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Enfermagem em Centro Cirúrgico
Gabriel Noleto Rocha do Nascimento
Mestre em Saúde Coletiva
Introdução ao Ambiente Cirúrgico
O Centro Cirúrgico (CC) é uma unidade hospitalar onde são executados procedimentos anestésico-cirúrgicos, diagnósticos e terapêuticos, tanto em caráter eletivo quanto emergencial.
O que é Centro Cirúrgico?
O centro cirúrgico deve estar localizado em uma área do hospital que ofereça a segurança necessária às técnicas assépticas, portanto, distante de locais de grande circulação de pessoas, de ruído e de poeira. Recomenda-se, também, que seja próximo às unidades de internação, pronto-socorro e unidade de terapia intensiva, de modo a contribuir com a intervenção imediata e melhor fluxo dos pacientes. 
De acordo com a organização hospitalar, podem fazer parte do bloco cirúrgico:
Recuperação pós-anestésica;
Central de Materiais e Esterilização; 
As demais áreas caracterizadas a seguir...
Infraestrutura
Vestiários 
Localizados na entrada do CC (Centro Cirúrgico), onde é realizado o controle de entrada das pessoas autorizadas após vestirem a roupa privativa da unidade. Deve possuir chuveiros, sanitários e armários para guardar roupas e objetos pessoais.
Área de conforto 
Este é a área destinada às refeições, para que as mesmas não sejam realizadas em locais inadequados. Deve-se dispor, neste local, de cadeiras, poltronas e sofás. 
Outras àreas
Sala dos cirurgiões e anestesiologistas 
Destinada aos relatórios médicos, é nesta sala que o médico registra as principais informações clínicas e operatórias (anamneses e prontuários). Deve conter computadores, servidores e/ou fichários para armazenamento dos dados clínicos. 
Sala de enfermagem 
Reservada ao controle administrativo do CC, deve estar em local de fácil acesso e permitir boa visão de todo o conjunto do setor. 
Outras àreas
Sala de recepção dos pacientes 
É nela que os pacientes são recebidos e avaliados clinicamente antes da cirurgia ou, também, para receber medicação pré-anestésica. Este ambiente deve ser o mais calmo possível, a fim de diminuir o estresse do período pré-operatório. 
Sala de material de limpeza 
Destinada à guarda dos materiais utilizados na limpeza do centro cirúrgico. 
Outras àreas
Sala para guarda de equipamentos 
Área para guarda e recebimento de equipamentos, tais como: microscópios, bisturis, monitores cardíacos, respiradores, entre outros – sempre em condições para utilização imediata. 
Sala para armazenamento de material esterilizado (arsenal) 
Destinado ao armazenamento e distribuição dos artigos estéreis, para uso nas salas de cirurgia. 
Outras àreas
Sala de gases medicinais 
Destinada ao armazenamento de torpedos de gases medicinais, como oxigênio, ar comprimido, óxido nitroso e, especialmente, o nitrogênio para uso em aparelhos específicos ou em casos de emergência. 
Expurgo 
Local para o desprezo de secreções das salas de cirurgia. Deve estar provida de um vaso sanitário apropriado, com descarga, e uma pia para lavagem dos artigos utilizados nas cirurgias. 
Outras àreas
Apoio técnico e administrativo do centro-cirúrgico 
O centro cirúrgico conta com o apoio imprescindível de alguns setores, ligados direta ou indiretamente a ele, que devem estar prontamente aptos para atendê-lo, tais como: banco de sangue, raio-x, laboratório e anatomia patológica, serviço de engenharia clínica e de manutenção, farmácia, segurança e secretaria. 
Outras àreas
Sala de operação (SO) 
Segundo a legislação brasileira, a capacidade do CC é estabelecida segundo a proporção de leitos cirúrgicos e salas de operação. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n°307/2002, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), do Ministério da Saúde, determina uma sala de operação para cada 50 leitos não especializados ou 15 leitos cirúrgicos. 
Outras àreas
O tamanho da sala depende dos equipamentos necessários aos tipos de cirurgias a serem realizadas; seu formato deve ser retangular ou oval. Segundo a RDC 307/2002, quanto ao tamanho, às salas são assim classificadas: 
Sala pequena: 20m², com dimensão mínima de 3,45 metros, destinadas às especialidades de otorrinolaringologia e oftalmologia;
Sala média: 25m², com dimensão mínima de 4,65 metros, destinadas às especialidades gástrica e geral; 
Sala grande: 36m², com dimensão mínima de 5,0 metros, específicas para as cirurgias neurológicas, cardiovasculares e ortopédicas.
Estrutura Física
As portas das salas de cirurgia devem ser largas o bastante para facilitar a passagem de macas e equipamentos cirúrgicos. Devem possuir metal na altura da maca para evitar seu estrago, sendo produzidas em materiais laváveis e resistentes, de preferência revestidas de fórmica. 
É indicado o uso de portas do tipo “vai e vem”, que dispensem o uso das mãos para abri-la. O ideal é que se tenha outra porta de acesso às salas, apenas para membros das equipes, com visor de separação dos dois ambientes. 
Portas
Deve ser de superfície lisa, não porosa, resistente a agentes químicos comuns, sem fendas ou fissuras, ter aspecto estético, realçar a sujeira, não refletir a luz, ser impermeável, resistente ao choque, durável, de fácil limpeza, pouco sonoro e, principalmente, bom condutor de eletricidade estática, para evitar faíscas. Exemplo: granilite, vinílicos e mármore. 
Piso
Devem ser revestidas de material liso, resistente, lavável, antiacústico e não refletor de luz. Pintadas de cores que evitam a fadiga visual, as tintas não devem possuir cheiro. É vedado, ainda, o uso de cimento sem nenhum aditivo antiabsorvente para rejunte de peças cerâmicas ou similares, tanto nas paredes quanto nos pisos. 
Devem ser utilizados cantos arredondados nas paredes, conforme o Manual de Controle de Infecção Hospitalar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 
Paredes
Deve ser de material resistente, lavável, não deve conter ranhuras e não deve ser poroso, para facilitar a limpeza e impedir a retenção de microrganismos. Deve ser contínuo, não sendo permitida a utilização de forro falso-removível, a não ser nas demais áreas do centro cirúrgico, onde este tipo de forro pode ser necessário dadas as questões de manutenção, desde que sejam resistentes aos processos de limpeza, descontaminação e desinfecção. 
É recomendado um espaço útil de no mínimo 80cm de altura livre entre a laje do forro e o piso do pavimento superior, possibilitando assim a instalação de novos equipamentos e a entrada do pessoal do serviço de manutenção. 
Devido ao grande risco de incêndio, pelo elevado número de materiais de fácil combustão, a sala cirúrgica, além de contar com os equipamentos de combate a incêndio do centro cirúrgico, como extintores e mangueiras, deve contar com um sistema de segurança que, através da elevação da temperatura, produz fortes borrifos de água no ambiente (borrifador de teto – também conhecido como sprinklers). 
Teto
Necessárias apenas para a entrada de iluminação natural, não permitindo a entrada de poeira e insetos, devem ser dotadas de tela, não possuir parapeitos dentro ou fora da sala, nem possuir cortinas ou persianas. 
Janelas
A iluminação do ambiente hospitalar é tratada legalmente pela NR-17, da portaria n°3214/78, e através da NBR 5413/92, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), recomenda os níveis ideais de iluminação para o ambiente de trabalho. 
Na sala de operação, o objetivo da iluminação é minimizar a tarefa visual das equipes médicas e enfermagem, oferecendo condições para que a operação seja processada com precisão, rapidez e segurança. Deve-se levar em consideração os seguintes aspectos: 
eliminação de sombras e reflexos; 
eliminação do excesso de calor no campo operatório; 
proteção contra ocasional interrupção devido à falta de energia elétrica. 
Iluminação
Devem existir sistemas interligados e automáticos, para acionarem geradores reserva de imediato, na eventualidade de uma interrupção do fornecimento de força para o centro cirúrgico. 
Iluminação de emergência
Deve atingir as exigências da NBR n°7256/82, taiscomo: 
Prover o ambiente de aeração em condições adequadas de higiene e saúde: 99,9% de eficiência na retenção de partículas de até cinco micra de diâmetro; 
Remover partículas potencialmente contaminadas liberadas no interior das salas sem acarretar turbulência aérea: recomenda-se de 20 a 25 renovações completas do ar da sala, no espaço de uma hora; 
Impedir a entrada, no centro cirúrgico, de partículas potencialmente contaminantes, oriundas de áreas adjacentes: a pressão do ambiente da sala deve ser discretamente mais elevada que nos demais compartimentos do centro cirúrgico; 
Ventilação / Ar condicionado
Proporcionar umidade relativa adequada e temperatura ambiente de conforto e segurança para o paciente e para a equipe que o assiste: temperatura entre 22 e 23°C. A umidade deve permanecer entre 55% e 60%. No entanto, não deve ultrapassar 70% para não se tornar ambiente propício ao desenvolvimento de microrganismos; 
Manter nível sonoro mínimo de instalação e utilização do sistema de ventilação: não devem ultrapassar os previstos pela norma brasileira NBR n° 6401/80; 
Sistema energético alternativo para o sistema de ventilação, na falta do sistema elétrico principal. 
Ventilação / Ar condicionado
H2: Tomadas 
As tomadas devem contar com a voltagem fornecida pela concessionária local e uma com voltagem de fonte diferenciada, ambas com dispositivo de aterramento. Devem ser instalados, também, pontos para negatoscópio e aparelhos portáteis de raios-x. 
É proibida a ligação simultânea de mais de um aparelho à mesma tomada corrente, salvo se a instalação for projetada para este fim. Devem ser inspecionadas periodicamente, observando integridade do condutor terra, tensão de contato e a segurança global. 
Oxigênio 
O sistema de abastecimento pode ser descentralizado: com utilização de cilindros avulsos, transportados até o local de utilização; ou centralizado: conduzido por tubulação central até os pontos de utilização. 
Ar comprimido 
Também pode advir de um sistema descentralizado: com cilindros com pressões entre 120 e 190 Kgf/cm², como o oxigênio; ou centralizado: compressor com 100% de consumo máximo provável, que funcione automaticamente ou manualmente. 
Rede de Gases
Vácuo clínico 
Produzido por bombas, que devem ter capacidade de 100% do consumo máximo provável, que funcionem alternadamente ou em paralelo em caso de emergência. É importante manter outro tipo de sistema de suprimento autônomo de emergência, para manutenção da rede de vácuo ou pane da distribuição convencional. 
Óxido nitroso 
O sistema de abastecimento pode ser descentralizado: alto consumo – conduzido por tubulação dos cilindros até os pontos de utilização; ou centralizado: utilizado em caso de baixo consumo – utilização de cilindros transportáveis até os pontos de utilização. 
 Nitrogênio 
É fornecido em cilindros com pressão variando entre 120 e 190 Kgf/cm² e, também, em forma líquida. Quando misturado com oxigênio medicinal, é chamado de ar estéril. 
Rede de Gases
De acordo com as normas nacionais e internacionais, os gases medicinais são distribuídos com as seguintes cores, segundo a NBR n° 6493/94 e NBR n° 12188: 
verde emblema: oxigênio; 
azul marinho: óxido nitroso; 
amarela segurança: ar comprimido medicinal; 
cinza claro: vácuo medicinal. 
uso de equipamentos especiais para o transporte de cilindros; 
manter o cilindro acorrentado durante o transporte; 
evitar choques mecânicos, inclusive de um cilindro contra o outro; 
não arrastar o cilindro; 
armazenados em locais secos, limpos e bem ventilados; 
as etiquetas não devem ser arrancadas ou estragadas; 
Cuidados no manuseio, movimentação e armazenamento dos cilindros de gases medicinais
oxigênio e óxido nitroso não devem ser armazenados no mesmo ambiente que outros gases inflamáveis devido a mistura destes ser facilmente incendiada;
cilindros cheios devem estar separados dos cilindros vazios para evitar erros de procedimento e sempre com o capacete rosqueado; 
os cilindros devem ser sempre limpos antes de serem levados ao centro cirúrgico; 
cilindros sem identificação ou com identificação duvidosa devem ser devolvidos ao fabricante ou distribuidor. 
Cuidados no manuseio, movimentação e armazenamento dos cilindros de gases medicinais
Constituído de uma pia em aço inoxidável, provida de torneira de água quente e fria, escovas e antissépticos para a escovação cirúrgica. É previsto um lavabo para cada duas salas de operação, que deve possuir: 
duas torneiras de acionamento por pé, joelho, braço, fotoelétrico ou qualquer outro meio que não as mãos; 
espaço suficiente para duas pessoas lavarem-se simultaneamente (1,10 m² por torneira);
dispensadores de produtos antissépticos (devem obedecer ao mesmo princípio de dispensação que a torneira). 
Os antissépticos devem estar regulamentados por órgão governamental e autorizados pela Comissão de Infecção do Hospital. Recomenda-se, também, a instalação de um relógio para o controle do tempo de escovação. 
Lavabo
Equipamentos indispensáveis
Em qualquer ambiente hospitalar, é necessário ter equipamentos para atender os pacientes e realizar cirurgias de modo eficiente, assim é importante saber quais equipamentos de centro cirúrgico são obrigatórios.
Dessa forma, você terá disponível as tecnologias atuais do setor, mantendo um fluxo de trabalho seguro para o paciente e para os profissionais de saúde.
Os equipamentos utilizados em uma sala cirúrgica são classificados em fixos e móveis.
Equipamentos Fixos
Os equipamentos fixos são adaptados á estrutura física da sala cirúrgica, tais como :
Foco Central
Negatoscópio
Sistema de Canalização de ar e gases
Foco cirúrgico central
Negatoscópio
Sistema de canalização de ar e gases
Equipamentos móveis
São aqueles que podem ser deslocados para outras salas, com intuito de atender o planejamento do ato cirúrgico a necessidade.
Mesa cirúrgica e acessórios
Aparelho de anestesia
Mesas auxiliares para instrumentos cirúrgicos
Foco cirúrgico
Aparelhos monitores
Aspirador de secreções
Bisturi elétrico
Mesa cirúrgica e acessórios
Aparelho de anestesia
Mesas auxiliares para instrumentais cirúrgicos
Foco cirúrgico
Aparelhos monitores
Aspirador de secreções
Bisturi elétrico
Bisturi elétrico
Bisturi elétrico
Atribuições do enfermeiro
O enfermeiro enquadra-se na categoria de profissional que possui habilitação para realizar o gerenciamento das necessidades que circundam o ato anestésico-cirúrgico em todas suas etapas. A pesquisa tem como objetivo discutir a execução destas atribuições por parte do profissional.
Atribuições do enfermeiro
Fonte: SOBRAL et al., 2019
Atribuições do enfermeiro coordenador
Fonte: SOBRAL et al., 2019
Dimensionamento de pessoal
 horário de funcionamento do centro cirúrgico; 
 especialidades cirúrgicas atendidas (cardiologia, neurocirurgia, ortopedia, oftalmologia, etc.); 
 duração média das cirurgias; 
 número de cirurgias por dia; 
 número de leitos cirúrgicos do hospital; 
 hospital escola; 
 quantidade de artigos médicos e instrumentais cirúrgicos disponíveis. 
Dimensionamento de pessoal
Classificar o porte da cirurgia segundo o tempo de utilização da sala de operação;
Calcular as horas médias da assistência de enfermagem no período transoperatório conforme o porte da cirurgia e especialidade médica;
Desenvolver uma equação que permita estabelecer, de acordo com o porte cirúrgico, o tamanho do quadro de pessoal de enfermagem necessário para a prestação da assistência ao paciente no transoperatório;
Dimensionar o número de profissionais de enfermagem para assistir o paciente no período transoperatório, também segundo o porte da intervenção cirúrgica. 
Porte cirúrgico x duração do procedimento
Porte 1: Cirurgias com tempo de duração de até 2 horas;
Porte 2: Cirurgias com tempo de duração entre 2 e 4 horas;
Porte 3: Cirurgias com tempo de duração entre 4 e 6 horas;
Porte 4: Cirurgias com tempo de duração superior a 6 horas.
Horasde enfermagem
Porte 1: 1,4 horas de enfermagem, por cirurgia
Porte 2: 2,9 horas de enfermagem, por cirurgia;
Porte 3: 4,9 horas de enfermagem, por cirurgia;
Porte 4: 8,4 horas de enfermagem, por cirurgia.
Dimensionamento de pessoal
Equação para cálculo de cirurgias eletivas:
QP(cc)= THE x KM (UAD)
QP: quantitativo de pessoal.
THE: total de horas de enfermagem
KM: constante de marinho
Dimensionamento de pessoal
Cálculo do THE:
THE= (P1 x H1) + (P2 x H2) + (P3 x H3) + (P4 x H4)
THE: total de horas de enfermagem
P1, P2, P3, P4: número médio de cirurgias por porte
H1, H2, H3, H4: tempo médio por cirurgia segundo porte, tempo de limpeza e de espera. 
Dimensionamento de pessoal
Dimensionamento de pessoal
Dimensionamento de pessoal
Dimensionamento de pessoal
Dimensionamento de pessoal
Dimensionamento de pessoal
O centro cirúrgico de um determinado Hospital faz em média 200 procedimentos eletivos por mês, sendo que desse total, em média tem 50 cirurgias de porte 1, 65 de porte 2, 45 cirurgias de porte 3 e 40 cirurgias de porte 4 . Calcule a quantidade de profissionais de enfermagem, sabendo que a jornada de trabalho dos profissionais é de 30h.
OBRIGADO!
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