de Atenas” – Rafael Sanzio 2 Direitos Humanos: o que é? A designação “Direitos Humanos” é recente, não ultrapassaria um século, recebendo maior relevância no cenário Pós 2ª Guerra Mundial, em decorrência das atrocidades cometidas durante esse evento. Contudo não é bem assim. As questões que envolvem os direitos humanos são mais longínquas que se possa imaginar e até hoje é motivo de controvérsia determinar quando surgiram os direitos humanos. O desenvolvimento histórico nos remete ao fenômeno do Constitucionalismo, que é a elaboração de documento escrito pelas nações, como forma de limitar os poderes dos governantes sobre os cidadãos, através de direitos e garantias fundamentais, bem como conferir a devida Organização do Estado e dos Poderes. Como exemplo, temos as Revoluções Americana e Francesa. Revolução Americana “Washington atravessando o Rio Delaware” - Leutze “A Liberdade guiando o Povo – Eugéne” Revolução Francesa 3 A Revolução Americana, ocorrida no século XVIII, fruto da insatisfação dos colonos ingleses e seus filhos nascidos nas treze colônias contra os abusos da metrópole inglesa. Aqueles revoltados com o grau de exploração pegaram suas armas e promoveram o rompimento da relação de colonização. Alguns anos após, em 1787, promulgaram a Constituição Norte- americana. Já a Revolução Francesa, fruto da insatisfação da burguesia, esta compunham o Terceiro Estado e não tinham benefícios junto ao Estados Gerais; A nobreza combinada com a aristocracia formaram o Primeiro Estado, o Clero compunha o Segundo Estado. Estes dois grupos acumulavam benefícios e privilégios sobre grande parte do povo francês. Assim a burguesia associada com as classes populares parte para a tomada da Bastilha, famosa prisão e local de intendência da guarda francesa e ao longo de diversas lutas levaram a queda do decadente estado absolutista francês. Da Revolução surge a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão em 1789. “Guernica” - Picasso Estes exemplos entre muitos permitem compreender a criação de normas para garantir o respeito aos direitos das pessoas, contudo, para efeitos práticos, é possível expor que os direitos humanos são formalizados através da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de novembro de 1948. O preâmbulo da citada Declaração permite apresentar o desejo dos seus associados em prol do respeito ao ser humano, balizando nosso estudo. É ver: A Assembléia Geral proclama “A presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.” 4 Direitos Humanos e Direitos e Garantias Fundamentais É possível expor que tanto os Direitos Humanos e os Direitos e Garantias Fundamentais visam o bem comum, ofertando dignidade às pessoas, conferindo o mínimo como direito à vida, direito à liberdade entre tantos direitos. Contudo, por questões de estrutura e localização é possível expor que os Direitos e Garantias Fundamentais encontram-se no nosso ordenamento jurídico nacional e como expressam os §§ 1º e 2º do art. 5º da CRFB: “As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tem aplicação imediata”, “Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa seja parte”. Já o termo Direitos Humanos aparece no que se refere às relações internacionais. Observe que no art. 4º da CRFB aparece no inciso II “a prevalência dos Direitos Humanos”, isto é o Brasil rege suas relações com outros Países tendo como escopo o respeito aos Direitos Humanos. Diferença entre Direitos e Garantias Fundamentais O leitor desavisado pode entender que tais termos são sinônimos, contudo não são. Existem diversas compreensões sobre a celeuma, contudo, o pensamento de Rui Barbosa é pertinente para o Exame da OAB. É ver: “Ora, uma coisa são as garantias constitucionais, outra coisa os direitos, de que essas garantias traduzem, em parte, a condição de segurança, política ou judicial. Os direitos são aspectos, manifestações da personalidade humana em sua existência subjetiva, manifestações da personalidade humana em sua existência subjetiva, ou nas suas situações de relação com a sociedade ou os indivíduos, que a compõem. As garantias constitucionais ‘stricto sensu’, são as solenidades tutelares de que a lei circunda alguns desses direitos contra os abusos do poder” 5 Assim, é possível entender que os Direitos Fundamentais são de natureza meramente declaratórias, expondo a existência normativa; já as Garantias Fundamentais são de ordem assecuratórias, isto é, asseguram à pessoa as limitações do poder estatal. Cabe salientar ainda que todo remédio constitucional é uma garantia fundamental, mas nem toda garantia fundamental é remédio constitucional, isto porque, é possível expor que as garantias fundamentais estariam em âmbito de gênero e os remédios constitucionais seriam espécies. Em suma, nem toda Garantia Fundamental corresponde a um Remédio Constitucional, compreendido aqui como instrumento processual, mas todo remédio compõe o rol de garantias. Gerações ou Dimensões de Direitos Um dos precursores das Gerações de Direito foi o autor T. H. Marshall com a obra “Cidadania, Classe Social e Status”. Esse autor produziu, no período Pós 2ª Guerra Mundial, a referida obra desenvolvendo uma perspectiva evolutiva sobre as conquistas do direito inglês. Esta idéia acabou servindo de referência a diversos autores acerca das gerações de direito. José Murilo de Carvalho em seu livro “Cidadania no Brasil - O longo caminho” expõe a seguinte compreensão sobre o tema em debate: “O autor que desenvolveu a distinção entre as várias dimensões da cidadania, T. H. Marshall, sugeriu também que ela, a cidadania, se desenvolveu na Inglaterra com muita lentidão. Primeiro vieram os direitos civis, no século XVIII. Depois, no século XIX, surgiram os direitos políticos. Finalmente, os direitos sociais foram conquistados no século XX. Segundo ele, não se trata de seqüência apenas cronológica: ela é também lógica...” 6 “Foi com base no exercício dos direitos civis, na liberdade civis, que os ingleses reivindicaram o direito de votar, de participar do governo de seu país. A participação permitiu a eleição de operários e a criação do Partido Trabalhista, que foram os responsáveis pela introdução dos direitos sociais.” O entendimento acerca das dimensões ou gerações de direito deve ser feito através de uma perspectiva histórica, de intensas lutas e conquistas. Assim, falar em gerações de direito é entender através de uma chave de conquistas graduais, históricas. Primeira geração dos Direitos Humanos: A palavra-chave para entender esta dimensão é a liberdade,isto porque, os direitos civis e políticos garantiriam tal valor. Em um primeiro momento as lutas se deram para restringir os abusos do Estado sobre o particular, esta é a bandeira dos direitos civis, que possibilitaram a diversidade e o respeito à liberdade de crença, pensamento, opinião entre outras liberdades negativas, isto é, liberdade que levam o Estado a não interferir sobre a intimidade do particular. Posteriormente, os direitos políticos, que permitiram a diversidade do pensamento acerca da melhor gerência sobre o bem comum e ainda a atuação do Estado, conferindo tratamento adequado aos particulares, seria esta a liberdade positiva. Segunda geração dos Direitos Humanos: o marco simbólico desta geração é a Revolução Industrial e suas conseqüências. Os trabalhadores explorados em condições adversas, péssimas condições de trabalho levaram a diversos movimentos sociais, como o Luddismo, um dos primeiros movimentos sociais a reivindicar melhorias nas condições de trabalho, onde os trabalhadores destruíam as máquinas, no intuito de evitar a exploração dos burgueses; posteriormente tivemos o Cartismo, movimento de reivindicação por melhorias nas condições de trabalho por meio de documentos escritos; a Comuna de Paris em 1871, que foi a tomada da capital francesa pelos trabalhadores, necessário salientar a influência do “Manifesto Comunista”, escrito por Karl Marx e Frederich Engels em 1848, sobre os trabalhadores. Assim podemos entender que o valor desta geração é a Igualdade, ao ofertar melhores condições de trabalho e remuneração aos operários. 7 Terceira geração dos Direitos Humanos: O desenvolvimento e crescimento da sociedade, desenvolvendo a perspectiva da sociedade de massas, dos interesses difusos e coletivos, meio ambiente adequado a todos, relações de consumo adequado a todos envolvidos na relação, da busca da paz e da autodeterminação dos povos. Surge aqui o valor da Fraternidade, como conceito chave desta geração. Quarta geração dos Direitos Humanos: Noberto Bobbio formula pensamento acerca do desenvolvimento das pesquisas no campo da engenharia genética, onde a falta de conduta ética e a ausência de normas que balizem as pesquisas poderiam colocar em risco a vida humana em decorrência das diversas manipulações genéticas. Aqui podemos colocar o valor da Humanidade, como princípio axiológico desta geração. Teorias sobre os Direitos Humanos Existem algumas teorias acerca da aceitação dos direitos humanos. Podemos expor a ocorrência de duas teorias acerca dos Direitos Humanos. • A primeira é a Teoria Jusnaturalista. Teoria que expressa a existência de direitos imanentes aos seres humanos, antes mesmo da ocorrência das normas. São direitos naturais. Entre vários filósofos, temos John Locke, que em 1689, escreveu a obra “Segundo Tratado sobre o Governo”. Valores como Vida, Liberdade e Propriedade são, de acordo com Locke, anteriores às normas e realizáveis aos seres humanos. • A segunda é a Teoria Juspositivista. Perspectiva no qual os direitos só são válidos quando aceitos por uma comunidade, através das normas. É uma teoria que somente aceita o que estiver escrito, positivado. De acordo com Eduardo Bittar: “... a razão de ser do positivismo jurídico reduza-se à compreensão da norma e do sistema jurídico no qual ela está inserida.” É possível listar o austríaco Hans Kelsen e sua obra “Teoria Pura do Direito” , como um dos principais autores em prol do Juspositivismo. As demais teorias são variações ou refutações. Contudo, para o Exame da OAB devemos ter em mente que a melhor teoria que se adequa aos direitos humanos é a Teoria Jusnaturalista por apresentar a percepção dos direitos antes das normas, isto é, a “sensibilidade” à percepção dos direitos além da norma. 8 Características dos Direitos Humanos Os direitos humanos possuem algumas características, que demonstram a importância desses direitos no cenário doméstico e internacional. Entre várias características, é possível destacar: Historicidade: Os Direitos Humanos decorrem de um processo de conquistas graduais. Suas conquistas refletem o fruto de determinado período, basta olhar as conquistas dos direitos civis e políticos. Universalidade: Tem como destinatário todos os seres humanos, sem distinção, visando a maior abrangência de pessoas. Concorrência: O exercício dos direitos pode ser exercido simultaneamente. - Irrenunciabilidade: A pessoa pode até não exercer seus direitos, contudo, não poderá renunciá-los, vez que a essência dos direitos humanos é a sua imanência ao todos os seres humanos. - Imprescritibilidade: Do momento que esses direito são usados a qualquer momento, não se faz pertinente imaginar a prescrição de tais direitos, pelo simples fato de não utilizá-los. Princípios Fundamentais da CRFB/88 Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 9 Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. Direitos e Garantias Fundamentais Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 10 V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosóficaou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; 11 XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; 12 LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; LXXII - conceder-se-á "habeas-data": a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito; 13 LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. § 3ºOs tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. Da Nacionalidade Lembrar que a Declaração Universal dos Direitos Humanos estipula no art. XV, 1, que “Todo Homem tem direito a uma nacionalidade”. A Nacionalidade é o vínculo político- jurídico da pessoa com determinado país. A certidão de nascimento não atesta a nacionalidade da pessoa, apenas documenta o local de nascimento da pessoa, o que não condiciona a ter originariamente a nacionalidade de tal lugar. A nacionalidade pode ser originária ou adquirida. A primeira é aquela que atende as condições do país de origem, já a segunda é a opção que no qual o estrangeiro resolveu pleitear vínculo jurídico-político com determinado país, mediante cumprimento das exigências do referido país. Essa opção pela nacionalidade secundária é denominada de naturalização, lembrar que compete a Justiça Federal as causas acerca de nacionalidade e naturalização, de acordo com art. 109, X da CRFB/88. Existem alguns critérios acerca da obtenção da nacionalidade, os pertinentes ao Exame da OAB são o ius sanguinis e ius soli.O primeiro refere-se ao “direito de sangue”, isto é, a criança recebe a nacionalidade em decorrência do sangue dos pais, independente já o segundo trata do “direito do solo”, onde a criança tem o vínculo com o país onde nasceu. O ius soli é o critério adotado pelos países, que receberam grandes fluxos de imigração dos países europeus, entre os séculos XIX e XX. Este modelo serve como forma de transmitir o vínculo de nacionalidade para os descendentes daqueles que escolheram aquele lugar como pátria. Da leitura dos dois critérios acima, é provável constatar a possibilidade da pessoa ter vínculo com mais de um país simultaneamente, isso ocorre quando a pessoa apresenta a polipatria, isto é, vínculo com mais de uma pátria. Tal fenômeno ocorre quando a criança nasce em algum lugar que admita o ius soli e um ou os dois responsáveis detém 14 nacionalidade diversa do lugar onde a criança nasceu e seus respectivos países admitem o ius sanguinis, ou ainda o país onde o jovem nasceu não admite o ius soli, mas seus pais possuem nacionalidades distintas e admitem o ius sanguinis. Da mesma forma como há o fenômeno da polipatria, que é o vínculo político-jurídico pessoal com dois ou mais países, todavia, é possível a ocorrência de apátrida ou heimatlos, que é a ausência de vínculo pessoal político-jurídico com determinado país. Observar que a Declaração Universal dos Direitos Humanos garante no art. XV, 1, que “Todo Homem tem direito a uma nacionalidade”. Isso permite a formulação de mecanismos que favoreça a obtenção de nacionalidade derivada através da naturalização, no caso de apátridas e estrangeiros. O dispositivo garantido pelo art. XV, 1, do DUDH estimula que as pessoas tenham vínculos políticos-jurídicos com determinado país. Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; II - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 15 § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. § 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas. VII - de Ministro de Estado da Defesa. § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; Dos Direitos Políticos Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular. § 1º - O alistamento eleitoral e o voto são: I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; II - facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores de setenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. § 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. 16 § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador. § 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente. § 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. § 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superiore, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. 17 § 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. § 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; II - incapacidade civil absoluta; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. DOS PARTIDOS POLÍTICOS Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. 18 § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. § 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. § 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei. § 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. Direito Internacional dos Direitos Humanos Organização das Nações Unidas A criação da Organização das Nações Unidas, através da Carta de San Francisco em 26 de julho de 1945, objetiva promover a paz, a segurança, a justiça social e o desenvolvimento econômico dos países. Hoje é composto por 192 países. Seus principais órgãos são: Assembléia Geral; Secretariado; Conselho de Segurança; Conselho Econômico Social; Corte Internacional de Justiça e Conselho de Tutela. Assembléia Geral é o órgão deliberativo, ocorre ordinariamente uma vez por ano, aberta a todos os países membros. Assuntos importantes precisam de aprovação de dois terços dos países associados; os demais assuntos solicitam maioria simples. Secretariado das Nações Unidas é o órgão que administra o funcionamento da ONU, seus órgãos e ações desenvolvidas ao redor do mundo. A indicação para o cargo de Secretário Geral é realizada através da nomeação pela Assembléia Geral recomendado pelo Conselho de Segurança. O Secretário Geral das Nações Unidas atua como o porta-voz da Organização, seu mandato é de cinco anos, podendo ser renovável. Conselho de Segurança é o órgão de responsável pela manutenção da paz e da segurança internacional, composto por quinze países membros, onde dez são rotativos, eleitos pela Assembléia Geral para um período de dois anos. Cinco membros compõem o Conselho de Segurança de forma permanente, são eles: República Popular da China, Estados Unidos da América, França, Reino Unido e Rússia. Esses países detêm o poder de veto sobre as principais resoluções, logo para que alguma resolução passe é necessária a unanimidade dos membros permanentes além de quatro dos dez países rotativos. 19 Conselho Econômico e Social é composto por cinqüenta e quatro países eleitos pela Assembléia Geral, tem como atribuições o estudo e análise de assuntos internacionais de caráter econômico, social, cultural, educacional, sanitário, bem como promover o respeito e a observância dos direitos humanos e das liberdades fundamentais. Corte Internacional de Justiça é o principal órgão judiciário das Nações Unidas, composta por quinze membros, dos quais não poderão haver dois que sejam da mesma nacionalidade. Apenas os Estados podem ser partes nos processos junto à Corte Internacional de Justiça. Conselho de Tutela é órgão responsável pela administração dos territórios sob tutela das Nações Unidas e em transição para independência. As principais agências especializadas das Nações Unidas, sigla e a respectiva sede e país. O papel destas agências é ofertar serviços específicos, visando seus fins humanitários através do progresso da humanidade. NOME SIGLA SEDE Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura FAO Roma, Itália Agência Internacional de Energia Atômica AIEA Viena, Áustria Organização Internacional do Trabalho OIT Genebra, Suíça Fundo Monetário Internacional FMI Washington, D.C., EUA Banco Mundial WB Washington, D.C, EUA Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura UNESC O Paris, França Organização Mundial da Saúde OMS Genebra, Suíça Organização Mundial da Propriedade Intelectual OMPI Genebra, Suíça União Postal Universal UPU Berna, Suíça Organização da Aviação Civil Internacional OACI Montreal, Canadá Organização Mundial de Turismo OMT Madrid, Espanha Organização dos Estados Americanos Assim como a estrutura da Organização das Nações Unidas permite a criação de órgãos, agências especializadas e documentos sobre determinados temas, é possível apresentar uma estrutura em nível reduzido, em âmbito regional, ou melhor, em esfera interamericana. É a Organização dos Estados Americanos (OEA), criada em 1948, apresenta sua sede em Washington e tem 35 países como componentes. De acordo com o art. 1º da Carta da OEA, esta organização internacional visa “uma ordem de paz e de justiça, para promover sua solidariedade, intensificar sua colaboração e defender sua soberania, sua integridade territorial e sua independência”. A Organização dos Estados Americanos constitui um organismo regional atrelado à ONU, apresenta órgãos, agências e documentos apropriados. Tal engenharia de política internacional visa o bem estar, o desenvolvimento e o progresso do continente americano. 20 A entidade em estudo apresenta os seguintes órgãos: Assembléia Geral; Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores; Conselhos; Comissão Jurídica Interamericana; Comissão Interamericana de Direitos Humanos; Secretaria Geral; Conferências Especializadas e Organismos Especializados. Assembléia Geral é o órgão supremo da OEA, tem diversas atribuições como decidir a ação e a política gerais da entidade, determinar a estrutura e funções de seus órgãos e considerar qualquer questão relativa aos Estados Americanos e estabelecer normas adequadas ao sistema interamericano. Reunião deConsulta dos Ministros das Relações Exteriores é convocada para considerar problemas de natureza urgente e de interesse comum para os Estados Americanos e servir de Órgão de Consulta. Conselhos: Existem dois órgãos desta natureza, o Conselho Permanente da Organização e o Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral, dependentes diretos da Assembléia Geral e suas competências são conferidas pela Carta ou outros instrumentos interamericanos. Comissão Jurídica Interamericana: é o corpo consultivo da Organização em assuntos jurídicos; promove o desenvolvimento progressivo e a codificação do direito internacional; e ainda estuda os problemas jurídicos referentes à integração dos países em desenvolvimento do Continente, entre outras atribuições; Comissão Interamericana de Direitos Humanos: sua principal função é promover o respeito e a defesa dos direitos humanos e servir como órgão consultivo da Organização em tal matéria. Secretaria Geral: é o órgão central e permanente da OEA. Exerce as funções atribuídas pela Carta. Conferências Especializadas: São reuniões intergovernamentais destinadas a tratar de assuntos técnicos especiais ou desenvolver aspectos específicos da cooperação regional. Organismos Especializados: São estabelecidos por acordos multilaterais com determinadas funções em matérias técnicas de interesse comum aos Estados membros. Por exemplo: Organização Pan-americana de Saúde, Instituto Interamericano da Criança e Comissão Interamericana de Mulheres.
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