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Aula 2 - Empresário e Empresa 
 
1) Conceitos Gerais 
Distinção entre quatro conceitos: 
- Empresário: Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços; 
- Empresa: é a atividade econômica; 
- Estabelecimento: Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens 
organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária 
- Sociedade Empresária: grupo de pessoas que exercem a empresa. 
 
2) Na prática 
Exemplo 1: Se João quer, sozinho, exercer atividade econômica (vender roupas) quais as 
opções que ele tem e que caminhos deve seguir? 
- escolher entre as seguintes opções: 1) Empresário Individual; 2) MEI; 3) EIRELI; 4) Sociedade 
Limitada Unipessoal; 5) exercer de forma irregular; 
- registrar os atos constitutivos; 
- regularizar cadastro na receita federal (CNPJ) /inscrição estadual e inscrição municipal para 
recolhimento de tributos; 
- abrir contas bancárias; 
- atividades contábeis de manutenção e cumprimento de obrigações. 
 
Exemplo 2: Se João e Maria querem, em conjunto, exercer atividade econômica, quais as 
opções que ele tem e que caminhos devem seguir? 
- escolher entre as seguintes opções: 1) Sociedade Limitada; 2) Sociedade Anônima; 3) 
Sociedade em comandita simples ou por ações; 4) Sociedade em nome coletivo; 5) Exercer de 
forma irregular; 
- registrar os atos constitutivos; 
- regularizar cadastro na receita federal (CNPJ) /inscrição estadual e inscrição municipal para 
recolhimento de tributos; 
- abrir contas bancárias; 
- atividades contábeis de manutenção e cumprimento de obrigações. 
 
3) Outras Denominações 
Enquadramentos tributários: 
- Micro Empresa 
- Empresa de Pequeno Porte 
 
4) Elementos caracterizadores do conceito de empresário 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica 
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
Elementos: 
- profissionalismo; 
- exercício de atividade econômica; 
- organização; 
- produção ou circulação de bens ou serviços 
 
1º Elemento Caracterizador do Empresário: Profissionalismo 
O empresário deve fazer da exploração da atividade econômica organizada a sua profissão 
habitual, ou seja, ter o intento de lucro e exercer a empresa (atividade econômica organizada) 
de forma não ocasional ou esporádica. 
Fábio Ulhoa Coelho, além da habitualidade, o profissionalismo demanda a pessoalidade 
(exercício da atividade em nome próprio, assumindo consequentemente os seus riscos) e, 
também, o monopólio de informações (conhecimento aprofundado sobre as características de 
seu produto ou serviço, circunstância que denota que o empresário tem a experiência 
necessária para o exercício do seu ofício). 
A habitualidade do empresário (atividade não ocasional ou eventual) não necessita ser diária 
ou mensal, uma vez que pode ser cíclica ou sazonal. 
- 2º Elemento Caracterizador do Empresário: Exercício de Atividade Econômica 
O empresário deve desenvolver uma atividade, ou seja, o seu ofício necessariamente deve 
envolver o desenrolar de atos praticados repetidamente - e não somente um ato isolado e 
sem permanência no tempo. 
Além disso, ao se exigir que a atividade exercida pelo empresário tenha natureza econômica, 
deve produzir riqueza e ser exercida com finalidade lucrativa. A propósito, o lucro será sempre 
o fim da atividade empresarial, mesmo que eventualmente o empresário não consiga 
efetivamente obtê-lo (exemplificando, por questões conjunturais, como uma crise econômica, 
o empresário pode ter prejuízo no ano, mas a intenção dele sempre será obter lucro). 
O STJ, em julgado da 1ª, decidiu nesse sentido: 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER 
NATUREZA - ISS. BASE DE CÁLCULO. TRATAMENTO DIFERENCIADO CONFERIDO 
AOS PROFISSIONAIS LIBERAIS E ÀS SOCIEDADES UNIPROFISSIONAIS. ARTIGO 
9º, §§ 1º E 3º, DO DECRETO-LEI 406/68. NORMA NÃO REVOGADA PELA LEI 
COMPLEMENTAR 116/2003. PRECEDENTES. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL OU 
SOCIEDADE EMPRESÁRIA. INAPLICABILIDADE. PRECEDENTES DA PRIMEIRA 
SEÇÃO. EXERCÍCIO DE PROFISSÃO INTELECTUAL COMO ELEMENTO DE 
EMPRESA. CONFIGURAÇÃO. 2. Segundo o artigo 966 do Código Civil, 
considera-se empresário aquele que exerce atividade econômica (com 
finalidade lucrativa) e organizada (com o concurso de mão-de- -obra, 
matéria-prima, capital e tecnologia) para a produção ou circulação de bens 
ou de serviços, não configurando atividade empresarial o exercício de 
profissão intelectual de natureza científica, literária ou artística, ainda que com 
o concurso de auxiliares ou colaboradores, que não constitua elemento de 
empresa. (destaquei) [STJ, REsp 1028086/RO, 1ª T, rel. min. Teori Zavascki, DJ 
20-10-2011] 
 
3º Elemento Caracterizador do Empresário: Organização 
a doutrina e a jurisprudência reconhecem a necessidade de articulação de 4 fatores de 
produção por parte do empresário: 
• Capital: recursos financeiros e materiais investidos e mobilizados; 
• Mão de obra (trabalho): recursos humanos que devem ser utilizados na atividade 
empresarial. Detalhe importante: hoje tal fator também contempla a automatização (“mão de 
obra” automatizada: computadores, robôs, máquinas etc que realizam o trabalho antes feito 
por humanos); 
• Insumos (matéria-prima/bens naturais): substrato necessário para a produção/circulação de 
bens ou serviços; 
• Tecnologia: engloba o conjunto de procedimentos utilizados na produção e circulação de 
bens ou serviços. 
 
4º Elemento Caracterizador do Empresário: Objetivo de Produção ou a Circulação de Bens ou 
de Serviços 
Por fim, temos que a atividade econômica organizada do empresário deve ser direcionada 
para a produção (criação/confecção de produtos para colocar no mercado) ou a circulação 
(distribuição/comercialização de produtos ou prestação generalizada de serviços) de bens ou 
serviços. 
 
5 – Quem não é empresário? 
Art. 966. (...) 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso 
de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir 
elemento de empresa. 
Exemplos: 
Intelectual: atividade centrada na mente do profissional ou com esforço criador (arquiteto, 
advogado, etc); 
Natureza científica: relacionada à pesquisa ou à ciência, detendo conhecimentos sistêmicos 
(professor/pesquisador, químico, médico etc); 
Literária: profissão com expressão da linguagem, ideias e símbolos (escritor, compositor, 
poeta, jornalista etc); 
Artística: atuação no ramo da arte, produção de algo diferenciado em razão da habilidade do 
autor, com a expressão de sentidos e símbolos (ator, cantor, escritor de novela, fotógrafo, 
desenhista, dançarino etc). 
 
6 – Sociedade de Advogados 
Embora o Código Civil não faça menção específica sobre o exercício da advocacia, o Estatuto 
da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei 8.906, de 1994) estabelece em seus artigos 15 e 16 que 
o exercício da advocacia será sempre civil (as sociedades serão sempre simples, na dicção da 
lei), não podendo apresentar forma ou características de sociedade empresária. 
Confira o caput de tais artigos: 
Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de 
advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e 
no regulamento geral. 
Art. 16. Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de sociedades 
de advogados que apresentem forma ou características de sociedade empresária, que adotem 
denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam como 
sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou 
totalmente proibida de advogar. 
 
7 – Obrigações do Empresário 
O empresário(empresário individual, sociedade empresária ou EIRELI) para ser considerado 
regular devem cumprir determinados deveres legais. 
a) promover a inscrição na Junta Comercial antes do início das suas atividades (art. 967 
do CC); A única exceção é o caso do empresário rural, em que o registro é constitutivo 
(isso porque lhe é conferida a faculdade de ser ou não empresário; 
b) manter escrituração regular dos seus negócios (art. 1.179 e seguintes do CC); 
relacionado ao registro regular das operações relacionadas à atividade empresarial, 
lançadas em instrumento de escrituração; 
c) levantar demonstrações contábeis periódicas (arts. 1.179, parte final, 1.188 e 1.189 
do CC). 
 
8 - Consequências do não cumprimento das obrigações 
O empresário será considerado irregular caso descumpra as obrigações legais mencionadas, 
a saber: não efetuar registro na Junta Comercial; e/ou escriturar regularmente; e/ou levantar 
periodicamente as demonstrações contábeis obrigatórias. Diversas consequências advêm 
dessa situação, entre elas: 
• Impossibilidade de autenticação dos livros empresariais, caso o empresário não esteja 
inscrito na Junta Comercial (art. 1.181, parágrafo único do CC). Como consequência, não 
poderá se valer da eficácia probatória desses documentos, nos termos do art. 418 do CPC; 
• Falta de legitimidade ativa para requerer a recuperação judicial e extrajudicial (art. 48 e 
art. 161 da Lei de Falências – Lei 11.101, de 2005); 
• Falta de legitimidade ativa de requer a falência de outros empresários (art. 97, § 1º da Lei 
11.101, de 2005); 
• Contudo, poderá ter a sua falência requerida e decretada, hipótese em que necessariamente 
incorrerá em crime falimentar, por irregularidade na escrituração (art. 178 da Lei 11.101, de 
2005); 
• Impossibilidade de enquadramento como microempresa ou de pequeno porte; 
• Impossibilidade de inscrição no CNPJ; 
• Impossibilidade de participar de licitação; 
• No caso de sociedade empresária, ausente o registro na Junta Comercial, responsabilidade 
solidária e ilimitada pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no 
art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade (art. 990 do CC – sociedade em comum).

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