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PESQUISA OPERACIONAL Objetivos desta aula: 1. Identificar os principais conceitos e aplicações relacionados à PO - Pesquisa Operacional, sua evolução; 2. Conhecer o escopo e aplicações possíveis da PO; 3. Compreender as principais fases de um processo de modelagem: definição do problema, construção do modelo, solução do modelo, validação do modelo e implementação da solução; 4. Interpretar alguns exemplos sugeridos para leitura. Introdução A PO é uma ciência aplicada voltada para a resolução de problemas reais, em que se procura trazer para o campo da tomada de decisões (sobre a concepção, o planejamento ou a operação de sistemas) a atitude e os métodos próprios de outras áreas científicas. Através de desenvolvimentos de base quantitativa, a PO visa também introduzir elementos de objetividade e racionalidade nos processos de tomada de decisão, sem desprezar os elementos subjetivos e de enquadramento organizacional que caracterizam os problemas. Resumindo... Pesquisa Operacional = Pesquisa de Operações Operação = Conjunto de atos necessários para obter determinado resultado Pesquisa = Investigação que conduz a resultados que são imediatamente utilizáveis fora do domínio da ciência (na vida real); ou seja, procura resolver um problema e atingir alguns objetivos, que podem ser de natureza não-científica Escopo da P.0. A pesquisa operacional pode abordar diferentes áreas. Por exemplo, algumas das principais áreas estão relacionadas no website da ABEPRO: Modelagem, Simulação e Otimização; Programação Matemática; Processos Decisórios; Processos Estocásticos; Teoria dos Jogos; Análise de Demanda; Inteligência Computacional. Escopo da P.0. A Pesquisa Operacional (PO) trata da modelagem matemática de fenômenos estáticos ou dinâmicos. 1- Os problemas estáticos são conhecidos, também, como Problemas determinísticos. Nesses problemas, todos os componentes são conhecidos a priori e nenhuma aleatoriedade em sua ocorrência é admitida. 2- Os problemas dinâmicos são chamados de estocásticos e parte dos elementos não são conhecidos com certeza. Seus elementos apresentam uma probabilidade de ocorrência em uma determinada forma não conhecida. Alguns exemplos de aplicações que empregam a Pesquisa Operacional são os seguintes: .Planejamento do layout de uma fábrica para o fluxo eficiente de materiais. .Construção de uma rede de telecomunicações que garanta a qualidade do serviço, com custos mínimos, mesmo que algumas conexões fiquem congestionadas ou danificadas; .Determinação das rotas de ônibus, de modo que se possa utilizar o menor número possível de linhas, satisfazendo parâmetros mínimos de qualidade de serviço; .Gerenciamento do fluxo de materiais brutos e produtos em uma cadeia de fornecimento baseado em uma demanda incerta de produtos acabados. O algoritmo simplex, proposto por George Dantzig em 1947, permitiu a resolução manual de diversos problemas de PO, especialmente aqueles de baixa complexidade. Problemas de PO são usualmente modelados na forma de uma função objetivo (por exemplo, maximizar o lucro da empresa) e diversas restrições (associadas, por exemplo, à disponibilidade de matérias-primas, mão-de-obra etc.). A chave do algoritmo simplex está no formato da região limitada pelas restrições, comum a todos os problemas de PO, conforme verificado por Dantzig; tal região é denominada simplex. Quaisquer dois pontos selecionados no contorno de um simplex, quando unidos por uma linha, resultam em uma linha inteiramente contida dentro do simplex. A partir dessa constatação, a busca pela solução ótima em problemas de PO passou a ser limitada a pontos extremos da região simplex, o que permitiu o desenvolvimento de um algoritmo de baixa complexidade computacional por Dantzig. (Flogliatto, 2011) . Processo de Modelagem A implementação de uma solução em um estudo de pesquisa operacional geralmente envolve as seguintes etapas: Definição do problema: Compreende a definição e descrição exata dos objetivos do estudo, a identificação das alternativas possíveis e o reconhecimento das limitações, restrições e exigências do sistema. Construção do modelo: O modelo pode ser conhecido e utilizar uma única metodologia ou pode ser construído a partir de diversas técnicas e metodologias. Solução do modelo: Busca-se a solução, a partir do modelo, e tenta-se otimizá-la, de forma que se obtenham resultados mais rapidamente e com mais precisão. Validação do modelo: Um modelo é válido se, levando-se em conta sua inexatidão em representar o sistema, ele for capaz de fornecer uma previsão aceitável do comportamento do sistema. Por exemplo, pode-se analisar seu desempenho com dados passados e o comportamento é reproduzido, da forma esperada. Implementação da solução: Esta é uma etapa crítica e deve considerar a participação da equipe de desenvolvimento, pois, podem aparecer determinados comportamentos inesperados e que necessitem de correções no modelo. O modelo é um esquema simplificado para a interpretação da realidade. Dada a complexidade do mundo real, é necessário formular modelos que levem à compreensão de certo fenômeno. Por mais que alguém observe um fenômeno, pode não conseguir uma explicação satisfatória para a sua ocorrência. Por essa razão é importante sistematizar e racionalizar os fatos conhecidos, selecionando os aspectos mais importantes e desprezando os que forem considerados irrelevantes. Existem 3 tipos de modelos : Simbólicos: São aqueles em que as propriedades do fenômeno real são expressas simbolicamente, como é o caso dos modelos matemáticos. Icônicos: São representações reduzidas de estados, objetos ou acontecimentos. Representam o fenômeno real apenas com uma transformação de escala. Análogos: Nestes modelos, emprega-se uma propriedade para representar outra. Por exemplo, utilizar gráficos com cores e com legendas. Tomada de Decisão Gomes (2007) define Decisão (ou Tomada de Decisão) como... “...o processo que leva – direta ou indiretamente – à escolha de, ao menos, uma dentre diferentes alternativas, todas estas candidatas a resolver determinado problema” . O autor relaciona vários aspectos relacionados à tomada de decisão. As etapas de uma decisão, propostas por Gomes (2007) foram adaptadas em perguntas agrupadas por Chamovitz (2007), separadas em 3 fases: estruturação do problema, análise e síntese. Estruturação do Problema: 1. O problema que procuramos resolver é o verdadeiro problema? 2. Já pensamos suficientemente e de forma racional (não-emocional) sobre o problema ? 3. Já obtivemos todas as informações relevantes? 4. O núcleo da questão para a decisão já foi identificado? 5. Estamos considerando explicitamente os comprometimentos de natureza moral e ética? 6. Foi gerado o conjunto de alternativas viáveis da forma mais ampla possível? 7. Já foram relacionados, de forma clara, os objetivos quantitativos e qualitativos da decisão? (segundo o autor, os objetivos devem estar formulados no infinitivo. Por exemplo: “diminuir o custo de medicamentos em 10%” ou “construir um portal corporativo na Internet viabilizando um importante canal de comunicação”). 8. Para cada objetivo, foram explicitados os conjuntos de critérios de decisão? (segundo o autor, para os critérios devem-se utilizar substantivos. Por exemplo, “o pronto atendimento aos idosos”). 9. As consequências para cada alternativa, utilizando cada um dos critérios, estão explícitas? A probabilidade de ocorrência de cada conseqüência está clara? Análise do problema: 1. Está sendo utilizado algum método analítico com abordagem multicritério? 2. Após a análise do item anterior, foi preparada uma crítica que considera o tanto o tomador de decisão quanto as pessoas que sofrerão as consequências – diretas e indiretas - da decisão? Síntese, com proposta: A partir da crítica do item anterior, foram produzidas recomendações de forma bem objetiva? Simulação A simulação pode ser definida como a reprodução de um processo do mundo real ou de um sistema, durante umperíodo de tempo. Com a diminuição do custo de acesso e a disseminação do conhecimento utilizando-se as novas tecnologias de informação e comunicação fica cada vez mais fácil um gerente controlar e gerir a produtividade de sua equipe enquanto realiza uma viagem internacional. Uma equipe pode simular um evento sem a necessidade de estarem todos presentes em uma mesma sala. A simulação baseada na Web ampliou as possibilidades de seu uso, em pesquisa operacional. Vejamos um exemplo: Você já dirigiu em uma via com engarrafamento de trânsito? Engarrafamentos podem ter diversas causas: sinalização deficiente, veículos defeituosos etc. Mas, em alguns casos, a velocidade do fluxo diminui, podendo ficar bem lenta, sem uma razão específica. Na verdade, algum motorista diminui a velocidade e os outros também o fazem. Mas a redução não é exatamente igual para cada um, e assim pode-se formar um engarrafamento no trânsito de veículos.
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