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AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 1 PSICOLOGIA APLICADA A ENFERMAGEM CURSO: TÉCNICO EM ENFERMAGEM AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 2 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Psicologia Aplicada a Enfermagem Ementa: Capacitar o futuro profissional a exercitar e compreender o melhor relacionamento com o ser humano sadio ou doente, respeitando a sua individualidade e limitações. NOÇÕES DE PSICOLOGIA GERAL: Definição, objetivos, divisão; Os fenômenos psíquicos; estuda da personalidade. PSICOLOGIA DAS RELAÇÕES HUMANAS: No trabalho com a equipe de enfermagem e outras; com o paciente e família. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÉTICA: Evolução histórica, conceitos, objetivos e importância. O PROFISSIONAL DA ENFERMAGEM: Requisitos físicos, morais e intelectuais; A equipe multidisciplinar; A equipe de enfermagem e o auxiliar de enfermagem; A lei do exercício profissional: estudo e interpretação; os órgãos de classe: COREN, ABEN e outros; O código de Deontologia de enfermagem: estudo e interpretação. AS DOENÇAS IATROGÊNICAS CAUSADAS PELA ENFERMAGEM: Aspectos éticos e legais (eutanásia, abortamento, transfusões sanguíneas, necropsias, cremação de cadáveres, transplante de órgãos); as pesquisas. OS DIREITOS E DEVERES DO PACIENTE: Código vigente: estudo e interpretação. AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 3 SUMÁRIO CONCEITO DE SAÚDE ........................................................................................... 4 SAÚDE MENTAL ...................................................................................................... 8 DEFICIÊNCIA MENTAL ........................................................................................... 8 ANSIEDADE ........................................................................................................... 19 TRANSTORNO BIPOLAR ...................................................................................... 21 TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO (TOC) ............................................. 26 ESQUIZOFRENIA .................................................................................................. 31 HIPERATIVIDADE E DÉFICIT DE ATENÇÃO ........................................................ 37 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 84 AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 4 CONCEITO DE SAÚDE 92 www.usp.br. Seria possível compreender bem o que significa e o que representa transtorno psicológico sem ter o entendimento prévio do que significaria saúde? A definição mais conhecida de saúde é a encontrada na Constituição da Organização Mundial de Saúde (OMS), ou seja, aquela que se propõe a considerá-la um completo bem-estar físico, mental e social e não apenas ausência de doença. Seria possível ser portador de um completo bem-estar? Dentro dessa perspectiva, até parece que para ter saúde é necessário viver em outro planeta e não habitar aquele a que aprendemos a denominar Terra. O conceito de saúde é cada vez mais relativo e suas discussões atrelam esse bem a outras dimensões do bem-viver humano como saneamento básico, lazer e acesso à educação e cultura, por exemplo. O certo é que a percepção de saúde varia muito entre as diferentes culturas, assim quanto às crenças sobre o que traz ou retira a saúde. A OMS define ainda a Engenharia Sanitária como sendo um conjunto de tecnologias que promovem o bem-estar físico, mental e social. Sabe-se que sem o saneamento básico (sistemas de água, de esgotos sanitários e de limpeza urbana) a saúde pública fica completamente prejudicada. A OMS reconhece ainda que a cada unidade monetária (dólar, euro, real, etc.) dispendida em saneamento economiza-se cerca de quatro a cinco unidades em http://www.usp.br/ AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 5 sistemas de saúde (postos, hospitais, tratamentos, etc.) e que cerca de 80% das doenças mundiais são causadas por falta de água potável suficiente para atender as populações. Portanto, a saúde deve ser entendida em sentido mais amplo, como componente da qualidade de vida (WOOD; COHEN, 2007). Assim, não é um “bem de troca”, mas um “bem comum”, um bem e um direito social, em que cada um e todos possam ter assegurado o exercício e a prática do direito à saúde. A partir da aplicação e utilização de toda a riqueza disponível, conhecimentos e tecnologia desenvolvidos pela sociedade nesse campo, adequados às suas necessidades, abrangendo promoção e proteção da saúde, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de doenças. Em outras palavras, considerar esse bem e esse direito como componente e exercício da cidadania, que é um referencial e um valor básico a ser assimilado pelo Poder Público. Para o balizamento e orientação de sua conduta, decisões, estratégias e ações. A partir daí, deve-se perguntar: afinal, o que significa esse processo saúde- doença e quais suas relações com a saúde e com o sistema de serviços de saúde? Em síntese, em termos da determinação causal, pode-se dizer que ele representa o conjunto de relações e variáveis que produz e condiciona o estado de saúde e doença de uma população, que se modifica em diversos momentos históricos e do desenvolvimento científico da humanidade. Assim, houve a teoria mística sobre a doença, que os antepassados julgavam como um fenômeno sobrenatural, ou seja, ela estava além da sua compreensão do mundo, superada posteriormente pela teoria de que a doença era um fato decorrente das alterações ambientais no meio físico e concreto que o homem vivia. Em seguida, surge a teoria dos miasmas (gazes), que vai predominar por muito tempo. Até que, com os estudos de Louis Pasteur, na França, entre outros, vem a prevalecer a “teoria da unicausalidade”, com a descoberta dos micróbios (vírus e bactérias) e, portanto, do agente etiológico, ou seja, aquele que causa a doença. Devido à sua incapacidade e insuficiência para explicar a ocorrência de uma série de outros agravos à saúde do homem, essa teoria é complementada por uma série de conhecimentos produzidos pela epidemiologia, que demonstra a multicausalidade como determinante da doença e não apenas a presença exclusiva de um agente. Finalmente, uma série de estudos e conhecimentos provindos principalmente AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 6 da epidemiologia social nos meados deste século esclarece melhor a determinação e a ocorrência das doenças em termos individuais e coletivos. O fato é que se passa a considerar saúde e doença como estados de um mesmo processo, composto por fatores biológicos, econômicos, culturais e sociais. Deve-se ressaltar ainda o recente e acelerado avanço que se observa no campo da Engenharia Genética e da Biologia Molecular, com suas implicações tanto na perspectiva da ocorrência como da terapêutica de muitos agravos. Desse modo, surgiram vários modelos de explicação e compreensão da saúde, da doença e do processo saúde-doença, como o modelo epidemiológico baseado nos três componentes: agente, hospedeiro e meio, considerados como fatores causais, que evoluiu para modelos mais abrangentes, como o do campo de saúde, com o envolvimento do ambiente (não apenas o ambiente físico), estilo de vida, biologia humana e sistema-serviço de saúde, em uma permanente inter-relação e interdependência. Alguns autores questionam esse modelo, ressaltando, por exemplo, que o “estilo de vida”curiosidade e necessidade de explorar surpreendentes e, aparentemente infinitas, são propensas a se machucar e a quebrar e danificar coisas. As crianças hiperativas toleram pouco, as frustrações. Elas discutem com os pais, professores, adultos e amigos. Fazem birras e seu humor flutua rapidamente. Essas crianças também tendem a ser muito agarradas às pessoas. Precisam de muita atenção e tranquilização. É importante para os pais perceberem que as crianças hiperativas entenderam as regras, instruções e expectativas sociais. O problema é que elas têm dificuldade em obedecê-las. Esses comportamentos são acidentais e não propositais. Para a criança hiperativa e sua família, uma ida a um parque de diversão ou supermercado pode ser desastrosa. Há simplesmente muita coisa acontecendo – muito estímulo ao mesmo tempo. Devido à sua incapacidade de concentrar-se e ao constante bombardeamento de estímulos, a criança hiperativa pode ficar estressada. A criança hiperativa pode ter muitos problemas. Apesar da “dificuldade de aprendizado”, essa criança é geralmente muito inteligente. Sabe que determinados comportamentos não são aceitáveis. Mas, apesar do desejo de agradar e de ser educada e contida, a criança hiperativa não consegue se controlar. Pode ser frustrada, desanimada e envergonhada. Ela sabe que é inteligente, mas não consegue desacelerar o sistema nervoso, a ponto de utilizar o potencial mental necessário para concluir uma tarefa. A criança hiperativa muitas vezes se sente isolada e segregada dos colegas, mas não entende por que é tão diferente. Fica perturbada com suas próprias incapacidades. Sem conseguir concluir as tarefas normais de uma criança na escola, no playground ou em casa, a criança hiperativa pode sofrer de estresse, tristeza e baixa autoestima. Um especialista em comportamento infantil pode ajudá-lo a distinguir entre a criança normalmente ativa e enérgica e a criança realmente hiperativa. As crianças, AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 39 até mesmo as menores, podem correr, brincar e agitarem-se felizes durante horas sem cochilar, dormir ou demonstrar qualquer cansaço. Para garantir que a criança realmente hiperativa seja tratada adequadamente – e evitar o tratamento inadequado de uma criança normalmente ativa – é importante que seu filho receba um diagnóstico preciso. Durante a primeira ou a segunda consulta médica, a criança hiperativa pode se comportar de forma quieta e educada. Sabendo o que é esperado, pode se transformar em uma criança “modelo”. Esteja preparado para descrever, de forma precisa e objetiva, o comportamento do seu filho em casa e nas atividades sociais. Se seu filho está encontrando dificuldade na escola, peça ao professor que converse com o médico ou envie-lhe um relatório por escrito. Podem precisar de várias consultas antes que o comportamento hiperativo torne-se aparente. Não se preocupe. Um especialista em crianças, geralmente, pode realizar um diagnóstico preciso. Ao tratar da criança hiperativa, sua meta é ajudá-la a fazer o melhor possível, em casa, na escola, e com os amigos. Lembre-se sempre de que seu filho está lutando com todas as forças para superar uma deficiência do sistema nervoso. Explique, se preciso for, mas não se sinta envergonhado ou culpado quando seu filho não se comportar bem. Os pais da criança hiperativa merecem muita consideração. É preciso muita paciência – e vigor – para amar e apoiar a criança hiperativa em todos os desafios e frustrações inerentes à doença. Os pais da criança hiperativa estão sempre preocupados e atentos, sempre “em alerta”. Consequentemente, é fácil sentirem-se cansados, abatidos e frustrados. É de importância vital para os pais da criança hiperativa, serem bons consigo mesmos, descansar quando apropriado, além de buscar e aceitar o apoio para eles e para o filho. Tratamento convencional Antes de qualquer tratamento, um exame físico deve ser feito para descartar outras causas para o comportamento do seu filho, tais como infecção crônica do ouvido médio, sinusite, problemas visuais ou auditivos ou outros problemas neurológicos. AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 40 O metilfenidato é o medicamento mais comumente receitado para hiperatividade. É um estimulante que tem efeito paradoxal de acalmar o sistema nervoso e aumentar a capacidade da criança hiperativa de prestar atenção. Contudo, não deixe de verificar com seu médico antes de parar de dar esse medicamento a seu filho. A tioridazina é um tranquilizante ao qual se pode recorrer se a criança for extremamente agressiva e, nesse caso, apenas nas situações mais difíceis. Na maioria das circunstâncias, o medicamento para a hiperatividade pode ser interrompido durante o verão e retomado quando as aulas começarem novamente, após as férias. Essa conduta pode limitar alguns dos efeitos colaterais prolongados desses medicamentos. Após um verão sem medicamento, talvez seja útil deixar que seu filho frequente as primeiras semanas de aula sem qualquer medicação. Considere esse período como um teste para determinar se seu filho pode passar sem o medicamento (converse sempre com seu médico antes de descontinuar qualquer tratamento, durante qualquer período de tempo). Psicoterapia e Psicopedagogia Essas disciplinas ajudam a criança a entender o problema contra o qual está lutando, a estabelecer metas e padrões e reconhecer e avaliar seu comportamento. Podem ser de grande valia. Esses programas ensinam controles internos que podem ser usados em várias situações. Seu filho aprenderá a oferecer recompensas pelos seus feitos e aprenderá a partir dos seus erros. Coopere com seu médico ou terapeuta para desenvolver programas de modificação comportamental. É importante que o programa seja claro, facilmente entendido e executado por todos que dele participam – pela criança bem como pelos adultos. É essencial que essas intervenções sejam realizadas com cautela e boa vontade, em um ambiente calmo e carinhoso. A criança deve participar com disposição. Certifique-se de que os dois tenham entendido que esses programas objetivam ajudar e não punir. AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 41 Desenvolva uma rotina estável em casa. Para diminuir a confusão e a quantidade de estímulos diários, defina horários específicos para comer e dormir. Experimente atribuir uma tarefa pequena e rápida e insista delicadamente para que seja concluída. Em seguida, não deixe de agradecer e elogiar seu filho quando a tarefa tiver sido concluída. Faça com que a criança participe de projetos que ela goste para ajudá-la a concentrar-se. Aprender a concentrar-se alterará sua resposta ao mundo, gradativamente. Lembre-se sempre de que, além de ter um desequilíbrio do sistema nervoso que transforma em tortura o simples ato de permanecer sentado, a criança hiperativa e inteligente entedia-se facilmente. Cooperar com o hiperativo para ajudá-lo a realmente concluir um projeto. Concluir um projeto oferecerá uma ideia de competência e maior autoestima. O domínio e conclusão de uma tarefa requerem elogios. Busque terapia para você e seu cônjuge. Para ajudar a diminuir os sentimentos de frustração e isolamento, os pais da criança hiperativa precisam de informação e apoio. Busque auxílio; certamente encontrará. Você aprenderá a apoiar seu filho e a ficar calmo e próximo, mesmo quando a situação parecer fora de controle. Você também aprenderá que é importante que os pais tirem férias sem se sentirem estressados ou culpados por deixarem uma criança “difícil” com outras pessoas competentes. Nunca é demais enfatizar a necessidade dos pais terem uma folga. Tire uma tarde, uma noite ou um fim de semana. Entre em contatocom uma pessoa que possa tomar conta do seu filho. Ligue para seus pais e amigos. Se você não fizer isso para o seu próprio bem, faça por seu filho. Provavelmente você voltará se sentindo renovado, mais calmo e carinhoso. Atividades físicas São fundamentais, principalmente aquelas que mantêm a criança em contato com a água, como a hidroginástica e a natação. É importante saber que a água exerce um efeito calmante. Práticas como a yoga e o tai-chi-chuan também são interessantes, pois treinam a mente para que fique quieta. AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 42 Alguns cuidados importantes Durante a gestação, mantenha a exposição a chumbo ambiental ao mínimo possível e elimine álcool. Os dois têm sido relacionados à hiperatividade. Não deixe que seu filho se exponha ao chumbo. As fontes mais comuns de exposição ao chumbo são tinta à base de chumbo, água potável e cerâmica mal esmaltada. 131 Alguns fatos sobre a hiperatividade Há um equívoco muito grande, principalmente nas escolas, em “diagnosticar” crianças como sendo hiperativas. Embora muitos pais de crianças enérgicas perguntem aos médicos sobre a hiperatividade, ela não é problema comum. Agitação não é sinônimo de hiperatividade. Ansiedade também não. Tampouco problemas de concentração. É fundamental procurar um psicólogo, de preferência especialista em Psicopedagogia ou Psicologia Escolar. De acordo com um artigo publicado no British Journal of Psychiatry, apenas 3% das crianças são realmente diagnosticadas com a desordem do déficit de atenção. A hiperatividade é dez vezes mais comum nos meninos do que nas meninas. A causa ou causas exatas da hiperatividade são desconhecidas. Os profissionais de saúde teorizam que a desordem pode ser resultado de: fatores genéticos; desequilíbrio químico; lesão ou doença na hora do parto ou depois do parto; ou um defeito no cérebro ou sistema nervoso central, resultando no mau funcionamento do mecanismo responsável pelo controle das capacidades de atenção e filtragem de estímulos externos. Metade das crianças hiperativas tem menos problemas comportamentais quando seguem uma dieta livre de substâncias como flavorizantes, corantes, conservantes, glutamato monossódico, cafeína, açúcar e chocolate e mantém psicoterapia associada a atividades físicas, ou seja, o tratamento deve ser multidisciplinar. AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 43 Muitas pessoas confundem a aplicação de testes com avaliação psicológica. A avaliação psicológica pode envolver técnicas de dinâmica de grupo, entrevistas, questionários, levantamento do histórico de vida e tudo o mais que tenha como objetivo avaliar – no sentido de analisar, compreender, esclarecer – a dinâmica dos processos psicológicos representativos de um indivíduo. Sendo, portanto, muito mais complexa que a simples aplicação de testes psicológicos. A depender dos objetivos da avaliação, que pode ser diagnóstica, de emprego, demissional, ela pode durar várias sessões. Um grande engano cometido por quem necessita de uma avaliação é que imagina que ela pode ser realizada em 15 minutos, por exemplo. Puro engano. Para se chegar a um diagnóstico mais preciso, o psicólogo necessita realizar um levantamento minucioso. A avaliação psicológica deve ser utilizada em todo e qualquer setor da sociedade em que se necessite conhecer melhor o funcionamento da psique humana, visando orientar ou tomar certas decisões relativas à pessoa em questão (PELLINI, 2000). Encontram-se referências precisas de que desde o século XIX já se realizava avaliação psicológica em vários países e no Brasil, obviamente de forma diferente dos modelos conhecidos atualmente. No Brasil, a avaliação psicológica começou a ser praticada mais sistematicamente nas décadas de 50 e 60, porém, já na década de 20 foram realizados trabalhos acadêmicos e criados institutos para a realização de processos de seleção de pessoal nos setores públicos e privados, destacando-se as empresas do segmento de transporte coletivo. Com a regulamentação da Psicologia na década de 60, houve um aumento significativo de profissionais e de empresas interessadas em investir na área de recrutamento e seleção, passando a compor setores e a contratar psicólogos que realizassem avaliação psicológica em candidatos, tendo o intuito de aumentar as probabilidades de “acerto”, isto é, de selecionarem “a pessoa certa para o lugar certo”. As décadas de 80 e 90 foram promissoras para a área. Entretanto, se por um lado havia a utilização maciça de testes psicológicos nas avaliações para seleção de pessoal, por outro, não se encontravam instrumentos adaptados ou criados AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 44 especificamente para esse fim. Visualiza-se, atualmente, um panorama no qual houve uma redução significativa da utilização dos testes psicológicos devido às rigorosas exigências de qualidade dos instrumentos, trazendo maior segurança ao profissional que se embasa em seus resultados para tomar decisões estratégicas e, não raramente, de maneira decisiva no direcionamento da vida das pessoas. Tanto no setor da Psicologia Clínica quanto no da Psicologia Organizacional, onde se pode fazer uso da Avaliação Psicológica, contar com os resultados obtidos a partir de testes é de grande importância, pois traz ao avaliador dados não facilmente perceptíveis de outro modo a respeito do candidato, além de poder confirmar aspectos percebidos durante a entrevista e dinâmica de grupo, se for o caso. Praticada de modos diferentes de acordo com cada objetivo, a ferramenta contribui de forma decisiva para o diagnóstico do candidato ou paciente. A avaliação psicológica não se reduz à aplicação de testes. Além de testes, a avaliação compreende técnicas de dinâmica de grupo, entrevistas, observação de comportamento e uma anamnese bem-feita, ou seja, investigação da vida social, familiar, física e emocional do paciente, com análise criteriosa do histórico de vida. Na prática134 https://www.secad.com.br/blog/medicina/anamnese-medica-saiba-como-fazer- e-entenda-sua-importancia/ De maneira geral, uma avaliação psicológica se constitui por uma entrevista individual, às vezes substituída ou acrescida de uma dinâmica de grupo, e um teste AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 45 para avaliação da personalidade. Outros testes, de habilidades ou aptidões específicas, são acrescentados ao conjunto de técnicas de avaliação, conforme o objetivo e a área de atuação do profissional. O objetivo maior é o de diagnosticar cada pessoa, conhecer suas competências individuais e, para isso, o teste psicológico ainda é o melhor instrumento de que se dispõe, embora jamais único no processo, pois além de resultar em dados confiáveis, já que suas características psicométricas são comprovadas cientificamente. Ele permite que o psicólogo tenha uma visão total da pessoa, que consiga definir quais são as suas competências ou características mais vantajosas e quais aquelas em que precisaria investir um pouco mais. Em um processo de seleção, por exemplo, tais informações permitem ao psicólogo indicar com maior segurança pessoas para cargos específicos e orientar as lideranças sobre como lidar com seus colaboradores e no que efetivamente investir para obter maior desenvolvimento e melhores resultados. Da mesma forma, em treinamento e desenvolvimento, uma avaliação psicológica traz subsídios suficientes para que um programa seja encaminhado considerando as especificidades individuais e grupais, podendo até, com isso, gerar um redirecionamento das estratégias adotadas. Há pouco tempo, algumas empresasprocuravam premiar colaboradores tecnicamente bons com uma promoção para cargos de chefia, sem outro critério senão a satisfação com o desempenho desse funcionário, ou seja, sem uma avaliação que pudesse assegurar que essa pessoa tivesse características condizentes com posições de liderança, além de sua competência técnica. O resultado final geralmente era desastroso para o colaborador e para a empresa. Por não ser um líder e necessitar desenvolver as competências de liderança, não se saía bem na nova função. Como nem sempre é possível a pessoa retornar ao cargo anterior, a empresa contava com duas opções: mantê-lo no cargo e arcar com consequências indesejáveis ou então demiti-lo. Prejuízo para ambos. Para um planejamento de carreira, a realização de uma avaliação psicológica também se torna decisiva, visto que norteará todo o programa a ser desenvolvido com o profissional, especificando as características psicológicas a serem desenvolvidas para que ele possa futuramente ascender em uma hierarquia com sucesso. AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 46 No momento atual, o foco das empresas, seja qual for o seu negócio, é cada vez mais seus recursos humanos e sabe-se que o sucesso da empresa deve-se ao conhecimento e ao investimento em pessoas. A avaliação psicológica, científica e ética, apoiada em instrumentos e testes fidedignos, contribui essencialmente para essa finalidade. Em se tratando da Psicologia Clínica, a avaliação psicológica é usada para fins diagnósticos, ou seja, para avaliar a saúde emocional do paciente e verificar se ele é portador de algum transtorno. Vale ressaltar que nem sempre a queixa inicial é a responsável pelo sofrimento psíquico de uma pessoa, mas a constatação disso só se verifica depois de uma avaliação psicológica. Entrevista psicológica Existem vários tipos de entrevistas e são vários os profissionais que dela se utilizam. Com o psicólogo não é diferente. Ele utiliza esse instrumento para elaborar diagnósticos, durante avaliações e em prognóstico, ou seja, quando, durante uma entrevista devolutiva, por exemplo, mostra as probabilidades futuras de um quadro psicológico atual. É bem verdade que a entrevista psicológica sofreu algumas modificações no início do século XIX, quando predominava o modelo médico. Naquela época, Kraepelin usava a entrevista com o objetivo de detalhar o comportamento do paciente, e, assim, poder identificar as síndromes e as doenças específicas que as classificavam segundo a nosografia vigente. (SILVA, 2007). Enquanto isso, Meyer, psiquiatra americano, se interessava pelo enfoque psicobiológico (aspectos biológicos, históricos, psicológicos e sociais) do entrevistado. A partir de Hartman e Anna Freud o interesse da entrevista se deslocou para as defesas do paciente. Isto é, a Psicanálise teve sua influência na investigação dos processos psicológicos, sem enfatizar o aspecto diagnóstico, antes valorizado. Nos anos 50, Deutsch e Murphy apresentaram sua técnica denominada Análise Associativa que considerava importante registrar não somente o que o paciente dizia, mas, também, em fornecer informações sobre ele. Desse modo, desviou-se o foco sobre o comportamento psicopatológico para o comportamento AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 47 dinâmico. Ainda naquela década, Sullivan concebeu a entrevista como um fenômeno sociológico, uma díade de interferência mútua. Após esse período, a entrevista e o aconselhamento psicológicos se deixaram influenciar, entre outros, por Carl Rogers, cuja abordagem consiste em centrar no paciente. Ou seja, em procurar compreender, de acordo com o seu referencial, significados e componentes emocionais, tendo como base a sua aceitação incondicional por parte do entrevistador. Definição de entrevista psicológica http://www.institutouniao.com.br/imagens. A entrevista psicológica é um processo bidirecional de interação, entre duas ou mais pessoas com o propósito previamente fixado no qual uma delas, o entrevistador, procura saber o que acontece com a outra, o entrevistado, procurando agir conforme esse conhecimento (WIENS apud NUNES, in CUNHA, 1993). Enquanto técnica, a entrevista tem seus próprios procedimentos empíricos por meio dos quais não somente se amplia e se verifica, mas, também, simultaneamente, absorve os conhecimentos científicos disponíveis. Nesse sentido, Bleger (1960) define a entrevista psicológica como sendo “um campo de trabalho no http://www.institutouniao.com.br/imagens AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 48 qual se investiga a conduta e a personalidade de seres humanos”. Outra definição caracteriza a entrevista psicológica como sendo “uma forma especial de conversão, um método sistemático para entrar na vida do outro, na sua intimidade” (RIBEIRO, 1988, p. 154). Enfim, Gil (1999, p. 117) compreende a entrevista como uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes, busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação. A entrevista psicológica pode ser também um processo grupal, isto é, com um ou mais entrevistadores e/ou entrevistados. No entanto, esse instrumento é sempre em função da sua dinâmica, um fenômeno de grupo, mesmo que seja com a participação de um entrevistado e de um entrevistador (SILVA, 2007). Os objetivos da entrevista Com base nos critérios que objetivaram a entrevista em saúde mental, pode- se classificar a entrevista quanto aos seguintes objetivos: a) diagnóstica – visa estabelecer o diagnóstico e o prognóstico do paciente, bem como as indicações terapêuticas adequadas. Assim, faz-se necessário uma coleta de dados sobre a história do paciente e sua motivação para o tratamento. Quase sempre, a entrevista diagnóstica é parte de um processo mais amplo de avaliação clínica que inclui testagem psicológica; b) psicoterápica – procura colocar em prática estratégia de intervenção psicológica nas diversas abordagens – rogeriana (C. Rogers), jungiana (C. Jung), gestalt (F. Perls), bioenergética (A. Lowen), logoterapia (V. Frankl) e outras –, para acompanhar o paciente, esclarecer suas dificuldades, tentando ajudá-lo a solucionar seus problemas; c) de encaminhamento – logo no início da entrevista, deve ficar claro para o entrevistado, que ela tem como objetivo indicar seu tratamento, e que este não será conduzido pelo entrevistador. Devem-se obter informações suficientes para se fazer uma indicação e, ao mesmo tempo, evitar que o entrevistado desenvolva um vínculo forte, uma vez que pode dificultar o processo de encaminhar; d) de seleção – o entrevistador deve ter um conhecimento prévio do currículo do entrevistado, do perfil do cargo, deve fazer uma sondagem sobre as informações que o candidato tem a respeito da empresa, e destacar os aspectos AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 49 mais significativos do examinando em relação à vaga pleiteada, etc.; e) de desligamento – identifica os benefícios do tratamento por ocasião da alta do paciente, examina junto com ele os planos da pós-alta ou a necessidade de trabalhar algum problema ainda pendente. Essa entrevista também é utilizada com o funcionário que está deixando a empresa, e tem como objetivo obter um feedback sobre o ambiente de trabalho, para providências, intervenções do psicólogo em caso, por exemplo, de alta rotatividade de demissão em um determinado setor; f) de pesquisa – investiga temas em áreas das mais diversas ciências, somente se realiza a partir da assinatura do entrevistado ou paciente, do documento Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Resolução CNS no 196/96), no qual estará explícita a garantia ao sigilo das suas informaçõese identificação, e liberdade de continuar ou não no processo. A sequência temporal das entrevistas diagnósticas: 140http://www.corporal.com.br/segura/imagens_arquivos/quadrodefiguras.jpg. Essa sequência pode ser subdividida em: entrevista inicial; entrevistas subsequentes e entrevista de devolução, caracterizadas de forma diferente, e mostrando objetivos distintos conforme o momento em que elas ocorram (GOLDER, 2000). http://www.corporal.com.br/segura/imagens_arquivos/quadrodefiguras.jpg AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 50 a) Entrevista inicial É a primeira entrevista de um processo de psicodiagnóstico. Semidirigida, durante a qual o sujeito fica livre para expor seus problemas. Segundo Fiorini (1987, p. 63), o empenho do terapeuta nessa primeira entrevista pode ter uma influência decisiva na continuidade ou no abandono do tratamento. Pinheiro (2004) salienta que essa entrevista ocorre em um certo contexto de relação constantemente negociada. O termo negociação se refere ao posicionamento definido como “um processo discursivo, através do qual [...] são situados numa conversação como participantes observáveis, subjetivamente coerentes em linhas de histórias conjuntamente produzidas” (DAVIES; HARRÉ apud PINHEIRO, 2004, p.186). Essa entrevista, geralmente, inicia-se com a chamada telefônica de outro técnico, encaminhando o entrevistado para a avaliação psicodiagnóstica, ou com a chamada do próprio entrevistado. Tem como objetivos discutir expectativas, clarear as metas do trabalho, e colher informações sobre o entrevistado, que não poderiam ser obtidas de outras fontes (SILVA, 2007). As primeiras impressões sobre o entrevistado, sua aparência, comportamento durante a espera, são dados que serão analisados pelo entrevistador, e que podem facilitar o processo de análise do caso. Para Gilliéron (1996), a primeira entrevista deve permitir conhecer: o modo de chegada do paciente à consulta (por si mesmo, enviado por alguém ou a conselho de alguém, etc.); o tipo de relação que o paciente procura estabelecer com o seu terapeuta; as queixas iniciais verbalizadas pelo paciente, em particular a maneira pela qual ele formula seu pedido de ajuda (ou sua ausência de pedido). A partir dessas impressões e expectativas, entrevistador e entrevistado constroem mutuamente suas transferências, contratransferências, e resistências que foram ativadas bem antes de ocorrer o encontro propriamente dito. Um clima de confiança proporcionado pelo entrevistador facilita que o entrevistando revele seus pensamentos e sentimentos sem tanta defesa, portanto, com menos distorções. No final dessa entrevista devem ficar esclarecidos os seguintes pontos: horários, duração das sessões, honorários, formas de pagamento AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 51 (quando particular), condições para administrar instrumentos de testagem e para as condições de consulta a terceiros. b) Entrevistas subsequentes Após a entrevista inicial, em que é obtida uma primeira impressão sobre a pessoa do paciente, esclarecimentos sobre os motivos da procura, e realização do contrato de trabalho de psicodiagnóstico, normalmente são necessários mais alguns encontros. O objetivo das entrevistas subsequentes é a obtenção de mais dados com riqueza de detalhes sobre a história do entrevistado, tais como: fases do seu desenvolvimento, escolaridade, relações familiares, profissionais, sociais e outrosc) Entrevista de devolução ou devolutiva No término do psicodiagnóstico, o técnico tem algo a dizer ao entrevistado em relação ao que fundamenta a indicação. Em 1991, Cunha, Freitas e Raymundo (apud NUNES, in CUNHA, 1993), elaboraram algumas recomendações sobre a entrevista de devolução: após a interpretação dos dados, o entrevistador vai comunicar-lhe em que consiste o psicodiagnóstico, e indicar a terapêutica que julga mais adequada; o entrevistador retoma os motivos da consulta, e a maneira como o processo de avaliação foi conduzido; a devolução inicia com os aspectos menos comprometidos do paciente, ou seja, menos mobilizadores de ansiedade; deve-se evitar o uso de jargão técnico (expressões próprias da ciência circulante entre os profissionais da área, em outras palavras “gíria profissional”), e iniciar por sintoma ligado diretamente à queixa principal; a entrevista de devolução deve encerrar com a indicação terapêutica. Diferença entre entrevista, consulta e anamnese AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 52 http://www.petpsicologiaufes.com/images/outubro/entrevista.jpg. A técnica da entrevista procede do campo da medicina, e inclui procedimentos semelhantes que não devem ser confundidos e nem superpostos à entrevista psicológica. Consulta não é sinônimo de entrevista. A consulta consiste em uma assistência técnica ou profissional que pode ser realizada ou satisfeita, entre as mais diversas modalidades, por meio da entrevista. A entrevista não é uma anamnese. Esta implica em uma compilação de dados preestabelecidos, que permitem fazer uma síntese, seja da situação presente, ou da história de doença e de saúde do indivíduo. Embora, se faça a anamnese com base na utilização correta dos princípios que regem a entrevista, porém, são bem diferenciadas nas suas funções. Na anamnese, o paciente é o mediador entre sua vida, sua enfermidade, e o médico. Quando por razões estatísticas ou para cumprir obrigações regulamentares de uma instituição, muitas vezes, ela é feita pelo pessoal de apoio ou auxiliar. A anamnese trabalha com a suposição de que o paciente conhece sua vida e está, portanto, capacitado para fornecer dados sobre ela. Enquanto que, a hipótese da entrevista é de que cada ser humano tem organizado a história de sua vida, em um esquema de seu presente. E, deste temos que deduzir o que ele não sabe. Ou seja, “o que nos guia numa entrevista, do mesmo modo que em um tratamento, não é a fenomenologia reconhecível, mas o ignorado, a surpresa” (GOLDER, 2000, p. 45). Nessa perspectiva, Bleger (1980) compreende que, diferentemente da consulta e da anamnese, a entrevista psicológica tenta o estudo e a utilização do http://www.petpsicologiaufes.com/images/outubro/entrevista.jpg AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 53 comportamento total do indivíduo em todo o curso da relação estabelecida com o técnico, durante o tempo que essa relação durar (p. 12). A entrevista psicológica funciona como uma situação onde se observa parte da vida do paciente. Mas, nesse contexto não consegue emergir a totalidade do repertório de sua personalidade. Uma vez que não pode substituir, e nem excluir outros procedimentos de investigação mais extensos e profundos, a exemplo de um tratamento psicoterápico ou psicanalítico, o qual demanda tempo, e favorece para que possa emergir determinados núcleos da personalidade. Esse tipo de assistência também não pode prescindir da entrevista. Esta que apresenta lacunas, dissociações e contradições que levam alguns pesquisadores a considerá-la um instrumento pouco confiável. Mas, como diz Bleger (1980), essas dissociações e contradições são inerentes à condição humana, e a entrevista oferece condições para que elas sejam refletidas e trabalhadas. Tipos de entrevista http://images.google.com/imgres?imgurl=http://bp0.blogger.com. Segundo Gil (1999), as entrevistas podem ser classificadas em: informal, focalizada, por pautas e estruturada: a) entrevista informal (livre ou não estruturada) – é o tipo menos estruturado, e só se distingue da simples conversação porque tem como objetivo http://bp0.blogger.com/ AVENIDA NAIR XAVIER CORREIAQD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 54 básico a coleta de dados. O que se pretende é a obtenção de uma visão geral do problema pesquisado, bem como a identificação de alguns aspectos da personalidade do entrevistado; b) entrevista focalizada (semiestruturada ou semidirigida) – é tão livre quanto a informal, todavia, enfoca um tema bem específico. Permite ao entrevistado falar livremente sobre o assunto, mas quando este se desvia do tema original o entrevistador deve se esforçar para sua retomada; c) entrevista por pautas (semiestruturada ou semidirigida) – apresenta certo grau de estruturação, já que se guia por uma relação de pontos de interesses que o entrevistador vai explorando ao longo do seu curso. As pautas devem ser ordenadas e guardar certa relação entre si. O entrevistador faz poucas perguntas diretas e deixa o entrevistado falar livremente à medida que se refere às pautas assimiladas. Quando este, por ventura, se afasta, o entrevistador intervém de maneira sutil, para preservar a espontaneidade da entrevista; d) entrevista estruturada (fechada) – desenvolve-se a partir de uma relação fixa de perguntas, cuja ordem e redação permanecem invariáveis para todos os entrevistados, que geralmente são em grande número. Por possibilitar o tratamento quantitativo dos dados, esse tipo de entrevista torna-se o mais adequado para o desenvolvimento de levantamentos sociais. A entrevista quanto ao seu referencial teórico: AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 55 http://www.filmesraros.com/loja/images/mind.jpeg. O processo de entrevista é orientado por seu referencial teórico. Aqui serão vistas, em síntese, algumas das perspectivas: a) Perspectiva Psicanalítica – tem como base os pressupostos dos conteúdos inconscientes. O entrevistador busca avaliar a motivação inconsciente, o funcionamento psíquico e a organização da personalidade do entrevistado. A entrevista é orientada para a psicodinâmica da estrutura intrapsíquica ou das relações objetais e funcionamento interpessoal; b) Perspectiva Existencial-Humanista – não procura formular um diagnóstico, e sim, verificar se o interesse do indivíduo está autorrealizado ou não. Aqui não existe uma técnica específica de entrevista, essas são consideradas pelos existencialistas como manipulação. O entrevistador reflete o que ouve, pergunta com cuidado, e tenta reconhecer os sentimentos do entrevistado; c) Perspectiva Fenomenológica – estuda a influência dos pressupostos e dos preconceitos sobre a mente, e que os acionam ao estruturar a experiência e atribuir-lhe um significado. Além de uma atitude aberta e receptiva, é necessário que o entrevistador atue como observador participante, e que, assim, seja capaz de avaliar criticamente, por meio de sua experiência clínica e conhecimento teórico, o que está ocorrendo na entrevista. A entrevista quanto ao seu método: http://www.usp.br/agen/bols/2000/Image217.gif. Segundo Ribeiro (1988), a realização da entrevista psicológica segue diferentes enfoques: http://www.filmesraros.com/loja/images/mind.jpeg http://www.usp.br/agen/bols/2000/Image217.gif AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 56 a) psicométrico – o entrevistador faz uso constante de uma série de instrumentos: testes, pesquisas, controle estatístico, etc., predeterminados, enquanto dispositivos para a aquisição de conhecimentos sobre o entrevistado. Nessa situação, dificilmente o entrevistador conseguirá aprofundar a relação, o encontro permanece mais em nível formal e informativo do que espontâneo criativo e transformador. Isso não quer dizer que seja menos válida ou mais superficial; b) psicodinâmico – a relação poderá ser mais aprofundada devido ao fato de o entrevistador contar com maior disponibilidade de tempo para questionar o entrevistado, e conduzir a situação de maneira “menos estruturada”. Sua atenção não está no aqui e no agora, ela atende a uma dinâmica de causa-efeito na qual submensagens poderão dificultar a comunicação; c) antropológico – abrange a relação ambiente-organismo na compreensão da comunicação. Qualquer dado será considerado, mas, nem sempre, é possível dizer em que momento ele está e onde será utilizado. Esse tipo de entrevista parece mais complexo, assim sendo, exige mais prática do entrevistador para analisar as informações. Técnicas de entrevista: bp0.blogger.com/.../-nj-4V07GVM/s400/Fleurs8.jpg. Um dos aspectos essenciais da entrevista está na investigação que se realiza durante o seu transcurso. As observações são registradas em função das hipóteses que o entrevistado emite. O entrevistador ordena na seguinte disposição: AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 57 observação, hipótese e verificação. Uma boa observação consiste, de algum modo, em formular hipóteses que vão sendo reformuladas durante a entrevista em função das observações subsequentes. No entender de Bleger (1980), o trabalho do psicólogo somente adquire real envergadura e transcendência quando coincidem a investigação e a tarefa profissional, porque estas são as unidades de uma práxis que resguarda a tarefa mais humana: compreender e ajudar os outros. Assim, indagação e atuação, teoria e prática, devem ser manejadas como momentos e aspectos inseparáveis do mesmo processo. Segundo Bleger (1980), a entrevista se diferencia de acordo com o beneficiário do resultado: a entrevista que se realiza em benefício do entrevistado, a exemplo da consulta psicológica ou psiquiátrica; a entrevista cujo objetivo é a pesquisa, valorizando, apenas, o resultado científico da mesma; a entrevista que se realiza para terceiro, neste caso, a serviço de uma instituição. Com exceção do primeiro tipo de entrevista, os demais exigem do entrevistador que desperte interesse ou motive a participação do entrevistado. Segundo Gil (1999), as entrevistas podem acontecer em duas modalidades: Face a face e por telefone. A entrevista tradicional tem sido realizada face a face. No entanto, nas últimas décadas, vem sendo desenvolvida a entrevista por telefone. As principais vantagens da entrevista por telefone, em relação à entrevista pessoal, são: custos mais baixos; facilidade na seleção da amostra; rapidez; maior aceitação dos moradores das grandes cidades, que temem abrir suas portas para estranhos; facilidade de agendar o momento mais apropriado para a realização da entrevista. São limitações da entrevista por telefone: interrupção da entrevista pelo entrevistado; menor quantidade de informações; impossibilidade de descrever as características do entrevistado ou as circunstâncias em que se realizou a entrevista; parcela significativa da população que não dispõe de telefone ou não tem seu nome na lista. Segundo Erickson (apud SCHEEFFER, 1977), algumas recomendações AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 58 devem ser aplicáveis ao processo de entrevista psicológica: o entrevistador deve ter o cuidado para não transformar a entrevista em uma conversa social. “Como posso ajudá-lo?”, é uma boa maneira de se iniciar uma entrevista; o entrevistador não deve completar as frases do entrevistado. Devem- se evitar perguntas que induzam respostas do tipo “sim” ou “não”. Não interromper o fluxo do pensamento do entrevistado, a não ser que ele se perca em ideias que fogem dos tópicos da entrevista; a atitude do entrevistador deve ser de aceitação completa das vivências do entrevistado. Não deve haver discussão de pontos de vista; as pausas e silêncios são, quase sempre, embaraçosos para o entrevistador. Nesses momentos, possivelmente, o entrevistado está revivendo experiências que nãoconsegue expressar verbalmente. Quando as pausas forem longas, o entrevistador poderá retomar um tópico anterior que estava sendo discutido; o tempo de entrevista deve ser marcado, e o entrevistado será comunicado de quanto tempo dispõe. Se necessário, marca-se outra(s) entrevista(s). Deve-se limitar o número de assuntos em cada sessão para não confundir o entrevistado; é necessário trocar o pronome pessoal “eu”, pelo uso de expressões mais vagas, tais como: “parece que ...”; “parece melhor ...”; etc.; recomenda-se fazer o resumo do que fora discutido em cada final de entrevista. E que o entrevistador faça uma síntese para o entrevistado do que foi abordado na sessão; o término da entrevista não deve transformar-se numa conversa social, sem nenhuma relação com os problemas discutidos. Isto pode prejudicar o resultado da entrevista. Segundo Foddy (2002), é aconselhável o investigador ou entrevistador: adotar uma atitude comum e casual. Ex. “Por acaso você...”; empregar a técnica “Kinsey” de olhar os inquiridos bem nos olhos, e colocar a pergunta sem rodeios de modo a que eles tenham dificuldade em mentir; AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 59 dotar uma aproximação indireta de modo a que os inquiridos forneçam a informação desejada sem terem consciência disso, a exemplo das técnicas projetivas; colocar as perguntas perturbadoras na parte final do questionário ou da entrevista de modo a que as respostas não sofram qualquer consequência desse efeito. Segundo Gilliéron (1996), podem-se estudar os comportamentos do paciente praticamente em relação a dois eixos: a anamnese do sujeito que permite a observação dos comportamentos repetitivos que dão uma ideia exata da sua personalidade: trata-se do ponto de vista histórico; a observação do comportamento do paciente quando da primeira entrevista também fornece indicações muito precisas sobre a organização da sua personalidade. Dinâmica da entrevista http://www.kaneoya.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2007/11/entrevista.jpg. O entrevistador, no seu papel de técnico, não deve expor suas reações e nem http://www.kaneoya.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2007/11/entrevista.jpg AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 60 sua história de vida. Não deve permitir em ser considerado como um amigo pelo entrevistado e, nem entrar em relação comercial, de amizade ou de qualquer outro benefício que não seja o pagamento dos seus honorários. Para Gilliéron (1996), a investigação repousará: na análise do comportamento do paciente com relação ao enquadre; em um modelo preciso suscetível de evidenciar a dinâmica relacional que se estabelece entre o paciente e o terapeuta; modelo de apoio objetal. O entrevistado deve ser recebido com cordialidade, e não de forma efusiva. Diante de informações prévias fornecidas por outra pessoa, se deixa claro que essas não serão mantidas em reserva. Em função de não abalar a confiança do entrevistado, estas lhe serão comunicadas. A reação contratransferencial deve ser encarada como um dado de análise da entrevista, não se deve atuar diante da rejeição, inveja ou qualquer outro sentimento do entrevistado. As atitudes do entrevistado não devem ser “domadas” ou subjugadas, não se trata de querer triunfar e nem se impor perante ele. Compete ao entrevistador averiguar como essas atitudes funcionam e como o afetam. O grau de repressão do entrevistado, de certo modo, tem uma relação direta com o nível de repressão do entrevistador. Necessariamente, o entrevistado que fala muito não traz à tona aspectos relevantes das suas dificuldades. A linguagem é um meio de transmitir informação, mas poderá ser também uma maneira poderosa de se evitar uma verdadeira comunicação (BLEGER, 1980). Nem sempre, uma carga emocional intensa significa uma evolução no processo. O silêncio é uma expressão não verbal que muitas vezes comunica bem mais que as palavras. O silêncio é, geralmente, o fantasma do entrevistador iniciante. Ele pode ser também uma tentativa de encobrir a faceta de um momento o qual o sujeito não consegue enfrentar. Castilho (1995) cita uma série de tipos de silêncio que são comuns nas dinâmicas de grupo, mas que também ocorrem, com bastante frequência, no processo de entrevista, etc. Para ilustrar foram destacados alguns tipos de silêncio: silêncio de tensão – é a expressão da ansiedade. Facilmente observado pela postura corporal tensa ou inquieta do entrevistado, da sua respiração ofegante, do tamborilar dos dedos, etc.; AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 61 silêncio de medo – deixa o entrevistado petrificado, na sua tentativa de fugir de uma situação psicologicamente ameaçadora. Esse silêncio suscita muita tensão e, como consequência, forte descarga psicossomática; silêncio de reflexão – surge normalmente após a intervenção do entrevistador, ou logo após um feedback, ou mesmo depois do entrevistador ter passado por algum tipo de vivência. Nele, observa-se a ausência de tensão, há um recolhimento introspectivo de elaboração mental; silêncio de desinteresse – o indivíduo perde o foco da atenção, camufla resistência, se desinteressa pela situação externa porque interiormente ela o atinge. A ansiedade na entrevista http://www.redepsi.com.br/portal/uploads/smartsection/images/item/c37r20060m2870.jpg. A ansiedade é parte da existência humana, todas as pessoas a sentem em grau variado, por vezes consiste em uma resposta adaptativa do organismo (SIERRA, 2003). Para Bion (apud ALMEIDA; WETZEL, 2001, p. 272), se duas pessoas estão em uma sala de análise sem angústia, não está havendo análise. Calligaris (apud GOLDER, 2000, p.151) percebe que, em todo encontro, o outro está imediatamente implicado enquanto “semelhante imaginário”, o que se busca primeiro é uma tela, uma espécie de cumplicidade, na qual supõe um sentido comum ao que estamos dizendo. Desse modo, a ansiedade é um indicativo do desenvolvimento de uma entrevista, e deve ser controlada pelo entrevistador, a sua própria, e a que aparece no entrevistado. http://www.redepsi.com.br/portal/uploads/smartsection/images/item/c37r20060m2870.jpg AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 62 Durante a situação de entrevista, tanto a ansiedade quanto os mecanismos de defesa do entrevistado podem aumentar, não somente devido a esse novo contexto externo que ele enfrenta, mas também devido ao perigo, em potencial, daquilo que desconhece em sua personalidade. O contato direto com seres humanos coloca o técnico diante da sua própria vida, saúde ou doença, conflitos e frustrações. Considerando que o entrevistador é um agente ativo na investigação, sua ansiedade torna-se um dos fatores mais difíceis de lidar. Em sua tarefa, o psicólogo pode oscilar facilmente entre a ansiedade e o bloqueio, sem que isto o perturbe, desde que possa resolver na medida em que surja. Toda investigação implica a presença de ansiedade frente ao desconhecido, e o investigador deve ter a capacidade para tolerá-la, assim, poderá manter o controle da situação. Há casos em que o investigador, devido aos seus bloqueios e limitações, se vê oprimido pela ansiedade, e recorre a mecanismos de defesa para se sentir seguro, e assim, elimina a possibilidade de uma investigação eficaz, uma vez que conduz a entrevista de maneira estereotipada. Outro problema frequente diz respeito a certa compulsão do entrevistador focalizar seu interesse ou encontrar perturbações exatamente na esfera que ele nega os seus próprios conflitos. A manipulação técnica, de toda ansiedade, deve ser realizada com referência à personalidade do entrevistado,e ao nível de timing (sincronização e ajustamento) que se tenha estabelecido na relação. Toda interpretação fora desse contexto implica em agressão ao paciente ou entrevistado. Cabe ao psicólogo saber calar, na proporção inversa da sua vontade compulsiva de interferir. Nessa ótica, Almeida e Wetzel (2001, p. 271) dizem que a interpretação algumas vezes vem de um desejo de intervenção com a finalidade de eliminar angústias (perda de continência), instados pela situação e autorizados pelo setting. Segundo Piaget (apud GIL, 1999), o bom entrevistador deve reunir duas qualidades: saber observar (não desviar nada, não esgotar nada); saber buscar (algo de preciso, ter a cada instante uma hipótese de trabalho, uma teoria, verdadeira ou falsa, para controlar). Douglas (apud FODDY, 2002) corrobora essa ideia quando afirma que entrevistar criativamente é ter determinação atendendo ao contexto, em vez de negar, ou não conseguir compreender. O que se passa em uma situação de entrevista é determinado pelo processo de perguntas e respostas, a entrevista AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 63 criativa agarra o imediato, a situação concreta, tenta perceber de que modo essa afetação vai sendo comunicada e, ao compreender esses efeitos, modifica a recepção do entrevistador, aumentando, assim, a descoberta das verdades. Transferência e contratransferência: www.rodrigues.psc.br. Transferência Freud (1914-1969) entende que a transferência é “[...] apenas um fragmento da repetição e que a repetição é uma transferência do passado esquecido [...] para todos os aspectos da situação atual” (p.166). A transferência é designada pela Psicanálise como um processo por meio do qual os desejos inconscientes se atualizam sobre determinados objetos, em certo tipo de relação estabelecida, eminentemente, no quadro da relação analítica. A repetição de protótipos infantis vividos com um sentimento de atualidade acentuada. Classicamente a transferência é reconhecida como o terreno em que se dá a problemática de um tratamento psicanalítico, pois são a sua instalação, as suas modalidades, a sua interpretação e a sua resolução que as caracterizam (LAPLANCHE; PONTALIS, 2004). A transferência e a contratransferência são fenômenos que estão presentes em toda relação interpessoal, inclusive na entrevista. Na transferência o entrevistado atribui papéis ao entrevistador, e se comporta em função deles, transfere situações e http://www.rodrigues.psc.br/ AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 64 modelos para a realidade presente e desconhecida, e tende a configurar esta última como situação já conhecida, repetitiva. No entender de Gori (2002, p. 78), repetindo transferencialmente, evoca-se a lembrança e é somente por meio da lembrança que temos acesso à história “[...] por meio da transferência é forjado num lugar intermediário entre a vida real e um ensaio de vida, para que o drama humano possa ter um desfecho”. A articulação do conceito de “momento sensível” (grifo da autora) passa pelo posicionamento do terapeuta. Esse instante preciso determina os mecanismos que instalam a transferência. Com efeito, é o momento em que uma relação de trabalho se torna possível. A abertura ao outro, a espera de ajuda vinda do exterior é forte e expõe o paciente tanto ao melhor quanto ao pior dessa interação (GOLDER, 2000). Nessa perspectiva, Gilliéron (1996, p. 14) diz que todos os pacientes procuram obter alguma coisa do terapeuta. Eles não buscam apenas a cura de um sintoma, mas também certa qualidade de relação. Os entrevistados revelam aspectos irracionais ou imaturos de sua personalidade, seu grau de dependência, sua onipotência e seu pensamento mágico. As transferências negativas e positivas podem coexistir em um mesmo processo, embora, quase sempre com predomínio relativo, estável ou alterado, de uma delas. Segundo Sang (2001, p. 319-320), é a situação analítica e não a sua pessoa o que levou a paciente a se apaixonar por ele, isto é, que o amor de transferência é essencialmente impessoal: “[...] o analista não deve nem reprimir nem satisfazer as pretensões amorosas da paciente”. Deve sim, tratá-las como algo irreal. No que é confirmado por Yalom (2006, p. 175), quando diz que os sentimentos que surgem na situação terapêutica. Geralmente pertencem mais ao papel que à pessoa, é um equívoco tomar a adoração transferencial como um sinal de sua atratividade ou charme pessoal irresistível. Contratransferência Na contratransferência emerge do entrevistador reações que se originam do campo psicológico em que se estrutura a entrevista. Porém, se constitui, quando bem conduzida, em um indício de grande significação e valor para orientar o entrevistador no estudo que realiza. Seu manejo requer preparação, experiência e AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 65 um alto grau de equilíbrio mental, para que 1) possa ser utilizada com validade e eficiência. Na contratransferência, salienta Gilliéron (1996), 2) a contratransferência não é mais considerada como uma criação unicamente do paciente, por ignorar a transferência do analista; 3) é problemático diferenciar a contratransferência normal da patológica (os dados à disposição do analista não permitem, quase sempre, uma diferenciação); 4) a tolerância à contratransferência já seria suficiente, dada aqui, a dificuldade da diferenciação dos sentimentos envolvidos na dupla; 5) devia-se, mais sábia e humildemente, fazer também a rota inversa: procurar no paciente, e não só procurar no analista; 6) a questão do confessar ou não, ou confessar/revelar até quando/quanto, os sentimentos contratransferências despertados. Para que o instrumento Entrevista Psicológica, de fato, se efetive como auxiliar no trabalho do psicólogo, não é o bastante a sua compreensão ou domínio teórico e técnico que fundamenta e norteia sua prática, mas também de experiências que são adquiridas em rollyplays por intermédio de estágio, supervisão; laboratório ou oficinas de sensibilidade. É preciso desenvolver a sensibilidade para entrevistar, aprender ser empático, saber lidar com a própria subjetividade e com a subjetividade do outro (entrevistando), facilitando assim que seu universo, um tanto livre das “ameaças”, se descortine. O entrevistador precisa adquirir a habilidade da “dissociação instrumental”, e ser capaz de adentrar esse universo, sem juízo de valor, sem preconceito, para que assim possa estar com o Outro, conhecer, não temer, se perder e se achar e, finalmente, voltar à realidade do contexto. E agora, de posse de sua bagagem técnica tecer suas observações, ponderações e considerações, de modo axiomático, considerado que a utópica da neutralidade sempre deverá ser perseguida. Os princípios éticos serão avivados em cada encontro, e nenhum instrumento poderá adquirir uma aura de prevalência sobre a pessoa do entrevistado, que é mais importante e assim deve ser respeitado. O que não significa ser “meloso”, por demais e muito menos autoritário. O entrevistador deve habilitar-se em se inscrever na virtualidade da distância AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 66 e proximidades ótimas que o trabalho possa fluir. Ser a pessoa na figura do profissional imbuído da intenção singular de realizar uma atividade sem perder sua essência humana. Nessa investida, é fundamental que o profissional se “conheça”, e que faça de rotineiras as reflexões sobre suas atitudes, postura e comportamento, bem como de que tenha também flexibilidade em reformulá-los, quando a necessidade aponte. Muito do trabalho do psicólogo certamente vem em consequência do “automergulho” que lhe dará a basena qual se apoiam a sua atuação e intervenção com toda transparência. INTERVENÇÃO 158 http://www.cuorecursos.org.br/img/cursos_psico.jpg. Abordagem sistêmica Parte da teoria geral dos sistemas e da teoria da comunicação de Watzlawick é um paradigma que emerge das ciências exatas e fornece uma base teórica e prática de compreensão dos sistemas humanos. Nos anos 40, Ludwig von Bertalanffy publicava uma série de princípios válidos para vários sistemas (biológicos, físico-químicos, sociais). O sistema é um complexo organizado em múltiplos elementos que estão em interação recíproca no seu interior e com o meio. Um sistema pode ser aberto (auto- organizado) ou fechado (entropia). A perspectiva sistêmica constitui um bom suporte teórico para a intervenção, http://www.cuorecursos.org.br/img/cursos_psico.jpg AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 67 especialmente em terapia familiar. Põe em causa uma epistemologia linear, unidirecional e contextualiza os problemas humanos, não em um único sentido, mas em função dos contextos em que emergem os problemas. Alarga a perspectiva de intervenção, centrada apenas em um sistema pessoal, para uma perspectiva que se centra nos contextos de vida e nas redes de apoio dos sujeitos. Esses pressupostos são aplicados, sobretudo, na terapia familiar. Modelo cognitivo-comportamental “O que perturba o ser humano não são os fatos, mas a interpretação que ele faz dos fatos” (Epitectus - Século I) Essa perspectiva teve origem nos trabalhos de Aaron Beck e Albert Ellis. Sugere que as nossas crenças e atribuições desempenham um importante papel no comportamento. Essa abordagem é historicamente baseada nos princípios da aprendizagem e da psicologia experimental. Centra-se no comportamento observável e não observável. Pensamentos adquiridos por meio da aprendizagem e do condicionamento no ambiente social. As terapias cognitivo-comportamentais compartilham alguns pressupostos básicos, ainda que existam diferentes abordagens conceituais e estratégicas para os diversos transtornos. Há algumas características essenciais no núcleo das terapias cognitivo- comportamentais (DOBSON, 2001): a atividade cognitiva influencia o comportamento; a atividade cognitiva pode ser monitorada e alterada; o comportamento desejado pode ser influenciado mediante a mudança cognitiva. Essa terapia baseia-se na premissa que uma inter-relação entre cognição, emoção e comportamento é parte integrante do funcionamento psicológico normal. Um acontecimento de vida pode acarretar inúmeras formas de agir, sentir e pensar, mas não é o evento em si que gera as emoções e comportamentos, é o que nós pensamos e interpretamos sobre esse evento. Outra premissa é que as distorções cognitivas são muito frequentes em AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 68 diferentes transtornos. Ao contrário do que acontece com o modelo psicanalista, o material trazido à consulta não é interpretado pelo terapeuta, mas elaborado conjuntamente com o cliente, com o objetivo de identificar, examinar e corrigir as distorções do pensamento que causam sofrimento emocional ao indivíduo. Albert Ellis centrou-se nas crenças irracionais para lidar com pensamentos e comportamentos problemáticos. Pensamentos como “toda a gente deve me apreciar”, “ninguém vai amar alguém tão feio como eu” vão inevitavelmente conduzir à decepção. Aaron Beck desenvolveu a terapia cognitiva para tratar a depressão e outros problemas. Beck considera que durante o desenvolvimento, as pessoas formulam regras sobre o funcionamento do mundo, tendendo serem simplistas, inflexíveis e frequentemente baseadas em concepções errôneas. As abordagens cognitivistas podem-se distinguir em duas tradições: cognitivismo substantivo racionalista – centra-se no conteúdo, pensamento interno, mecanicista (Ellis, Beck, Meichenbaum, D’Zurilla, etc.); cognitivismo construtivista desenvolvimental – o construtivismo prega que o conhecimento e a experiência humana implicam em uma pró-ação ativa do sujeito, a importância das emoções e os problemas psicológicos refletem diferenças entre as exigências do ambiente e a capacidade adaptativa do cliente. Abordagem humanista Essa abordagem tem as suas origens na filosofia europeia e no trabalho psicoterapêutico de Victor Frankl, Carl Rogers, Abraham Maslow, Rollo May, Fritz Perls e outros. Rejeitando as premissas básicas das teorias psicodinâmicas e comportamentalista, os humanistas assumem uma abordagem fenomenológica que enfatiza a percepção individual e a experiência. Tendem a ver as pessoas como ativas, pensadoras, criativas e orientadas para o crescimento. Consideram que as pessoas são basicamente bem intencionadas e que naturalmente lutam pelo crescimento, amor, criatividade e autoatualização. Em vez de se centrar na influência do passado, os humanistas focam-se no “aqui e agora” ou presente. AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 69 Exemplos de conceitos e técnicas humanistas empatia – capacidade de ver o mundo a partir da perspectiva da outra pessoa. Transmite a sensação de ser ouvido e compreendido; aceitação incondicional – aceitar totalmente os sentimentos e pensamentos do cliente; autoatualização – as pessoas tendem a procurar o crescimento e a atingir o seu máximo potencial; congruência – o terapeuta manifesta sentimentos autênticos durante a consulta. É uma harmonia entre os sentimentos e as ações. A terapia centrada no cliente é a perspectiva de Carl Rogers e é um dos exemplos mais clássicos da abordagem humanista. Usa técnicas não diretivas (indutoras) como a escuta ativa, empatia, congruência e aceitação incondicional. A empatia sincera é necessária para as pessoas se sentirem aceitas e compreendidas e para permitir o crescimento. Abordagem comportamentalista O expoente moderno mais importante do behaviorismo foi Skinner (1904- 1990), que considerava que o único objeto da Psicologia era o comportamento manifesto (observável). Nessa abordagem, pretende-se manipular e controlar o comportamento por meio do reforço (quando as pessoas têm o comportamento desejado, aumentando a hipótese da sua ocorrência) e por meio de castigos (quando as pessoas se comportam de maneira indesejável). A aprendizagem pode fazer-se por condicionamento clássico, em um estímulo, até aí neutro, é associado com dado motivacionalmente significativo e surge uma resposta. Ex.: condicionamento clássico de Pavlov: Pavlov reparou que os cães salivavam muitas vezes sem razão fisiológica aparente, para que tal acontecesse. O cão aprende uma associação entre o alimento e um sinal casual que precedia o alimento. Pavlov verificou que ao tocar a AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 70 campainha antes de dar comida ao cão, este começava a salivar quando ouvia a campainha, após alguns ensaios de associação entre campainha e comida – o que originava o reflexo condicionado. Uma campainha começava a tocar e passado algum tempo, com a campainha ainda a tocar, era fornecido ao animal comida. A sequência campainha-comida foi repetida uma série de vezes. Aos poucos, a quantidade de saliva produzida começou a aumentar logo após a campainha tocar. O cão salivava ao ouvir a campainha, o que não sucedia no início da experiência. A associação repetida entre o som da campainha (estímulo neutro) e a carne transformaram o estímulo inicialmente neutro (campainha) em um estímulo condicionado que agora provocava a salivação sob a forma de um reflexo condicionado. No condicionamento operante, há um aumento da probabilidade de resposta em um determinadomeio ambiente devido ao reforço da resposta. Ex.: rato que carrega em uma alavanca para obter uma recompensa de comida. Vários autores duvidaram da capacidade desse “behaviorismo radical” para explicar a complexidade do comportamento humano. As grandes diferenças de personalidade indicam que não é só importante o que as pessoas fazem, mas também o que pensam e esperam (expectativas). Isto levou a uma evolução do comportamentalismo, aceitando conceitos como expectativa e crença. Esses são os teóricos da aprendizagem social, como Albert Bandura e Walter Mischel. Defendem que muitas das diferenças individuais são basicamente cognitivas: são os modos diferentes de interpretar o mundo, de pensar e agir sobre ele. Assim, os comportamentos podem ser aprendidos e desenvolvidos pela observação do comportamento dos outros, em vez de ter de realizar esse comportamento ou ser reforçado para um determinado comportamento. Essa abordagem também valoriza o papel das expectativas no desenvolvimento do comportamento. Por exemplo, alguém pode dedicar muito tempo e dinheiro para obter uma licenciatura, porque espera que essa qualificação vá originar uma carreira e vida satisfatória. Abordagem psicodinâmica AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 71 Foi fundada com o trabalho de Sigmund Freud. Muitos neofreudianos e outros revisionistas fizeram uma grande adaptação, desenvolvimento e mudança na abordagem básica de Freud. Essa abordagem ainda mantém certas concepções sobre o comportamento humano e problemas psicológicos. Defende que o comportamento humano é influenciado por desejos intrapsíquicos, motivações, conflitos e impulsos. Os mecanismos de defesa do ego (adaptativos ou não) são utilizados para lidar com conflitos, desejos, necessidades e fantasias não resolvidas, que contribuem para o comportamento normal ou anormal. As experiências precoces na infância desempenham um papel fundamental no desenvolvimento psicológico e no comportamento adulto. A compreensão dessas influências inconscientes e a sua discussão e integração nas experiências quotidianas ajudam a melhorar o funcionamento psicológico. A relação de transferência que se desenvolve entre o cliente e o terapeuta também ajuda a melhorar o funcionamento psicológico. Freud desenvolveu uma compreensão do comportamento humano baseada em três estruturas mentais, que normalmente estão em conflito: o id, inato, funciona segundo o princípio do prazer e representa todos os desejos e necessidades mais primitivas. O id não conhece juízos de valor, moral, ou o bem ou o mal. O id procura a satisfação imediata sem considerar as circunstâncias da vida real. A nossa energia psíquica básica (libido) está contida no Id e exprime-se por meio da redução da tensão. Contudo, para a satisfação das necessidades é preciso interagir com o mundo real. O ego, que é mediador entre o id e o mundo exterior, ajuda nessa interação; o ego, que funciona segundo o princípio da realidade, mantém em suspenso as exigências para o prazer que provêm do id, até que se encontre um objeto apropriado para satisfazer a necessidade e reduzir a tensão. Desenvolve-se por volta do primeiro ano de idade e representa os aspectos racionais e razoáveis da nossa personalidade, bons e maus pensamentos e comportamento). Irá haver um conflito inevitável entre id, ego e superego para lidar com a ansiedade e desconforto e a necessidade de utilizar mecanismos de defesa do ego. O ego está em uma posição difícil, pois tem de lidar com forças opostas. Os AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 72 mecanismos de defesa são estratégias desenvolvidas pelo ego para proteger o indivíduo desses conflitos internos e, em geral, inconscientes. Eles ajudam a lidar adaptativamente, ou não, com a inevitável ansiedade de ser humano. Há uma variedade de mecanismos de defesa, como a repressão (manter pensamentos, desejos, sentimentos e conflitos desagradáveis fora da consciência). Negação (negar que existem pensamentos ou sentimentos problemáticos), sublimação (substituição de uma meta que não pode ser satisfeita por outra socialmente aceitável), projeção (a origem da ansiedade é atribuída a outra pessoa). Freud também definiu vários estádios psicossexuais do desenvolvimento da personalidade. No decorrer desses estádios, as crianças são autoeróticas ao obter prazer erótico quando estimulam as zonas erógenas do corpo. Cada estádio tende a estar localizado em uma determinada zona erógena. Estes incluem as fases: oral, anal, fálica, latente e genital. o estádio oral vai desde o nascimento até ao segundo ano de vida. A estimulação da boca (sugar, morder, etc.) é a fonte de satisfação erótica; no estádio anal, a satisfação vai da boca para o ânus e as crianças têm prazer na zona anal. Nessa fase treinam a higiene pessoal e as crianças podem reter ou expelir fezes; no estádio fálico, por volta do quarto ano de idade, a satisfação erótica passa para zona genital, havendo manipulação e exibição dos órgãos genitais. Nesse estádio há o desenvolvimento do Complexo de Édipo, em que o rapaz desenvolve um desejo incestuoso e de morte, desejando unir-se à mãe e eliminar o pai. Os medos de retaliação e de castração resultam na repressão desses impulsos e na identificação com o pai. O objetivo dessa abordagem é o insight-compreensão de fatores inconscientes que levam a comportamentos e sentimentos problemáticos, por intermédio de uma análise aprofundada e cuidadosa do papel de desejos, impulsos e conflitos inconscientes na vida diária. Técnicas como a associação livre (dizer tudo o que nos passa pela cabeça), a análise dos sonhos e a interpretação são usadas para compreender e tratar vários problemas. AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 73 EQUIPE MULTIPROFISSIONAL 165 http://www.qualitare.com.br/imagens/equipe.jpg. O trabalho em equipe multidisciplinar consiste em uma forma especial de organização, que visa, principalmente, a ajuda mútua entre profissionais de uma mesma área, no caso da Psicologia, a área de Saúde. O trabalho em equipe deve ser descrito como um conjunto ou grupo de pessoas que se dedicam a realizar uma tarefa ou um determinado trabalho, visando um objetivo comum, nesse caso é a pessoa atendida. A grande maioria dos transtornos psicológicos requer o auxílio de um médico psiquiatra, um neurologista, um nutricionista, assistente social, fonoaudiólogo ou profissional de Educação Física. Percebe-se, nesse caso, que um bom profissional jamais deve ficar restrito à sua área de atuação, mas estudar sobre tudo aquilo que poderá beneficiar o paciente. Muitas vezes, por exemplo, a ajuda de um profissional do Direito é imprescindível. São muitas as crianças abusadas sexualmente que chegam ao consultório de Psicologia; também são bastante comuns casos de mulheres violentadas e espancadas por seus companheiros. Valorizando cada indivíduo e permitindo que todos façam parte de uma mesma ação, seja no campo escolar, profissional ou, até mesmo, em atividades cotidianas. O trabalho em equipe, além de possibilitar a troca de conhecimento é http://www.qualitare.com.br/imagens/equipe.jpg AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 74 determinante nas relações humanas, pois motiva o grupo a buscar de forma coesa os objetivos traçados. Os estudos de caso devem fazer parte da rotina de consultórios e policlínicas de Saúde. Também uma boa supervisão e psicoterapia pessoal são suportes valiosos na rotina de um bom profissional de Psicologia. É preciso ficar claro que não há profissão melhor ou pior que a outra. O que deve existir é a consciência de que,em se tratando de seres humanos, nenhum tipo de conhecimento é demais. Todo conhecimento é válido e jamais se conhece sobre tudo. O trabalho em equipe é necessário e fundamental. Na visão do psicólogo Abraham Maslow (1908-1970), considerado por muitos como o profissional que deu início à Psicologia Transpessoal (área da Psicologia que estuda a consciência nos seus diferentes níveis e a sua relação com os aspectos evolutivos do ser). O trabalho em equipe possibilita dar e receber, por parte de cada um de seus membros, afeição, aceitação e sentimento de importância. Para Maslow, “isto faz com que o indivíduo cresça, tornando o trabalho determinante, pois o objetivo a ser alcançado depende, exclusivamente, da satisfação psicológica do indivíduo bem como das relações humanas”. A necessidade de desenvolvimento do trabalho em equipe passa por diversos fatores de importância para a evolução profissional, como a definição de prioridades, o ajuste de metas, otimismo e o “estar aberto” a mudanças. Todas essas qualidades, quando são acrescidas ao ser individual (si próprio), pode significar o sucesso nas relações pessoais, o que forma um círculo virtuoso, propiciando assim as tarefas conjuntas. É importante perceber que, quando se fala em trabalhar em equipe, fala-se em maior volume de atividades, mais e maior responsabilidade, comprometimento, flexibilidade, colaboração e esforço pessoal, detalhes que acabam sendo descobertos a cada novo dia de trabalho. Entretanto, como benefício, um grupo coeso aflora muitas características até então passadas despercebidas no individual, como a criatividade, a participação, visão de futuro, questionamento de posições e colocações e senso crítico. Segundo a psicóloga Solange B. R. Cremasco, a motivação é um fator substancial que deve estar ligado ao trabalho em equipe. De acordo com ela, esse atributo individual do ser humano representa o comprometimento e a “chave para o AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 75 sucesso que está ao alcance de todos”. “Quanto maior for o grau de responsabilidade, quanto maior for o universo de aprendizado e as perspectivas de evolução, muito mais eles (os profissionais) se envolvem com as atividades que lhes são atribuídas e, consequentemente, a motivação sempre se encontrará no topo”, conclui. Trabalhar em equipe significa compartilhar uma direção comum. Além disso, atividades desenvolvidas em conjunto encorajam o grupo, o que aumenta o desempenho na hora de realizar atividades, transmitindo autoconfiança, habilidade e união, características primordiais para o sucesso. Isso também vale para os profissionais de saúde, incluindo aí os profissionais de Psicologia. PRESENTE E FUTURO DA PSICOLOGIA CLÍNICA 168 A Psicoterapia é um valioso recurso para lidar com as dificuldades da existência em todas as formas que o sofrimento humano pode assumir como transtornos psicopatológicos, crises pessoais, crises de relacionamentos, conflitos conjugais e familiares, distúrbios psicossomáticos, dificuldades nas transições da vida, crises profissionais, etc. Também é um espaço favorável ao crescimento pessoal, um lugar, tempo, modo privilegiado de criar intimidade consigo mesmo, de estabelecer diálogos construtivos, abrir novos canais de comunicação, de transformar padrões estereotipados de funcionamento, restabelecendo o processo formativo e criativo de cada um. Ela oferece uma oportunidade de compreender e mudar os padrões de vínculo e relação interpessoal. Os problemas vinculares são fonte de incontáveis sofrimentos e doenças. A Psicoterapia ocupa hoje um lugar fundamental na área da Saúde, por trazer uma visão integrada do homem, considerando as dimensões orgânicas, psíquicas e sociais conjuntamente participantes na produção da existência humana e de seus problemas. Em alguns casos, a Psicoterapia cumpre também uma função de educação para a vida. Essa é uma área pouco considerada em nossa cultura, porém evidente quando as pessoas se veem inaptas para lidar com situações como crises conjugais, AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 76 desemprego ou envelhecimento, por exemplo. A Psicoterapia é um espaço especial de atenção às dificuldades da vida e aos caminhos internos para solucioná-los. Seus resultados demonstram uma grande potência de transformação de vidas. Todos os últimos avanços na área da Psicologia e Psicoterapia têm permitido alcançar resultados cada vez maiores e mais significativos. Os prazos variam com os objetivos: http://wagbarart.files.wordpress.com/2007/02/59.jpg. No geral, os prazos de tratamento são relativos aos objetivos almejados. Há vários desenvolvimentos recentes em psicoterapias breves, que são focadas em objetivos mais específicos. Atualmente é possível atingir resultados significativos em períodos de 3 a 12 meses e há muitos processos terapêuticos profundos que se encerram satisfatoriamente em prazos inferiores há três anos. Muitas pessoas obtêm resultados significativos no início do tratamento, compensando os investimentos realizados. http://wagbarart.files.wordpress.com/2007/02/59.jpg AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 77 Há casos que demandam um trabalho terapêutico mais demorado, geralmente com problemática psicopatológica mais severa, envolvendo traumas precoces, desorganização psicológica, problemas vinculares sérios, etc. Esses trabalhos podem demandar anos de trabalho árduo, compensados por ajudas significativas que o trabalho psicológico pode trazer. Algumas pessoas encontram na terapia um lugar fundamental de acompanhamento de seu processo de vida, onde são trabalhadas transformações mais profundas ao longo de vários anos. São situações em que o processo terapêutico não tem um prazo definido e segue em comum acordo entre o psicoterapeuta e o cliente. Apesar de poder parecer, à primeira vista, um tratamento oneroso em termos de tempo e dinheiro, a Psicoterapia tem se mostrado, na realidade, um modo econômico de tratamento. Pesquisas indicam, por exemplo, que a Psicoterapia diminui os índices de consumo de medicamentos e de internações hospitalares. A Psicoterapia tem se mostrado também um tratamento economicamente compensador por prevenir e tratar problemas psicológicos que, quando não tratados adequadamente, trazem enormes prejuízos econômicos para as pessoas e para o país. As várias aplicações da Psicoterapia: AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 78 . Vários estados de sofrimento, crises, transtornos e doenças têm encontrado uma solução e melhora apenas com o auxílio da Psicoterapia. Não é possível hoje se falar em doenças sem uma consideração pela dimensão psicológica e emocional. Cada vez está mais evidente a natureza psicossomática de todas as experiências humanas. A saúde psicológica é pré- condição e parte integrante da saúde global. Cada ser psicossomático vive uma história de interações, encontros e acontecimentos em que as doenças (orgânicas ou mentais) resultam também dos desequilíbrios existenciais e de soluções inadequadas de vida. A Psicoterapia é um processo que permite transformações profundas da personalidade, com resultados evidentes em diversas situações como: tratamento de vários transtornos como pânico, fobias, depressão, anorexia, bulimia, frigidez, impotência, etc.; resolução de conflitos pessoais, interpessoais, conjugais, familiares, profissionais etc.; crises existenciais, transições difíceis (luto, crises profissionais, etc.) e mudanças de fases de vida (puberdade, adolescência, vida adulta, menopausa, envelhecimento, etc.); aprendizadoimplicaria uma opção e conduta pessoal voluntária, o que pode não ser verdadeiro, pois pode estar condicionado a fatores sociais, culturais, entre outros. De qualquer modo, o importante é saber e reconhecer essa abrangência e complexidade causal: saúde e doença não são estados estanques, isolados, de causa aleatória – não se está com saúde ou doença por acaso. Há uma determinação permanente, um processo causal, que se identifica com o modo de organização da sociedade. Daí se dizer que há uma “produção social da saúde e/ou da doença”. Em última instância, como diz Breilh, “o processo saúde-doença constitui uma expressão particular do processo geral da vida social”. Outro nível de compreensão que se há de ter em relação ao processo saúde-doença é o conceito do que é ser ou estar doente ou o que é ser ou estar saudável. Sem aprofundar as grandes discussões sobre esse tema, que envolvem entre outras, como base de discussão preliminar e compreensão, as categorias da “representação dos indivíduos” e a “representação dos profissionais” ou mesmo das instituições de saúde. Em um sentido mais pragmático pode-se destacar que em toda população há indivíduos sujeitos a fatores de risco para adoecer com maior ou menor frequência e com maior ou menor gravidade. Além do que, há diferenças de possibilidades entre eles de “produzir condições para sua saúde” e ter acesso aos AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 7 cuidados no estado da doença. Há, portanto, grupos que exigem ações e serviços de natureza e complexidade variada. Isso significa que o objeto do sistema de saúde deve ser entendido como as condições de saúde das populações e seus determinantes, ou seja, o seu processo de saúde-doença. Visando produzir progressivamente melhores estados e níveis de saúde dos indivíduos e das coletividades, atuando articulada e integralmente nas prevenções primária, secundária e terciária, com redução dos riscos de doença, sequelas e óbito. 95 Desse modo, há que se compreender outra dimensão, que é aquela que coloca o processo de intervenção, por meio de um sistema de cuidados para a saúde, para atender as necessidades, demandas, aspirações individuais e coletivas, como, um processo técnico, científico e político. É político no sentido de que se refere a valores, interesses, aspirações e relações sociais e envolve a capacidade de identificar e privilegiar as necessidades de saúde individuais e coletivas. Resultantes daquele complexo processo de determinação e acumular força e poder para nele intervir, incluindo a alocação e garantia de utilização dos recursos necessários para essa intervenção. É técnico e científico no sentido de que esse saber e esse fazer em relação à saúde- doença da população não devem ser empíricos, mas podem e devem ser instrumentalizados pelo conhecimento científico e desenvolvimento tecnológico, pelo avanço e progresso da ciência. Portanto, o saber e o fazer em relação à saúde da população mediante um sistema de saúde é uma tarefa que implica a concorrência de várias disciplinas do conhecimento humano. E a ação das diversas profissões da área de saúde, bem como ação articulada entre os diversos setores, que é requerimento para a produção de saúde. E aquela dimensão política inerente a esse processo social remete para a necessidade de satisfazer outro requerimento, próprio dos processos políticos democráticos, que é a participação social, ou seja, a participação ativa da população na formulação, desenvolvimento e acompanhamento das políticas e dos sistemas de saúde. Que hoje, no Sistema Único de Saúde (SUS), está minimamente estabelecida nos conselhos de saúde (nacional, estadual e municipal) e conferências de saúde. AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 8 SAÚDE MENTAL 96 . O conceito de saúde mental deve envolver o homem no seu todo biopsicossocial (biológico, psicológico e social), o contexto social em que está inserido assim como a fase de desenvolvimento em que se encontra. Nesse sentido, podemos considerar a saúde mental como um equilíbrio dinâmico que resulta da interação do indivíduo com os seus vários ecossistemas: O seu meio interno e externo; as suas características orgânicas e os seus antecedentes pessoais e familiares (BENEDITO, 1975). Em uma abordagem à influência de fatores sociais na saúde mental, foi referido que a saúde mental deixou de ser a ausência de doença, problemas mentais e psíquicos, mas sim a percepção e consciência dessas condições, e a possibilidade pessoal e/ou coletiva de solucioná- las, de modificar e de intervir sobre elas (URIBE VASCO et al., 1994). DEFICIÊNCIA MENTAL http://s.socialesaude.zip.net/ AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 9 A partir do século XX, começou-se a estabelecer uma definição para o deficiente mental; e essa definição diz respeito ao funcionamento intelectual, que seria inferior à média estatística das pessoas e, principalmente, em relação à dificuldade de adaptação ao entorno. (DSM-IV, CID 10). Segundo a descrição do DSM. IV, a característica essencial do retardo mental é quando a pessoa tem um “funcionamento intelectual significativamente inferior à média, acompanhado de limitações significativas no funcionamento adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, autocuidados, vida doméstica, habilidades sociais, relacionamento interpessoal, uso de recursos comunitários, autossuficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança”. Essa é também a definição de deficiência mental adotada pela Associação Americana de Deficiência Mental (AAMR). Na deficiência mental, como nas demais questões da saúde mental, a capacidade de adaptação do sujeito ao objeto, ou da pessoa ao mundo, é o elemento mais fortemente relacionado à noção de normalidade. Teoricamente, deveriam ficar em segundo plano as questões mensuráveis de Coeficiente de Inteligência (QI) já que a unidade de observação é a capacidade de adaptação. Acostumamos a pensar na deficiência mental como uma condição em si mesma, um estado patológico bem definido. Entretanto, na grande maioria das vezes a deficiência mental é uma condição mental relativa. A deficiência será sempre relativa em relação aos demais indivíduos de uma mesma cultura, pois a existência de alguma limitação funcional, principalmente nos graus mais leves, não seria suficiente para caracterizar um diagnóstico de deficiência mental, se não existir um mecanismo social que atribua a essa limitação um valor de morbidade. E esse mecanismo social que atribui valores é sempre comparativo, portanto, relativo. Como vimos nas definições acima, deficiência mental é um estado onde existe uma limitação funcional em qualquer área do funcionamento humano, considerada abaixo da média geral das pessoas pelo sistema social onde se insere a pessoa. Isso significa que uma pessoa pode ser considerada deficiente em uma determinada cultura e não deficiente em outra, de acordo com a capacidade dessa pessoa satisfazer as necessidades dessa cultura. Isso torna o diagnóstico relativo. AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 10 Segundo critérios das classificações internacionais, o início da deficiência mental deve ocorrer antes dos 18 anos, caracterizando assim um transtorno do desenvolvimento e não uma alteração cognitiva como é a demência. Embora o assunto comporte uma discussão mais ampla, de modo acadêmico, o funcionamento intelectual geral é definido pelo Quociente de Inteligência (QI ou equivalente). CLASSIFICAÇÕES DA DEFICIÊNCIA MENTAL A deficiência mental se caracterizado autogerenciamento da capacidade de lidar com o estresse, dialogando com os estados afetivos internos e os efeitos dos desafios e problemas da vida; descoberta de novos modos de conduzir a própria vida; aquisição de autoconhecimento, autonomia e amadurecimento pessoal. Os tipos de Psicoterapia: Os principais tipos são: Psicoterapia Individual para crianças, adolescentes, adultos e idosos; Psicoterapia de Grupo; Psicoterapia de Casal; Psicoterapia de Família; Atendimento Emergencial. http://casadooriente.blogs.sapo.pt/arquivo/Terapia.jpg AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 79 O processo terapêutico mais profundo: http://www.orizamartins.com/sld_hdr.gif. O processo terapêutico é como atravessar um túnel. Nesse túnel você vai rever muitas cenas da história da sua vida de um ângulo completamente novo, fazendo conexões inusitadas entre os eventos e percebendo a potência do passado para moldar quem você é hoje. Na travessia desse túnel você aprenderá a reconhecer os seus padrões de comportamento, que levam você a se comportar de modo parecido em situações diferentes, inclusive repetindo os mesmos erros. Você aprenderá a reconhecer o “como” do seu comportamento: como você age, como se relaciona, como pensa, sente. E aprenderá caminhos para poder influenciar e transformar esses padrões. Essa é uma travessia acompanhada de alguém que pode ajudar você a se compreender. Alguém que pode lhe ajudar a transformar o seu jeito de ser, a mudar e a se conhecer profundamente. Essa travessia pode mudar completamente a sua vida. http://www.orizamartins.com/sld_hdr.gif AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 80 O vínculo na Psicoterapia: http://www.centrinho.usp.br. A base de uma boa terapia está na relação terapêutica. A boa terapia se desenrola em um enquadre clínico (ambiente pré-definido) com um clima terapêutico favorável. Aí está um dos segredos dessa arte: criar um ambiente que permita a revelação dos mundos internos e favoreça o desenvolvimento do processo singular de cada um. Nesse clima é possível que o ser mais oculto e amedrontado se mostre, seja ouvido, transforme-se, que o processo formativo possa prosseguir formando vida. O ser humano nasce, cresce e vive em ambientes vinculares. Desses ambientes emocionais depende seu bem-estar e suas realizações na vida. Os problemas vinculares – da primeira infância à terceira idade – afetam profundamente a capacidade que as pessoas têm de amar, trabalhar e viver. A Psicoterapia é um espaço para se esclarecer e transformar essas dificuldades vinculares. E esse processo ocorre por meio de uma relação saudável com um profissional eticamente comprometido e tecnicamente qualificado. http://www.centrinho.usp.br/ AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 81 Por que a Psicoterapia funciona? 174 bp0.blogger.com/.../mSnJf2Dk2Xg/s320/afeto.jpg. É comum a desconfiança nos processos terapêuticos. Pela própria história da Ciência, exigindo uma quantificação, para que se legitime, fica mais difícil acreditar em um saber profissional que lide com a subjetividade. No entanto, as pesquisas, de caráter científico ou não, têm demonstrado uma grande eficácia da Psicoterapia. Mesmo as recentes tecnologias de mapeamento cerebral têm permitido demonstrar como o tratamento psicológico age, transformando o funcionamento cerebral. A eficácia que vinha se demonstrando há muitos anos tem sido corroborada recentemente pelos novos conhecimentos das neurociências. Pela complexidade do tema existem centenas de livros e pesquisas explorando e explicando porque a Psicoterapia funciona. Mesmo assim, como simples exercício de compreensão, vamos listar alguns motivos para explicar a efetividade da Psicoterapia, dos mais simples aos mais complexos. No início da lista, como em um continuum, temos aqueles motivos que são comuns a outras relações de ajuda, mesmo não profissionais, como uma conversa íntima com um amigo, uma conversa sobre um problema pessoal com um professor, um médico, etc. Avançando na lista vamos chegando aos motivos que são mais comuns na Psicoterapia até aqueles que são exclusivos da Psicoterapia – possíveis pelo cuidadoso treinamento teórico e técnico adquirido pelo psicólogo em sua trajetória de formação profissional. Eis o continuum com alguns motivos pelos quais a Psicoterapia funciona: AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 82 1) é fundamental ter alguém em quem confiar e com quem se possa dividir o peso do problema que se vivencia. Compartilhar auxilia sobremaneira a aliviar a carga emocional e consequentemente se sofre menos. Além disso, terá ao lado um profissional capaz de escutar e de guardar sigilo, além de não alimentar preconceitos e cobranças muitas vezes moralistas; 2) provavelmente formarão um vínculo afetivo e o próprio vínculo tem um poder de cura. É mais fácil superar muitas dores por meio de uma relação autêntica de respeito mútuo do que sozinho. A relação terapêutica é uma relação de ajuda, de compreensão e apoio; 3) a psicoterapia é um ponto obrigatório para se parar e pensar na própria vida. Ao parar para um momento de reflexão, são revistos valores e projetos futuros. Parar, observar e refletir permite muitas mudanças de orientação, sentido, rumo e aprofundamento da experiência de vida. A vida não consiste apenas em produzir, mas em ser feliz. Este deve ser o verdadeiro sentido da vida; 4) o psicólogo clínico (psicoterapeuta) é outro, com o olhar e a perspectiva de um outro, o que lhe ajudará ver a sua vida de um modo diferente, lhe fazer perguntas diferentes, ajudá-lo a perceber as coisas de um ângulo que você não tinha visto antes e nem suspeitava ser possível; 5) o psicoterapeuta conhece teorias psicológicas que ajudam na compreensão do que ocorre com o ser humano, auxiliam na identificação do que pode estar errado em sua vida, a direção na qual você está seguindo e as mudanças de rumo necessárias. A partir de seu conhecimento o psicólogo pode apontar: O que olhar? Como olhar? O que fazer com o que se descobre? Para que essas descobertas possam ser construtivas em sua vida; 7) o psicoterapeuta conhece métodos de investigação que tornam possível descobrir aspectos da sua personalidade que seriam inacessíveis a uma observação não treinada. Há um amplo repertório de técnicas de investigação da personalidade que permitem esclarecer problemas de modo extremamente eficaz; 8) o psicoterapeuta domina técnicas terapêuticas que permitem realizar mudanças profundas na existência; 9) o psicoterapeuta está preparado para compreender você a partir do vínculo que você estabelece com ele, das respostas emocionais que você suscita nele. Em seu treinamento ele afinou a si mesmo como instrumento de trabalho para AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 83 reconhecer pequenas nuances do que você mostra na relação com ele (e consequentemente com os outros) e assim poder compreender seus modos de vinculação e suas dificuldades em relacionamentos; 10) o psicoterapeuta é capaz de oferecer uma presença autêntica no vínculo com você. Essa relação funciona como catalisadora de processos de mudança necessários em sua vida, incluindo a superação dos efeitos de traumas de relacionamentos anteriores; 11) o psicoterapeuta passou por todos esses passos anteriores, tendo estado em todos os papéis, como cliente, como profissional e como observador. O que o habilita a “sentir-se em casa” em situações difíceis e poder caminhar por terrenos inóspitos, cheios de sofrimento e problemas emocionais e saber o melhorcaminho a seguir. Certamente essa lista poderia ser estendida, mas o que se pretende é apenas oferecer uma ideia do trabalho da Psicologia Clínica em uma linguagem diferente daquela do universo teórico, técnico e científico habitual na Psicologia. AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 84 REFERÊNCIAS ANTUNES, Mitsuko Aparecida Makino. História da Psicologia no Brasil. Rio de Janeiro: Eduerj, 2004. ABAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. AGOSTINHO, SANTO. Os Pensadores. Nova Cultural, 1999. ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia de Estudo Vida. Almeida Revista e Atualizada. ALMEIDA, R. M. F; WETZEL, S. G. Quando o esperar é um à-toa muito ativo: apreensão dos fenômenos emocionais na relação mãe-bebê, no observador e no pequeno grupo de discussão. Revista ALTER (SPB). Origens: mente e psicanálise. v. XX, Brasília-DF, n. 2, 10 de 2001. ALTOÉ, S. Atualidade da Psicologia Jurídica. 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Normas para apresentação de trabalhos acadêmicos e Relatórios Técnicos do Centro Universitário Luterano de Palmas. Canoas: Editora da Ulbra, 2002.assim, por um funcionamento global inferior à média, junto com limitações associadas em duas ou mais das seguintes habilidades adaptativas: comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, utilização da comunidade, saúde e segurança, habilidades escolares, administração do ócio e trabalho. Para o diagnóstico é imprescindível que a deficiência mental se manifeste antes dos 18 anos. As áreas de necessidades dos deficientes devem ser determinadas por meio de avaliações neurológicas, psiquiátricas, sociais e clínicas e nunca em uma única abordagem de diagnóstico. Tipo de classificação baseada na intensidade dos apoios necessários: intermitente – o apoio se efetua apenas quando necessário. Caracteriza-se por sua natureza episódica, ou seja, a pessoa nem sempre está precisando de apoio continuadamente, mas durante momentos em determinados ciclos da vida, como por exemplo, na perda do emprego ou fase aguda de uma doença. Os apoios intermitentes podem ser de alta ou de baixa intensidade; 99 limitado – apoios intensivos caracterizados por alguma duração contínua, por tempo limitado, mas não intermitente. Nesse caso incluem-se deficientes que podem requerer um nível de apoio mais intensivo e limitado, como por exemplo, o treinamento do deficiente para o trabalho por tempo limitado ou apoios transitórios durante o período entre a escola, a instituição e a vida adulta; extenso – trata-se de um apoio caracterizado pela regularidade, normalmente diário pelo menos em alguma área de atuação, tais como na vida familiar, social ou profissional. Nesse caso, não existe uma limitação temporal para o apoio, que normalmente se dá em longo prazo; AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 11 generalizado – é o apoio constante e intenso, necessário em diferentes áreas de atividade da vida. Esses apoios generalizados exigem mais pessoal e maior intromissão que os apoios extensivos ou os de tempo limitado. Ainda baseada na capacidade funcional e adaptativa dos deficientes, existe outra classificação bastante interessante para a deficiência mental. Trata-se da seguinte: dependentes – geralmente QI abaixo de 25; casos mais graves, nos quais é necessário o atendimento por instituições. Há poucas, pequenas, mas contínuas melhoras quando a criança e a família estão bem assistidas; treináveis – QI entre 25 e 75; são crianças que se colocadas em classes especiais poderão treinar várias funções, como disciplina, hábitos higiênicos, etc. Poderão aprender a ler e a escrever em ambiente sem hostilidade, recebendo muita compreensão e afeto e com metodologia de ensino adequada; educáveis – QI entre 76 e 89; a inteligência é dita “limítrofe ou lenta” e essas crianças podem permanecer em classes comuns, embora necessitem de acompanhamento psicopedagógico especial. Essa classificação bastante simples é extremamente importante na prática clínica, pois sugere o que pode ser proporcionado à criança com deficiência mental. Por outro lado, a classificação CID.10, da Organização Mundial da Saúde (OMS), é baseada ainda no critério quantitativo. Por essa classificação a gravidade da deficiência seria: profunda – são pessoas com uma incapacidade total de autonomia. As que têm um coeficiente intelectual inferior a 10, inclusive aquelas que vivem em um nível vegetativo; aguda grave – fundamentalmente necessitam que se trabalhe para instaurar alguns hábitos de autonomia, já que há probabilidade de adquiri-los. Sua capacidade de comunicação é muito primária. Podem aprender de uma forma linear, são crianças que necessitam revisões constantes; moderada – o máximo que podem alcançar é o ponto de assumir um nível pré- operativo. São pessoas que podem ser capazes de adquirir hábitos de autonomia e, inclusive, podem realizar certas atitudes bem-elaboradas. Quando AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 12 adultas podem frequentar lugares ocupacionais, mesmo que sempre estejam necessitando de supervisão; leve – são casos perfeitamente educáveis. Podem chegar a realizar tarefas mais complexas com supervisão. São os casos mais favoráveis. TRANSTORNO MENTAL Durante séculos as pessoas com sofrimento mental foram afastadas do resto da sociedade, algumas vezes encarceradas, em condições precárias, sem direito a se manifestar na condução de suas vidas. Hoje em dia, as atitudes negativas as afastam da sociedade de maneiras mais sutis, mas com a mesma efetividade. Você provavelmente conhece alguém que tem problemas mentais. Transtornos mentais como a ansiedade, depressão, distúrbios alimentares, uso de drogas e álcool, demência e esquizofrenia, podem afetar qualquer pessoa em qualquer época da sua vida. Na realidade, eles podem causar mais sofrimento e incapacidade que qualquer outro tipo de problema de saúde. Apesar disso, pessoas com essas condições, muitas vezes atraem medo, hostilidade e desaprovação em vez de compaixão, apoio e compreensão. Tais reações não somente influem para que se sintam isoladas e infelizes, como são impedimentos para que busquem ajuda efetiva e tratamento. A saúde mental é componente chave de uma vida saudável. O termo “doença mental” ou transtorno mental engloba um amplo espectro de condições que afetam a mente. Doença mental provoca sintomas tais como desconforto emocional, distúrbio de conduta e enfraquecimento da memória. Algumas vezes, doenças em outras partes do corpo afetam a mente; outras vezes, desconfortos, escondidos no fundo da mente, podem desencadear outras doenças do corpo ou produzir sintomas somáticos. Um grande espectro de fatores – nosso mapa genético, química cerebral, aspectos do nosso estilo de vida – podem causar algum tipo de transtorno mental. Acontecimentos que nos acometeram no passado e nossas relações com as outras pessoas participam de alguma forma. Seja qual for a causa, a pessoa que desenvolve a “doença mental” ou o transtorno mental, muitas vezes se sente em sofrimento, desesperançada e incapaz de levar sua vida na sua plenitude. AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 13 Existem muitos tratamentos efetivos para a doença mental. Eles podem incluir medicamentos e outros tratamentos físicos, ou tratamentos pela fala (psicoterapias) de várias espécies, aconselhamento e/ou apoio no dia a dia da vida em diferentes formas. Diferentes profissionais da saúde podem estar envolvidos na assistência da pessoa que está mentalmente enferma: clínicos gerais, psiquiatras, enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e grupos de apoio voluntários, dentre outros. Os profissionais da saúde mental não têm todas as respostas. Sabe-se que alguns aspectos da doença mental, tais como ansiedade, desespero e sentimentos suicidas, nem sempre são fáceis de serem tratados, pois envolvem âmbitos dos mais diversos da existência humana. Na Antiga Grécia, sinais corporais ou stigmata, feitos por cortes ou queimaduras no corpo, marcavam as pessoas como diferentes. Pessoas com doença mental há muito não são marcadas no corpo, mas atitudes críticas e prejudiciais podem ser tão danosas quanto as marcas corporais. Basta abrir um jornal, ligar a TV ou ir ao cinema para perceber tais atitudes. Enquanto a mídia não aceitar essas queixas pelas percepções negativas, toda vez que um programa, artigo ou filme retrata um estereótipo ou falha em esclarecer um mal entendido sobre doença mental, ela auxilia na manutenção de mitos. Os estigmas podem surgir por diferentes caminhos. As pessoas com sofrimento mental podem agir de forma diferente. Uma pessoa deprimida pode se apresentar triste ou apática; alguém na fase maníaca da doença bipolar pode parecer exageradamente feliz ou irritável. O problema é que quandoalguém é marcado como diferente, é difícil para ele ser aceito, não importa o quanto ele tente. Ele não consegue afastar o estigma e o resultado disso, pois perde a confiança em si mesmo. Com o tempo, começa a se sentir como estranho e que não se enquadra na vida. Pessoas com transtornos mentais ou doenças mentais continuam a ser prejudicadas e discriminadas em todas as áreas de suas vidas, desde onde encontrar um lugar para viver, encontrar um trabalho. Não é surpreendente que muitas pessoas com doença mental grave terminem pobres ou sem teto. Cabe a todos nós tomarmos conhecimento do dano que provocamos com nossas atitudes negativas e nossa colaboração para isolá-las. Seja quem formos e AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 14 seja o que fazemos, nós podemos combater os efeitos danosos do estigma estendendo nossa amizade, apoio e compreensão em vez do nosso julgamento e discriminação, para as pessoas que estão mentalmente doentes. Descrever pessoa com doença mental como “louca”, “esquisita”, “pinel” “lunática”, a diminui como pessoa a não ser levada seriamente ou com a percepção que ela é perigosa pode excluí-la das atividades do dia a dia. Muitas pessoas acreditam que doença mental é incurável. Elas podem até ver certos tratamentos, como com antidepressivos ou psicoterapias, como sem valor ou mesmo danosos, mesmo que em muitos casos tenham se mostrado efetivos. O fato é que estão fazendo progressos no desvendamento da estrutura e química do cérebro. Como consequência tem-se melhor compreensão da mente e com ela funciona. Entretanto, a doença mental tem muitas causas. Ela não é apenas uma questão de química alterada e envolve questões sociais, emocionais, cognitivas e físicas. PRINCIPAIS TRANSTORNOS MENTAIS DEPRESSÃO 104. Depressão é uma palavra frequentemente usada para descrever nossos http://escrevoapenas.blogs.sapo.pt/arquivo/depressao.jpg AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 15 sentimentos. Todos se sentem angustiados de vez em quando, ou muito alegres às vezes e tais sentimentos são normais. A depressão, enquanto evento psiquiátrico é algo bastante diferente: é uma doença como outra qualquer que exige tratamento. Muitas pessoas pensam estar ajudando um amigo deprimido ao incentivarem ou mesmo cobrarem tentativas de reagir, distrair-se, de se divertir para superar os sentimentos negativos. Os amigos que agem dessa forma fazem mais mal do que bem, são incompreensivos e talvez até egoístas. O amigo que realmente quer ajudar procura ouvir quem se sente deprimido e no máximo aconselhar ou procurar um profissional quando percebe que o amigo deprimido não está só triste. Uma boa comparação que podemos fazer para esclarecer as diferenças conceituais entre a depressão psiquiátrica e a depressão normal seria comparar com a diferença que há entre clima e tempo. O clima de uma região ordena como ela prossegue ao longo do ano por anos a fio. O tempo é a pequena variação que ocorre para o clima da região em questão. O clima tropical exclui incidência de neve. O clima polar exclui dias propícios a banho de sol. Nos climas tropicais e polares haverá dias mais quentes, mais frios, mais calmos ou com tempestades, mas tudo dentro de uma determinada faixa de variação. O clima é o estado de humor e o tempo as variações que existem dentro dessa faixa. O paciente deprimido terá dias melhores ou piores, assim como o não deprimido. Ambos terão suas tormentas e dias ensolarados, mas as tormentas de um, não se comparam às tormentas do outro, nem os dias de sol de um, se comparam com os dias de sol do outro. Existem semelhanças, mas a manifestação final é muito diferente. Uma pessoa no clima tropical ao ver uma foto de um dia de sol no polo sul tem a impressão de que estava quente e que até se poderia tirar a roupa para se bronzear. Esse tipo de engano é o mesmo que uma pessoa comete ao comparar as suas fases de baixo astral com a depressão psiquiátrica de um amigo. Ninguém sabe o que um deprimido sente, só ele mesmo e talvez quem tenha passado por isso. Nem o psiquiatra sabe: ele reconhece os sintomas e sabe tratar, mas isso não faz com que ele conheça os sentimentos e o sofrimento do seu paciente. Os sintomas da depressão são muito variados, indo desde as sensações de AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 16 tristeza, passando pelos pensamentos negativos até as alterações da sensação corporal como dores e enjoos. Contudo, para se fazer o diagnóstico é necessário um grupo de sintomas centrais: perda de energia ou interesse; humor deprimido; dificuldade de concentração; alterações do apetite e do sono; lentificação das atividades físicas e mentais; sentimento de pesar ou fracasso. Os sintomas corporais mais comuns são sensação de desconforto no batimento cardíaco, constipação, dores de cabeça, dificuldades digestivas. Períodos de melhora e piora são comuns, o que cria a falsa impressão de que se está melhorando sozinho, quando durante alguns dias o paciente sente-se bem. Geralmente tudo se passa gradualmente, não necessariamente com todos os sintomas simultâneos, aliás, é difícil ver todos os sintomas juntos. Até que se faça o diagnóstico, praticamente todas as pessoas possuem explicações para o que está acontecendo com elas, julgando sempre ser um problema passageiro. Outros sintomas que podem vir associados aos sintomas centrais são: pessimismo; dificuldade de tomar decisões; dificuldade para começar a fazer suas tarefas; irritabilidade ou impaciência; inquietação; achar que não vale a pena viver, desejo de morrer; chorar à toa; dificuldade para chorar; sensação de que nunca vai melhorar, desesperança; dificuldade de terminar as coisas que começou; sentimento de pena de si mesmo; persistência de pensamentos negativos; AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 17 queixas frequentes; sentimentos de culpa injustificáveis; boca ressecada, constipação, perda de peso e apetite, insônia, perda do desejo sexual. Basicamente, existem as depressões monopolares (esse não é um termo usado oficialmente) e a depressão bipolar (esse termo é oficial). O transtorno afetivo bipolar se caracteriza pela alternância de fases deprimidas com maníacas, de exaltação, alegria ou irritação do humor. A depressão monopolar só tem fases depressivas. Os sintomas depressivos apesar de muito comuns são pouco detectados nos pacientes de atendimento em outras especialidades, o que permite o desenvolvimento e prolongamento desse problema, comprometendo a qualidade de vida do indivíduo e sua recuperação. Anteriormente, estudos associaram o fumo, a vida sedentária, obesidade, ao maior risco de doença cardíaca. Agora, pelas mesmas técnicas, associa-se sintoma depressivo com maior risco de desenvolver doenças cardíacas. A doença cardíaca mais envolvida com os sintomas depressivos é o infarto do miocárdio. Também não se pode concluir apressadamente que depressão provoca infarto, não é assim. Nem todo obeso, fumante ou sedentário enfarta. Essas pessoas enfartam mais que as pessoas fora desse grupo, mas a incidência não é de 100%. Da mesma forma, a depressão aumenta o risco de infarto, mas em uma parte dos pacientes. Está sendo investigado. A depressão costuma atingir 15% a 25% dos pacientes com câncer. As pessoas e os familiares que encaram um diagnóstico de câncer experimentarão uma variedade de emoções, estresses e aborrecimentos. O medo da morte, a interrupção dos planos de vida, perda da autoestima e mudanças da imagem corporal, mudanças no estilo sociale financeiro são questões fortes o bastante para justificarem desânimo e tristeza. O limite a partir do qual se devem usar antidepressivos não é claro, dependerá da experiência de cada psiquiatra. A princípio sempre que o paciente apresente um conjunto de sintomas depressivos semelhante ao conjunto de sintomas que os pacientes deprimidos sem câncer apresentam, deverá ser o ponto a partir do qual se deve entrar com medicações. Existem alguns mitos sobre o câncer AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 18 e as pessoas que padecem dele, tais como “os portadores de câncer são deprimidos”. A depressão em quem tem câncer é normal, o tratamento da depressão no paciente com câncer é ineficaz. A tristeza e o pesar são sentimentos normais para uma pessoa que teve conhecimento da doença. Questões como a resposta ao tratamento, o tempo de sobrevida e o índice de cura entre pacientes com câncer, com ou sem depressão, estão sendo mais enfocadas do que a investigação das melhores técnicas para tratamento da depressão. Normalmente a pessoa que fica sabendo que está com câncer torna-se durante um curto espaço de tempo descrente, desesperada ou nega a doença. Essa é uma resposta normal no espectro de emoções dessa fase, o que não significa que sejam emoções insuperáveis. No decorrer do tempo o humor depressivo toma o lugar das emoções iniciais. Agora o paciente pode ter dificuldade para dormir e perda de apetite. Nessa fase o paciente fica ansioso, não consegue parar de pensar no seu novo problema e teme pelo futuro. As estatísticas mostram que aproximadamente metade das pessoas conseguirá se adaptar a essa situação tão adversa. Com isso, essas pessoas aceitam o tratamento e o novo estilo de vida imposto não fica tão pesado. Para se afirmar que o paciente está deprimido tem-se que afirmar que ele sente-se triste a maior parte do dia, quase todos os dias, não tem tanto prazer ou interesse pelas atividades nas quais apreciava. E não consegue ficar parado, pelo contrário, movimenta-se mais lentamente que o habitual. Passa a ter sentimentos inapropriados de desesperança desprezando-se como pessoa e até mesmo se culpando pela doença ou pelo problema dos outros, sentindo-se um peso morto na família. Com isso, apesar de ser uma doença potencialmente fatal, surgem pensamentos de suicídio. Esse quadro deve durar pelo menos duas semanas para que possamos dizer que o paciente está deprimido. A causa exata da depressão permanece desconhecida. Eventos desencadeantes são muito estudados e de fato encontra-se relação entre certos acontecimentos estressantes na vida das pessoas e o início de um episódio depressivo. Contudo, tais eventos não podem ser responsabilizados pela manutenção da depressão. Na prática a maioria das pessoas que sofre um revés se AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 19 recupera com o tempo. Os eventos estressantes provavelmente disparam a depressão nas pessoas predispostas, vulneráveis. Exemplos de eventos estressantes são: perda de pessoa querida, perda de emprego, mudança de habitação contra vontade, doença grave; pequenas contrariedades não são consideradas como eventos fortes o suficiente para desencadear depressão. O que torna as pessoas vulneráveis ainda é objeto de estudos. A influência genética como em toda medicina é muito estudada. Trabalhos recentes mostram que mais do que a influência genética, o ambiente durante a infância pode predispor mais as pessoas. O fator genético é fundamental uma vez que os gêmeos idênticos ficam mais deprimidos do que os gêmeos não idênticos. ANSIEDADE . A ansiedade é uma sensação ou sentimento decorrente da excessiva excitação do Sistema Nervoso Central consequente à interpretação de uma situação de perigo. Parente próximo do medo (muitas vezes onde a diferenciação não é possível), é distinguida dele pelo fato de o medo ter um fator desencadeante real e palpável, enquanto na ansiedade o fator de estímulo teria características mais subjetivas. http://www.brasilescola.com/imagens/ansiedade.jpg AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 20 A ansiedade é o grande sintoma de características psicológicas que mostra a intersecção entre o físico e psíquico, uma vez que tem claros sintomas físicos como: taquicardia (batedeira), sudorese, tremores, tensão muscular, aumento das secreções (urinárias e fecais), aumento da motilidade intestinal, cefaleia (dor de cabeça). Quando recorrente e intensa também é chamada de síndrome do pânico (crise ansiosa aguda). Toda essa excitação acontece decorrente de uma descarga de um neurotransmissor chamado noradrenalina. O nosso Sistema Nervoso Central e a nossa mente necessitam de uma situação de conforto e de segurança para usufruir a sensação de repouso e de bem- estar. Quando a nossa percepção nos alerta para uma situação de perigo a essa situação acontece o estado ansioso. Evolutivamente, faz pouco que saímos dos tempos da caverna, quando os perigos de vida e a necessidade de luta eram constantes. A excitação do Sistema Nervoso Central vinha como uma forma de estimular o nosso corpo para a luta ou para a fuga. O que interpretamos como perigo hoje transcende e muito o perigo de vida biológico. Perda de status, de conforto, de poder econômico, de afetos, amizades, de privilégios, vantagens, de possibilidade de concretizar interesses, de vaidade, são fatores mais do que suficientes, em muitos casos, para disparar o estado ansioso. Em estados de desequilíbrio emocional, o simples contato com o novo, com situações inesperadas e desconhecidas são o suficiente para disparar estados ansiosos. A principal característica psíquica do estado ansioso é uma excitação, uma aceleração do pensamento, como se estivéssemos elaborando, planejando uma maneira de nos livrar do perigo e da maneira mais rápida possível. Esse movimento mental, na maioria das vezes acaba causando certa confusão mental, uma ineficiência da ação, um aumento da sensação de perigo e de incapacidade de se livrar do perigo, o que configura um círculo vicioso, pois essa sensação só faz aumentar ainda mais o estado ansioso. “Mente acelerada é mente desequilibrada”. Esse movimento impulsivo de a mente se acelerar, de precisar ter tudo sob controle, para poder usufruir a sensação de repouso e conforto, faz com que ela se excite; e se o problema não tiver uma solução mental imediata, como o que AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 21 acontece na maioria dos casos, terá a chamada ansiedade patológica, que tende a se cronificar e piorar com os anos. A ansiedade poderia ter uma origem genética, ou seja, a pessoa herda de seus ancestrais uma pré-disposição para ter esses sintomas. Nesses casos as manifestações podem ser bastante precoces, sendo a pessoa desde cedo uma criança agitada, às vezes, hiperativa, que chora com facilidade e às vezes até com dificuldade de dormir. A ansiedade precoce também pode se manifestar por meio da avidez de mamar e em uma postura mais teimosa e possessiva ainda como criança. A segunda é uma infância carente e problemática – em que as dificuldades dos pais, mas principalmente da mãe de passar afeto e suprir as carências afetivas da criança, vão fazendo com que ela vá se sentindo insegura e exposta. E vá gravando e condicionando um sentimento de que coisas ruins e sensações negativas podem acontecer a qualquer momento. A terceira é a dificuldade de incorporar fatos e intercorrências novas ou desconhecidas. O velho ou conhecido sempre traz a sensação de segurança e controle. O novo por sua vez tem a capacidade de potencializar a sensação de medo no sentidode que algo ruim ou perigoso pode vir a acontecer. É mais ou menos assim: “Tudo que vem de mim é seguro e tudo que vem de fora e não está sob controle é perigoso”. É a clássica postura do pessimista, como aquele personagem dos desenhos antigos de TV, a hiena Hardy, amiga do leão Lippy, que sempre dizia: “Oh céus, oh vida, oh azar, não vai dar certo!”. Traumas de infância, grandes sustos, perdas afetivas ou mesmo materiais, também podem desencadear quadros ansiosos importantes, mas não chegariam a ser causas específicas. TRANSTORNO BIPOLAR É uma enfermidade na qual ocorrem alterações do humor, caracterizando-se por períodos de um quadro depressivo, que se alteram com períodos de quadros opostos, isto é, a pessoa se sente eufórica (mania). Tanto o período de depressão, AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 22 quanto da mania podem durar semanas, meses ou anos. O termo mania não significa “repetição de hábitos”, mas sintomas de euforia. O Transtorno do Humor pode ocorrer, ao longo da vida, dentro de um curso bipolar ou unipolar. O curso unipolar refere-se a episódios somente de depressão e, no bipolar, depressão e mania (euforia). O Transtorno Bipolar do Humor atinge de igual maneira homens e mulheres em torno de 1% a 2% e, geralmente, entre os 15 e 30 anos de idade. O Transtorno Bipolar também pode atingir as crianças, manifestando-se com sintomas predominantes de humor ansioso e irritável. O humor da pessoa oscila de muito eufórico (agitado) para muito triste (com desesperança, desmotivação e desvalia). Como em outras doenças, o Transtorno Bipolar do Humor afeta não só quem o tem, como também, o cônjuge, familiares, amigos e empregadores. Se depressão e mania forem acompanhadas de alucinações (ouvir, ver, sentir o que não existe) e delírios (pensamentos irreais à realidade) trata-se do subtipo psicótico. As pessoas que sofrem de Transtorno Bipolar levam, em média, oito anos antes de serem diagnosticadas ou receberem tratamento adequado, o que pode causar grande sofrimento e perdas. Tipos de Transtorno Bipolar do Humor: Existem quatro formas de Transtorno Bipolar do Humor: Transtorno Bipolar Tipo I – períodos de mania (euforia) com humor elevado e expansivo grave o suficiente para causar prejuízo no trabalho, relações sociais podendo necessitar de hospitalização contraposta por períodos de humor deprimido, sentimentos de desvalia, desprazer, desmotivação, alterações do sono, apetite, entre outros. Geralmente, o estado maníaco, dura dias ou pelo menos uma semana, e períodos de depressão de semanas a meses; Transtorno Bipolar Tipo II – períodos de hipomania, em que também ocorre estado de humor elevado e agressivo, mas de forma mais suave. Um episódio de tipo hipomania, ao contrário da mania, não chega a ser suficientemente grave para causar prejuízo em atividades de trabalho ou vida social; Transtorno Bipolar Misto – períodos mistos, em que em mesmo dia haveria alternâncias entre depressão e mania. Em poucas horas a pessoa pode AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 23 chorar, ficar triste, com sentimentos de desvalia e desprazer e, no momento seguinte, estar eufórica, sentindo-se capaz de tudo, falante e agressiva; Transtornos Ciclotímicos – períodos em que haveria uma alteração crônica e flutuante do humor marcada por numerosos períodos com sintomas maníacos e numerosos sintomas depressivos que se alterariam. Contudo, não seriam suficientemente graves nem ocorreriam em quantidade suficiente para se ter certeza de se tratar de depressão e mania. Isto é, pode ser facilmente confundida com o jeito de ser da pessoa, “de lua”. Principais teorias etiológicas: Apesar de se desconhecer a base causal, existe uma interação complexa entre fatores biológicos, genéticos e psicossociais para tentar explicar o Transtorno: fatores biológicos – as teorias dos neurotransmissores, nos sistemas noradrenérgico, seratonérgico e dopaminérgico, que têm características semelhantes, pois todos se originam em núcleos localizados no tronco cerebral e se projetam para amplas áreas do pró- encéfalo, têm sido admitidas na etiologia dos Transtornos Bipolares. Além desses, outros neurotransmissores, incluindo o glutemato, neuropeptídeos, como a colecistocinina e o hormônio liberado de corticotrofina, têm sido implicados assim como anormalidades no eixo hipotalâmico – pituitário – tireoide são comuns no Transtorno Bipolar; fatores genéticos – quando um dos pais apresenta Transtorno Bipolar, existe de 25% a 50% de chance de o filho adquirir Transtorno Bipolar. Quanto maior a distância de parentesco, menor a possibilidade de ter um Transtorno Bipolar. Os estudos de gêmeos têm mostrado que a taxa de concordância em gêmeos monozigóticos é de 33% a 90% e gêmeos dizigóticos cerca de 5% a 25%. As associações entre o Transtorno Bipolar I e marcadores genéticos têm sido relatadas para os cromossomas 5, 11 e x; fatores psicossociais – os acontecimentos vitais estressores precedem, mais frequentemente, os primeiros episódios de Transtorno do Humor e poderiam provocar alterações nos estados funcionais de vários sistemas neurotransmissores e sinalizadores intraneurais. Dificuldades financeiras, doença na família, perda de uma pessoa importante, uso de drogas, entre outros, podem AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 24 contribuir para o desencadeamento da doença. Achados clínicos – como identificar: Mania humor “para cima”, excitado, exaltação, alegria exagerada e duradoura; irritabilidade (impaciência, “pavio curto”); agitação, inquietação física e mental; aumento da energia, da produtividade ou começar muitas coisas e não conseguir terminar; pensamentos acelerados, tagarelice; achar que possui dons ou poderes especiais de influência, grandeza e poder; otimismo e autoconfiança exagerados; aumento dos gastos, endividamentos; distração fácil – tudo desvia a atenção; maior contato social e desinibição, comportamento inadequado e provocativo, agressividade física e/ou verbal; erotização, aumento da atividade e necessidade sexuais; insônia, redução da necessidade de sono; quando grave, ocorrem delírios e/ou alucinações, estressores precedem, mais frequentemente, os primeiros episódios de Transtorno do Humor e poderiam provocar alterações nos estados funcionais de vários sistemas neurotransmissores e sinalizadores intraneurais. Dificuldades financeiras, doença na família, perda de uma pessoa importante, uso de drogas entre outros, podem contribuir para o desencadeamento da doença. Depressão humor “para baixo”, tristeza, angústia ou sensação de vazio; irritabilidade, desespero; pouca ou nenhuma capacidade de sentir prazer e alegria na vida; cansaço mais fácil, desânimo, preguiça, falta de energia física e mental; AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 25 falta de concentração, lentidão do raciocínio, memória ruim; falta de vontade, falta de iniciativa e interesse, apatia; pensamentos negativos repetidos amplificados, pessimismo, ideias de culpa, fracasso, inutilidade, falta de sentido na vida, doença, morte (suicídio); sentimentos de insegurança, baixa autoestima, medo; interpretação distorcida e negativa do presente, de fatos ocorridos no passado e no futuro; redução da libido e vontade de ter sexo; perda ou aumento de apetite e/ou peso; insônia ou dormir demais, sem se sentir repousado; dores ou sintomas físicos difusos, sofridos, que não se explicam por outras doenças – dor de cabeça, nas costas, no pescoço e nos ombros, sintomas gastrointestinais, alterações menstruais, queda de cabelo,dentre outros; em depressões graves, alucinações e/ou delírios. Tratamento do Transtorno Bipolar O tratamento envolve manejo nas fases agudas e na terapia de manutenção. Os quadros agudos demandam contenção imediata dos sintomas por meio da farmacologia: estabilizadores do humor, antidepressivos (se necessário), antipsicóticos (se necessário) e, muitas vezes, internação hospitalar para proteção do paciente. Os episódios de depressão aguda são tratados, preferencialmente, com antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina, pois são maiores indutores de “virada” maníaca (eufórica) ou hipomaníaca, mais comuns com as ADTs (tricíclicos). As fases maníacas podem ser controladas com carbonato de lítio, ácido valpróico, carbamazepina, lomotrigina, gebapentina e topiramato. Se sintomas psicóticos estiverem presentes, é necessário o uso de antipsicóticos ou benzodiazepínicos. Muitas vezes, é necessária a combinação de drogas, isto é, mais de um estabilizador do humor associado, antidepressivos, mesmo na fase de manutenção. AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 26 Existem substâncias que propiciam a desestabilização do quadro do humor e que devem ser identificadas (tricíclicos, esteroides, álcool e os estimulantes). Psicoterapia Sabe-se que a terapia cognitiva pode contribuir na adesão do tratamento e na prevenção das recaídas, tornando-se um valioso acessório para o tratamento farmacológico. Como relatado anteriormente, o Transtorno Bipolar não se limita meramente a um problema bioquímico, mas também, psicológico e social (envolve dificuldades pessoais, familiares e sociais). Existem outros tipos de psicoterapias, como individual, grupal, de família, conjugal, entre outros, mas, o que importa é se está surtindo resultado na melhora do paciente e na sua qualidade de vida. TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO (TOC) . Sou ou não sou um portador do TOC? Eis uma pergunta que você pode ter se feito eventualmente. Provavelmente, ouviu em algum programa de rádio ou TV, leu em alguma reportagem de jornal ou revista que lavar as mãos seguidamente, revisar várias vezes as portas, janelas ou o gás antes de deitar, não gostar de segurar-se no corrimão do ônibus. Evitar usar as toalhas de mão utilizadas pelos demais membros http://www.literattus.blogger.com.br/1mafalda.jpg AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 27 da sua família, não conseguir tocar com a mão no trinco da porta de um banheiro público, ter medo de passar perto de cemitérios ou entrar em uma funerária, de deixar um chinelo virado. Assim como outros comportamentos semelhantes, podem, na verdade, constituir sintomas do chamado Transtorno Obsessivo-Compulsivo ou TOC. E você deve ter ficado com dúvidas quanto a ser ou não um portador. Medos e preocupações fazem parte do nosso dia a dia. Aprendemos a conviver com eles tomando certos cuidados. Fechamos as portas antes de deitar, lavamos as mãos antes das refeições ou depois de usar o banheiro, desligamos o celular antes da sessão de cinema ou verificamos eriodicamente o saldo bancário de nossa conta. Esses mesmos comportamentos e preocupações, entretanto, podem se tornar claramente excessivos, quando repetidos inúmeras vezes em um curto espaço de tempo e quando acompanhados de grande aflição. É comum, ainda, pelo tempo que tomam, que comprometam as rotinas e o desempenho no trabalho. Isso configura o que, de forma convencional, chamamos de obsessões ou compulsões, sintomas característicos de um transtorno bem mais comum do que se imagina, o TOC. O TOC é um transtorno mental incluído pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana (DSM-IV) entre os chamados transtornos de ansiedade. Manifesta-se sob a forma de alterações do comportamento (rituais ou compulsões, repetições, evitações), dos pensamentos (obsessões como dúvidas, preocupações excessivas) e das emoções (medo, desconforto, aflição, culpa, depressão). Sua característica principal é a presença de obsessões (pensamentos, imagens ou impulsos que invadem a mente e que são acompanhados de ansiedade ou desconforto) e das compulsões ou rituais (comportamentos ou atos mentais voluntários e repetitivos, realizados para reduzir a aflição que acompanha as obsessões). Dentre as obsessões mais comuns estão à preocupação excessiva com limpeza (obsessão) que é seguida de lavagens repetidas (compulsão). Outro exemplo são as dúvidas (obsessão), que são seguidas de verificações (compulsão). A obsessão está ligada aos pensamentos; já os atos ou comportamentos são denominados de comportamentos compulsivos. AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 28 O que são obsessões? Obsessões são pensamentos ou impulsos que invadem a mente de forma repetitiva e persistente. Podem ainda ser imagens, palavras, frases, números, músicas, etc. Sentidas como estranhas ou impróprias, as obsessões geralmente são acompanhadas de medo, angústia, culpa ou desprazer. O indivíduo, no caso do TOC, mesmo desejando ou se esforçando, não consegue afastá-las ou suprimi-las de sua mente. Apesar de serem consideradas absurdas ou ilógicas, causam ansiedade, medo, aflição ou desconforto que a pessoa tenta neutralizar realizando rituais, compulsões, ou por meio de evitações (não tocar, evitar certos lugares). As obsessões mais comuns envolvem: preocupação excessiva com sujeira, germes ou contaminação; dúvidas; preocupação com simetria, exatidão, ordem, sequência ou alinhamento; pensamentos, imagens ou impulsos de ferir, insultar ou agredir outras pessoas; pensamentos, cenas ou impulsos indesejáveis e impróprios, relacionados a sexo (comportamento sexual violento, abusar sexualmente de crianças, falar obscenidades, etc.); preocupação em armazenar, poupar, guardar coisas inúteis ou economizar; preocupações com doenças ou com o corpo; religião (pecado, culpa, escrupulosidade, sacrilégios ou blasfêmias); pensamentos supersticiosos – preocupação com números especiais, cores de roupa, datas e horários (podem provocar desgraças); palavras, nomes, cenas ou músicas intrusivas e indesejáveis. O que são compulsões ou rituais? Compulsões ou rituais são comportamentos ou atos mentais voluntários e repetitivos, executados em resposta a obsessões, ou em virtude de regras que AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 29 devem ser seguidas rigidamente. Os exemplos mais comuns são lavar as mãos, fazer verificações, contar, repetir frases ou números, alinhar, guardar ou armazenar objetos sem utilidade, repetir perguntas, etc. As compulsões aliviam momentaneamente a ansiedade associada às obsessões, levando o indivíduo a executá-las toda vez que sua mente é invadida por uma obsessão. Por esse motivo se diz que as compulsões têm uma relação funcional (de aliviar a aflição) com as obsessões. E, como são bem sucedidas, o indivíduo é tentado a repeti-las, em vez de enfrentar seus medos, o que acaba por perpetuá-los, tornando-se ao mesmo tempo prisioneiro dos seus rituais. Nem sempre as compulsões têm uma conexão realística com o que desejam prevenir (por exemplo, alinhar os chinelos ao lado da cama antes de deitar para que não aconteça algo de ruim no dia seguinte; dar três batidas em uma pedra da calçada ao sair de casa, para que a mãe não adoeça). Nesse caso, por trás desses rituais existe um pensamento ou obsessão de conteúdo mágico, muito semelhante ao que ocorre nas superstições. Os dois termos (compulsões e rituais) são utilizados praticamente como sinônimos, embora o termo “ritual”possa gerar alguma confusão, na medida em que praticamente todas as religiões e diversos grupos culturais adotam comportamentos ritualísticos e contagens nas suas práticas: ajoelhar-se três vezes, rezar seis ave- marias, ladainhas, rezar três ou cinco vezes ao dia, benzer-se ao passar diante de uma igreja. Existem rituais para batizados, casamentos, funerais, etc. Além disso, certos costumes culturais, como a cerimônia do chá entre os japoneses, o cachimbo da paz entre os índios, ou um funeral com honras militares, envolvem ritos que lembram as compulsões do TOC. Por esse motivo, há certa preferência para o termo “compulsão” quando se fala em TOC. As compulsões mais comuns são: de lavagem ou limpeza; verificações ou controle; repetições ou confirmações; contagens; ordem, simetria, seqüência ou alinhamento; AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 30 acumular, guardar ou colecionar coisas inúteis (colecionismo), poupar ou economizar; compulsões mentais: rezar, repetir palavras, frases, números; diversas: tocar, olhar, bater de leve, confessar, estalar os dedos. Compulsões mentais: Algumas compulsões não são percebidas pelas demais pessoas, pois são realizadas mentalmente e não mediante comportamentos motores, observáveis. Elas têm a mesma finalidade: reduzir a aflição associada a um pensamento. Alguns exemplos: repetir palavras especiais ou frases; rezar; relembrar cenas ou imagens; contar ou repetir números; fazer listas; marcar datas; tentar afastar pensamentos indesejáveis, substituindo-os por pensamentos contrários. http://www.elciudadano.cl/imagenes/gt2.jpg. 120 http://www.elciudadano.cl/imagenes/gt2.jpg http://www.elciudadano.cl/imagenes/gt2.jpg AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 31 ESQUIZOFRENIA Esquizofrenia é uma doença mental que afeta a capacidade da pessoa distinguir se as experiências vividas são ou não reais. Afeta ainda a capacidade de pensar logicamente, sentir emoções e sentimentos, e comportar-se em situações sociais. Não há cura para a esquizofrenia, mas o tratamento controla os sintomas e ajuda a pessoa a ter uma vida parecida com a de quem não sofre da doença. Ou seja, pode trabalhar, namorar, ter amigos e divertir-se. A esquizofrenia é uma doença que tem início no fim da adolescência e começo da vida adulta (15 a 25 anos). Embora a frequência seja igual entre os sexos, pode começar mais tardiamente nas mulheres. Em torno de 1% da população mundial tem Esquizofrenia. Esquizofrenia é uma doença complexa, intrigante e sua causa ainda não é conhecida. Sabe-se que a hereditariedade é um fator importante – pessoas que têm um familiar com esquizofrenia têm maior chance de desenvolver a doença –, mas ainda não se sabe quais os genes envolvidos ou se a presença deles é suficiente para o desenvolvimento da esquizofrenia. Gêmeos idênticos têm 50% de chance de desenvolver a doença quando um deles já desenvolveu. Alguns pesquisadores acreditam que a esquizofrenia é resultado de uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Certas pessoas nascem com essa tendência, mas o problema só aparece se expostas a determinados fatores ambientais. Não existe um consenso de quais seriam os fatores ambientais envolvidos, mas estudos sugerem que infecções, má nutrição na gravidez e complicações no parto podem contribuir posteriormente para o desenvolvimento da esquizofrenia. Os sintomas são variados e podem aparecer subitamente, embora, geralmente, a doença se manifeste em meses ou anos. Inicialmente os sintomas podem não ser evidentes, e são confundidos com alterações próprias da idade ou com de outras doenças psiquiátricas. Os indivíduos começam a perceber que há algo estranho, mas muitas vezes AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 32 são incapazes de contar para seus familiares. Podem relatar que estão mais tensos, tendo dificuldade de concentração ou para dormir, começam a isolar-se das pessoas, não conseguem mais ficar com os amigos e param de estudar ou trabalhar. Com a progressão da doença, aparecem os sintomas mais característicos da psicose (perda da noção da realidade). Mudanças na percepção do pensamento: a) delírios – são crenças não verdadeiras, baseadas em uma inferência incorreta sobre a realidade exterior, apesar de provas e evidências contrárias. O paciente pode sentir que seus pensamentos são influenciados, controlados, inseridos ou transmitidos para fora da cabeça. Os eventos normais do dia a dia passam a ter significado diferente. O indivíduo pode sentir-se perseguido ou discriminado e achar que tem poderes ou atributos especiais. Pode sentir que seu corpo está mudando ou que recebe influências de forças externas; b) alucinações – são falsas percepções na ausência de um estímulo externo, mas com as qualidades de uma verdadeira percepção. Isto é, eles podem ver, ouvir e sentir coisas que não estão realmente no local. As alucinações podem ser auditivas, visuais, táteis, olfativas, gustativas ou uma combinação de todas: auditivas – são as mais comuns em esquizofrenia e podem ocorrer na forma de barulhos, músicas ou mais frequentemente como vozes. Essas vozes podem ser sussurradas, ou claras e distintas, podem falar entre si ou ser uma única voz. Podem comentar o comportamento da pessoa e, às vezes, podem dar ordens; visuais – podem ser simples ou complexas, podendo envolver fachos de luz, pessoas ou coisas; olfativas e gustativas – ocorrem em geral juntas como cheiros ou gostos ruins; táteis – o paciente tem a sensação de ser tocado ou picado, ou ainda sensações elétricas como se insetos estivessem rastejando sobre a pele. c) distúrbios formais do pensamento – os pensamentos mudam de assunto completamente e esta alteração aparece na fala da pessoa. Transtornos de comportamento e motor AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 33 Muitos pacientes apresentam diminuição de iniciativa, transtornos motores e alterações no comportamento social. Um paciente pode ficar parado por um longo período de tempo ou engajar-se em uma atividade repetitiva sem finalidade. Os extremos podem incluir o estupor catatônico, situação na qual o paciente fica imóvel por um período longo, ou o excitamento catatônico, quando o indivíduo apresenta atividade motora incontrolável e sem objetivo. Outras alterações motoras são estereotipias (movimentos repetidos sem objetivo aparente) e maneirismos (atividades normais, mas fora de contexto). Geralmente a deterioração do comportamento social ocorre junto com o isolamento social. Os indivíduos podem negligenciar seus cuidados pessoais, vestir roupas sujas ou inapropriadas, e suas coisas e ambientes permanecerem descuidados e desarrumados. Podem ainda desenvolver comportamentos que contrariam as convenções sociais como falar obscenidades em público ou apresentar maneiras rudes à mesa. Podem ser encontrados nas ruas marchando, falando alto e gesticulando. Esse descuido com a higiene pessoal e comportamentos excêntricos podem dificultar ainda mais a aproximação de familiares, amigos e estranhos. Essa situação corrobora ainda mais a certeza, desses pacientes, de que as pessoas não gostam deles. Transtornos do afeto A diminuição da resposta emocional já foi considerada um sintoma característico da esquizofrenia. Muitos pacientes são indiferentes ou apáticos, evitam o contato com olhar, apresentam ausência na inflexão na voz, mudanças na expressão facial e os movimentos espontâneos e os gestos expressivos podem estar diminuídos. Com frequência perdem a capacidade de sentir prazer e podem descrever-se como vazios de emoção.Reações dos pacientes aos sintomas A pessoa com esquizofrenia altera seu entendimento do mundo na tentativa AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 34 de explicar as experiências vividas. Devido às experiências serem incomuns, as explicações também são. É difícil explicar para alguém o fenômeno de ouvir vozes. Pacientes mais crônicos, que já apresentam dificuldades de relacionamento social, ficam isolados e muitas vezes envolvidos em suas próprias fantasias. Podem imaginar que outras pessoas tentam prejudicá-los, não estão interessadas nele ou querem criticá-lo. Alternativamente, os pacientes podem experienciar reações negativas de outras pessoas durante os episódios psicóticos, o que pode pesar ainda mais na sua imaginação. Percebem ainda que não são mais competentes no trabalho. Ele pode ter sido um bom estudante durante anos ou um trabalhador devotado e competente, mas após a doença percebe que houve diminuição de sua performance. A experiência de estar “louco” é uma das mais dolorosas e significativas. Quando os pensamentos tornam-se desorganizados, quando as decisões estão bloqueadas, quando as emoções inexplicadas e não esperadas aparecem, há uma conscientização do clima de horror, de que mente está fazendo armadilhas e que foi embora seu modo usual de agir. A experiência da psicose faz com que o paciente mude o conceito a respeito de sua própria mente. A experiência do distúrbio faz com que a pessoa desacredite nos seus processos de pensamento, mesmo quando estes voltam ao normal. O paciente perde a fé de que possa pensar propriamente. Após a psicose, ele tem conhecimento de que alucinou e, por algum tempo ou para sempre, ele não será capaz de reagir normalmente aos sons estranhos e ocasionais que podem ser ouvidos em locais e horas não esperados. Tratamento O tratamento da esquizofrenia envolve vários tipos de profissionais que trabalham em equipe. Os objetivos da equipe de saúde são: controlar os sintomas da doença tentando minimizar os efeitos deletérios da medicação; prevenir riscos de suicídio e crise paranoide; evitar hospitalizações; AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 35 desencorajar o paciente ao uso indiscriminado da emergência médica; cuidar da saúde geral do paciente; melhorar sua qualidade de vida e dar à família suporte emocional. Talvez o fator mais importante para cumprir esses objetivos seja assegurar que o paciente faça o tratamento. Devido ao isolamento social, ideias paranoides, negação da doença e desconforto com os efeitos colaterais das drogas, muitos pacientes abandonam o tratamento. Tratamento farmacológico: Antipsicóticos “típicos” ou clássicos são aquelas medicações que tendem a produzir sintomas extrapiramidais (EPS). Esses agentes têm sido as principais drogas na farmacoterapia da esquizofrenia por mais de um quarto de século. Os sintomas que respondem melhor aos antipsicóticos típicos são os chamados sintomas positivos, como delírios e alucinações. Já nos sintomas negativos, além de não responderem tão bem, podem ser acentuados com seu uso. A maioria dos autores divide o tratamento farmacológico da esquizofrenia em duas fases: aguda e manutenção ou profilática. Fase aguda Envolvem a tentativa de aliviar os sinais e sintomas associados como delírios, alucinações, alterações formais do pensamento e do comportamento. Apesar da variação das doses utilizadas na prática clínica, as doses recomendadas para a fase aguda situam-se em 600-700 mg de clorpromazina ou equivalente/dia ou 5-20 mg/dia de haloperidol ou flufenazina. A administração de altas doses de antipsicótico (neuroleptização rápida) no tratamento de pacientes agudos não é indicada devido à falta de estudos controlados, demonstrando que essa medida é mais eficaz no controle de sintomas psicóticos. Após a remissão dos sintomas, diminui-se a dose e avalia-se a necessidade de tratamento em longo prazo com antipsicóticos. Se a medicação for suspensa, o médico deve estar atento a algum sinal de recidiva e, em caso de nova crise psicótica, a medicação deve ser introduzida por tempo indefinido. AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 36 Fase de manutenção ou profilática Esquizofrenia é uma doença que dura a vida toda, como diabetes ou hipertensão. A maioria das pessoas com esquizofrenia necessitará de cuidados médicos e medicação pelo resto de suas vidas. As medicações antipsicóticas não curam a esquizofrenia, somente controlam os sintomas da doença. Ou seja, se o paciente deixar de tomar a medicação pode sofrer uma recaída. Algumas pessoas, mesmo tomando a medicação regularmente, podem ter uma recaída dos sintomas psicóticos. É muito importante que elas possam reconhecer que esses sintomas estão voltando, e procurar ajuda imediatamente. Antes do aparecimento de sintomas como delírios ou alucinações, é comum aparecerem sintomas menos específicos como irritabilidade, insônia e depressão. Os familiares devem estar atentos a mudanças sutis que possam ocorrer com seu familiar doente, pois a intervenção médica precoce pode impedir a recaída. Enquanto essa necessidade de tratamento por longo tempo é bem reconhecida pelo médico, frequentemente não é bem aceita pelo paciente. Muitos estudos mostram quão inconstantes e não confiáveis eles podem ser em relação à medicação. Interrompem porque se sentem bem, e não entendem porque devem continuar tomando o remédio; ou ainda, porque os efeitos colaterais são muito desagradáveis. A introdução dos antipsicóticos de ação prolongada, de uso injetável, possibilitou uma maior adesão desses pacientes ao tratamento. AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 37 HIPERATIVIDADE E DÉFICIT DE ATENÇÃO http://Www.Plenarinho.Gov.Br/Educacao/Imagens/Escolha-A-Escola-Certa/04.Jpg. A hiperatividade, denominada também como desordem do déficit de atenção, pode afetar crianças, adolescentes e até mesmo alguns adultos. Os sintomas variam de brandos a graves e podem incluir problemas de linguagem, memória e habilidades motoras. Embora a criança hiperativa tenha muitas vezes uma inteligência normal ou acima da média, o estado é caracterizado por problemas de aprendizado e comportamento. Os professores e pais da criança hiperativa devem saber lidar com a falta de atenção, impulsividade, instabilidade emocional e hiperativa incontrolável da criança. O comportamento hiperativo pode estar relacionado a uma perda da visão ou audição, a um problema de comunicação, como a incapacidade de processar adequadamente os símbolos e ideias que surgem, estresse emocional, convulsões ou distúrbios do sono. Também pode estar relacionado a paralisia cerebral, intoxicação por chumbo, abuso de álcool ou drogas na gravidez, reação a certos medicamentos ou alimentos e complicações de parto, como privação de oxigênio ou traumas durante o nascimento. Esses problemas devem ser descartados como causa do comportamento antes de tratar a hiperatividade da criança. O verdadeiro comportamento hiperativo interfere na vida familiar, escolar e http://www.plenarinho.gov.br/Educacao/Imagens/Escolha-A-Escola-Certa/04.Jpg AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 38 social da criança. As crianças hiperativas têm dificuldade em prestar atenção e aprender. Como são incapazes de filtrar estímulos, são facilmente distraídas. Essas crianças podem falar muito, alto demais e em momentos inoportunos. As crianças hiperativas estão sempre em movimento, sempre fazendo algo e são incapazes de ficar quietas. São impulsivas. Não param para olhar ou ouvir. Devido à sua energia,