Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
y OAB RORAIMA \Jvn resgate histórico A n to n io O neildo F e rre ira Presidente da OAB/RR J.V . M o rae s Autor Oh! Bendito o que semeia livros... livros de mão cheia... E manda o povo pensar! (Castro Alves) J.V. MORAES OAB RORAIMA Um resgate histórico Boa Vista - Roraima 2009 Copyright @ 2006 by J. V. Moraes Coordenação Editorial & Editoração Eletrônica J.V. Moraes Arte da Capa Heloisio S. Lobato Porto Foto da Capa Jorge Macêdo Revisão MUton José Piovesan Dados Internacionais de Catalogação*na-publicação (CIP) Elaborada pela Bibliotecária Shirdoill Batalha - CRB 573 M827o Moraes, J. V. OAB Roraima: um resgate histórico / J. V. Moraes. Boa Vista: Edição da OAB/RR, 2009. 432 p. : il 1 — História do Direito. 2 — Ordem dos Advogados do Brasil. 3 - Direitos Humanos. 4 - Roraima. I Título. C D U - 340(09) É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, através de quaisquer meios, desde que citada a fonte. AGRADECIMENTOS Queremos registrar aqui nossos agradecimentos a todas aquelas pessoas que colaboraram pessoalmente, e de boa vontade, com nossa pesquisa de campo, que resultou no resgate da história da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Roraima. Assim sendo, nosso muito obrigado: Presidente da OAB/RR, Antonio Oneildo Ferreira, que conven ceu-nos a realizar esse trabalho envolvente e construtivo; Ex-presidentes da OAB Roraima: Almiro José Mello Padilha, Ednaldo do Nascimento Silva, Wedner Moreira Cavalcante, Paulo Batista Gomes, Zelite Andrade Carneiro e Nelson da Costa; Advogados Areolino Pires Pereira, Luiz Rosalvo Indruziak Fin, João Pujucan Pinto Souto Maior, Wilson Roberto Ferreira Précoma, Lavoisier Amoud da Silveira, Alci da Rocha, José de Almeida Coelho, Edmundo Evelin Coelho; Advogadas Antonieta Magalhães Aguiar e Daysy Gonçalves Quintella Ribeiro; Elcilene Leitão de Oliveira, Lucília de Jesus Santos Nascimento, Luciana Moreira Sousa e Rebecca Carvalho de Assis, funcionárias da OAB/RR; Economista Getúlio Alberto de Souza Cruz, jornalistas Paula Cruz, Jessé Souza e Shirley Rodrigues, da Folha de Boa Vista; Etienne dos Santos N ogueira e Simone M enezes Fonteles, funcionárias da Folha; Valter Buss, Francisca Lumésia da Costa Ribeiro e Franklin Luiz Mendes de Carvalho, da Imprensa Oficial; Eudiene Martins e Aurilene de Oliveira Magalhães, do Brasil Norte; Gilberto Rosas, presidente do Sindsep-RR; Luis Cláudio de Jesus Silva, do Tribunal de Justiça de Roraima; Raimundo Nonato Gomes dos Santos e Maurício Zouen, da Universidade Federal de Roraima; Michel Ângelo dos Santos Silva, da Editora da UFRR; Francisco Moreira Holanda, da Gráfica Forbías; Maria Gleice Diogo da Fonseca, do Museu Integrado de Roraima; Maria Meire Saraiva Lima, da Casa da Cultura; Galvào Soares e Jacy de Souza Soares, do Espaço Cultural Marreta; Cristiana Benício Vieira, da Faculdade Roraimense de Ensino Superior (Fares). Plínio Vicente, Laucides O liveira, Fernando Q uintella e Ney Costa, os jornalistas; Maria Salete Aires Saraiva, viúva de Hesmone Saraiva Grangeiro; Alvanete Pereira Torres e Silva, irmã de Paulo Pereira Coelho; Ana Maria Leite, viúva dc Silvio Sebastião de Castro Leite; Elenilce Rodrigues de Sousa, Roberto Serafim Silva, Fabrício Furtado Almeida, Mauro Célio G da Costa e Geovan Sousa, da Copynet; Otoniel Ferreira de Souza com sua memória de computador. SUMARIO Apresentação: Antonio Oneildo Ferreira................................................. 9 1. Palavras Iniciais......................................................................................13 2. Histórico da Ordem dos Advogados do B rasil.................................. 15 3. Conselho Federal & Conselhos Seccionais....................................... 20 4. Ordem dos Advogados do Brasil em R oraim a..................................27 5. Realizações da OAB/RR (1979 - 2 0 0 6 ).............................................38 5.1. Primeiro Conselho (1979- 1981).........................................42 5.2 Segundo Conselho (1981 - 1983)............................................53 5.3. Terceiro Conselho (1983 - 1985).......................................... 69 5.4. Quarto Conselho (1985 - 1987)............................................79 5.5. Quinto Conselho (1987- 1989).............................................92 5.6. Sexto Conselho (1989- 1991)............................................. 107 5.7. Sétimo Conselho (1991 - 1993)..........................................121 5.8. Oitavo Conselho (1993 -1 9 9 5 )........................................... 143 5.9. Nono Conselho (1995 -1 9 9 7 ).............................................163 5 .10. Décimo Conselho (1998- 2000)........................................198 5.11. Décimo Primeiro Conselho (2001 - 2003).....................223 5.12. Décimo Segundo Conselho (2004 - 2006).....................266 6. Direitos e Prerrogativas...................................................................... 327 7. Audiências Públicas.............................................................................337 8. Concursos Públicos............................................................................ 353 9. Caso Paulo C oelho ............................................................................. 372 10. Perfil dos Ex-Presidentes................................................................. 400 10.1. Hesmone Saraiva G rangeiro..............................................401 10.2. Zelite Andrade Carneiro..................................................... 404 10.3. Paulo Batista G om es...........................................................407 10.4. Nelson da C o sta .................................................................. 409 10.5. Wedner Moreira Cavalcante...............................................412 10.6. Almiro José Mello Padilha.................................................414 10.7. Ednaldo do Nascimento S ilva............................................417 10.8. Antonio Oneildo Ferreira................................................... 420 11. Palavras Finais.................................................................................. 424 Abreviaturas & Siglas............................................................................. 426 Referências.............................................................................................. 428 O A uto r.....................................................................................................432 APRESENTAÇÃO 'm outubro de 2001, quando assumimos a Presidêneia da fOrdem dos Advogados do Brasil, Seccional de Roraima, constatamos a necessidade de se proceder um resgate histórico da entidade, com registro, sistematização de dados e fatos. Na ocasião fomos instados a m anifestar sobre fatos importantes, citamos como exemplo, o assassinato do conselheiro federal da OAB, Paulo Coelho, que ao procurar nos arquivos, nada encontramos. Pois bem. A partir desta inesperada constatação, procuramos saber as condições das pastas funcionais, atas, registros e demais arquivos, recebendo a estarrecedora informação de que estavam todos acomodados em condições inadequadas, o que ensejou uma completa revisão e atualização das pastas funcionais, despejo dos inquilinos consumidores de celulose (cupins e traças) e acomodação de todos os arquivos em compartimentos próprios. Assim como a memória histórica administrativa, funcional, contábil e burocrática, também a história institucional da OAB/RR encontrava-se totalmente comprometida, já que perdida em documentos e papéis estragados e amontoados. Essa falta de registro refletia inclusive no meio dos advogados, já que poucos sabiam informar a data de instalação de sua entidade, bem como sabiam pouco sobre fatos históricos institucionais relevantes em que a OAB/RR foi protagonista ou contribuiu de forma destacada. O trabalho que ora vem a lume supre, sem exaurir, de forma radical essa lacuna histórica institucional. É uma sistematização de dados e fatos colhidos de forma segura e responsável, já que utilizadas somente fontes objetivas e devidamente identificadas. Foram evitados todos os fatos controvertidos ou de teor subjetivo, mantendo o foco do presente trabalho OAB ROR UMA que c de registrar c historiar, com base em critérios metodológicos e científicos, a presença da OAB em Roraima. Uma história que se confunde com a história de Roraima. A presença da OAB, como protagonista, no período historiado, em todos os fatos políticos e jurídicos institucionais relevantes deste Estado, a coloca numa condição ímpar, de grande destaque, como única entidade de classe a ocupar essa posição. Há dois momentos, claramente identificados pelos fatos, no resgate histórico da OAB/RR. O primeiro, vai de sua fundação em 1979 até a instalação do novel Estado. Onde se constata um envolvimento combativo da Seccional de Roraima em atos somente praticados no período da ditadura militar, passando pelo intenso debate prc-constituinte c constituinte, com a realização de vários debates e seminários sobre esse tema. O segundo, a partir da instalação do Estado até novembro de 2006. Este período, já sob os auspícios da atual Constituição, é marcado praticamente pela luta da Seccional para a institucionalização do Estado. Uma luta que não deveria ter acontecido, já que o texto constitucional é muito claro quanto a forma de organização e funcionam ento da Administração Pública. Contudo, a mentalidade dos governantes que instalaram o novo ente federativo, implementaram práticas e gestões totalmente fora do esquadro legal e constitucional. Como exemplo, citamos a contratação dc servidores públicos sem a realização de concurso público, ferindo os princípios constitucionais da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, bem como com a nomeação ilegal de membros do Tribunal de Justiça de Roraima. A luta pela regular c constitucional institucionalização dos poderes e dos quadros funcionais do Estado foi intensa e intransigente. Neste combate a advocacia roraimense teve uma inestimável baixa: o assassinato do conselheiro federal da OAB, advogado Paulo Coelho. A história da institucionalização do Estado de Roraima é manchada com o sangue desse combativo advogado. Uma tragédia pessoal e institucional que não precisava ter acontecido, se os governantes, outrora constituintes de 1988, tivessem governado conforme a Constituição Republicana. N enhum a c lasse p ro fissiona l foi tão afetada e decisiva na institucionalização de Roraima quanto foi a da advocacia. A história da OAB/RR acontece no cotidiano dos fatos, mas não UM RESGATE HISTÓRICO se perde nos seus meandros. Ela tem uma unidade construída pela consciência corporativa e institucional presente em todos os atos e fatos registrados. Institucionalidade que realça e destaca sua atuação e contribuição para o aperfeiçoamento da cultura e das instituições. A presente obra tem o mérito de resgatar e registrar muitos atos e fatos institucionais de nossa história, embora muitos tenham se perdido, pela precariedade dos arquivos e registros, e outros, pela impossibilidade de acomodação em uma só obra. Mas, o conjunto atingiu plenamente os objetivos desejados, ficando o desafio para a construção de outras obras, não só para a atualização dessa história, como para expansão do caminho ora desbravado. A limitação do resgate histórico da OAB/RR a novembro de 2006, com a eleição da atual Diretoria, atende a necessidade de esperar a fixação da tinta do registro dos atos e fatos recentes. O olhar não pode ser muito próximo, sob pena de ficar vinculado aos fatos, nem muito distante, a ponto de se perder na precariedade dos arquivos. Por fim, cabe registrar que o presente trabalho não teria se concretizado se o autor não tivesse abraçado a causa com uma dedicação especial. Conhecemos J.V. Moraes através do livro de resgate histórico que ele fez para o Sindsep-RR. Descoberta que rendeu um tributo especial não só aos advogados, mas a toda sociedade roraimense. Boa leitura. Fratemalmente, Antonio Oneildo Ferreira Presidente da OAB/RR PALAVRAS INICIAIS ‘ ra uma vez... Não, não era uma vez. Vamos contar a história freal de uma personagem que tem 27 anos de idade (1979 - 2006). Mas sua origem data de 1843, ou seja, 163 anos atrás. Estamos falando da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Roraima, de Hesmone Saraiva Grangeiro, Zelite Andrade Carneiro, Paulo Batista Gomes, Nelson da Costa, Wedner Moreira Cavalcante, Almiro Mello Padilha, Ednaldo do Nascimento Silva, Antonio Oneildo Ferreira, e de outros 500 e tantos advogados roraimenses. O objetivo deste trabalho foi, desde o início, fazer um resgate histórico da jornada da OAB Roraima. Um projeto idealizado e acariciado por muitos anos pelo presidente da OAB/RR, Antonio Oneildo Ferreira. Projeto este, que, finalmente, depois de mais de um ano de exaustiva pesquisa e trabalho suado, foi concretizado para o bem geral da nação. Começamos de mãos vazias. Na OAB não existia quase nada. Ninguém sabia a data certa da criação e nem da implantação da entidade. Assim atravessamos mais de 365 dias de árdua batalha, para um exército de um homem só. Embora, no decorrer da pesquisa, contamos com a boa vontade e o apoio de muitos colaboradores, homenageados na página de agradecimentos. Puro merecimento. Foram m eses e m eses ressuscitando arquivos de jo rnais, comparando textos, lendo livros, folheando atas, decodificando processos judiciais, examinando correspondências, fazendo xérox, gravando e transcrevendo entrevistas, conversando com pessoas, tirando dúvidas. E, paralelamente, escrevendo e reescrevendo. Acrescentando e cortando textos. Comparando e buscando novas fontes, conferindo datas, grafia de nomes, autorias, etc. OAB RORAIMA Sobre os primeiros anos da OAB Roraima - final da década de 70 e início da década de 80 - encontramos pouco material escrito. O arquivo antigo da Ordem foi quase todo comido pelos cupins. A imprensa de então era acanhada. E alguns arquivos de jornais da época - a exemplo da Folha de Roraima, O Observador e O Roraima - ninguém nos deu notícias do seu paradeiro. Tivemos acesso apenas a alguns poucos exemplares deles, ora picotados pelos cupins, ora carcomido pelo tempo. Nossa salvação fo\ o Boletim Oficial, o Jornal Boa Vista e o Diário Oficial de Roraima, que por sinal, estão devidamente encadernados, protegidos e preservados nas dependências da Imprensa Oficial. Superada a escassez de documentos escritos, tivemos que bancar o detetive para descobrir o paradeiro de três ex-presidentes da OAB/RR, que há muitos anos deixaram Roraima. Mas, contamos com a ajuda providencial do telefone e da Internet para contatá-los e entrevistá-los. No final deu tudo certo. O plantio foi feito, a semente germinou, a árvore cresceu e produziu este fruto que está em suas mãos: OAB Roraima: um resgate histórico. HISTORICO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL A criação da Ordem dos Advogados do Brasil, como hoje é ..conhecida, passou por três estágios de crescimento até chegar a sua maioridade. Ematuridade. Infância: Nasce no Rio de Janeiro o Instituto dos Advogados Brasileiros (lAB), no dia 7 de agosto de 1843, no reinado do Imperador D. Pedro II. O primeiro presidente do lAB foi Francisco Ge de Acaiaba e Montezuma, o Visconde de Jequitinhonha. M ontezuma era form ado em D ireito pela U niversidade de Coimbra, em Portugal, e ficou à frente do Instituto no período de 1843 a 1851. Em razão do seu prestígio, posteriormente o Instituto ficou conhecido como Casa dc Montezuma. Adolescência: Em 6 de dezembro de 1888, ano da Abolição da Escravatura e véspera da Proclamação da República (1889), surge o Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros (lOAB). Maioridade: Finalmente, em 18 de novembro de 1930, o então presidente da República, Getúlio Vargas, assinou o Decreto r f 19.408, que criou a Ordem dos Advogados Brasileiros (OAB). O m esm o G etú lio Vargas, que em 1943 transform ou um município do norte do Amazonas em Território Federal do Rio Branco, 0 qual em 1962, no governo de João Goulart, teve seu nome mudado para Território Federal de Roraima.' Território esse que, com a promulgação da Constituição Federal de 1988, foi transformado no Estado de Roraima. OAB RORAIMA De olho na Ordem “A criação do Instituto dos Advogados Brasileiros (lAB) vem sendo percebida pelos estudiosos como um desdobramento quase natural, por assim dizer, dos cursos de Direito, inaugurados no Brasil em 1827”.^ O Instituto nasceu com o objetivo de disciplinar e moralizar os usos e costumes forenses, considerando que a profissão não era exercida apenas pelos bacharéis oriundos das faculdades de Direito. Ela era praticada também pelos advogados provisionados e os solicitadores. Enfim, profissionais sem formação acadêmica. Sua criação objetivou também organizar a Ordem dos Advogados, em proveito geral da ciência da jurisprudência, além de resgatar e manter o respeito e a ética profissional entre a classe dos advogados. E, como demonstra o registro histórico abaixo, desde o início de sua jornada o lAB conquistou seu lugar ao sol. O Instituto dos Advogados Brasileiros também pertencia ao rol das instituições acadêmicas que floresceram durante o Segundo Reinado, sob a proteção de D. Pedro II, a exemplo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Imperial de Medicina. Redutos intelectuais frequentados por personalidades da boa sociedade. A associação dos bacharéis possuía lugar cativo nos cerimoniais do Paço. Ingressar nos seus quadros representava status social, proximidade com o poder e, quem sabe, simplesmente receber um cumprimento de Sua Majestade.^ Ao longo de sua história, de LAB a OAB, a entidade teve em seu quadro associados ilustres como José de Alencar, Joaquim Nabuco, Saldanha Marinho, Rui Barbosa (o Águia de Haia), Levi Carneiro, Evandro Lins e Silva (o advogado do século XX) e Sobral Pinto (considerado símbolo dos advogados brasileiros), e muitos outros. Contudo, apesar que o Instituto dos Advogados Brasileiros e, posteriormente, o Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros, tivessem sido criados com o fím de organizar a Ordem dos Advogados do Brasil, esse sonho teve que esperar 87 anos para se concretizar. A iniciativa que consolidou essa realidade não partiu do lOAB, como pode ser conferido a seguir: A Ordem dos Advogados Brasileiros, posteriormente denominada de Ordem dos Advogados do Brasil, não propriamente evoluiu do Instituto da Ordem dos Advogados dos Brasileiros. A Ordem dos Advogados do Brasil foi criada no UM RESGATE HISTÓRICO contexto da Revolução de 30 e regulamentada em 1931, o que viabilizou a institucionalização de seus objetivos disciplinares e a definição das prerrogativas dos advogados. Esta especial situação permitiu que a Ordem evoluísse corporativamente e, nas circunstâncias históricas determinadas, desenvolvesse o seu compromisso com a modernização do Estado brasileiro e a defesa dos interesses da sociedade civil, bases do Estado Democrático de Direito.'* Agora, considerando que a lista de associados do Instituto dos Advogados Brasileiros sempre esteve recheada de pessoas influentes na Corte do Rio de Janeiro, por que a Ordem dos Advogados do Brasil somente foi criada depois de 87 anos de espera? Depois de recuperar o cotidiano do IAB durante quase meio século de existência, percebemos a existência de uma conjugação de fatores que dificultaram o estabelecimento da Ordem. A começar pelos próprios bacharéis. Ou melhor, pelos personagens mais notórios que estiveram à frente do lAB. Advogados que circulavam entre seus escritórios particulares, a magistratura, a política e a alta administração imperial. Como instituir uma entidade de classe, que auto- regulamentasse o exercício da profissão, se não havia consenso entre eles próprios sobre essa questão?* Além dessas reflexões, para responder a essa pergunta ainda será preciso examinar as circunstâncias históricas. Vamos lá. Confira: Os gabinetes conservadores, defensores da centralização política, cuja atuação foi dominante durante o Segundo Reinado, estariam dispostos a deixar florescer uma entidade de classe capaz de atuar como um grupo de pressão? E o Imperador, aceitaria abrir mão da postura paternal e ao mesmo tempo vigilante das instituições acadêmicas que recebiam sua proteção?^ Relembramos que o lAB nasceu contemporâneo do romancista José de Alencar (advogado), autor de “Iracema”, a virgem dos lábios de mel; do romântico Joaquim Manuel de Macedo (advogado), autor de “A moreninha”; de Machado de Assis, escritor renomado e presidente- fundador da Academia Brasileira de Letras; de Gonçalves Dias, autor do poema “I - Juca-Pirama” (Sou bravo, sou forte,/Sou filho do Norte), entre tantos outros famosos da literatura brasileira. Assim, o lAB foi fundado num momento de grande efervescência cultural no Brasil monárquico, que passava por transformações que o levaria ao Brasil republicano com ideais libertários. OAB RORAIMA E O que é melhor, o lAB, que alavancou a criação do lOAB e, posteriormente, da OAB, indiretamente ajudou a consolidar essa mudança em prol da democracia, que transferiu o poder de decisão do “Excelso Trono Imperial” para as mãos do povo nas ruas. Ajudou também a derrubar os tiranos da República Velha, do Regime Militar, passando pelas “Diretas-Já”, pelo “Fora Collor”, pela elaboração da Constituição de 1988, até colher os frutos da terra prometida na seara da Nova República dos saudosos Tancredo Neves e Ulysses Guimarães. O Instituto dos Advogados Brasileiros, além da inquestionável contribuição à cultura jurídica nacional, desempenhou um papel expressivo no conjunto da vida política, administrativa e social do Império. Próximo ao poder, influenciou nas decisões do governo, sem no entanto guardar características de um órgão otlcial.' Rio de Janeiro & Boa Vista Segundo informações colhidas junto ao IBGE, em 1872 (29 anos depois da criação do Instituto dos Advogados do Brasil), a cidade do Rio de Janeiro tinha 274.972 habitantes. Para se ter uma idéia do tamanho da Cidade Maravilhosa na época, basta tomar como referência Boa Vista, a capital roraimense, que tem uma população estimada de 242.179 habitantes (Censo de 2005). Nessa época o Imperador andava de carruagem e os escravos a pé. Possivelmente, foi quando começaram a chamar médicos c advogados de doutor, mesmo sem terem curso de doutorado. Tradição cultural provinciana que perdura até os dias de hoje. Talvez porque só existissem dois cursos de nível superior na época; Medicina e Direito. Ou porque médico e advogado tivessem algo em comum: a caligrafia do médico, ninguém entendia; a linguagem do advogado, idem. HISTÓRICO DA ORDEM DOS AIAfOGADDS Referências & Anotações ' Roraima. Almanaque Abril 2000: BrasíL São Paulo: Editora Abril, 2000. (pp. 204 e 205) 2 Hermann Assis Baeta (coord.), Lúcia Maria Paschoal Guimarães & Tânia Bessone. História da Ordem dos Advogados do Brasil: O lAB e os advogados no Império, (vol. 1) Brasília: OAB Editora, 2003a. (p. 17) * Idem, p. 133 VM RESGA TE HISTÓRICO '* Hermann Assis Baeta (coord.) & Aurélio Wander Bastos. História da Ordem dos Advogados do Brasil: luta pela criação e resistências, (vol. 2) Brasília; OAB Editora, 2003b. (p. 238) * Hermann Assis Baeta (coord.), Lúcia Maria Paschoal Guimarães & Tânia Bessone. História da Ordem dos Advogados do Brasil: O lAB e os advogados no Império, (vol. 1) Brasília: OAB Editora, 2003a. (p. 133) ^Idem, p. 134 ’ Ibidem, p. 16 1 I . l ( I J História da Ordem dos Advogados do Brasil: O lAB e os advogados no Im pério (vol. 1) Hermann Assis Baeta (coord.) Lúcia Maria Paschoal Guimarães Tânia Bessone Brasília: OAB Editora, 2003. História da Ordem dos Advogados do Brasil: Luta pela criação e resistências (vol. 2) Hermann Assis Baeta (coord.) Aurélio Wander Bastos Brasília: OAB Editora, 2003. CONSELHO FEDERAL & CONSELHOS SECCIONAIS A Ordem dos Advogados do Brasil é os advogados. O Conselho Z & Eederal da OAB é formado por advogados. Os Conselhos Seccionais da OAB são compostos por advogados. Advogados são seres humanos. Pessoas que têm um trabalho, família, religião, crença, filosofia de vida, sonhos, alegrias, tristezas. No Brasil a OAB tem um Conselho Federal, sediado em Brasília, e 27 Conselhos Seccionais, sendo um em cada Estado e um em Brasília, capital do Distrito Federal. Por todo território brasileiro, existem três datas importantes para os advogados: 11 de agosto, 18 de novembro e 20 de dezembro. No dia 11 de agosto a OAB comemora o Dia do Advogado. Essa data foi escolhida em função da data de criação dos cursos jurídicos no Brasil, nas cidades de São Paulo e de Olinda: 11 de agosto de 1827. Em 18 de novembro de 1930, o presidente da República, Getúlio Vargas, assinou o decreto de criação da Ordem dos Advogados do Brasil. No dia 20 de dezembro de 1948, Rui Barbosa foi eleito pelo Conselho Federal da OAB como o Patrono dos Advogados Brasileiros. Contudo, a data especial em Roraima é o dia 26 de novembro de 1979. Data da instalação da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Roraima, sob o comando de Hesmone Saraiva Grangeiro. Do Rio de Janeiro para Brasília É bom lembrar que o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil foi criado em 1930 no Rio de Janeiro. Contudo, embora Brasília tenha sido inaugurada em 21 de abril de UM RESGATE HISTÓRICO 1960, o Conselho Federal da OAB, somente foi transferido para a capital do Distrito Federal no dia 15 de setembro de 1986. Na época o presidente do Conselho Federal era o jurista Hermann Assis Baeta. Inicialmente, o Conselho Federal funcionou na sede da OAB/DF. Porém, em 17 de fevereiro de 1987 foi lançada a pedra fundamental para construção da sua sede própria. Na ocasião “Hermann Assis Baeta proferiu eloquente discurso, afirmando que a transferência do Conselho iria contribuir para a rápida democratização da sociedade brasileira, além de viabilizar o acompanhamento mais incisivo dos trabalhos da Assembléia Constituinte”.' Vale ressaltar que Herman Assis Baeta travou uma luta titânica para conseguir convencer as lideranças, confortavelmente sentados em suas poltronas no Rio de Janeiro, da necessidade e praticidade de levar o Conselho Federal da OAB para Brasília, a nova capital do Distrito Federal. Ele mesmo fala sobre isso: Constitucionalmente, desde a República, na Constituição de 1891, já existia a idéia de se transferir a capital do País para o Planalto Central. Passaram-se os anos e esta determinação constitucional foi sendo negligenciada. Somente no governo de Juscelino Kubítschek, como sabemos, foi que o projeto se concretizou. O estatuto vigente da Ordem, à época, de 1963, no seu artigo 157, dizia o seguinte: “A transferência do Conselho Federal para Brasília será efetuada logo que ali se achem funcionando todos os tribunais superiores e seja posta à disposição do mesmo instalação condigna pelo Poder Executivo, a quem caberá também custear 0 transporte de seus bens e utensílios”. Isto é, legalmente não havia outra alternativa. Como todos os tribunais superiores já estavam instalados em Brasília, só restava ao governo arcar com a mudança.^ Mesmo com a mudança de endereço respaldada legalmente, a resistência política à transferência durou anos. Um dos argumentos era o temor de que A transferência proporcionasse uma queda no padrão dos conselheiros e que isso talvez pudesse abalar o brilhantismo das decisões do Conselho Federal. Nesse ponto, eu adm ito que isso era algo que eu também vislumbrava como provável. Mas o fato é que se houve uma queda no esplendor das argumentações, a essência das decisões não sofreu abalo. Diziam que a nata da advocacia estava no Rio de Janeiro, mas o problema, que talvez o grupo que se opunha à mudança não percebesse, ou não quisesse perceber, é que o Rio de Janeiro não é, nem nunca foi, o Brasil. Nos interessaria mais, para mim e para o grupo do qual eu fazia parte, que OAB RORAIMA mesmo eventualmente não tendo brilho algum as decisões do Conselho, elas representassem a média dos advogados brasileiros, inclusive em termos de uma representação federativa mais equilibrada.* É oportuno relembrar que foi justamente essa nata da advocacia do Rio de Janeiro, que ocupava assento no Conselho Federal, que levou dois anos e quatro meses para julgar um recurso de anulação das eleições, por ocasião da implantação do Conselho Seccional da OAB/RR. Trocado em miúdos, isso resultou no emperramento e atraso de aproximadamente 850 dias na instalação da Ordem dos Advogados do Brasil em Roraima. Um grande prejuízo para a classe dos advogados e para a sociedade roraimense. Sim, Hermann Assis Baeta tinha razões quilométricas para dizer que “o Rio de Janeiro não é, nem nunca foi o Brasil”. OAB e ONU: defesa dos direitos humanos O manual de conduta dos advogados e do funcionamento da sua entidade de classe é o Estatuto da Advocacia e da OAB e Legislação Complementar. Nele consta a Lei n° 8.906, de 4 de julho de 1994, os Dispositivos da Constituição Federal Aplicáveis, o Regulamento Geral, 0 Código de Ética e Disciplina, os Provimentos, a Legislação sobre Ensino Jurídico, e anexos. Na referida obra, no Título II - Da Ordem dos Advogados do Brasil, Capítulo I - Dos Fins e da Organização, temos registrado: Art. 44- A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, serviço público, dotada de personalidade jurídica e forma federativa, tem por finalidade: I - defendera Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas; II - promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil.^ Considerando o exposto no artigo 44 do Estatuto da Advocacia e da OAB, e considerando a idoneidade e os frutos do trabalho da Ordem dos Advogados dos Brasil por todo território nacional, entendemos que a OAB está para o Brasil, assim como a ONU (Organização das Nações Unidas) está para o mundo. Uma e outra podem ter passado, ou passar por altos e í M RESGA TE HIS TÓRICO baixos, entretanto, ambas são instituições referenciais, multicelulares, ímpares na defesa dos direitos humanos e da cidadania. Tem mais. No Capítulo IV - do Conselho Seccional, lemos: Art. 109 - O C onselho Seccional pode dividir-se em órgãos deliberativos e instituir comissões especializadas, para melhor desempenho de suas atividades. Parágrafo 2° - No Conselho Seccional e na Subseção que disponha de Conselho é obrigatória a instalação e o funcionamento da Comissão de Direitos Humanos, da Comissão de Orçamento e Contas e da Comissão de Estágio e Exame de Ordem.' Na Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Roraima, existe em funcionamento as seguintes comissões permanentes: Comissão da r Câmara Julgadora Tribunal de Ética e Disciplina Comissão de Direitos Humanos Comissão de Estágio e Exame de Ordem Diretoria da Escola Superior de Advocacia Comissão de Orçamento e Contas Comissão de Acesso a Justiça Comissão de Defesa dos Direitos e Prerrogativas do Advogado Comissão de Defesa dos Direitos do Idoso Comissão Especial da Mulher Comissão de Relações Internacionais Missão da Ordem dos Advogados do Brasil Para discorrer sobre o trabalho da OAB, passamos a palavra ao presidente da Seccional de Roraima, Antonio Oneildo Ferreira: A gente tem a Ordem dos Advogados do Brasil como uma entidade de classe com duas funções. Uma função corporativa, que está no estrito limite de uma classe, que é para disciplinar, controlar, fiscalizar e defender o exercício profissional da advocacia, e dentro desse interesse corporativo, como o nome indica, está a defesa dos direitos e interesses profissionais da classe. E tem a função institucional, que é uma função prevista na Constituição Federal e prevista na Lei 8.906/94. no seu art. 44, ela extrapola as funções e limites impostos a uma entidade de classe. Ela tem funções institucionais. OAB RORAIMA Funções que dão uma outra dimensão à entidade, dimensão que nenhuma outra entidade de classe tem. O que a gente vê da Seccional da OAB em Roraima? A gente vê um referencial ético, no contexto político. Como é esse referencial ético? A OAB, juntamente com outras entidades como a ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), e mais que essas outras entidades, se insere numa discussão política, de vanguarda, de formular conceitos, defender conceitos políticos e jurídicos, de combate ao nepotismo, de defesa da moralidade na administração pública, de defesa da impessoalidade na administração pública, de defesa da legalidade, de defesa da consiitucionalidade, criando um referencial ético. Um movimento, como o criado em 1992, de Ética na Política, de ética no trato com a coisa pública, de ética no exercício das funções públicas. Então, pelo próprio conhecimento técnico que a classe e seus dirigentes têm, isso os habilitam a defender com mais propriedade e melhor do que outros, esses aspectos tão relevantes para a República. A entidade defende esse referencial ao defender isso, de uma foima muito forte e articulada. E dentro desse contexto tem a defesa dos direitos humanos, uma das bandeiras fundamentais da OAB. E aí vai, o combate a tortura, ao abuso de autoridade, ao abuso policial e a to tipo de violência. É um leque de fatores que no âmbito institucional a entidade se destaca. Por essa atuação ocupa uma posição de reconhecimento e referência dentro da sociedade. É uma coisa que gratifica, que motiva a gente que está na direção da Seccional da OAB, a trabalhar, a atuar, a ir além, no sentido de contribuir, no sentido de fazer, de transformar, de demarcar e defender esses postulados e esses conceitos. Em Roraima podemos citar o combate do ‘Caso dos Gafanhotos’, o combate da corrupção, muito impregnada no Estado, o combate ao nepotismo, a institucionalização dos quadros do Estado através de concursos em todas as áreas, principalmente na área de Segurança Pública. Isso é muito relevante para institucionalização do Estado, que nós chamamos aqui na OAB de “a institucionalização da cidadania”. Essa é uma função institucional da OAB, e, dentro dessa função, é gratificante perceber que contribuímos de forma pessoal e de forma profissional, e que a classe contribuiu com o aperfeiçoamento das instituições jurídicas e políticas no Estado. Em nível nacional a entidade também contribui muito com isso. Só para citar um caso concreto. Verificou-se o casuísmo de se fazer uma emenda constitucional apressada, atropelada, fora do prazo, para acabar com a veiticalização. A OAB entrou com uma Adiu (Ação de Inconstitucionalidade) no Supremo e disse: Olha a regra, e essa regra sempre valeu. É que não se pode alterar as regras do jogo, num prazo inferior a um ano. Assim, não conseguiram implementar isso de uma forma tempestiva; essa medida atropelada, apressada e casuística não poderá ser aplicada às UM RESGATE HISTÓRICO eleições vindouras de 2006, porque ofende esse princípio constitucional, esse princípio democrático. O Judiciário acatou, contrariando toda estrutura política do País. Respeitou porque a Constituição não é apenas uma referência maior, é uma referência democrática, é o sustentáculo das instituições. E uma das funções institucionais da OAB, é defender essas referências e esses sustentáculos.*^ & & & A respeito do funcionamento da Ordem dos Advogados do Brasil, Antonio Oneildo Ferreira falou assim: O sistema OAB é um sistema federativo, tal qual seria os Estados membros e a União. A Seccional de Roraima, como todas as outras Seccionais, tem uma jurisdição estadual, no âmbito do território do Estado. Temos 27 Seccionais - 26 Estados e o Distrito Federal. E temos o Conselho Federal, que é 0 órgão maior, o órgão de competência e jurisdição nacional. É ele que edita as normas gerais, que disciplina, que regulamenta, que fiscaliza e controla a aplicação da lei. O Conselho Federal é também a última instância de recurso das decisões dos Conselhos Seccionais. A estrutura da Seccional é igual à estrutura do Conselho Federal. É composta de uma diretoria de cinco membros: presidente, vice-presidente, secretário geral, secretário geral adjunto e tesoureiro. Nessa ordem de hierarquia decrescente. O Conselho Seccional de Roraima tem 24 membros. O Conselho Federal é composto por três conselheiros federais por Estado, então tem 81 membros. Mas pode ter 82, porque o presidente pode ser de fora da OAB. Os ex-presidentes das Seccionais e do Conselho Federal são membros honorários vitalícios, dos respectivos conselhos. Todo e qualquer requerimento é direcionado ao presidente. A instância recursal é o Conselho Seccional ou o Conselho Federal. O conselho é soberano. Se for o Conselho Federal, é a instância última. Se for o Conselho Seccional, cabe recurso para o Conselho Federal, que dá a última palavra. A estrutura burocrática, de contabilidade, prestação de contas, também é assim. A diretoria elabora, o Conselho aprova, e a Seccional presta conta ao Conselho Federal. É ele que aprova todas as contas, referendando a regularidade com auditorias, controle interno e controle externo. Aferindo a regularidade e legalidade de todos os procedimentos contábeis da Seccional. Das comissões permanentes, a mais importante é a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, que é obrigatória no Conselho Seccional e no Conselho Federal. Depois vem a Comissão de Defesa dos Direitos e Prerrogativas dos Advogados e a Comissão de Estágio e Exame de Ordem. Temos ainda várias outras comissões, mas as três principais são essas.^ OAB RORAIMA CONSELHO FEDERAL & SECCIONAIS Referências & Anotações ' Destaques. As instalações do Conselho Federal da OAB; A transferência para a Capital. Disponível no site www.oab.org.br. Acesso em 21/abri 1/2006. ^ Hermann Assis Baeta (coord.) & Marly Silva da Motla. História da Ordem dos Advogados do Brasil: A OAB na voz dos seus presidentes, (vol. 7) Brasília: OAB Editora, 2003. (p. 180) ’ Idem, p. 181 ■* Fides Angélica de C.V. Ommati & Luiz Carlos Maroclo (orgs.). Estatuto da Advocacia e da OAB e legislação complementar. Brasília: Conselho Federal da OAB, 2004. (p. 36) ^ Idem, p. 101 Entrevista ao autor na sede da OAB/RR. Boa Vista, 29/março/2006. ’ Idem. História da Ordem dos Advogados do Brasil: A OAB na voz dos seus presidentes (vol. 7) Hermann Assis Baeta (coord.) Marly Silva da Motta Brasília: OAB Editora, 2003. Estatuto da Advocacia e da OAB e legislação complementar Fides Angélica de C.V. Ommati Luiz Carlos Maroclo (orgs.) Brasília: Conselho Federal da OAB, 2004. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL EM RORAIMA O,s primeiros bacharéis em Direito a se estabelecerem no Território Federal de Roraima, no início da década de 70, foram Edmundo Evelin Coelho, Oscar Leopoldo de Almeida, Luiz Rosalvo Indruziak Fin, José Dutra do Prado, Francisco de Aguiar e Xerez, Aurélio Távora Buarque, Ritler de Lucena, Silvio Leite, entre outros. Alguns tinham cargos no governo, outros somente advogavam. O certo é que cm 1977, quando foi criada a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Roraima, no Território existiam aproximadamente 30 profissionais formados em Ciências Jurídicas. Entretanto, em função da pressão do governo, apenas 26 deles participaram de sua criação. Nessa época, os advogados estavam organizados e reunidos em tomo da Associação dos Advogados de Roraima, que teve como primeiro presidente Edmundo Evelin Coelho e, posteriormente, Silvio Leite. A sede da entidade era numa das salas do Fórum de Boa Vista. Contudo, antes da chegada dos bacharéis do Direito no Território Federal de Roraima quem fazia justiça na Terra de Makunaima eram os rábulas: Valdemiro Barbosa de Araújo; Onias Rodrigues de Moura, o Nozinho; Salomão Lima da Silva; e João Pujucan Pinto Souto Maior. Com a implantação da OAB Roraima em 1979, a Associação dos Advogados foi extinta. Depois de anos de trabalho, a Ordem dos Advogados foi ganhando força e prestígio como entidade de classe e, principalmente, como defensora dos direitos humanos. Apesar de Hesmone Saraiva Grangeiro ter sido o primeiro presidente da OAB/RR, a inscrição n®. 001 -B foi cedida ao advogado Oscar Leopoldo de Almeida (por ser o mais velho da turma); Hesmone Grangeiro ficou com a inscrição rf. 002-B e Paulo Coelho Pereira com a rf. 003-A. OAB RORAIMA O rábula João Pujucan Souto Maior, que no dia 1® de junho de 1982 entrou na OAB/RR com Pedido de Provisionamento, para o exercício da advocacia na cidade e Comarca de Caracaraí, recebeu a inscrição n®. 030. No final de 2006 o Estado de Roraima já contava com mais de 500 advogados atuantes, enquanto no Brasil o número de advogados ultrapassava a casa dos 500 mil profissionais, conforme dados da Ordem dos Advogados do Brasil.* É oportuno lembrar também que, embora a OAB/RR tenha se tomado realidade em 1979, somente em 1992 foi implantado o curso de Direito na Universidade Federal de Roraima. Posteriormente, o curso foi introduzido nas Faculdades Cathedral e Atual da Amazônia. Comissão Organizadora Como já dissemos, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Roraima, foi criada em 1977 e instalada em 1979. Entretanto, a criação e implantação da OAB/RR passou por várias negociações e iniciativas. E muitos contratempos. A primeira iniciativa foi a reunião que aconteceu no dia 22 de junho de 1977, convocada através de “Edital de Convocação de Advogados”, datado do dia 15 e publicado no semanário Jornal Boa Vista, na edição do dia 18 do mesmo mês. Nessa reunião foi criada uma Comissão Organizadora para fundação da entidade representativa dos advogados no Território Federal de Roraima. Comissão essa, composta pelos advogados Edmundo Evelin Coelho (presidente), Zelite Andrade e Oscar Leopoldo de Almeida (membros). A segunda iniciativa foi a Assembléia Geral dos Advogados do dia 5 de julho do mesmo ano, convocada através de editais publicados no Jornal Boa Vista do dia 25 de junho e no Boletim Oficial dos dias 24, 27 e 30 de junho. E no dia 5 de julho de 1977 a OAB Roraima foi criada. Porém, em função do empate das duas chapas concorrentes, com 13 votos cada, foi marcada nova data para eleição do Conselho Seccional. A terceira iniciativa ocorreu com a eleição realizada no dia 22 de julho de 1977, convocada através de edital publicado no Jornal Boa Vista no dia 16 de julho do corrente ano. Dessa vez as umas deram a vitória para a chapa “Sobral Pinto”, encabeçada por Edmundo Evelin Coelho. VM RESGATE HISTÓRICO A Diretoria do Conselho foi composta por: Edmundo Evelin Coelho (presidente) Aurélio Távora Buarque (vice) Zelite Andrade (1“ secretária) Francisco Campeio (2° secretário) Areolino Pires Pereira (tesoureiro)^ Interessante observar que no episódio da fundação da OAB Roraima apenas dois advogados decidiram a eleição, pois dos 26 que depositaram o voto nas umas, 24 participavam das chapas: 12 em cada uma. Quem eram eles? Apesar dos nossos esforços, não conseguimos identificar os nomes desses dois profissionais da advocacia. Ata histórica da fundação da OAB/RR Nessas alturas, pensava-se que havia acontecido o nascimento da OAB Roraima. Puro engano. As dores do parto ainda continuariam por longo tempo. Edm undo ganhou as eleições com 14 votos contra 12 do concorrente. G anhou, mas não levou. Com a derrota da chapa “Liberdade Democrática” , liderada por Silvio Sebastião de Castro Leite, o grupo perdedor protocolou um processo no Conselho Federal pedindo a anulação do resultado das eleições. A seguir transcrevemos na íntegra a ata da Assembléia GeraP do dia 5 de julho de 1977, a única que foi resgatada do bico dos cupins, que devoraram quase todos os documentos antigos da OAB/RR: Ata da fundação, eleição da diretoria e do Conselho Seccional, da Seção de Roraima, da Ordem dos Advogados do Brasil, realizada em cinco de julho de mil novecentos e setenta e sete, no Salão de Reuniões do Júri, do Fórum de Boa Vista, às 15 horas. Aos cinco dias do mês de julho do ano de mil novecentos e setenta e sete, às quinze horas, no Salão de Reuniões do Tribunal de Justiça de Boa Vista, capital do Território Federal de Roraima, situado na praça do Centro Cívico, reuniram-se em assembléia geral, os advogados com escritórios e residências nesta circunscriçâo judiciária, convocados por edital publicado no Jornal Boa Vista, edição do dia 25 de junho de 1977 e no Boletim Oficial, edições dos dias 24 e 27 de junho e ainda na edição de 30 de junho, conforme lista de presença assinada por todos os presentes e que passa a fazer parte integrante desta ata. Constatada a existência do número legal de advogados OAB RORAIMA presentes à reunião, foi convidado o advogado Aurélio Távora Buarque, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do Amazonas, sob o número A- 18, com escritório na av. Nossa Senhora da Consolata, 176-E, nesta cidade, para presidir os trabalhos, que convidou a mim, Zelite Andrade, advogada inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do Amazonas, sob o número 900, com escritório na av. Santos Dumont, 196, para secretariar os trabalhos. Em seguida, foi procedida a leitura da ordem do dia pelo Sr. Presidente, consoante as publicações dos já referidos editais, cujo teor passo a transcrever: “Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do Território Federal de Roraima, em organização. Edital de Convocação de Advogados - Ficam convidados por este edital todos os advogados militantes no Território de Roraima a comparecerem às 15 horas do dia 5 de julho de 1977 na sede do Fórum de Boa Vista para o fim de deliberarem sobre a fundação da Secção Territorial da Ordem dos Advogados do Brasil, eleger seu Conselho Seccional, sua primeira diretoria e a comissão auxiliar da diretoria. Boa Vista (RR), 24 de junho de 1977. Edmundo Evelin Coelho - presidente, Zelite Andrade - membro, Oscar Leopoldo de Almeida - membro”. Observe os objetivos do Edital de Convocação dos Advogados: Primeiro, fundação da OAB/RR; segundo, eleição do Conselho Seccional; terceiro, eleição da diretoria da entidade; quarto, eleição da Comissão auxiliar. E a Ata continua informando o que aconteceu naquele dia 5 de julho de 1977, no auditório do Palácio da Justiça: Após a leitura, o advogado presidente, Aurélio Távora Buarque, referiu-se à reunião preparatória realizada no mesmo local, no dia 22 de junho de 1977 e com a presença de dezenove advogados, na qual foi eleita por votação direta e secreta, uma comissão composta dos advogados: Edmundo Evelin Coelho, Zelite Andrade e Oscar Leopoldo de Almeida, com o fim de promover os atos necessários e legais, com vistas à fundação da Secção de Roraima, da Ordem dos Advogados do Brasil. Declarou que a referida Comissão tomara as providências necessárias aos fins já mencionados, propiciando a realização desta Assembléia Geral. Pela secretária foi lida, então, a ata dessa reunião, com geral aprovação. Prosseguindo, o Sr. Presidente, tendo em vista que a primeira parte da ordem do dia, tratava da fundação da Secção de Roraima, da Ordem dos Advogados do Brasil. Nessa ocasião, foi pelo advogado presidente, declarada fundada a Secção de Roraima, da Ordem dos Advogados do Brasil. Conforme registro feito pela secretária da Assembléia Geral, advogada Zelite Andrade, no dia 7 de julho de 1977 foi fundada a Ordem dos Advogados do Brasil, no Território Federal de Roraima. UM RESGATE HISTÓRICO Mas vamos cm frente. Observe o desfecho da assembléia dos advogados no dia 5 de julho de 1977: Passou-se então a segunda parte da ordem do dia Eleição do Conselho Sectional Depois de varias manifestações de diversos advogados presentes, fitou estabelecida a apresentação dc duas chapas, com 12 (doze) nomes cada, para composição do Conselho Sectional Chapas denominadas “Sobral Pinto” e “Liberdade Democrática” Procedeu-se então a votação, ao fim da qual os escrutinadorcs Martha Mana de Rezende e Nelson Costa, anunciaram o resultado de 13 votos para a chapa “Sobral Pinto” e 13 votos para a chapa “Liberdade Democrática”, verificando-se, portanto, o empate entre ambas Para a solução do impasse, foi sugerido pelo advogado Luiz Ritler Britto de Lucena, para, digo, nova votação sem chapas predeterminada, deixando-se a critério do eleitor a formação do seu sufrágio Contudo, surgiram protestos e manifestações diversas, ja expressamente em nome da corrente “Liberdade Democrática”, insistindo com veemência no adiamento da eleição do Conselho Seccional e demais itens da pauta da ordem do dia, para daí a 30 dias O Sr Presidente tentou submeter os assuntos a votação, porém, os advogados integrantes da ala “Liberdade Democrática” demonstraram-se intransigentes, retirando-se em bloco do plenário, para o fim de esvaziarem o quorum legal Constatada, então a inexistência desse quorum para prosseguimento dos trabalhos o Sr Presidente declarou suspensa a assembleia, para continuação quando houvesse condições legais Pelo Presidente da Com issão, foi declarado que esse orgâo adotaria im ediatam ente as providências necessárias para a convocação da nova assembléia, a fim de ultimar a pauta da eleição dos órgãos dirigentes da nova secção ja fundada, tendo em vista, não ser válida, por não ter sido submetida à deliberação dessa assembleia, a proposição do adiamento por 30 dias da corrente “Liberdade Democrática” Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a sessão, do que, para constar, eu, Zelite Andrade, lavrei a presente, que lida e achada conforme, vai assinada por quem de direito Boa Vista, 5 de julho de 1977 Um total de 26 advogados participou da primeira assembleia para fundação da OAB/RR e assinou a ata supracitada. Se naquele momento eles não conseguiram eleger o Conselho Seccional, pelo menos conseguiram criar a entidade. Se antes não receberam nenhum troféu por essa façanha, pelo menos agora terão seus nomes eternizados nestas páginas. Apesar do provérbio que diz que “as glónas que vêm tarde já vêm frias”, preferimos dar ouvidos ao ditado popular que afirma que “antes tarde do que nunca”. OAB RORAIMA A seguir transcrevemos a relação dos advogados, por ordem alfabética, que participaram e assinaram a ata da assembleia para criação da OAB Roraima (instalada dois anos depois): —> Alci da Rocha Areolino Pires Pereira Aurélio Távora Buarque Clênio Romeo Correa Edmundo Evelin Coelho -4 Edson Seixas Rodrigues —> Francisco Campeio —> Francisco de Aguiar e Xerez —> Gerardo W. da Fonseca e Silva —» Joaquim Neves Roberto —> Jonas Ferreira da Silva —> José Cândido Leal de Ávila —> José Carlos Duardes Boabaid -4 José Machado de Oliveira —> Laudi Mendes de Almeida —> Luiz Ritler Brito de Lucena -4 Luiz Rosalvo Indruziak Fin Martha Maria de Rezende Nelson da Costa —> Onias Rodrigues de Moura —> Oscar Leopoldo de Almeida Paulo Silveira de Ávila Silvio Sebastião de Castro Leite —> Thales Chaves de Moraes Vera Regina da Silveira Medina Zelite Andrade Carneiro Nova tentativa para instalar a OAB/RR Depois de mais de dois anos de espera, sem nenhuma decisão do Conselho Federal, os advogados do Território Federal de Roraima tentaram novamente instalar o Conselho Seccional da OAB/RR. Assim, através de “Edital de Convocação de Advogados” , publicado no Boletim Oficial do dia 23 de julho de 1979 e oo Jornal Boa UM RESGATE HISTÓRICO Vista dos dias 29 de julho e 12 de agosto, a categoria foi chamada para nova eleição marcada para o dia 17 de agosto do mesmo ano. Aqui, o edital aparece assinado por uma Comissão Organizadora composta pelos advogados Joaquim Neves Roberto (presidente), Hesmone Saraiva Grangeiro e José Machado de Oliveira,(membros). Dessa vez Hesmone Grangeiro foi eleito, mas também não levou. O Conselho Federal não homologou o resultado nem da primeira nem da segunda eleição. Ambas foram anuladas. Conselho Federal delibera por nova eleição A instalação do OAB/RR foi agilizada no Rio de Janeiro, a partir de uma decisão tirada na 1.386“ sessão da 49“ Reunião Ordinária do Conselho Federal (Conselho Pleno) da Ordem dos Advogados do Brasil, realizada no dia 28 de agosto de 1979. Finalmente. Na ordem do dia, foi chamado a julgamento o Processo CP. N° 1.980/77. Assunto: Criação da Seção do Território Federal de Roraima da Ordem dos Advogados do Brasil. Relator, conselheiro Raul de Sousa Silveira. Vista: Ao conselheiro Clóvis Ferro Costa. O conselheiro Ferro Costa leu a sua manifestação em derredor do pedido de vista, tendo discutido a matéria os conselheiros George Tavares e Sylvio Curado, enquanto que o conselheiro José Julio Cavalcante de Carvalho levantou uma questão de ordem sobre a com petência do Plenário, tendo o Sr. Presidente decidido a mesma, confirmando tal competência. O conselheiro Raul de Sousa Silveira, na qualidade de relator do processo, declarou que concordava com as conclusões do voto do conselheiro Ferro Costa, mas discordava, por inteiro, quanto aos seus fundamentos. Colocada em votação a manifestação do conselheiro Ferro Costa, a ela fez um adendo o Sr. Presidente, no sentido de que o delegado do Conselho Federal convoque uma Assembleia Geral para as eleições; exerça a sua respectiva presidência; dê posse aos eleitos e instale o Conselho Seccional. O Plenário aprovou o voto com o adendo do presidente Seabra Fagundes por unanimidade. (Ata assinada por Eduardo Seabra Fagundes - presidente, e por J. Bernardo Cabral - secretário geral)* O próximo passo para a instalação da OAB/RR foi dado com a publicação da Resolução N®. 95/79 no Jornal Boa Vista ^edição do dia 21 de novembro do mesmo ano, assinada pelo presidente do Conselho Federal, Eduardo Seabra Fagundes. OAB RORAIMA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL CONSELHO FEDERAL RIO DE JANEIRO (RJ) RESOLUÇÃO N" 95/79 O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo Estatuto promulgado pela Lei n° 4.215, de 27 de abril de 1963. Resolve: Designar a Comissão Especial, composta dos senhores conselheiros doutores Clóvis Ferro Costa, Jayme Queiroz Lopes e Sylvio Curado para, de acordo com a decisão deste Conselho Federal, instalar a Secção do Território Federal de Roraima, convocando e fazendo realizar a primeira Assembléia Geral dos Advogados do Território, empossando e instalando o Conselho que for eleito. Registre-se, publique-se e cumpra-se.^ Rio de Janeiro, 09 de novembro de 1979. Eduardo Seabra Fagundes Presidente Nessa mesma edição, o Conselho Federal publicou um edital convocando os advogados roraim enses para eleição e posse dos conselheiros seccionais e, consequentemente, a instalação da OAB/RR. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, por seus delegados especiais, consoante Resolução n®. 95/79, convoca os advogados em exercício profissional no Território Federal de Roraima para comparecerem no edifício do Fórum de Boa Vista, RR (Centro Cívico), às 16 (dezesseis) horas do dia 26 (vinte e seis) de novembro corrente, a fim de assistirem à instalação da Secção do Território Federal de Roraima, a procederem à eleição, até às 17 horas, e posse do Conselho Seccional eleito, com mandato a terminar dia 31 (trinta e um) de janeiro de 1981 (mil novecentos e oitenta e um). Após a referida posse, o Conselho Seccional se reunirá para eleição e posse da Diretoria da Secção e da Comissão Auxiliar e eleição dos Delegados junto ao Conselho Federal. ^ Boa Vista (RR), 21 de novembro de 1979. Sylvio Curado Jayme Queiroz Lopes Clóvis Ferro Costa VM RESGA TE HISTÓRICO Data mágica: 26 de novembro de 1979 De fato e de direito, o dia 26 de novembro de 1979, foi a data da instalação da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Roraima. Nesse dia foram eleitos os 12 conselheiros seccionais, que por sua vez elegeram Hesmone Saraiva Grangeiro como presidente da Ordem e José Machado de Oliveira como vice-presidente. O resultado da eleição foi registrado pelo Jornal Boa Vista^ o jornal de maior circulação na capital do Território de Roraima. E sendo veículo de comunicação do Governo do Território, funcionava no mesmo prédio do Boletim Oficial, que em í® de janeiro de 1984 se transformou em Diário Oficial. A eleição para composição da primeira Diretoria da OAB-RR aconteceu na sede do Fórum Advogado Sobral Pinto. Ali a entidade funcionou no 1® andar, sala 92, desde seu nascimento até dia 22 de janeiro de 1993. A partir desta data passou a funcionar em prédio próprio construído na gestão de Hesmone Saraiva Grangeiro na avenida Ville Roy, n® 1.833 (mudado para 4.284), no bairro Aparecida. Ao longo de seus 27 anos de história (1979/2(X)6), a OAB-RR teve oito presidentes eleitos: Hesmone Grangeiro, Zelite Andrade, Paulo Batista, Nelson da Costa, Wedner Cavalcante, Almiro Mello Padilha, Ednaldo do Nascimento e Antonio Oneildo Ferreira. Vale ressaltar que Hesmone Grangeiro ocupou a Presidência da OAB/RR por mais de 10 anos. De 26/11/1979 à 31/01/1981; de l®/02/ 1983 à 31/01/1987 e de l®/02/1989 à 16/06/1994, quando se afastou da Ordem para se candidatar a deputado estadual. Quase dois anos depois, Hesmone sofreu um enfarto, vindo a falecer em Brasília no dia 10 de maio de 1996, aos 58 anos de idade. Duração dos mandatos No dia 26 de novembro de 2006 a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Roraima, completou 27 anos de fundação e teve 12 Conselhos. No próximo capítulo apresentaremos a composição das diretorias e o nome dos conselheiros eleitos ao longo da história da OAB Roraima. Lembramos que com a Lei n°. 4.215, de 27de abril de 1963, o mandato de cada Conselho era de dois anos e a Assembleia Geral elegia o Conselho Seccional, que por sua vez escolhia a diretoria desse Conselho. OAB RORAIMA Com a edição da Lei n®. 8.906, de 4 de julho de 1994, que revogou a lei anterior, vieram as eleições diretas, antiga reivindicação e conquista da classe dos advogados. A partir de então, o mandato aumentou de dois para três anos e a Assembleia Geral passou a eleger a chapa completa, com a indicação dos candidatos aos cargos da diretoria do Conselho Seccional, de conselheiros seccionais, de conselheiros federais, da diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados e dos suplentes a todos os cargos. CONTEXTO HISTÓ R ICO Para efeito de contextualizar o ano 1977, quando aconteceu a criação da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de Roraima, informamos que Boa Vista contava com uma população estimada de 5 1,300 habitantes e o prefeito da capital roraimense era Júlio Martins.^ O governador do Território Federal de Roraima era o coronel Fernando Ramos Pereira. Na época, o Território era geograficamente dividido em apenas dois municípios: Boa Vista e Caracaraí. Por outro lado, o Brasil batia continência para a ditadura militar e o presidente da República era o general Ernesto Geisel. Coincidentemente, também foi o ano da inauguração da BR - 174, trecho Manaus/Boa Vista.^ Estrada de chão, é claro. Ainda em 1977, sob a direção geral do radialista Galvào Soares, a Rádio Difusora Roraima comemorou seus 20 anos de atuação. Ela foi inaugurada no dia 4 de janeiro de 1957, no Governo José Maria Barbosa e a solenidade contou com a presença do então presidente da República, Juscelino Kubitschek.’ ORDEM DOS ADVOGADOS EM RORAIMA Referências & Anotações ' Disponível no site www.oab.org.br. Acesso em 2 l/abril/2006. ^Cópia do Processo CP n®. 1.944/77, originário do Território Federal de Roraima. Arquivo da OAB/RR. ^Zelite Andrade. Ata da Assembléia Geral dos Advogados. Boa Vista, 5/julho/ 1977. Arquivo da OAB/RR. VM RESGATE HISTÓRICO * Eduardo Seabra Fagundes & J. Bernardo Cabral. Ata da 1386* Sessão da 49* Reunião Ordinária do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Rio de Janeiro, 28/agosto/1979. Arquivo da OAB/RR. ^Resolução n“. 95/79. (Conselho Federal da OAB). Jornal Boa Vista. Boa Vista, 2 1/novembro/l979. (p. 4) Acervo da Imprensa Oficial de Roraima. Ordem dos Advogados do Brasil (Conselho Federal da OAB). Jornal Boa Vista. Boa Vista, 2 1/novembro/1979. (p. 9) Acervo da Imprensa Oficial de Roraima. ’’ Dados colhidos no Escritório do IBGE em Boa Vista (RR). * Aimberê Freitas. Geografia e história de Roraima. Boa Vista: DLM, 2001. (p. 28) Difusora: 20 anos de integração. Jo rna l Boa Vista. Boa Vista, 12/janeiro/1977. (p. 12) Acervo do E.spaço Cultural Marreta. f PROEM 0 0 8 A0VOOAO08 0 0 BRA8II. CONSELHO FEDERAL RIO Oe JANEIRO, RJ R E S O L O Ç A O N*M /7f O PRESIDENTE DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO SRA8IL. NO USO OAS ATRISUIÇOES OWE LHE SAO CONFEMOAS FELO ES TATUTO PROMULQADO PELA LEI H« 4.218. DE 27 DE ABRIL OE 1M9. R E S O L V E : Om Isimt ConUiU o EepeeiM. eompoMt doa SmUim m Cm m MMtm OowtorM CLOVIS FERRO COSTA, JAYME QUEIROZ LOPES • SYLVIO CU- ' HAOO para. da aeaida aam a dadasa daata c«waM e FadaaaL MaMW a Sa- çSa da TanttSrta Fadara# da Rarafena, raawiaaiido a Maaad» - t r " t r - a Pri. melra AaaamhWe OerM de Adwgadee de TerhMrlo, aiiMeaewde a wewan.do e Canaame qua fe» aMto. RiBlilra aa. paSSqaa aa a awd v m aa. Ma da Janalm, M da meavmSr* da tsrt. EDUARDO SEABRA FAOUNDES Jornal Boa Vista, 21 /novembro/1979 Ordnm do# Advogados do Brooll 0 Conseina Faearat da OMam doa Advogados do Biaw, po< seus Oeie gados especiais, consoante Resoluc4o n- 95/79, convoca os advoyaoos em e>er- clcio prohssonal noTemtOno Federai de Rovairna paia comparecerem no Ediiicio do Fdrum de Boa Visa, RR (Cemro CtvicolAs 18 r» m m i) Fa do d a 26 (ene e se is/ de rtovemPro corrente atimde asa retirem 4 m alaeào de SecpSo do Tetniorrei Federal de Rorarme, 8 procederem i eleição, atã te 11 horas, e posse do Consetno Seccional aleao com mandato a terminar a 31 (tnraa t um) de janeec, oe 1991 (milnovecenioseoneniae um) Apâs a relenda posae, o Consemo Secoonai se reunira para eleição e posae da Oireuna da Seccãd e da ComresAo Auaii«i e eieiçáo dos Delegados junto ao Conseino Federai Boa Vislâ (RRi em 2i i e novemp-ode 1979 Sylvio Curado Jayme Que<ro2 Lopez Ctovm Ferro Costa Jornal Boa Vista, 2 1/novembro/l 979 REALIZAÇÕES DA OAB/RR (1979 - 2006) O advogado Hesmone Saraiva Grangeiro foi um dos fundadores 'da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Roraima. Ocupou a Presidência da OAB Roraima por seis vezes e atuou como presidente por mais de dez anos. Também foi conselheiro federal por duas vezes. No biênio 1987/1989 e no triênio 1995/1997. Nos seus 27 anos de existência a OAB/RR teve 12 Conselhos. Hesmone Grangeiro foi presidente dos seguintes Conselhos: T, 3®, 4®, 6®, 7® e 8®. Assim sendo, seu mandato foi intercalado por outros dois. Apresentaremos a seguir os presidentes e vice-presidentes dos 12 Conselhos da Casa do Advogado. Ou seja, desde sua fundação em 1979, até o ano de 2006. Lembramos que no 2° Conselho Seccional Zelite Andrade Carneiro renunciou e foi substituída por Paulo Batista Gomes, substituído por Nelson da Costa; no oitavo Conselho Hesmone Grangeiro renunciou e Almiro José Mello Padilha assumiu em seu lugar; e no décimo primeiro Conselho foi Almiro Padilha quem renunciou e Antonio Oneildo Ferreira foi eleito como seu sucessor para terminar o mandato. Relembramos também que nos seus 27 anos de história a OAB/ RR teve oito presidentes. Uns eleitos pelo Conselho Seccional, outros diretamente pela classe dos advogados. São eles: Hesmone Saraiva Grangeiro, Zelite Andrade Carneiro, Paulo Batista Gomes, Nelson da Costa, Wedner Moreira Cavalcante, Almiro José Mello Padilha, Ednaldo do Nascimento Silva e Antonio Oneildo Ferreira. No entanto, enfatizamos que não estamos enumerando aqui os vice- presidentes que atuaram como presidentes interinos. UM RESGATE HISTÓRICO Indiferente do tempo de mandato, reconhecemos que todos aqueles que ocuparam a Presidência da Ordem dos Advogados do Brasil procuraram “tornar conhecido o desconhecido, tornar possível o impossível” ' com o objetivo de enaltecer o nome da OAB Roraima e de construir uma sociedade mais justa, pacífica e solidária. Todos tentaram mostrar que nunca haverá justiça social se não houver respeito aos direitos individuais e coletivos das pessoas. Nem haverá paz no m undo se não houver liberdade responsável e comprometida com a preservação da família, do meio ambiente e das instituições sociais. De uma forma ou de outra, todos semearam e colheram justiça, em atos e atitudes, no discurso e na prática, pois sabiam que “as idéias com que alimentam os as nossas mentes hoje constroem as nossas vidas am anhã. (...) N ós nos tornam os as h istó rias que ouvimos, venham de onde vierem - dos filmes, da televisão, da imprensa, dos amigos, dos políticos, dos livros” .^ Sem exceção, todos os presidentes enfrentaram problemas para administrar a OAB Roraima, devido a fatores econômicos e políticos, já que o trabalho da instituição constantemente batia de frente com interesses particulares de empresários e grupos políticos avessos a mudanças. N as p á g in a s s e g u in te s re g is tra re m o s a lg u m a s a çõ es realizadas pela Ordem dos Advogados do Brasil ao longo de sua histórica cam inhada no Território Federal de Roraim a e, a partir de 1988, no Estado de Roraima. Antes, porém, ^ resentamos uma síntese com o nome dos presidentes e vice-presidentes dos Conselhos Secionais da OAB/RR (1979 - 2006). 1“ G estão-26/11/1979 a 31/01/1981 Presidente: Hesmone Saraiva Grangeiro Vice: José Machado de Oliveira 2“ Gestão - 1702/1981 a 31/01/1983 Presidente: Zelite Andrade Carneiro Vice: Francisco de Aguiar e Xerez (28/07/1982 - Paulo Batista Gomes assumiu a Presidência) (5/10/1982 - Nelson da Costa foi eleito para terminar o mandato) OAB RORAIMA 3“ G estão - l®/02/1983 a 31/01/1985 Presidente: Hesmone Saraiva Grangeiro Vice: Ivanüdo Pinto de Melo 4“ Gestão - 1702/1985 a 31/01/1987 Presidente: Hesmone Saraiva Grangeiro Vice: Vilmar Francisco Maciel 5“ Gestão - r/02/1987 a 31/01/1989 Presidente: Wedner Moreira Cavalcante Vice: Lavoisier Amoud da Silveira 6“ G estão - r/02/l989a31/01/1991 Presidente: Hesmone Saraiva Grangeiro Vice: Vilmar Francisco Maciel 7“ G estão - r/02/199I a31/01/1993 Presidente: Hesmone Saraiva Grangeiro Vice: Maria Dilmar Paulino 8“ Gestão - r/02/1993 a 31/01/1995 Presidente: Hesmone Saraiva Grangeiro Vice: José Pedro de Araújo (16/06/94 - José Pedro assumiu a Presidência interinamente) (26/07/94 - Almiro José Mello Padilha foi eleito presidente para terminar o mandato) 9“ Gestão - r/02/1995 a 31/12/1997 (triênio) Presidente: Almiro José Mello Padilha Vice: Messias Gonçalves Garcia 10“ Gestão - r/01/1998 a 31/12/2000 Presidente: Ednaldo do Nascimento Silva Vice: Messias Gonçalves Garcia i r G estão- r / o 1/2001 a 31/12/2003 Presidente: Almiro José Mello Padilha UM RESGATE HISTÓRICO Vice: José Fábio Martins da Silva (26/07/01 - Fábio Martins assumiu a Presidência interinamente) (22/10/01 - Antonio Oneildo Ferreira foi eleito presidente para terminar o mandato) 12“ Gestão - r/01/2004 a 31/12/2006 Presidente: Antonio Oneildo Ferreira Vice: Maria Dizanete de Souza Matias Antecedendo as ações de cada Conselho Seccional, divulgaremos o nome dos membros da diretoria e dos conselheiros de cada gestão. Desta forma o leitor poderá conhecer as pessoas que estiveram no comando da Casa do Advogado ao longo dos seus 27 anos de existência efetiva e que ajudaram direíamente na construção de sua história. Detectam os que sem pre existiu um a certa rotatividade de advogados no Conselho - substituições periódicas devidos a problemas de saúde, viagem, mudança de domicílio, etc. - e, assim sendo, muitos nomes deixaram de ser registrados, por dificuldade de controle. REALIZAÇÕES E FEITOS DA OABIRR Referências & A n o ta ç õ e s ' Matthew Kelly. O ritmo da vida. Rio de Janeiro: Sextante, 2006. (p. 157) ^ Idem, p. 63 5.1. PRIMEIRO CONSELHO (1979 - 1981) Diretoria do Conselho Seccional' Hesmone Saraiva Grangeiro (pres.) José Machado de Oliveira (vice) José Dutra do Prado (1® see.) Nelson da Costa (2° see.) Francisco de Aguiar e Xerez (tes.) Conselheiros Seccionais Antônio Ferreira Anunciação Neto Geraldo João da Silva José Carlos da Silveira Joaquim Neves Roberto Jonas Pereira da Silva Laudi Mendes de Almeida Rosikler Ribeiro Amaral Maciel da Silveira Conselheiros Federais Evaristo de Morais Filho Luiz Eugênio Haddock Lobo Virgílio Luiz Donicci S Eleição: 26 de novembro 1979 Mandato: 26/novembro/1979 a 31/janeiro/1981 UM RESGATE HISTÓRICO Prímdto M^nà^io 4c HESMONE SARAIVA GRANGEIRO o que é Justiça? O professor Júlio C ésar Tadeu Barbosa escreveu que “pode-se d izer com segurança que o in teresse prim ordial do homem sobre a Terra é a ju stiça . A fim de estabelecê-la e m antê-la os hom ens se agruparam e criaram suas institu ições. G rosso m odo, pode-se dizer, toda organização so cial existe a fim de obter a realização da ju s tiç a” .^ O caminho do acesso à justiça: A magistratura é tão-somente um dos vértices daquilo que é chamado o triângulo judiciário. Nos outros dois estão o Ministério Público e a Advocacia. A sua formação-base é a mesma, as Faculdades de Direito. A proliferação destas, o aviltamento dos níveis de ensino - fenômeno que não se restringe ao ensino do Direito - , gera advogados, juizes e promotores com formação defi ciente, com evidentes reflexos na administração da justiça pelo Estado. Deve ser ressaltado, entretanto, que não é só de bons juizes, qualificados intelectual e moralmente, que se necessita, mas também de promotores públi cos, policiais e advogados, pois sem eles não será possível fazer-se Justiça.^ A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Roraima, é uma dessas organizações sociais que nasceram com a missão de defender os direitos humanos e facilitar o acesso do cidadão à justiça. Missão impossível? Sim e não. O certo é que a partir de agora o leitor vai tomar ciência da luta dos conselheiros da OAB/RR na perseguição desse ideal. Notícia da instalação da OAB/RR Pelo que pudemos apurar, a primeira noticia publicada na impren sa escrita sobre a existência da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Roraima, ocorreu no Jornal Boa Vista, edição de domingo, do dia 2 de dezembro de 1979. Consideramos oportuno esclarecer que em 1979, no Território Fe deral de Roraima, a imprensa escrita se resumia no Boletim Oficial, no Jornal Boa Vista e no O Roraima. Na década de 80, além dos jornais citados, surgiram a Folha de Roraima e O Observador (1980), A Gazeta (1981), Folha de Boa Vista OAB RORAIMA (1983), Tribuna de Roraima (1986), O Jornal, A Critica de Roraima e Diário do Povo (1988) e O Estado de Roraima (1989)/ Ao garimpar informações nos arquivos da Imprensa Oficial de Roraima, nos diários Folha de Boa Vista e Brasil Norte, e em alguns semanários, tivemos uma certeza: se o jornal não existisse, seria preciso inventá-lo ontem, pois jornal tem memória e memória é história. Sendo assim, divulgamos na íntegra essa matéria histórica, que fala da instalação de fato e de direito, da OAB Roraima. ORDEM DOS ADVOGADOS EMPOSSA NOVA DIRETORIA Em reunião que contou com a presença de todos os representantes da classe e mais três delegados, membros do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, foi eleita e empossada a primeira Diretoria da Seção Regional da Ordem dos Advogados de Roraima, na última segunda-feira, em dependências do Palácio da Justiça. A Seção Regional da Ordem dos Advogados de Roraima, entidade que congrega os advogados que exercem suas atividades profissionais neste Terri tório, foi criada em 5 de julho de 1977, conforme decisão unânime do Conse lho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Naquela ocasião foi efetivada a eleição para escolha de sua diretoria, havendo sido a mesma anulada pelo Conselho Federal. Em 17 de agosto de 1979 foi realizada outra eleição, esta novamente anulada, também pelo Conselho Federal. Finalmente, na última segunda-feira, 26 do corrente, foi procedida uma nova eleição, desta feita sob a supervisão de três delegados, membros do Con selho Federal, os advogados: Dr. Sylvio Curado, Dr. Jayme Queiroz Lopes e Dr. Clovis Ferro Costa, que para até aqui se deslocaram com a finalidade de prestigiar e supervisionar o evento. Esta última eleição foi finalmente homologada, sendo escolhida a pri meira diretoria da entidade já em caráter definitivo com o seguinte resultado nesta Assembleia Geral dos Advogados roraimenses: Conselho Seccional - formado por 12 votos - Antônio Ferreira Anunciação Neto, Francisco de Aguiar e Xerez, Geraldo João da Silva, Hesmone Saraiva Grangeiro, José Machado de Oliveira, José Carlos da Silveira, Joaquim Neves Roberto, José Dutra do Prado, Jonas Pereira da Silva, Laudi Mendes de Almeida, Nelson da Costa e Rosicler Ribeiro Amaral da Silveira. A diretoria. Esta diretoria foi eleita pelos 12 conselheiros entre si. Pre sidente - Hesmone Saraiva Grangeiro, vice-presidente - José Machado de Oliveira, 1® secretário - José Dutra do Prado, 2® secretário - Nelson da Costa e tesoureiro - Francisco de Aguiar e Xerez. A Comissão de Ética. Esta comissão também foi eleita pelos 12 conse VM RESGATE HISTÓRICO lheiros entre si e compõe-se dos seguintes membros: Jonas Pereira da Silva, Antônio Ferreira Anunciação Neto e José Carlos da Silveira. Delegados junto ao Conselho Federal. Igualmente eleitos pelos 12 con selheiros, foram escolhidos para representar a Seção de Roraima no Conselho Federal, os advogados: Luiz Eugênio Haddock Lobo, Virgílio Luiz Donicci e Evaristo de Morais Filho, todos advogados de renome. A esta eleição da Ordem concorreu também uma outra chapa ‘sem nome’, obtendo apenas cinco votos.^ Convém observar que os três conselheiros escolhidos para repre sentar a Seccional de Roraima no Conselho Federal são advogados sediados no Rio de Janeiro. Assim ficou decidido porque a nova Seccional, com número reduzido de filiados, não teria recursos para bancar viagens para participar de reuniões do Conselho Pleno na Cida de Maravilhosa. Sim, como já dissemos, apesar de Brasília ter sido inaugurada em 1960, a transferência do Conselho Federal da OAB para o planalto cen tral ocorreu 26 anos mais tarde. Terrorismo na sede do Conselho Federal Um atentado a bomba, colocada numa correspondência destinada ao presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Eduardo Seabra Fagundes, matou a funcionária Lyda Monteiro da Silva, com mais de quarenta anos de serviços prestados à entidade. O ato terrorista aconteceu no Rio de Janeiro, no dia 27 de agosto de 1980. Cerca de 6 mil pessoas participaram do enterro de Lyda M onteiro, realizado em tom de protesto. Partindo da sede da OAB em direção ao Cem itério São João Batista, em Botafogo, a caminhada de oito km, marcada por faixas de muitas cores e tam a nhos, durou três horas e meia. Segundo reportagem da Revista htoÈ, de 3 de setembro de 1980, “todo o percurso foi cumprido ao som do hino nacional e das palavras de ordem ‘O povo indignado repudia o atentado’ ou ‘Chega de omissão, exigimos puni ção’. (...) Das janelas dos edifícios vinham manifestações de solidariedade. Muitos moradores aplaudiam e alguns acenavam com panos negros”.® Compartilhando com o sentimento de indignação e tristeza do Con selho Federal da OAB, a Seccional de Roraima publicou na imprensa uma Nota de Repúdio ao ato de terrorismo que vitimou Lyda Monteiro. OAB RORAIMA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL SECÇÃO DE RORAIMA NOTA DE REPÚDIO A Ordem dos Advogados do Brasil, Secção de Roraima, reunida em sessão extraordinária, realizada hoje, decidiu, por unanimidade, vir a público denunciar e repudiar veementemente os atos de terrorismo assassino que está assolando o País, numa verdadeira afronta às leis, às autoridades constituídas e às instituições nacionais, que culminam com a agressão a bomba levada a efeito contra a sede do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, órgão máximo de defesa da ordem jurídica e dos direitos humzmos, ocasião em que foi assassinada Dona Lyda Monteiro da Silva, secretária da entidade, onde prestava serviços há mais de 48 anos. Confia esta Seccional na imparcial e imediata identificação e punição dos responsáveis por tão repulsivo ato de terror. ’ Boa Vista (RR), 29 de agosto de 1980. Hesmone Saraiva Grangeiro Presidente da OAB/RR Órgão de defesa dos direitos humanos Consta na Nota de Repúdio supracitada que o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, é o “órgão máximo de defesa da ordem jurídica e dos direitos humanos”. Pois bem, precisamos deixar claro desde já a dimensão do que se jam direitos humanos, para evitar mal entendido. Enfim, defender direitos humanos não é defender bandidos, embora eles também tenham direitos como pessoas humanas, mesmo praticando atos desumanos. Contudo, é bom que se diga que justiça e direitos humanos são inseparáveis. “A justiça só pode se dar a partir da democracia, e a demo cracia é uma exigência da justiça”.* Coloco a seguir os direitos humanos fundamentais, de acordo com a classificação de L. J. MacFarlane, cientista social inglês, que os agrupa em três categorias: os direitos primários, os direitos civis e os direitos sociais e econômicos. Tal classificação, com algumas diferenças, é a basicamente contida na Declaração universal dos Direitos Humanos, mas acrescida de alguns outros, como o direito de greve, nela não constantes. Creio que a garantia dos direitos a seguir enunciados daria a qualquer sociedade um status de justiça (...) e deixo-os à reflexão dos leitores. VM RESGATE HISTÓRICO A - Os direitos primários: 1) O direito à vida (ou o direito a não ser morto). 2) O direito de não ser escravizado ou de não ser sujeito a trabalhos forçados. 3) O direito de não