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IDENTIFICAÇÃO
*Luis Carlos Cavalcante Galvão
INTRODUÇÃO
A questão da identificação vem preocupando os seres humanos há muito tempo.
A curiosidade é algo intrínseco ao ser humano. Inicialmente ele aprendeu a identificar e a lidar com os elementos naturais: fogo, ar, água e a terra.
Numa etapa posterior começou a emitir sons que logo se organizaram formando a palavra. Concomitantemente usavam o olfato (cheiro), o tato, a audição (os sons) e a visão (aspecto morfológico de coisas, plantas, animais e pessoas), para a identificação.
O agrupamento de palavras deu origem a um idioma rudimentar que possibilitava a comunicação e a nominação de coisas e de indivíduos.
Com o crescimento dos grupos que viviam em cavernas e dos caçadores nômades foi necessário o uso de adereços e pinturas que facilitava a identificação da tribo a que o individuo pertencia.
No passado, antes da descoberta da impressão digital como elemento sinalético, a identificação, ou melhor, o reconhecimento era feito através de pessoas que conheceram o morto, ainda em vida, ou através de cicatrizes, mutilações, marcas, sinais epidérmicos característicos, tatuagens, além de jóias e objetos pessoais que contribuíram para o reconhecimento em muitos casos.
Na Odisséia, a velha ama de Ulisses, à sua volta de Tróia, reconheceu seu herói pela cicatriz característica que trazia na perna. Penélope não admitiu o esposo no leito sem antes identifica–lo com cuidado apelando para a recordação de segredos privativos do casal.
No código de Hamurabi existem registros no que se refere à identificação de criminosos feita através de amputação da orelha, dos dedos da mão, do nariz e até mesmo cegueira, provocada pelo vazamento proposital do olho, para fins de posterior reconhecimento.
Na França antiga, os ladrões eram marcados a ferro quente com uma “flor de Liz” no rosto ou nas costas, a depender da sua periculosidade.
A marca a ferro quente foi usada no Brasil, com formas diversas, para identificar escravos fujões.
Afrânio Peixoto relata o processo pelo qual se expunha, a exemplo da Morgue de Paris, o cadáver conservado à visitação pública, para possível reconhecimento ulterior. Esse processo tornou – se pouco útil com a evolução das técnicas de identificação, aumento demográfico, etc.
Os preconceitos, a repugnância, o medo, aliados às modificações pós–morte, que transformam a fisionomia, levaram muitas vezes a reconhecimentos errôneos e, em outros casos, impediram pessoas de reconhecerem parentes e até mesmo pessoas notórias.
No antigo prédio do Instituto Médico – Legal “Nina Rodrigues”, no Pelourinho, houve época em que os corpos com identidade ignorada, eram colocados na capela (velório) e, através de visor, eram visitados por pessoas com finalidade de reconhecimento. Por ausência de técnicas identificatórias a época a descrição verbal “servia” para a identificação de pessoas, sobretudo fugitivos, como relata A. Júnior.
Para o Capitão – Mor de Guaratinguetá.
“Da cidade do Rio de Janeiro fugiu o Capitão Custódio da Costa Nogueira, preso de Estado... O Capitão Custódio é de estatura baixa, cara redonda e vermelha, picado por extremo de bexigas e parece um holandês, é gordo e tem pernas inchadas”.
Esta forma de identificação, necessariamente deve ter causado inúmeros problemas a pessoas que tivessem tipo físico semelhante ao procurado.
Nos tempos modernos o problema se agrava. Hoje, mais do que nunca torna – se necessário o emprego de técnicas de identificação adequadas, com o aumento das pesquisas nesta área.
A criminalidade cresce vertiginosamente, e, aliada e ela, técnicas delituosas cada vez mais sofisticadas.
Aparecerem os chamados “golpes do seguro” e a freqüente troca de identidade devido a interesse de manter–se na obscuridade, por parte de marginais, e ex – líderes políticos. Não foi rara a troca de identidade de oficiais nazistas, que após a Guerra fugiram para outras Nações, lá vivendo obscuramente, como imigrantes comuns. Em nosso País tivemos o célebre caso Mengele, carrasco nazista, cujos restos mortais foram identificados, num brilhante trabalho de equipe, cujo laudo foi assinado pelos seguintes profissionais: Dr. José Antonio Mello (Médico Legista), Prof. Dr. Daniel Romero Muñoz (Médico Legista e Professor de Medicina Legal – USP), Dr. Ramon Sabaté Manubens (Médico Legista), Prof. Dr. Wilmes Roberto G. Teixeira (Médico Legista e Professor de Medicina Legal – M. das Cruzes), Prof. Dr. Marcos de Almeida (Professor de Medicina Legal da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP), Dr. Carlos Ferreira Valério Filho (Odonto Legista), Prof. Dr. Moacyr da Silva (Professor de Odontologia Legal da USP)
Apesar de controvérsias, por interesses pouco claros, a investigação pelo DNA veio ratificar a identificação feita pelos Professores e Médicos Legistas paulistas.
Note – se, também, que certos crimes entraram para o “rol dos insolúveis”, pela impossibilidade de se identificar, a exemplo do chamado “Crime de esquartejamento de Santa Tereza”, ocorrido em Salvador no mês de novembro de 1971, onde o assassino retirou a cabeça da vítima e as falanges dos quirodáctilos, colocando o tronco num pacote e os membros em outro.
A cabeça e as falanges não foram encontradas e, até hoje, não se conseguiu identificar a vítima, nem o criminoso. Em geral, nesse tipo de crime o agente pode ser pessoa acostumada à dissecção como nos casos de PREVOT, LEBIEZ e AVINAIN, mortos por açougueiro, estudante de medicina e auxiliar de necropsia, respectivamente, segundo Lutald.
CONCEITOS E DEFINIÇÕES
RECONHECER – do latim “recognoscere”: certificar–se de, conhecer de novo, que se tinha conhecido em outro tempo, afirmar, dar a conhecer, declarar, admitir como certo, identificar.
RECONHECIMENTO – ato ou efeito de reconhecer–se.
IDENTIDADE – do latim “dentidate”, significa dentre outras definições, conjunto de caracteres próprios e exclusivos de uma pessoa. Segundo Moraes, é a qualidade de ser a mesma coisa e não diversa. Para Nascimento e Silva é o conjunto de elementos positivos e estáveis que definem a pessoa física de alguém.
IDENTIFICAR – do latim “identifica + ficar”: determinar a identidade, fazer de várias coisas uma só.
IDENTIFICAÇÃO – é o uso de técnicas e meios propícios para que se chegue à identidade. Para Nério Rojas, é o procedimento para reconhecer uma pessoa via ou morta, ou restos mortais. Segundo LITTRÉ é a descrição de uma pessoa que se quer reconhecer.
Para nós a identificação é um procedimento médico–legal cuja finalidade é afirmar efetivamente, através elementos antropológicos e antropométricos, que aquele indivíduo é ele mesmo e não outro.
Como se pode verificar, há uma tendência de se unificar os termos identificar e reconhecer. Do ponto de vista técnico, médico–legal e criminal, parece – nos existir grande diferença entre os dois termos. 
Pensamos que reconhecer é certificar–se de algo que já se tinha conhecido anteriormente. Identificar é provar, afirmar efetivamente através de elemento(s) sinalético(s) (que não se modificam com o tempo – próprios à cada indivíduo) que aquela pessoa é a mesma e não outra. Portanto supomos que quando uma pessoa chega a um IML e afirma conhecer aquele morto que até então estava com sua identidade ignorada, informando tratar–se de fulano de tal, nada mais está fazendo que o reconhecimento do cadáver. Se, aliado a isso, se faz, por exemplo, a comparação de suas impressões digitais com as encontradas no Instituto de identificação, ou ainda a comparação dos arcos, com ficha dentária ou prontuário anterior ou como ultimo recurso o DNA, aí então, teríamos feito o reconhecimento e a identificação do corpo.
Como se constata, o reconhecimento pode trazer dúvidas e não tem a seguridade e a certeza da identificação. Por isso, achamos necessário que, quando possível, se façam os dois processos. No dizer de Fritz Mulher o semelhante produz o semelhante mas não o idêntico.
Além disso, existem pessoas muito semelhantes, os chamados “SÓSIAS”, tão parecidos que já foram usados por políticos internacionaisem certas situações. São exemplos de sósias: a Duquesa de Aosta e a Duquesa de Cumberland, Roosevelt e o engenheiro Foster Hudleston, Santos Dumont e o Sr. João da S. Brasil. Vale salientar que semelhança segundo o dicionário de Buarque de Holanda é: 1. qualidade de semelhança; 2. relação entre seres, coisas ou ideais que apresentam entre si elementos conformes, além daqueles comuns à espécie: parecença, analogia; 3. aspecto, aparência; 4. confronto paralelo. 
Almeida Júnior encerra o assunto quando diz, em suma, a identificação é o reconhecimento técnico, objetivo e seguro de base técnica e científica. O reconhecimento é a identificação empírica, subjetiva e problemática, de base meramente testemunhal.
Segundo Le Grand de Saulle, o ato de estabelecer a identidade de uma pessoa consiste na determinação de sua individualidade; deve pois ser estudado com referência três circunstâncias, isto é: conforme se tratar de pessoa viva, de um cadáver ou de esqueleto. 
Os antigos legistas eram peritos criminalísticos, médicos–legais, dactiloscopistas e detetives. Se ocupavam da perinecroscopia, necroscopia e em muitas ocasiões, ajudavam e opinavam nas condutas da investigação. A literatura retrata bem está época com o Dr. Watson em Cherlock Holmes e o Dr. Hercules Poirrot em Ágata Cristie. Hoje, com o desenvolvimento das “Ciências Forenses”, o legista deve procurar aliar–se ao Perito criminal ao Odonto–Legista, ao dactiloscopista e ao Laboratório Forense para, em conjunto, tentar solucionar tão importante tarefa.
A identificação está dividida em três etapas: Registro Inicial, onde anota – se caracteres próprios, imutáveis, que o diferencia dos outros indivíduos. Registro Secundário, comparativo, usado todas as vezes que se necessita de comparação posterior e/ou atualização. Identificação Objetiva, quando se faz a comparação das duas etapas para afirmar ou negar a identidade em questão.
IDENTIFICAÇÃO POLICIAL OU JUDICIÁRIA
É realizada por elementos qualificados, mas independe de conhecimento médico ou odontológico. Tem como finalidade: a. identificação civil dos cidadãos; b. identificação criminal de criminosos reincidentes e/ou primários.
Data de muito tempo a preocupação das autoridades judiciais em identificar elementos que cometeram delitos contra a sociedade.
Segundo França, o ferrete foi talvez o primeiro processo usado, no qual se marcavam delinqüentes com ferro e brasa.
Foi através de Aphonso Bertillon, que apareceu o primeiro método científico de identificação, conhecido como “Sistema Antropométrico de Bertillon ou Bertilonagem”.
Sabendo da fixação definitiva da ossatura após os 20 anos isto é, após esta idade não há crescimento ósseo, o autor preconizou 11 medidas (diâmetros e extensões) do corpo, mais as anotações morfológicas e cromáticas. Esse processo por ser de difícil classificabilidade, arquivamento e por atender somente à faixa etária situada acima dos 20 anos, foi abandonado com o surgimento de novas técnicas. Outros sistemas foram propostos ao longo dos anos, mas vale salientar a “fotografia sinalética” preconizada e usada na Bertilonagem, que consiste em fotografar o indivíduo de frente e de perfil sempre numa mesma redução de imagem 1 para 7.
Este processo é usado ainda hoje nos passaportes de alguns países e nas fichas de identidade criminal.
Um bom método de identificação deve obedecer a quatro requisitos básicos: unicidade, imutabilidade, classificabilidade, praticabilidade. Considera – se como requisitos biológicos a unicidade e a imutabilidade.
Exatamente dentro desses requisitos é que surge a “Dactiloscopia” método excelente, de fácil classificação e arquivamento, imutável e exclusivo a cada indivíduo.
Existem sistemas de classificações monidactilares mais usados em identificação criminal, como os de Oloriz, Borgerhoff, Gasti e, entre nós, os de Cláudio Mendonça, Jorge Niedermyer e Roberto Thut. 
Os sistemas decadactilares são os de Galton e Henry usados na Inglaterra, e o de Juan Vucetich.
Segundo Afrânio Peixoto, a antropometria de Bertillon foi susbtituída no Rio de Janeiro, em 1903, pelo método de Juan Vucetich, quando Félix Pacheco, então Diretor do Serviço de Identificação, adotou–o em definitivo. A dactiloscopia baseia–se na imutabilidade das cristas papilares que aparecm nas polpas digitais. Tais cristais ocorrem a partir do 6º mês de vida intra – uterina e só desaparecem com a putrefação, quando a pele é desintegrada, ou em casos de queimaduras graves, amputações, ou em portadores de severas patologias dermatológicas.
Com o desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia, hoje os computadores já trabalham na área de identificação, no reconhecimento de pontos característicos de impressões. Na Bahia, o Instituto de Identificação Pedro Mello teve seu “Sistema Rockwell”, depois Printak de computação. Existiam à época (1979), sistemas semelhantes funcionando na Real Polícia Montada do Canadá, Polícias Metropolitanas de Nova Yorque, San José e Sacramento, no FBI e no Brasil, na Bahia e em São Paulo. O sistema “PRINTAK” na Bahia tornou–se obsoleto por não ter sistema de manutenção adequado (caríssimo) e por não acompanhar o desenvolvimento da informática, sobretudo nesta área.
Ao nosso entender a identificação criminal ideal, deveria ser feita através dos seguintes dados: impressões digitais, assinalamento descritivo, fotografias sinaléticas, grupo sanguíneo e fator RH, além de ficha odontológica e mancha de sangue em papel de filtro para identificação futura pelo DNA.
Modernamente, com o advento da biologia molecular em Medicina legal e Criminalística, um Banco de Dados com informações do DNA de criminosos seria um procedimento seguro e muito interessante.
Os custos, a falta de técnicos capacitados, um rigoroso controle de qualidade e legislação específica, ainda são obstáculos e este objetivo.
Baseados nas rugosidades palatinas que são diferentes em cada indivíduo, Trobo Hermosa propôs a comparação destas rugosidades com palatogramas anteriores, para efeito de identificação. Tal método foi exaustivamente estudado pelo argentino Carrera. A palatoscopia tem sido aplicada com êxito nos hipódromos para a identificação de exemplares de eqüinos de raça.
Vários autores ao longo dos anos contribuíram direta ou indiretamente de forma técnica ou cientifica para o entendimento morfológico e fisiológico das papilas digitais: Malpighi – 1664, Ruysch – 1701, Sigefredo – 1734. Hintze – 1751, Purkinje – 1822, Engel – 1856, Hersel – 1878 e Kollman – 1883. 
A impressão digital como metodologia de identificação humana nasceu em 1891 quanto Francis Galton, que era sobrinho de Charles Darwin, publicou o seu “sistema dactiloscópico” nas revistas: Revue Scientifique (França) e Revista de Identificacion e Ciências Penales (Espanha).
No ano de 1900 Edward Richard Henry publica o livro “Classification and use of finger prints”.
Na Argentina, Juan Vucetich, nascido nos Bálcans, na Dalmacia iniciou seus estudos em dactiloscopia após tomar conhecimento das publicações de Galton em 1891 e criou o seu próprio sistema conhecido como “Sistema Dactiloscópio de Vucetich”, hoje o mais usado no mundo.
A dactiloscopia esta fundamentada nos critérios biológicos de perenidade, imutabilidade e unicidade e nos critérios técnicos de praticabilidade e classificabilidade.
Vucetich chamou as impressões das critas papilares que estão próximas a base da junção da as falanges distal e média de sistema basilar, as que estão no centro de sistema nuclear e as que se encontram na ponta da falange distal de sistema marginal, e de delta a região triangular que lembra esta letra grega.
Criou também a fórmula de Individual dactiloscópia onde a mão direta correponde a série, chamou o polegar direito de “fundamental” e os outros quatro quirodáctilos de “divisão”. A mão esquerda de secção, o polegar esquerdo de “subclassificação e os outros quatro quirodáctilos esquerdos de subdivisão”.
Encontrou 4 (quatro) tipos básicos de impressões: Presilha interna = I–2 quando o delta está à direita do observador, presilhaexterna = E–3 quando o delta está à esquerda do observador, verticilo = V–4 quando há 2 (dois) deltas e arco = A–1 quando não há delta.
Na construção da individual ou formula dactiloscópica, usa a letra para os polegares e números para os outros quirodáctilos.
Quando não é possível ler a impressão digital por lesão destrutiva de todas as camadas da pele naquela polpa digital usa–se “X” e na amputação usa – se “O”.
A probabilidade de aparecerem impressões digitais iguais é de 1 (hum) para 1 (hum) trilhão e, até hoje não se tem conhecimento de impressões idênticas. São diferentes até nos gêmeos univitelinos. E muito provavelmente serão diferentes quando houver clones humanos.
Na verdade o que vai permitir a identificação não é a fórmula dactiloscópica mas sim os chamados pontos característicos que recebem vários nomes conforme seu aspecto anatômico: encerro, ilhota, bifurcação, Forquilha, haste, anastomose, ponto, cortada, linha interrompida etc. 
O encontro de 12 pontos característicos coincidentes nos mesmos locais entre 2 (duas) impressões permite ao perito afirmar que se trata da mesma pessoa. Hoje existem sistemas computadorizados que são capazes de analisar e encontrar 156 pontos em 20 segundos. Portanto a metodologia de identificação através das impressões digitais permite um índice de acerto total e inquestionável.
IDENTIFICAÇÃO MÉDICO – LEGAL
É realizada pelo Médico–Legista. Quando se apresentam corpos que ainda conservam sua integridade, a identificação, geralmente, é tarefa de fácil execução; porém quando se trata de restos humanos carbonizados, ossos ou partes do corpo, torna–se muito difícil e fascinante. Deverão ser aplicadas técnicas distintas quando se trata de cadáver íntegro e recente, restos cadavéricos, esqueletos ou fragmentos ósseos.
Diz bem o regulamento português: “Quando se tratar de cadáveres desconhecidos é preciso se fazer um exame minucioso para se poder averiguar a identidade: medir–se–á a estatura, avaliar–se–á aproximadamente a idade, notar–se–á o estado de nutrição, o aspecto dos cabelos e da barba, a cor da íris,o estado de dentição, se há mutilações, sinais particulares tais como, nevus pigmentares ou vasculares, vestígios de doenças ou de tratamentos, pintura de tatuagens, estigmas profissionais. Far–se–ão, também, investigações antropométricas, se parecerem necessárias”.
O Prof. Carlos Lopes, Catedrático da Faculdade de Medicina do Porto, lembra que o regulamento não se refere a dois processos indispensáveis: a fotografia sinalética e a colheita de impressões digitais.
Quando nos deparamos com cadáver de identidade ignorada cresce a nossa responsabilidade no que tange à observação detalhada e milimétrica sobre os aspectos que rodeiam o periciando.
A identificação odonto–legal é realizada pelo Odonto–Legista através do exame do aparelho estomatognático e análise detalhada dos arcos dentários.
Hoje, torna–se necessário a colheita de impressões digitais de todos os cadáveres que dão entrada no I.M.L., acima dos 10 anos de idade. Quando trata–se de cadáveres com identidade ignorada, é indispensável este procedimento, exceto quando for impossível, devido à putrefação, carbonização ou qualquer outra causa.
A colheita deverá ser feita por pessoa habilitada, devendo–se recusar as que se apresentem manchadas.
Às vezes esta tarefa é impossível e, em outras ocasiões temos que lançar mão de técnicas especiais para que possamos obter êxito.
Muitas vezes, o cadáver apresenta a chamada “mão de lavadeira”, enrugada, devido à desidratação ou pela permanência na água.
Nestes casos, fazemos a infiltração de parafina ou glicerina quente, nas polpas digitais para que haja um estiramento da pele e assim, se possa obter uma boa impressão. Às vezes há um desenluvamento, fazendo com que a pele dos dedos ou da mão, solte–se, desgarre–se. Então calçamos a luva de pele e procedemos como se estivéssemos tirando as nossas próprias impressões.
A tentativas tem que se repetidas, pois nestes casos, quando mais impressões tirarmos, mais condições teremos de selecionar as melhores para que se procedam nelas o estudo necessário. Em alguns países, ao contrário do Brasil, a identificação somente é usada para criminosos, militares e voluntários. Entre nós, é rotina a expedição de carteiras de identidade a todos os cidadãos.
PROCEDIMENTOS GERAIS
Fotografia – Todo cadáver deverá ser fotografado de frente e de perfil. Quando a morte é recente não se necessita de maiores cuidados. Mas, quando se encontra em fase de putrefação, enfizema generalizado, deverá ser feita uma “toilete” da face.
Minovici sugere que depois do exame de tórax e abdômen, (evitando que o enfizema destas regiões se propague para o rosto), se comprima com bolas de algodão, após serem feitas incisões na região do couro cabeludo, com a finalidade de expulsar os gases do enfizema que modificam a fisinomia. Deve – se também aplicar uma camada fina de vaselina e polvilha–la com talco ou amido para ocultar–se a cor escura da pele. Os olhos poderão estar deprimidos por alterações putrefativas ou pela desidratação. Nesses casos deve–se injetar, na câmara posterior, glicerina. É sensato fotografar quaisquer alterações morfológicas ou cromáticas que porventura se apresentem.
Vídeo – Cassete e/ou CD – Os cadáveres de identidade ignorada devem ser filmados, dando–se um close no rosto (frente e perfil) e uma visão geral do corpo de frente, lados e de costas, procurando detalhar sinais que sirvam para a identificação como: cicatrizes, manchas, tatuagens, amputações, etc. As fitas ou CDS devem ser guardados e arquivados para ser mostrado a família para reconhecimento e posterior identificação.
Mensuração – O peso é elemento importante devendo ser tomado de início da necrópsia. No entanto, nos casos de estudo de ossadas, o peso também pode ser estimado através do conhecimento do sexo, da estatura, do fenétotipo cor da pele, da idade, usando–se tabelas crono–pondo–estruturais, como as de Quetelet, Bonfils, o Garrahan–Bettinotti e, entre nós, a de Marcondes.
Estatura – é um dado necessário e deve ser pesquisado. Deve ser feito diretamente na mesa de necrópsia. Problemático se torna, quando dispomos de restos cadavéricos ou esqueleto. Assim sendo, procedemos às medidas dos ossos longos usando–se de preferência a tábua osteométrica de Borca, de fácil confecção e, posteriormente, confrontando–se os dados obtidos com tabelas especiais (Manouvrier, Etienne Rollet, Depertuis, Hadden, etc.), obtém – se a altura aproximada do indivíduo em questão. Estas tabelas foram feitas para padrões europeus, devendo–se guardar as devidas proporções, sobretudo em cidades nordestinas, onde a subnutrição evidencia a margem de erro. Portanto deve–se usar um fator de correção de mais ou menos 3 centímetros.
Outro procedimento é a estimativa pelos “cânones artísticos de Vitruvio”, usado pelos artistas plásticos baseados na proporcionalidade corpórea.
Pode–se ainda estimar a estatura do indivíduo através de fotografia: quando se dispõe de uma foto recente de corpo inteiro e das vestes que a pessoa aparece vestido na foto. Nestes casos, mede–se em milímetros detalhes da camisa (capri, bolso, etc.), na foto e na peça, achando–se assim o índice de redução fotográfica.
Em seguida, mede – se o indivíduo na foto de corpo inteiro e multiplica – se pelo índice de redução, estimando – se assim a estatura humana.
EH = REF. NA FOTO = IRF (índice de redução fotográfica)
 REF. NA ROUPA
EH = IRF X ESTATURA HUMANA NA FOTO
Vestes – Adquire grande utilidade o relato detalhado e minucioso das vestes. Devemos descreve–las do segmento cefálico para baixo, anotando a cor, tipo de tecido, presença de manchas, rasgões, estado de conservação, monogramas, etiquetas, etc. O conteúdo dos bolsos deverá ser descrito mesmo que nos pareçam, no momento, sem muito significado, como por exemplo, um palito de fósforo. Azevedo Neves refere–se a um caso do IML de Lisboa em que o reconhecimento foi feito por um simples botão de camisa que se apresentava na base do pescoçoacoplado a restos do pano carbonizado; segundo admitiu a irmã do falecido, que naquele mesmo dia do acidente tinha pregado o botão no colarinho da camisa.
CARACTERES CROMÁTICOS
A cor da pele torna–se importante no conjunto de elementos para o reconhecimento. Não me deterei em “raça” pois no Brasil e, principalmente, na Bahia, dificilmente encontraremos pessoas etnologicamente puras, haja visto, a miscigenação ocorrida. Porém, não se deve deixar de pesquisar, pois o indivíduo a ser identificado pode ser estrangeiro ou etnologicamente oriundo de uma população geneticamente assemelhada. Também, a cor da íris assume destaque: esta deverá ser relatada, e, quando houver opacificação do cristalino, deveremos ter o cuidado para não registrarmos o duvidoso. Manchas epidérmicas, tipos nevus, vitiligo, hipercromia decorrente de cicatrizes planas, e até mesmo micóticas, a exemplo da pitiríase vesicolor, deverão ser descritas e localizadas, a cor dos cabelos deve ser registrada, bem como descrito seu tipo, aspecto, e, se há ou não presença de parasitos “ácaros” na cabeça e na região pubiana.
A presença e a disposição dos pelos pubianos auxiliam a estimar aproximadamente a idade e a sugerir o sexo.
As tatuagens deverão ser descritas, localizadas e, se possível, fotografadas. A tatuagem é prática muito antiga; originou – se na Polinésia, sendo introduzida no Ocidente pelo navegador inglês James Cook.
São de grande valor médico – legal e às vezes refletem a posição e condição social do portador. Lembro – me que o “esquartejamento do dique de Marechal Rondon”, crime ocorrido em Salvador, a vítima trazia tatuadas, no braço, as iniciais do seu nome. Neste crime foi possível a colheita das impressões digitais. Lacassagne definiu as tatuagens como “marcas que falam”.
As tatuagens por si só, não identificam uma pessoa, mas ajudam no processo de reconhecimento e posterior identificação.
MALFORMAÇÕES, CICATRIZES, SINAIS INDIVIDUAIS
As malformações, tais como pé eqüino, lábio leporino, genum varum, genum valgum acentuado, cifoses, escolioses, prestam grande auxílio ao reconhecimento e identificação. As cicatrizes planas ou queloideanas, hipercrômicas ou não, também deverão ser anotadas. Os sinais individuais tais como: verrugas, lipomas, cistos, piterígio, etc. auxiliam a pessoa que se propõe reconhecer o corpo em questão.
RADIOLOGIA
A radiologia desempenha papel importante na determinação da idade óssea, sobretudo através dos aspectos que se apresentam os centros epifisários de ossificação, especialmente nos ossos do punho, índice carpal.
CHE YA TEM em tese apresentada à FOP – UNICAMP, 1994, sob o título “Estimativa da idade pela mineralização dos ossos do carpo através de radiografias padronizadas” conclui que: as áreas de cada um dos ossos do carpo estudados apresentaram–se, na quase totalidade, maiores no sexo masculino que no feminino, quando comparadas dentro de um mesmo intervalo de idade.
No sexo feminino não há correspondência entre as áreas dos ossos estudados e o aumento da idade nas faixas etárias estudadas. O uso das áreas ósseas do carpo na estimativa da idade deve ser utilizada com bastante reserva, pois somente o osso trapezóide mostrou resultado confiável, isto é, em torno de 80,78% de certeza, no sexo masculino.
Através do estudo de patologias ósseas e/ou corpos estranhos rádio–opacos, (próteses ósseas etc.), estes processos ajudam decisivamente na estimativa da idade e na identificação.
A radiologia forense ainda é um dado importante para a identificação. Sabendo–se que os contornos dos seios frontais obedecem aos critérios de unicidade e imutabilidade, na existência de radiografia da face, sugere–se a comparação desta com a do cadáver ou crânio que se quer identificar, fazendo–se posteriormente a mensuração e a comparação por superposição de imagens. O estudo radiológico da bacia, permite a determinação do sexo.
AUXÍLIO LABORATORIAL
Um laboratório forense é imprescindível ao Instituto Médico Legal, pois e dele se valem os serviços médico–legais, odonto–legais e criminalisticos.
A hematologia forense presta grande auxílio na identificação de sangue (teste da benzidina), orienta e presume a existência de sangue no material examinado. Realiza teste de certeza para sangue humano como de Teichmann (cristais de Teichmann) e diagnose individual de grupos e subgrupos sanguíneos pela isoaglutinação.
As classificações de grupos sanguíneos, A.B.O, Rh, MN, S, Dy, HLA, não identificam necessariamente o indivíduo, mas servem para exclusão ou para estimar–se uma probabilidade de acerto.
A biologia contribui na identificação de manchas e materiais, visando a presença de espermatozóides, através do exame microscópico direto em lâmina ou através da determinação quantitativa de fosfatase ácida e PSA. O estudo dos pêlos, visando sua natureza e comparação.
Métodos sofisticados como a cromatografia gasosa, espectometria de reabsorção atômica, raios laser, ressonância magnética, desempenham auxílio importante ao processo identificatório.
A anatomia patológica, participa ativamente identificando tecidos, recenticidade das lesões, na confirmação de diagnósticos macroscópicos, na distinção entre lesão em vida e pós morte, identificação de sexo por exame celular (cromatina sexual) etc. 
DNA “FINGER PRINTS”
Impressões digitais genéticas pelo DNA. Com o desenvolvimento da genética, ou mais especificamente da engenharia genética, foi possível ao homem manipulação do ácido desoxirribonucléico, material este de que são constituídos os cromossomos.
Isto permitiu acelerados avanços no campo da identificação criminal e na investigação da paternidade.
Como trata–se de técnica sofisticada, que exige um absoluto controle de qualidade, seu resultado revela um índice de certeza de 99,999...% de probabilidade, o que possibilita a resolutividade dos problemas de ordem médico–legal e criminal investigados por este método.
Os estudos de Jettreus viabilizaram o método de isolamento do DNA.
Através de sondas genéticas ou enzimas de restrição, possibilitaram a extração de fragmentos (moldes) que são específicos para cada pessoa.
A probabilidade de duas pessoas apresentarem DNA iguais é de 1 (um) para 10 (dez) trilhões. Para se ter uma idéia, a população da terra projetada para o ano 2.060 é de aproximadamente 12 bilhões e 600 milhões de pessoas, o que já é bastante preocupante para os estudiosos da questão: “explosão demográfica”.
O DNA pode ser estudado em sangue ou em qualquer tecido do corpo humano, inclusive ósseo.
No interior do núcleo celular, especificamente nos cromossomas, vamos encontrar o DNA. Esta substância orgânica tem a função de traduzir o código genético, determinando as características individuais de cada cidadão. O código genético apresenta–se, a grosso modo, pela disposição das bases: A (adenina), G (guanina), C (citosina) e T (tinina). A adenina sempre se acopla à tinina e a citosina à guanina. Dá–se o nome de base–pair à estas combinações, que se repetem milhares de vezes ao longo da cadeia de DNA, e sua ordem representa as características únicas de cada pessoa.
A molécula de DNA pode ser comparada a um “feche–eclair” torcido ao longo do seu eixo helicoidalmente. As bases constituem os dentes deste “feche–eclair”, que juntos formam uma base–pair. 
Informações detalhadas sobre a técnica poderão ser adquiridas amplamente através dos centros de referências bibliográficas de suas bibliotecas.
O exame de DNA deve ser solicitado todas as vezes que as impressões digitais, a Antropologia Forense e a Odontologia Legal não puderem concluir com segurança a identificação.
SUPERPOSIÇÃO DE IMAGENS
Este método de identificação consiste na mensuração e marcação de pontos craniométricos para comparação do crânio em estudo com uma foto da pessoa que se quer identificar, usando–se a superposição de imagens com câmaras distintas e imagens simultâneas, usando–se mixagem, para produzir a superposição, com verificação das coincidências dos pontos craniométricos previamente marcados, permitindo–se assimchegar a resultados convincentes e satisfatórios.
O ideal é usarmos 3 (três) imagens: a foto, o crânio e a radiografia (previamente marcados os pontos crânio–faciais com esferas de chumbo coladas ao crânio). Deve–se quando possível, calcular a dispersão radiográfica.
Atualmente podemos usar programas computadorizados e por computação gráfica efetuar a superposição das imagens.
Este método é conhecido como “prososcopia” e trata–se de metodologia auxiliar ilustrativa, isoladamente não identifica uma pessoa apenas por seu uso. Este procedimento tende a tornar–se rotina nos exames antropológicos.
INFORMÁTICA – Programas de computação gráfica e multimídia cada vez mais sofisticados permitirão num futuro próximo reconstituir a imagem crânio–facial fornecendo, se não a verdadeira, uma face aproximada do indivíduo através do seu crânio. Estudos sobre o assunto estão sendo desenvolvidos em várias partes do mundo visando sua utilização nas ciências forenses.
EXAME DO ESQUELETO OU OSSADA
O Perito pode receber para exame um esqueleto completo, um conjunto de ossos, um osso isolado ou até mesmo um fragmento.
Nestes casos o material deve ser fotografado e examinado do jeito que foram recebidos para exame.
Após este primeiro exame e a retirada de material para exames auxiliares (pesquisa de pólvora, diferenciação de lesão em vida e pós–morte, grupo sanguíneo e fator Rh, DNA etc), os ossos devem ser lavados e secados para que se possa proceder novo exame já com os ossos limpos sempre acompanhado de fotografias.
Os ossos devem ser lavados na seguinte seqüência de procedimentos:
a – colocação dos mesmos em recipiente plástico com solução de hipoclorito de sódio na proporção de 1:10 litros de água, por 24 horas.
b – Após a retirada dos ossos desta solução proceder a lavagem em água corrente e escovação para retirada de partes moles aderidas.
c – recolocar os ossos em recipiente plástico com solução de peróxido de hidrogênio (água oxigenada – H2O2) a 120 volumes na proporção de 500ml:10 litros de água, por 12 a 24 horas.
d – retirar o material, lavar e escovar em água corrente e depois deixar secar ao sol se houver área privativa própria para este fim ou em estufa a 60ºC.
e – depois de secos, os ossos devem ser montados em mesa antropológica, com desenho de um esqueleto de 1,70m de estatura. Este procedimento ajuda na verificação dos ossos ausentes e facilita o seu manuseio.
Os ossos fraturados devem ser colocados com cola de pistola elétrica ou com cera sete usada pelos cirurgiões dentistas, preenchendo os espaços vazios, permitindo assim sua reconstituição.
f – O estudo dos ossos deve seguir o ordenamento seqüencial isto é, do crânio até os ossos do pé, buscando–se obter através da investigação diagnóstica os dados biotipológicos, espécie, sexo, fenótipo cor da pele, idade, estatura e peso.
Devem ser usadas obrigatoriamente metodologias, qualitativas ou morfológicas e quantitativas ou métricas.
h – a perícia de uma ossada deve ser planejada a partir dos dados disponíveis, levando–se em conta se há ou não um suspeito desaparecido relacionado com aquela ossada encontrada. Em caso positivo, obter da família o maior número de informações possíveis que possam ser útil ao diagnóstico antropológico.
EXAME ANTROPOLÓGICO DO CRÂNIO: SEXO
METODOLOGIA MORFOLÓGICA OU QUALITATIVA
O crânio masculino apresenta as seguintes características morfológicas:
Glabela–proeminente - // - arcos superciliares–proeminentes
Apófise mastóidea – proeminente - // - rebordo orbitário–rombo
Curva Naso–frontal–angulosa - // - fronte–inclinada para trás
Côndilo occipital–em forma de sola de sapato–superfície do occipital–rugosa
Apófise estilóide – curta e robusta.
O crânio – feminino apresenta as seguintes características morfológicas:
Glabela – discreta ou apagada - // - arcos superciliares – discretos
Apófise mastóidea – discreta - // - rebordo orbitário – cortante
Curva Naso–frontal–suave - // - fronte – tendendo a verticalização
Côndilo occipital–riniforme, curto e largo, superfície do occipical–apagada
Apófise estilóide – longa e delgada.
A mandíbula tem em média uma forma retangular no homem e triangular na mulher e ainda uma forma arredondada que aparece com menor freqüência em ambos os sexos, os côndilos mandibulares são mais robustos nos homem e discretos na mulher.
SEXO
METODOLOGIA QUANTITATIVA OU MÉTRICA
Índice Condílico de Baudoin
É estabelecido pela largura máxima articular do côndilo occipital vezes 100, dividida pelo comprimento articular máximo.
Quando o resultado é abaixo de 50 o crânio muito provavelmente pertenceu a indivíduo de sexo masculino; acima de 55 ao sexo feminino, e entre 50 e 55 o resultado é indefinido ou duvidoso.
No Brasil, este índice foi testado por Galvão, L.C.C. (1974), Machado et al (1998) e Barreto, R.C., que encontraram índices de acerto nas amostras estudadas de 58 a 60%. Portanto próximo ao acaso.
Guiles e Elliot (1963) através de medidas cranianas, obtiveram diagnóstico correto em 86,9% dos 1.022 crânios estudados. Os autores adotaram as seguintes medidas craniométricas:
a – Glabelo–occipital 		GO
b – Basio–násio 		BN
c – Bizigomática 	BZ
d – Basio–próstio 	BP
e – Prostio–násio 		PN
De posse dos resultados os autores estabeleceram a seguinte fórmula:
(1.16 x distância GO) + (1.66 x distância BN) + (3,98 x distância bizigomática) – (1.00 x distância BP) + (1.54 x distância PN).
Resultado – acima de 891,12 – masculino
		abaixo de 891,12 – feminino
GALVÃO, L.C.C., estudando 145 crânios de sexo previamente conhecido com absoluta segurança de indivíduos maiores de 20 anos, estabeleceu a seguinte fórmula para a determinação do sexo:
(36,1218 + 5,3846 X 6 + 2,7035 X APOMAST–MAE/ENA–MAE/L)
SEXO = e_________________________________________________________
(36,1218 + 5,3846 X G + 2,7035 X APOMAST–MAE/ENA–MAE/L)
		1+e`
G=GLABELA					APOMAST–APOFISE MASTOIDEA
DISCRETA = 1 PROEMINENTE = 0		DISCRETA=1PROEMINENTE=0
e = constante = 2,71828
MAE/ENA – Distância entre o centro do meato acústico externo até a espinha nasal anterior.
MAE/L – Distância entre o centro do meato acústico externo e o lâmbda.
Resultado da equação – indica o grau de probabilidade do osso ter pertencido a indivíduo do sexo feminino.
A fórmula possibilitou um índice de acerto de 92,9% para os crânios femininos e de 94,7% para os masculinos.
GALVAO, L.C.C., estudou o comprimento da curva frontal (distância do násio ao bregma) e da apófise mastóidea (distância entre o teto do meato acústico externo e o pólo inferior da apófise).
Foi possível estabelecer metodologias para o diagnóstico do sexo em avaliações futuras por:
Regressão logística – índice de acerto 80,3%
(20,4709 + 0,2652 X APOMAST – 0,1051 X CF)
SEXO = e__________________________________
(20,4709 – 0,2652 X APOMAST – 0,1051 X CF)
		1+e`
e = 2,71828 (constante neperiana)
APOMAST = apófise mastóidea
CF = curva frontal
Análise de função discriminante – índice de acerto 69,15%
FEMININO = – 148,40698 + 2,04927 X CF + 1,64316 X APOMAST
MASCULINO = – 168,22068 + 2,14787 X CF + 1,89742 X APOMAST
O maior resultado indica o sexo do crânio em estudo.
Intervalo de confiança com 95% de probabilidade de encontrar–se na média verdadeira ou populacional.
Curva Frontal
FEMININO = 121,24 a 125,25 mm
MASCULINO = 127,64 a 130,85 mm
Apófise Mastóidea
FEMININO = 25,85 a 28,01 mm
MASCULINO = 30,20 a 31,82 mm
SILVA, C. M. da, e GALVÃO, L.C.C. estudaram as distâncias: gônio–gônio (biogoníaca)–GG, gônio direito–mento–GDM, gônio esquerdo–mento–GEM, apófise condilar direita à apófise condilar esquerda ou distância bicondilar da mandíbula–DBCM (medida pela face externa das apófises). A área triangular da base da mandíbula também foi mensurada. Foi possível estabelecer metodologias para avaliação do sexo em observações futuras.
Regressão logística – índice de acerto 80,5%
(18,7997 – 0,0839 X DBCM – 0,00302 X Área)
SEXO = e__________________________________
(18,7997 – 0,0839 X DBCM – 0,00302 X Área)
		1+e`
e = 2,71818(constante neperiana)
DBCM = distância bicondilar da mandíbula
Área = área triangular formada pelas distâncias bigoníaca, gônio direito ao mento, gônio esquerdo ao mento, sendo calculada pela fórmula de Heron:
S² = √S X (s – a) X (s – b) X (s – c)
a, b e c = comprimento dos lados de um triângulo
S² = área do triângulo ao quadrado
s = semiperímetro = a + b + c
 2
Análise de função discriminante – Índice de acerto 77%.
FEMININO = – 10472 + 129,79031 X GG + 174,73696
X GDM + 192,08163 X GEM + 2,01182 X DBCM – 6,82701
X Área
MASCULINO = – 10494 + 129,85893 X GG + 174,800534
X GDM + 192,05000 X GEM + 2,07602 X DBCM – 6,82701
X Área
O maior resultado indica o sexo.
Média e intervalo de confiança com 95% de probabilidade de situar–se entre a média verdadeira ou populacional.
Distância bigoníaca – GG
FEMININO = 84,62 a 86,60 mm
MASCULINO = 89,92 a 92,53 mm
Distância gônio direito ao mento – GDM
FEMININO = 76,84 a 78,47 mm
MASCULINO = 81,19 a 83,4 mm
Distância gônio esquerdo ao mento – GEM
FEMININO = 77,29 a 78,89 mm
MASCULINO = 81,46 a 83,80 mm
METODOLOGIA QUANTITATIVA PARA INVESTIGAÇÃO DO SEXO ATRAVÉS DAS VERTEBRAS
POMPA, C.C. e GALVÃO, L.C.C. estudaram as dimensões comprimento ântero–posterior – CAP, largura do corpo vertebral – LCV e altura do corpo vertebral – ACV do corpo da 5.ª vértebra lombar, obtendo resultados satisfatórios.
Regressão logística – índice de acerto 78,9%
(14,9672 – 0,2946 X CAP – 0,1851 X ACV)
SEXO = e__________________________________
(14,9672 – 0,2946 X CAP – 0,1851 X ACV)
		1+e`
Análise de função discriminante
FEMININO = – 121,21991 + 1,27740 X CAP + 5,31946
X ACV + 1,16951 X LCV
MASCULINO = – 135,87212 + 1,56219 X CAP + 5,50244
X ACV + 1,17046 X LCV
O maior resultado indica o sexo da vértebra em estudo.
Média e intervalo de confiança, com probabilidade de 95% de situar–se entre a média verdadeira ou populacional.
Comprimento ântero–posterior
FEMININO = 31,73 a 33,02 mm
MASCULINO = 34,89 a 36,43 mm
Altura do corpo vertebral
FEMININO = 25,82 a 26,76 mm
MASCULINO = 26,95 a 27,83 mm
Largura do corpo vertebral
FEMININO = 51,21 a 53,43 mm
MASCULINO = 54,59 a 56,97 mm
METODOLOGIAS QUANTITATIVAS PARA A INVESTIGAÇÃO DO SEXO ATRAVÉS DOS OSSOS LONGOS
GALVÃO, L.C.C. e ROCHA, S.S. estudaram as seguintes medidas do úmero: comprimento total – CTU, diâmetro vertical da cabeça – DVCU, espessura central – ECU e largura condilar – LCU. Desenvolveram três metodologias para diagnóstico do sexo em observações futuras:
Regressão logística – índice de acerto 94,5%
(32,2483 – 0,0462 X CTU – 0,2271 X DVCU – 0,4425 X ECU)
SEXO = e__________________________________
(32,2483 – 0,0462 X CTU – 0,2271 X DVCU – 0,4425 X ECU)
		1+e`
e = 2,71818 (constante neperiana)
DVCU = diâmetro vertical da cabeça do úmero
ECU = espessura central do úmero
CTU = comprimento total do úmero
Análise de função discriminante – Índice de acerto 85%
FEMININO = – 161,65964 + 0,086965 X CTU + 0,36363
X DVCU + 2,47889 X ECU + 0,14415 X LCU
MASCULINO = – 200,45054 + 0,91490 X CTU + 0,58090
X DVCU + 3,01876 X ECU + 0,23228 X LCU
O maior resultado indica o sexo do osso em estudo.
Média e intervalo de confiança, com 95% de probabilidade de situar–se na média verdadeira ou populacional.
Comprimento total do úmero
FEMININO = 293,3 a 301,6 mm
MASCULINO = 321,7 a 329,0 mm
Diâmetro vertical da cabeça do úmero
FEMININO = 37,6 a 40,3 mm
MASCULINO = 45,4 a 47,1 mm
Espessura central do úmero
FEMININO = 16,4 a 17,6 mm
MASCULINO = 19,8 à 20,7 mm
Largura condilar do úmero
FEMININO = 55,5 a 58,3 mm
MASCULINO = 63,1 a 65,6 mm
CASTRO, C.M.P. e GALVÃO, L.C.C. estudaram as seguintes mensurações da ulna: comprimento total da ulna – CTUL, comprimento da corda da articulação (úmero–ulna) – CAUL, e espessura central da ulna – ECUL, e estabeleceram metodologias para o diagnóstico do sexo em observações futuras.
Regressão logística – Índice de acerto 93,9%
(28,4086 – 1,5112 X ECUL – 0,4778 X CAUL)
SEXO = e________________________________________
(28,4086 – 1,5112 X ECUL – 0,4778 X CAUL)
	 1+e`
e = 2,71818 (constante neperiana)
ECUL = espessura central da ulna
CAUL = comprimento da corda da articulação (úmero–ulna)
Análise de função discriminante – Índice de acerto 90,62%
FEMININO = – 136,90536 + 0,71056 X CTUL + 3,05777
X ECUL + 3,31035 X CAUL
MASCULINO = – 172,44733 + 0,74655 X CTUL
+ 4,44237 X ECUL + 3,74987 X CAUL
O maior resultado indica o sexo do osso em estudo.
Média e intervalo de confiança, com 95% de probabilidade de situar–se na média verdadeira ou populacional.
Comprimento total da ulna – CTUL
FEMININO = 241,05 a 248,49 mm
MASCULINO = 265,57 a 272,64 mm
Comprimento da corda da articulação úmero–ulna–CAUL
FEMININO = 19,55 a 20,31 mm
MASCULINO = 22,04 a 22,92 mm
Espessura central da ulna–ECUL
FEMININO = 10,88 a 11,29 mm
MASCULINO = 13,13 a 13,73 mm
AZEVEDO, P. B. e GALVÃO, L.C.C. estudaram as seguintes dimensões do rádio: comprimento total – COM, espessura central – ESP e diâmetro da cabeça – DIA (considerando–se a superfície articular), estabelecendo metodologia para o diagnóstico do sexo.
Regressão logística – Índice de acerto 92,1%
(28,9961 – 0,0669 X COM – 0,6410 X DIA)
SEXO = e_____________________________________
(28,9961 – 0,0669 X COM – 06410 X DIA)
		1+e`
e = 2,71818 (constante neperiana)
COM = comprimento total do rádio
DIA = diâmetro da cabeça do rádio
Análise de função discriminante – Índice de acerto 86,31%
FEMININO = – 132,36474 + 1,01322 X COM + 2,10801
X ESP + 0,45877 X DIA
MASCULINO = – 164,06221 + 1,08795 X COM
+ 2,35675 X ESP + 0,95673 X DIA
O maior resultado indica o sexo.
Média e intervalo de confiança, com 95% de probabilidade de situar–se na média verdadeira ou populacional.
Comprimento total do rádio
FEMININO = 221,89 a 228,40 mm
MASCULINO = 246,35 a 252,11 mm
Espessura central do rádio
FEMININO = 12,89 a 13,51 mm
MASCULINO = 14,73 a 15,49 mm
Diâmetro da cabeça do rádio
FEMININO = 18,76 a 19,46 mm
MASCULINO = 21,70 a 22,51 mm
GALVÃO, L.C.C. e VITÓRIA, E. M. estudaram o diâmetro vertical da cabeça do fêmur chegaram a um número discriminante de corte, ou seja: quanto maior que 42,8 mm for o diâmetro vertical da cabeça do fêmur, maior será a probabilidade de que o osso tenha pertencido a indivíduo do sexo masculino: quanto menor que esse número, maior a probabilidade de ter pertencido a indivíduo do sexo feminino.
Regressão logística – Índice de acerto 95,1%
 (54,4032 – 1,2711 X DVCF)
SEXO = e________________________
 (54,4032 – 1,2711 X DVCF)
(1+e`
e = 2,71818 (constante neperiana)
DVCF = diâmetro vertical da cabeça do fêmur
GALVÃO, L.C.C., ALMEIDA JÚNIOR, E. e ROCHA, S. S. estudaram as seguintes mensurações da tíbia: comprimento total – CTOT, largura condilar – LARCON e espessura central – ESPECEN, e estabeleceram metodologias para o diagnóstico do sexo por esse osso.
Regressão logística – Índice de acerto 82,1%
 (17,9311 – 0,0285 X CTOT/ESQUERDO – 0,1009 X LARCON/ESQUERDA)
SEXO = e________________________________________________________________
 (17,9311 – 0,0285 X CTOT/ESQUERDO – 0,1009 X LARCON/ESQUERDA)
 1+e`
e = 2,71818 (constante neperiana)
CTOT/ESQ = comprimento total da tíbia esquerda
LARCON/ESQ = largura condilar da tíbia esquerda
Análise de função discriminante – Índice de acerto 78,5%
FEMININO = – 90,15191 + 0,27896 X CTOT/ESQ
+ 1,21801 X LARCON/ESQ – 0,19481 X ESPECEN/ESQ
MASCULINO = – 107,4837 + 0,30020 X CTOT/ESQ
+ 1,33081 X LARCON/ESQ – 0,13805 X ESPECEN/ESQ
O maior resultado indica o sexo do osso em estudo.
Média e intervalo de confiança, com 95% de probabilidade de situar–se na média verdadeira ou populacional.
Comprimento total da tíbia esquerda
FEMININO = 350,50 a 361,46 mm
MASCULINO = 380,70 a 396,05 mm
METODOLOGIA QUANTITATIVA PARA INVESTIGAÇÃO DO SEXO POR OSSO DO PÉ
GALVÃO, L.C.C., ALMEIDA JUNIOR, E, e ROCHA, S.S. estudaram o tálus nas suas dimensões: altura – A, comprimento – C e largura – L. Padronizaramo lado direito e estabeleceram metodologias com índices de acertos elevados.
Regressão logística – Índice de acerto 82,7%
(18,1189 – 0,1908 X C – 0,1811 X L)
SEXO = e__________________________________
(18,1189 – 0,1908 X C – 0,1811 X L)
	 1+e`
e = 2,71818 (constante neperiana)
C = comprimento do tálus
L = largura do tálus
Análise de função discriminante – Índice de acerto 78,61%
FEMININO = – 93,47824 + 1,29371 X C + 0,71994
X A + 2,44459 X L
MASCULINO = – 112,51806 + 1,45300 X C + 0,84014
X A + 2,59863 X L
O maior resultado indica o sexo do osso em estudo.
Média e intervalo de confiança, com 95% de probabilidade de situar–se na média verdadeira ou populacional.
	
SEXO
	Comprimento
do tálus
(em mm)
	Largura
do tálus
(em mm)
	Altura
do tálus
(em mm)
	Masculino
	57,28 a 59,36
	39,00 a 40,29
	32,43 a 33,86
	Feminino
	51,95 a 53,82
	42,21 a 44,02
	29,43 a 30,59
METODOLOGIA QUANTITATIVA PARA A INVESTIGAÇÃO DO SEXO ATRAVÉS DO OSSO ESTERNO
BARROS, G. B., GALVÃO, L.C.C. e MARQUES, J. A. M. estudaram mensurações e peso do osso esterno, chegando aos seguintes resultados:
Média e intervalo de confiança – Medida de dispersão, com 95% de probabilidade de situar–se na média verdadeira ou populacional.
	Mensurações
	MASCULINO
	FEMININO
	CM
	48,04 a 50,16 mm
	42,86 a 45,69 mm
	LM
	61,38 a 65,68 mm
	51,18 a 54,39 mm
	MM
	10,46 a 11,77 g
	6,15 a 7,35 g
	LC
	33,78 a 35,98 mm
	29,96 a 32,54 mm
	CC
	96,58 a 100,88 mm
	82,10 a 87,03 mm
	MC
	10,30 a 11,44 g
	6,13 a 8,42 g
CM – comprimento do manúbrio
LM – largura do manúbrio
MM – massa do manúbrio
LC – largura do corpo do esterno
CC – comprimento do corpo do esterno
MC – massa do corpo do esterno
Regressão logística – 
Por esta metodologia chegou–se a uma concordância de 90% das medidas em relação ao sexo e discordância de 9,8% e 0,2% de duvidosos, quando o cálculo é feito usando–se a mensuração do manúbrio e do corpo do esterno, em conjunto. Foi possível estabelecer a fórmula abaixo para o cálculo de pertinência ao sexo feminino.
Onde:
e = 2,72 (constante neperiana)
(–15,68 + 0,11CM + 0,09LM + 0,03MM + 0,05CC – 0,05LC + 0,23MC)
SEXO = e____________________________________________________________
(–15,68 + 0,11CM + 0,09LM + 0,03MM + 0,05CC – 0,05LC + 0,23MC)
	 1+e`
Quando usou–se apenas a mensuração do manúbrio também foi possível estabelecer uma fórmula que apresentou concordância de 85,3% das medidas na investigação do sexo, discordância de 14,5% e 0,2% de duvidosos.
(–10,96 + 0,09CM + 0,10LM + 0,13MM)
SEXO = e__________________________________
(–10,96 + 0,09CM + 0,10LM + 0,13MM)
	 1+e`
Usando–se apenas as medidas do corpo esternal a fórmula permitiu uma concordância de 84,8% das medidas na investigação do sexo, discordância de 15,0% e 0,2% de duvidosos.
(–8,24 + 0,06CC + 0,03LC + 0,26MC)
SEXO = e__________________________________
(–8,24 + 0,06CC + 0,03LC + 0,26MC)
	 1+e`
Análise de Função Discriminante –
Neste tipo de análise o maior resultado indica o sexo do crânio em estudo.
Na análise da função discriminante, utilizando–se as medidas do manúbrio e do corpo do esterno, obteve–se o índice de acerto 85%, para o sexo feminino, e 78,5%, para o sexo masculino.
FEMININO =–62,32+1,16CM+0,34LM+0,08MM+0,65CC+0,25LC–1,18MC
MASCULINO =–78,30+1,28CM+0,41LM+0,11MM+0,71CC+0,21LC–0,99MC
ESTIMATIVA DO FENÓTIPO COR DA PELE
Hoje, já não se cogita a investigação da raça, mesmo porque no Brasil a miscigenação ocorreu de tal ordem que não temos uma raça definida, o que geneticamente já ficou comprovado.
A antropologia busca estimar o fenótipo cor da pele do indivíduo a quem pertenceu os ossos em estudo.
METODOLOGIAS QUANTITATIVAS
MELANI, R. F. H. estudou os ângulos de Jacquart(1) (básio–espinha nasal anterior, espinha nasal anterior–glabela), Cloquet(2) (básio–próstio, próstio–glabela) Rivet(3) (básio–próstio, próstio–násio), Welcker (básio–centro da sela turca, centro da sela turca–násio) em relação aos fenótipos leucoderma, melanoderma e xantoderma, através de radiografias cefalométricas.
Conclui que é possível a estimativa do fenótipo cor da pele pelas seguintes metodologias:
Regressão logística – Índice de acerto 94,2%
 (2,1603 – 0,6550 X Cloquet – 0,7023 X Rivet)
MELANODERMAS = e______________________________________
(2,1603 – 0,6550 X Cloquet – 0,7023 X Rivet)
			 1+e`
O valor final da equação indica a pertinência ou probabilidade de o crânio em estudo ter pertencido a indivíduo com fenótipo melanoderma.
Exemplo:
 (0,85747) (0,85747)
M = e________ = 2,71828__________ = __________ = __________
 (0,85747) (0,85747)
	1+e` 1+ 271828
Resultado: A probabilidade de o crânio ter sido de indivíduo melanoderma é de 69,73%.
Regressão logística
 (–36,314 + 0,1712 X Welcker – 0,1760 X Jacquart)
LEUCODERMAS = e____________________________________________
(–36,314 + 0,1712 X Welcker – 0,1760 X Jacquart)
			 1+e`
Análise de função discriminante
LEUCODERMA = – 485,31 + 3,28 X WELCKER + 3,55
X JACQUART + 2,21 X CLOQUET + 1,11 X RIVET
MELANODERMA = – 452,14 + 3,18 X WELCKER + 3,35
X JACQUART + 2,33 X CLOQUET + 0,98 X RIVET
XANTODERMA = - 452,57 + 3,15 X WELCKER + 3,40
X JACQUART + 2,33 X CLOQUET + 0,98 X RIVET
Nesta equação, introduzimos o valor encontrado para cada ângulo do crânio em estudo, e o maior resultado indicará, por estimativa, a cor da pele do indivíduo ao qual o crânio pertencera.
O fenótipo cor da pele foi estudado por Pompa e Cols., Oliveira Júnior e Cols. Sob orientação de GALVÃO, L. C. C., através do aspecto das cúspidas do 1º molar inferior e concluíram que nenhum indivíduo melanoderma apresentou a forma mamelonada e nenhum indivíduo leucoderma apresentou a forma estrelada; Sendo esta metodologia indicada para excluir o fenótipo leucoderma ou melanoderma.
ESTIMATIVA DA ESTATURA HUMANA
A estatura humana é um dado importante e sua estimativa é feita através de tabelas. Os ossos humanos só crescem até os 20 anos de idade.
Todo indivíduo apresenta 2 (duas) estaturas, uma na posição bípede ( de pé) e outra quando deitado onde por relaxamento dos discos intervertabrais ele aumenta em média 2,5 centímentros.
No Brasil a falta deste dado no documento de identidade dificulta bastante a realização de pesquisa médico–legal nesta área. A estatura média dos brasileiros vem crescendo nas últimas 3 (três) décadas. Hoje a população com média estatural mais alta é a holandesa com aproximadamente 1,83 metros.
No passado vários autores europeus, americanos e asiáticos estudaram a estatura humana e formularam tabelas e equações a partir de mensurações dos ossos longos.
Existem várias tabelas: Etienne Martin, Manouvnier, Etienne Rollet, Pearson, Orfila, Telkká, Dupertuis e Haddem etc. 
	TABELA DE ORFILA
	ESTATURA
(M)
	FÊMUR
(cm)
	TÍBIA
(cm)
	FÍBULA
(cm)
	ÚMERO
(cm)
	ULNA
(cm)
	RÁDIO
(cm)
	1,38
	32
	27
	26
	24
	19
	17
	1,43
	38
	31
	30
	27
	22
	19
	1,45
	40
	32
	31
	29
	22
	20
	1,47
	38
	32
	31
	26
	21
	19
	1,49
	38
	32
	31
	29
	22
	20
	1,54
	40
	33
	32
	29
	24
	21
	1,60
	45
	38
	37
	32
	26
	24
	1,64
	44
	36
	35
	30
	26
	24
	1,65
	45
	38
	37
	32
	27
	25
	1,67
	45
	38
	37
	31
	37
	24
	1,69
	44
	36
	35
	31
	25
	22
	1,70
	44
	38
	37
	32
	27
	25
	1,75
	46
	39
	38
	32
	26
	23
	1,77
	46
	38
	37
	33
	28
	25
	1,78
	46
	37
	36
	33
	26
	24
	1,79
	46
	38
	37
	33
	27
	24
	1,80
	46
	40
	39
	33
	27
	25
	1,83
	46
	39
	38
	34
	28
	25
	1,85
	47
	43
	42
	33
	27
	25
	1,86
	47
	39
	38
	33
	27
	25
ESTATURA HUMANA–Metodologia proposta por PEARSON (fórmula regressiva)
HOMENS
(a) E = 81,306 + 1,880 F
(b) E = 70,641 + 2,894 U
(c) E = 78,664 + 2,376 T
(d) E = 89,925 + 3,271 R
(e) E = 71,272 + 1,159 (F + T)
(f) E = 71,443 + 1,220 F + 1,080 T
(g) E = 66,855 + 1,730 (U + R)
(h) E = 69,788 + 2,769 U + 195 R
(i) E = 68,397 + 1,030 F + 1,557 U
(j) E = 67,049 + 913 F + 600 T + 1,225 U + 187 R
MULHERES
(a) E = 72,844 + 1,945 F
(b) E = 71,475+ 2,754 U
(c) E = 74,774 + 2,352 T
(d) E = 81,224 + 3,343 R
(e) E = 69,154 + 1,126 (F + T)
(f) E = 69,561 + 1,117 F + 1,125 T
(g) E = 69,911 + 1,628 (U + R)
(h) E = 70,542 + 2,582 U + 281 R
(i) E = 67,435 + 1,339 F + 1,027 U
(j) E = 67,469 + 782 F + 1,120 T + 1,059 U + 711 R
E = estatura U = úmero T = tíbia R = rádio F = fêmur
Tabela de Dupertuis & Hadden
FÓRMULAS PARA RECONSTRUÇÃO DA ESTATURA A PARTIR DE OSSOS LONGOS
HOMENS
(a) E = 69,089 + 2,238 F
(b) E = 81,688 + 2,392 T
(c) E = 73,570 + 2,970 F
(d) E = 80,405 + 3,650 R
(e) E = 69,294 + 1,225 (F + T)
(f) E = 71,429 + 1,728 (U + R)
(g) E = 66,544 + 1,422 F + 1,062 T
(h) E = 66,400 + 1,789 U + 1,841 R
(i) E = 64,505 + 1,928 F + 0,568 U
(j) E = 78,272 + 2,102 T + 0,606 R
(k) E = 56,006 + 1,442 F + 0,931 T + 0,083 U + 0,480 R
MULHERES
(a) E = 61,412 + 2,317 F
(b) E = 72,572 + 2,533 T
(c) E = 64,977 + 3,144 F
(d) E = 73,502 + 3,876 R
(e) E = 65,213 + 1,233 (F + T)
(f) E = 55,729 + 1,984 (U + R)
(g) E = 59,259 + 1,957 F + 0,879 T
(h) E = 60,344 + 2,164 U + 1,525 R
(i) E = 57,600 + 2,009 F + 0,566 U
(j) E = 65,354 + 2,082 T + 1,060 R
(k) E = 57,495 + 1,544 F + 0,764 T + 0,126 U + 0,295 R
Equação de Telkkã para Determinar a Estatura a Partir de Ossos Longos
HOMENS
E = 169,4 + 2,8 (U – 32,9) +/– 5,0 cm
E = 169,4 + 3,4 (R – 22,7) +/– 5,0 cm
E = 169,4 + 3,2 (Un – 23,1) +/– 5,2 cm
E = 169,4 + 2,1 (F – 45,5) +/– 4,9 cm
E = 169,4 + 2,1 (T – 36,2) +/– 4,6 cm
E = 169,4 + 2,5 (Fi – 36,1) +/– 4,4 cm
MULHERES
E = 156,8 + 2,7 (U – 30,7) +/– 3,9 cm
E = 156,8 + 3,1 (R – 20,8) +/– 4,5 cm
E = 156,8 + 3,3 (Un – 21,3) +/– 4,4 cm
E = 156,8 + 1,8 (F – 41,8) +/– 4,0 cm
E = 156,8 + 1,9 (T – 33,1) +/– 4,6 cm
E = 156,8 + 2,3 (Fi – 32,7) +/– 4,5 cm
U = úmero R = rádio Um = ulna F = fêmur T = tíbia Fi = fíbula
A estatura humana pode ser estimada através dos dentes. Juan Ubaldo Carrea, em 1920, apresentou tese à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Buenos Aires sob o título “Ensayos Odontométricos”
ESTATURA MÍNIMA = RC X 6 X 10 X 3,1416 = RC X 94,248
			 2
ESTATURA MÁXIMA = ARCO X 6 X 10 X 3,1416 = ARCO X 94,248
				2
Raio–Corda–RC = Distância mésio–distal do incisivo central, lateral e canino inferiores vezes a constante 0,954:
RC = Dmd (IC + IL + C) X 0,954
Arco–A = somatório das distâncias mésio–distais do incisico central, lateral e canino inferiores:
ARCO = Dmd (IC + IL + C)
As medidas devem ser efetuadas em modelos de gesso pedra especial, depois de afastados os casos de apinhamento dentário, cáries em ângulos etc. São realizadas 5 (cinco) medidas de cada dente, de preferência com paquímetro digital, processa–se a média aritmética e aplica–se a fórmula.
GALVÃO, L. C. C., VITORIA, E. M. e CONCEIÇÃO FILHO, A. M., em 1996, medindo diretamente os dentes de indivíduos vivos, encontraram índice de acerto de 28,7%. Nunes et al., em 2001, sob orientação de GALVÃO, encontraram índice de acerto de 28,3%.
SILVA, M. da, encontrou índice de acerto de 70%. Esta metodologia foi usada dentre várias outras para estimar a estatura no caso Josef Mengele, apresentando diferença de apenas 1 (um) centímetro.
BERTO FREIRE, J. J., estudou a estatura humana a partir de ossos frescos durante procedimentos necroscópicos, estabelecendo um tabela para estimativa de estatura.
Uma forma indireta de se estabelecer a estatura pode ser utilizada quando se dispõe de uma foto da pessoa desaparecida de corpo inteiro e a roupa que usava quando foi fotografado.
Escolhe–se uma referência na roupa (distância entre botões, letras ou desenho de monograma, figura de estamparia etc.).
Mede–se a referência escolhida na foto e na roupa. O próximo passo é dividir o valor da referência na foto pelo valor da mesma referência encontrado na roupa. O resultado representa o “índice de redução fotográfica, IRF”.
Em seguida multiplica–se o IRF pela estatura da pessoa desaparecida na foto, o resultado final é a estatura da pessoa em questão.
EH = VALOR DA REFERÊNCIA NA FOTO = IRF
VALOR DA REFERÊNCIA NA ROUPA
EH = IRF X ESTATURA DO INDIVÍDUO NA FOTO X 100
ESTIMATIVA DA IDADE
A perícia de estimativa da idade é solicitada nos casos de:
a – estabelecer a responsabilidade penal e civil
b – pessoas que nunca foram registradas civilmente
c – questões previdenciárias
d – vítimas de carbonização e explosões não identificadas
e – ossadas ou partes dela.
O estudo microscópico do osso a mensuração dos canais de Havers, permitiu afirmar–se que seu diâmetro médio aumenta com a idade.
O prof. Revert Coma apresenta a tabela abaixo em relação a idade estimada pelos canais de Havers.
�
�
	IDADE ESTIMADA
	DIÂMETRO MÉDIO DOS CANAIS DE HAVERS
	Recém–nascido
	27,5 a 30 µm
	Vinte anos
	30 µm
	Cinqüenta anos
	40 µm
	Ancião
	45 µm
A medida que a idade avança aumenta a descalcificação, o nível de carbonatos e diminui a densidade óssea.
O ancião geralmente apresenta mandíbula atrofiada por reabsorção óssea e perdas dentárias.
No esterno o manúbrio solda–se ao corpo aproximadamente aos 50 anos de idade, e o corpo ao apêndice xifóide entre 50 a 70 anos. A lâmina do omoplata após os 50 anos vai tornando–se cada vez mais delgada.
O canal medular do úmero avança sobre o colo cirúrgico com o passar do tempo, sendo parâmetro para a estimativa da idade, estudado por Soto Isquerdo (1989) em Cuba.
As suturas cranianas vão se soldando ou apagando, o que se denomina de sinostose. Este é um parâmetro utilizado para estimar a idade.
A radiologia pelo aspecto da imagem dos centros epifisários de ossificação (CEO) fornece uma estimativa da idade óssea bastante segura.
O raio X do punho permite estimar a idade a partir da ossificação dos ossos do carpo até os 18 anos de idade.
No feto, o “ponto de ossificação de Béclard” aparece já nas duas últimas semanas de vida intra – uterina e se caracteriza por um ponto arroxeado ou achocolatado, medindo 4 a 7 mm, localizado na epífise cartilaginosa inferior do fêmur.
Nas vértebras os corpos soldam–se aos arcos geralmente após os 4 anos de idade.
O Odonto–Legista presta uma inestimável contribuição a estimativa da idade por metodologias como: mineralização da coroa e da raiz dentária (Gustafson, Nolla, Nicodemos e Médici, Moraes e Médici, Saliba, Almeida e outras), pela erupção dos decíduos e dos dentes permanentes, pela erupção dos 3º molares, pela relação área do dente versus área da câmara pulpar, pelo desgate dentário e reabsorção óssea.
ESTIMATIVA DE PESO
De posse dos dados encontrados, sexo, fenótipo cor da pele, idade e estatura podemos consultar tabelas cronopondoestaturais como as de Marcondes e Quetelet.
CONCLUSÕES
O estudo antropológico dos ossos deve ser realizado sem pressa, evitando–se ao máximo as improvisações. O Legista deve estar atento aos diagnósticos de encaminhamento (pré–identificados e com causa norte definida na guia ou oficio que solicitou a perícia).
Todos os exames auxiliares necessários devem ser solicitados, sua realização ou não pela instituição passa a ser problema administrativo o dever do Legista é solicita–lo e entregar o material e a solicitação devidamente protocolada.
Neste tipo de perícia deve–se questionar:
a–Há como entrar em contato com a família nos casos de suspeito desaparecido?
b–Quais os materiais encontrados junto com a ossada?
c–Quem removeu os ossos do local?
d–a ossada estava inumada ou não?
e–há quanto tempo a pessoa suspeita desapareceu?
f–o local onde foi encontrada continua preservado?
Estes questionamentos são importantes para a confecção do laudo e para o processo indentificatório por estudo antropométrico e antropológico.

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