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PSICOTERAPIA pra que - resenha crítica

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PSICOTERAPIA, pra quê?
1
 
Resenha Crítica 
Tácito Pereira dos Santos 
 
O texto faz uma provocação ao leitor sobre a necessidade se fazer ou não 
psicoterapia, iniciando no próprio título do artigo, para que serviria a psicoterapia? A 
autora nos coloca a par de que o mundo contemporâneo é de uma sociedade em que a 
competição é colocada em primeiro plano entre os indivíduos. O que resume o ser 
humano a valores materiais, sendo objeto de “posições hierárquicas ocupadas, níveis de 
relacionamentos interpessoais e influências sociais”, além de pressões características 
dos centros urbanos, ou seja, as grandes adversidades que estamos sujeitos no dia-a-dia 
de uma sociedade moderna. 
Essas diversas adversidades, mesmo sem nossa autorização, interferem 
diretamente em nossas vidas. Desemprego, violência, estresse, barulho, solidão, 
consumismo..., fazem parte de uma sociedade em que o que é mais importante é o ter e 
não o ser, esta realidade mesmo que o indivíduo não deseje “... interferem em nosso ser 
causando-nos distúrbios físicos, psicossomáticos ou psíquicos, classificados de 
patológicos e existenciais”. 
É nessa realidade que surge a psicoterapia e o psicoterapeuta como forma de 
ajudar o indivíduo. A autora destaca que há uma resistência nas pessoas em fazerem 
terapia, o que afirma que são as “resistências que resistem” as pessoas comumente 
sente-se a vontade em conversar com seu dentista, manicure, cabeleireira ou numa roda 
de conversa de amigos, porém encontram resistência de conversar com um terapeuta. 
Nesse sentido ela resgata Perls que afirma que as resistências podem ser sensomotoras 
ou somáticas (que são expressas no corpo físico, como tensões, manchas, frigidez etc.), 
intelectuais (que envolvem justificativas, racionalizações, cobranças, censuras) ou 
emocionais (que são mecanismos que restringem ou impedem expressões emocionais 
consideradas pelo indivíduo como desagradáveis ou perigosas). 
A resistência a psicoterapia é comum hoje em dia, o texto destaca que “Há 
pessoas que não só ‘resistem’ à procura do profissional que possa atender suas 
necessidades, como dizem não acreditar e nem mesmo se permitem experimentar, 
conhecer, para então fazer sua opção consciente.”, por isso a tentativa de substituir o 
psicoterapeuta pelo ombro amigo, porém é preciso destacar que o psicoterapeuta é um 
profissional que é treinado de forma cientificamente para ter competência de fazer a 
escuta, acolher e buscar um caminho para superar a dificuldade ou queixas do cliente. 
 
 
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 Resenha crítica feita a partir do texto Psicoterapia, pra quê? De autoria da Psicóloga Maria Ramalho 
Vasquez, encontrado em http://www.cuidardesi.com.br/arquivos/psicoterapia_praque.pdf para atender 
avaliação da Disciplina Técnicas Psicoterápicas I do Curso de Psicologia da ULBRA – Porto Velho. 
2 
 
 
Paralelo a questão de não querer fazer psicoterapia está o fato que para algumas 
pessoas de não desejarem mexer em alguns problemas que convivem algum tempo, é 
melhor conviver com eles sem mexer neles, mesmo causando incomodo na pessoa, pois 
de certa forma mexer “neles” ou “com eles” pode causar sofrimento, dor, requer tempo, 
investimentos, e no processo terapêutico requer mudanças, construir algo novo, 
enfrentar o problemas e não adiar ou fingir que não existem. Fazer psicoterapia, o texto 
destaca, provoca inclusive alterações nas conexões neurais, ou seja, mudanças no 
cérebro “Dezenas de pesquisas neurológicas provam que sessões de psicoterapia 
modificam conexões neurais e padrões de comportamento.” (Revista Super Interessante 
p.62). 
Voltando a pergunta do texto “psicoterapia pra quê?”, a autora nos leva ao 
princípio da palavra e reforça a necessidade de não se ater somente aos conflitos 
internos do indivíduo, mas a necessidade de dar a merecida importância às influências 
externas ou ambientais, mesmo que Freud se restringindo aos conflitos internos Ele irá 
teorizar sobre o normal e anormal, lançando as bases da psicoterapia, que é uma palavra 
de origem grega – psykhe: mente e therapeúein: curar, o objetivo da psicoterapia seria 
então “curar a mente” ou uma terapia de tratar de problemas psicológicos (depressão, 
ansiedade, dificuldades de relacionamento, entre outros problemas de saúde mental...). 
A partir dessa compreensão é preciso então encontrar no processo terapêutico 
um acolhimento e cuidados por parte do psicoterapeuta que deverá ser um profissional 
devidamente capacitado para esse processo, a autora do texto destaca que “Devo 
conceber que minha compreensão sobre o que o cliente espera de encontrar no 
psicoterapeuta, é o ‘acolhimento’ e ‘ser cuidado’. A partir daí, quando menciono a 
palavra psicoterapia é automática minha “awareness” (consciência) está ‘linkado’ 
como num automático, reafirma “a necessidade do ser cuidado”! 
Um pressuposto importante no processo terapêutico é a predisposição do cliente 
em submeter ao mesmo, caberá a ele, e tão somente ele, avaliar se há necessidade ou 
não de acompanhamento terapêutico. Ao mesmo tempo em que este sente a dor, ele 
precisa também senti a necessidade de buscar cura para essa dor. É preciso reconhecer 
também que não buscar a cura para essa dor, este pode se submeter a um processo de 
esconder sentimentos e emoções, o que acabar por gerar doenças. Ao profissional da 
psicoterapia deverá esclarecer que caberá uma decisão por parte do cliente, que será 
resultado de sua escolha, e que esta escolha tem seus ganhos, mas também tem suas 
perdas e renúncias, o texto ainda afirma no que se refere às pessoas negativas, que 
sempre olham os fenômenos somente pelo fato negativo “As pessoas negativas não 
enxergam soluções, é sinérgico. Aumentam os problemas, a lamentação, a 
murmuração, o pessimismo, se transforma em doença e o pior, repele os amigos”. 
As pessoas, por sua sabedoria, tem a oportunidade de escolher. Não conseguirão 
mudar seu passado, mas, poderá a partir de suas escolhas construir um novo futuro para 
si. De formação na Gestalt-Terapia, a autora destaca a importância do cliente preocupar-
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se com o “aqui e agora”, de viver o presente e a partir de suas escolhas construir 
projetos para o futuro. A psicoterapia contribui no sentido de desconstruir crenças no 
cliente de que este é incapaz, de que não pode enfrentar seus problemas, encarar suas 
dores é preciso que o psicoterapeuta contribua para que o cliente se encontre, seja ele 
mesmo e que busque “experimentar, errar e recomeçar, pois a vida é um eterno 
recomeço”, sendo esse um dos papeis da psicoterapia. 
 Buscar um processo de reestruturação interna, que permita a realização de um 
caminho novo, novas construções, fazer a transformação em nós mesmos para atender 
nossas necessidades, percebendo nossos problemas internos, mas externos também, 
esses são os papéis da psicoterapia. 
 O psicoterapeuta conhece métodos e técnicas, mas acima de tudo ele precisa ter 
condições de ir além das teorias e limitações conceituais. Sua expressão e conduta é no 
estar presente, não somente fisicamente, deve está compenetrado naquele momento da 
psicoterapia. Manter contato com o cliente é caminhar junto com ele, do jeito dele e 
como ele pode caminhar “...dando suporte para que experimente diferente direções”o 
que permitirá a ele conhecer a melhor direção para si e em que momento deverá tomá-
la. 
“Para todos, desejo apenas que usem sua sabedoria pessoal e que amem trabalhar com 
as pessoas que estão trabalhando, como eu amo trabalhar com as pessoas com quem 
trabalho. Se forem verdadeiramente gentis e amorosos, então não há com que se 
preocupar a respeito do que vão dizer, pois as palavras nascerão desteespaço 
existencial dentro de vocês”. Erving, 1999 
 
 Não somente a partir do próprio texto, mas a partir de outras leituras e da própria 
prática, é possível concluir que a psicoterapia é um acolhimento que o terapeuta dar a 
uma pessoa que precisa de cuidados e que busca ajuda. Ainda há não sociedade uma 
visão de senso comum da não necessidade de se buscar psicoterapia, mas aos poucos 
essa visão é superada. O processo de acolhimento é muito importante para que o cliente 
se sinta bem e de que em conjunto com o terapeuta é possível buscar cura para seus 
problemas internos e externos que causam doenças nele mesmo. 
 É necessário que o psicoterapeuta logo de início construa uma empatia com o 
cliente, o que permitirá a continuidade em um processo, aonde haja uma caminhar junto 
– terapeuta e cliente. E que essa caminhada se dê de forma presencial e não virtual. A 
sociedade contemporânea é cheia de problemas, o mundo moderno exige cada vez mais 
que sejamos fortes, essas cobranças deixam as pessoas cada vez mais doentes, por isso a 
cada diz é mais do que necessário fazer psicoterapia. 
 
 
Tácito Pereira dos Santos

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