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CONTABILIDADE 
DECISORIAL
Alessandra Laice C. Silva
EAD
Editora Universitária Adventista
Presidente da Divisão Sul-Americana: Stanley Arco
Diretor do Departamento de Educação para a Divisão Sul-Americana: Antônio Marcos da Silva Alves
Presidente do Instituto Adventista de Ensino (IAE), mantenedora do Unasp: Maurício Lima
Reitor: Martin Kuhn 
Vice-reitor para a Educação Básica e Diretor do Campus Hortolândia: Henrique Karru Romaneli
Vice-reitor para a Educação Superior e Diretor do Campus São Paulo: Afonso Ligório Cardoso
Vice-reitor administrativo: Telson Bombassaro Vargas 
Pró-reitor de pesquisa e desenvolvimento institucional: Allan Macedo de Novaes 
Pró-reitor de graduação: Edilei Rodrigues de Lames
Pró-reitor de pós-graduação lato sensu e Pró-reitor da educação à distância: Fabiano Leichsenring Silva 
Pró-reitor de desenvolvimento espiritual e comunitário: Wendel Tomas Lima
Pró-reitor de Desenvolvimento Estudantil e Diretor do Campus Engenheiro Coelho: Carlos Alberto Ferri
Pró-reitor de Gestão Integrada: Claudio Valdir Knoener 
Conselho editorial e artístico: Dr. Adolfo Suárez; Dr. Afonso Cardoso; Dr. Allan Novaes; 
Me. Diogo Cavalcanti; Dr. Douglas Menslin; Pr. Eber Liesse; Me. Edilson Valiante;
Dr. Fabiano Leichsenring, Dr. Fabio Alfieri; Pr. Gilberto Damasceno; Dra. Gildene Silva;
Pr. Henrique Gonçalves; Pr. José Prudêncio Júnior; Pr. Luis Strumiello; Dr. Martin Kuhn; 
Dr. Reinaldo Siqueira; Dr. Rodrigo Follis; Me. Telson Vargas
Editor-chefe: Allan Macedo de Novaes
Supervisora Administrativa: Rhayane Storch
Responsável editorial pelo EaD: Jéssica Lisboa Pereira
CONTABILIDADE 
DECISORIAL
1ª Edição, 2023
Editora Universitária Adventista 
Engenheiro Coelho, SP
Alessandra Laice C. Silva
Mestra em Ciências 
Contábeis pela FECAP
Marques, Pâmela Caroline Costa
Ferramentas de produtividade e gestão do tempo [livro eletrônico] / Pâmela Caroline Costa 
Marques. -- 1. ed. -- Engenheiro Coelho, SP : Unaspress, 2022.
PDF
Bibliografia.
ISBN 978-65-5405-041-8
1. Administração 2. Gestão de negócios
3. Produtividade 4. Tempo - Administração I. Título.
22-134421 CDD-650.1
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Índices para catálogo sistemático:
1. Tempo : Produtividade : Administração 650.1
Eliete Marques da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9380
Contabilidade decisorial
1ª edição – 2023
e-book (pdf)
OP 00123
Coordenação editorial: Luthyesca Oliveira
Preparação: Marcos Faria
Projeto gráfico: Ana Paula Pirani 
Capa: Jonathas Sant’Ana
Diagramação: Kenny Zukowski
Caixa Postal 88 – Reitoria Unasp
Engenheiro Coelho, SP – CEP 13448-900
Tel.: (19) 3858-5171 / 3858-5172 
www.unaspress.com.br
Editora Universitária Adventista
Validação editorial científica ad hoc:
Diego Henrique Moreira dos Santos
Mestrado Acadêmico em Ciências Contábeis pela FECAP
Editora associada:
Todos os direitos reservados à Unaspress - Editora Universitária Adventista. 
Proibida a reprodução por quaisquer meios, sem prévia autorização escrita da 
editora, salvo em breves citações, com indicação da fonte.
SUMÁRIO
MÉTODO DE CUSTO E DO VALOR JUSTO E 
MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL.....................................10
Introdução ..................................................................................................................11
Conceito de contabilização sobre o 
método de custo e do valor justo.................................................................................11
Investimentos sujeitos à avaliação 
pelo método do custo ..........................................................................................16
Mensuração inicial e posterior: método de custo .........................................................17
Mensuração posterior .................................................................................................17
Mensuração inicial e posterior: 
método do valor justo ................................................................................................18
Valor justo no reconhecimento inicial ..................................................................18
Avaliação e contabilização do método de custo ...........................................................20
Método de custo na contabilização 
das participações societárias ...............................................................................20
Em caso de apresentação de prejuízo no 
exercício pela sociedade investida, como 
 proceder para reconhecimento? .........................................................................21
Provisão para perdas ...................................................................................................22
Dividendos declarados 
ou recebidos ...............................................................................................................22
Aspectos legais e contábeis .........................................................................................22
Aspectos fiscais ...................................................................................................23
Avaliação e contabilização: método do valor justo ......................................................24
Fair value por meio do resultado 
(destinados à negociação) ...................................................................................24
Fair Value (valor justo) por meio de outros 
resultados abrangentes (disponíveis para venda)  ...............................................25
Custo amortizado (mantidos até o vencimento) .................................................25
O método de equivalência 
patrimonial ................................................................................................................26
Pronunciamento técnico CPC 18 (r2) ...................................................................27
Obrigatoriedade de avaliação pelo 
método da equivalência patrimonial ...................................................................30
Aspectos normativos ...........................................................................................30
Tratamento dos itens não realizados ...................................................................31
Eliminação de resultados não realizados .............................................................32
Procedimentos para apuração dos 
resultados não realizados ....................................................................................34
Aspectos técnicos e legais das alterações 
do patrimônio líquido das investidas e os 
reflexos na avaliação ...........................................................................................34
Descontinuidade do uso do método 
da equivalência patrimonial ................................................................................37
Coligadas ....................................................................................................................37
Controladas .................................................................................................................38
Definições fundamentais .....................................................................................38
Controlada e controladora ...................................................................................39
Controladas em conjunto .....................................................................................41
Variações no patrimônio 
da investida e da investidora ...............................................................................42
Considerações finais ....................................................................................................43
Referências .................................................................................................................44
REESTRUTURAÇÕES SOCIETÁRIAS ..................................................46No entanto, com base no item 67 da ICPC 09, a contabilização desses $ 500 deverá ser posto como re-
tificadora do PL no balanço patrimonial consolidado da sociedade controladora Céu Azul com a controlada 
Pássaro Verde. Desta forma, para uniformidade, e para que o balanço individual da sociedade controladora 
apresente o mesmo Patrimônio Líquido do balanço consolidado, esse ágio também será registrado como 
conta retificadora do PL no balanço individual da sociedade investidora. Desta maneira, o novo balanço da 
controladora após essa aquisição será representado assim:
Ativos diversos 13.000
Investimento em controlada Capital 30.000
Valor justo ativos líquidos 22.500 Reservas 16.000
Goodwill 6.000 Ações em tesouraria (4.000)
28.500
41.500 41.500
Note que a lógica para o exposto no balanço acima é que o ágio sobre o Patrimônio Líquido de uma 
sociedade que já era antes sua controlada é como se fosse ágio sobre o seu próprio PL também. Assim, 
tanto o ágio contido nas ações em tesouraria quanto o ágio em transações de capital devem ser registrados 
como redutores do seu PL.
DESÁGIO DE INVESTIMENTOS EM COLIGADAS OU CONTROLADAS
Se o valor pago na aquisição ou subscrição de investimentos em sociedades coligadas ou socieda-
des controladas for menor que o valor patrimonial, isto é, for inferior ao valor do investimento apurado 
por equivalência patrimonial, a essa diferença de valor denominamos de ganho por compra vantajosa 
ou deságio.
Logo, o deságio ocorre quando um comprador paga valor inferior ao valor justo dos ativos de 
uma empresa investida que está sendo adquirida. O deságio também é denominado, nas normas CPC 
18 (R2) e ICPC (09 R2), de valor obtido em compra vantajosa, como vimos anteriormente. Temos dois 
tipos de deságio:
103
ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
• deságio por menos-valia de ativos líquidos;
• deságio por expectativa de rentabilidade negativa futura (ou goodwill negativo).
Assim, consideremos, como no exemplo apresentado por Ferrari (2010), que uma sociedade inves-
tidora faça aquisição 40% das ações de uma empresa denominada ABC, que o Patrimônio Líquido está 
registrado no valor de R$ 50.000,00, mas caso fosse registrado pelo valor justo este seria de R$ 40.000,00. 
Posto isto, o deságio por menos-valia de ativos líquidos seria de 40% do montante de R$ 50.000,00 – 40% 
de 40.000,00 = representando R$ 4.000,00.
No caso do deságio por expectativa de rentabilidade negativa (goodwill negativo), este será aufe-
rido pela diferença positiva entre o valor justo dos ativos líquidos da sociedade investida e o custo do 
investimento adquirido.
Desta forma, observando ainda o exemplo acima da empresa ABC, se a sociedade investidora ao ad-
quirir 40% das ações da sociedade investida tivesse pagado R$ 11.000,00, o deságio por goodwill negativo 
seria de 40% de R$ 40.000,00 – R$ 11.000,00, ou seja, R$ 5.000,00. A sociedade investidora faria o seguinte 
registro contábil da operação:
D: investimentos em coligadas (40% de R$ 50.000,00) R$ 20.000,00
C: deságio por menos-valia de ativos líquidos R$ 4.000,00
C: deságio por rentabilidade negativa (goodwill negativo) R$ 5.000,00
C: caixa/bancos R$ 11.000,00
No entanto, no caso do deságio, como tratado na norma contábil, de forma diferente do ágio, inde-
pendentemente da causa que lhe deu origem, o mesmo deve ser contabilizado como receita imediata-
mente no resultado do exercício em que foi originado. Podemos relembrar esse conceito relendo o Item 32 
(b) do CPC 18 (CPC, 2012, p. 11): 
qualquer excedente da participação do investidor no valor justo líquido dos ativos e passivos identificáveis 
da investida sobre o custo do investimento (ganho por compra vantajosa) deve ser incluído como receita 
na determinação da participação do investidor nos resultados da investida no período em que o investi-
mento for adquirido.
Desta forma, o lançamento feito acima ficaria simplificadamente da seguinte forma:
D: investimentos em coligadas (40% de 50.000,00) R$ 20.000,00
C: receita de ganho por compra vantajosa R$ 9.000,00
C: caixa/bancos R$ 11.000,00
104
ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo desta unidade, pudemos ver e aprender um pouco mais detidamente sobre o ágio, que, 
como já sabemos, é um valor desembolsado a maior no que tange ao valor justo dos ativos líquidos da 
sociedade investida; sobre o deságio, que é um valor pago a menor no que tange ao valor justo dos ati-
vos líquidos da sociedade investida; sobre o goodwill, que é a diferença entre o valor da empresa (valor 
oriundo da mensuração) e o seu valor de mercado; e sobre a mais-valia ou menos-valia, que representam 
a diferença entre o valor justo dos ativos líquidos da sociedade investida, equivalente à porcentagem da 
participação obtida e o valor do patrimônio líquido demonstrado na contabilidade na data da aquisição.
Vimos que a amortização está relacionada com a realização do ágio por mais-valia, e que isto ocorre-
rá em função da realização dos ativos da sociedade investida que lhe deram origem, ou seja, estão intrin-
secamente relacionados, podendo essa realização ocorrer de maneira total por meio da baixa, por motivo 
de perecimento ou alienação dos respectivos ativos, ou parcialmente, de forma equivalente à amortização, 
depreciação, ou exaustão desses ativos.
Aprendemos que a sociedade não pode utilizar como prazo para amortização total do ágio, o perío-
do de ágio em cinco anos, tão somente o goodwill poderá ser amortizado nesse prazo.
E sobre amortização, vale frisar que as mais-valias deverão sofrer amortização de acordo com a vida 
útil do ativo avaliado, ou seja, caso seja identificado um intangível como carteira de clientes, com uma vida 
útil de dez anos, o valor da mais-valia deverá sofrer amortização durante o período de dez anos. Alguns 
ativos possuem vida útil indefinida, como terrenos e, eventualmente, marcas. Nesse caso, a mais-valia en-
contrada sobre esses bens não será suscetível de amortização. Para apurar o goodwill e a mais-valia em 
caso de aquisição de empresas, verificamos o valor total pago por uma empresa, uma vez que pode ser 
dividido entre valor contábil do patrimônio líquido, valor da mais-valia dos ativos e passivos (representado 
pela diferença entre o patrimônio líquido a valores de mercado) e goodwill.
Vale lembrar que para se obter o ágio por mais-valia de ativos líquidos, aplicamos a percentagem 
de participação da sociedade investidora sobre a diferença entre o Patrimônio Líquido da sociedade 
investida, mensurado a valor justo, e o Patrimônio Líquido da investida, registrado pela mesma (valor 
contábil do PL). Quando temos um valor pago na aquisição ou subscrição de investimentos em coligadas 
ou controladas menor do que o valor patrimonial, a essa diferença de valor denominamos de ganho por 
compra vantajosa ou deságio. 
REFERÊNCIAS
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). CPC-15 (R1): Combinação de Negócios. Brasília, 
ago. 2011. Disponível em: . Acesso em: 12 abr. 2020.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). CPC-18 (R2): Investimento em Coligada, em 
Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto. Brasília, jul. 2012. Disponível em: . Acesso em: 12 abr. 2020.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). ICPC-09 (R2): Demonstrações Contábeis Individuais, 
Demonstrações Separadas, Demonstrações Consolidadas e Aplicação do Método de Equivalência Patrimonial. 
Brasília, 2009. Disponível em: . Acesso em: 12 abr. 2020.
FERRARI, E.L. Contabilidade geral. 10. ed. Niterói: Impetus, 2010.
105
ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
FIPECAFI – FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS CONTÁBEIS, ATUÁRIAS E FINANCEIRAS. Manual de 
Contabilidade Societária: aplicável a todas as sociedades. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MONTOTO, E.; LENZA, P. (Org.). Contabilidade geral e avançada esquematizado. 5. ed. São Paulo: 
Saraiva Educação, 2018. 
RIBEIRO, O. M. Contabilidade avançada. 3. ed. São Paulo:Saraiva, 2012.
SILVA, K. M. Contabilidade Intermediária II. UFBA, Faculdade de Ciências Contábeis, 2018. Disponível em: 
. Acesso em: 09 jul. 2020.
	Método de custo e do valor justo e método de equivalência patrimonial
	Introdução
	Conceito de contabilização sobre o 
método de custo e do valor justo
	Investimentos sujeitos à avaliação pelo método do custo
	Mensuração inicial e posterior: método de custo
	Mensuração posterior
	Mensuração inicial e posterior: 
método do valor justo 
	Valor justo no reconhecimento inicial
	Avaliação e contabilização do método de custo
	Método de custo na contabilização 
das participações societárias
	Em caso de apresentação de prejuízo no exercício pela sociedade investida, como proceder para reconhecimento?
	Provisão para perdas
	Dividendos declarados 
ou recebidos 
	Aspectos legais e contábeis
	Aspectos fiscais
	Avaliação e contabilização: método do valor justo
	Fair value por meio do resultado (destinados à negociação)
	Fair Value (valor justo) por meio de outros 
resultados abrangentes (disponíveis para venda) 
	Custo amortizado (mantidos até o vencimento) 
	O método de equivalência 
patrimonial 
	Pronunciamento técnico CPC 18 (r2)
	Obrigatoriedade de avaliação pelo 
método da equivalência patrimonial
	Aspectos normativos
	Tratamento dos itens não realizados
	Eliminação de resultados não realizados
	Procedimentos para apuração dos resultados não realizados
	Aspectos técnicos e legais das alterações do patrimônio 
líquido das investidas e os reflexos na avaliação
	Descontinuidade do uso do método 
da equivalência patrimonial
	Coligadas
	Controladas
	Definições fundamentais
	Controlada e controladora
	Controladas em conjunto
	Variações no patrimônio 
da investida e da investidora
	Considerações finais
	Referências
	REESTRUTURAÇÕES SOCIETÁRIAS
	Introdução
	Reestruturações societárias:
aspectos legais e contábeis
	Protocolo de intenções
	Justificação
	Formação do capital
	Aspectos contábeis comuns aos 
processos de reorganizações societárias
	Fusão de sociedades
	Tributação a valor de mercado: opção 
pelo lucro presumido ou arbitrado
	Cisão de sociedades
	Incorporação
	Formas de extinção das sociedades
	Liquidação
	Extinção de sociedades 
	Transformação de sociedades 
	Considerações finais
	Referências
	Ágio de deságio
	Introdução
	Conceitos: ágio, deságio, 
goodwill e mais-valia
	Mais-valia
	Menos-valia/compra vantajosa ou deságio
	Ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill)
	Contabilização do ágio e deságio 
na aquisição de participações societárias
	Considerações finais
	Referências
	Consolidação das demonstrações 
contábeis (CPC 4)
	Introdução
	Objetivo da consolidação e obrigatoriedade
	Obrigatoriedade de elaboração 
das demonstrações consolidadas
	Consolidação do ponto de vista societário e fiscal
	Consolidação do ponto 
de vista do investidor ou credor
	Consolidação do ponto de 
vista administrativo e gerencial
	Eliminação e ajustes na consolidação
	Técnicas e Procedimentos de Consolidação
	Critérios contábeis entre 
as empresas consolidadas
	Notas explicativas às demonstrações contábeis consolidadas
	Considerações finais
	ReferênciasIntrodução ..................................................................................................................47
Reestruturações societárias: aspectos legais e contábeis .............................................47
Protocolo de intenções ........................................................................................49
Justificação ..........................................................................................................50
Formação do capital ............................................................................................50
Aspectos contábeis comuns aos 
processos de reorganizações societárias ..............................................................51
Fusão de sociedades ............................................................................................51
Tributação a valor de mercado: opção 
pelo lucro presumido ou arbitrado ......................................................................55
Cisão de sociedades .............................................................................................56
Incorporação .......................................................................................................59
Formas de extinção das sociedades .....................................................................75
Liquidação ...........................................................................................................77
Extinção de sociedades .......................................................................................79
Transformação de sociedades .............................................................................80
Considerações finais ....................................................................................................80
Referências .................................................................................................................81
ÁGIO E DESÁGIO ............................................................................82
Introdução ..................................................................................................................83
Conceitos: ágio, deságio, goodwill e mais-valia ...........................................................83
Mais-valia............................................................................................................84
Menos-valia/compra vantajosa ou deságio .........................................................87
Ágio por expectativa de rentabilidade 
futura (goodwill) .................................................................................................90
Contabilização do ágio e deságio 
na aquisição de participações societárias ............................................................94
Considerações finais ...................................................................................................104
Referências ................................................................................................................104
VO
CÊ
 ES
TÁ
 A
QU
I
EMENTA
Aplicação da contabilidade com ênfase 
na tomada de decisão diante de situações 
societárias complexas, envolvendo operações 
intercompanhias, equivalência patrimonial e 
consolidação das demonstrações contábeis, 
tendo em conta o processo de globalização, 
as inovações tecnológicas, as práticas 
contemporâneas de gestão e as exigências 
de mercado, e como tais fatores internos e 
externos afetam a escolha da decisão mais 
apropriada, num ambiente de alta volatilidade 
organizacional.
OB
JE
TI
VO
S
- Dominar e aplicar as técnicas contábeis para a elaboração 
das principais demonstrações e relatórios contábeis 
obrigatórias conforme as leis 6.404/76 e 11.638/07 e IFRS 
(normas internacionais de contabilidade);
- Desenvolver no aluno a capacidade de utilizar a 
Contabilidade Decisorial para avaliação de investimentos de 
diversos tipos.
ÁGIO E DESÁGIO
UNIDADE 3
83
ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
INTRODUÇÃO
Esta unidade foi preparada especialmente para te propiciar conhecimentos sobre o fundamento 
econômico do ágio e do deságio, visando aprimorar seus conhecimentos na área das Ciências Contábeis 
e Atuariais. Iremos conhecer os principais conceitos e leis que regem o ágio e o deságio, assim como suas 
aplicações e exemplos práticos. Todos esses conhecimentos são essenciais para sua formação como conta-
dor e futuro profissional da área. Para tanto, nesta unidade iremos analisar:
• o conceito de ágio e deságio;
• o conceito de mais valia;
• o conceito de menos valia/compra vantajosa ou deságio;
• o conceito de ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill);
• a contabilização do ágio e deságio na aquisição de participações societárias.
CONCEITOS: ÁGIO, DESÁGIO, 
GOODWILL E MAIS-VALIA
Podemos descrever de forma simplificada, em um cenário de linguagem mais simplória, que ágio é 
o valor a maior requerido sobre determinado item. Já o deságio é o oposto do ágio, ou seja, o desembolso 
de um valor abaixo do padrão do mercado para aquisição de um item.
Outro termo que veremos nesta unidade é o goodwill, ou o ativo intangível que apresenta, em seu 
valor, o potencial de um certo negócio, de gerar riquezas, no futuro, por meio do ingresso de um novo só-
cio controlador. Desta maneira, o goodwill é obtido pela diferença apresentada entre o valor efetivamente 
desembolsado e o valor justo de um determinado negócio, sendo o seu valor demonstrado pela concen-
tração de ativos intangíveis verificáveis, todavia, inseparáveis.
Além do ágio, deságio e goodwill, outro conceito comum é o da mais-valia. Ela é determinada quan-
do uma sociedade a ser investida, tendo os ativos, líquido dos passivos, avaliados a valor justo individual-
mente, apresentam, após essa mensuração, maior valor do que seu valor contábil.
IMPORTANTE
Vamos guardar aqui algumas informações:
• Goodwill no balanço individual: faz parte do valor do investi-
mento;
• Goodwill no balanço consolidado: integrado ao grupo de ativo 
intangível;
• Valor contábil: valor registrado na contabilidade da sociedade 
investida;
84
ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
• Valor justo: valor que considera os ativos e passivos líquidos, 
que pode apresentar diferenças do valor contábil pelo fato de 
possuir, por exemplo, uma máquina registrada no ativo por um 
valor menor do que o real.
Nossa base principal para estudo e entendimento desta unidade será o CPC 15, o CPC 18 e o ICPC 09. 
Em conformidade com o pronunciamento técnico nº 18, para a obtenção da mais-valia e do goodwill (ágio 
fundamentado em rentabilidade futura) ou ganho por compra vantajosa, temos o seguinte, no item 32:
Na aquisição do investimento, quaisquer diferenças entre o custo do investimento e a participação do 
investidor no valor justo líquido dos ativos e passivos identificáveis da investida devem ser contabilizadas 
como segue: 
(a) o ágio fundamentado em rentabilidade futura (goodwill) relativo a uma coligada, a uma controlada ou 
a um empreendimento controlado em conjunto (neste caso, no balanço individual da controladora) deve 
ser incluído no valor contábil do investimento e sua amortização não é permitida; 
(b) qualquer excedente da participação do investidor no valor justo líquido dos ativos e passivos identifi-
cáveis da investida sobre o custo do investimento (ganho por compra vantajosa) deve ser incluído como 
receita na determinação da participação do investidor nos resultados da investida no período em que o 
investimento for adquirido (CPC, 2012, p. 11).
Depreendemos deste texto que, na aquisição da participação societária, quaisquer desembolsos de valores 
que se apresentarem maiores do que os valores contábeis serão classificados como ágio, podendo ele ser por 
mais-valia ou goodwill.
MAIS-VALIA
O que atualmente o CPC convencionou denominar de mais-valia era chamado anteriormente de ágio 
por diferença entre o valor contábil (valor registrado nas demonstrações financeiras) e o valor de mercado.Verificamos que essa discrepância existe porque, numa sociedade, nem todos os ativos e passivos 
(itens patrimoniais) apresentam avaliação a valores de mercado. Desta forma, ao efetuar a comparação do 
valor contábil com o valor de mercado, pode haver diferenças. Um exemplo bem comum para assimilar no 
nosso estudo é o caso dos ativos imobilizados, que são registrados pelo custo histórico e no decorrer dos 
anos, seus valores originais, por diversos fatores, distanciam-se do valor real de mercado.
Vale voltarmos a tratar de temas já vistos na unidade 2 e 3 do nosso estudo em contabilidade de-
cisorial, abordando o valor justo e as combinações de negócios, respectivamente.
Sob a definição do CPC 15 (R1) (2011), uma combinação de negócios é constatada quando, numa ope-
ração entre sociedades, uma entidade, denominada adquirente, obtém controle de um ou mais negócios.
Um negócio representa um agrupamento de operações (atividades), ativos e passivos que podem 
ser conduzidos e administrados para gerar redução de custos, retorno em forma de dividendos ou outros 
benefícios econômicos verificáveis.
Logo, a obtenção do controle pelo adquirente é o ponto principal numa combinação de negócios, 
controle este que fornece ao adquirente o poder de administrar as políticas financeiras e operacionais dos 
negócios adquiridos, de forma a obter benefícios econômicos de suas operações. Desta forma, não se con-
sidera uma combinação de negócios a aquisição de ativos que não satisfazem à definição de negócio (ou 
seja, ativos que não são capazes de serem gerenciados para obter benefícios econômicos) e obtenção de 
85
ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
controle de uma sociedade que não se caracteriza como sendo negócio.
As combinações de negócios podem ser constituídas de várias ma-
neiras, conforme previsto no CPC 15 (R1) e Manual de Contabilidade Socie-
tária (2010):
• uma ou mais sociedades tornam-se subsidiárias da sociedade 
adquirente;
• uma sociedade faz a transferência de seus ativos líquidos para 
outra sociedade;
• as sociedades envolvidas na combinação de negócios transfe-
rem seus ativos para uma nova entidade, entre processos de 
reestruturações societárias estudadas em unidades anteriores.
Ainda existem outros exemplos para assimilarmos as operações 
de combinações de negócios, que podem ser constituídas e verificadas 
como sugere Silva (2018, p. 64):
• Aquisição de ações;
• Aquisição de ativos líquidos;
• Fusões legais;
• Constituição de nova entidade para controlar entidades anteriormente 
separadas;
• Aquisição reversa.1
Desta forma, numa operação na qual se evidencie uma combi-
nação de negócio, o ativo intangível adquirido, na data de aquisição, 
deve ter seu custo mensurado com base no valor justo.
Vale pontuar que esse ativo intangível, de acordo com a norma 
contábil, deve ser identificável e individualizado na operação ou suceder 
de direitos legais ou contratuais, o qual demonstra as expectativas dos 
integrantes do mercado no momento da aquisição sobre a possibilidade 
de que os futuros benefícios econômicos incorporados pelo ativo serão 
efetivados em favor da sociedade, mesmo que haja incertezas em relação 
ao valor desses benefícios e ao prazo de geração destes benefícios.
Para a adequada contabilização, é fundamental a mensuração do 
ativo pelo seu valor justo com segurança, conforme preceitua a legisla-
ção. Destaca-se, neste ponto, principalmente, a premissa de mensuração 
a valor justo, pois é uma base para nossas avaliações.
Nas transações de combinações de negócios, sobretudo em transa-
ções de aquisição de controle societário ou de participações societárias 
significativas no capital de uma sociedade, desembolsar um valor maior 
em relação ao valor de patrimônio líquido contábil (aquele contido na 
1 A aquisição reversa é uma forma de reorganização societária em que ocorre a incorpora-
ção da sociedade controladora.
Uma combinação de negócios ocor-
re quando a entidade adquirente 
obtém controle sobre um ou mais 
negócios da sociedade.
Fonte: Shutterstock
86
ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
demonstração contábil), da ação ou quota da sociedade investida é consi-
derado comum. Isto decorre do fato de que nem todos os ativos são men-
surados a valor justo, ou, pelo fato da demonstração contábil não refletir 
na totalidade os seus ativos, como o caso de marcas, que não têm o valor 
real refletido e só será efetivamente conhecido após a venda da empresa 
para uma outra sociedade que, esta sim, reconhecerá o efetivo valor da 
marca no mercado, por exemplo. Nestas situações, podemos verificar que
muitas vezes é possível identificar que esse valor pago a mais é 
referente a “mais valia”, resultado da diferença entre o valor de 
mercado de um imobilizado e o seu valor contábil líquido. Con-
tudo, algumas vezes, mesmo após a alocação das parcelas dessa 
“mais valia” por diferença entre todos os ativos a seu valor justo e 
seu valor contábil, remanesce ainda um ativo “residual” que rece-
be a denominação amplamente aceita de goodwill (ou fundo de 
comércio) (SILVA, 2018, p. 64).
A sociedade adquirente, na data da aquisição do novo negócio, de-
verá reconhecer, separadamente desse valor desembolsado a mais, desse 
ágio decorrente da expectativa de rentabilidade futura (goodwill), a aqui-
sição dos intangíveis que satisfaçam ao conceito e critérios de reconhe-
cimento, “como projeto de pesquisa e desenvolvimento em andamento, 
em seu ativo intangível, e em seguida, como investimento, o goodwill e a 
mais valia apurada no novo negócio” (SILVA, 2018, p. 65).
Numa avaliação econômica da sociedade, o goodwill é obtido verifi-
cando-se a diferença entre o que vale o negócio como um todo, operando, 
e a soma algébrica do valor justo dos itens patrimoniais registrados na de-
monstração contábil da empresa.
Classifica-se o goodwill em dois tipos: o objetivo e subjetivo. O 
goodwill objetivo é o que se obtém pela diferença positiva entre o valor 
de mercado líquido dos ativos e passivos e o custo de aquisição da par-
te líquida dos ativos e passivos pela sociedade investidora. O goodwill 
subjetivo é o que se obtém pela diferença entre o valor presente dos 
fluxos futuros de caixa menos o valor de mercado dos ativos e passivos. 
Na contabilidade, só é permitido registrar o goodwill em seu ativo nas 
transações de combinação de negócios, conforme definiu o CPC 15 (R1).
Assim, é considerada mais valia a diferença entre o valor justo e o valor 
contábil dos ativos e passivos do negócio adquirido e sua contabilização é feita 
em conta própria a ser baixada, caso também ocorra a baixa desses elementos 
patrimoniais.
Conforme Ferrari (2010), o ágio por mais-valia sofre amortização 
em função da realização dos ativos da sociedade investida que lhe origi-
naram, equivalente à depreciação, amortização ou exaustão. Mais adiante 
veremos detalhadamente as regras para isso, mas neste momento, guar-
de o exemplo da Figura 27:
AMORTIZAÇÃO 
De acordo com o site Dicionário Financeiro, 
amortização é “a redução do valor de uma 
dívida por meio de pagamentos parciais”.
Fonte: https://bit.ly/3jAul6o. Acesso em: 23 
jul. 2020.
87
ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
Figura 27 – Ágio por mais-valia
Ex.: Seja o ágio mais-valia de R$ 5.000,00 surgido em 
virtude de o terreno ter um valor justo superior ao seu valor 
contábil. Se ele perde metade do valor por impairment, 
então, daremos baixa em metade do ágio. Assim:
D: resultado negativo de 
equivalência patrimonial
2.500 (metade de 
5.000,00)
C: ágio mais-valia 2.500 (idem)
Fonte: Ferrari (2010)
Esses valores passam a integrar o valor contábil do negócio adquirido, perdendo essa diferença na 
denominação de ágio. Em síntese, a mais valia é verificada quando a sociedade a ser investida apresenta os 
ativos líquidos dos passivos, avaliados a valor justo separadamente, valem mais que seu valor contábil. Di-
ferentemente do goodwill, que é a diferença entre o desembolso efetuado por um negócio numa avaliaçãoeconômica e o seu valor patrimonial.
Vamos analisar em que parte do balanço patrimonial é classificada a mais-valia? A mais-valia e o 
goodwill seguem metodologias similares em relação a alguns aspectos de classificação nas demonstrações 
individuais e consolidadas. 
Na demonstração individual ela é classificada dentro do grupo de investimentos, somada ao eventual 
goodwill e somada à equivalência patrimonial (parte do patrimônio líquido contábil de posse da sociedade 
investidora). Somente nas notas explicativas o seu valor é demonstrado separadamente. 
Já nas demonstrações consolidadas, a mais-valia dos ativos e passivos é reconhecida nos respectivos 
ativos e passivos que a originaram. A sua amortização ocorre junto com a baixa dos ativos que a produzi-
ram, seja por amortização, depreciação, venda ou exaustão.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Leia o artigo “Ativo intangível das empresas brasileiras 
listadas no mercado de capitais: um estudo comparativo 
com Estados Unidos, Europa, Austrália e Japão”, e apren-
da mais sobre o ativo intangível, incluindo o goodwill.
Disponível em: . Acesso em: 21 jul. 2020.
MENOS-VALIA/COMPRA VANTAJOSA OU DESÁGIO
DESÁGIO OU COMPRA VANTAJOSA
Deságio ocorre quando um comprador paga valor inferior ao valor justo dos ativos de uma investida 
que está sendo adquirida. O deságio também é denominado, nas normas CPC 18 (R2) e ICPC 09 (R2), de 
88
ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
valor obtido em compra vantajosa. Em relação a determinações sobre o registro contábil do deságio ou 
compra vantajosa, a norma preceitua da seguinte forma no item 29 do ICPC 09 R2 (CPC, 2009, p. 12): 
Na eventualidade de apuração de ganho por compra vantajosa, o registro contábil deve ser feito conforme 
previsto no Pronunciamento CPC 15 — Combinação de Negócios, o que redundará em reconhecimento 
de ganho na entidade adquirente.
Deste dispositivo legal compreende-se que o ganho oriundo da operação deverá configurar no re-
gistro contábil da sociedade que fez a aquisição. Temos também no Item 38 ICPC 09 (R2) (CPC, 2009, p. 17): 
(b) a parcela do investidor no valor justo líquido dos ativos e passivos identificáveis da coligada ou em-
preendimento controlado em conjunto (já líquido do passivo ou ativo fiscal diferido) que superar o custo 
do investimento (o que resulta em ganho por compra vantajosa) deverá ser analisada (revisada) de acordo 
com o requerido pelo Pronunciamento Técnico CPC 15 – Combinação de Negócios, o que resultará, em 
situações particulares, no reconhecimento de ganho na entidade adquirente.
Deste dispositivo legal, compreende-se que deverão ser feitas análises a respeito da operação que 
ocasionou ganho por compra vantajosa seguindo os preceitos do pronunciamento contábil CPC 15, que 
causará impacto na sociedade adquirente em relação ao reconhecimento. 
(b) qualquer excedente da participação do investidor no valor justo líquido dos ativos e passivos identifi-
cáveis da investida sobre o custo do investimento (ganho por compra vantajosa) deve ser incluído como 
receita na determinação da participação do investidor nos resultados da investida no período em que o 
investimento for adquirido (CPC, 2012, p. 11).
Deste dispositivo legal, compreende-se que nas operações nas quais a sociedade adquirente obtenha ga-
nho por compra vantajosa, pelo princípio de competência, deverá ser reconhecido como receita no período em 
que ocorrer aquisição do investimento. Veja o que preceitua o ICPC 09 (CPC, 2009, p. 9-10), item 23:
Na data da obtenção do controle, o montante do investimento decorrente de aquisição de controladas 
deve ser registrado nas demonstrações contábeis individuais da adquirente de forma separada, para fins 
de controle e evidenciação, entre o valor do investimento proporcional ao percentual de participação so-
bre o patrimônio líquido ajustado conforme [itens registrados de forma extracontábil (a inclusão de ativos 
existentes na investida e passivos contingentes, mas não reconhecidos nas demonstrações contábeis des-
sa investida)] e o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), no grupo de investimentos do 
ativo não circulante da seguinte maneira:
(a) o valor representado pela aplicação da percentagem de participação atribuível à controladora (parti-
cipação adquirida mais a participação pré-existente na data da combinação) aplicada sobre o patrimônio 
líquido da adquirida ajustado pelas práticas contábeis da investidora e com ativos e passivos a seus valores 
justos (inclusive ativos anteriormente não reconhecidos e passivos contingentes que tenham sido reco-
nhecidos [de forma extracontábil]). 
Considerando-se que, como regra, nos registros contábeis originais da entidade adquirida os ativos e os pas-
sivos permanecem registrados pelos valores contábeis originais, sem qualquer ajuste pelos valores justos 
apurados na combinação de negócios, a entidade adquirente deve identificar todos os itens que resultem 
em diferenças entre os valores contábeis e os valores justos dos ativos e passivos da adquirida para fins de 
controle de sua realização por amortização, depreciação, exaustão, venda, liquidação, alteração no valor con-
tabilizado, baixa, impairment ou qualquer outra mutação nos registros contábeis desses ativos e passivos.
Atenção: o deságio não deve ser contabilizado no ativo como redutor do investimento, como ocorria antes 
da adoção das normas internacionais. Ele é uma receita a ser considerada no exercício em que ocorreu a aquisição. 
Para fixação dos conceitos previstos nas normas contábeis, vamos utilizar um breve exemplo: a empresa 
Céu Azul S.A. adquire 40% de participação societária da empresa Pássaro Verde S.A., que possui um patrimônio 
líquido a valor justo de R$ 500.000, pagando R$ 150.000. 
89
ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
Nesse caso, como o valor justo do PL é R$ 500.000, a investidora Céu Azul S.A. deveria ter pagado o 
correspondente a 40% de R$ 500.000, isto é, R$ 200.000. Como o valor pago foi R$ 50.000, sendo ele menor 
que o valor justo para 40% de participação, configurou-se uma compra vantajosa (deságio) e o ganho de-
verá ser registrado pelo adquirente investidor (Céu Azul S.A.) como ganho de capital no ato da aquisição.
Débito: participação societária R$ 200.000
Crédito: disponibilidades R$ 150.000
Crédito: ganho de capital (resultado) R$ 50.000
MATERIAL COMPLEMENTAR
Para conhecer os aspectos tributários, não deixe de ler a 
lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014.
Disponível em: . Acesso em: 08 jul. 2020.
MENOS-VALIA EM COLIGADA OU CONTROLADA
Quanto ao conceito de menos-valia, ele só pode ocorrer quando o ativo de uma investida estiver 
contabilizado acima do valor justo dos seus ativos e, nesse caso, a norma determina, tanto na aquisição de 
coligadas (item 35 do ICPC 09 R2) como na de controladas (item 19 do ICPC 09 R2), que, antes da concre-
tização da transação de aquisição, os ativos e passivos devem ser ajustados utilizando as mesmas práticas 
contábeis da adquirente. 
A norma determina que, no caso de investimento em coligada ou em joint venture (empreendimento 
controlado em conjunto), os valores justos dos ativos líquidos identificáveis da investida na data de cada 
transação de aquisição devem ser previamente determinados para aplicação do método da equivalência 
patrimonial, bem como devem previamente ser ajustadas as demonstrações da investida às práticas con-
tábeis da investidora, como mencionado nos itens 19 e 20 desta Interpretação (controlada) (CPC, 2009).
Primeiramente, os ativos e os passivos da entidade cujos instrumentos patrimoniais (normalmente ações 
ou cotas do capital social) foram adquiridos devem ser ajustados, mesmo que extracontabilmente, com 
relação a todas as práticas contábeis relevantes utilizadas pela adquirente (CPC, 2009, p. 8).
Neste ato normativo, verifica-se que a primeira coisa a fazer para a aplicação do método da equiva-
lência patrimonial referente a menos-valia em coligada ou controladaé ajustar a participação adquirida, 
mesmo que de forma extracontábil.
Para fins de determinação do ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) ou do ganho por 
compra vantajosa, todos os ativos e passivos da investida devem ser reconhecidos e mensurados conforme 
o Pronunciamento Técnico CPC 15, cuja regra geral de mensuração é o valor justo (com algumas exceções 
90
ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
a essa regra geral, previstas nos itens 22 a 31 do citado Pronunciamento). Esse procedimento pode fazer 
com que sejam reconhecidos (extracontabilmente na determinação do patrimônio líquido ajustado da 
controlada para fins de aplicação da equivalência patrimonial e/ou que sejam reconhecidos contabilmente 
para fins de consolidação das demonstrações contábeis) ativos e/ou passivos que não eram reconhecidos 
nas demonstrações contábeis da entidade cujo controle foi obtido (CPC, 2009, p. 8).
Neste ato normativo, verifica-se que, mesmo que a demonstração contábil não apresente a totalida-
de dos registros dos elementos patrimoniais da sociedade, como o caso de ativos intangíveis constituídos 
pela sociedade investida que não puderam ser contabilizados por não atenderem às condições previstas 
na norma, por exemplo, devem ser ainda incluídos, mesmo que por meio de registro extracontábil. 
Adotar as mesmas práticas da adquirente significa adotar as normas brasileiras harmonizadas com as 
normas internacionais, e isso implica em dizer que se um ativo da investida estiver superavaliado, deverá ser 
aplicado o teste de impairment (teste de recuperabilidade de ativos). O teste de recuperabilidade irá acarretar 
um lançamento de perda no resultado da adquirida (investida) e de redução do valor do ativo de tal for-
ma que não caberá qualquer reconhecimento (contabilização) de menos-valia pelo investidor. Portanto, não 
existe lançamento de menos-valia a ser feito por parte do adquirente que avalie por equivalência patrimonial. 
ÁGIO POR EXPECTATIVA DE RENTABILIDADE FUTURA (GOODWILL)
Quando uma investidora adquire uma participação societária em uma investida, essa aquisição pode 
ocorrer por um valor acima do valor patrimonial. Existem dois tipos de sobrepreço: goodwill e mais-valia.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Para aprofundar ainda mais seus conhecimentos sobre 
goodwill, leia o artigo “Goodwill: uma análise dos concei-
tos utilizados em trabalhos científicos” de Eliseu Martins, 
Diana de Almeida, Eric Martins e Patrícia Costa.
Disponível em: . Acesso em: 12 jul. 2020.
Mais-valia tem relação com o valor real dos ativos, e ágio (goodwill) tem relação com uma expectativa 
de resultados com a qual tanto o vendedor da empresa como o comprador concordam e, por isso, o com-
prador paga mesmo sem comprovação concreta do valor da participação societária.
A mais-valia é o valor pago baseado no valor do patrimônio líquido da investida que é baseado em uma 
avaliação a valor justo. Esse valor justo, por alguma razão, não pôde ser considerado para registro no valor 
contábil da entidade (MONTOTO, 2018, p. 897). 
De acordo com o ICPC 09 (CPC, 2009), o ágio (goodwill) pago por expectativa de rentabilidade futura 
(goodwill) é representado pela diferença positiva entre o valor pago (ou valores a pagar) e o montante lí-
quido proporcional adquirido do valor justo dos ativos e passivos da entidade adquirida.
AMORTIZAÇÃO DA MAIS-VALIA E AMORTIZAÇÃO DO ÁGIO
Caso a mais-valia paga por um investidor tenha como origem um item depreciável, amortizável ou 
exaurível na investida, a investidora deverá amortizar na mesma proporção em sua contabilidade. Se o 
91
ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
item não for depreciável, amortizável ou exaurível, a mais-valia não deverá sofrer amortização. Em regra, 
conforme encontramos no ICPC 09 (CPC, 2009, p. 17), item 40, 
o ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) é um ativo intangível de vida útil indefini-
da, razão pela qual não está sujeito à amortização sistemática ao longo do tempo, sendo, por outro lado, 
submetido ao menos anualmente a teste quanto ao seu valor recuperável (Pronunciamento Técnico CPC 
01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos).
Todavia, conforme item 41, 42 e 43, do ICPC 09 (CPC, 2009, p. 17-18),
podem existir situações em que a expectativa de lucros futuros tenha seu benefício econômico limitado no 
tempo (prazo definido). Isso pode ocorrer em situações onde o valor pago excedente ao valor justo dos ati-
vos líquidos adquiridos decorra não só, por exemplo, de um direito de concessão com vida útil definida, mas 
também de efeitos sinérgicos que se espera venham a produzir aumento de rentabilidade. O Comitê de Pro-
nunciamentos Contábeis entende que não se caracteriza como ágio pago por expectativa de rentabilidade 
futura (goodwill) o valor pago que se refira especificamente a direito de concessão, direito de exploração 
e assemelhados, inclusive quando adquirido em combinação de negócios onde a entidade adquirida seja 
uma concessionária, cujo direito à concessão tenha prazo conhecido e definido. O goodwill apenas existe na 
medida em que não haja condição de reconhecimento de ativo intangível identificável, conforme regras de 
reconhecimento do Pronunciamento Técnico CPC 15 (R1). No caso de ativo intangível, [como mencionado 
anteriormente], existe a amortização e ela se faz durante essa vida útil, como tratado no Pronunciamento 
Técnico CPC 04 e também a aplicação do teste de recuperabilidade do Pronunciamento Técnico CPC 01.
Dado o exposto pela norma, depreende-se que em contratos onde o objeto seja a concessão de 
direitos, não há que se falar em ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) em relação 
a desembolsos que se refiram especificamente a aquisição desse direito de concessão, nesta situação, o 
goodwill só se verifica na medida em que não haja condição de reconhecimento de ativo intangível identi-
ficável, que não seria a situação das concessões.
INVESTIMENTO EM CONTROLADA E ÁGIO PAGO POR EXPECTATIVA DE RENTABILIDADE 
FUTURA (GOODWILL) NA AQUISIÇÃO DE CONTROLADA NO RECONHECIMENTO INICIAL, NAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS INDIVIDUAIS E CONSOLIDADAS DA CONTROLADORA
De acordo com o que podemos estudar no ICPC 09 (CPC, 2009, p. 8), 
as demonstrações contábeis individuais, enquanto exigidas pela legislação brasileira, a adquirente deve 
aplicar os requisitos desta Interpretação com relação à identificação do valor justo do acervo líquido da en-
tidade adquirida para fins do registro inicial em conta de investimento, da aplicação do método da equiva-
lência patrimonial e da determinação do ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) ou ganho 
por compra vantajosa (deságio) na aquisição de controlada.
Segundo o ICPC 09, todos os ativos e passivos da investida devem ser reconhecidos e mensurados conforme 
o Pronunciamento Técnico CPC 15 para fins de determinação do ágio por expectativa de rentabilidade futura (goo-
dwill) ou do ganho por compra vantajosa (deságio), cuja regra geral de mensuração é o valor justo, apresentando 
algumas exceções a essa regra, que estão determinadas nos itens 22 a 31 do CPC 15 (R1). 
Esse procedimento de mensuração a valor justo pode fazer com que sejam reconhecidos extracon-
tabilmente na determinação do patrimônio líquido ajustado da controlada para com o objetivo de aplicar 
a equivalência patrimonial e/ou que sejam contabilmente reconhecidos para consolidar as demonstrações 
contábeis ativos e/ou passivos que não eram registrados nas demonstrações contábeis da sociedade cujo 
controle foi obtido (CPC, 2009, item 20).
92
ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
IMPORTANTE
Vale ressaltar que estes registros é que vão nos apoiar no processo 
de reconhecimento do ágio por expectativa de rentabilidade futura 
(goodwill) ou do ganho por compra vantajosa (deságio).
Conforme encontramos ainda no ICPC 09 (CPC, 2009, p. 8), item 20, 
Esse é o caso, por exemplo, de ativos intangíveis formados pela investida que nãopuderam ser reconhe-
cidos contabilmente porque não atendem às condições previstas para tal no Pronunciamento Técnico 
CPC 04 – Ativo Intangível, ou ainda de passivos contingentes não sujeitos ao reconhecimento contábil 
nas demonstrações da investida por força do Pronunciamento Técnico CPC 25 – Provisões, Passivos Con-
tingentes e Ativos Contingentes, mas que possam ser reconhecidos na combinação de negócios, por 
atenderem às condições de reconhecimento previstas no Pronunciamento Técnico CPC 15 (como defini-
do no item 23 do CPC 15, para o reconhecimento de um passivo contingente basta que sejam atendidas 
duas condições: (i) ser uma obrigação presente que surge de eventos passados e (ii) ter seu valor justo 
mensurado com confiabilidade.
Compreende-se pelo exposto do ato normativo que a ausência de alguns registros na demonstração 
contábil se deve pelo fato de em algum momento não atenderem os preceitos determinados pela legisla-
ção contábil.
De acordo com o ICPC 09, o reconhecimento e a mensuração dos ativos líquidos da sociedade cujo 
controle foi obtido por meio da combinação de negócios devem atender às determinações do Pronuncia-
mento Técnico CPC 15. 
Esse procedimento pode fazer, então, com que: 
(a) haja a inclusão de ativos existentes na investida, mas não reconhecidos nas demonstrações contábeis 
dessa investida (como é o caso de determinados ativos intangíveis não contabilizados na investida por-
que, por exemplo, gerados por ela sem condição de ativação, mas que podem agora ser reconhecidos e 
avaliados objetivamente de forma individual), desde que atendidas as condições de reconhecimento e 
mensuração estabelecidas no Pronunciamento Técnico CPC 15; e 
(b) haja a inclusão de passivos contingentes também não reconhecidos na investida (como certas contin-
gências fiscais, cíveis, etc.), mas que tenham sido objeto de atribuição de valor por parte do investidor para 
assumi-las na aquisição, ou seja, tenham influenciado o valor pago na aquisição desses instrumentos patri-
moniais; consequentemente, eventual passivo contingente não sujeito ao reconhecimento contábil nas de-
monstrações da investida por força do Pronunciamento Técnico CPC 25, mas que tenha provocado redução 
do valor pago ou a pagar por parte da adquirente, será extracontabilmente reconhecido para fins da deter-
minação do patrimônio líquido da investida quando da aplicação da equivalência patrimonial e será reconhe-
cido para fins de consolidação de demonstrações contábeis. Afinal, nessa situação esse passivo contingente 
terá provocado efeito no caixa da adquirente por haver reduzido o valor da aquisição (CPC, 2009, p. 9).
Desta forma, o total que corresponda à diferença entre o valor justo e o valor contábil do agrupamen-
to de ativos e passivos líquidos cujo controle foi adquirido deve ser classificado como ajuste extracontábil ao 
patrimônio líquido da sociedade adquirida com a finalidade de contabilizar a equivalência patrimonial (nas 
demonstrações individuais da controladora). Em relação a isto, o ICPC 09, item 20, faz uma ressalva em relação à 
consolidação das demonstrações contábeis:
mesmo não estando refletido nas demonstrações contábeis individuais da entidade, cujo controle foi ob-
tido, e as diferenças individuais entre o valor justo e o valor contábil de cada ativo e passivo da entidade, 
cujo controle foi obtido, devem compor também os saldos desses ativos e passivos da entidade adquirida, 
para fins de consolidação das demonstrações contábeis (CPC, 2009, p. 9).
93
ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
Para garantir que os ativos não sejam contabilizados por um valor 
maior ao que pode ser recuperado, realiza-se o Teste de Impairment, ou 
também conhecido como teste de recuperabilidade. O Teste de Impair-
ment viabiliza para as sociedades a verificação anual dos valores de seus 
ativos, reconhecimento, a fim de validar se estes ativos estão desvalo-
rizados, ou seja, se o valor contábil excede seu valor recuperável.
Quando verificamos a efetivação dessas diferenças entre o valor 
contábil e valor justo de ativos e passivos da sociedade adquirida, deve 
a sociedade adquirente realizar, quando do registrar o resultado da equi-
valência patrimonial. Uma vez que o resultado da sociedade adquirida 
terá sido realizado baseado nos valores históricos registrados em suas 
demonstrações, mas para a sociedade adquirente esses ativos e passivos 
terão sido adquiridos por valores justos da data da obtenção do controle 
(RIBEIRO, 2012). 
Na data da aquisição, para fins de suas demonstrações indivi-
duais, o investimento em controlada é mensurado pela parte da con-
troladora no valor justo dos ativos líquidos da sociedade adquirida, 
consequentemente, deverá ser subdividido com finalidade de contro-
le, na sociedade adquirente, em: 
(i) parcela relativa à equivalência patrimonial sobre o patrimônio 
líquido contábil da adquirida; e 
(ii) parcela relativa à diferença entre o valor obtido no inciso (i) 
acima e a parte da adquirente no valor justo dos ativos líquidos 
da adquirida, mensurados de acordo com o Pronunciamento 
Técnico CPC 15, na data da obtenção do controle. Essa parce-
la representa a mais valia bruta derivada da diferença entre o 
valor justo e o valor contábil dos ativos líquidos da adquirida. 
Devem ser considerados e, quando necessário, registrados os 
efeitos tributários, conforme Pronunciamento Técnico CPC 32 – 
Tributos sobre o Lucro (CPC, 2009, p. 10).
Depreende-se do estudo deste item que a sociedade que fizer aqui-
sição de participações societárias de empresas que apresentem diferen-
ças em relação ao seu valor contábil e o valor real (valor justo), esta socie-
dade adquirente terá de fazer o registro para demonstrar sua parcela de 
equivalência patrimonial e depois demonstrar a parcela que se refere ao 
valor justo evidenciado na operação de aquisição.
A norma esclarece o que é goodwill, bem como sua classificação con-
tábil nas demonstrações contábeis. Esta previsão está contida no item 20, in-
ciso b do ICPC 09 (CPC, 2009, p. 10): 
(b) o ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (good-
will) do investimento em controlada, representado pela diferença 
positiva entre (i) a soma do montante dado em troca do contro-
le (valor pago ou a pagar relativo à compra de participação que 
conferiu o controle) com o valor justo de alguma participação 
pré-existente, se houver; e (ii) a parte da adquirente no valor jus-
to dos ativos e passivos da entidade adquirida já líquidos do pas-
sivo fiscal diferido (ou acrescido do ativo fiscal diferido).
O Teste de Impairment 
viabiliza para 
as sociedades a 
verificação anual dos 
valores de seus ativos.
94
ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
Neste enunciado dado pela norma, verificamos que é bem simples a equação que demonstra o 
valor efetivo de goodwill na transação. 
Notar que esse ágio só deve ser classificado no subgrupo de intangíveis no balanço consolidado, nunca no 
balanço individual, onde deve permanecer integrando o saldo contábil do investimento, o qual é apresen-
tado no subgrupo de investimentos; afinal, o goodwill assim calculado é pertinente à adquirida, pago pela 
adquirente (nos casos em que houve compra, por exemplo) e para esta, individualmente, representa parte 
do custo de seu investimento, mesmo que sujeito a impairment.
O ágio (goodwill) apurado na forma [de expectativa de rentabilidade futura (goodwill) do investimento 
em controlada,] por ter vida útil indefinida, não será amortizado (ressalvado o disposto nos itens 40 a 43 
do ICPC 09) e deve ser submetido a teste de recuperabilidade (impairment), conforme Pronunciamento 
Técnico CPC 01 (CPC, 2009, p. 10-11).
Aqui fica evidente que não se apresenta goodwill no balanço individual, tendo seu registro contábil 
sendo demonstrado somente no subgrupo de intangíveis no balanço consolidado. E, para garantir a corre-
ta mensuração do ágio com vida útil indefinida, poderá aplicar o teste de recuperabilidade. 
ÁGIO PAGO POR EXPECTATIVA DE RENTABILIDADEFUTURA (GOODWILL) NA AQUISIÇÃO DE 
PARTICIPAÇÃO EM ENTIDADE COLIGADA OU EM EMPREENDIMENTO CONTROLADO EM 
CONJUNTO AVALIADO PELO MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
Conforme CPC 18 (R2) (2012), os ativos líquidos identificáveis da sociedade investida (incluindo o pas-
sivo ou ativo fiscal diferido correspondente) na data da obtenção da influência significativa (ou do controle 
conjunto), no caso de investimento em coligada ou em empreendimento controlado em conjunto, devem 
ser mensurados a valor justo, bem como devem previamente ser ajustadas as demonstrações da sociedade 
investida às práticas contábeis da sociedade investidora a fim de evitar critérios diferentes que impactem na 
correta avaliação e consolidação das informações. Conforme já estudamos, a norma preceitua que: 
Um investimento em empreendimento controlado em conjunto ou em coligada deve ser contabilizado na 
demonstração individual da investidora, usando-se o método da equivalência patrimonial a partir da data 
em que esta se torne empreendimento controlado em conjunto ou coligada (CPC, 2009, p. 16-17, item 36).
O ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) deve estar compreendido no saldo contábil 
do investimento a ser demonstrado no balanço da sociedade investidora, lançado dentro do subgrupo in-
vestimento no ativo não circulante, não podendo ser apresentado em separado no subgrupo dos ativos in-
tangíveis, em situações nas quais ocorre a aplicação da equivalência patrimonial em sociedades coligadas 
ou em empreendimentos controlados em conjunto. A norma corrobora essa afirmação da seguinte forma, 
conforme ICPC 09 (CPC, 2009, p. 17, item 38):
(a) o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) pertinente a empreendimento controlado em 
conjunto ou coligada deve estar contido no saldo contábil da conta de investimento e não deve ser amor-
tizado de forma linear ou constante, sendo o investimento como um todo (ou seja, incluindo o goodwill) 
testado anualmente (ou com mais frequência caso existam evidências para tal) frente ao valor recuperável.
CONTABILIZAÇÃO DO ÁGIO E DESÁGIO 
NA AQUISIÇÃO DE PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS
Vimos durante este estudo que existem duas demonstrações contábeis que precisamos nos atentar; as 
individuais e as consolidadas. Para efetuar o registro correto e evidenciar as operações nas quais estão presentes 
95
ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
ágio e deságio, a norma interpretativa define que:
No balanço consolidado, o ágio (goodwill) da combinação deve 
ficar registrado no subgrupo do ativo intangível por se referir à 
expectativa de rentabilidade futura da controlada adquirida, 
cujos ativos e passivos estão consolidados nos da controladora. 
Já no balanço individual da controladora, a parte desse ágio atri-
buível à controladora deve integrar o saldo contábil do investi-
mento e, portanto, ficar no subgrupo de investimentos do grupo 
de ativos não circulantes, porque, para a investidora, faz parte do 
seu investimento na aquisição da controlada, não sendo ativo 
intangível seu (como dito atrás, essa parte da expectativa de ren-
tabilidade futura – o genuíno intangível – é da controlada). O pro-
cesso de reconhecimento de impairment, por outro lado, deve ser 
aplicado tanto à conta de ágio (goodwill) no balanço consolidado 
(ver Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recupe-
rável de Ativos), como à subconta também de ágio (goodwill) no 
balanço individual (CPC, 2009, p. 11, item 26).
Em relação ao detalhamento das operações e sua explicitação nas no-
tas explicativas, vemos que a norma faz determinações no seguinte sentido: 
A conta de investimento deve ser detalhada em notas explicativas 
quanto aos seus três componentes (se existirem): valor patrimonial 
da participação da controladora no valor contábil do patrimônio 
líquido da controlada adquirida (item 23(a)(i)), valor da mais valia 
dos ativos líquidos adquiridos atribuída à controladora (item 23(a)
(ii)) e ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) atri-
buído à controladora (item 23(b)) (CPC, 2009, p. 11, item 27).
Como estudamos anteriormente, nas operações nas quais o objeto 
sejam as concessões, os valores da operação não refletem ágio pago por 
expectativa de rentabilidade futura (goodwill). A norma corrobora da se-
guinte maneira:
Ressalta-se que não se caracteriza como ágio pago por expecta-
tiva de rentabilidade futura (goodwill) o valor pago que se refira 
especificamente a direito de concessão, direito de exploração e 
assemelhados [...]. Nessas situações, se o contrato de concessão for 
identificável (pelo critério legal, contratual) e puder ser mensurado 
a valor justo em condição objetiva e confiável, o ativo intangível 
correspondente será classificado separadamente no subgrupo ati-
vo intangível nas demonstrações consolidadas. A parte da contro-
ladora nesse intangível comporá o saldo contábil do investimento 
nas demonstrações individuais. Na medida em que parte do exces-
so de valor do negócio sobre o valor justo dos ativos líquidos (que 
é o que representa o goodwill) contiver benefícios por sinergia dos 
direitos de concessão com os próprios fluxos de caixa da adquiren-
te, mas tais direitos não puderem ser reconhecidos separadamen-
te do goodwill por não serem identificáveis nos termos do Pronun-
ciamento Técnico CPC 15, então, esse direito fará parte do goodwill 
da combinação de negócios (CPC, 2009, p. 11-12, item 28). 
Nas situações em que o prazo da concessão for definido, conside-
ra-se o valor pago por um ativo intangível e este deverá seguir o registro 
conforme norma específica do tema, CPC 04. A norma comenta o assunto 
da seguinte maneira:
CONCESSÃO 
Segundo o dicionário online Dicio, concessão 
é “permissão para realizar algo; autorização, 
licença; tornar disponível”.
Fonte: https://www.dicio.com.br/conces-
sao/. Acesso em: 20 fev. 2023.
https://www.dicio.com.br/concessao/
https://www.dicio.com.br/concessao/
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ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
Em situações excepcionais (caso das concessões no Brasil), a expectativa de rentabilidade futura pode 
apresentar uma vida útil definida (por exemplo, prazo da concessão), sendo, por consequência, caracte-
rizados como “intangíveis de vida útil definida”, nos termos do Pronunciamento Técnico CPC 04, estando 
sujeitos à amortização contábil periódica (CPC, 2009, p. 12).
Temos estudado que fluxos de caixa futuros esperados se enquadram como goodwill, contudo, há 
que ter cuidado para não confundir quaisquer valores que apresentem expectativa futura com o goodwill, 
devido a algumas características que veremos a seguir:
(i) serem identificados; (ii) terem vida útil definida e (iii) serem amortizados contabilmente. O goodwill, 
muito embora seja composto por expectativa de rentabilidade futura, não possui vida útil definida razão 
pela qual não está sujeito à amortização contábil periódica (CPC, 2009, p. 12, item 28).
Desta forma, a norma (CPC, 2009, item 28) enfatiza diante do exposto que os “ditos lucros futuros (expec-
tativa) não devem ser confundidos com o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) em decorrên-
cia dos critérios citados acima.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Para saber mais sobre reconhecimento e mensuração do 
ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) 
ou do ganho proveniente de compra vantajosa (desá-
gio), leia os itens 32-40 do CPC 15. 
Disponível em: . Acesso em: 12 jul. 2020.
Segundo o CPC 15 (R1) (2011, p. 3), a sociedade deve efetuar o registro contábil da combinação de 
negócios por meio da aplicação do método de aquisição. 
A aplicação do método de aquisição exige: 
a. identificação do adquirente; 
b. determinação da data de aquisição; 
c. reconhecimento e mensuração dos ativos identificáveis adquiridos, dos passivos assumidos e das par-
ticipações societárias de não controladores na sociedade adquirida; e 
d. reconhecimento e mensuração do ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) ou do ganhoproveniente de compra vantajosa.
O adquirente deve contabilizar, a partir da data de aquisição, separadamente do ágio por expectativa 
de rentabilidade futura (goodwill), os ativos identificáveis adquiridos, os passivos assumidos e quaisquer 
participações de não controladores na sociedade adquirida (CPC, 2011).
A sociedade compradora deve registrar o aumento ou a redução nos valores provisórios contabilizados para 
um ativo identificável (ou passivo adquirido) por meio de aumento (ou redução) no ágio por expectativa de ren-
tabilidade futura (goodwill). No entanto, algumas vezes, durante o período de mensuração, uma nova informação 
obtida pode suceder em ajuste nos valores provisórios de mais de um ativo ou de um passivo (CPC, 2011). A norma 
exemplifica tal situação da seguinte maneira:
O adquirente pode ter assumido um passivo em função do pagamento de perdas e danos relativos a um 
acidente em uma das instalações fabris da adquirida, o qual é total ou parcialmente coberto pela apólice 
de seguro da adquirida. Se o adquirente obtém nova informação durante o período de mensuração sobre 
o valor justo desse passivo na data da aquisição, o ajuste no ágio por expectativa de rentabilidade futura 
97
ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
(goodwill) resultante da mudança no valor provisório do respectivo passivo será compensado (no todo ou 
em parte) pelo correspondente ajuste no ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) resultante 
da mudança no valor provisório reconhecido inicialmente para a indenização a ser recebida da seguradora 
(CPC, 2011, p. 15, item 48).
Por esse motivo que a norma também aborda a respeito dos ajustes nas operações, a fim de deixar 
claro que a sociedade adquirente deve contabilizar os ajustes nos valores provisórios como se o reconhe-
cimento da combinação de negócios tivesse sido finalizada na data da aquisição, quando estas novas in-
formações são conhecidas ainda durante o período de mensuração. Em vista disso, a norma preceitua que: 
O adquirente deve revisar e ajustar a informação comparativa para períodos anteriores ao apresentado em 
suas demonstrações contábeis, sempre que necessário, incluindo mudança na depreciação, na amortiza-
ção ou em qualquer outro efeito reconhecido na demonstração de resultado, ao completar a contabiliza-
ção inicial (CPC, 2011, p. 15, item 49).
O item 19 do Pronunciamento Técnico CPC 15 (2011, p. 6-7) descreve que: 
Em cada combinação de negócios, o adquirente deve mensurar, na data da aquisição, os componentes da 
participação de não controladores na adquirida que representem nessa data efetivamente instrumentos 
patrimoniais e confiram a seus detentores uma participação proporcional nos ativos líquidos da adquirida 
em caso de sua liquidação, por um dos seguintes critérios: 
(a) pelo valor justo, ou 
(b) pela participação proporcional atual conferida pelos instrumentos patrimoniais nos montantes reco-
nhecidos dos ativos líquidos identificáveis da adquirida.
Depreendemos do estudo do ato normativo que a mensuração da participação de não controla-
dores ocorre por meio de dois critérios, sendo o primeiro “pelo valor justo” dessa participação.
Em relação à constituição do goodwill sobre a parte atribuída aos não controladores, a norma destaca: 
Quando da consolidação, esse valor (goodwill atribuível aos não controladores) deve ser adicionado à linha 
do goodwill atribuível à controladora (que surge pela eliminação do investimento em controlada para fins 
de consolidação), a crédito da participação dos não controladores no patrimônio líquido consolidado (CPC, 
2009, p. 12, item 31).
A interpretação nº 9 entra em detalhes no que tange ao segundo critério, determinando que o adqui-
rente deve mensurar a participação de não controladores “pela participação proporcional atual conferida 
pelos instrumentos patrimoniais nos montantes reconhecidos dos ativos líquidos identificáveis da adqui-
rida” (CPC, 2009, p. 13). 
Nesse caso, o goodwill calculado para a combinação, conforme já citado, será unicamente o próprio good-
will atribuído à controladora, de forma que não será reconhecido nas demonstrações consolidadas o good-
will atribuível aos não controladores. Todavia, considerando-se que nos registros contábeis da entidade ad-
quirida os ativos e passivos permanecerão pelos valores contábeis originais e não pelos respectivos valores 
justos, a entidade adquirente deverá identificar a diferença entre o valor justo e o valor contábil para cada 
ativo e passivo da adquirida reconhecidos na combinação (o que inclui o passivo fiscal diferido) para fins de 
controle de sua realização (por amortização, depreciação, exaustão, venda, liquidação, alteração no valor 
contabilizado, baixa, impairment ou qualquer outra mutação que venha a sofrer) (CPC, 2009, p. 13, item 34).
No que tange ao aspecto do registro contábil nas demonstrações, destaca-se que 
no subgrupo de investimentos da controladora em suas demonstrações individuais estará representada 
apenas a parcela dessa diferença que cabe a ela, controladora. Isso implica dizer que a diferença entre o 
98
ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
valor justo e o valor contábil de cada ativo (ou passivo) da ad-
quirida, que constitui a mais valia de ativos e o correspondente 
passivo (ou ativo) fiscal diferido, na parte atribuível aos não con-
troladores, não estará registrada no balanço individual da contro-
ladora, mas deve estar registrada no balanço consolidado e isso 
será feito por meio dos ajustes pertinentes a cada consolidação 
(CPC, p. 13, 2009). 
NA PRÁTICA
Estude o exemplo que o ICPC 09 (CPC, 2009, p. 14-16) traz de uma 
situação de ajuste do valor justo dos ativos e passivos na consolidação da 
data da aquisição do controle.
Disponível em: . Acesso em: 12 abr. 2020.
ÁGIO DE INVESTIMENTOS EM COLIGADAS OU CONTROLADAS 
Como vimos em tópicos anteriores, de acordo com as normas re-
guladas pelos Pronunciamentos Técnicos dos CPCs, existem dois tipos de 
ágio quando uma investidora adquire ou subscreve ações de coligadas 
ou controladas: 
• ágio por mais-valia de ativos líquidos; 
• ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill). 
Método da equivalência patrimonial é o método de contabiliza-
ção por meio do qual o investimento é inicialmente reconhecido 
pelo custo e, a partir daí, é ajustado para refletir a alteração pós-
-aquisição na participação do investidor sobre os ativos líquidos 
da investida. As receitas ou as despesas do investidor incluem sua 
participação nos lucros ou prejuízos da investida, e os outros re-
sultados abrangentes do investidor incluem a sua participação 
em outros resultados abrangentes da investida (CPC, 2012, p. 2). 
De acordo com o item 3 do CPC 18 (R2), podemos depreender que o 
investimento é inicialmente reconhecido pelo custo, assim a norma deixa 
implícito que o seu “valor global” é compreendido por quanto se desem-
bolsou efetivamente na aquisição da participação societária, entretanto, 
será necessário fazer a separação desse valor total desembolsado para 
efeitos de se auferir o valor correto da primeira equivalência patrimo-
nial entre as sociedades, observando o valor do ágio por expectativa de 
rentabilidade futura (goodwill = fundo de comércio) e o valor do ágio por 
mais-valia de ativos líquidos da sociedade investida. 
Conforme Ferrari (2010), de maneira sintética, o ágio por mais-valia 
de ativos líquidos, é obtido por meio da aplicação da percentagem de 
participação da investidora sobre a diferença entre o patrimônio líquido 
da investida avaliado a valor justo e o patrimônio líquido da investida 
contabilizado pela mesma (valor contábil do patrimônio líquido). 
AUFERIR 
Segundo o dicionário online Dicio, auferir é 
“obter como resposta; conseguir algo ou co-
lher os resultados de uma ação”.
Fonte: . Acesso 
em: 21 jul. 2020.
99
ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
Assim, no exemplo adaptado de Ferrari (2010), se uma investidoraadquire 30% das ações de uma 
Cia. ABC, que o Patrimônio Líquido está contabilizado no valor de R$ 50.000,00, mas se fosse reconhecido 
pelo valor justo este seria de R$ 60.000,00, consequentemente, o ágio por mais-valia de ativos líquidos 
seria de 30% de R$ 10.000,00, ou seja, R$ 3.000,00. 
No caso do ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), este é verificado pela diferença 
positiva entre o custo de aquisição do investimento e o valor justo dos ativos líquidos da sociedade investida. 
Levando em consideração ainda o exemplo anterior da sociedade ABC, se a investidora, ao adquirir 30% das 
ações da investida, tivesse desembolsado R$ 29.000,00, o ágio por goodwill seria de R$ 29.000,00 – 30% R$ 
60.000,00, ou seja, R$ 11.000,00. Em conclusão, a sociedade investidora faria a seguinte registro contábil: 
D: investimentos em coligadas (30% de 50.000,00) R$ 15.000,00 
D: ágio por mais-valia de ativos líquidos R$ 3.000,00
D: ágio por rentabilidade futura (goodwill) R$ 11.000,00
C: caixa/bancos R$ 29.000,00
O patrimônio líquido denominado “justo” representa o patrimônio líquido da sociedade investida 
mensurado a valores justos, que assume o mesmo peso de afirmar “valor justo dos ativos líquidos” da so-
ciedade investida. Resumidamente, podemos entender as diferenças nas equações na Figura 28 abaixo:
Figura 28 – Equações ilustrando as diferenças
Ágio por Mais-Valia de Ativos = % PL (justo) - % PL (contábil)
Ágio por Rentabilidade Futura = Custo de Aquisição - % PL (justo)
Investimento
(custo de aquisição)
=
Valor Patrimonial do Investimento
(1ª equivalência patrimonial)
+
Ágio por Diferença de Valor de Ativos
(ou ágio por mais-valia de ativos líquidos)
+ ÁGIO 
TOTAL
Ágio por Rentabilidade Futura
(ou ágio por fundo de comércio - goodwill)
Fonte: elaborado pelo autor
Atenção a estas observações contidas na obra de Ferrari (2010):
1ª AQUISIÇÃO de ações não é o mesmo que SUBSCRIÇÃO de ações. Na aquisição, a investidora compra 
as ações, já existentes no capital social, de antigos acionistas. Na subscrição, a investidora compras ações 
novas diretamente da investida, aumentando assim o capital da investida e, consequentemente, o seu PL 
(patrimônio líquido).
100
ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
Desta maneira, após a leitura do exposto, depreende-se do texto que na aquisição de ações por ter-
ceiros não impacta no PL da sociedade investida, o que no caso da subscrição ocorre, uma vez que se faz 
emissão de novas ações. 
2ª Visto que a expressão ATIVOS LÍQUIDOS se refere a “ativos líquidos dos passivos”, ou seja, “ativos menos 
passivos”, ao utilizarmos a expressão “valor justo dos ativos líquidos da investida” é exatamente a mesma 
coisa que “valor justo do PL (Patrimônio Líquido) da investida” (FERRARI, 2010, p. 20).
Ao nos depararmos com a expressão “valor justo dos ativos líquidos da investida”, significa que os 
valores pelos quais os ativos e passivos foram mensurados, numa condição na qual existam critérios para 
definição do valor justo, bem como mercado e participantes que tenham interesse na operação sem coa-
ção de nenhuma parte, foram obtidos.
3ª Há um certo “receio” generalizado entre estudiosos e contabilistas em se tratar a “mais-valia de ativos” 
como equivalente à ÁGIO POR MAIS-VALIA DE ATIVOS, pelo fato de que os CPC’s 15, 18 e 36 e a ICPC 09 
quando utilizam a palavra “ágio” se referem “aparentemente” somente a “goodwill”. No entanto, no sentido 
original da palavra, ÁGIO é qualquer excesso, independentemente se foi por mais-valia de ativos líquidos 
ou se foi por expectativa de rentabilidade futura (goodwill). Em outras palavras, a utilização da expressão 
“ágio por mais-valia de ativos líquidos” está “implícita” no próprio texto dos CPC’s quando se referem à 
“mais-valia de ativos líquidos”, apesar dos mesmos só explicitarem a expressão “ágio fundamentado em 
rentabilidade futura” (goodwill) (FERRARI, 2010, p. 20).
No sentido desta orientação, é adequado julgar dentro dos pronunciamentos técnicos e nas inter-
pretações exemplos que tangibilizem a compreensão da aplicação dos termos, uma vez que nem sempre 
a norma declara de forma tão direta.
4ª A razão de uma investidora considerar a existência de passivo fiscal diferido quando da avaliação do 
valor justo dos ativos líquidos da investida na aquisição de investimento em coligada ou controlada pre-
vista no Pronunciamento Técnico CPC 15 – Combinação de Negócios, pode ser explicada pelo seguinte 
exemplo: Se uma empresa, Cia. ABC, possuísse, por exemplo, um terreno contabilizado por R$ 12.000,00 e 
o vendesse por R$ 22.000,00, admitido o IR e CSLL com alíquota conjunta de 34%, o valor desses tributos a 
pagar ao Fisco seria de 34% de R$ 10.000,00, ou seja, R$ 3.400,00 (FERRARI, 2010, p. 20).
Fica evidente no texto exposto que, de acordo com a contabilidade tributária, os fatos gerados que 
provoquem incidência de tributos também devem ser considerados em sua totalidade, considerando 
até mesmo o que prevê o princípio da oportunidade, que orienta que as demonstrações contábeis de-
vem refletir o mais próximo possível a realidade econômica da entidade.
ÁGIO APURADO POR CONTROLADORA NA AQUISIÇÃO DE MAIS 
AÇÕES DE INVESTIDA A QUAL JÁ CONTROLAVA
De acordo com o item 67 da ICPC 09 (CPC, 2009, p. 23),
se a controladora adquirir mais ações ou outros instrumentos patrimoniais de entidade que já controla, 
deve considerar a diferença entre o valor de aquisição e o valor patrimonial contábil adquirido em contra-
partida do seu patrimônio líquido (individual e consolidado), semelhantemente, por exemplo, à compra 
de ações próprias (em tesouraria). No caso de alienação, desde que não seja perdido o controle sobre a 
controlada, a diferença também deve ser alocada diretamente ao patrimônio líquido, e não ao resultado.
101
ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
Vamos analisar um exemplo a fim de facilitar nosso estudo (adaptado de Ferrari, 2010): A sociedade 
Céu Azul adquire, por $ 26.000, 80% das ações da sociedade Pássaro Verde. Na data da aquisição das ações, 
evidenciou-se que o patrimônio líquido contábil da sociedade investida no valor de $ 25.000 seria igual 
àquele apurado pelos seus valores justos, consequentemente não apresentando, portanto, mais-valia de 
ativos líquidos. Desta forma, teremos os registros contábeis:
• ágio por expectativa de rentabilidade futura = $ 26.000 – (80% $ 25.000) = $ 6.000
Considerando que o balanço da sociedade investidora imediatamente antes da aquisição das 
ações fosse representado desta forma:
Ativos diversos 46.000
Capital 30.000
Reservas 16.000
O balanço da investidora imediatamente após a aquisição das ações seria representado desta forma:
Ativos diversos 20.000
Investimento em controlada Capital 30.000
Valor justo ativo líquidos 20.000
Goodwill 6.000 Reservas 16.000
26.000
46.000 46.000
Consideremos neste momento que a sociedade investidora faça aquisição de 5% das ações do seu 
próprio capital por R$ 4.000,00. Afirmando que o seu balanço patrimonial já tenha sido mensurado a va-
lores justos, logo, o ágio na compra de ações em tesouraria representará R$ 4.000 – (5% de R$ 46.000), ou 
seja, R$ 1.700. Entretanto, esse ágio não é separado do valor dessas ações em tesouraria, ficando tal ágio 
introduzido implicitamente no saldo da conta Ações em Tesouraria, que é retificadora do seu Patrimônio 
Líquido. Deste modo, o novo balanço da sociedade investidora será representado assim:
Ativos diversos 16.000
Investimento em controlada Capital 30.000
Valor justo ativos líquidos 20.000 Reservas 16.000
Goodwill 6.000 Ações em tesouraria (4.000)
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ÁgIo E DESÁgIo
CONTABILIDADE DECISORIAL
26.000
42.000 42.000
Agora, consideremos que a sociedade controladora, sociedade Céu Azul, compre dos sócios não 
controladores da sociedade controlada, Cia. Pássaro Verde, mais 10% do capital dessa sua controlada por 
R$ 3.000. Assim, teremos: 
• ágio por expectativa de rentabilidade futura = R$ 3.000 – (10% R$ 25.000) = R$ 500.

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