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Enfermidades dos Cavalos - Cap. 3

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03
AfeC90es dos Musculos
1.musculos nasolabiais 2. m. palpebrais, 3. m. auriculares, 4. m. masseter;
5. glandula par6tida; 6. m. esplenio; 7. veia jugular; 8. m. trapezio; 9. m.
serrato ventral, 10. m. esternocefaJico; 11. m. delt6ide; 12. m. peitoral;
13. m. trfceps; 14. m. extensor carpo-radial; 15.m. extensor comum das
falanges, 16. m. cubital lateral; 17.m. extensor digital lateral; 18. ligamen-
tos anulares; 19. tend6es extensores digitais; 20. t. flexores digitais su-
perficial e profundo; 21. m. peitoral; 22 m. grande dorsal; 23. m. serrato
ventral; 24. m. oblfquo abdominal externo; 25. aponevrose do m. oblfquo
abdominal externo; 26. tuberosidade ilfaca; 27. m. tensor da fascia lata;
28. m. gluteo superficial; 29. m. bfceps femoral; 30. m. semitendfneo; 31.
tuberosidade isquiatica; 32 m. da cauda; 33. fascia femoral lateral; 34.
articulac;:ao femorotfbio-patelar, 35. m. extensor digital Iongo; 36. m.
extensor digital lateral; 37. m. flexor digital profundo; 38. calcaneo, 39. t.
extensor digital comum; 40. t. flexores digitais superficial e profundo.
tos, as articula<;6es, os tend6es
e, finalmente os musculos.
Os musculos constituem-se
em uma das principais unidades
de trabalho do organismo do ani-
mal, e, atraves de seus mecanis-
mos de contra<;ao e relaxamen-
to, proporcionam a atividade para
o desencadeamento dos movi-
A movimenta<;ao e a locomo-
<;ao dos cavalos e realizada pe-
la perda harmonizada do equi-
Ilbrio estatico, integrado por um
complexo sistema em que parti-
cipam principalmente, 0 sistema
nervoso, os ossos, os ligamen-
mentos basicos de flexao, exten-
sao, adu<;ao, abdu<;ao e rota<;ao.
o musculo esqueletico dos
mamfferos possui em sua com-
posic;:ao, aproximadamente 75%
de agua, 18 a 22% de protefna,
1% de carboidratos e 1% de sais
minerais, variando seu teor de li-
pfdios. 0 volume total do muscu-
10e constitufdo de 75% a 90%
de miofibras, alem de celulas de
gordura, fibroblastos, vasos capi-
lares, nervos e tecido conjuntivo,
cuja composi<;ao proporcional po-
de variar conforme 0 musculo. As
miofibras sao compostas de mio-
fibrilas que constituem as unida-
des basicas necessarias para a
contra<;ao do musculo.
As miofibrilas sac compostas
por dois tipo de fibras, a saber:
a. Fibras do tipo I, de contrayao
lenta, altamente oxidativas.
b. Fibras do tipo II, de contrayao
rapida, apresentando os subti-
pos IIA, liB e IIC; sendo as do
tipo IIA altamente oxidativas, e
dos tipos liB e IIC com baixa
propriedade oxidativa.
Assim como existem tipos di-
ferentes de fibras musculares,
existem dois tipos de fibras ner-
vosas motoras, tipo I e tipo II, sen-
do que cada miofibra e inervada
por apenas um ramo de um neu-
ronio motor.
Independentemente da via
etiologica, existem evidencias de
que as altera<;6es miopaticas de-
senvolvem-se dentro de um pa-
drao de degenera<;ao, 0 que jus-
tificaria, na maiaria das vezes a
dificuldade em c1assificar-se 0 ti-
. po de afec<;ao que 0 cavalo apre-
senta e, consequentemente, a
elaborat;:ao de um diagn6stico
etiopatogenico com precisao.
As miopatias podem ser c1as-
sificadas sob 0 ponto de vista di-
datico segundo a etiologia, con-
forme a origem da at;:aodesen-
cadeante da afect;:ao em:
1. Miopatias neurogenicas
As miopatiasneurogenicaspo-
dem ter origem nos distUrbios de
celulas do corno anterior e de rai-
zes nervosas motoras; em neuro-
patias perifericas e nos disturbios
de transmissao neuromuscular.
2. Miopatias miopaticas
As miopatias miopaticas po-
dem ser origem conforme abaixo:
Traumatica - Miopatia Fibrosa,
Ruptura do Musculo Gastro-
cnemio e Ruptura do Muscu-
10 Serrato Ventral.
Inflamat6ria - Idiopatica e por
injet;:oes intramuscular de
drogas irritantes.
Infecciosa - Baderiana como
na Gangrena Gasosa e no
Edema Maligno; viral como
na Influenza e parasitaria co-
mo no Sarcocystis.
T6xica - Plantas, como a Cassia
occidentalis e drogas, como
a monensina.
Hormonal - Por Hiperadreno-
corticismo e Hipotireoidismo.
Auto-imune - Na Purpura He-
morragica, que pode causar
lesoes secundarias a hemor-
ragia muscular.
Circulat6ria - Na Miosite P6s-
Anestesica localizada e na
generalizada, e na Trombose
A6rtico-iliaca.
Genetica - Na Paralisia Peri6-
dica Hipercalemica; nas Mio-
tonias e nas Miopatias Meta-
b6licas.
Nutricional - Nas deficiencias
de vitamina E e selenio e na
ma-nutrit;:ao.
Exercicio - Na Sindrome de
Exaustao.
Atrofia caquetica; Atrofia por
desuso.
Malignidade e Multifatorial.
Mista/ldiopMica - Na Mioglo-
binuria Atlpica ou Paralitica e
na Miastenia P6s-Anestesica.
As miopatias podem tam-
bem ser c1assificadas, quanto a
fisiopatologia, em disturbios de
excitayao; disturbios de propa-
gayao do potencial de ayao;
disturbios de acoplamento no
sistema excitayao-contrayao;
disturbios de contrayao (ainda
nao identificada no equino); dis-
turbios de suprimento de ener-
gia (ainda nao identificada no
equino); ayao direta sobre fi-
bras e estruturas musculares;
trauma; atrofia por desuso e va-
riada/multifatorial.
Eo processo inflamat6rio que
em geral, acomete os musculos
esqueleticos do cavalo. Pode re-
sultar de trauma direto ou indire-
to sobre 0 musculo e ocorrer co-
mo processo secundario em um
certo numero de doent;:as, con-
forme as diversas etiologias ex-
postas em sua c1assificat;:ao.
A at;:ao traumatica indireta
pode acontecer nos grandes es-
fort;:os de contrat;:ao e extensao
de certos grupos museu lares, ul-
trapassando a capacidade das fi-
bras em se contrair e relaxar. A
miosite pode ainda ser observa-
da como uma forma de cansat;:o
ou fadiga muscular, nas enfermi-
dades primarias de ossos ou ar-
ticulat;:oes, como resultante do
trabalho intenso e continuo dos
musculos na tentativa de mante-
rem 0 eixo de gravidade do cor-
po. 0 trabalho muscular continuo
leva a grande consumo das re-
servas energeticas, inicialmente
por metabolismo celular aer6bio,
e,mais tarde, devido a deficiente
oferta de oxigenio as celulas, 0
trabalho celular se faz em con-
dit;:oesanaer6bias, liberando aci-
do ladico.
C1inicamente,a miosite come-
t;:acom 0 animal manifestando
sintomas de discreta incoorde-
nat;:aolocomotora, principalmen-
te nos membros posterior e dis-
creta sudorese regional. 0 cavalo
pode ter dificuldade em se movi-
mentar espontaneamente, princi-
palmente quando estao afetados
os musculos psoas, flexores da
coluna t6racolombar, longuissi-
mos dorsais e gluteos. Estes
musculos se apresentam sensi-
veis a palpat;:aoe pressao digital,
a temperatura local geralmente
esta aumentada, pode ocorrer
edema e frequentemente os mus-
culos se encontram sob tensao.
o animal quando caminha pare-
ce andar desajeitado, mantendo
a coluna encurvada, flexao dorsi-
ventral (xifose), devida a dor, no-
tadamente pr6ximo a regiao re-
nal.A distancia do passo diminui
(passo curto).
Nos casos de miosite aguda
primaria dos musculos dos mem-
bros,0 quadro e acompanhado par
grave c1audica<;:ao,inflama<;:ao,
prostra<;:aoe dor a palpa<;:ao.E fre-
quente 0 cavalo apresentar sinais
de toxemia e devido a discreta
acidose ladica que se instala.
A pesquisa laboratorial das
enzimas do metabolismo das ce-
lulas musculares, como CK, AST,
e LDH podem revela-Ias aumen-
tada no saro sanguineo, sendo de
grande importancia para a con-
firma<;:ao do diagn6stico, e no
acompanhamento da evolu<;:ao
c1inicadurante 0 tratamento.
o tratamento sempre sera di-
recionado paraa corre<;:aoda cau-
sa primaria, e, geralmente, a eli-
mina<;:aodas condi<;:6esque de-
terminaram a miosite produz ali-
via imediato do quadro doloroso.
Muitas vezes 0 diagn6stico
etiol6gico e diflcil de ser estabe-
lecido. 0 animal deve ser manti-
do em repouso, em baia com livre
acesso a piquete. Aplique drogas
antiinflamat6rias comofenilbuta-
zona na dose de 4,4 mg/kg pela
via intravenosa durante 3 a 5
dias, associada a miorrelaxantes
como 0 flunitrazepan, na dose de
0,5 a 7,0 mg para cada 100 kg,
para alivio da dor muscular. A vi-
tamina B deve ser usada na dose
de 0,5 a 1,0 9 a cada 2 dias pela
via intramuscular, assim como vi-
tamina E e selenio para melhorar
os processos metab61icos das
celulas musculares.
Eventualmente,quando 0 qua-
dro de acidemia se instalar, apli-
que, pela via intravenosa, diluida
em soluqao eletrolitica, cerca de
1 a 3 9 de bicarbonato de s6dio
para cada litro de solu<;:aoinfun-
dida acompanhando-se c1inica-
mente, e, laboratorial mente pela
hemogasometria,o equillbrio aci-
do-base do animal.
Concomitantemente ao trata-
mento medicamentoso, pode-se
adotar um programa de fisiote-
rapia atraves de nata<;:aoem raia
especial, que ira proporcionar
uma rapida recupera<;:aodo me-
tabolismo das celulas do muscu-
10, ativando a circula<;:aoe rela-
xando as miofibras.
Aten<;:ao especial deve ser
dada a alimenta<;:ao,evitando-se
excesso de graos ou de carboi-
dratos. Animais predispostos de-
vem ter 0 arra<;:oamentoreduzido
a metade, 24 horas antes do tra-
balho, adicionada com cerca de
20 9 de bicarbonato de s6dio.
Nunca ultrapasse a capaci-
dade f1sica do cavalo, levando-o
a fadiga e prepare-o adequada-
mente ao trabalho atraves da
muscula<;:aoprogressiva.
3.3. Miopatia pos-decubito
e pos-anestesia.
A miopatia p6s-decubito ou
p6s-anestesia nos cavalos e
uma afec<;:ao desencadeada
ap6s periodos longos de decu-
bito por contensao ou sob anes-
tesia geral, decorrente da hip6-
xia nas celulas em grandes gru-
pos musculares e, ocasional-
mente, pode estar acompanha-
da de compressao de nervos.
Na maioria das ocorrencias,
os musculos que podem estar
comprometidos quando 0 de-
cubito for lateral, acometendo 0
masseter, 0 triceps braquial, 0
quadriceps femoral, e os exten-
sores dos membros posteriores.
Ja no decubito dorsal os mus-
culos que mais estao expostos
ao comprometimento sao 0
longuissimo dorsal, lIiocostal,
gluteo medio e vasto lateral.
o processo se inicia devido a
compressao e 0 comprometi-
mento da rede circulat6ria que
irriga os corpos musculares que,
em situa<;:6esde anestesia geral,
pode ser ag~avado pela vasodi-
lata<;:aoe redu<;:aodo debito car-
diaco, e, consequentemente, da
pressao sanguinea, desencadea-
da pela utiliza<;:aode drogas tran-
quilizantes e do anestesico.
A miopatia p6s-anestesica
e mais frequente em procedi-
mentos com dura<;:aode mais
de duas horas e meia, com 0
equino posicionado em decu-
bito dorsal sobre superficies
duras e com manuten<;:ao de
plano anestesico profundo para
um relaxamento muscular sa-
tisfat6rio.
Clinicamente os musculos
comprometidos se apresentam
semelhantes ao observado nas
miopatias de esfor<;:o;firmes, ede-
maciados, dolorosos e,ocasional-
mente, pode-se observar su-
dorese localizada. Na dependen-
cia do grupo muscular compro-
metido, 0 cavalo podera adotar
posturas anormais, como ocorre
na miosite do m. triceps braquial
onde se pode notar 0 rebaixa-
mento da escapula e da articula-
<;:aoumero-radioulnar (cotovelo
III cardo),cuja aparencia c1rnicae si-milar ada paralisiado nervo radial.
o diagn6stico e realizado
com base nos sinais c1rnicosde
posturas anormais e de impossi-
bilidade de apoio do membro an-
terior correspondente ao lado do
decubito, ou de relutancia a mar-
cha e discreta xifose, nos casos
em que 0 decubito foi dorsal. La-
boratorialmente pode-se detec-
tar principal mente a eleva<;6es
dos nrveis sericos de CK eAST.
o tratamento pode ser reali-
zado com a institui<;aode miore-
laxante e de antiinflamat6rio nao
esteroidal.Na dependencia da ex-
tensao e da gravidade das alte-
ra<;6esmusculares, inicie fluido-
terapia com 0 intuito de se man-
ter a perfusao renal e, nos casos
mais graves, ha possibilidade de
ocorrencia de mioglobinuria. Co-
mo adjuvante ao tratamento ins-
titurdo pode-se realizar sec<;6es
de massagens nos grupos mus-
culares comprometido e admi-
nistra<;aode vitamina E e selenio
por via sistemica.
Preventivamente, deve-se
evitar posi<;6es desconfortaveis
quando 0 animal estiver em de-
cubito, e proporcionar que a su-
perfrcie de contato com 0 corpo
nao seja dura, quer seja durante
a conten<;ao, ou mesmo no pe-
rrodo de recupera<;aoanestesica.
Nas anestesias gerais deve-se
evitar a hipotensao por longo tem-
po,0 que ira proporcionar uma re-
cupera<;aomais rapida e segura.
o acolchoamento adequado
da mesa de cirurgia ou a forra<;ao
com palhaoumaravalha,do pisoou
solo,nas conten<;6esem decubito
com 0 animal tranquilizado,evitam
o desencadeamento da miosite.
Experimentos cientrficos re-
centes tem demonstrado que a
utiliza<;ao de vitamina E e se-
lenio, pelo menos quarenta e
oito horas antes dos procedi-
mentos de conten<;ao no solo
sob tranquiliza<;ao ou de cirur-
gias sob anestesia geral, tem
controlado substancialmente as
consequencias da hip6xia da
celula muscular, controlando a
libera<;ao de radicais livres.
E consequente ao processo
degenerativo que afeta as mus-
culos semitendrneo, semimem-
branoso e brceps femoral, trau-
Figura 3.2
Miopatia ossificante - vista lateral.
matizados por traumas diretos
ou indiretos. 0 trauma pode
romper feixes musculares du-
rante as paradas bruscas no
galope, em provas de adestra-
mento ou em rodeios com re-
banho bovino.
As les6es normalmente saG
unilaterais, podendo excepcional-
mente' atingir os dois membros,
na dependencia da intensidade
da ac;:aotraumatica ou do posicio-
namento dos membros posterio-
res durante 0 ato de "frear" (es-
barro) em provas de redeas.
As alterac;:6esdegenerativas
das celulas musculares produ-
zem processo de fibrose que,
em seu estagio final, se ossifica
por metaplasia do fibroblasto
em condroblasto ou mesmo em
osteoblasto.
Figura 3.3
Miopatia ossificante - vista caudolateral.
A evoluc;:aoda miopatia e, ate
a fase de ossificac;:ao da lesao,
acompanhada por formac;:aode
aderencias entre os musculos
semitendineo, semimembranoso
e 0 biceps femoral.
Clinicamente, observa-se
proeminencia do grupo muscu-
lar envolvido, e, em se tratando
de musculos predominante-
mente flexores, a consequencia
imediata das aderencias refle-
te-se na primeira fase do pas-
so, ocorrendo diminuic;:aoda dis-
tan cia de apoio, em relac;:aoao
membro contralateral, em virtu-
de de limitac;:aocontratil do gru-
po muscular, 0 que faz alongar
a segunda fase do passo.
A palpac;:aodo grupo muscu-
lar atingido revela presenc;:ade
marcante sulco entre 0 m. semi-
tendineo e a m. semimembra-
noso, cuja consistencia e dura,
devida a fibrose, ou ate petrea
em raz13.Oda ossificac;:13.o.
o tratamento definitivo para
o problema e 0 cirurgico, onde
o cirurgi13.ofara a liberac;:13.odas
aderencias formadas entre os
grupos musculares envolvidos,
ou ate mesmo a ressecc;:13.ode
um fragmento da porc;:aomus-
culotendinea do m. semiten-
dineo. A recuperac;:aopara 0 tra-
balho devera ocorrer ao redor
do 45° dia de p6s-operat6rio.
Neste intervalo, e ap6s 0 7° dia
de p6s-operat6rio, a implanta-
C;:13.ode exerdcios fisioterapicos
como, caminhar ao passo du-
rante 30 a 45 minutos, 2 vezes
ao dia, iraQ impedir a formac;:13.o
de aderencias p6s-operat6rias
entre os musculos.
3.5. Doen~a do musculo
branco
Muito embora nao seja fre-
quente em equinos, esta afecc;:ao
merece ser observada devida a
semelhanc;:aetiopatogenica com
as demais enfermidades dos
musculos.
E reconhecidal11enteumama-
nifestac;:ao da deficiencia nutri-
cional de vitamina E e selenio,
acometendo potros desde 0 nas-
cimento ate 0 72° mes de idade.
Alem da deficiencia primaria
ou secundaria da vitamina Ee de
baixos niveis de selenio, conside-
rados primordiais ao metabolismo
das celulas musculares,varios ou-
tros fatores,nao muito bem reco-
nhecidos, podem interagir desen-
cadeando 0 inicio da afecc;:ao.
as sintomas SaGevidencia-
dos por um quadro de apatia ou
letargia e pelo andar "envarado"
ou "atado".A morte pode ocorrer
rapidamente por falencia car-
diorrespirat6ria, quando 0 mus-
culo cardiaco estiver afetado. as
quadros mais suaves promovem
incoordenac;:ao e andar desajei-
tado, 0 que poderia confundi-Io
com processos do sistema ner-
voso, notadamente de coluna
vertebral e da medula espinhal.
As vezes, os potros se apre-
sentam em decubito involuntario,
sentem dificuldades em se le-
vantarem, instabilidade no equili-
brio e tremores, quando SaGauxi-
liados a ficarem em pe. Alguns
potros podem apresentar dificul-
dade em mamar devido ao com-
prometimento dos musculos do
pescoc;:o,alem da musculatura da
lingua e da faringea, responsa-
veis pelos movimentos de succ;:ao.
Frequentemente, ocorre pneumo-
nia por aspirac;:aodo leite,ou mor-
te por desnutric;:ao.
A analise laboratorial dos ni-
veis sericos de AST, LDH e CK
usual mente demonstram nfveis
acima dos normais devido ao
extenso danG muscular que se
estabelece.
A justificativa do termo "Doen-
c;:ado Musculo Branco" deve-se
ao fato das les6es que se esta-
belecem propiciarem, macrosco-
picamente, uma colorac;:ao es-
branquic;:adaao musculo, fazen-
do-o perder a cor avermelhada
que Ihe e caracterfstica, dando-
Ihe aspecto de carne de peixe.
a tratamento curativo deve
ser realizado,nos casos precoce-
mente diagnosticados, pela apli-
cac;:aode vitamina E e Selenio,
podendo-se associar vitaminas
do complexo B, notadamente a
vitamina B 1. Preventivamente,
pode-se injetar cerca de 20 a 30
mg de selenio, na egua, em torno
de um mes antes da data previs-
ta para 0 parto, ou entao se inje-
tar 10 mg de selenio no potro,
logo apos 0 nascimento em re-
gi6es onde 0 problema se mani-
festa, em razao dos baixos nfveis
de selenio no solo.
3.6. Mioglobinuria
paralftica (azotUria).
E uma afecc;:ao que causa
grave destruic;:ao muscular em
cavalos excessivamente alimen-
tados com dietas ricas em car-
boidratos e protefnas. Geralmen-
te manifesta-se em animais sub-
metidos a exerdcios, nao impor-
tando a intensidade deles, ap6s
perfodo de descanso e inativida-
de,em que rac;:aocom excesso de
graos for oferecida a vontade.
A azoturia pode aparecer pou-
cos minutos apos 0 exercfcio,com
manifestac;:6esde fadiga muscu-
lar, rigidez a locomoc;:ao,incoor-
denac;:aomotora, dor e tremores
musculares. A insistencia em se
manter 0 exercfcio pode intensi-
ficar os sintomas ocasionando in-
capacidade do cavalo em perma-
necer em pe, podendo ate cairo
as musculos afetados, glu-
teos, quadrfceps e nio-psoas, es-
tao tensos, firmes, contrafdos,
edemaciados e sensfveis quan-
do palpados. as animais podem
apresentar intensa sudorese e a
frequencia cardfaca e respirato-
ria estarem aumentadas; a tem-
peratura pode atingir 40,5°C.
A urina frequentemente apre-
senta colorac;:ao "avermelhada",
"marrom" ou ate "enegrecida",
dependendo do grau de severi-
dade das les6es musculares e
da mioglobina eliminada pelos
rins, dando 0 aspecto de "cor de
cafe" a urina.
As les6es musculares saG
decorrentes do excesso de aci-
do lactico produzido pelo meta-
bolismo de "queima" do glicoge-
nio durante a realizac;:aodo exer-
dcio. a acido lactico acumula-
do nos musculos destroi as ce-
lulas liberando grande quantida-
de de mioglobina, que e filtrada
atraves dos rins, dando a cor ca-
racterfstica a urina. a excesso
de acido lactico circulando na
corrente sangufnea leva ao de-
sequilfbrio acido-base, respon-
savel pela acidose metab61ica
que desencadeia aumento da
frequencia cardfaca, respirat6ria
e congestao das conjuntivas.
A sequela mais grave da libe-
ra<;:aode mioglobina pelos mus-
culos sao as les6es produzidas
nas estruturas tubulares dos rins
durante a filtra<;:ao, causando
nefrose que pode levar a animal
a morte par insuficiencia renal.
Os valores sericos de CK,
LDH eAST sao as indicadores
do grau de lesao muscular e co-
mumente estao acima dos valo-
res admitidos para as soros de
animais submetidos a exercfcios
for<;:adose de alta intensidade.
o diagn6stico e baseado no
aparecimento brusco dos sinto-
mas ap6s a exercfcio e em cava-
los que sao superalimentados
com dietas ricas, principalmente
em graos, durante as perfodos
de repouso au inatividade. E ex-
tremamente necessaria a reali-
za<;:aodo diagn6stico diferencial
para eliminar a possibilidade de
laminite e de trombose das ar-
terias ilfacas, muito embora a la-
minite possa ocorrer secunda-
riamente ao quadro de azoturia,
agravando a progn6stico.
o tratamento especffico e mui-
to diffcil de ser realizado, devi-
do as duvidas que permanecem
quanta ao exato mecanismo etio-
patogenico da doen<;:aA terapia
devera ser institufdaa mais rapido
possfvelcom fluidoterapia, sedati-
vas para tranquilizara animal e re-
duzir as dares musculares; vitami-
na B 1 ;vitamina E e selenio; corti-
coster6ide, bicarbonato de s6dio
e, ocasionalmente, diureticos os-
m6ticos. Drogas como a flunitra-
zepam tem sido utilizadas com
muito sucesso como relaxante-
tranquilizante muscular.
Monitorize continuamente as
rins, observando a fluxo de urina,
volume e colora<;:ao,durante to-
do perfodo de tratamento. A flui-
doterapia eletrolftica, com solu-
<;:aode ringer lactato, deve ser
administrada como manuten<;:ao,
respeitada a volemia, para auxi-
liar a diurese do animal.
Algumas vezes a animal
podera apresentar cianose, tor-
nando imperiosa a oxigenio-
terapia de emergencia. 0 bicar-
bonato de s6dio a 5 a 10% deve
ser administrado na dose de 0,5
mil kg lentamente pela via ve-
nasa; controle a dose total ob-
servando a ritmo e a profundi-
dade da respira<;:ao.
Cavalos com mioglobinuria
devem ser mantidos em baias
arejadas, limpas e com cama alta
e macia. Os movimentos de loco-
mo<;:ao,mesmo quando conduzi-
dos pela tratador, devem ser evi-
tados para nao agravar a quadro
da doen<;:a.0 retorno ao exercf-
cia deve ser lento e gradual; se
possfvel, facilite a acesso do ca-
valo aos tanques de agua para a
pratica da nata<;:ao.
Preventivamente, nos perfo-
dos de repouso au inatividade,
reduza a administra<;:ao de ra-
<;:6espela metade, ofere<;:aali-
mentos verdes e propicie exercf-
cios leves para a manuten<;:aoda
forma ffsica e do tonus muscular.
A sfndrome tying-up e uma
miopatia que acomete equinos
ap6s vigorosa atividade muscular,
como em corridas e provas de
adestramento. Sao tambem bas-
tante predispostos ao tying-up
animais de temperamento nervo-
so, submetidos a transporte pro-
longado au situa<;:6esde estresse.
o exato mecanismo etiopato-
genico permanece, ate a momen-
ta, pouco esclarecido, havendo
quem c1assifique au considere a
tying-up como uma forma benig-
na da azoturia,muito embora ain-
da nao tenha sido comprovada
a sua inter-rela<;:ao.0 processo
tambem pode ter como causa
predisponente a arra<;:oamento
dos animais com nfveis elevados
de graos antes de treinamentos
e de temporadas de corridas, as-
sim como as deficiencias nutri-
cionais de vitamina E e selenio.
A patogenia caracteriza-se
como um excesso de acido lacti-
co acumulado nos muscu/os, de-
vida a ativa<;:ao da respira<;:ao
anaer6bia e da baixa do fluxo
sangufneo decorrente do espas-
mo das arterfolas nutridoras, di-
minuindo, consequentemente, a
oferta de oxigenio as celulas.
A manifesta<;:aoc1fnicaocorre
poucos minutos ap6s a exercfcio,
decorrente das altera<;:6esmeta-
b61icasque acometem principal-
mente as musculos nio-psoas,
quadrfceps e gluteos. 0 animal
apresenta discreta incoordena-
<;:aolocomotora, como se esti-
vesse "atado",sudorese, marcan-
te tensao e dor nos grupos mus-
II culares afetados. Ocasionalmen-te, pode ser observada discreta
congestao das conjuntivas e au-
mento da frequencia cardracae
respiratoria.
o repouso para os animais
levemente afetados pode rever-
ter a situa<;ao,assim como con-
duzi-Ios pela redea, em ritmo de
passo durante 30 a 40 minutos,
pode aliviar os sintomas.
o tratamento e semelhante
ao da azoturia,devendo a preven-
<;aoser feita, em animais predis-
postos, reduzindo-se a adminis-
tra<;ao de ra<;6es pela metade,
24 horas antes da corrida ou pro-
va. Inje<;6es preventivas de vita-
mina E e selenio, mais a admi-
nistra<;ao de bicarbonato de s6-
dio na alimenta<;aodevem ser in-
dicadas,constituindo medida mui-
to benefica em animais que apre-
sentam a srndrome com relativa
frequencia.
3.8. Paralisia hipercalemica
peri6dica (HVPP).
Descrita ha poucos anos, a
paralisia hipercalemica peri6dica
("HYPP") acomete certas linha-
gens de cavalos da ra<;aQuarto
de Milha, descendentes do gara-
nhao "Impressive",desencadean-
do epis6dios intermitentes de con-
tra<;6es musculares tonico-c1o-
nicas (tremores e fascicula<;6es),
seguida de fraqueza generalizada,
semelhante ao quadro c1rnicoem
humanos com paralisia hiperca-
lemica peri6dica.
Acredita-se que no cavalo,as-
sim como no homem, 0 processo
seja hereditario com genes domi-
nante autossomico, decorrente
de muta<;aoem genes que atua-
riam nos mecanismos de trans-
porte de agua e rons entre os
meios intra e extracelular, interfe-
rindo dessa maneira, decisiva-
mente no potencial de membrana
em repouso e no potenciallimiar,
significando que a fibra muscular
estara mais ou menos excitavel.
Os animais homozigotos, em-
bora raros - menos de 09% dos
casos - seriam mais predispos-
tos a manifestarem a afec<;aodo
que os heterozigotos.
Os sinais c1rnicosda paralisia
hipercalemica peri6dica variam
em intensidades diferentes nos
cavalos. As crises saG imprevisr-
veis, e condi<;6es como massa
muscular pronunciada, estresse
e treinamento, saDsitua<;6esmui-
to importantes durante a avalia-
<;aodo quadro. Entretanto, as cri-
ses podem se manifestar inde-
pendentemente de qualquer das
condi<;6es acima referidas, sem
que aparentemente haja umajus-
tificativa aparente para tal.
A enfermidade e caracteriza-
da por epis6dios intermitentes de
tremores musculares, generaliza-
dos ou localizados em certos
grupos de musculos, seguida de
debilidade e aspecto tremulo. As
crises podem durar perrodos de
poucos minutos a varias horas,
levando 0 animal ao colapso. A
morte pode ocorrer por parada
cardraca ou falencia respirat6ria.
Eventualmente, os episodios de
crises podem ser acompanhados
por respira<;ao ruidosa devido a
comprometimento da muscula-
tura da faringe e da laringe. Os
animais afetados permanecem
completamente conscientes du-
rante a crise, e devido a fraqueza
que se instala, podem adotar ati-
tude de "cao sentado". Outros si-
nais c1rnicoscomo prolapso, com
movimentosde tremores damem-
brana nictitante (terceira palpe-
bra), atitude ansiosa ou nervosa,
conjuntivas e mucosas conges-
tas e fezes amolecidas podem
ser observados em alguns casos.
A recupera<;ao da "fraqueza"
muscular e a deambula<;ao po-
dera ocorrer de forma esponta-
nea e progressiva.
o diagn6stico da "HYPP" e
estabelecido pelo padrao c1rnico
da manifesta<;ao da afec<;ao,ex-
c1urdasoutras causas de altera-
<;6eseletrolrticas, como falencia
renal cronica, utiliza<;ao de dro-
gas excitantes ou relaxantes de
musculatura e principalmente a
rabdomi61ise difusa.
Exames laboratoriais poderao
ser realizados para consubstan-
ciarem 0 diagn6stico c1inico.Du-
rante os epis6dios de paralisia
hipercalemica peri6dica, os niveis
de potassio serico, que em um
animal normal, ou fora de crise,
situam-se entre 3 a 5 mEq./L,
podera atingir picos de 7 a 9
mEq./L, e regredirem rapidamen-
te a niveisnormais, logo apos ces-
sarem as manifesta<;6es do epi-
sodio. Podera tambem, haver he-
moconcentra<;ao e eleva<;ao da
proterna total com manuten<;ao
do equillbrio acido-base dentro
dos parametros de normalidade.
Muito embora a eletromiografia
nao seja um teste espedfico, ela
podera servir para estimar-se 0
potencial de membrana da celu-
la muscular.
A identificac;:ao de animais
predispostos ao "HYPP", ou a
confirmac;:ao da suspeita, pode
ser efetuada com 0 teste do po-
tassio e 0 teste sanguineo de
DNA. 0 teste do potassio con-
siste na administrac;:ao de 0,08
a 0,1 3 9 Ikg, de c1oreto de po-
tassio diluido em 3 litros de
agua, via sonda nasogastrica.
Este teste frequentemente pro-
voca a crise em 1 a 4 horas, nos
animais susceptlveis. 0 teste
sanguineo de DNA, realizado
em laboratorios especializados
para tal, detecta a presenc;:aou
ausencia de mutac;:6es geneti-
cas espedficas, que regulam 0
funcionamento dos canais de
sodio, permitindo com elevado
grau de confiabilidade, a identi-
ficac;:ao dos animais positivos
(heterozigotos e homozigotos) e
negativos.
Atenc;:ao especial deve ser
dada ao diagnostico diferencial
com apoplexia, tying-up e colica;
ocasionalmente a paralisia hiper-
calemica pode ser confundida
com estas afecc;:6es.
o tratamento nos picqs de
crise consiste de administrac;:ao
lenta de gluconato de calcio a
20% na dose de 0,2 a 0,4 mil
kg, diluido em glicose a 5%. Co-
mo complementac;:ao ou alter-
nativas terapeuticas, podera ser
utilizada infusao intravenosa
rapida de 1 a 2 mEq/L de bi-
carbonato de sodio ou 4,4 a 6,6
ml/kg glicose a 5%, quando
esta nao tiver sido utilizada. A
utilizac;:aode fluidos eletroliticos
exige que estes estejam livres
de potassio, pois 0 potassio po-
dera causar agravamento do
quadro c1inico. aplicac;:aode in-
sulina e de salbutamol, auxilia a
reversao dos sintomas.
A manutenc;:aoda terapia po-
de ser feita com sucesso, utili-
zando-se acetazolamida na dose
de 2 a 4 mg/kg, a cada 6 a 12
horas, 0 que eleva a excrec;:aore-
nal de potassio e altera 0 meta-
bolismo da glicose.
Preventivamente, 0 controle
da paralisia hipercalemica pe-
riodica, devera ser realizado im-
pedindo-se que animais suscep-
t1veis se reproduzam. Alimentos
ricos em potassio, como alfafa,
devem ser reduzidos ou mesmo
retirados da dieta do cavalo, e os
exerdcios frsicos realizados mo-
deradamente. A manutenc;:aoda
administrac;:ao de 2 mg/kg, de
acetazolamida, por via oral, 2 ve-
zes ao dia,controlara os niveisse-
ricos de potassio, possibilitando
ao cavalo um manejo frsico e ali-
mentar praticamente normal.

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