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AVAL
AVAL - CONCEITO
“Trata-se, portanto, de uma obrigação cambiária assumida 
por alguém no intuito de garantir o pagamento do título nas 
mesmas condições de outro obrigado (art. 32, da LUG)”. 
(Edilson Enedino das Chagas) 
“o aval é o ato cambiário pelo qual uma pessoa (avalista) se 
compromete a pagar título de crédito, nas mesmas 
condições que um devedor desse título (avalizado)”
(Fábio Ulhoa Coelho)
AVAL – FORMA E REQUISITOS
▪ Deve ser escrito no próprio título:
▪ anverso: simples assinatura; 
▪ no verso, com as expressões: “bom para aval”, “por aval”, “em garantia 
de xxx”; “por aval de xxx”; “por garantia”; ou
▪ em folha anexa (figura ALONGUE).
▪ Outorga Conjugal: art. 1.647 do CC - exigência de outorga conjugal 
no aval dado por pessoas casadas, salvo no regime da separação 
absoluta. O STJ afirmou que tal restrição também se aplica ao regime 
da separação obrigatória, 
“ao excepcionar a necessidade de autorização conjugal para o aval, o art. 
1.647 do CC/2002, mediante a expressão ‘separação absoluta’, refere-se 
exclusivamente ao regime de separação convencional de bens e não ao da 
separação legal” (STJ, 3ª Turma, REsp 1163074/PB, Rel. Min. Massami 
Uyeda, j. 15-12-2009, DJe 4-2-2010)
AVAL – FORMA E REQUISITOS
Recusa na outorga uxória: 
▪ Art. 1648: poderá haver o suprimento judicial da outorga, quando um 
dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível 
concedê-la.
▪ Art. 1649: Não havendo esse suprimento, o aval será anulável, 
podendo o cônjuge que não anuiu pedir a anulação da garantia, até 
dois anos após o término da sociedade conjugal (art. 1.649). Essa 
anulação só poderá ser pleiteada pelo cônjuge que não anuiu ao aval, 
ou por seus herdeiros, sendo impossível ao próprio avalista arguir tal 
invalidade, sob pena de se proteger alguém que não agiu de boa-fé.
AVAL – FORMA E REQUISITOS
“o aval prestado sem a devida outorga uxória não possui validade. Sua 
anulação não tem como consequência preservar somente a meação, mas 
torna insubsistente toda a garantia”. 
(STJ, 4ª Turma, EDcl no REsp 1472896/SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, 
j. 6-8-2015, DJe 13-8-2015. No mesmo sentido: STJ, 4ª Turma, AgInt no 
AREsp 928.412/PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 18-10-2016, DJe
26-10-2016; STJ, 4ª Turma, AgInt no REsp 1028014/RS, Rel. Min. Raul 
Araújo, j. 16-8-2016, DJe 1º-9-2016).
AVAL
▪ AVAL LIMITADO (OU PARCIAL): o próprio avalista pode limitar a 
obrigação, garantindo apenas uma parte do título. Portanto, o avalista 
pode dar um aval parcial ou limitado.
Ao contrário do endosso parcial que é nulo, o aval parcial é 
perfeitamente admitido, ou seja, o avalista pode garantir o 
pagamento de apenas uma parte da obrigação constante do título.
▪ Títulos atípicos: o aval parcial restou vedado (CC – art. 897, 
parágrafo único). Não se aplicará aos títulos típicos (letra de 
câmbio, nota promissória, cheque, duplicata...), uma vez que há 
legislação especial admitindo essa limitação do aval, que quase 
nunca ocorrerá.
AVAL - AVALIZADO
▪ Ao dar o aval, o avalista assume a obrigação de pagar o título de crédito, 
do mesmo modo que um devedor desse título, isto é, ele dá o aval por 
algum obrigado pelo título. 
▪ Ele assume uma obrigação equivalente, mas não igual, a de outra 
pessoa que já consta do título, isso não significa que ele tenha a mesma 
obrigação do avalizado, mas apenas que ele responderá da mesma 
maneira que o avalizado, isto é, estará sujeita, a princípio, aos mesmos 
prazos prescricionais e aos mesmos requisitos de forma para a 
exigência da obrigação.
▪ Para identificar esse avalizado, devemos recorrer ao teor do próprio 
documento que deverá demonstrar por quem foi dado o aval.
AVAL - AVALIZADO
▪ Ele pode ser avalista do sacador, do aceitante ou de endossantes do 
título. 
▪ Pode ser avalista de outro avalista que já consta no título, nos chamados 
avais sucessivos.
▪ Caso não indique, estamos diante de um aval em branco, o qual a lei 
presume que foi dado pelo sacador, isto é, no aval em branco 
presume-se que o avalizado é o sacador 
▪ Em relação aos títulos atípicos, o Código Civil estabelece que o aval em 
branco se presume a favor do emitente ou devedor final (art. 899).
AVAL – AVAL ANTECIPADO
▪ É a prestação de aval em favor do sacado antes de ele aceitar a letra de 
câmbio.Normalmente, o aval é dado para reforçar a obrigação de quem já 
é devedor cambiário (emitente, sacador, aceitante, endossante), mas no 
aval antecipado o avalista se adianta e garante alguém que ainda não é 
devedor (o sacado não assinou a letra).
▪ 1ª Corrente Doutrinária: o aval é ato autônomo e incondicionado: basta a 
vontade do avalista. Logo, se ele declarou que garante o sacado, assume 
obrigação mesmo que este nunca aceite a letra.
▪ 2ª Corrente Doutrinária: O aval pressupõe pelo menos a aparência da 
obrigação do avalizado. O aval só produz efeitos se o sacado vier a 
aceitar.
▪ 3ª Corrente Doutrinária: tratam o aval antecipado como uma garantia 
suspensa: Enquanto o sacado não aceita, o aval é ineficaz; Se ele aceitar, 
retroage e passa a valer plenamente.
AVAL – AVAIS SIMULTÂNEOS
Avais Simultâneos são dois avais em branco, superpostos no título (sem 
identificar expressamente o avalizado).
▪ Regra: presume-se que o aval é dado ao sacador (quando não identificado 
o avalizado).
▪ Resultado: ambos os signatários são coavalistas do mesmo devedor 
(sacador).
▪ Súmula 189 do STF: "Se no título cambial constarem duas assinaturas de 
avalistas em branco e superpostas, presume-se que os avais são 
simultâneos e não sucessivos.“
▪ Não há solidariedade entre os avalistas simultâneos, pois a solidariedade 
não se presume.” (Rubens Requião)
AVAL – AVAIS SIMULTÂNEOS
Art. 47 da LUG: “Todos os obrigados por uma letra são solidariamente 
responsáveis para com o portador.” 
Se os coavalistas garantem a mesma dívida, o credor pode exigir a 
totalidade de qualquer um deles. 
Aqui não há indivisibilidade (pois é dívida de dinheiro), mas 
solidariedade civil: quem paga tem regresso contra o outro pela 
quota-parte. 
AVAL – REPONSABILIDADE DO AVALISTA
▪ O avalista é devedor solidário (LUG, art. 47), isso significa: pode ser 
cobrado pelo total da dívida, mesmo que o avalizado tenha bens.
▪ Não possui benefício de ordem (diferente da fiança no direito civil).
Se o avalizado é devedor principal: o avalista também será 
tratado como principal.
Se o avalizado é devedor indireto: o avalista também será 
indireto. 
A situação do avalista depende do avalizado.
AVAL – REPONSABILIDADE DO AVALISTA
▪ AUTONOMIA E ABSTRAÇÃO: O aval é autônomo, ou seja: não 
depende da validade da obrigação do avalizado. Exemplo: se a 
assinatura do avalizado for falsa, mas o título formalmente existe, o 
aval continua válido (salvo vício formal). O avalista não pode alegar 
defesas pessoais do avalizado (ex.: compensação, contrato 
defeituoso, etc.).
▪ LIMITE À AUTONOMIA: PROTEÇÃO CONTRA MÁ-FÉ: Apesar da 
autonomia, o direito não protege o credor de má-fé. Se o título não 
circulou e o credor sabia do vício na causa (ex.: não entrega da 
mercadoria, novação, pagamento já realizado), o avalista pode se 
defender. Isso evita enriquecimento ilícito.
AVAL – REPONSABILIDADE DO AVALISTA
▪ TRANSMISSÃO AOS HERDEIROS: O aval não é personalíssimo. Se o 
avalista morre, a obrigação passa aos herdeiros, dentro dos limites da 
herança (CC, art. 1.792). Mesmo que o falecimento ocorra antes do 
vencimento do título, a dívida transmite-se.
AVAL – DIREITO DO AVALISTA
▪ NATUREZA DO DIREITO DE REGRESSO: O avalista, ao pagar o título, 
não apenas se libera, mas adquire um direito novo: passa a ser 
credor do título. A doutrina destaca que não se trata de sub-rogação
(como na fiança), mas sim de um direito autônomo, previsto na LUG.
Fábio Ulhoa Coelho explica que: 
“Ao pagar, o avalista se torna portador legítimo do título, podendo 
exercer os direitos cambiários como se fosse o credor originário”.
AVAL – DIREITO DO AVALISTA
▪ Contra quem pode ser exercidoo regresso? Regra geral: o avalista 
tem os mesmos direitos do avalizado.
▪ Pode cobrar: o avalizado; os coobrigados anteriores ao 
avalizado.
▪ Não pode cobrar devedores posteriores.
▪ Limites do direito de regresso: O avalista só pode exigir o valor que 
efetivamente pagou. Não herda automaticamente cláusulas 
adicionais (ex.: juros contratuais acima da cambialidade). É, portanto, 
um direito de regresso cambiário, mas limitado.
AVAL X FIANÇA
CRITÉRIO AVAL FIANÇA
Natureza jurídica
Ato unilateral de vontade (declaração 
cambial).
Contrato, exige manifestação de duas 
vontades (credor + fiador).
Objeto Só existe em títulos de crédito.
Pode garantir qualquer obrigação
(civil, comercial etc.).
Princípios aplicáveis Literalidade, autonomia e abstração.
Não se rege por tais princípios; aplica-
se o regime geral do CC.
Acessoriedade
Formalmente acessório, mas 
substancialmente autônomo → 
subsiste mesmo que a obrigação 
avalizada seja nula.
Totalmente acessória → segue a sorte 
da obrigação principal (se esta for 
nula, a fiança também será).
Responsabilidade
Avalista é sempre devedor solidário, 
sem benefício de ordem (LUG, art. 47).
Fiador, em regra, tem benefício de 
ordem (CC, art. 827), podendo indicar 
bens do devedor principal.
AVAL X FIANÇA
CRITÉRIO AVAL FIANÇA
Solidariedade Sempre solidário perante o credor.
Só solidário se houver renúncia ao 
benefício de ordem ou cláusula 
expressa.
Divisão entre 
coobrigados
Não há benefício de divisão: cada 
avalista responde pela integralidade.
Fiadores podem invocar benefício 
da divisão, cada qual arcando com 
sua parte.
Substituição Não cabe substituição de avalista.
O credor pode exigir substituição do 
fiador se insolvente/incapaz (CC, 
art. 826).
Transmissão aos 
herdeiros
Obrigações do avalista se transmitem 
sempre, dentro das forças da 
herança (CC, art. 1.792).
Só se transmite se o fiador já era 
responsável na data do falecimento 
(CC, art. 836).
Iniciativa na execução
O avalista não pode provocar 
execução contra o avalizado.
O fiador pode exigir que o credor 
execute o devedor (CC, art. 834).
AVAL X ENDOSSO
CRITÉRIO AVAL ENDOSSO
Natureza jurídica
Declaração cambiária facultativa de 
garantia.
Declaração cambiária facultativa de 
transferência.
Finalidade Garantir o pagamento do título. Transferir a propriedade do título.
Sujeitos
Pode ser prestado por qualquer 
pessoa.
Só pode ser feito pelo portador 
legítimo.
Responsabilidade
Avalista sempre assume obrigação: 
equipara-se ao avalizado.
Endossante, em regra, responde 
pelo pagamento, mas pode se 
exonerar com cláusula “sem 
garantia”.
AVAL X ENDOSSO
CRITÉRIO AVAL ENDOSSO
Origem da 
responsabilidade
Decorre da manifestação de 
vontade do avalista.
Decorre da lei, como efeito natural 
do endosso.
Efeitos principais
O avalista se torna devedor 
solidário.
O endossante pode ser devedor ou 
não, a depender da cláusula.
Local de declaração
Deve ser lançado no título
(literalidade).
Também lançado no título, 
geralmente no verso (daí 
“endosso”).
AVAL POSTERIOR AO VENCIMENTO
▪ O avalista pode assinar o título a qualquer tempo.
▪ Mas e se ele assina depois do vencimento?
▪ O título já está exigível.
▪ Há divergência sobre se o aval ainda teria efeitos cambiários 
(como obrigação autônoma) ou se perde esse caráter.
▪ 1ª Corrente Doutrinária: Aval posterior ao vencimento produz efeitos 
normalmente. Luiz Emygdio Rosa Júnior: “válido, exceto se for depois 
do protesto ou do prazo de protesto: aí o título já “morreu” 
cambialmente”.
AVAL POSTERIOR AO VENCIMENTO
▪ 2ª Corrente Doutrinária: Aval posterior ao vencimento já não tem 
efeitos cambiários. Saraiva: “vencido o título, o aval não pode mais 
ter natureza cambial”.
▪ 3ª Corrente Doutrinária: Aval posterior não produz efeito algum. 
Carvalho de Mendonça, Werter Faria, Caub Feitosa: posição radical. 
Argumento: vencido, só cabe pagar, não garantir. O aval seria ato 
sem eficácia jurídica.
▪ 4ª Corrente Doutrinária: Aval posterior vale como fiança (analogia 
com endosso póstumo). Fran Martins, Magarinos Torres, Whitaker, 
Bulgarelli: O aval perde os efeitos cambiários, mas não fica inócuo. 
Teria efeitos de fiança civil, desde que respeitados os requisitos 
legais. Analogia: endosso póstumo tem efeitos de cessão de crédito.
AVAL POSTERIOR AO VENCIMENTO
▪ 5ª Corrente Doutrinária: Posição conciliatória (a mais aceita hoje): O 
aval posterior pode ter efeitos cambiários, desde que seja a favor de 
obrigado cambial (ex.: emitente, sacador, aceitante, endossante 
anterior). Não produz efeitos se for a favor de quem já não tem 
obrigação no título.
▪ Fundamentos legais:
▪ Art. 12 da Lei 5.474/68 (duplicata): admite expressamente aval 
após o vencimento.
▪ Art. 900 do CC/2002: aplica-se de forma ampla a todos os títulos 
típicos e atípicos, salvo disposição em contrário.
PROTESTO
CONCEITO
Lei n. 9.492/97 – art. 1º: “o ato formal e solene pelo qual se prova a 
inadimplência e o descumprimento da obrigação originada em títulos e 
outros documentos de dívida”
“o ato praticado pelo credor, perante o competente cartório, para fins 
de incorporar ao título de crédito a prova de fato relevante para as 
relações cambiais”
(Fábio Ulhoa Coelho)
TIPOS DE PROTESTO
TIPO DE 
PROTESTO
QUANDO OCORRE
FUNDAMENTO 
LEGAL
OBSERVAÇÕES / JURISPRUDÊNCIA
Por falta de 
pagamento
Quando o devedor 
não paga no 
vencimento.
Lei 9.492/97, art. 1º e 
art. 21; aplicável a 
títulos e outros 
documentos de 
dívida.
Pode ser usado também em “documentos de 
dívida” (obrigações líquidas e exigíveis), não 
apenas em títulos de crédito. 
STJ afastou protesto de contrato de 
locação (norma do TJSP foi anulada).
Por falta de 
aceite
Quando o sacado 
recusa ou deixa de 
dar o aceite.
LUG, art. 44; Lei 
9.492/97, art. 21, 
§1º.
Só pode ocorrer até o vencimento. Se o 
sacado pede segunda apresentação no 
último dia, o protesto pode ser feito no dia 
útil seguinte. 
CNJ proibiu protesto de letras de câmbio 
sem aceite.
TIPOS DE PROTESTO
TIPO DE 
PROTESTO
QUANDO OCORRE
FUNDAMENTO 
LEGAL
OBSERVAÇÕES / JURISPRUDÊNCIA
Por falta de 
devolução
Quando o sacado 
não devolve o 
título enviado para 
aceite (letra ou 
duplicata).
Não há prazo legal: 
doutrina sugere 24h, 
salvo prazo 
convencionado.
A retenção indevida do título autoriza o 
protesto, que comprova a recusa do 
aceite/pagamento.
Por falta de 
data do aceite
Quando o título a 
certo termo da 
vista é aceito sem 
indicação da data.
LUG; Lei 9.492/97 
(interpretação 
sistemática).
O protesto garante que conste a data, pois 
dela depende a contagem do vencimento.
PROCEDIMENTO
▪ PEDIDO: 
O protesto não é automático, precisa ser requerido pelo portador 
legítimo (até mesmo o mero detentor do título).
O pedido deve ser feito no cartório competente (Lei 9.492/97, art. 7º).
Instrução: título ou documento original (ou segunda via, no caso de 
duplicata/letra não devolvida).
Admitido o protesto por indicações (Lei 9.492/97, art. 8º).
O tabelião faz apenas exame formal do título (Lei 9.492/97, art. 9º).
Observação moderna: o apresentante pode autorizar o tabelião a 
enviar proposta de negociação ao devedor (com desconto, parcelamento 
etc.). Se não houver acordo, segue o protesto, considerando-se a data da 
apresentação como a data do protesto (importante para prescrição).
PROCEDIMENTO
▪ INTIMAÇÃO: 
Feito o pedido, o tabelião intima o devedor para pagar, aceitar, devolver ou datar o 
aceite.
Formas de intimação (Lei 9.492/97, art. 14):
▪ pessoalmente (portador do tabelião);
▪ correio (AR);
▪ eletrônico (e-mail, WhatsApp), desde que haja confirmação de recebimento;
▪ edital (quando não localizado ou recusa de recebimento – Lei 9.492/97, art. 15).
STJ, Súmula 361: para pedido de falência, é essencial a identificação da pessoa 
intimada, não basta deixar no endereço.
▪ Prazo: protesto deve ser lavrado em até 3 dias úteis da protocolização (Lei 
9.492/97, art. 12).
PROCEDIMENTO
▪ LAVRATURA DO PROTESTO: 
Se dentro do prazo odevedor não paga nem devolve/aceita, o tabelião lavra o 
protesto. O ato é registrado em livro e no instrumento do protesto, que deve conter 
(Lei 9.492/97, art. 22):
▪ Data e número do protocolo;
▪ Nome/endereço do apresentante;
▪ Reprodução ou transcrição do título;
▪ Certidão das intimações feitas;
▪ Indicação dos intervenientes voluntários;
▪ Consentimento do portador ao aceite por honra (se houver);
▪ Nome, documento e endereço do devedor;
▪ Data e assinatura do tabelião ou escrevente autorizado.
▪ Enunciado 61 da I Jornada de Direito Notarial: avalistas e coobrigados solidários 
podem constar como devedores no protesto por falta de pagamento, se assim 
indicado pelo credor.
PROCEDIMENTO
▪ Enunciado 61 da I Jornada de Direito Notarial: avalistas e coobrigados solidários 
podem constar como devedores no protesto por falta de pagamento, se assim 
indicado pelo credor.
EFEITOS DO PROTESTO
▪ PROVA SOLENE: O protesto é a certidão pública que comprova: falta de aceite; falta de 
devolução; falta de pagamento. É um meio de prova formal, dotado de fé pública.
▪ PROTESTO POR FALTA DE ACEITE: Efeito central: cobrança antecipada dos devedores 
indiretos (sacador, endossantes e respectivos avalistas). Recusa do aceite = sinal de que o 
sacado não pretende pagar e ocorre vencimento antecipado (LUG, art. 43). Em relação ao 
sacado, não há efeitos (ele não é obrigado a aceitar).
▪ PROTESTO POR FALTA DE PAGAMENTO: 
▪ Cobrança dos devedores indiretos: O protesto é essencial para demandar os indiretos. 
▪ Se o título já foi aceito, o protesto é facultativo (ação cambial pode ser ajuizada contra o 
aceitante mesmo sem protesto). 
▪ Se o título não foi aceito, o protesto é necessário; sem ele, o documento perde força 
cambial e vira mera prova escrita. 
▪ Prazo: um dia útil após o vencimento (Dec. 2.044/1908, art. 28), embora parte da doutrina 
invoque o prazo da LUG (dois dias).
EFEITOS DO PROTESTO
▪ Interrupção da prescrição: CC, art. 202: o protesto interrompe a prescrição. Antes do 
CC/2002, prevalecia a Súmula 153 STF (protesto não interrompia). Hoje, basta o 
protesto válido, ainda que intempestivo para fins de cobrança de indiretos.
▪ Impontualidade injustificada (falência): O protesto por falta de pagamento pode 
embasar o pedido de falência (Lei 11.101/2005, art. 94, I). Exige: dívida líquida, título 
executivo, impontualidade não justificada.
▪ Inscrição em cadastros de inadimplentes: O protesto gera publicidade negativa e pode 
levar à inclusão em SPC, Serasa etc. Não é necessária nova notificação, pois a intimação 
do protesto já serve como ciência (STJ). 
▪ Restrições: CNJ e STJ: em letras sem aceite, o protesto deve ser contra o sacador, 
não contra o sacado, logo, não cabe restrição de crédito contra quem nunca se 
obrigou.
PRAZO PARA PROTESTO
▪ Protesto por falta de aceite: Só pode ser realizado até o vencimento do 
título. Após essa data, não faz mais sentido falar em aceite, só resta o 
protesto por falta de pagamento.
▪ Protesto por falta de pagamento: Pode ser feito a qualquer tempo, enquanto 
a dívida existir. Mesmo após a prescrição da ação cambial, o protesto pode 
subsistir para outros efeitos (ex.: ação de locupletamento, ação monitória). 
▪ Decreto n. 2.044/1908: prazo de um dia útil após o vencimento, mas este 
prazo serve apenas para preservar o direito contra os devedores indiretos.
▪ Se feito depois, protesto continua válido, mas não permite cobrar 
sacador, endossantes e avalistas.
▪ Ainda assim, gera os demais efeitos: interrupção da prescrição, 
impontualidade para falência, restrição de crédito.
▪
▪3️⃣ Entendimento do STJ
▪ O STJ consolidou posição de que, após a prescrição da execução, não 
caberia mais o protesto por falta de pagamento.
▪ Crítica doutrinária: mesmo após a execução estar prescrita, ainda pode 
haver outras vias de cobrança (ação monitória, locupletamento), logo, o 
protesto ainda deveria ser admitido como meio de prova e de interrupção 
de prescrição.
PRAZO PARA PROTESTO
▪ O STJ consolidou posição de que, após a prescrição da execução, não caberia 
mais o protesto por falta de pagamento.
▪ Crítica doutrinária: mesmo após a execução estar prescrita, ainda pode haver 
outras vias de cobrança (ação monitória, locupletamento), logo, o protesto 
ainda deveria ser admitido como meio de prova e de interrupção de 
prescrição.
SUSTAÇÃO DO PROTESTO
▪ Medida judicial para impedir a lavratura do protesto (Lei 9.492/97, art. 
17).
▪ Só pode ser requerida antes de consumado o protesto.
▪ Após a lavratura, o máximo que se consegue é a sustação dos efeitos
(ex.: evitar inscrição em cadastros, bloquear publicidade do protesto).
▪ Instrumento prático: medida cautelar ou tutela de urgência, 
fundamentada em risco de dano (restrição de crédito).
SUSTAÇÃO DO PROTESTO
▪ Medida judicial para impedir a lavratura do protesto (Lei 9.492/97, art. 
17).
▪ Só pode ser requerida antes de consumado o protesto.
▪ Após a lavratura, o máximo que se consegue é a sustação dos efeitos
(ex.: evitar inscrição em cadastros, bloquear publicidade do protesto).
▪ Instrumento prático: medida cautelar ou tutela de urgência, 
fundamentada em risco de dano (restrição de crédito).
	Slide 101: AVAL
	Slide 102: AVAL - CONCEITO
	Slide 103: AVAL – FORMA E REQUISITOS
	Slide 104: AVAL – FORMA E REQUISITOS
	Slide 105: AVAL – FORMA E REQUISITOS
	Slide 106: AVAL
	Slide 107: AVAL - AVALIZADO
	Slide 108: AVAL - AVALIZADO
	Slide 109: AVAL – AVAL ANTECIPADO
	Slide 110: AVAL – AVAIS SIMULTÂNEOS
	Slide 111: AVAL – AVAIS SIMULTÂNEOS
	Slide 112: AVAL – REPONSABILIDADE DO AVALISTA
	Slide 113: AVAL – REPONSABILIDADE DO AVALISTA
	Slide 114: AVAL – REPONSABILIDADE DO AVALISTA
	Slide 115: AVAL – DIREITO DO AVALISTA
	Slide 116: AVAL – DIREITO DO AVALISTA
	Slide 117: AVAL X FIANÇA
	Slide 118: AVAL X FIANÇA
	Slide 119: AVAL X ENDOSSO
	Slide 120: AVAL X ENDOSSO
	Slide 121: AVAL POSTERIOR AO VENCIMENTO
	Slide 122: AVAL POSTERIOR AO VENCIMENTO
	Slide 123: AVAL POSTERIOR AO VENCIMENTO
	Slide 124: PROTESTO
	Slide 125: CONCEITO
	Slide 126: TIPOS DE PROTESTO
	Slide 127: TIPOS DE PROTESTO
	Slide 128: PROCEDIMENTO
	Slide 129: PROCEDIMENTO
	Slide 130: PROCEDIMENTO
	Slide 131: PROCEDIMENTO
	Slide 132: EFEITOS DO PROTESTO
	Slide 133: EFEITOS DO PROTESTO
	Slide 134: PRAZO PARA PROTESTO
	Slide 135: PRAZO PARA PROTESTO
	Slide 136: SUSTAÇÃO DO PROTESTO
	Slide 137: SUSTAÇÃO DO PROTESTO

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