Tratadistas Vitrúvio e Vignola (Antiguidade x Renascimento)

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TRATADISTAS: VITRÚVIO E VIGNOLA
(ANTIGUIDADE X RENASCIMENTO) 
Teoria Estética da Arte e Arquitetura I
Bárbara Salles, Milena Azevedo, Pietra Souto, Tais Karoane e Vanessa Duarte
INTRODUÇÃO
A história da arquitetura é valiosa em figuras importantes que deixaram um legado não apenas por
meio de suas construções, mas também por meio de tratados e escritos que transmitiram seus
conhecimentos arquitetônicos para as gerações seguintes. Dois desses tratadistas significativos são
Vitrúvio e Vignola, cujas contribuições são representativas de períodos distintos na história da
arquitetura: a Antiguidade Clássica e o Renascimento. Marco Vitruvio Polião, um arquiteto romano do
século I a.C., e Giacomo Barozzi da Vignola, um arquiteto italiano do século XVI, são reconhecidos
como pilares fundamentais na compreensão e prática da arquitetura. Suas obras, como "De
Architectura" de Vitrúvio e "Regola delli cinque ordini d'architettura" de Vignola, são marcos
importantes que delineiam os princípios, técnicas e estilos arquitetônicos de suas épocas. Nesta análise
comparativa, examinaremos as contribuições desses dois tratadistas, destacando suas influências e
legados em contextos históricos distintos, enquanto exploramos as semelhanças e diferenças em suas
abordagens à arquitetura.
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INTRODUÇÃO AOS TRATADISTAS
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Vitrúvio, também conhecido como Marcus Vitruvius Pollio, foi um influente
arquiteto, engenheiro e escritor romano do século I a.C. Sua obra "De Architectura" é
uma importante fonte sobre arquitetura romana, abordando temas como materiais,
técnicas e estética. Além de suas contribuições teóricas, Vitrúvio também se
destacou como engenheiro militar.
Giacomo Barozzi da Vignola, arquiteto italiano nascido em 1507, é conhecido por suas
influentes contribuições para a arquitetura renascentista. Após estudar em Bolonha e
Roma, onde foi inspirado por figuras como Michelangelo e Sebastiano Serlio, Vignola
publicou em 1562 seu trabalho seminal "Regras dos Cinco Órdens da Arquitetura",
estabelecendo princípios claros e práticos para o uso das ordens arquitetônicas. Sua
obra continua a ser uma referência essencial na história da arquitetura renascentista.
Vitrúvio
Vignola
O tratado de arquitetura de Vitrúvio, chamado "De Architectura" (Sobre Arquitetura), é
uma obra abrangente que oferece uma visão detalhada da teoria e prática da
arquitetura na Roma Antiga. Dividido em dez volumes, o tratado cobre uma ampla
variedade de tópicos, desde os princípios básicos da arquitetura até técnicas de
construção específicas e design urbano.
Vitrúvio começa explicando o que é arquitetura e quais habilidades um arquiteto deve
ter. Ele então aborda diversos aspectos da construção, incluindo a escolha de
materiais, proporções ideais para edifícios, e até mesmo questões como hidráulica e
mecânica. Uma característica única de sua abordagem é sua interdisciplinaridade,
incorporando conhecimentos de matemática, filosofia e outras áreas para explicar os
princípios da arquitetura.
O tratado de Vitrúvio teve uma influência duradoura na prática arquitetônica, e suas
ideias continuam sendo estudadas e valorizadas até hoje como uma fonte importante
de conhecimento sobre a arquitetura antiga e como uma fonte de inspiração para
arquitetos contemporâneos.
VITRÚVIO:O TRATADO DE ARQUITETURA
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VITRÚVIO:O TRATADO DE ARQUITETURA
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No tratado de arquitetura de Vitrúvio, ele enfatiza a importância do ordenamento e disposição dos espaços,
considerando a funcionalidade, proporção e beleza como elementos essenciais. Ele destaca os atributos fundamentais
da arquitetura: solidez, utilidade e beleza, e explora a utilidade em diferentes tipos de edifícios, como cidades,
templos e construções públicas. Vitrúvio também aborda a evolução dos edifícios ao longo do tempo e a importância
das construções romanas públicas, como os foros, que eram projetados para atender às necessidades da comunidade.
As basílicas deveriam ser construídas adjuntas ao foro,
preferencialmente em áreas ensolaradas para facilitar
as reuniões dos negociantes sem serem afetados pelas
condições climáticas adversas. Quando o espaço
permitia, galerias eram adicionadas nas extremidades.
O erário, a prisão e a cúria também deveriam estar
conectados ao foro. A escolha do local para o teatro
considerava a salubridade, posição solar e direção dos
ventos, visando o conforto dos atores e espectadores.
Os balneários deviam ser instalados em locais quentes,
com salas de banho aquecidas e espaçosas para
acomodar um grande número de pessoas.
Fonte:TRÊS TRATADISTAS DA ARQUITETURA E A ÊNFASE NO USO DO ESPAÇO
VITRÚVIO:O TRATADO DE ARQUITETURA
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Os ginásios, embora não fossem comuns na
tradição romana, eram construídos seguindo o
modelo grego, com salões retangulares, peristilos
e corredores. O Livro 6 do tratado trata das
residências privadas, onde a localização era
determinada pela orientação geográfica e
funcionalidade. Os átrios privados eram
classificados de acordo com suas características
arquitetônicas, e a disposição dos cômodos levava
em conta fatores como iluminação e temperatura.
Nas residências rurais, os espaços eram
destinados a necessidades agrícolas, enquanto nas
urbanas, eram mais acessíveis aos visitantes.
Resumidamente, a disposição dos edifícios
variava conforme as necessidades e status social
dos moradores.
Fonte:TRÊS TRATADISTAS DA ARQUITETURA E A ÊNFASE NO USO DO ESPAÇO
VIGNOLA: AS REGRAS DAS CINCO ORDENS 
Vignola desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da arquitetura renascentista, fornecendo
não apenas projetos arquitetônicos inovadores, mas também estabelecendo princípios teóricos que
orientaram a prática arquitetônica da época. Suas contribuições incluem a simplificação e sistematização dos
princípios da arquitetura clássica, tornando-os mais acessíveis e aplicáveis aos arquitetos renascentistas.
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Em "Regras dos Cinco Órdens da Arquitetura", Vignola
apresenta regras detalhadas para o uso dos cinco
órdens arquitetônicos: Dórico, Jônico, Coríntio,
Toscano e Compósito. Ele descreve as proporções
ideais, características ornamentais e aplicações
adequadas de cada ordem, fornecendo aos arquitetos
um guia prático. Sua abordagem sistemática e clara
contribuiu para a padronização e popularização dos
órdens arquitetônicos durante o Renascimento.
Dórico Jônico Coríntio Toscano Compósito
https://www.archdaily.com.br/br/891364/capiteis-da-antiguidade-classica-entenda-a-diferenca-entre-as-cinco-ordens
Enquanto Vitrúvio enfatizava os princípios teóricos e
conceituais da arquitetura clássica em "De Architectura",
Vignola adotou uma abordagem mais pragmática e prática em
suas "Regras dos Cinco Órdens". Enquanto Vitrúvio oferecia
uma visão abrangente e filosófica da arquitetura, Vignola
preocupava-se mais com a aplicação concreta desses
princípios na prática arquitetônica. No entanto, ambos os
tratadistas compartilhavam um profundo respeito pela
herança clássica e buscavam perpetuar seus ideais de beleza,
harmonia e ordem na arquitetura de sua época.
COMPARAÇÃO ENTRE AS ABORDAGENS DE VITRÚVIO E
VIGNOLA EM RELAÇÃO À ARQUITETURA CLÁSSICA:
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ANTIGUIDADE X RESNASCIMENTO
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Durante o Renascimento houve um interesse maior pela cultura e arte da Grécia e Roma Antiga.
Estudiosos e artistas buscavam textos e tratados para entender os princípios por trás das grandes obras
arquitetônica e esculturais da Antiguidade.
Redescoberta da Antiguidade Clássica
Os artistas renascentistas, como Leonardo da
Vinci, foram profundamente influenciados pelos
escritos de Vitruvio. Leonardo ate mesmo fez um
famoso estudo chamado “O Homem Vitruviano”,
que ilustra as proporções do corpo humano de
acordo com os principios de Vitruvio.
Influencia em arquitetos renascentistas
Fonte: https://publikacje.edu.pl/leonardo-da-vinci Fonte: https://publikacje.edu.pl/leonardo-da-vinci
ANTIGUIDADE X RESNASCIMENTO
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Na Antiguidade, as sociedades grega e romana eram caracterizadas por estruturas hierárquicas e
sistemas de governo monárquicos ou republicanos. A religiãodesempenhava um papel central na vida
diária, com crenças politeístas predominantes na Grécia e o culto aos deuses romanos no Império
Romano. Filosoficamente, as escolas de pensamento grego, como o platonismo e o estoicismo,
exploravam questões éticas, políticas e metafísicas.
Por outro lado, o Renascimento testemunhou um renascimento do interesse pelas artes, ciências e
humanidades que caracterizavam a antiguidade clássica. Esta era foi marcada por um novo foco no
individualismo, na razão e na investigação do mundo natural. O humanismo emergente promovia a
valorização do potencial humano, incentivando o estudo das humanidades e a busca pelo conhecimento
secular.
Contrastes entre os Contextos Históricos, Culturais e Filosóficos da Antiguidade e do Renascimento:
LEGADO E INFLUÊNCIA
O legado de Vitrúvio e Vignola na arquitetura e urbanismo é imensurável,
influenciando gerações de arquitetos e urbanistas ao longo dos séculos.
A influência de Vitrúvio e Vignola pode ser vista em uma infinidade de
edifícios e projetos ao redor do mundo. Muitos arquitetos renomados
incorporaram seus princípios e teorias em suas obras, adaptando-os às
necessidades e estilos de cada época. Por exemplo, o arquiteto
renascentista Andrea Palladio foi profundamente influenciado pelas obras
de Vitrúvio, e suas villas e palácios na região de Vêneto, na Itália, refletem
uma interpretação moderna dos princípios vitruvianos.
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VILLA MASER
Fonte: https://www.italiaperamore.com/a-fascinante-
villa-maser-obra-prima-de-palladio-no-veneto/
VILLA CAPRA
Fonte: https://ulissesjesus.wordpress.com/2014/11/20/villa-
capra/
Fonte: https://ulissesjesus.wordpress.com/2014/11/20/villa-
capra/
CONCLUSÃO
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Durante a elaboração deste trabalho, foi possível compreender a importância da funcionalidade dos espaços
arquitetônicos, conforme discutido pelos tratadistas Vitruvius, Alberti e Palladio, e sua influência na prática
contemporânea da arquitetura. 
A análise da tríade fundamental de funcionalidade, construção e estética nos permitiu aprofundar nossa
compreensão sobre a relação entre forma, função e uso do espaço na arquitetura, destacando a relevância
histórica e teórica desses conceitos para o nosso trabalho. 
Por meio da exploração desses conceitos e da contextualização histórica proporcionada pelos tratadistas,
pudemos enriquecer nossa abordagem sobre a concepção e a execução de projetos arquitetônicos,
considerando não apenas a estética, mas também a utilidade e a construção dos espaços. 
Essa reflexão nos auxiliou a valorizar a harmonia entre os aspectos funcionais e estéticos na arquitetura,
visando atender às necessidades práticas e estéticas dos usuários, assim como prezar pela integridade e
eficiência das edificações ao longo do tempo. Portanto, a análise dos tratadistas da arquitetura e da tríade
fundamental da arquitetura foi essencial para a construção de uma base sólida de conhecimento e
compreensão dos princípios fundamentais que regem a arquitetura, contribuindo significativamente para a
nossa prática profissional e para a valorização da funcionalidade dos espaços arquitetônicos em nossos
projetos.
REFERÊNCIAS:
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Disponível em: https://www.italiaperamore.com/a-fascinante-villa-maser-obra-
prima-de-palladio-no-veneto/
Disponível em: https://ulissesjesus.wordpress.com/2014/11/20/villa-capra/
Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/891364/capiteis-da-antiguidade-
classica-entenda-a-diferenca-entre-as-cinco-ordens
Disponível em: TRÊS TRATADISTAS DA ARQUITETURA E A ÊNFASE NO USO DO
ESPAÇO