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OAB Roraima- um resgate histórico

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y
OAB
RORAIMA
\Jvn resgate histórico
A n to n io O neildo F e rre ira
Presidente da OAB/RR
J.V . M o rae s
Autor
Oh! Bendito o que semeia 
livros... livros de mão cheia... 
E manda o povo pensar! 
(Castro Alves)
J.V. MORAES
OAB RORAIMA
Um resgate histórico
Boa Vista - Roraima 
2009
Copyright @ 2006 by J. V. Moraes
Coordenação Editorial & 
Editoração Eletrônica 
J.V. Moraes
Arte da Capa
Heloisio S. Lobato Porto
Foto da Capa
Jorge Macêdo
Revisão
MUton José Piovesan
Dados Internacionais de Catalogação*na-publicação (CIP) 
Elaborada pela Bibliotecária Shirdoill Batalha - CRB 573
M827o Moraes, J. V.
OAB Roraima: um resgate histórico / J. V. Moraes. 
Boa Vista: Edição da OAB/RR, 2009.
432 p. : il
1 — História do Direito. 2 — Ordem dos Advogados 
do Brasil. 3 - Direitos Humanos. 4 - Roraima. I Título.
C D U - 340(09)
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, 
através de quaisquer meios, desde que citada a fonte.
AGRADECIMENTOS
Queremos registrar aqui nossos agradecimentos a todas aquelas 
pessoas que colaboraram pessoalmente, e de boa vontade, com nossa 
pesquisa de campo, que resultou no resgate da história da Ordem dos 
Advogados do Brasil, Seccional de Roraima.
Assim sendo, nosso muito obrigado:
Presidente da OAB/RR, Antonio Oneildo Ferreira, que conven­
ceu-nos a realizar esse trabalho envolvente e construtivo;
Ex-presidentes da OAB Roraima: Almiro José Mello Padilha, 
Ednaldo do Nascimento Silva, Wedner Moreira Cavalcante, Paulo 
Batista Gomes, Zelite Andrade Carneiro e Nelson da Costa;
Advogados Areolino Pires Pereira, Luiz Rosalvo Indruziak Fin, 
João Pujucan Pinto Souto Maior, Wilson Roberto Ferreira Précoma, 
Lavoisier Amoud da Silveira, Alci da Rocha, José de Almeida Coelho, 
Edmundo Evelin Coelho;
Advogadas Antonieta Magalhães Aguiar e Daysy Gonçalves 
Quintella Ribeiro;
Elcilene Leitão de Oliveira, Lucília de Jesus Santos Nascimento, 
Luciana Moreira Sousa e Rebecca Carvalho de Assis, funcionárias da 
OAB/RR;
Economista Getúlio Alberto de Souza Cruz, jornalistas Paula Cruz, 
Jessé Souza e Shirley Rodrigues, da Folha de Boa Vista;
Etienne dos Santos N ogueira e Simone M enezes Fonteles, 
funcionárias da Folha;
Valter Buss, Francisca Lumésia da Costa Ribeiro e Franklin Luiz 
Mendes de Carvalho, da Imprensa Oficial;
Eudiene Martins e Aurilene de Oliveira Magalhães, do Brasil Norte;
Gilberto Rosas, presidente do Sindsep-RR;
Luis Cláudio de Jesus Silva, do Tribunal de Justiça de Roraima; 
Raimundo Nonato Gomes dos Santos e Maurício Zouen, da 
Universidade Federal de Roraima;
Michel Ângelo dos Santos Silva, da Editora da UFRR;
Francisco Moreira Holanda, da Gráfica Forbías;
Maria Gleice Diogo da Fonseca, do Museu Integrado de Roraima; 
Maria Meire Saraiva Lima, da Casa da Cultura;
Galvào Soares e Jacy de Souza Soares, do Espaço Cultural Marreta; 
Cristiana Benício Vieira, da Faculdade Roraimense de Ensino 
Superior (Fares).
Plínio Vicente, Laucides O liveira, Fernando Q uintella e Ney 
Costa, os jornalistas;
Maria Salete Aires Saraiva, viúva de Hesmone Saraiva Grangeiro; 
Alvanete Pereira Torres e Silva, irmã de Paulo Pereira Coelho; 
Ana Maria Leite, viúva dc Silvio Sebastião de Castro Leite;
Elenilce Rodrigues de Sousa, Roberto Serafim Silva, Fabrício 
Furtado Almeida, Mauro Célio G da Costa e Geovan Sousa, da Copynet; 
Otoniel Ferreira de Souza com sua memória de computador.
SUMARIO
Apresentação: Antonio Oneildo Ferreira................................................. 9
1. Palavras Iniciais......................................................................................13
2. Histórico da Ordem dos Advogados do B rasil.................................. 15
3. Conselho Federal & Conselhos Seccionais....................................... 20
4. Ordem dos Advogados do Brasil em R oraim a..................................27
5. Realizações da OAB/RR (1979 - 2 0 0 6 ).............................................38
5.1. Primeiro Conselho (1979- 1981).........................................42
5.2 Segundo Conselho (1981 - 1983)............................................53
5.3. Terceiro Conselho (1983 - 1985).......................................... 69
5.4. Quarto Conselho (1985 - 1987)............................................79
5.5. Quinto Conselho (1987- 1989).............................................92
5.6. Sexto Conselho (1989- 1991)............................................. 107
5.7. Sétimo Conselho (1991 - 1993)..........................................121
5.8. Oitavo Conselho (1993 -1 9 9 5 )........................................... 143
5.9. Nono Conselho (1995 -1 9 9 7 ).............................................163
5 .10. Décimo Conselho (1998- 2000)........................................198
5.11. Décimo Primeiro Conselho (2001 - 2003).....................223
5.12. Décimo Segundo Conselho (2004 - 2006).....................266
6. Direitos e Prerrogativas...................................................................... 327
7. Audiências Públicas.............................................................................337
8. Concursos Públicos............................................................................ 353
9. Caso Paulo C oelho ............................................................................. 372
10. Perfil dos Ex-Presidentes................................................................. 400
10.1. Hesmone Saraiva G rangeiro..............................................401
10.2. Zelite Andrade Carneiro..................................................... 404
10.3. Paulo Batista G om es...........................................................407
10.4. Nelson da C o sta .................................................................. 409
10.5. Wedner Moreira Cavalcante...............................................412
10.6. Almiro José Mello Padilha.................................................414
10.7. Ednaldo do Nascimento S ilva............................................417
10.8. Antonio Oneildo Ferreira................................................... 420
11. Palavras Finais.................................................................................. 424
Abreviaturas & Siglas............................................................................. 426
Referências.............................................................................................. 428
O A uto r.....................................................................................................432
APRESENTAÇÃO
'm outubro de 2001, quando assumimos a Presidêneia da 
fOrdem dos Advogados do Brasil, Seccional de Roraima, 
constatamos a necessidade de se proceder um resgate histórico da 
entidade, com registro, sistematização de dados e fatos. Na ocasião 
fomos instados a m anifestar sobre fatos importantes, citamos como 
exemplo, o assassinato do conselheiro federal da OAB, Paulo Coelho, 
que ao procurar nos arquivos, nada encontramos.
Pois bem. A partir desta inesperada constatação, procuramos saber 
as condições das pastas funcionais, atas, registros e demais arquivos, 
recebendo a estarrecedora informação de que estavam todos acomodados 
em condições inadequadas, o que ensejou uma completa revisão e 
atualização das pastas funcionais, despejo dos inquilinos consumidores 
de celulose (cupins e traças) e acomodação de todos os arquivos em 
compartimentos próprios.
Assim como a memória histórica administrativa, funcional, 
contábil e burocrática, também a história institucional da OAB/RR 
encontrava-se totalmente comprometida, já que perdida em documentos 
e papéis estragados e amontoados. Essa falta de registro refletia 
inclusive no meio dos advogados, já que poucos sabiam informar a 
data de instalação de
sua entidade, bem como sabiam pouco sobre fatos 
históricos institucionais relevantes em que a OAB/RR foi protagonista 
ou contribuiu de forma destacada.
O trabalho que ora vem a lume supre, sem exaurir, de forma radical 
essa lacuna histórica institucional. É uma sistematização de dados e fatos 
colhidos de forma segura e responsável, já que utilizadas somente fontes 
objetivas e devidamente identificadas. Foram evitados todos os fatos 
controvertidos ou de teor subjetivo, mantendo o foco do presente trabalho
OAB ROR UMA
que c de registrar c historiar, com base em critérios metodológicos e 
científicos, a presença da OAB em Roraima.
Uma história que se confunde com a história de Roraima. A 
presença da OAB, como protagonista, no período historiado, em todos 
os fatos políticos e jurídicos institucionais relevantes deste Estado, a 
coloca numa condição ímpar, de grande destaque, como única 
entidade de classe a ocupar essa posição.
Há dois momentos, claramente identificados pelos fatos, no resgate 
histórico da OAB/RR. O primeiro, vai de sua fundação em 1979 até a 
instalação do novel Estado. Onde se constata um envolvimento combativo 
da Seccional de Roraima em atos somente praticados no período da ditadura 
militar, passando pelo intenso debate prc-constituinte c constituinte, com 
a realização de vários debates e seminários sobre esse tema. O segundo, a 
partir da instalação do Estado até novembro de 2006.
Este período, já sob os auspícios da atual Constituição, é marcado 
praticamente pela luta da Seccional para a institucionalização do Estado. 
Uma luta que não deveria ter acontecido, já que o texto constitucional é 
muito claro quanto a forma de organização e funcionam ento da 
Administração Pública. Contudo, a mentalidade dos governantes que 
instalaram o novo ente federativo, implementaram práticas e gestões 
totalmente fora do esquadro legal e constitucional.
Como exemplo, citamos a contratação dc servidores públicos sem 
a realização de concurso público, ferindo os princípios constitucionais 
da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, bem como com a 
nomeação ilegal de membros do Tribunal de Justiça de Roraima. A luta 
pela regular c constitucional institucionalização dos poderes e dos 
quadros funcionais do Estado foi intensa e intransigente.
Neste combate a advocacia roraimense teve uma inestimável baixa: 
o assassinato do conselheiro federal da OAB, advogado Paulo Coelho. 
A história da institucionalização do Estado de Roraima é manchada com 
o sangue desse combativo advogado. Uma tragédia pessoal e institucional 
que não precisava ter acontecido, se os governantes, outrora constituintes 
de 1988, tivessem governado conforme a Constituição Republicana. 
N enhum a c lasse p ro fissiona l foi tão afetada e decisiva na 
institucionalização de Roraima quanto foi a da advocacia.
A história da OAB/RR acontece no cotidiano dos fatos, mas não
UM RESGATE HISTÓRICO
se perde nos seus meandros. Ela tem uma unidade construída pela 
consciência corporativa e institucional presente em todos os atos e fatos 
registrados. Institucionalidade que realça e destaca sua atuação e 
contribuição para o aperfeiçoamento da cultura e das instituições.
A presente obra tem o mérito de resgatar e registrar muitos atos 
e fatos institucionais de nossa história, embora muitos tenham se 
perdido, pela precariedade dos arquivos e registros, e outros, pela 
impossibilidade de acomodação em uma só obra. Mas, o conjunto 
atingiu plenamente os objetivos desejados, ficando o desafio para a 
construção de outras obras, não só para a atualização dessa história, 
como para expansão do caminho ora desbravado.
A limitação do resgate histórico da OAB/RR a novembro de 2006, 
com a eleição da atual Diretoria, atende a necessidade de esperar a fixação 
da tinta do registro dos atos e fatos recentes. O olhar não pode ser muito 
próximo, sob pena de ficar vinculado aos fatos, nem muito distante, a 
ponto de se perder na precariedade dos arquivos.
Por fim, cabe registrar que o presente trabalho não teria se 
concretizado se o autor não tivesse abraçado a causa com uma dedicação 
especial. Conhecemos J.V. Moraes através do livro de resgate histórico 
que ele fez para o Sindsep-RR. Descoberta que rendeu um tributo especial 
não só aos advogados, mas a toda sociedade roraimense.
Boa leitura.
Fratemalmente,
Antonio Oneildo Ferreira 
Presidente da OAB/RR
PALAVRAS INICIAIS
‘ ra uma vez... Não, não era uma vez. Vamos contar a história 
freal de uma personagem que tem 27 anos de idade (1979 - 
2006). Mas sua origem data de 1843, ou seja, 163 anos atrás.
Estamos falando da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional 
de Roraima, de Hesmone Saraiva Grangeiro, Zelite Andrade Carneiro, 
Paulo Batista Gomes, Nelson da Costa, Wedner Moreira Cavalcante, 
Almiro Mello Padilha, Ednaldo do Nascimento Silva, Antonio Oneildo 
Ferreira, e de outros 500 e tantos advogados roraimenses.
O objetivo deste trabalho foi, desde o início, fazer um resgate histórico 
da jornada da OAB Roraima. Um projeto idealizado e acariciado por muitos 
anos pelo presidente da OAB/RR, Antonio Oneildo Ferreira. Projeto este, 
que, finalmente, depois de mais de um ano de exaustiva pesquisa e trabalho 
suado, foi concretizado para o bem geral da nação.
Começamos de mãos vazias. Na OAB não existia quase nada. 
Ninguém sabia a data certa da criação e nem da implantação da entidade.
Assim atravessamos mais de 365 dias de árdua batalha, para um 
exército de um homem só. Embora, no decorrer da pesquisa, contamos 
com a boa vontade e o apoio de muitos colaboradores, homenageados 
na página de agradecimentos. Puro merecimento.
Foram m eses e m eses ressuscitando arquivos de jo rnais, 
comparando textos, lendo livros, folheando atas, decodificando processos 
judiciais, examinando correspondências, fazendo xérox, gravando e 
transcrevendo entrevistas, conversando com pessoas, tirando dúvidas.
E, paralelamente, escrevendo e reescrevendo. Acrescentando e 
cortando textos. Comparando e buscando novas fontes, conferindo datas, 
grafia de nomes, autorias, etc.
OAB RORAIMA
Sobre os primeiros anos da OAB Roraima - final da década de 70 
e início da década de 80 - encontramos pouco material escrito. O arquivo 
antigo da Ordem foi quase todo comido pelos cupins.
A imprensa de então era acanhada. E alguns arquivos de jornais 
da época - a exemplo da Folha de Roraima, O Observador e O 
Roraima - ninguém nos deu notícias do seu paradeiro. Tivemos acesso 
apenas a alguns poucos exemplares deles, ora picotados pelos cupins, 
ora carcomido pelo tempo.
Nossa salvação fo\ o Boletim Oficial, o Jornal Boa Vista e o Diário 
Oficial de Roraima, que por sinal, estão devidamente encadernados, 
protegidos e preservados nas dependências da Imprensa Oficial.
Superada a escassez de documentos escritos, tivemos que bancar o 
detetive para descobrir o paradeiro de três ex-presidentes da OAB/RR, que 
há muitos anos deixaram Roraima. Mas, contamos com a ajuda providencial 
do telefone e da Internet para contatá-los e entrevistá-los.
No final deu tudo certo. O plantio foi feito, a semente germinou, a 
árvore cresceu e produziu este fruto que está em suas mãos:
OAB Roraima: um resgate histórico.
HISTORICO DA ORDEM DOS 
ADVOGADOS DO BRASIL
A criação da Ordem dos Advogados do Brasil, como hoje é ..conhecida, passou por três estágios de crescimento até chegar 
a sua maioridade. Ematuridade.
Infância: Nasce no Rio de Janeiro o Instituto dos Advogados 
Brasileiros (lAB), no dia 7 de agosto de 1843, no reinado do Imperador 
D. Pedro II. O primeiro presidente do lAB foi Francisco Ge de Acaiaba 
e Montezuma, o Visconde de Jequitinhonha.
M ontezuma era form ado em D ireito pela U niversidade de 
Coimbra, em Portugal, e ficou à frente do Instituto no período de 1843 
a 1851. Em razão do seu prestígio,
posteriormente o Instituto ficou 
conhecido como Casa dc Montezuma.
Adolescência: Em 6 de dezembro de 1888, ano da Abolição da 
Escravatura e véspera da Proclamação da República (1889), surge o 
Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros (lOAB).
Maioridade: Finalmente, em 18 de novembro de 1930, o então 
presidente da República, Getúlio Vargas, assinou o Decreto r f 19.408, 
que criou a Ordem dos Advogados Brasileiros (OAB).
O m esm o G etú lio Vargas, que em 1943 transform ou um 
município do norte do Amazonas em Território Federal do Rio Branco, 
0 qual em 1962, no governo de João Goulart, teve seu nome mudado 
para Território Federal de Roraima.'
Território esse que, com a promulgação da Constituição Federal 
de 1988, foi transformado no Estado de Roraima.
OAB RORAIMA
De olho na Ordem
“A criação do Instituto dos Advogados Brasileiros (lAB) vem sendo 
percebida pelos estudiosos como um desdobramento quase natural, por assim 
dizer, dos cursos de Direito, inaugurados no Brasil em 1827”.^
O Instituto nasceu com o objetivo de disciplinar e moralizar os 
usos e costumes forenses, considerando que a profissão não era exercida 
apenas pelos bacharéis oriundos das faculdades de Direito. Ela era 
praticada também pelos advogados provisionados e os solicitadores. 
Enfim, profissionais sem formação acadêmica.
Sua criação objetivou também organizar a Ordem dos Advogados, 
em proveito geral da ciência da jurisprudência, além de resgatar e manter 
o respeito e a ética profissional entre a classe dos advogados. E, como 
demonstra o registro histórico abaixo, desde o início de sua jornada o 
lAB conquistou seu lugar ao sol.
O Instituto dos Advogados Brasileiros também pertencia ao rol das instituições 
acadêmicas que floresceram durante o Segundo Reinado, sob a proteção de D. 
Pedro II, a exemplo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia 
Imperial de Medicina. Redutos intelectuais frequentados por personalidades 
da boa sociedade. A associação dos bacharéis possuía lugar cativo nos 
cerimoniais do Paço. Ingressar nos seus quadros representava status social, 
proximidade com o poder e, quem sabe, simplesmente receber um cumprimento 
de Sua Majestade.^
Ao longo de sua história, de LAB a OAB, a entidade teve em seu 
quadro associados ilustres como José de Alencar, Joaquim Nabuco, 
Saldanha Marinho, Rui Barbosa (o Águia de Haia), Levi Carneiro, Evandro 
Lins e Silva (o advogado do século XX) e Sobral Pinto (considerado 
símbolo dos advogados brasileiros), e muitos outros.
Contudo, apesar que o Instituto dos Advogados Brasileiros e, 
posteriormente, o Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros, 
tivessem sido criados com o fím de organizar a Ordem dos Advogados 
do Brasil, esse sonho teve que esperar 87 anos para se concretizar. A 
iniciativa que consolidou essa realidade não partiu do lOAB, como pode 
ser conferido a seguir:
A Ordem dos Advogados Brasileiros, posteriormente denominada de Ordem 
dos Advogados do Brasil, não propriamente evoluiu do Instituto da Ordem dos 
Advogados dos Brasileiros. A Ordem dos Advogados do Brasil foi criada no
UM RESGATE HISTÓRICO
contexto da Revolução de 30 e regulamentada em 1931, o que viabilizou a 
institucionalização de seus objetivos disciplinares e a definição das prerrogativas 
dos advogados. Esta especial situação permitiu que a Ordem evoluísse 
corporativamente e, nas circunstâncias históricas determinadas, desenvolvesse 
o seu compromisso com a modernização do Estado brasileiro e a defesa dos 
interesses da sociedade civil, bases do Estado Democrático de Direito.'*
Agora, considerando que a lista de associados do Instituto dos 
Advogados Brasileiros sempre esteve recheada de pessoas influentes na 
Corte do Rio de Janeiro, por que a Ordem dos Advogados do Brasil 
somente foi criada depois de 87 anos de espera?
Depois de recuperar o cotidiano do IAB durante quase meio século de existência, 
percebemos a existência de uma conjugação de fatores que dificultaram o 
estabelecimento da Ordem. A começar pelos próprios bacharéis. Ou melhor, 
pelos personagens mais notórios que estiveram à frente do lAB. Advogados 
que circulavam entre seus escritórios particulares, a magistratura, a política e a 
alta administração imperial. Como instituir uma entidade de classe, que auto- 
regulamentasse o exercício da profissão, se não havia consenso entre eles 
próprios sobre essa questão?*
Além dessas reflexões, para responder a essa pergunta ainda será 
preciso examinar as circunstâncias históricas.
Vamos lá. Confira:
Os gabinetes conservadores, defensores da centralização política, cuja atuação 
foi dominante durante o Segundo Reinado, estariam dispostos a deixar florescer 
uma entidade de classe capaz de atuar como um grupo de pressão? E o 
Imperador, aceitaria abrir mão da postura paternal e ao mesmo tempo vigilante 
das instituições acadêmicas que recebiam sua proteção?^
Relembramos que o lAB nasceu contemporâneo do romancista José 
de Alencar (advogado), autor de “Iracema”, a virgem dos lábios de mel; 
do romântico Joaquim Manuel de Macedo (advogado), autor de “A 
moreninha”; de Machado de Assis, escritor renomado e presidente- 
fundador da Academia Brasileira de Letras; de Gonçalves Dias, autor 
do poema “I - Juca-Pirama” (Sou bravo, sou forte,/Sou filho do Norte), 
entre tantos outros famosos da literatura brasileira.
Assim, o lAB foi fundado num momento de grande efervescência 
cultural no Brasil monárquico, que passava por transformações que o 
levaria ao Brasil republicano com ideais libertários.
OAB RORAIMA
E O que é melhor, o lAB, que alavancou a criação do lOAB e, 
posteriormente, da OAB, indiretamente ajudou a consolidar essa mudança 
em prol da democracia, que transferiu o poder de decisão do “Excelso 
Trono Imperial” para as mãos do povo nas ruas.
Ajudou também a derrubar os tiranos da República Velha, do Regime 
Militar, passando pelas “Diretas-Já”, pelo “Fora Collor”, pela elaboração 
da Constituição de 1988, até colher os frutos da terra prometida na seara 
da Nova República dos saudosos Tancredo Neves e Ulysses Guimarães.
O Instituto dos Advogados Brasileiros, além da inquestionável contribuição à cultura 
jurídica nacional, desempenhou um papel expressivo no conjunto da vida política, 
administrativa e social do Império. Próximo ao poder, influenciou nas decisões do 
governo, sem no entanto guardar características de um órgão otlcial.'
Rio de Janeiro & Boa Vista
Segundo informações colhidas junto ao IBGE, em 1872 (29 anos 
depois da criação do Instituto dos Advogados do Brasil), a cidade do 
Rio de Janeiro tinha 274.972 habitantes. Para se ter uma idéia do 
tamanho da Cidade Maravilhosa na época, basta tomar como referência 
Boa Vista, a capital roraimense, que tem uma população estimada de 
242.179 habitantes (Censo de 2005).
Nessa época o Imperador andava de carruagem e os escravos a 
pé. Possivelmente, foi quando começaram a chamar médicos c 
advogados de doutor, mesmo sem terem curso de doutorado. Tradição 
cultural provinciana que perdura até os dias de hoje.
Talvez porque só existissem dois cursos de nível superior na época; 
Medicina e Direito. Ou porque médico e advogado tivessem algo em comum: 
a caligrafia do médico, ninguém entendia; a linguagem do advogado, idem.
HISTÓRICO DA ORDEM DOS AIAfOGADDS 
Referências & Anotações
' Roraima. Almanaque Abril 2000: BrasíL São Paulo: Editora Abril, 2000. (pp. 204 e 205) 
2 Hermann Assis Baeta (coord.), Lúcia Maria Paschoal Guimarães & Tânia 
Bessone. História da Ordem dos Advogados do Brasil: O lAB e os advogados 
no Império, (vol. 1) Brasília: OAB Editora, 2003a. (p. 17)
* Idem, p. 133
VM RESGA TE HISTÓRICO
'* Hermann Assis Baeta (coord.) & Aurélio Wander Bastos. História da Ordem dos 
Advogados do Brasil: luta pela criação e resistências, (vol. 2) Brasília; OAB 
Editora, 2003b. (p. 238)
* Hermann Assis Baeta (coord.), Lúcia Maria Paschoal Guimarães & Tânia 
Bessone. História da Ordem dos Advogados do Brasil: O lAB e os advogados 
no Império, (vol. 1) Brasília: OAB Editora, 2003a. (p. 133)
 ^Idem, p. 134 
’ Ibidem, p. 16
1 I . l ( I J
História da Ordem dos Advogados do Brasil: 
O lAB e os advogados no Im pério (vol. 1) 
Hermann Assis Baeta (coord.)
Lúcia Maria Paschoal Guimarães 
Tânia Bessone
Brasília: OAB Editora, 2003.
História da Ordem dos Advogados do Brasil: 
Luta pela criação e resistências (vol. 2) 
Hermann Assis Baeta (coord.)
Aurélio Wander Bastos 
Brasília: OAB Editora, 2003.
CONSELHO FEDERAL & 
CONSELHOS SECCIONAIS
A Ordem dos Advogados do Brasil é os advogados. O Conselho
Z & Eederal da OAB é formado por advogados. Os Conselhos 
Seccionais da OAB são compostos por advogados.
Advogados são seres humanos. Pessoas que têm um trabalho, 
família, religião, crença, filosofia de vida, sonhos, alegrias, tristezas.
No Brasil a OAB tem um Conselho Federal, sediado em Brasília, 
e 27 Conselhos Seccionais, sendo um em cada Estado e um em Brasília, 
capital do Distrito Federal.
Por todo território brasileiro, existem três datas importantes para 
os advogados: 11 de agosto, 18 de novembro e 20 de dezembro.
No dia 11 de agosto a OAB comemora o Dia do Advogado. Essa 
data foi escolhida em função da data de criação dos cursos jurídicos no 
Brasil, nas cidades de São Paulo e de Olinda: 11 de agosto de 1827.
Em 18 de novembro de 1930, o presidente da República, Getúlio 
Vargas, assinou o decreto de criação da Ordem dos Advogados do Brasil.
No dia 20 de dezembro de 1948, Rui Barbosa foi eleito pelo 
Conselho Federal da OAB como o Patrono dos Advogados Brasileiros.
Contudo, a data especial em Roraima é o dia 26 de novembro de 
1979. Data da instalação da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional 
de Roraima, sob o comando de Hesmone Saraiva Grangeiro.
Do Rio de Janeiro para Brasília
É bom lembrar que o Conselho Federal da Ordem dos Advogados 
do Brasil foi criado em 1930 no Rio de Janeiro.
Contudo, embora Brasília tenha sido inaugurada em 21 de abril de
UM RESGATE HISTÓRICO
1960, o Conselho Federal da OAB, somente foi transferido para a capital 
do Distrito Federal no dia 15 de setembro de 1986.
Na época o presidente do Conselho Federal era o jurista Hermann 
Assis Baeta. Inicialmente, o Conselho Federal funcionou na sede da 
OAB/DF. Porém, em 17 de fevereiro de 1987 foi lançada a pedra 
fundamental para construção da sua sede própria.
Na ocasião “Hermann Assis Baeta proferiu eloquente discurso, 
afirmando que a transferência do Conselho iria contribuir para a rápida 
democratização da sociedade brasileira, além de viabilizar o acompanhamento 
mais incisivo dos trabalhos da Assembléia Constituinte”.'
Vale ressaltar que Herman Assis Baeta travou uma luta titânica para 
conseguir convencer as lideranças, confortavelmente sentados em suas 
poltronas no Rio de Janeiro, da necessidade e praticidade de levar o 
Conselho Federal da OAB para Brasília, a nova capital do Distrito Federal. 
Ele mesmo fala sobre isso:
Constitucionalmente, desde a República, na Constituição de 1891, já existia a 
idéia de se transferir a capital do País para o Planalto Central. Passaram-se os 
anos e esta determinação constitucional foi sendo negligenciada. Somente no 
governo de Juscelino Kubítschek, como sabemos, foi que o projeto se concretizou. 
O estatuto vigente da Ordem, à época, de 1963, no seu artigo 157, dizia o seguinte: 
“A transferência do Conselho Federal para Brasília será efetuada logo que ali se 
achem funcionando todos os tribunais superiores e seja posta à disposição do 
mesmo instalação condigna pelo Poder Executivo, a quem caberá também custear 
0 transporte de seus bens e utensílios”. Isto é, legalmente não havia outra 
alternativa. Como todos os tribunais superiores já estavam instalados em Brasília, 
só restava ao governo arcar com a mudança.^
Mesmo com a mudança de endereço respaldada legalmente, a 
resistência política à transferência durou anos.
Um dos argumentos era o temor de que
A transferência proporcionasse uma queda no padrão dos conselheiros e 
que isso talvez pudesse abalar o brilhantismo das decisões do Conselho 
Federal. Nesse ponto, eu adm ito que isso era algo que eu também 
vislumbrava como provável. Mas o fato é que se houve uma queda no 
esplendor das argumentações, a essência das decisões não sofreu abalo. 
Diziam que a nata da advocacia estava no Rio de Janeiro, mas o problema, 
que talvez o grupo que se opunha à mudança não percebesse, ou não 
quisesse perceber, é que o Rio de Janeiro não é, nem nunca foi, o Brasil. 
Nos interessaria mais, para mim e para o grupo do qual eu fazia parte, que
OAB RORAIMA
mesmo eventualmente não tendo brilho algum as decisões do Conselho,
elas representassem a média dos advogados brasileiros, inclusive em termos
de uma representação federativa mais equilibrada.*
É oportuno relembrar que foi justamente essa nata da advocacia 
do Rio de Janeiro, que ocupava assento no Conselho Federal, que levou 
dois anos e quatro meses para julgar um recurso de anulação das eleições, 
por ocasião da implantação do Conselho Seccional da OAB/RR.
Trocado em miúdos, isso resultou no emperramento e atraso de 
aproximadamente 850 dias na instalação da Ordem dos Advogados do 
Brasil em Roraima. Um grande prejuízo para a classe dos advogados e 
para a sociedade roraimense.
Sim, Hermann Assis Baeta tinha razões quilométricas para dizer 
que “o Rio de Janeiro não é, nem nunca foi o Brasil”.
OAB e ONU: defesa dos direitos humanos
O manual de conduta dos advogados e do funcionamento da sua 
entidade de classe é o Estatuto da Advocacia e da OAB e Legislação 
Complementar. Nele consta a Lei n° 8.906, de 4 de julho de 1994, os 
Dispositivos da Constituição Federal Aplicáveis, o Regulamento Geral, 
0 Código de Ética e Disciplina, os Provimentos, a Legislação sobre Ensino 
Jurídico, e anexos.
Na referida obra, no Título II - Da Ordem dos Advogados do Brasil, 
Capítulo I - Dos Fins e da Organização, temos registrado:
Art. 44- A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, serviço público, 
dotada de personalidade jurídica e forma federativa, tem por finalidade:
I - defendera Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de 
direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das 
leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e 
das instituições jurídicas;
II - promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção 
e a disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil.^
Considerando o exposto no artigo 44 do Estatuto da Advocacia e da 
OAB, e considerando a idoneidade e os frutos do trabalho da Ordem dos 
Advogados dos Brasil por todo território nacional, entendemos que a OAB 
está para o Brasil, assim como a ONU (Organização das Nações Unidas) 
está para o mundo. Uma e outra podem ter passado, ou passar por altos e
í M RESGA TE HIS TÓRICO
baixos, entretanto, ambas são instituições referenciais, multicelulares, 
ímpares na defesa dos direitos humanos e da cidadania.
Tem mais. No Capítulo IV - do Conselho Seccional, lemos:
Art. 109 - O C onselho Seccional pode dividir-se em órgãos 
deliberativos e instituir comissões especializadas, para melhor desempenho 
de suas atividades.
Parágrafo 2° - No Conselho Seccional e na Subseção que disponha de 
Conselho é obrigatória a instalação e o funcionamento da Comissão de Direitos 
Humanos, da Comissão de Orçamento e Contas e da Comissão de Estágio e 
Exame de Ordem.'
Na Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Roraima, existe 
em funcionamento as seguintes comissões permanentes:
Comissão da r Câmara Julgadora 
Tribunal de Ética e Disciplina 
Comissão de Direitos Humanos 
Comissão de Estágio e Exame de Ordem
Diretoria da Escola Superior de Advocacia 
Comissão de Orçamento e Contas 
Comissão de Acesso a Justiça
Comissão de Defesa dos Direitos e Prerrogativas do Advogado 
Comissão de Defesa dos Direitos do Idoso 
Comissão Especial da Mulher 
Comissão de Relações Internacionais
Missão da Ordem dos Advogados do Brasil
Para discorrer sobre o trabalho da OAB, passamos a palavra ao 
presidente da Seccional de Roraima, Antonio Oneildo Ferreira:
A gente tem a Ordem dos Advogados do Brasil como uma entidade de 
classe com duas funções. Uma função corporativa, que está no estrito limite de 
uma classe, que é para disciplinar, controlar, fiscalizar e defender o exercício 
profissional da advocacia, e dentro desse interesse corporativo, como o nome 
indica, está a defesa dos direitos e interesses profissionais da classe.
E tem a função institucional, que é uma função prevista na Constituição 
Federal e prevista na Lei 8.906/94. no seu art. 44, ela extrapola as funções e 
limites impostos a uma entidade de classe. Ela tem funções institucionais.
OAB RORAIMA
Funções que dão uma outra dimensão à entidade, dimensão que nenhuma outra 
entidade de classe tem.
O que a gente vê da Seccional da OAB em Roraima? A gente vê um 
referencial ético, no contexto político. Como é esse referencial ético? A OAB, 
juntamente com outras entidades como a ABI (Associação Brasileira de 
Imprensa) e a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), e mais que 
essas outras entidades, se insere numa discussão política, de vanguarda, de 
formular conceitos, defender conceitos políticos e jurídicos, de combate ao 
nepotismo, de defesa da moralidade na administração pública, de defesa da 
impessoalidade na administração pública, de defesa da legalidade, de defesa 
da consiitucionalidade, criando um referencial ético. Um movimento, como o 
criado em 1992, de Ética na Política, de ética no trato com a coisa pública, de 
ética no exercício das funções públicas.
Então, pelo próprio conhecimento técnico que a classe e seus dirigentes têm, 
isso os habilitam a defender com mais propriedade e melhor do que outros, esses 
aspectos tão relevantes para a República. A entidade defende esse referencial ao 
defender isso, de uma foima muito forte e articulada. E dentro desse contexto tem a 
defesa dos direitos humanos, uma das bandeiras fundamentais da OAB. E aí vai, o 
combate a tortura, ao abuso de autoridade, ao abuso policial e a to tipo de violência.
É um leque de fatores que no âmbito institucional a entidade se destaca. 
Por essa atuação ocupa uma posição de reconhecimento e referência dentro da 
sociedade. É uma coisa que gratifica, que motiva a gente que está na direção 
da Seccional da OAB, a trabalhar, a atuar, a ir além, no sentido de contribuir, 
no sentido de fazer, de transformar, de demarcar e defender esses postulados e 
esses conceitos.
Em Roraima podemos citar o combate do ‘Caso dos Gafanhotos’, o 
combate da corrupção, muito impregnada no Estado, o combate ao nepotismo, 
a institucionalização dos quadros do Estado através de concursos em todas as 
áreas, principalmente na área de Segurança Pública. Isso é muito relevante 
para institucionalização do Estado, que nós chamamos aqui na OAB de “a 
institucionalização da cidadania”.
Essa é uma função institucional da OAB, e, dentro dessa função, é 
gratificante perceber que contribuímos de forma pessoal e de forma profissional, e 
que a classe contribuiu com o aperfeiçoamento das instituições jurídicas e políticas 
no Estado. Em nível nacional a entidade também contribui muito com isso.
Só para citar um caso concreto. Verificou-se o casuísmo de se fazer uma 
emenda constitucional apressada, atropelada, fora do prazo, para acabar com a 
veiticalização. A OAB entrou com uma Adiu (Ação de Inconstitucionalidade) 
no Supremo e disse: Olha a regra, e essa regra sempre valeu. É que não se pode 
alterar as regras do jogo, num prazo inferior a um ano.
Assim, não conseguiram implementar isso de uma forma tempestiva; 
essa medida atropelada, apressada e casuística não poderá ser aplicada às
UM RESGATE HISTÓRICO
eleições vindouras de 2006, porque ofende esse princípio constitucional, esse 
princípio democrático.
O Judiciário acatou, contrariando toda estrutura política do País. 
Respeitou porque a Constituição não é apenas uma referência maior, é uma 
referência democrática, é o sustentáculo das instituições.
E uma das funções institucionais da OAB, é defender essas referências 
e esses sustentáculos.*^
& & &
A respeito do funcionamento da Ordem dos Advogados do Brasil, 
Antonio Oneildo Ferreira falou assim:
O sistema OAB é um sistema federativo, tal qual seria os Estados 
membros e a União. A Seccional de Roraima, como todas as outras Seccionais, 
tem uma jurisdição estadual, no âmbito do território do Estado. Temos 27 
Seccionais - 26 Estados e o Distrito Federal. E temos o Conselho Federal, que 
é 0 órgão maior, o órgão de competência e jurisdição nacional. É ele que edita 
as normas gerais, que disciplina, que regulamenta, que fiscaliza e controla a 
aplicação da lei. O Conselho Federal é também a última instância de recurso 
das decisões dos Conselhos Seccionais.
A estrutura da Seccional é igual à estrutura do Conselho Federal. É 
composta de uma diretoria de cinco membros: presidente, vice-presidente, 
secretário geral, secretário geral adjunto e tesoureiro. Nessa ordem de hierarquia 
decrescente. O Conselho Seccional de Roraima tem 24 membros.
O Conselho Federal é composto por três conselheiros federais por 
Estado, então tem 81 membros. Mas pode ter 82, porque o presidente pode ser 
de fora da OAB. Os ex-presidentes das Seccionais e do Conselho Federal são 
membros honorários vitalícios, dos respectivos conselhos.
Todo e qualquer requerimento é direcionado ao presidente. A instância 
recursal é o Conselho Seccional ou o Conselho Federal. O conselho é soberano. 
Se for o Conselho Federal, é a instância última. Se for o Conselho Seccional, 
cabe recurso para o Conselho Federal, que dá a última palavra.
A estrutura burocrática, de contabilidade, prestação de contas, também 
é assim. A diretoria elabora, o Conselho aprova, e a Seccional presta conta ao 
Conselho Federal. É ele que aprova todas as contas, referendando a regularidade 
com auditorias, controle interno e controle externo. Aferindo a regularidade e 
legalidade de todos os procedimentos contábeis da Seccional.
Das comissões permanentes, a mais importante é a Comissão de Defesa 
dos Direitos Humanos, que é obrigatória no Conselho Seccional e no Conselho 
Federal. Depois vem a Comissão de Defesa dos Direitos e Prerrogativas dos 
Advogados e a Comissão de Estágio e Exame de Ordem. Temos ainda várias 
outras comissões, mas as três principais são essas.^
OAB RORAIMA
CONSELHO FEDERAL & SECCIONAIS 
Referências & Anotações
' Destaques. As instalações do Conselho Federal da OAB; A transferência para a 
Capital. Disponível no site www.oab.org.br. Acesso em 21/abri 1/2006.
 ^ Hermann Assis Baeta (coord.) & Marly Silva da Motla. História da Ordem dos 
Advogados do Brasil: A OAB na voz dos seus presidentes, (vol. 7) Brasília: 
OAB Editora, 2003. (p. 180)
’ Idem, p. 181
■* Fides Angélica de C.V. Ommati & Luiz Carlos Maroclo (orgs.). Estatuto da 
Advocacia e da OAB e legislação complementar. Brasília: Conselho Federal da
OAB, 2004. (p. 36)
 ^ Idem, p. 101
Entrevista ao autor na sede da OAB/RR. Boa Vista, 29/março/2006.
’ Idem.
História da Ordem dos Advogados do Brasil: 
A OAB na voz dos seus presidentes (vol. 7) 
Hermann Assis Baeta (coord.)
Marly Silva da Motta 
Brasília: OAB Editora, 2003.
Estatuto da Advocacia e da OAB 
e legislação complementar 
Fides Angélica de C.V. Ommati 
Luiz Carlos Maroclo (orgs.)
Brasília: Conselho Federal da OAB, 2004.
ORDEM DOS ADVOGADOS 
DO BRASIL EM RORAIMA
O,s primeiros bacharéis em Direito a se estabelecerem
no Território Federal de Roraima, no início da década de 70, foram 
Edmundo Evelin Coelho, Oscar Leopoldo de Almeida, Luiz Rosalvo 
Indruziak Fin, José Dutra do Prado, Francisco de Aguiar e Xerez, Aurélio 
Távora Buarque, Ritler de Lucena, Silvio Leite, entre outros.
Alguns tinham cargos no governo, outros somente advogavam.
O certo é que cm 1977, quando foi criada a Ordem dos Advogados do 
Brasil, Seccional de Roraima, no Território existiam aproximadamente 30 
profissionais formados em Ciências Jurídicas. Entretanto, em função da 
pressão do governo, apenas 26 deles participaram de sua criação.
Nessa época, os advogados estavam organizados e reunidos em 
tomo da Associação dos Advogados de Roraima, que teve como primeiro 
presidente Edmundo Evelin Coelho e, posteriormente, Silvio Leite. A 
sede da entidade era numa das salas do Fórum de Boa Vista.
Contudo, antes da chegada dos bacharéis do Direito no Território 
Federal de Roraima quem fazia justiça na Terra de Makunaima eram os 
rábulas: Valdemiro Barbosa de Araújo; Onias Rodrigues de Moura, o 
Nozinho; Salomão Lima da Silva; e João Pujucan Pinto Souto Maior.
Com a implantação da OAB Roraima em 1979, a Associação dos 
Advogados foi extinta. Depois de anos de trabalho, a Ordem dos 
Advogados foi ganhando força e prestígio como entidade de classe e, 
principalmente, como defensora dos direitos humanos.
Apesar de Hesmone Saraiva Grangeiro ter sido o primeiro presidente 
da OAB/RR, a inscrição n®. 001 -B foi cedida ao advogado Oscar Leopoldo 
de Almeida (por ser o mais velho da turma); Hesmone Grangeiro ficou 
com a inscrição rf. 002-B e Paulo Coelho Pereira com a rf. 003-A.
OAB RORAIMA
O rábula João Pujucan Souto Maior, que no dia 1® de junho de 1982 
entrou na OAB/RR com Pedido de Provisionamento, para o exercício da 
advocacia na cidade e Comarca de Caracaraí, recebeu a inscrição n®. 030.
No final de 2006 o Estado de Roraima já contava com mais de 
500 advogados atuantes, enquanto no Brasil o número de advogados 
ultrapassava a casa dos 500 mil profissionais, conforme dados da Ordem 
dos Advogados do Brasil.*
É oportuno lembrar também que, embora a OAB/RR tenha se 
tomado realidade em 1979, somente em 1992 foi implantado o curso de 
Direito na Universidade Federal de Roraima. Posteriormente, o curso 
foi introduzido nas Faculdades Cathedral e Atual da Amazônia.
Comissão Organizadora
Como já dissemos, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional 
de Roraima, foi criada em 1977 e instalada em 1979. Entretanto, a 
criação e implantação da OAB/RR passou por várias negociações e 
iniciativas. E muitos contratempos.
A primeira iniciativa foi a reunião que aconteceu no dia 22 de 
junho de 1977, convocada através de “Edital de Convocação de 
Advogados”, datado do dia 15 e publicado no semanário Jornal Boa 
Vista, na edição do dia 18 do mesmo mês.
Nessa reunião foi criada uma Comissão Organizadora para fundação 
da entidade representativa dos advogados no Território Federal de Roraima. 
Comissão essa, composta pelos advogados Edmundo Evelin Coelho 
(presidente), Zelite Andrade e Oscar Leopoldo de Almeida (membros).
A segunda iniciativa foi a Assembléia Geral dos Advogados do 
dia 5 de julho do mesmo ano, convocada através de editais publicados 
no Jornal Boa Vista do dia 25 de junho e no Boletim Oficial dos dias 
24, 27 e 30 de junho.
E no dia 5 de julho de 1977 a OAB Roraima foi criada. Porém, em 
função do empate das duas chapas concorrentes, com 13 votos cada, foi 
marcada nova data para eleição do Conselho Seccional.
A terceira iniciativa ocorreu com a eleição realizada no dia 22 de 
julho de 1977, convocada através de edital publicado no Jornal Boa Vista 
no dia 16 de julho do corrente ano. Dessa vez as umas deram a vitória para 
a chapa “Sobral Pinto”, encabeçada por Edmundo Evelin Coelho.
VM RESGATE HISTÓRICO
A Diretoria do Conselho foi composta por:
Edmundo Evelin Coelho (presidente) 
Aurélio Távora Buarque (vice)
Zelite Andrade (1“ secretária) 
Francisco Campeio (2° secretário) 
Areolino Pires Pereira (tesoureiro)^
Interessante observar que no episódio da fundação da OAB Roraima 
apenas dois advogados decidiram a eleição, pois dos 26 que depositaram 
o voto nas umas, 24 participavam das chapas: 12 em cada uma.
Quem eram eles? Apesar dos nossos esforços, não conseguimos 
identificar os nomes desses dois profissionais da advocacia.
Ata histórica da fundação da OAB/RR
Nessas alturas, pensava-se que havia acontecido o nascimento da OAB 
Roraima. Puro engano. As dores do parto ainda continuariam por longo tempo.
Edm undo ganhou as eleições com 14 votos contra 12 do 
concorrente. G anhou, mas não levou. Com a derrota da chapa 
“Liberdade Democrática” , liderada por Silvio Sebastião de Castro 
Leite, o grupo perdedor protocolou um processo no Conselho Federal 
pedindo a anulação do resultado das eleições.
A seguir transcrevemos na íntegra a ata da Assembléia GeraP do 
dia 5 de julho de 1977, a única que foi resgatada do bico dos cupins, que 
devoraram quase todos os documentos antigos da OAB/RR:
Ata da fundação, eleição da diretoria e do Conselho Seccional, da Seção de 
Roraima, da Ordem dos Advogados do Brasil, realizada em cinco de julho de 
mil novecentos e setenta e sete, no Salão de Reuniões do Júri, do Fórum de 
Boa Vista, às 15 horas. Aos cinco dias do mês de julho do ano de mil novecentos 
e setenta e sete, às quinze horas, no Salão de Reuniões do Tribunal de Justiça 
de Boa Vista, capital do Território Federal de Roraima, situado na praça do 
Centro Cívico, reuniram-se em assembléia geral, os advogados com escritórios 
e residências nesta circunscriçâo judiciária, convocados por edital publicado 
no Jornal Boa Vista, edição do dia 25 de junho de 1977 e no Boletim Oficial, 
edições dos dias 24 e 27 de junho e ainda na edição de 30 de junho, conforme 
lista de presença assinada por todos os presentes e que passa a fazer parte 
integrante desta ata. Constatada a existência do número legal de advogados
OAB RORAIMA
presentes à reunião, foi convidado o advogado Aurélio Távora Buarque, inscrito 
na Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do Amazonas, sob o número A- 
18, com escritório na av. Nossa Senhora da Consolata, 176-E, nesta cidade, 
para presidir os trabalhos, que convidou a mim, Zelite Andrade, advogada 
inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do Amazonas, sob o número 
900, com escritório na av. Santos Dumont, 196, para secretariar os trabalhos. 
Em seguida, foi procedida a leitura da ordem do dia pelo Sr. Presidente, 
consoante as publicações dos já referidos editais, cujo teor passo a transcrever: 
“Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do Território Federal de Roraima, 
em organização. Edital de Convocação de Advogados - Ficam convidados 
por este edital todos os advogados militantes no Território de Roraima a 
comparecerem às 15 horas do dia 5 de julho de 1977 na sede do Fórum de Boa 
Vista para o fim de deliberarem sobre a fundação da Secção Territorial da 
Ordem dos Advogados do Brasil, eleger seu Conselho Seccional, sua primeira 
diretoria e a comissão auxiliar da diretoria. Boa Vista (RR), 24 de junho de 
1977. Edmundo Evelin Coelho - presidente, Zelite Andrade - membro, Oscar 
Leopoldo de Almeida - membro”.
Observe os objetivos do Edital de Convocação dos Advogados: Primeiro, 
fundação da OAB/RR; segundo, eleição do Conselho Seccional; terceiro, 
eleição da diretoria da entidade; quarto, eleição da Comissão auxiliar.
E a Ata continua informando o que aconteceu naquele dia 5 de 
julho de 1977, no auditório do Palácio da Justiça:
Após a leitura, o advogado presidente, Aurélio Távora Buarque, referiu-se à 
reunião preparatória realizada no mesmo local, no dia 22 de junho de 1977 e 
com a presença de dezenove advogados, na qual foi eleita por votação direta e 
secreta, uma comissão composta dos advogados: Edmundo Evelin Coelho,
Zelite 
Andrade e Oscar Leopoldo de Almeida, com o fim de promover os atos 
necessários e legais, com vistas à fundação da Secção de Roraima, da Ordem 
dos Advogados do Brasil. Declarou que a referida Comissão tomara as 
providências necessárias aos fins já mencionados, propiciando a realização desta 
Assembléia Geral. Pela secretária foi lida, então, a ata dessa reunião, com geral 
aprovação. Prosseguindo, o Sr. Presidente, tendo em vista que a primeira parte 
da ordem do dia, tratava da fundação da Secção de Roraima, da Ordem dos 
Advogados do Brasil. Nessa ocasião, foi pelo advogado presidente, declarada 
fundada a Secção de Roraima, da Ordem dos Advogados do Brasil.
Conforme registro feito pela secretária da Assembléia Geral, 
advogada Zelite Andrade, no dia 7 de julho de 1977 foi fundada a Ordem 
dos Advogados do Brasil, no Território Federal de Roraima.
UM RESGATE HISTÓRICO
Mas vamos cm frente. Observe o desfecho da assembléia dos 
advogados no dia 5 de julho de 1977:
Passou-se então a segunda parte da ordem do dia Eleição do Conselho 
Sectional Depois de varias manifestações de diversos advogados presentes, 
fitou estabelecida a apresentação dc duas chapas, com 12 (doze) nomes cada, 
para composição do Conselho Sectional Chapas denominadas “Sobral Pinto” 
e “Liberdade Democrática” Procedeu-se então a votação, ao fim da qual os 
escrutinadorcs Martha Mana de Rezende e Nelson Costa, anunciaram o 
resultado de 13 votos para a chapa “Sobral Pinto” e 13 votos para a chapa 
“Liberdade Democrática”, verificando-se, portanto, o empate entre ambas 
Para a solução do impasse, foi sugerido pelo advogado Luiz Ritler Britto de 
Lucena, para, digo, nova votação sem chapas predeterminada, deixando-se a 
critério do eleitor a formação do seu sufrágio Contudo, surgiram protestos e 
manifestações diversas, ja expressamente em nome da corrente “Liberdade 
Democrática”, insistindo com veemência no adiamento da eleição do 
Conselho Seccional e demais itens da pauta da ordem do dia, para daí a 30 
dias O Sr Presidente tentou submeter os assuntos a votação, porém, os 
advogados integrantes da ala “Liberdade Democrática” demonstraram-se 
intransigentes, retirando-se em bloco do plenário, para o fim de esvaziarem 
o quorum legal Constatada, então a inexistência desse quorum para 
prosseguimento dos trabalhos o Sr Presidente declarou suspensa a assembleia, 
para continuação quando houvesse condições legais Pelo Presidente da 
Com issão, foi declarado que esse orgâo adotaria im ediatam ente as 
providências necessárias para a convocação da nova assembléia, a fim de 
ultimar a pauta da eleição dos órgãos dirigentes da nova secção ja fundada, 
tendo em vista, não ser válida, por não ter sido submetida à deliberação 
dessa assembleia, a proposição do adiamento por 30 dias da corrente 
“Liberdade Democrática” Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a sessão, 
do que, para constar, eu, Zelite Andrade, lavrei a presente, que lida e achada 
conforme, vai assinada por quem de direito Boa Vista, 5 de julho de 1977
Um total de 26 advogados participou da primeira assembleia para 
fundação da OAB/RR e assinou a ata supracitada.
Se naquele momento eles não conseguiram eleger o Conselho 
Seccional, pelo menos conseguiram criar a entidade. Se antes não 
receberam nenhum troféu por essa façanha, pelo menos agora terão seus 
nomes eternizados nestas páginas.
Apesar do provérbio que diz que “as glónas que vêm tarde já vêm 
frias”, preferimos dar ouvidos ao ditado popular que afirma que “antes 
tarde do que nunca”.
OAB RORAIMA
A seguir transcrevemos a relação dos advogados, por ordem 
alfabética, que participaram e assinaram a ata da assembleia para criação 
da OAB Roraima (instalada dois anos depois):
—> Alci da Rocha
Areolino Pires Pereira 
Aurélio Távora Buarque 
Clênio Romeo Correa 
Edmundo Evelin Coelho 
-4 Edson Seixas Rodrigues
—> Francisco Campeio
—> Francisco de Aguiar e Xerez
—> Gerardo W. da Fonseca e Silva
—» Joaquim Neves Roberto
—> Jonas Ferreira da Silva
—> José Cândido Leal de Ávila
—> José Carlos Duardes Boabaid
-4 José Machado de Oliveira
—> Laudi Mendes de Almeida
—> Luiz Ritler Brito de Lucena
-4 Luiz Rosalvo Indruziak Fin
Martha Maria de Rezende 
Nelson da Costa 
—> Onias Rodrigues de Moura
—> Oscar Leopoldo de Almeida
Paulo Silveira de Ávila 
Silvio Sebastião de Castro Leite 
—> Thales Chaves de Moraes
Vera Regina da Silveira Medina 
Zelite Andrade Carneiro
Nova tentativa para instalar a OAB/RR
Depois de mais de dois anos de espera, sem nenhuma decisão do 
Conselho Federal, os advogados do Território Federal de Roraima 
tentaram novamente instalar o Conselho Seccional da OAB/RR.
Assim, através de “Edital de Convocação de Advogados” , 
publicado no Boletim Oficial do dia 23 de julho de 1979 e oo Jornal Boa
UM RESGATE HISTÓRICO
Vista dos dias 29 de julho e 12 de agosto, a categoria foi chamada para 
nova eleição marcada para o dia 17 de agosto do mesmo ano.
Aqui, o edital aparece assinado por uma Comissão Organizadora 
composta pelos advogados Joaquim Neves Roberto (presidente), 
Hesmone Saraiva Grangeiro e José Machado de Oliveira,(membros).
Dessa vez Hesmone Grangeiro foi eleito, mas também não levou. 
O Conselho Federal não homologou o resultado nem da primeira nem 
da segunda eleição. Ambas foram anuladas.
Conselho Federal delibera por nova eleição
A instalação do OAB/RR foi agilizada no Rio de Janeiro, a partir 
de uma decisão tirada na 1.386“ sessão da 49“ Reunião Ordinária do 
Conselho Federal (Conselho Pleno) da Ordem dos Advogados do Brasil, 
realizada no dia 28 de agosto de 1979.
Finalmente.
Na ordem do dia, foi chamado a julgamento o Processo CP. N° 1.980/77. 
Assunto: Criação da Seção do Território Federal de Roraima da Ordem dos 
Advogados do Brasil. Relator, conselheiro Raul de Sousa Silveira. Vista: Ao 
conselheiro Clóvis Ferro Costa. O conselheiro Ferro Costa leu a sua 
manifestação em derredor do pedido de vista, tendo discutido a matéria os 
conselheiros George Tavares e Sylvio Curado, enquanto que o conselheiro 
José Julio Cavalcante de Carvalho levantou uma questão de ordem sobre a 
com petência do Plenário, tendo o Sr. Presidente decidido a mesma, 
confirmando tal competência. O conselheiro Raul de Sousa Silveira, na 
qualidade de relator do processo, declarou que concordava com as conclusões 
do voto do conselheiro Ferro Costa, mas discordava, por inteiro, quanto aos 
seus fundamentos. Colocada em votação a manifestação do conselheiro Ferro 
Costa, a ela fez um adendo o Sr. Presidente, no sentido de que o delegado do 
Conselho Federal convoque uma Assembleia Geral para as eleições; exerça 
a sua respectiva presidência; dê posse aos eleitos e instale o Conselho 
Seccional. O Plenário aprovou o voto com o adendo do presidente Seabra 
Fagundes por unanimidade. (Ata assinada por Eduardo Seabra Fagundes - 
presidente, e por J. Bernardo Cabral - secretário geral)*
O próximo passo para a instalação da OAB/RR foi dado com a 
publicação da Resolução N®. 95/79 no Jornal Boa Vista ^edição do dia 
21 de novembro do mesmo ano, assinada pelo presidente do Conselho 
Federal, Eduardo Seabra Fagundes.
OAB RORAIMA
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
CONSELHO FEDERAL 
RIO DE JANEIRO (RJ)
RESOLUÇÃO N" 95/79
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, no uso das atribuições que 
lhe são conferidas pelo Estatuto promulgado pela Lei n° 4.215, de 27 de abril de 1963.
Resolve:
Designar a Comissão Especial, composta dos senhores conselheiros 
doutores Clóvis Ferro Costa, Jayme Queiroz Lopes e Sylvio Curado para, de acordo 
com a decisão deste Conselho Federal, instalar a Secção do Território Federal de 
Roraima, convocando e fazendo realizar a primeira Assembléia Geral dos 
Advogados do Território, empossando e instalando o Conselho que for eleito.
Registre-se, publique-se e cumpra-se.^
Rio de Janeiro, 09 de novembro de 1979.
Eduardo Seabra Fagundes 
Presidente
Nessa mesma edição, o Conselho Federal publicou um edital 
convocando os advogados roraim enses para eleição e posse dos 
conselheiros seccionais e, consequentemente, a instalação da OAB/RR.
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, por seus delegados 
especiais, consoante Resolução n®. 95/79, convoca os advogados em exercício 
profissional no Território Federal de Roraima para comparecerem no edifício 
do Fórum de Boa Vista, RR (Centro Cívico), às 16 (dezesseis) horas do dia 26 
(vinte e seis) de novembro corrente, a fim de assistirem à instalação da Secção 
do Território Federal de Roraima, a procederem à eleição, até às 17 horas, e 
posse do Conselho Seccional eleito, com mandato a terminar dia 31 (trinta e 
um) de janeiro de 1981 (mil novecentos e oitenta e um). Após a referida posse, 
o Conselho Seccional se reunirá para eleição e posse da Diretoria da Secção e 
da Comissão Auxiliar e eleição dos Delegados junto ao Conselho Federal. ^
Boa Vista (RR), 21 de novembro de 1979.
Sylvio Curado 
Jayme Queiroz Lopes 
Clóvis Ferro Costa
VM RESGA TE HISTÓRICO
Data mágica: 26 de novembro de 1979
De fato e de direito, o dia 26 de novembro de 1979, foi a data da 
instalação da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Roraima. 
Nesse dia foram eleitos os 12 conselheiros seccionais, que por sua vez 
elegeram Hesmone Saraiva Grangeiro como presidente da Ordem e José 
Machado de Oliveira como vice-presidente.
O resultado da eleição foi registrado pelo Jornal Boa Vista^ o 
jornal de maior circulação na capital do Território de Roraima. E 
sendo veículo de comunicação do Governo do Território, funcionava 
no mesmo prédio do Boletim Oficial, que em í® de janeiro de 1984 se 
transformou em Diário Oficial.
A eleição para composição da primeira Diretoria da OAB-RR 
aconteceu na sede do Fórum Advogado Sobral Pinto.
Ali a entidade funcionou no 1® andar, sala 92, desde seu nascimento até 
dia 22 de janeiro de 1993. A partir desta data passou a funcionar em prédio 
próprio construído na gestão de Hesmone Saraiva Grangeiro na avenida Ville 
Roy, n® 1.833 (mudado para 4.284), no bairro Aparecida.
Ao longo de seus 27 anos de história (1979/2(X)6), a OAB-RR teve oito 
presidentes eleitos: Hesmone Grangeiro, Zelite Andrade, Paulo Batista, Nelson 
da Costa, Wedner Cavalcante, Almiro Mello Padilha, Ednaldo do Nascimento 
e Antonio Oneildo Ferreira.
Vale ressaltar que Hesmone Grangeiro ocupou a Presidência da 
OAB/RR por mais de 10 anos. De 26/11/1979 à 31/01/1981; de l®/02/ 
1983 à 31/01/1987 e de l®/02/1989 à 16/06/1994, quando se afastou da 
Ordem para se candidatar a deputado estadual.
Quase dois anos depois, Hesmone sofreu um enfarto, vindo a 
falecer em Brasília no dia 10 de maio de 1996, aos 58 anos de idade.
Duração dos mandatos
No dia 26 de novembro de 2006 a Ordem dos Advogados do Brasil, 
Seccional de Roraima, completou 27 anos de fundação e teve 12 Conselhos.
No próximo capítulo apresentaremos a composição das diretorias 
e o nome dos conselheiros eleitos ao longo da história da OAB Roraima.
Lembramos que com a Lei n°. 4.215, de 27de abril de 1963, o mandato 
de cada Conselho era de dois anos e a Assembleia Geral elegia o Conselho 
Seccional, que por sua vez escolhia a diretoria desse Conselho.
OAB RORAIMA
Com a edição da Lei n®. 8.906, de 4 de julho de 1994, que revogou 
a lei anterior, vieram as eleições diretas, antiga reivindicação e conquista 
da classe dos advogados.
A partir de então, o mandato aumentou de dois para três anos e a 
Assembleia Geral passou a eleger a chapa completa, com a indicação 
dos candidatos aos cargos da diretoria do Conselho Seccional, de 
conselheiros seccionais, de conselheiros federais, da diretoria da Caixa 
de Assistência dos Advogados e dos suplentes a todos os cargos.
CONTEXTO HISTÓ R ICO
Para efeito de contextualizar o ano 1977, quando aconteceu a 
criação da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de Roraima, 
informamos que Boa Vista contava com uma população estimada de 
5 1,300 habitantes e o prefeito da capital roraimense era Júlio Martins.^
O governador do Território Federal de Roraima era o coronel 
Fernando Ramos Pereira. Na época, o Território era geograficamente 
dividido em apenas dois municípios: Boa Vista e Caracaraí.
Por outro lado, o Brasil batia continência para a ditadura militar e 
o presidente da República era o general Ernesto Geisel.
Coincidentemente, também foi o ano da inauguração da BR - 174, 
trecho Manaus/Boa Vista.^ Estrada de chão, é claro.
Ainda em 1977, sob a direção geral do radialista Galvào Soares, a 
Rádio Difusora Roraima comemorou seus 20 anos de atuação.
Ela foi inaugurada no dia 4 de janeiro de 1957, no Governo José 
Maria Barbosa e a solenidade contou com a presença do então presidente 
da República, Juscelino Kubitschek.’
ORDEM DOS ADVOGADOS EM RORAIMA 
Referências & Anotações
' Disponível no site www.oab.org.br. Acesso em 2 l/abril/2006.
 ^Cópia do Processo CP n®. 1.944/77, originário do Território Federal de Roraima. 
Arquivo da OAB/RR.
 ^Zelite Andrade. Ata da Assembléia Geral dos Advogados. Boa Vista, 5/julho/ 
1977. Arquivo da OAB/RR.
VM RESGATE HISTÓRICO
* Eduardo Seabra Fagundes & J. Bernardo Cabral. Ata da 1386* Sessão da 49* 
Reunião Ordinária do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Rio 
de Janeiro, 28/agosto/1979. Arquivo da OAB/RR.
 ^Resolução n“. 95/79. (Conselho Federal da OAB). Jornal Boa Vista. Boa Vista,
2 1/novembro/l979. (p. 4) Acervo da Imprensa Oficial de Roraima.
Ordem dos Advogados do Brasil (Conselho Federal da OAB). Jornal Boa Vista. 
Boa Vista, 2 1/novembro/1979. (p. 9) Acervo da Imprensa Oficial de Roraima.
’’ Dados colhidos no Escritório do IBGE em Boa Vista (RR).
* Aimberê Freitas. Geografia e história de Roraima. Boa Vista: DLM, 2001. (p. 28) 
Difusora: 20 anos de integração. Jo rna l Boa Vista. Boa Vista, 12/janeiro/1977.
(p. 12) Acervo do E.spaço Cultural Marreta.
f PROEM 0 0 8 A0VOOAO08 0 0 BRA8II.
CONSELHO FEDERAL 
RIO Oe JANEIRO, RJ 
R E S O L O Ç A O N*M /7f
O PRESIDENTE DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO SRA8IL. NO 
USO OAS ATRISUIÇOES OWE LHE SAO CONFEMOAS FELO ES­
TATUTO PROMULQADO PELA LEI H« 4.218. DE 27 DE ABRIL OE 
1M9.
R E S O L V E :
Om Isimt ConUiU o EepeeiM. eompoMt doa SmUim m Cm m MMtm 
OowtorM CLOVIS FERRO COSTA, JAYME QUEIROZ LOPES • SYLVIO CU- ' 
HAOO para. da aeaida aam a dadasa daata c«waM e FadaaaL MaMW a Sa- 
çSa da TanttSrta Fadara# da Rarafena, raawiaaiido a Maaad» - t r " t r - a Pri.
melra AaaamhWe OerM de Adwgadee de TerhMrlo, aiiMeaewde a wewan.do e Canaame qua fe» aMto.
RiBlilra aa. paSSqaa aa a awd v m aa.
Ma da Janalm, M da meavmSr* da tsrt.
EDUARDO SEABRA FAOUNDES Jornal Boa Vista,
21 /novembro/1979
Ordnm do# Advogados do Brooll
0 Conseina Faearat da OMam doa Advogados do Biaw, po< seus Oeie 
gados especiais, consoante Resoluc4o n- 95/79, convoca os advoyaoos em e>er- 
clcio prohssonal noTemtOno Federai de Rovairna paia comparecerem no Ediiicio 
do Fdrum de Boa Visa, RR (Cemro CtvicolAs 18 r» m m i) Fa do d a 26 (ene e se­
is/ de rtovemPro corrente atimde asa retirem 4 m alaeào de SecpSo do Tetniorrei 
Federal de Rorarme, 8 procederem i eleição, atã te 11 horas, e posse do 
Consetno Seccional aleao com mandato a terminar a 31 (tnraa t um) de janeec, oe 
1991 (milnovecenioseoneniae um) Apâs a relenda posae, o Consemo Secoonai 
se reunira para eleição e posae da Oireuna da Seccãd e da ComresAo Auaii«i e 
eieiçáo dos Delegados junto ao Conseino Federai
Boa Vislâ (RRi em 2i i e novemp-ode 1979 
Sylvio Curado 
Jayme Que<ro2 Lopez 
Ctovm Ferro Costa
Jornal Boa Vista,
2 1/novembro/l 979
REALIZAÇÕES DA OAB/RR 
(1979 - 2006)
O advogado Hesmone Saraiva Grangeiro foi um dos fundadores 'da
Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Roraima. 
Ocupou a Presidência da OAB Roraima por seis vezes e atuou como 
presidente por mais de dez anos. Também foi conselheiro federal por 
duas vezes. No biênio 1987/1989 e no triênio 1995/1997.
Nos seus 27 anos de existência a OAB/RR teve 12 Conselhos. 
Hesmone Grangeiro foi presidente dos seguintes Conselhos: T, 3®, 4®, 6®, 7® 
e 8®. Assim sendo, seu mandato foi intercalado por outros dois.
Apresentaremos a seguir os presidentes e vice-presidentes dos 12 
Conselhos da Casa do Advogado. Ou seja, desde sua fundação em 1979, 
até o ano de 2006.
Lembramos que no 2° Conselho Seccional Zelite Andrade Carneiro 
renunciou e foi substituída por Paulo Batista Gomes, substituído por 
Nelson da Costa; no oitavo Conselho Hesmone Grangeiro renunciou e 
Almiro José Mello Padilha assumiu em seu lugar; e no décimo primeiro 
Conselho foi Almiro Padilha quem renunciou e Antonio Oneildo Ferreira 
foi eleito como seu sucessor para terminar o mandato.
Relembramos também que nos seus 27 anos de história a OAB/ 
RR teve oito presidentes. Uns eleitos pelo Conselho Seccional, outros 
diretamente pela classe dos advogados. São eles: Hesmone Saraiva 
Grangeiro, Zelite Andrade Carneiro, Paulo Batista Gomes, Nelson da 
Costa, Wedner Moreira Cavalcante, Almiro José Mello Padilha, Ednaldo 
do Nascimento Silva e Antonio Oneildo Ferreira.
No entanto, enfatizamos que não estamos enumerando aqui os vice- 
presidentes que atuaram como presidentes interinos.
UM RESGATE HISTÓRICO
Indiferente do tempo de mandato, reconhecemos que todos aqueles 
que ocuparam a Presidência da Ordem dos Advogados do Brasil 
procuraram “tornar conhecido o desconhecido, tornar possível o 
impossível” ' com o objetivo de enaltecer o nome da OAB Roraima e de 
construir uma sociedade mais justa, pacífica e solidária.
Todos tentaram mostrar que nunca haverá justiça social se não 
houver respeito aos direitos individuais e coletivos das pessoas. Nem 
haverá paz no m undo se não houver liberdade responsável e 
comprometida com a preservação da família, do meio ambiente e das 
instituições sociais.
De uma forma ou de outra, todos semearam e colheram justiça, 
em atos e atitudes, no discurso e na prática, pois sabiam que “as 
idéias com que alimentam os as nossas mentes hoje constroem as 
nossas vidas am anhã. (...) N ós nos tornam os as h istó rias que 
ouvimos, venham de onde vierem - dos filmes, da televisão, da 
imprensa, dos amigos, dos políticos, dos livros” .^
Sem exceção, todos os presidentes enfrentaram problemas para 
administrar a OAB Roraima, devido a fatores econômicos e políticos, já 
que o trabalho da instituição constantemente batia de frente com interesses 
particulares de empresários e grupos políticos avessos a mudanças.
N as p á g in a s s e g u in te s re g is tra re m o s a lg u m a s a çõ es 
realizadas pela Ordem dos Advogados do Brasil ao longo de sua 
histórica cam inhada no Território Federal de Roraim a e, a partir 
de 1988, no Estado de Roraima.
Antes, porém, ^ resentamos uma síntese com o nome dos presidentes 
e vice-presidentes dos Conselhos Secionais da OAB/RR (1979 - 2006).
1“ G estão-26/11/1979 a 31/01/1981 
Presidente: Hesmone Saraiva Grangeiro 
Vice: José Machado de Oliveira
2“ Gestão - 1702/1981 a 31/01/1983
Presidente: Zelite Andrade Carneiro
Vice: Francisco de Aguiar e Xerez
(28/07/1982 - Paulo Batista Gomes assumiu a Presidência)
(5/10/1982 - Nelson da Costa foi eleito para terminar o mandato)
OAB RORAIMA
3“ G estão - l®/02/1983 a 31/01/1985 
Presidente: Hesmone Saraiva Grangeiro 
Vice: Ivanüdo Pinto de Melo
4“ Gestão - 1702/1985 a 31/01/1987 
Presidente: Hesmone Saraiva Grangeiro 
Vice: Vilmar Francisco Maciel
5“ Gestão - r/02/1987 a 31/01/1989 
Presidente: Wedner Moreira Cavalcante 
Vice: Lavoisier Amoud da Silveira
6“ G estão - r/02/l989a31/01/1991 
Presidente: Hesmone Saraiva Grangeiro 
Vice: Vilmar Francisco Maciel
7“ G estão - r/02/199I a31/01/1993 
Presidente: Hesmone Saraiva Grangeiro 
Vice: Maria Dilmar Paulino
8“ Gestão - r/02/1993 a 31/01/1995 
Presidente: Hesmone Saraiva Grangeiro 
Vice: José Pedro de Araújo
(16/06/94 - José Pedro assumiu a Presidência interinamente) 
(26/07/94 - Almiro José Mello Padilha foi eleito presidente para 
terminar o mandato)
9“ Gestão - r/02/1995 a 31/12/1997 (triênio)
Presidente: Almiro José Mello Padilha 
Vice: Messias Gonçalves Garcia
10“ Gestão - r/01/1998 a 31/12/2000 
Presidente: Ednaldo do Nascimento Silva 
Vice: Messias Gonçalves Garcia
i r G estão- r / o 1/2001 a 31/12/2003 
Presidente: Almiro José Mello Padilha
UM RESGATE HISTÓRICO
Vice: José Fábio Martins da Silva
(26/07/01 - Fábio Martins assumiu a Presidência interinamente)
(22/10/01 - Antonio Oneildo Ferreira foi eleito presidente para 
terminar o mandato)
12“ Gestão - r/01/2004 a 31/12/2006
Presidente: Antonio Oneildo Ferreira
Vice: Maria Dizanete de Souza Matias
Antecedendo as ações de cada Conselho Seccional, divulgaremos 
o nome dos membros da diretoria e dos conselheiros de cada gestão. 
Desta forma o leitor poderá conhecer as pessoas que estiveram no 
comando da Casa do Advogado ao longo dos seus 27 anos de existência 
efetiva e que ajudaram direíamente na construção de sua história.
Detectam os que sem pre existiu um a certa rotatividade de 
advogados no Conselho - substituições periódicas devidos a problemas 
de saúde, viagem, mudança de domicílio, etc. - e, assim sendo, muitos 
nomes deixaram de ser registrados, por dificuldade de controle.
REALIZAÇÕES E FEITOS DA OABIRR 
Referências & A n o ta ç õ e s
' Matthew Kelly. O ritmo da vida. Rio de Janeiro: Sextante, 2006. (p. 157) 
 ^ Idem, p. 63
5.1.
PRIMEIRO CONSELHO 
(1979 - 1981)
Diretoria do Conselho Seccional'
Hesmone Saraiva Grangeiro (pres.)
José Machado de Oliveira (vice)
José Dutra do Prado (1® see.)
Nelson da Costa (2° see.)
Francisco de Aguiar e Xerez (tes.)
Conselheiros Seccionais
Antônio Ferreira Anunciação Neto
Geraldo João da Silva
José Carlos da Silveira
Joaquim Neves Roberto
Jonas Pereira da Silva
Laudi Mendes de Almeida
Rosikler Ribeiro Amaral Maciel da Silveira
Conselheiros Federais 
Evaristo de Morais Filho 
Luiz Eugênio Haddock Lobo 
Virgílio Luiz Donicci
S Eleição: 26 de novembro 1979 
Mandato: 26/novembro/1979 a 31/janeiro/1981
UM RESGATE HISTÓRICO
Prímdto M^nà^io 4c 
HESMONE SARAIVA GRANGEIRO
o
que é Justiça? O professor Júlio C ésar Tadeu Barbosa 
escreveu que “pode-se d izer com segurança que o in­
teresse prim ordial do homem sobre a Terra é a ju stiça . A fim de 
estabelecê-la e m antê-la os hom ens se agruparam e criaram suas 
institu ições. G rosso m odo, pode-se dizer, toda organização so­
cial existe a fim de obter a realização da ju s tiç a” .^
O caminho do acesso à justiça:
A magistratura é tão-somente um dos vértices daquilo que é chamado o 
triângulo judiciário. Nos outros dois estão o Ministério Público e a Advocacia. 
A sua formação-base é a mesma, as Faculdades de Direito. A proliferação 
destas, o aviltamento dos níveis de ensino - fenômeno que não se restringe ao 
ensino do Direito - , gera advogados, juizes e promotores com formação defi­
ciente, com evidentes reflexos na administração da justiça pelo Estado.
Deve ser ressaltado, entretanto, que não é só de bons juizes, qualificados 
intelectual e moralmente, que se necessita, mas também de promotores públi­
cos, policiais e advogados, pois sem eles não será possível fazer-se Justiça.^
A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Roraima, é 
uma dessas organizações sociais que nasceram com a missão de 
defender os direitos humanos e facilitar o acesso do cidadão à justiça. 
Missão impossível? Sim e não.
O certo é que a partir de agora o leitor vai tomar ciência da luta 
dos conselheiros da OAB/RR na perseguição desse ideal.
Notícia da instalação da OAB/RR
Pelo que pudemos apurar, a primeira noticia publicada na impren­
sa escrita sobre a existência da Ordem dos Advogados do Brasil, 
Seccional de Roraima, ocorreu no Jornal Boa Vista, edição de domingo, 
do dia 2 de dezembro de 1979.
Consideramos oportuno esclarecer que em 1979, no Território Fe­
deral de Roraima, a imprensa escrita se resumia no Boletim Oficial, no 
Jornal Boa Vista e no O Roraima.
Na década de 80, além dos jornais citados, surgiram a Folha de 
Roraima e O Observador (1980), A Gazeta (1981), Folha de Boa Vista
OAB RORAIMA
(1983), Tribuna de Roraima (1986), O Jornal, A Critica de Roraima e 
Diário do Povo (1988) e O Estado de Roraima (1989)/
Ao garimpar informações nos arquivos da Imprensa Oficial de 
Roraima, nos diários Folha de Boa Vista e Brasil Norte, e em alguns 
semanários, tivemos uma certeza: se o jornal não existisse, seria preciso 
inventá-lo ontem, pois jornal tem memória e memória é história.
Sendo assim, divulgamos na íntegra essa matéria histórica, que 
fala da instalação de fato e de direito, da OAB Roraima.
ORDEM DOS ADVOGADOS EMPOSSA NOVA DIRETORIA
Em reunião que contou com a presença de todos os representantes da 
classe e mais três delegados, membros do Conselho Federal da Ordem dos 
Advogados do Brasil, foi eleita e empossada a primeira Diretoria da Seção 
Regional da Ordem dos Advogados de Roraima, na última segunda-feira, em 
dependências do Palácio da Justiça.
A Seção Regional da Ordem dos Advogados de Roraima, entidade que 
congrega os advogados que exercem suas atividades profissionais neste Terri­
tório, foi criada em 5 de julho de 1977, conforme decisão unânime do Conse­
lho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Naquela ocasião foi efetivada 
a eleição para escolha de sua diretoria, havendo sido a mesma anulada pelo 
Conselho Federal. Em 17 de agosto de 1979 foi realizada outra eleição, esta 
novamente anulada, também pelo Conselho Federal.
Finalmente, na última segunda-feira, 26 do corrente, foi procedida uma 
nova eleição, desta feita sob a supervisão de três delegados, membros do Con­
selho Federal, os advogados: Dr. Sylvio Curado, Dr. Jayme Queiroz Lopes e 
Dr. Clovis Ferro Costa, que para até aqui se deslocaram com a finalidade de 
prestigiar e supervisionar o evento.
Esta última eleição foi finalmente homologada, sendo escolhida a pri­
meira diretoria da entidade já em caráter definitivo com o seguinte resultado 
nesta Assembleia Geral dos Advogados roraimenses: Conselho Seccional - 
formado por 12 votos - Antônio Ferreira Anunciação Neto, Francisco de Aguiar 
e Xerez, Geraldo João da Silva, Hesmone Saraiva Grangeiro, José Machado 
de Oliveira, José Carlos da Silveira, Joaquim Neves Roberto, José Dutra do 
Prado, Jonas Pereira da Silva, Laudi Mendes de Almeida, Nelson da Costa e 
Rosicler Ribeiro Amaral da Silveira.
A diretoria. Esta diretoria foi eleita pelos 12 conselheiros entre si. Pre­
sidente - Hesmone Saraiva Grangeiro, vice-presidente - José Machado de 
Oliveira, 1® secretário - José Dutra do Prado, 2® secretário - Nelson da Costa 
e tesoureiro - Francisco de Aguiar e Xerez.
A Comissão de Ética. Esta comissão também foi eleita pelos 12 conse­
VM RESGATE HISTÓRICO
lheiros entre si e compõe-se dos seguintes membros: Jonas Pereira da Silva, 
Antônio Ferreira Anunciação Neto e José Carlos da Silveira.
Delegados junto ao Conselho Federal. Igualmente eleitos pelos 12 con­
selheiros, foram escolhidos para representar a Seção de Roraima no Conselho 
Federal, os advogados: Luiz Eugênio Haddock Lobo, Virgílio Luiz Donicci e 
Evaristo de Morais Filho, todos advogados de renome.
A esta eleição da Ordem concorreu também uma outra chapa ‘sem 
nome’, obtendo apenas cinco votos.^
Convém observar que os três conselheiros escolhidos para repre­
sentar a Seccional de Roraima no Conselho Federal são advogados 
sediados no Rio de Janeiro. Assim ficou decidido porque a nova 
Seccional, com número reduzido de filiados, não teria recursos para 
bancar viagens para participar de reuniões do Conselho Pleno na Cida­
de Maravilhosa.
Sim, como já dissemos, apesar de Brasília ter sido inaugurada em 
1960, a transferência do Conselho Federal da OAB para o planalto cen­
tral ocorreu 26 anos mais tarde.
Terrorismo na sede do Conselho Federal
Um atentado a bomba, colocada numa correspondência destinada 
ao presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, 
Eduardo Seabra Fagundes, matou a funcionária Lyda Monteiro da Silva, 
com mais de quarenta anos de serviços prestados à entidade.
O ato terrorista aconteceu no Rio de Janeiro, no dia 27 de 
agosto de 1980. Cerca de 6 mil pessoas participaram do enterro de 
Lyda M onteiro, realizado em tom de protesto. Partindo da sede da 
OAB em direção ao Cem itério São João Batista, em Botafogo, a 
caminhada de oito km, marcada por faixas de muitas cores e tam a­
nhos, durou três horas e meia.
Segundo reportagem da Revista htoÈ, de 3 de setembro de 1980, “todo o 
percurso foi cumprido ao som do hino nacional e das palavras de ordem ‘O 
povo indignado repudia o atentado’ ou ‘Chega de omissão, exigimos puni­
ção’. (...) Das janelas dos edifícios vinham manifestações de solidariedade. 
Muitos moradores aplaudiam e alguns acenavam com panos negros”.®
Compartilhando com o sentimento de indignação e tristeza do Con­
selho Federal da OAB, a Seccional de Roraima publicou na imprensa uma 
Nota de Repúdio ao ato de terrorismo que vitimou Lyda Monteiro.
OAB RORAIMA
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
SECÇÃO DE RORAIMA
NOTA DE REPÚDIO
A Ordem dos Advogados do Brasil, Secção de Roraima, reunida em 
sessão extraordinária, realizada hoje, decidiu, por unanimidade, vir a público 
denunciar e repudiar veementemente os atos de terrorismo assassino que está 
assolando o País, numa verdadeira afronta às leis, às autoridades constituídas 
e às instituições nacionais, que culminam com a agressão a bomba levada a 
efeito contra a sede do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, 
órgão máximo de defesa da ordem jurídica e dos direitos humzmos, ocasião em 
que foi assassinada Dona Lyda Monteiro da Silva, secretária da entidade, onde 
prestava serviços há mais de 48 anos.
Confia esta Seccional na imparcial e imediata identificação e punição 
dos responsáveis por tão repulsivo ato de terror. ’
Boa Vista (RR), 29 de agosto de 1980.
Hesmone Saraiva Grangeiro 
Presidente da OAB/RR
Órgão de defesa dos direitos humanos 
Consta na Nota de Repúdio supracitada que o Conselho Federal 
da Ordem dos Advogados do Brasil, é o “órgão máximo de defesa da 
ordem jurídica e dos direitos humanos”.
Pois bem, precisamos deixar claro desde já a dimensão do que se­
jam direitos humanos, para evitar mal entendido. Enfim, defender direitos 
humanos não é defender bandidos, embora eles também tenham direitos 
como pessoas humanas, mesmo praticando atos desumanos.
Contudo, é bom que se diga que justiça e direitos humanos são 
inseparáveis. “A justiça só pode se dar a partir da democracia, e a demo­
cracia é uma exigência da justiça”.*
Coloco a seguir os direitos humanos fundamentais, de acordo com a 
classificação de L. J. MacFarlane, cientista social inglês, que os agrupa em 
três categorias: os direitos primários, os direitos civis e os direitos sociais 
e econômicos.
Tal classificação, com algumas diferenças, é a basicamente contida na 
Declaração universal dos Direitos Humanos, mas acrescida de alguns outros, 
como o direito de greve, nela não constantes.
Creio que a garantia dos direitos a seguir enunciados daria a qualquer 
sociedade um status de justiça (...) e deixo-os à reflexão dos leitores.
VM RESGATE HISTÓRICO
A - Os direitos primários:
1) O direito à vida (ou o direito a não ser morto).
2) O direito de não ser escravizado ou de não ser sujeito a trabalhos 
forçados.
3) O direito de não

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