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AVAL AVAL - CONCEITO “Trata-se, portanto, de uma obrigação cambiária assumida por alguém no intuito de garantir o pagamento do título nas mesmas condições de outro obrigado (art. 32, da LUG)”. (Edilson Enedino das Chagas) “o aval é o ato cambiário pelo qual uma pessoa (avalista) se compromete a pagar título de crédito, nas mesmas condições que um devedor desse título (avalizado)” (Fábio Ulhoa Coelho) AVAL – FORMA E REQUISITOS ▪ Deve ser escrito no próprio título: ▪ anverso: simples assinatura; ▪ no verso, com as expressões: “bom para aval”, “por aval”, “em garantia de xxx”; “por aval de xxx”; “por garantia”; ou ▪ em folha anexa (figura ALONGUE). ▪ Outorga Conjugal: art. 1.647 do CC - exigência de outorga conjugal no aval dado por pessoas casadas, salvo no regime da separação absoluta. O STJ afirmou que tal restrição também se aplica ao regime da separação obrigatória, “ao excepcionar a necessidade de autorização conjugal para o aval, o art. 1.647 do CC/2002, mediante a expressão ‘separação absoluta’, refere-se exclusivamente ao regime de separação convencional de bens e não ao da separação legal” (STJ, 3ª Turma, REsp 1163074/PB, Rel. Min. Massami Uyeda, j. 15-12-2009, DJe 4-2-2010) AVAL – FORMA E REQUISITOS Recusa na outorga uxória: ▪ Art. 1648: poderá haver o suprimento judicial da outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la. ▪ Art. 1649: Não havendo esse suprimento, o aval será anulável, podendo o cônjuge que não anuiu pedir a anulação da garantia, até dois anos após o término da sociedade conjugal (art. 1.649). Essa anulação só poderá ser pleiteada pelo cônjuge que não anuiu ao aval, ou por seus herdeiros, sendo impossível ao próprio avalista arguir tal invalidade, sob pena de se proteger alguém que não agiu de boa-fé. AVAL – FORMA E REQUISITOS “o aval prestado sem a devida outorga uxória não possui validade. Sua anulação não tem como consequência preservar somente a meação, mas torna insubsistente toda a garantia”. (STJ, 4ª Turma, EDcl no REsp 1472896/SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, j. 6-8-2015, DJe 13-8-2015. No mesmo sentido: STJ, 4ª Turma, AgInt no AREsp 928.412/PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 18-10-2016, DJe 26-10-2016; STJ, 4ª Turma, AgInt no REsp 1028014/RS, Rel. Min. Raul Araújo, j. 16-8-2016, DJe 1º-9-2016). AVAL ▪ AVAL LIMITADO (OU PARCIAL): o próprio avalista pode limitar a obrigação, garantindo apenas uma parte do título. Portanto, o avalista pode dar um aval parcial ou limitado. Ao contrário do endosso parcial que é nulo, o aval parcial é perfeitamente admitido, ou seja, o avalista pode garantir o pagamento de apenas uma parte da obrigação constante do título. ▪ Títulos atípicos: o aval parcial restou vedado (CC – art. 897, parágrafo único). Não se aplicará aos títulos típicos (letra de câmbio, nota promissória, cheque, duplicata...), uma vez que há legislação especial admitindo essa limitação do aval, que quase nunca ocorrerá. AVAL - AVALIZADO ▪ Ao dar o aval, o avalista assume a obrigação de pagar o título de crédito, do mesmo modo que um devedor desse título, isto é, ele dá o aval por algum obrigado pelo título. ▪ Ele assume uma obrigação equivalente, mas não igual, a de outra pessoa que já consta do título, isso não significa que ele tenha a mesma obrigação do avalizado, mas apenas que ele responderá da mesma maneira que o avalizado, isto é, estará sujeita, a princípio, aos mesmos prazos prescricionais e aos mesmos requisitos de forma para a exigência da obrigação. ▪ Para identificar esse avalizado, devemos recorrer ao teor do próprio documento que deverá demonstrar por quem foi dado o aval. AVAL - AVALIZADO ▪ Ele pode ser avalista do sacador, do aceitante ou de endossantes do título. ▪ Pode ser avalista de outro avalista que já consta no título, nos chamados avais sucessivos. ▪ Caso não indique, estamos diante de um aval em branco, o qual a lei presume que foi dado pelo sacador, isto é, no aval em branco presume-se que o avalizado é o sacador ▪ Em relação aos títulos atípicos, o Código Civil estabelece que o aval em branco se presume a favor do emitente ou devedor final (art. 899). AVAL – AVAL ANTECIPADO ▪ É a prestação de aval em favor do sacado antes de ele aceitar a letra de câmbio.Normalmente, o aval é dado para reforçar a obrigação de quem já é devedor cambiário (emitente, sacador, aceitante, endossante), mas no aval antecipado o avalista se adianta e garante alguém que ainda não é devedor (o sacado não assinou a letra). ▪ 1ª Corrente Doutrinária: o aval é ato autônomo e incondicionado: basta a vontade do avalista. Logo, se ele declarou que garante o sacado, assume obrigação mesmo que este nunca aceite a letra. ▪ 2ª Corrente Doutrinária: O aval pressupõe pelo menos a aparência da obrigação do avalizado. O aval só produz efeitos se o sacado vier a aceitar. ▪ 3ª Corrente Doutrinária: tratam o aval antecipado como uma garantia suspensa: Enquanto o sacado não aceita, o aval é ineficaz; Se ele aceitar, retroage e passa a valer plenamente. AVAL – AVAIS SIMULTÂNEOS Avais Simultâneos são dois avais em branco, superpostos no título (sem identificar expressamente o avalizado). ▪ Regra: presume-se que o aval é dado ao sacador (quando não identificado o avalizado). ▪ Resultado: ambos os signatários são coavalistas do mesmo devedor (sacador). ▪ Súmula 189 do STF: "Se no título cambial constarem duas assinaturas de avalistas em branco e superpostas, presume-se que os avais são simultâneos e não sucessivos.“ ▪ Não há solidariedade entre os avalistas simultâneos, pois a solidariedade não se presume.” (Rubens Requião) AVAL – AVAIS SIMULTÂNEOS Art. 47 da LUG: “Todos os obrigados por uma letra são solidariamente responsáveis para com o portador.” Se os coavalistas garantem a mesma dívida, o credor pode exigir a totalidade de qualquer um deles. Aqui não há indivisibilidade (pois é dívida de dinheiro), mas solidariedade civil: quem paga tem regresso contra o outro pela quota-parte. AVAL – REPONSABILIDADE DO AVALISTA ▪ O avalista é devedor solidário (LUG, art. 47), isso significa: pode ser cobrado pelo total da dívida, mesmo que o avalizado tenha bens. ▪ Não possui benefício de ordem (diferente da fiança no direito civil). Se o avalizado é devedor principal: o avalista também será tratado como principal. Se o avalizado é devedor indireto: o avalista também será indireto. A situação do avalista depende do avalizado. AVAL – REPONSABILIDADE DO AVALISTA ▪ AUTONOMIA E ABSTRAÇÃO: O aval é autônomo, ou seja: não depende da validade da obrigação do avalizado. Exemplo: se a assinatura do avalizado for falsa, mas o título formalmente existe, o aval continua válido (salvo vício formal). O avalista não pode alegar defesas pessoais do avalizado (ex.: compensação, contrato defeituoso, etc.). ▪ LIMITE À AUTONOMIA: PROTEÇÃO CONTRA MÁ-FÉ: Apesar da autonomia, o direito não protege o credor de má-fé. Se o título não circulou e o credor sabia do vício na causa (ex.: não entrega da mercadoria, novação, pagamento já realizado), o avalista pode se defender. Isso evita enriquecimento ilícito. AVAL – REPONSABILIDADE DO AVALISTA ▪ TRANSMISSÃO AOS HERDEIROS: O aval não é personalíssimo. Se o avalista morre, a obrigação passa aos herdeiros, dentro dos limites da herança (CC, art. 1.792). Mesmo que o falecimento ocorra antes do vencimento do título, a dívida transmite-se. AVAL – DIREITO DO AVALISTA ▪ NATUREZA DO DIREITO DE REGRESSO: O avalista, ao pagar o título, não apenas se libera, mas adquire um direito novo: passa a ser credor do título. A doutrina destaca que não se trata de sub-rogação (como na fiança), mas sim de um direito autônomo, previsto na LUG. Fábio Ulhoa Coelho explica que: “Ao pagar, o avalista se torna portador legítimo do título, podendo exercer os direitos cambiários como se fosse o credor originário”. AVAL – DIREITO DO AVALISTA ▪ Contra quem pode ser exercidoo regresso? Regra geral: o avalista tem os mesmos direitos do avalizado. ▪ Pode cobrar: o avalizado; os coobrigados anteriores ao avalizado. ▪ Não pode cobrar devedores posteriores. ▪ Limites do direito de regresso: O avalista só pode exigir o valor que efetivamente pagou. Não herda automaticamente cláusulas adicionais (ex.: juros contratuais acima da cambialidade). É, portanto, um direito de regresso cambiário, mas limitado. AVAL X FIANÇA CRITÉRIO AVAL FIANÇA Natureza jurídica Ato unilateral de vontade (declaração cambial). Contrato, exige manifestação de duas vontades (credor + fiador). Objeto Só existe em títulos de crédito. Pode garantir qualquer obrigação (civil, comercial etc.). Princípios aplicáveis Literalidade, autonomia e abstração. Não se rege por tais princípios; aplica- se o regime geral do CC. Acessoriedade Formalmente acessório, mas substancialmente autônomo → subsiste mesmo que a obrigação avalizada seja nula. Totalmente acessória → segue a sorte da obrigação principal (se esta for nula, a fiança também será). Responsabilidade Avalista é sempre devedor solidário, sem benefício de ordem (LUG, art. 47). Fiador, em regra, tem benefício de ordem (CC, art. 827), podendo indicar bens do devedor principal. AVAL X FIANÇA CRITÉRIO AVAL FIANÇA Solidariedade Sempre solidário perante o credor. Só solidário se houver renúncia ao benefício de ordem ou cláusula expressa. Divisão entre coobrigados Não há benefício de divisão: cada avalista responde pela integralidade. Fiadores podem invocar benefício da divisão, cada qual arcando com sua parte. Substituição Não cabe substituição de avalista. O credor pode exigir substituição do fiador se insolvente/incapaz (CC, art. 826). Transmissão aos herdeiros Obrigações do avalista se transmitem sempre, dentro das forças da herança (CC, art. 1.792). Só se transmite se o fiador já era responsável na data do falecimento (CC, art. 836). Iniciativa na execução O avalista não pode provocar execução contra o avalizado. O fiador pode exigir que o credor execute o devedor (CC, art. 834). AVAL X ENDOSSO CRITÉRIO AVAL ENDOSSO Natureza jurídica Declaração cambiária facultativa de garantia. Declaração cambiária facultativa de transferência. Finalidade Garantir o pagamento do título. Transferir a propriedade do título. Sujeitos Pode ser prestado por qualquer pessoa. Só pode ser feito pelo portador legítimo. Responsabilidade Avalista sempre assume obrigação: equipara-se ao avalizado. Endossante, em regra, responde pelo pagamento, mas pode se exonerar com cláusula “sem garantia”. AVAL X ENDOSSO CRITÉRIO AVAL ENDOSSO Origem da responsabilidade Decorre da manifestação de vontade do avalista. Decorre da lei, como efeito natural do endosso. Efeitos principais O avalista se torna devedor solidário. O endossante pode ser devedor ou não, a depender da cláusula. Local de declaração Deve ser lançado no título (literalidade). Também lançado no título, geralmente no verso (daí “endosso”). AVAL POSTERIOR AO VENCIMENTO ▪ O avalista pode assinar o título a qualquer tempo. ▪ Mas e se ele assina depois do vencimento? ▪ O título já está exigível. ▪ Há divergência sobre se o aval ainda teria efeitos cambiários (como obrigação autônoma) ou se perde esse caráter. ▪ 1ª Corrente Doutrinária: Aval posterior ao vencimento produz efeitos normalmente. Luiz Emygdio Rosa Júnior: “válido, exceto se for depois do protesto ou do prazo de protesto: aí o título já “morreu” cambialmente”. AVAL POSTERIOR AO VENCIMENTO ▪ 2ª Corrente Doutrinária: Aval posterior ao vencimento já não tem efeitos cambiários. Saraiva: “vencido o título, o aval não pode mais ter natureza cambial”. ▪ 3ª Corrente Doutrinária: Aval posterior não produz efeito algum. Carvalho de Mendonça, Werter Faria, Caub Feitosa: posição radical. Argumento: vencido, só cabe pagar, não garantir. O aval seria ato sem eficácia jurídica. ▪ 4ª Corrente Doutrinária: Aval posterior vale como fiança (analogia com endosso póstumo). Fran Martins, Magarinos Torres, Whitaker, Bulgarelli: O aval perde os efeitos cambiários, mas não fica inócuo. Teria efeitos de fiança civil, desde que respeitados os requisitos legais. Analogia: endosso póstumo tem efeitos de cessão de crédito. AVAL POSTERIOR AO VENCIMENTO ▪ 5ª Corrente Doutrinária: Posição conciliatória (a mais aceita hoje): O aval posterior pode ter efeitos cambiários, desde que seja a favor de obrigado cambial (ex.: emitente, sacador, aceitante, endossante anterior). Não produz efeitos se for a favor de quem já não tem obrigação no título. ▪ Fundamentos legais: ▪ Art. 12 da Lei 5.474/68 (duplicata): admite expressamente aval após o vencimento. ▪ Art. 900 do CC/2002: aplica-se de forma ampla a todos os títulos típicos e atípicos, salvo disposição em contrário. PROTESTO CONCEITO Lei n. 9.492/97 – art. 1º: “o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento da obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida” “o ato praticado pelo credor, perante o competente cartório, para fins de incorporar ao título de crédito a prova de fato relevante para as relações cambiais” (Fábio Ulhoa Coelho) TIPOS DE PROTESTO TIPO DE PROTESTO QUANDO OCORRE FUNDAMENTO LEGAL OBSERVAÇÕES / JURISPRUDÊNCIA Por falta de pagamento Quando o devedor não paga no vencimento. Lei 9.492/97, art. 1º e art. 21; aplicável a títulos e outros documentos de dívida. Pode ser usado também em “documentos de dívida” (obrigações líquidas e exigíveis), não apenas em títulos de crédito. STJ afastou protesto de contrato de locação (norma do TJSP foi anulada). Por falta de aceite Quando o sacado recusa ou deixa de dar o aceite. LUG, art. 44; Lei 9.492/97, art. 21, §1º. Só pode ocorrer até o vencimento. Se o sacado pede segunda apresentação no último dia, o protesto pode ser feito no dia útil seguinte. CNJ proibiu protesto de letras de câmbio sem aceite. TIPOS DE PROTESTO TIPO DE PROTESTO QUANDO OCORRE FUNDAMENTO LEGAL OBSERVAÇÕES / JURISPRUDÊNCIA Por falta de devolução Quando o sacado não devolve o título enviado para aceite (letra ou duplicata). Não há prazo legal: doutrina sugere 24h, salvo prazo convencionado. A retenção indevida do título autoriza o protesto, que comprova a recusa do aceite/pagamento. Por falta de data do aceite Quando o título a certo termo da vista é aceito sem indicação da data. LUG; Lei 9.492/97 (interpretação sistemática). O protesto garante que conste a data, pois dela depende a contagem do vencimento. PROCEDIMENTO ▪ PEDIDO: O protesto não é automático, precisa ser requerido pelo portador legítimo (até mesmo o mero detentor do título). O pedido deve ser feito no cartório competente (Lei 9.492/97, art. 7º). Instrução: título ou documento original (ou segunda via, no caso de duplicata/letra não devolvida). Admitido o protesto por indicações (Lei 9.492/97, art. 8º). O tabelião faz apenas exame formal do título (Lei 9.492/97, art. 9º). Observação moderna: o apresentante pode autorizar o tabelião a enviar proposta de negociação ao devedor (com desconto, parcelamento etc.). Se não houver acordo, segue o protesto, considerando-se a data da apresentação como a data do protesto (importante para prescrição). PROCEDIMENTO ▪ INTIMAÇÃO: Feito o pedido, o tabelião intima o devedor para pagar, aceitar, devolver ou datar o aceite. Formas de intimação (Lei 9.492/97, art. 14): ▪ pessoalmente (portador do tabelião); ▪ correio (AR); ▪ eletrônico (e-mail, WhatsApp), desde que haja confirmação de recebimento; ▪ edital (quando não localizado ou recusa de recebimento – Lei 9.492/97, art. 15). STJ, Súmula 361: para pedido de falência, é essencial a identificação da pessoa intimada, não basta deixar no endereço. ▪ Prazo: protesto deve ser lavrado em até 3 dias úteis da protocolização (Lei 9.492/97, art. 12). PROCEDIMENTO ▪ LAVRATURA DO PROTESTO: Se dentro do prazo odevedor não paga nem devolve/aceita, o tabelião lavra o protesto. O ato é registrado em livro e no instrumento do protesto, que deve conter (Lei 9.492/97, art. 22): ▪ Data e número do protocolo; ▪ Nome/endereço do apresentante; ▪ Reprodução ou transcrição do título; ▪ Certidão das intimações feitas; ▪ Indicação dos intervenientes voluntários; ▪ Consentimento do portador ao aceite por honra (se houver); ▪ Nome, documento e endereço do devedor; ▪ Data e assinatura do tabelião ou escrevente autorizado. ▪ Enunciado 61 da I Jornada de Direito Notarial: avalistas e coobrigados solidários podem constar como devedores no protesto por falta de pagamento, se assim indicado pelo credor. PROCEDIMENTO ▪ Enunciado 61 da I Jornada de Direito Notarial: avalistas e coobrigados solidários podem constar como devedores no protesto por falta de pagamento, se assim indicado pelo credor. EFEITOS DO PROTESTO ▪ PROVA SOLENE: O protesto é a certidão pública que comprova: falta de aceite; falta de devolução; falta de pagamento. É um meio de prova formal, dotado de fé pública. ▪ PROTESTO POR FALTA DE ACEITE: Efeito central: cobrança antecipada dos devedores indiretos (sacador, endossantes e respectivos avalistas). Recusa do aceite = sinal de que o sacado não pretende pagar e ocorre vencimento antecipado (LUG, art. 43). Em relação ao sacado, não há efeitos (ele não é obrigado a aceitar). ▪ PROTESTO POR FALTA DE PAGAMENTO: ▪ Cobrança dos devedores indiretos: O protesto é essencial para demandar os indiretos. ▪ Se o título já foi aceito, o protesto é facultativo (ação cambial pode ser ajuizada contra o aceitante mesmo sem protesto). ▪ Se o título não foi aceito, o protesto é necessário; sem ele, o documento perde força cambial e vira mera prova escrita. ▪ Prazo: um dia útil após o vencimento (Dec. 2.044/1908, art. 28), embora parte da doutrina invoque o prazo da LUG (dois dias). EFEITOS DO PROTESTO ▪ Interrupção da prescrição: CC, art. 202: o protesto interrompe a prescrição. Antes do CC/2002, prevalecia a Súmula 153 STF (protesto não interrompia). Hoje, basta o protesto válido, ainda que intempestivo para fins de cobrança de indiretos. ▪ Impontualidade injustificada (falência): O protesto por falta de pagamento pode embasar o pedido de falência (Lei 11.101/2005, art. 94, I). Exige: dívida líquida, título executivo, impontualidade não justificada. ▪ Inscrição em cadastros de inadimplentes: O protesto gera publicidade negativa e pode levar à inclusão em SPC, Serasa etc. Não é necessária nova notificação, pois a intimação do protesto já serve como ciência (STJ). ▪ Restrições: CNJ e STJ: em letras sem aceite, o protesto deve ser contra o sacador, não contra o sacado, logo, não cabe restrição de crédito contra quem nunca se obrigou. PRAZO PARA PROTESTO ▪ Protesto por falta de aceite: Só pode ser realizado até o vencimento do título. Após essa data, não faz mais sentido falar em aceite, só resta o protesto por falta de pagamento. ▪ Protesto por falta de pagamento: Pode ser feito a qualquer tempo, enquanto a dívida existir. Mesmo após a prescrição da ação cambial, o protesto pode subsistir para outros efeitos (ex.: ação de locupletamento, ação monitória). ▪ Decreto n. 2.044/1908: prazo de um dia útil após o vencimento, mas este prazo serve apenas para preservar o direito contra os devedores indiretos. ▪ Se feito depois, protesto continua válido, mas não permite cobrar sacador, endossantes e avalistas. ▪ Ainda assim, gera os demais efeitos: interrupção da prescrição, impontualidade para falência, restrição de crédito. ▪ ▪3️⃣ Entendimento do STJ ▪ O STJ consolidou posição de que, após a prescrição da execução, não caberia mais o protesto por falta de pagamento. ▪ Crítica doutrinária: mesmo após a execução estar prescrita, ainda pode haver outras vias de cobrança (ação monitória, locupletamento), logo, o protesto ainda deveria ser admitido como meio de prova e de interrupção de prescrição. PRAZO PARA PROTESTO ▪ O STJ consolidou posição de que, após a prescrição da execução, não caberia mais o protesto por falta de pagamento. ▪ Crítica doutrinária: mesmo após a execução estar prescrita, ainda pode haver outras vias de cobrança (ação monitória, locupletamento), logo, o protesto ainda deveria ser admitido como meio de prova e de interrupção de prescrição. SUSTAÇÃO DO PROTESTO ▪ Medida judicial para impedir a lavratura do protesto (Lei 9.492/97, art. 17). ▪ Só pode ser requerida antes de consumado o protesto. ▪ Após a lavratura, o máximo que se consegue é a sustação dos efeitos (ex.: evitar inscrição em cadastros, bloquear publicidade do protesto). ▪ Instrumento prático: medida cautelar ou tutela de urgência, fundamentada em risco de dano (restrição de crédito). SUSTAÇÃO DO PROTESTO ▪ Medida judicial para impedir a lavratura do protesto (Lei 9.492/97, art. 17). ▪ Só pode ser requerida antes de consumado o protesto. ▪ Após a lavratura, o máximo que se consegue é a sustação dos efeitos (ex.: evitar inscrição em cadastros, bloquear publicidade do protesto). ▪ Instrumento prático: medida cautelar ou tutela de urgência, fundamentada em risco de dano (restrição de crédito). Slide 101: AVAL Slide 102: AVAL - CONCEITO Slide 103: AVAL – FORMA E REQUISITOS Slide 104: AVAL – FORMA E REQUISITOS Slide 105: AVAL – FORMA E REQUISITOS Slide 106: AVAL Slide 107: AVAL - AVALIZADO Slide 108: AVAL - AVALIZADO Slide 109: AVAL – AVAL ANTECIPADO Slide 110: AVAL – AVAIS SIMULTÂNEOS Slide 111: AVAL – AVAIS SIMULTÂNEOS Slide 112: AVAL – REPONSABILIDADE DO AVALISTA Slide 113: AVAL – REPONSABILIDADE DO AVALISTA Slide 114: AVAL – REPONSABILIDADE DO AVALISTA Slide 115: AVAL – DIREITO DO AVALISTA Slide 116: AVAL – DIREITO DO AVALISTA Slide 117: AVAL X FIANÇA Slide 118: AVAL X FIANÇA Slide 119: AVAL X ENDOSSO Slide 120: AVAL X ENDOSSO Slide 121: AVAL POSTERIOR AO VENCIMENTO Slide 122: AVAL POSTERIOR AO VENCIMENTO Slide 123: AVAL POSTERIOR AO VENCIMENTO Slide 124: PROTESTO Slide 125: CONCEITO Slide 126: TIPOS DE PROTESTO Slide 127: TIPOS DE PROTESTO Slide 128: PROCEDIMENTO Slide 129: PROCEDIMENTO Slide 130: PROCEDIMENTO Slide 131: PROCEDIMENTO Slide 132: EFEITOS DO PROTESTO Slide 133: EFEITOS DO PROTESTO Slide 134: PRAZO PARA PROTESTO Slide 135: PRAZO PARA PROTESTO Slide 136: SUSTAÇÃO DO PROTESTO Slide 137: SUSTAÇÃO DO PROTESTO