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AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PSICOLOGIA APLICADA A 
ENFERMAGEM 
 
CURSO: TÉCNICO EM ENFERMAGEM 
 
 
 
AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 2 
 
 
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 
 
 
 
Psicologia Aplicada a Enfermagem 
 
Ementa: Capacitar o futuro profissional a exercitar e compreender o melhor relacionamento 
com o ser humano sadio ou doente, respeitando a sua individualidade e limitações. 
NOÇÕES DE PSICOLOGIA GERAL: Definição, objetivos, divisão; Os fenômenos psíquicos; 
estuda da personalidade. 
PSICOLOGIA DAS RELAÇÕES HUMANAS: No trabalho com a equipe de enfermagem e 
outras; com o paciente e família. 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÉTICA: Evolução histórica, conceitos, objetivos e 
importância. 
O PROFISSIONAL DA ENFERMAGEM: Requisitos físicos, morais e intelectuais; A equipe 
multidisciplinar; A equipe de enfermagem e o auxiliar de enfermagem; A lei do exercício 
profissional: estudo e interpretação; os órgãos de classe: COREN, ABEN e outros; O código 
de Deontologia de enfermagem: estudo e interpretação. 
AS DOENÇAS IATROGÊNICAS CAUSADAS PELA ENFERMAGEM: Aspectos éticos e 
legais (eutanásia, abortamento, transfusões sanguíneas, necropsias, cremação de 
cadáveres, transplante de órgãos); as pesquisas. 
OS DIREITOS E DEVERES DO PACIENTE: Código vigente: estudo e interpretação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 3 
 
SUMÁRIO 
 
CONCEITO DE SAÚDE ........................................................................................... 4 
SAÚDE MENTAL ...................................................................................................... 8 
DEFICIÊNCIA MENTAL ........................................................................................... 8 
ANSIEDADE ........................................................................................................... 19 
TRANSTORNO BIPOLAR ...................................................................................... 21 
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO (TOC) ............................................. 26 
ESQUIZOFRENIA .................................................................................................. 31 
HIPERATIVIDADE E DÉFICIT DE ATENÇÃO ........................................................ 37 
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 84 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONCEITO DE SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
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www.usp.br. 
Seria possível compreender bem o que significa e o que representa transtorno 
psicológico sem ter o entendimento prévio do que significaria saúde? 
A definição mais conhecida de saúde é a encontrada na Constituição da 
Organização Mundial de Saúde (OMS), ou seja, aquela que se propõe a considerá-la 
um completo bem-estar físico, mental e social e não apenas ausência de doença. 
Seria possível ser portador de um completo bem-estar? Dentro dessa 
perspectiva, até parece que para ter saúde é necessário viver em outro planeta e 
não habitar aquele a que aprendemos a denominar Terra. O conceito de saúde é 
cada vez mais relativo e suas discussões atrelam esse bem a outras dimensões do 
bem-viver humano como saneamento básico, lazer e acesso à educação e cultura, 
por exemplo. 
O certo é que a percepção de saúde varia muito entre as diferentes culturas, 
assim quanto às crenças sobre o que traz ou retira a saúde. A OMS define ainda a 
Engenharia Sanitária como sendo um conjunto de tecnologias que promovem o 
bem-estar físico, mental e social. Sabe-se que sem o saneamento básico (sistemas 
de água, de esgotos sanitários e de limpeza urbana) a saúde pública fica 
completamente prejudicada. 
A OMS reconhece ainda que a cada unidade monetária (dólar, euro, real, etc.) 
dispendida em saneamento economiza-se cerca de quatro a cinco unidades em 
http://www.usp.br/
 
 
 
AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 5 
 
sistemas de saúde (postos, hospitais, tratamentos, etc.) e que cerca de 80% das 
doenças mundiais são causadas por falta de água potável suficiente para atender as 
populações. Portanto, a saúde deve ser entendida em sentido mais amplo, como 
componente da qualidade de vida (WOOD; COHEN, 2007). 
Assim, não é um “bem de troca”, mas um “bem comum”, um bem e um direito 
social, em que cada um e todos possam ter assegurado o exercício e a prática do 
direito à saúde. A partir da aplicação e utilização de toda a riqueza disponível, 
conhecimentos e tecnologia desenvolvidos pela sociedade nesse campo, adequados 
às suas necessidades, abrangendo promoção e proteção da saúde, prevenção, 
diagnóstico, tratamento e reabilitação de doenças. Em outras palavras, considerar 
esse bem e esse direito como componente e exercício da cidadania, que é um 
referencial e um valor básico a ser assimilado pelo Poder Público. Para o 
balizamento e orientação de sua conduta, decisões, estratégias e ações. 
A partir daí, deve-se perguntar: afinal, o que significa esse processo saúde-
doença e quais suas relações com a saúde e com o sistema de serviços de saúde? 
Em síntese, em termos da determinação causal, pode-se dizer que ele representa o 
conjunto de relações e variáveis que produz e condiciona o estado de saúde e 
doença de uma população, que se modifica em diversos momentos históricos e do 
desenvolvimento científico da humanidade. Assim, houve a teoria mística sobre a 
doença, que os antepassados julgavam como um fenômeno sobrenatural, ou seja, 
ela estava além da sua compreensão do mundo, superada posteriormente pela 
teoria de que a doença era um fato decorrente das alterações ambientais no meio 
físico e concreto que o homem vivia. Em seguida, surge a teoria dos miasmas 
(gazes), que vai predominar por muito tempo. Até que, com os estudos de Louis 
Pasteur, na França, entre outros, vem a prevalecer a “teoria da unicausalidade”, com 
a descoberta dos micróbios (vírus e bactérias) e, portanto, do agente etiológico, ou 
seja, aquele que causa a doença. 
Devido à sua incapacidade e insuficiência para explicar a ocorrência de uma 
série de outros agravos à saúde do homem, essa teoria é complementada por uma 
série de conhecimentos produzidos pela epidemiologia, que demonstra a 
multicausalidade como determinante da doença e não apenas a presença exclusiva 
de um agente. 
Finalmente, uma série de estudos e conhecimentos provindos principalmente 
 
 
 
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da epidemiologia social nos meados deste século esclarece melhor a determinação 
e a ocorrência das doenças em termos individuais e coletivos. O fato é que se passa 
a considerar saúde e doença como estados de um mesmo processo, composto por 
fatores biológicos, econômicos, culturais e sociais. 
Deve-se ressaltar ainda o recente e acelerado avanço que se observa no 
campo da Engenharia Genética e da Biologia Molecular, com suas implicações tanto 
na perspectiva da ocorrência como da terapêutica de muitos agravos. Desse modo, 
surgiram vários modelos de explicação e compreensão da saúde, da doença e do 
processo saúde-doença, como o modelo epidemiológico baseado nos três 
componentes: agente, hospedeiro e meio, considerados como fatores causais, que 
evoluiu para modelos mais abrangentes, como o do campo de saúde, com o 
envolvimento do ambiente (não apenas o ambiente físico), estilo de vida, biologia 
humana e sistema-serviço de saúde, em uma permanente inter-relação e 
interdependência. 
Alguns autores questionam esse modelo, ressaltando, por exemplo, que o 
“estilo de vida”curiosidade e necessidade de explorar surpreendentes e, 
aparentemente infinitas, são propensas a se machucar e a quebrar e danificar 
coisas. 
As crianças hiperativas toleram pouco, as frustrações. Elas discutem com os 
pais, professores, adultos e amigos. Fazem birras e seu humor flutua rapidamente. 
Essas crianças também tendem a ser muito agarradas às pessoas. 
Precisam de muita atenção e tranquilização. É importante para os pais 
perceberem que as crianças hiperativas entenderam as regras, instruções e 
expectativas sociais. O problema é que elas têm dificuldade em obedecê-las. Esses 
comportamentos são acidentais e não propositais. Para a criança hiperativa e sua 
família, uma ida a um parque de diversão ou supermercado pode ser desastrosa. Há 
simplesmente muita coisa acontecendo – muito estímulo ao mesmo tempo. 
Devido à sua incapacidade de concentrar-se e ao constante bombardeamento 
de estímulos, a criança hiperativa pode ficar estressada. 
A criança hiperativa pode ter muitos problemas. Apesar da “dificuldade de 
aprendizado”, essa criança é geralmente muito inteligente. Sabe que determinados 
comportamentos não são aceitáveis. Mas, apesar do desejo de agradar e de ser 
educada e contida, a criança hiperativa não consegue se controlar. Pode ser 
frustrada, desanimada e envergonhada. 
Ela sabe que é inteligente, mas não consegue desacelerar o sistema nervoso, 
a ponto de utilizar o potencial mental necessário para concluir uma tarefa. 
A criança hiperativa muitas vezes se sente isolada e segregada dos colegas, 
mas não entende por que é tão diferente. 
Fica perturbada com suas próprias incapacidades. Sem conseguir concluir as 
tarefas normais de uma criança na escola, no playground ou em casa, a criança 
hiperativa pode sofrer de estresse, tristeza e baixa autoestima. 
Um especialista em comportamento infantil pode ajudá-lo a distinguir entre a 
criança normalmente ativa e enérgica e a criança realmente hiperativa. As crianças, 
 
 
 
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até mesmo as menores, podem correr, brincar e agitarem-se felizes durante horas 
sem cochilar, dormir ou demonstrar qualquer cansaço. 
Para garantir que a criança realmente hiperativa seja tratada adequadamente 
– e evitar o tratamento inadequado de uma criança normalmente ativa – é importante 
que seu filho receba um diagnóstico preciso. 
Durante a primeira ou a segunda consulta médica, a criança hiperativa pode 
se comportar de forma quieta e educada. Sabendo o que é esperado, pode se 
transformar em uma criança “modelo”. Esteja preparado para descrever, de forma 
precisa e objetiva, o comportamento do seu filho em casa e nas atividades sociais. 
Se seu filho está encontrando dificuldade na escola, peça ao professor que converse 
com o médico ou envie-lhe um relatório por escrito. 
Podem precisar de várias consultas antes que o comportamento hiperativo 
torne-se aparente. Não se preocupe. Um especialista em crianças, geralmente, pode 
realizar um diagnóstico preciso. 
Ao tratar da criança hiperativa, sua meta é ajudá-la a fazer o melhor possível, 
em casa, na escola, e com os amigos. Lembre-se sempre de que seu filho está 
lutando com todas as forças para superar uma deficiência do sistema nervoso. 
Explique, se preciso for, mas não se sinta envergonhado ou culpado quando seu 
filho não se comportar bem. 
Os pais da criança hiperativa merecem muita consideração. 
É preciso muita paciência – e vigor – para amar e apoiar a criança hiperativa 
em todos os desafios e frustrações inerentes à doença. Os pais da criança hiperativa 
estão sempre preocupados e atentos, sempre “em alerta”. Consequentemente, é 
fácil sentirem-se cansados, abatidos e frustrados. É de importância vital para os pais 
da criança hiperativa, serem bons consigo mesmos, descansar quando apropriado, 
além de buscar e aceitar o apoio para eles e para o filho. 
 
Tratamento convencional 
 
Antes de qualquer tratamento, um exame físico deve ser feito para descartar 
outras causas para o comportamento do seu filho, tais como infecção crônica do 
ouvido médio, sinusite, problemas visuais ou auditivos ou outros problemas 
neurológicos. 
 
 
 
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O metilfenidato é o medicamento mais comumente receitado para 
hiperatividade. É um estimulante que tem efeito paradoxal de acalmar o sistema 
nervoso e aumentar a capacidade da criança hiperativa de prestar atenção. 
Contudo, não deixe de verificar com seu médico antes de parar de dar esse 
medicamento a seu filho. A tioridazina é um tranquilizante ao qual se pode recorrer 
se a criança for extremamente agressiva e, nesse caso, apenas nas situações mais 
difíceis. 
Na maioria das circunstâncias, o medicamento para a hiperatividade pode ser 
interrompido durante o verão e retomado quando as aulas começarem novamente, 
após as férias. 
Essa conduta pode limitar alguns dos efeitos colaterais prolongados desses 
medicamentos. Após um verão sem medicamento, talvez seja útil deixar que seu 
filho frequente as primeiras semanas de aula sem qualquer medicação. Considere 
esse período como um teste para determinar se seu filho pode passar sem o 
medicamento (converse sempre com seu médico antes de descontinuar qualquer 
tratamento, durante qualquer período de tempo). 
 
Psicoterapia e Psicopedagogia 
 
Essas disciplinas ajudam a criança a entender o problema contra o qual está 
lutando, a estabelecer metas e padrões e reconhecer e avaliar seu comportamento. 
Podem ser de grande valia. 
Esses programas ensinam controles internos que podem ser usados em 
várias situações. Seu filho aprenderá a oferecer recompensas pelos seus feitos e 
aprenderá a partir dos seus erros. 
Coopere com seu médico ou terapeuta para desenvolver programas de 
modificação comportamental. É importante que o programa seja claro, facilmente 
entendido e executado por todos que dele participam – pela criança bem como pelos 
adultos. 
É essencial que essas intervenções sejam realizadas com cautela e boa 
vontade, em um ambiente calmo e carinhoso. A criança deve participar com 
disposição. Certifique-se de que os dois tenham entendido que esses programas 
objetivam ajudar e não punir. 
 
 
 
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Desenvolva uma rotina estável em casa. Para diminuir a confusão e a 
quantidade de estímulos diários, defina horários específicos para comer e dormir. 
Experimente atribuir uma tarefa pequena e rápida e insista delicadamente 
para que seja concluída. Em seguida, não deixe de agradecer e elogiar seu filho 
quando a tarefa tiver sido concluída. 
Faça com que a criança participe de projetos que ela goste para ajudá-la a 
concentrar-se. 
Aprender a concentrar-se alterará sua resposta ao mundo, gradativamente. 
Lembre-se sempre de que, além de ter um desequilíbrio do sistema nervoso que 
transforma em tortura o simples ato de permanecer sentado, a criança hiperativa e 
inteligente entedia-se facilmente. 
Cooperar com o hiperativo para ajudá-lo a realmente concluir um projeto. 
Concluir um projeto oferecerá uma ideia de competência e maior autoestima. O 
domínio e conclusão de uma tarefa requerem elogios. 
Busque terapia para você e seu cônjuge. Para ajudar a diminuir os 
sentimentos de frustração e isolamento, os pais da criança hiperativa precisam de 
informação e apoio. 
Busque auxílio; certamente encontrará. Você aprenderá a apoiar seu filho e a 
ficar calmo e próximo, mesmo quando a situação parecer fora de controle. Você 
também aprenderá que é importante que os pais tirem férias sem se sentirem 
estressados ou culpados por deixarem uma criança “difícil” com outras pessoas 
competentes. Nunca é demais enfatizar a necessidade dos pais terem uma folga. 
Tire uma tarde, uma noite ou um fim de semana. Entre em contatocom uma pessoa 
que possa tomar conta do seu filho. Ligue para seus pais e amigos. 
Se você não fizer isso para o seu próprio bem, faça por seu filho. 
Provavelmente você voltará se sentindo renovado, mais calmo e carinhoso. 
 
Atividades físicas 
 
São fundamentais, principalmente aquelas que mantêm a criança em contato 
com a água, como a hidroginástica e a natação. É importante saber que a água 
exerce um efeito calmante. Práticas como a yoga e o tai-chi-chuan também são 
interessantes, pois treinam a mente para que fique quieta. 
 
 
 
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Alguns cuidados importantes 
 
Durante a gestação, mantenha a exposição a chumbo ambiental ao mínimo 
possível e elimine álcool. Os dois têm sido relacionados à hiperatividade. 
Não deixe que seu filho se exponha ao chumbo. As fontes mais comuns de 
exposição ao chumbo são tinta à base de chumbo, água potável e cerâmica mal 
esmaltada. 
131 
Alguns fatos sobre a hiperatividade 
 
Há um equívoco muito grande, principalmente nas escolas, em “diagnosticar” 
crianças como sendo hiperativas. Embora muitos pais de crianças enérgicas 
perguntem aos médicos sobre a hiperatividade, ela não é problema comum. 
Agitação não é sinônimo de hiperatividade. Ansiedade também não. Tampouco 
problemas de concentração. É fundamental procurar um psicólogo, de preferência 
especialista em Psicopedagogia ou Psicologia Escolar. 
De acordo com um artigo publicado no British Journal of Psychiatry, apenas 
3% das crianças são realmente diagnosticadas com a desordem do déficit de 
atenção. A hiperatividade é dez vezes mais comum nos meninos do que nas 
meninas. A causa ou causas exatas da hiperatividade são desconhecidas. 
Os profissionais de saúde teorizam que a desordem pode ser resultado de: 
fatores genéticos; desequilíbrio químico; lesão ou doença na hora do parto ou depois 
do parto; ou um defeito no cérebro ou sistema nervoso central, resultando no mau 
funcionamento do mecanismo responsável pelo controle das capacidades de 
atenção e filtragem de estímulos externos. 
Metade das crianças hiperativas tem menos problemas comportamentais 
quando seguem uma dieta livre de substâncias como flavorizantes, corantes, 
conservantes, glutamato monossódico, cafeína, açúcar e chocolate e mantém 
psicoterapia associada a atividades físicas, ou seja, o tratamento deve ser 
multidisciplinar. 
 
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA 
 
 
 
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Muitas pessoas confundem a aplicação de testes com avaliação psicológica. 
A avaliação psicológica pode envolver técnicas de dinâmica de grupo, entrevistas, 
questionários, levantamento do histórico de vida e tudo o mais que tenha como 
objetivo avaliar – no sentido de analisar, compreender, esclarecer – a dinâmica dos 
processos psicológicos representativos de um indivíduo. Sendo, portanto, muito mais 
complexa que a simples aplicação de testes psicológicos. 
A depender dos objetivos da avaliação, que pode ser diagnóstica, de 
emprego, demissional, ela pode durar várias sessões. Um grande engano cometido 
por quem necessita de uma avaliação é que imagina que ela pode ser realizada em 
15 minutos, por exemplo. Puro engano. Para se chegar a um diagnóstico mais 
preciso, o psicólogo necessita realizar um levantamento minucioso. 
A avaliação psicológica deve ser utilizada em todo e qualquer setor da 
sociedade em que se necessite conhecer melhor o funcionamento da psique 
humana, visando orientar ou tomar certas decisões relativas à pessoa em questão 
(PELLINI, 2000). 
Encontram-se referências precisas de que desde o século XIX já se realizava 
avaliação psicológica em vários países e no Brasil, obviamente de forma diferente 
dos modelos conhecidos atualmente. 
No Brasil, a avaliação psicológica começou a ser praticada mais 
sistematicamente nas décadas de 50 e 60, porém, já na década de 20 foram 
realizados trabalhos acadêmicos e criados institutos para a realização de processos 
de seleção de pessoal nos setores públicos e privados, destacando-se as empresas 
do segmento de transporte coletivo. 
Com a regulamentação da Psicologia na década de 60, houve um aumento 
significativo de profissionais e de empresas interessadas em investir na área de 
recrutamento e seleção, passando a compor setores e a contratar psicólogos que 
realizassem avaliação psicológica em candidatos, tendo o intuito de aumentar as 
probabilidades de “acerto”, isto é, de selecionarem “a pessoa certa para o lugar 
certo”. 
As décadas de 80 e 90 foram promissoras para a área. Entretanto, se por um 
lado havia a utilização maciça de testes psicológicos nas avaliações para seleção de 
pessoal, por outro, não se encontravam instrumentos adaptados ou criados 
 
 
 
AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 44 
 
especificamente para esse fim. 
Visualiza-se, atualmente, um panorama no qual houve uma redução 
significativa da utilização dos testes psicológicos devido às rigorosas exigências de 
qualidade dos instrumentos, trazendo maior segurança ao profissional que se 
embasa em seus resultados para tomar decisões estratégicas e, não raramente, de 
maneira decisiva no direcionamento da vida das pessoas. 
Tanto no setor da Psicologia Clínica quanto no da Psicologia Organizacional, 
onde se pode fazer uso da Avaliação Psicológica, contar com os resultados obtidos 
a partir de testes é de grande importância, pois traz ao avaliador dados não 
facilmente perceptíveis de outro modo a respeito do candidato, além de poder 
confirmar aspectos percebidos durante a entrevista e dinâmica de grupo, se for o 
caso. Praticada de modos diferentes de acordo com cada objetivo, a ferramenta 
contribui de forma decisiva para o diagnóstico do candidato ou paciente. 
A avaliação psicológica não se reduz à aplicação de testes. Além de testes, a 
avaliação compreende técnicas de dinâmica de grupo, entrevistas, observação de 
comportamento e uma anamnese bem-feita, ou seja, investigação da vida social, 
familiar, física e emocional do paciente, com análise criteriosa do histórico de vida. 
 
Na prática134 
 
 
https://www.secad.com.br/blog/medicina/anamnese-medica-saiba-como-fazer-
e-entenda-sua-importancia/ 
De maneira geral, uma avaliação psicológica se constitui por uma entrevista 
individual, às vezes substituída ou acrescida de uma dinâmica de grupo, e um teste 
 
 
 
AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 45 
 
para avaliação da personalidade. Outros testes, de habilidades ou aptidões 
específicas, são acrescentados ao conjunto de técnicas de avaliação, conforme o 
objetivo e a área de atuação do profissional. 
O objetivo maior é o de diagnosticar cada pessoa, conhecer suas 
competências individuais e, para isso, o teste psicológico ainda é o melhor 
instrumento de que se dispõe, embora jamais único no processo, pois além de 
resultar em dados confiáveis, já que suas características psicométricas são 
comprovadas cientificamente. Ele permite que o psicólogo tenha uma visão total da 
pessoa, que consiga definir quais são as suas competências ou características mais 
vantajosas e quais aquelas em que precisaria investir um pouco mais. 
Em um processo de seleção, por exemplo, tais informações permitem ao 
psicólogo indicar com maior segurança pessoas para cargos específicos e orientar 
as lideranças sobre como lidar com seus colaboradores e no que efetivamente 
investir para obter maior desenvolvimento e melhores resultados. 
Da mesma forma, em treinamento e desenvolvimento, uma avaliação 
psicológica traz subsídios suficientes para que um programa seja encaminhado 
considerando as especificidades individuais e grupais, podendo até, com isso, gerar 
um redirecionamento das estratégias adotadas. Há pouco tempo, algumas 
empresasprocuravam premiar colaboradores tecnicamente bons com uma 
promoção para cargos de chefia, sem outro critério senão a satisfação com o 
desempenho desse funcionário, ou seja, sem uma avaliação que pudesse assegurar 
que essa pessoa tivesse características condizentes com posições de liderança, 
além de sua competência técnica. 
O resultado final geralmente era desastroso para o colaborador e para a 
empresa. Por não ser um líder e necessitar desenvolver as competências de 
liderança, não se saía bem na nova função. Como nem sempre é possível a pessoa 
retornar ao cargo anterior, a empresa contava com duas opções: mantê-lo no cargo 
e arcar com consequências indesejáveis ou então demiti-lo. Prejuízo para ambos. 
Para um planejamento de carreira, a realização de uma avaliação psicológica 
também se torna decisiva, visto que norteará todo o programa a ser desenvolvido 
com o profissional, especificando as características psicológicas a serem 
desenvolvidas para que ele possa futuramente ascender em uma hierarquia com 
sucesso. 
 
 
 
AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 46 
 
No momento atual, o foco das empresas, seja qual for o seu negócio, é cada 
vez mais seus recursos humanos e sabe-se que o sucesso da empresa deve-se ao 
conhecimento e ao investimento em pessoas. A avaliação psicológica, científica e 
ética, apoiada em instrumentos e testes fidedignos, contribui essencialmente para 
essa finalidade. 
Em se tratando da Psicologia Clínica, a avaliação psicológica é usada para 
fins diagnósticos, ou seja, para avaliar a saúde emocional do paciente e verificar se 
ele é portador de algum transtorno. Vale ressaltar que nem sempre a queixa inicial é 
a responsável pelo sofrimento psíquico de uma pessoa, mas a constatação disso só 
se verifica depois de uma avaliação psicológica. 
 
Entrevista psicológica 
 
Existem vários tipos de entrevistas e são vários os profissionais que dela se 
utilizam. Com o psicólogo não é diferente. Ele utiliza esse instrumento para elaborar 
diagnósticos, durante avaliações e em prognóstico, ou seja, quando, durante uma 
entrevista devolutiva, por exemplo, mostra as probabilidades futuras de um quadro 
psicológico atual. 
É bem verdade que a entrevista psicológica sofreu algumas modificações no 
início do século XIX, quando predominava o modelo médico. Naquela época, 
Kraepelin usava a entrevista com o objetivo de detalhar o comportamento do 
paciente, e, assim, poder identificar as síndromes e as doenças específicas que as 
classificavam segundo a nosografia vigente. (SILVA, 2007). 
Enquanto isso, Meyer, psiquiatra americano, se interessava pelo enfoque 
psicobiológico (aspectos biológicos, históricos, psicológicos e sociais) do 
entrevistado. A partir de Hartman e Anna Freud o interesse da entrevista se 
deslocou para as defesas do paciente. Isto é, a Psicanálise teve sua influência na 
investigação dos processos psicológicos, sem enfatizar o aspecto diagnóstico, antes 
valorizado. 
Nos anos 50, Deutsch e Murphy apresentaram sua técnica denominada 
Análise Associativa que considerava importante registrar não somente o que o 
paciente dizia, mas, também, em fornecer informações sobre ele. Desse modo, 
desviou-se o foco sobre o comportamento psicopatológico para o comportamento 
 
 
 
AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 47 
 
dinâmico. Ainda naquela década, Sullivan concebeu a entrevista como um fenômeno 
sociológico, uma díade de interferência mútua. 
Após esse período, a entrevista e o aconselhamento psicológicos se deixaram 
influenciar, entre outros, por Carl Rogers, cuja abordagem consiste em centrar no 
paciente. Ou seja, em procurar compreender, de acordo com o seu referencial, 
significados e componentes emocionais, tendo como base a sua aceitação 
incondicional por parte do entrevistador. 
 
 
 
Definição de entrevista psicológica 
 
http://www.institutouniao.com.br/imagens. 
 
A entrevista psicológica é um processo bidirecional de interação, entre duas 
ou mais pessoas com o propósito previamente fixado no qual uma delas, o 
entrevistador, procura saber o que acontece com a outra, o entrevistado, procurando 
agir conforme esse conhecimento (WIENS apud NUNES, in CUNHA, 1993). 
Enquanto técnica, a entrevista tem seus próprios procedimentos empíricos por 
meio dos quais não somente se amplia e se verifica, mas, também, 
simultaneamente, absorve os conhecimentos científicos disponíveis. Nesse sentido, 
Bleger (1960) define a entrevista psicológica como sendo “um campo de trabalho no 
http://www.institutouniao.com.br/imagens
 
 
 
AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 48 
 
qual se investiga a conduta e a personalidade de seres humanos”. 
Outra definição caracteriza a entrevista psicológica como sendo “uma forma 
especial de conversão, um método sistemático para entrar na vida do outro, na sua 
intimidade” (RIBEIRO, 1988, p. 154). Enfim, Gil (1999, p. 117) compreende a 
entrevista como uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes, busca 
coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação. 
A entrevista psicológica pode ser também um processo grupal, isto é, com um 
ou mais entrevistadores e/ou entrevistados. No entanto, esse instrumento é sempre 
em função da sua dinâmica, um fenômeno de grupo, mesmo que seja com a 
participação de um entrevistado e de um entrevistador (SILVA, 2007). 
 
Os objetivos da entrevista 
 
Com base nos critérios que objetivaram a entrevista em saúde mental, pode-
se classificar a entrevista quanto aos seguintes objetivos: 
a) diagnóstica – visa estabelecer o diagnóstico e o prognóstico do paciente, 
bem como as indicações terapêuticas adequadas. Assim, faz-se necessário uma 
coleta de dados sobre a história do paciente e sua motivação para o tratamento. 
Quase sempre, a entrevista diagnóstica é parte de um processo mais amplo de 
avaliação clínica que inclui testagem psicológica; 
b) psicoterápica – procura colocar em prática estratégia de intervenção 
psicológica nas diversas abordagens – rogeriana (C. Rogers), jungiana (C. Jung), 
gestalt (F. Perls), bioenergética (A. Lowen), logoterapia (V. Frankl) e outras –, para 
acompanhar o paciente, esclarecer suas dificuldades, tentando ajudá-lo a solucionar 
seus problemas; 
c) de encaminhamento – logo no início da entrevista, deve ficar claro para 
o entrevistado, que ela tem como objetivo indicar seu tratamento, e que este não 
será conduzido pelo entrevistador. Devem-se obter informações suficientes para se 
fazer uma indicação e, ao mesmo tempo, evitar que o entrevistado desenvolva um 
vínculo forte, uma vez que pode dificultar o processo de encaminhar; 
d) de seleção – o entrevistador deve ter um conhecimento prévio do 
currículo do entrevistado, do perfil do cargo, deve fazer uma sondagem sobre as 
informações que o candidato tem a respeito da empresa, e destacar os aspectos 
 
 
 
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mais significativos do examinando em relação à vaga pleiteada, etc.; 
e) de desligamento – identifica os benefícios do tratamento por ocasião da 
alta do paciente, examina junto com ele os planos da pós-alta ou a necessidade de 
trabalhar algum problema ainda pendente. Essa entrevista também é utilizada com o 
funcionário que está deixando a empresa, e tem como objetivo obter um feedback 
sobre o ambiente de trabalho, para providências, intervenções do psicólogo em 
caso, por exemplo, de alta rotatividade de demissão em um determinado setor; 
f) de pesquisa – investiga temas em áreas das mais diversas ciências, 
somente se realiza a partir da assinatura do entrevistado ou paciente, do documento 
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Resolução CNS no 196/96), no qual 
estará explícita a garantia ao sigilo das suas informaçõese identificação, e liberdade 
de continuar ou não no processo. 
 
A sequência temporal das entrevistas diagnósticas: 
 
140http://www.corporal.com.br/segura/imagens_arquivos/quadrodefiguras.jpg. 
 
Essa sequência pode ser subdividida em: entrevista inicial; entrevistas 
subsequentes e entrevista de devolução, caracterizadas de forma diferente, e 
mostrando objetivos distintos conforme o momento em que elas ocorram (GOLDER, 
2000). 
http://www.corporal.com.br/segura/imagens_arquivos/quadrodefiguras.jpg
 
 
 
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a) Entrevista inicial 
É a primeira entrevista de um processo de psicodiagnóstico. Semidirigida, 
durante a qual o sujeito fica livre para expor seus problemas. Segundo Fiorini (1987, 
p. 63), o empenho do terapeuta nessa primeira entrevista pode ter uma influência 
decisiva na continuidade ou no abandono do tratamento. Pinheiro (2004) salienta 
que essa entrevista ocorre em um certo contexto de relação constantemente 
negociada. O termo negociação se refere ao posicionamento definido como “um 
processo discursivo, através do qual [...] são situados numa conversação como 
participantes observáveis, subjetivamente coerentes em linhas de histórias 
conjuntamente produzidas” (DAVIES; HARRÉ apud PINHEIRO, 2004, p.186). 
Essa entrevista, geralmente, inicia-se com a chamada telefônica de outro 
técnico, encaminhando o entrevistado para a avaliação psicodiagnóstica, ou com a 
chamada do próprio entrevistado. Tem como objetivos discutir expectativas, clarear 
as metas do trabalho, e colher informações sobre o entrevistado, que não poderiam 
ser obtidas de outras fontes (SILVA, 2007). 
As primeiras impressões sobre o entrevistado, sua aparência, comportamento 
durante a espera, são dados que serão analisados pelo entrevistador, e que podem 
facilitar o processo de análise do caso. Para Gilliéron (1996), a primeira entrevista 
deve permitir conhecer: 
 o modo de chegada do paciente à consulta (por si mesmo, enviado por 
alguém ou a conselho de alguém, etc.); 
 o tipo de relação que o paciente procura estabelecer com o seu 
terapeuta; 
 as queixas iniciais verbalizadas pelo paciente, em particular a maneira 
pela qual ele formula seu pedido de ajuda (ou sua ausência de pedido). 
A partir dessas impressões e expectativas, entrevistador e entrevistado 
constroem mutuamente suas transferências, contratransferências, e resistências que 
foram ativadas bem antes de ocorrer o encontro propriamente dito. 
Um clima de confiança proporcionado pelo entrevistador facilita que o 
entrevistando revele seus pensamentos e sentimentos sem tanta defesa, portanto, 
com menos distorções. No final dessa entrevista devem ficar esclarecidos os 
seguintes pontos: horários, duração das sessões, honorários, formas de pagamento 
 
 
 
AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 51 
 
(quando particular), condições para administrar instrumentos de testagem e para as 
condições de consulta a terceiros. 
 
b) Entrevistas subsequentes 
Após a entrevista inicial, em que é obtida uma primeira impressão sobre a 
pessoa do paciente, esclarecimentos sobre os motivos da procura, e realização do 
contrato de trabalho de psicodiagnóstico, normalmente são necessários mais alguns 
encontros. O objetivo das entrevistas subsequentes é a obtenção de mais dados 
com riqueza de detalhes sobre a história do entrevistado, tais como: fases do seu 
desenvolvimento, escolaridade, relações familiares, profissionais, sociais e outrosc) 
Entrevista de devolução ou devolutiva 
No término do psicodiagnóstico, o técnico tem algo a dizer ao entrevistado em 
relação ao que fundamenta a indicação. Em 1991, Cunha, Freitas e Raymundo 
(apud NUNES, in CUNHA, 1993), elaboraram algumas recomendações sobre a 
entrevista de devolução: 
 após a interpretação dos dados, o entrevistador vai comunicar-lhe em 
que consiste o psicodiagnóstico, e indicar a terapêutica que julga mais adequada; 
 o entrevistador retoma os motivos da consulta, e a maneira como o 
processo de avaliação foi conduzido; 
 a devolução inicia com os aspectos menos comprometidos do paciente, 
ou seja, menos mobilizadores de ansiedade; 
 deve-se evitar o uso de jargão técnico (expressões próprias da ciência 
circulante entre os profissionais da área, em outras palavras “gíria profissional”), e 
iniciar por sintoma ligado diretamente à queixa principal; 
 a entrevista de devolução deve encerrar com a indicação terapêutica. 
 
Diferença entre entrevista, consulta e anamnese 
 
 
 
 
AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 52 
 
 
http://www.petpsicologiaufes.com/images/outubro/entrevista.jpg. 
 
A técnica da entrevista procede do campo da medicina, e inclui procedimentos 
 
semelhantes que não devem ser confundidos e nem superpostos à entrevista 
psicológica. 
Consulta não é sinônimo de entrevista. A consulta consiste em uma 
assistência técnica ou profissional que pode ser realizada ou satisfeita, entre as mais 
diversas modalidades, por meio da entrevista. 
A entrevista não é uma anamnese. Esta implica em uma compilação de dados 
preestabelecidos, que permitem fazer uma síntese, seja da situação presente, ou da 
história de doença e de saúde do indivíduo. Embora, se faça a anamnese com base 
na utilização correta dos princípios que regem a entrevista, porém, são bem 
diferenciadas nas suas funções. 
Na anamnese, o paciente é o mediador entre sua vida, sua enfermidade, e o 
médico. Quando por razões estatísticas ou para cumprir obrigações regulamentares 
de uma instituição, muitas vezes, ela é feita pelo pessoal de apoio ou auxiliar. 
A anamnese trabalha com a suposição de que o paciente conhece sua vida e 
está, portanto, capacitado para fornecer dados sobre ela. Enquanto que, a hipótese 
da entrevista é de que cada ser humano tem organizado a história de sua vida, em 
um esquema de seu presente. E, deste temos que deduzir o que ele não sabe. Ou 
seja, “o que nos guia numa entrevista, do mesmo modo que em um tratamento, não 
é a fenomenologia reconhecível, mas o ignorado, a surpresa” (GOLDER, 2000, p. 
45). 
Nessa perspectiva, Bleger (1980) compreende que, diferentemente da 
consulta e da anamnese, a entrevista psicológica tenta o estudo e a utilização do 
http://www.petpsicologiaufes.com/images/outubro/entrevista.jpg
 
 
 
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comportamento total do indivíduo em todo o curso da relação estabelecida com o 
técnico, durante o tempo que essa relação durar (p. 12). 
A entrevista psicológica funciona como uma situação onde se observa parte 
da vida do paciente. Mas, nesse contexto não consegue emergir a totalidade do 
repertório de sua personalidade. Uma vez que não pode substituir, e nem excluir 
outros procedimentos de investigação mais extensos e profundos, a exemplo de um 
tratamento psicoterápico ou psicanalítico, o qual demanda tempo, e favorece para 
que possa emergir determinados núcleos da personalidade. 
Esse tipo de assistência também não pode prescindir da entrevista. Esta que 
apresenta lacunas, dissociações e contradições que levam alguns pesquisadores a 
considerá-la um instrumento pouco confiável. Mas, como diz Bleger (1980), essas 
dissociações e contradições são inerentes à condição humana, e a entrevista 
oferece condições para que elas sejam refletidas e trabalhadas. 
 
Tipos de entrevista 
 
 
http://images.google.com/imgres?imgurl=http://bp0.blogger.com. 
 
Segundo Gil (1999), as entrevistas podem ser classificadas em: informal, 
focalizada, por pautas e estruturada: 
a) entrevista informal (livre ou não estruturada) – é o tipo menos 
estruturado, e só se distingue da simples conversação porque tem como objetivo 
http://bp0.blogger.com/
 
 
 
AVENIDA NAIR XAVIER CORREIAQD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 54 
 
básico a coleta de dados. O que se pretende é a obtenção de uma visão geral do 
problema pesquisado, bem como a identificação de alguns aspectos da 
personalidade do entrevistado; 
b) entrevista focalizada (semiestruturada ou semidirigida) – é tão livre 
quanto a informal, todavia, enfoca um tema bem específico. Permite ao entrevistado 
falar livremente sobre o assunto, mas quando este se desvia do tema original o 
entrevistador deve se esforçar para sua retomada; 
c) entrevista por pautas (semiestruturada ou semidirigida) – apresenta 
certo grau de estruturação, já que se guia por uma relação de pontos de interesses 
que o entrevistador vai explorando ao longo do seu curso. As pautas devem ser 
ordenadas e guardar certa relação entre si. O entrevistador faz poucas perguntas 
diretas e deixa o entrevistado falar livremente à medida que se refere às pautas 
assimiladas. Quando este, por ventura, se afasta, o entrevistador intervém de 
maneira sutil, para preservar a espontaneidade da entrevista; 
d) entrevista estruturada (fechada) – desenvolve-se a partir de uma 
relação fixa de perguntas, cuja ordem e redação permanecem invariáveis para todos 
os entrevistados, que geralmente são em grande número. Por possibilitar o 
tratamento quantitativo dos dados, esse tipo de entrevista torna-se o mais adequado 
para o desenvolvimento de levantamentos sociais. 
 
A entrevista quanto ao seu referencial teórico: 
 
 
 
 
AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 55 
 
http://www.filmesraros.com/loja/images/mind.jpeg. 
 
O processo de entrevista é orientado por seu referencial teórico. Aqui serão 
vistas, em síntese, algumas das perspectivas: 
a) Perspectiva Psicanalítica – tem como base os pressupostos dos 
conteúdos inconscientes. O entrevistador busca avaliar a motivação inconsciente, o 
funcionamento psíquico e a organização da personalidade do entrevistado. A 
entrevista é orientada para a psicodinâmica da estrutura intrapsíquica ou das 
relações objetais e funcionamento interpessoal; 
b) Perspectiva Existencial-Humanista – não procura formular um 
diagnóstico, e sim, verificar se o interesse do indivíduo está autorrealizado ou não. 
Aqui não existe uma técnica específica de entrevista, essas são consideradas pelos 
existencialistas como manipulação. O entrevistador reflete o que ouve, pergunta com 
cuidado, e tenta reconhecer os sentimentos do entrevistado; 
c) Perspectiva Fenomenológica – estuda a influência dos pressupostos e 
dos preconceitos sobre a mente, e que os acionam ao estruturar a experiência e 
atribuir-lhe um significado. Além de uma atitude aberta e receptiva, é necessário que 
o entrevistador atue como observador participante, e que, assim, seja capaz de 
avaliar criticamente, por meio de sua experiência clínica e conhecimento teórico, o 
que está ocorrendo na entrevista. 
 
A entrevista quanto ao seu método: 
 
 
http://www.usp.br/agen/bols/2000/Image217.gif. 
 
Segundo Ribeiro (1988), a realização da entrevista psicológica segue 
diferentes enfoques: 
http://www.filmesraros.com/loja/images/mind.jpeg
http://www.usp.br/agen/bols/2000/Image217.gif
 
 
 
AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 56 
 
a) psicométrico – o entrevistador faz uso constante de uma série de 
instrumentos: testes, pesquisas, controle estatístico, etc., predeterminados, 
enquanto dispositivos para a aquisição de conhecimentos sobre o entrevistado. 
Nessa situação, dificilmente o entrevistador conseguirá aprofundar a relação, o 
encontro permanece mais em nível formal e informativo do que espontâneo criativo e 
transformador. Isso não quer dizer que seja menos válida ou mais superficial; 
b) psicodinâmico – a relação poderá ser mais aprofundada devido ao fato 
de o entrevistador contar com maior disponibilidade de tempo para questionar o 
entrevistado, e conduzir a situação de maneira “menos estruturada”. Sua atenção 
não está no aqui e no agora, ela atende a uma dinâmica de causa-efeito na qual 
submensagens poderão dificultar a comunicação; 
c) antropológico – abrange a relação ambiente-organismo na 
compreensão da comunicação. Qualquer dado será considerado, mas, nem sempre, 
é possível dizer em que momento ele está e onde será utilizado. Esse tipo de 
entrevista parece mais complexo, assim sendo, exige mais prática do entrevistador 
para analisar as informações. 
 
Técnicas de entrevista: 
 
 
bp0.blogger.com/.../-nj-4V07GVM/s400/Fleurs8.jpg. 
 
Um dos aspectos essenciais da entrevista está na investigação que se realiza 
durante o seu transcurso. As observações são registradas em função das hipóteses 
que o entrevistado emite. O entrevistador ordena na seguinte disposição: 
 
 
 
AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 57 
 
observação, hipótese e verificação. Uma boa observação consiste, de algum modo, 
em formular hipóteses que vão sendo reformuladas durante a entrevista em função 
das observações subsequentes. 
No entender de Bleger (1980), o trabalho do psicólogo somente adquire real 
envergadura e transcendência quando coincidem a investigação e a tarefa 
profissional, porque estas são as unidades de uma práxis que resguarda a tarefa 
mais humana: compreender e ajudar os outros. Assim, indagação e atuação, teoria e 
prática, devem ser manejadas como momentos e aspectos inseparáveis do mesmo 
processo. 
Segundo Bleger (1980), a entrevista se diferencia de acordo com o 
beneficiário do resultado: 
 a entrevista que se realiza em benefício do entrevistado, a exemplo da 
consulta psicológica ou psiquiátrica; 
 a entrevista cujo objetivo é a pesquisa, valorizando, apenas, o resultado 
científico da mesma; 
 a entrevista que se realiza para terceiro, neste caso, a serviço de uma 
instituição. 
Com exceção do primeiro tipo de entrevista, os demais exigem do 
entrevistador que desperte interesse ou motive a participação do entrevistado. 
Segundo Gil (1999), as entrevistas podem acontecer em duas modalidades: 
Face a face e por telefone. A entrevista tradicional tem sido realizada face a face. No 
entanto, nas últimas décadas, vem sendo desenvolvida a entrevista por telefone. 
As principais vantagens da entrevista por telefone, em relação à entrevista 
pessoal, são: custos mais baixos; facilidade na seleção da amostra; rapidez; maior 
aceitação dos moradores das grandes cidades, que temem abrir suas portas para 
estranhos; facilidade de agendar o momento mais apropriado para a realização da 
entrevista. 
São limitações da entrevista por telefone: interrupção da entrevista pelo 
entrevistado; menor quantidade de informações; impossibilidade de descrever as 
características do entrevistado ou as circunstâncias em que se realizou a entrevista; 
parcela significativa da população que não dispõe de telefone ou não tem seu nome 
na lista. 
Segundo Erickson (apud SCHEEFFER, 1977), algumas recomendações 
 
 
 
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devem ser aplicáveis ao processo de entrevista psicológica: 
 o entrevistador deve ter o cuidado para não transformar a entrevista em 
uma conversa social. “Como posso ajudá-lo?”, é uma boa maneira de se iniciar uma 
entrevista; 
 o entrevistador não deve completar as frases do entrevistado. Devem-
se evitar perguntas que induzam respostas do tipo “sim” ou “não”. Não interromper o 
fluxo do pensamento do entrevistado, a não ser que ele se perca em ideias que 
fogem dos tópicos da entrevista; 
 a atitude do entrevistador deve ser de aceitação completa das vivências 
do entrevistado. Não deve haver discussão de pontos de vista; 
 as pausas e silêncios são, quase sempre, embaraçosos para o 
entrevistador. Nesses momentos, possivelmente, o entrevistado está revivendo 
experiências que nãoconsegue expressar verbalmente. Quando as pausas forem 
longas, o entrevistador poderá retomar um tópico anterior que estava sendo 
discutido; 
 o tempo de entrevista deve ser marcado, e o entrevistado será 
comunicado de quanto tempo dispõe. Se necessário, marca-se outra(s) entrevista(s). 
Deve-se limitar o número de assuntos em cada sessão para não confundir o 
entrevistado; 
 é necessário trocar o pronome pessoal “eu”, pelo uso de expressões 
mais vagas, tais como: “parece que ...”; “parece melhor ...”; etc.; 
 recomenda-se fazer o resumo do que fora discutido em cada final de 
entrevista. E que o entrevistador faça uma síntese para o entrevistado do que foi 
abordado na sessão; 
 o término da entrevista não deve transformar-se numa conversa social, 
sem nenhuma relação com os problemas discutidos. Isto pode prejudicar o resultado 
da entrevista. 
 
Segundo Foddy (2002), é aconselhável o investigador ou entrevistador: 
 adotar uma atitude comum e casual. Ex. “Por acaso você...”; 
 empregar a técnica “Kinsey” de olhar os inquiridos bem nos olhos, e 
colocar a pergunta sem rodeios de modo a que eles tenham dificuldade em mentir; 
 
 
 
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 dotar uma aproximação indireta de modo a que os inquiridos forneçam 
a informação desejada sem terem consciência disso, a exemplo das técnicas 
projetivas; 
 colocar as perguntas perturbadoras na parte final do questionário ou da 
entrevista de modo a que as respostas não sofram qualquer consequência desse 
efeito. 
Segundo Gilliéron (1996), podem-se estudar os comportamentos do paciente 
praticamente em relação a dois eixos: 
 a anamnese do sujeito que permite a observação dos comportamentos 
repetitivos que dão uma ideia exata da sua personalidade: trata-se do ponto de vista 
histórico; 
 a observação do comportamento do paciente quando da primeira 
entrevista também fornece indicações muito precisas sobre a organização da sua 
personalidade. 
 
 
Dinâmica da entrevista 
 
 
 
http://www.kaneoya.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2007/11/entrevista.jpg. 
 
O entrevistador, no seu papel de técnico, não deve expor suas reações e nem 
http://www.kaneoya.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2007/11/entrevista.jpg
 
 
 
AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 60 
 
sua história de vida. Não deve permitir em ser considerado como um amigo pelo 
entrevistado e, nem entrar em relação comercial, de amizade ou de qualquer outro 
benefício que não seja o pagamento dos seus honorários. Para Gilliéron (1996), a 
investigação repousará: 
 na análise do comportamento do paciente com relação ao enquadre; 
 em um modelo preciso suscetível de evidenciar a dinâmica relacional 
que se estabelece entre o paciente e o terapeuta; modelo de apoio objetal. 
O entrevistado deve ser recebido com cordialidade, e não de forma efusiva. 
Diante de informações prévias fornecidas por outra pessoa, se deixa claro que essas 
não serão mantidas em reserva. Em função de não abalar a confiança do 
entrevistado, estas lhe serão comunicadas. A reação contratransferencial deve ser 
encarada como um dado de análise da entrevista, não se deve atuar diante da 
rejeição, inveja ou qualquer outro sentimento do entrevistado. 
As atitudes do entrevistado não devem ser “domadas” ou subjugadas, não se 
trata de querer triunfar e nem se impor perante ele. Compete ao entrevistador 
averiguar como essas atitudes funcionam e como o afetam. O grau de repressão do 
entrevistado, de certo modo, tem uma relação direta com o nível de repressão do 
entrevistador. 
Necessariamente, o entrevistado que fala muito não traz à tona aspectos 
relevantes das suas dificuldades. A linguagem é um meio de transmitir informação, 
mas poderá ser também uma maneira poderosa de se evitar uma verdadeira 
comunicação (BLEGER, 1980). Nem sempre, uma carga emocional intensa significa 
uma evolução no processo. 
O silêncio é uma expressão não verbal que muitas vezes comunica bem mais 
que as palavras. O silêncio é, geralmente, o fantasma do entrevistador iniciante. Ele 
pode ser também uma tentativa de encobrir a faceta de um momento o qual o sujeito 
não consegue enfrentar. Castilho (1995) cita uma série de tipos de silêncio que são 
comuns nas dinâmicas de grupo, mas que também ocorrem, com bastante 
frequência, no processo de entrevista, etc. Para ilustrar foram destacados alguns 
tipos de silêncio: 
 silêncio de tensão – é a expressão da ansiedade. Facilmente 
observado pela postura corporal tensa ou inquieta do entrevistado, da sua 
respiração ofegante, do tamborilar dos dedos, etc.; 
 
 
 
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 silêncio de medo – deixa o entrevistado petrificado, na sua tentativa de 
fugir de uma situação psicologicamente ameaçadora. Esse silêncio suscita muita 
tensão e, como consequência, forte descarga psicossomática; 
 silêncio de reflexão – surge normalmente após a intervenção do 
entrevistador, ou logo após um feedback, ou mesmo depois do entrevistador ter 
passado por algum tipo de vivência. Nele, observa-se a ausência de tensão, há um 
recolhimento introspectivo de elaboração mental; 
 silêncio de desinteresse – o indivíduo perde o foco da atenção, camufla 
resistência, se desinteressa pela situação externa porque interiormente ela o atinge. 
 
A ansiedade na entrevista 
 
 
http://www.redepsi.com.br/portal/uploads/smartsection/images/item/c37r20060m2870.jpg. 
 
A ansiedade é parte da existência humana, todas as pessoas a sentem em 
grau variado, por vezes consiste em uma resposta adaptativa do organismo 
(SIERRA, 2003). Para Bion (apud ALMEIDA; WETZEL, 2001, p. 272), se duas 
pessoas estão em uma sala de análise sem angústia, não está havendo análise. 
Calligaris (apud GOLDER, 2000, p.151) percebe que, em todo encontro, o 
outro está imediatamente implicado enquanto “semelhante imaginário”, o que se 
busca primeiro é uma tela, uma espécie de cumplicidade, na qual supõe um sentido 
comum ao que estamos dizendo. Desse modo, a ansiedade é um indicativo do 
desenvolvimento de uma entrevista, e deve ser controlada pelo entrevistador, a sua 
própria, e a que aparece no entrevistado. 
http://www.redepsi.com.br/portal/uploads/smartsection/images/item/c37r20060m2870.jpg
 
 
 
AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 62 
 
Durante a situação de entrevista, tanto a ansiedade quanto os mecanismos de 
defesa do entrevistado podem aumentar, não somente devido a esse novo contexto 
externo que ele enfrenta, mas também devido ao perigo, em potencial, daquilo que 
desconhece em sua personalidade. O contato direto com seres humanos coloca o 
técnico diante da sua própria vida, saúde ou doença, conflitos e frustrações. 
Considerando que o entrevistador é um agente ativo na investigação, sua 
ansiedade torna-se um dos fatores mais difíceis de lidar. Em sua tarefa, o psicólogo 
pode oscilar facilmente entre a ansiedade e o bloqueio, sem que isto o perturbe, 
desde que possa resolver na medida em que surja. 
Toda investigação implica a presença de ansiedade frente ao desconhecido, e 
o investigador deve ter a capacidade para tolerá-la, assim, poderá manter o controle 
da situação. Há casos em que o investigador, devido aos seus bloqueios e 
limitações, se vê oprimido pela ansiedade, e recorre a mecanismos de defesa para 
se sentir seguro, e assim, elimina a possibilidade de uma investigação eficaz, uma 
vez que conduz a entrevista de maneira estereotipada. Outro problema frequente diz 
respeito a certa compulsão do entrevistador focalizar seu interesse ou encontrar 
perturbações exatamente na esfera que ele nega os seus próprios conflitos. 
A manipulação técnica, de toda ansiedade, deve ser realizada com referência 
à personalidade do entrevistado,e ao nível de timing (sincronização e ajustamento) 
que se tenha estabelecido na relação. Toda interpretação fora desse contexto 
implica em agressão ao paciente ou entrevistado. Cabe ao psicólogo saber calar, na 
proporção inversa da sua vontade compulsiva de interferir. Nessa ótica, Almeida e 
Wetzel (2001, p. 271) dizem que a interpretação algumas vezes vem de um desejo 
de intervenção com a finalidade de eliminar angústias (perda de continência), 
instados pela situação e autorizados pelo setting. 
Segundo Piaget (apud GIL, 1999), o bom entrevistador deve reunir duas 
qualidades: saber observar (não desviar nada, não esgotar nada); saber buscar 
(algo de preciso, ter a cada instante uma hipótese de trabalho, uma teoria, 
verdadeira ou falsa, para controlar). 
Douglas (apud FODDY, 2002) corrobora essa ideia quando afirma que 
entrevistar criativamente é ter determinação atendendo ao contexto, em vez de 
negar, ou não conseguir compreender. O que se passa em uma situação de 
entrevista é determinado pelo processo de perguntas e respostas, a entrevista 
 
 
 
AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 63 
 
criativa agarra o imediato, a situação concreta, tenta perceber de que modo essa 
afetação vai sendo comunicada e, ao compreender esses efeitos, modifica a 
recepção do entrevistador, aumentando, assim, a descoberta das verdades. 
 
Transferência e contratransferência: 
 
 
 
www.rodrigues.psc.br. 
 
 
Transferência 
 
Freud (1914-1969) entende que a transferência é “[...] apenas um fragmento 
da repetição e que a repetição é uma transferência do passado esquecido [...] para 
todos os aspectos da situação atual” (p.166). A transferência é designada pela 
Psicanálise como um processo por meio do qual os desejos inconscientes se 
atualizam sobre determinados objetos, em certo tipo de relação estabelecida, 
eminentemente, no quadro da relação analítica. A repetição de protótipos infantis 
vividos com um sentimento de atualidade acentuada. Classicamente a transferência 
é reconhecida como o terreno em que se dá a problemática de um tratamento 
psicanalítico, pois são a sua instalação, as suas modalidades, a sua interpretação e 
a sua resolução que as caracterizam (LAPLANCHE; PONTALIS, 2004). 
A transferência e a contratransferência são fenômenos que estão presentes 
em toda relação interpessoal, inclusive na entrevista. Na transferência o entrevistado 
atribui papéis ao entrevistador, e se comporta em função deles, transfere situações e 
http://www.rodrigues.psc.br/
 
 
 
AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 64 
 
modelos para a realidade presente e desconhecida, e tende a configurar esta última 
como situação já conhecida, repetitiva. No entender de Gori (2002, p. 78), repetindo 
transferencialmente, evoca-se a lembrança e é somente por meio da lembrança que 
temos acesso à história “[...] por meio da transferência é forjado num lugar 
intermediário entre a vida real e um ensaio de vida, para que o drama humano possa 
ter um desfecho”. 
A articulação do conceito de “momento sensível” (grifo da autora) passa pelo 
posicionamento do terapeuta. Esse instante preciso determina os mecanismos que 
instalam a transferência. Com efeito, é o momento em que uma relação de trabalho 
se torna possível. A abertura ao outro, a espera de ajuda vinda do exterior é forte e 
expõe o paciente tanto ao melhor quanto ao pior dessa interação (GOLDER, 2000). 
Nessa perspectiva, Gilliéron (1996, p. 14) diz que todos os pacientes 
procuram obter alguma coisa do terapeuta. Eles não buscam apenas a cura de um 
sintoma, mas também certa qualidade de relação. Os entrevistados revelam 
aspectos irracionais ou imaturos de sua personalidade, seu grau de dependência, 
sua onipotência e seu pensamento mágico. 
As transferências negativas e positivas podem coexistir em um mesmo 
processo, embora, quase sempre com predomínio relativo, estável ou alterado, de 
uma delas. Segundo Sang (2001, p. 319-320), é a situação analítica e não a sua 
pessoa o que levou a paciente a se apaixonar por ele, isto é, que o amor de 
transferência é essencialmente impessoal: “[...] o analista não deve nem reprimir 
nem satisfazer as pretensões amorosas da paciente”. Deve sim, tratá-las como algo 
irreal. No que é confirmado por Yalom (2006, p. 175), quando diz que os sentimentos 
que surgem na situação terapêutica. Geralmente pertencem mais ao papel que à 
pessoa, é um equívoco tomar a adoração transferencial como um sinal de sua 
atratividade ou charme pessoal irresistível. 
 
Contratransferência 
 
Na contratransferência emerge do entrevistador reações que se originam do 
campo psicológico em que se estrutura a entrevista. Porém, se constitui, quando 
bem conduzida, em um indício de grande significação e valor para orientar o 
entrevistador no estudo que realiza. Seu manejo requer preparação, experiência e 
 
 
 
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um alto grau de equilíbrio mental, para que 
1) possa ser utilizada com validade e eficiência. Na contratransferência, 
salienta Gilliéron (1996), 
2) a contratransferência não é mais considerada como uma criação 
unicamente do paciente, por ignorar a transferência do analista; 
3) é problemático diferenciar a contratransferência normal da patológica 
(os dados à disposição do analista não permitem, quase sempre, uma 
diferenciação); 
4) a tolerância à contratransferência já seria suficiente, dada aqui, a 
dificuldade da diferenciação dos sentimentos envolvidos na dupla; 
5) devia-se, mais sábia e humildemente, fazer também a rota inversa: 
procurar no paciente, e não só procurar no analista; 
6) a questão do confessar ou não, ou confessar/revelar até 
quando/quanto, os sentimentos contratransferências despertados. 
Para que o instrumento Entrevista Psicológica, de fato, se efetive como 
auxiliar no trabalho do psicólogo, não é o bastante a sua compreensão ou domínio 
teórico e técnico que fundamenta e norteia sua prática, mas também de experiências 
que são adquiridas em rollyplays por intermédio de estágio, supervisão; laboratório 
ou oficinas de sensibilidade. 
É preciso desenvolver a sensibilidade para entrevistar, aprender ser empático, 
saber lidar com a própria subjetividade e com a subjetividade do outro 
(entrevistando), facilitando assim que seu universo, um tanto livre das “ameaças”, se 
descortine. O entrevistador precisa adquirir a habilidade da “dissociação 
instrumental”, e ser capaz de adentrar esse universo, sem juízo de valor, sem 
preconceito, para que assim possa estar com o Outro, conhecer, não temer, se 
perder e se achar e, finalmente, voltar à realidade do contexto. 
E agora, de posse de sua bagagem técnica tecer suas observações, 
ponderações e considerações, de modo axiomático, considerado que a utópica da 
neutralidade sempre deverá ser perseguida. Os princípios éticos serão avivados em 
cada encontro, e nenhum instrumento poderá adquirir uma aura de prevalência 
sobre a pessoa do entrevistado, que é mais importante e assim deve ser respeitado. 
O que não significa ser “meloso”, por demais e muito menos autoritário. 
O entrevistador deve habilitar-se em se inscrever na virtualidade da distância 
 
 
 
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e proximidades ótimas que o trabalho possa fluir. Ser a pessoa na figura do 
profissional imbuído da intenção singular de realizar uma atividade sem perder sua 
essência humana. 
Nessa investida, é fundamental que o profissional se “conheça”, e que faça de 
rotineiras as reflexões sobre suas atitudes, postura e comportamento, bem como de 
que tenha também flexibilidade em reformulá-los, quando a necessidade aponte. 
Muito do trabalho do psicólogo certamente vem em consequência do “automergulho” 
que lhe dará a basena qual se apoiam a sua atuação e intervenção com toda 
transparência. 
 
INTERVENÇÃO 
 
 
158 
 
 
 
 
 
http://www.cuorecursos.org.br/img/cursos_psico.jpg. 
 
 
Abordagem sistêmica 
 
Parte da teoria geral dos sistemas e da teoria da comunicação de Watzlawick 
é um paradigma que emerge das ciências exatas e fornece uma base teórica e 
prática de compreensão dos sistemas humanos. Nos anos 40, Ludwig von 
Bertalanffy publicava uma série de princípios válidos para vários sistemas 
(biológicos, físico-químicos, sociais). 
O sistema é um complexo organizado em múltiplos elementos que estão em 
interação recíproca no seu interior e com o meio. Um sistema pode ser aberto (auto-
organizado) ou fechado (entropia). 
A perspectiva sistêmica constitui um bom suporte teórico para a intervenção, 
http://www.cuorecursos.org.br/img/cursos_psico.jpg
 
 
 
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especialmente em terapia familiar. Põe em causa uma epistemologia linear, 
unidirecional e contextualiza os problemas humanos, não em um único sentido, mas 
em função dos contextos em que emergem os problemas. Alarga a perspectiva de 
intervenção, centrada apenas em um sistema pessoal, para uma perspectiva que se 
centra nos contextos de vida e nas redes de apoio dos sujeitos. Esses pressupostos 
são aplicados, sobretudo, na terapia familiar. 
 
 
Modelo cognitivo-comportamental 
 
“O que perturba o ser humano não são os fatos, mas a interpretação que ele 
faz dos fatos” (Epitectus - Século I) 
Essa perspectiva teve origem nos trabalhos de Aaron Beck e Albert Ellis. 
Sugere que as nossas crenças e atribuições desempenham um importante papel no 
comportamento. 
Essa abordagem é historicamente baseada nos princípios da aprendizagem e 
da psicologia experimental. Centra-se no comportamento observável e não 
observável. Pensamentos adquiridos por meio da aprendizagem e do 
condicionamento no ambiente social. 
As terapias cognitivo-comportamentais compartilham alguns pressupostos 
básicos, ainda que existam diferentes abordagens conceituais e estratégicas para os 
diversos transtornos. Há algumas características essenciais no núcleo das terapias 
cognitivo- comportamentais (DOBSON, 2001): 
 a atividade cognitiva influencia o comportamento; 
 a atividade cognitiva pode ser monitorada e alterada; 
 o comportamento desejado pode ser influenciado mediante a mudança 
cognitiva. 
Essa terapia baseia-se na premissa que uma inter-relação entre cognição, 
emoção e comportamento é parte integrante do funcionamento psicológico normal. 
Um acontecimento de vida pode acarretar inúmeras formas de agir, sentir e pensar, 
mas não é o evento em si que gera as emoções e comportamentos, é o que nós 
pensamos e interpretamos sobre esse evento. 
Outra premissa é que as distorções cognitivas são muito frequentes em 
 
 
 
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diferentes transtornos. 
Ao contrário do que acontece com o modelo psicanalista, o material trazido à 
consulta não é interpretado pelo terapeuta, mas elaborado conjuntamente com o 
cliente, com o objetivo de identificar, examinar e corrigir as distorções do 
pensamento que causam sofrimento emocional ao indivíduo. 
Albert Ellis centrou-se nas crenças irracionais para lidar com pensamentos e 
comportamentos problemáticos. Pensamentos como “toda a gente deve me 
apreciar”, “ninguém vai amar alguém tão feio como eu” vão inevitavelmente conduzir 
à decepção. 
Aaron Beck desenvolveu a terapia cognitiva para tratar a depressão e outros 
problemas. Beck considera que durante o desenvolvimento, as pessoas formulam 
regras sobre o funcionamento do mundo, tendendo serem simplistas, inflexíveis e 
frequentemente baseadas em concepções errôneas. 
 
As abordagens cognitivistas podem-se distinguir em duas tradições: 
 cognitivismo substantivo racionalista – centra-se no conteúdo, 
pensamento interno, mecanicista (Ellis, Beck, Meichenbaum, D’Zurilla, etc.); 
 cognitivismo construtivista desenvolvimental – o construtivismo 
prega que o conhecimento e a experiência humana implicam em uma pró-ação ativa 
do sujeito, a importância das emoções e os problemas psicológicos refletem 
diferenças entre as exigências do ambiente e a capacidade adaptativa do cliente. 
 
Abordagem humanista 
 
Essa abordagem tem as suas origens na filosofia europeia e no trabalho 
psicoterapêutico de Victor Frankl, Carl Rogers, Abraham Maslow, Rollo May, Fritz 
Perls e outros. Rejeitando as premissas básicas das teorias psicodinâmicas e 
comportamentalista, os humanistas assumem uma abordagem fenomenológica que 
enfatiza a percepção individual e a experiência. Tendem a ver as pessoas como 
ativas, pensadoras, criativas e orientadas para o crescimento. Consideram que as 
pessoas são basicamente bem intencionadas e que naturalmente lutam pelo 
crescimento, amor, criatividade e autoatualização. Em vez de se centrar na 
influência do passado, os humanistas focam-se no “aqui e agora” ou presente. 
 
 
 
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Exemplos de conceitos e técnicas humanistas 
 
 empatia – capacidade de ver o mundo a partir da perspectiva da outra 
pessoa. Transmite a sensação de ser ouvido e compreendido; 
 aceitação incondicional – aceitar totalmente os sentimentos e 
pensamentos do cliente; 
 autoatualização – as pessoas tendem a procurar o crescimento e a 
atingir o seu máximo potencial; 
 congruência – o terapeuta manifesta sentimentos autênticos durante a 
consulta. É uma harmonia entre os sentimentos e as ações. 
A terapia centrada no cliente é a perspectiva de Carl Rogers e é um dos 
exemplos mais clássicos da abordagem humanista. Usa técnicas não diretivas 
(indutoras) como a escuta ativa, empatia, congruência e aceitação incondicional. A 
empatia sincera é necessária para as pessoas se sentirem aceitas e compreendidas 
e para permitir o crescimento. 
 
Abordagem comportamentalista 
 
O expoente moderno mais importante do behaviorismo foi Skinner (1904-
1990), que considerava que o único objeto da Psicologia era o comportamento 
manifesto (observável). 
Nessa abordagem, pretende-se manipular e controlar o comportamento por 
meio do reforço (quando as pessoas têm o comportamento desejado, aumentando a 
hipótese da sua ocorrência) e por meio de castigos (quando as pessoas se 
comportam de maneira indesejável). 
A aprendizagem pode fazer-se por condicionamento clássico, em um 
estímulo, até aí neutro, é associado com dado motivacionalmente significativo e 
surge uma resposta. 
Ex.: condicionamento clássico de Pavlov: 
Pavlov reparou que os cães salivavam muitas vezes sem razão fisiológica 
aparente, para que tal acontecesse. O cão aprende uma associação entre o alimento 
e um sinal casual que precedia o alimento. Pavlov verificou que ao tocar a 
 
 
 
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campainha antes de dar comida ao cão, este começava a salivar quando ouvia a 
campainha, após alguns ensaios de associação entre campainha e comida – o que 
originava o reflexo condicionado. 
Uma campainha começava a tocar e passado algum tempo, com a campainha 
ainda a tocar, era fornecido ao animal comida. A sequência campainha-comida foi 
repetida uma série de vezes. Aos poucos, a quantidade de saliva produzida 
começou a aumentar logo após a campainha tocar. O cão salivava ao ouvir a 
campainha, o que não sucedia no início da experiência. 
A associação repetida entre o som da campainha (estímulo neutro) e a carne 
transformaram o estímulo inicialmente neutro (campainha) em um estímulo 
condicionado que agora provocava a salivação sob a forma de um reflexo 
condicionado. 
No condicionamento operante, há um aumento da probabilidade de 
resposta em um determinadomeio ambiente devido ao reforço da resposta. 
Ex.: rato que carrega em uma alavanca para obter uma recompensa de 
comida. 
Vários autores duvidaram da capacidade desse “behaviorismo radical” para 
explicar a complexidade do comportamento humano. As grandes diferenças de 
personalidade indicam que não é só importante o que as pessoas fazem, mas 
também o que pensam e esperam (expectativas). Isto levou a uma evolução do 
comportamentalismo, aceitando conceitos como expectativa e crença. 
Esses são os teóricos da aprendizagem social, como Albert Bandura e Walter 
Mischel. Defendem que muitas das diferenças individuais são basicamente 
cognitivas: são os modos diferentes de interpretar o mundo, de pensar e agir sobre 
ele. Assim, os comportamentos podem ser aprendidos e desenvolvidos pela 
observação do comportamento dos outros, em vez de ter de realizar esse 
comportamento ou ser reforçado para um determinado comportamento. 
Essa abordagem também valoriza o papel das expectativas no 
desenvolvimento do comportamento. Por exemplo, alguém pode dedicar muito 
tempo e dinheiro para obter uma licenciatura, porque espera que essa qualificação 
vá originar uma carreira e vida satisfatória. 
 
Abordagem psicodinâmica 
 
 
 
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Foi fundada com o trabalho de Sigmund Freud. Muitos neofreudianos e outros 
revisionistas fizeram uma grande adaptação, desenvolvimento e mudança na 
abordagem básica de Freud. Essa abordagem ainda mantém certas concepções 
sobre o comportamento humano e problemas psicológicos. 
Defende que o comportamento humano é influenciado por desejos 
intrapsíquicos, motivações, conflitos e impulsos. Os mecanismos de defesa do ego 
(adaptativos ou não) são utilizados para lidar com conflitos, desejos, necessidades e 
fantasias não resolvidas, que contribuem para o comportamento normal ou anormal. 
As experiências precoces na infância desempenham um papel fundamental 
no desenvolvimento psicológico e no comportamento adulto. A compreensão dessas 
influências inconscientes e a sua discussão e integração nas experiências 
quotidianas ajudam a melhorar o funcionamento psicológico. A relação de 
transferência que se desenvolve entre o cliente e o terapeuta também ajuda a 
melhorar o funcionamento psicológico. 
Freud desenvolveu uma compreensão do comportamento humano baseada 
em três estruturas mentais, que normalmente estão em conflito: 
 o id, inato, funciona segundo o princípio do prazer e representa todos 
os desejos e necessidades mais primitivas. O id não conhece juízos de valor, moral, 
ou o bem ou o mal. O id procura a satisfação imediata sem considerar as 
circunstâncias da vida real. A nossa energia psíquica básica (libido) está contida no 
Id e exprime-se por meio da redução da tensão. Contudo, para a satisfação das 
necessidades é preciso interagir com o mundo real. O ego, que é mediador entre o 
id e o mundo exterior, ajuda nessa interação; 
 o ego, que funciona segundo o princípio da realidade, mantém em 
suspenso as exigências para o prazer que provêm do id, até que se encontre um 
objeto apropriado para satisfazer a necessidade e reduzir a tensão. Desenvolve-se 
por volta do primeiro ano de idade e representa os aspectos racionais e razoáveis da 
nossa personalidade, 
 bons e maus pensamentos e comportamento). 
Irá haver um conflito inevitável entre id, ego e superego para lidar com a 
ansiedade e desconforto e a necessidade de utilizar mecanismos de defesa do ego. 
O ego está em uma posição difícil, pois tem de lidar com forças opostas. Os 
 
 
 
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mecanismos de defesa são estratégias desenvolvidas pelo ego para proteger o 
indivíduo desses conflitos internos e, em geral, inconscientes. 
Eles ajudam a lidar adaptativamente, ou não, com a inevitável ansiedade de 
ser humano. Há uma variedade de mecanismos de defesa, como a repressão 
(manter pensamentos, desejos, sentimentos e conflitos desagradáveis fora da 
consciência). Negação (negar que existem pensamentos ou sentimentos 
problemáticos), sublimação (substituição de uma meta que não pode ser satisfeita 
por outra socialmente aceitável), projeção (a origem da ansiedade é atribuída a outra 
pessoa). 
Freud também definiu vários estádios psicossexuais do desenvolvimento da 
personalidade. No decorrer desses estádios, as crianças são autoeróticas ao obter 
prazer erótico quando estimulam as zonas erógenas do corpo. Cada estádio tende a 
estar localizado em uma determinada zona erógena. Estes incluem as fases: oral, 
anal, fálica, latente e genital. 
 o estádio oral vai desde o nascimento até ao segundo ano de vida. A 
estimulação da boca (sugar, morder, etc.) é a fonte de satisfação erótica; 
 no estádio anal, a satisfação vai da boca para o ânus e as crianças têm 
prazer na zona anal. Nessa fase treinam a higiene pessoal e as crianças podem 
reter ou expelir fezes; 
 no estádio fálico, por volta do quarto ano de idade, a satisfação erótica 
passa para zona genital, havendo manipulação e exibição dos órgãos genitais. 
Nesse estádio há o desenvolvimento do Complexo de Édipo, em que o rapaz 
desenvolve um desejo incestuoso e de morte, desejando unir-se à mãe e eliminar o 
pai. Os medos de retaliação e de castração resultam na repressão desses impulsos 
e na identificação com o pai. 
O objetivo dessa abordagem é o insight-compreensão de fatores 
inconscientes que levam a comportamentos e sentimentos problemáticos, por 
intermédio de uma análise aprofundada e cuidadosa do papel de desejos, impulsos 
e conflitos inconscientes na vida diária. 
Técnicas como a associação livre (dizer tudo o que nos passa pela cabeça), a 
análise dos sonhos e a interpretação são usadas para compreender e tratar vários 
problemas. 
 
 
 
 
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EQUIPE MULTIPROFISSIONAL 
165 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.qualitare.com.br/imagens/equipe.jpg. 
 
O trabalho em equipe multidisciplinar consiste em uma forma especial de 
organização, que visa, principalmente, a ajuda mútua entre profissionais de uma 
mesma área, no caso da Psicologia, a área de Saúde. O trabalho em equipe deve 
ser descrito como um conjunto ou grupo de pessoas que se dedicam a realizar uma 
tarefa ou um determinado trabalho, visando um objetivo comum, nesse caso é a 
pessoa atendida. A grande maioria dos transtornos psicológicos requer o auxílio de 
um médico psiquiatra, um neurologista, um nutricionista, assistente social, 
fonoaudiólogo ou profissional de Educação Física. 
Percebe-se, nesse caso, que um bom profissional jamais deve ficar restrito à 
sua área de atuação, mas estudar sobre tudo aquilo que poderá beneficiar o 
paciente. Muitas vezes, por exemplo, a ajuda de um profissional do Direito é 
imprescindível. São muitas as crianças abusadas sexualmente que chegam ao 
consultório de Psicologia; também são bastante comuns casos de mulheres 
violentadas e espancadas por seus companheiros. 
Valorizando cada indivíduo e permitindo que todos façam parte de uma 
mesma ação, seja no campo escolar, profissional ou, até mesmo, em atividades 
cotidianas. O trabalho em equipe, além de possibilitar a troca de conhecimento é 
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determinante nas relações humanas, pois motiva o grupo a buscar de forma coesa 
os objetivos traçados. Os estudos de caso devem fazer parte da rotina de 
consultórios e policlínicas de Saúde. 
Também uma boa supervisão e psicoterapia pessoal são suportes valiosos na 
rotina de um bom profissional de Psicologia. É preciso ficar claro que não há 
profissão melhor ou pior que a outra. O que deve existir é a consciência de que,em 
se tratando de seres humanos, nenhum tipo de conhecimento é demais. Todo 
conhecimento é válido e jamais se conhece sobre tudo. O trabalho em equipe é 
necessário e fundamental. 
Na visão do psicólogo Abraham Maslow (1908-1970), considerado por muitos 
como o profissional que deu início à Psicologia Transpessoal (área da Psicologia 
que estuda a consciência nos seus diferentes níveis e a sua relação com os 
aspectos evolutivos do ser). O trabalho em equipe possibilita dar e receber, por parte 
de cada um de seus membros, afeição, aceitação e sentimento de importância. 
Para Maslow, “isto faz com que o indivíduo cresça, tornando o trabalho 
determinante, pois o objetivo a ser alcançado depende, exclusivamente, da 
satisfação psicológica do indivíduo bem como das relações humanas”. 
A necessidade de desenvolvimento do trabalho em equipe passa por diversos 
fatores de importância para a evolução profissional, como a definição de prioridades, 
o ajuste de metas, otimismo e o “estar aberto” a mudanças. Todas essas qualidades, 
quando são acrescidas ao ser individual (si próprio), pode significar o sucesso nas 
relações pessoais, o que forma um círculo virtuoso, propiciando assim as tarefas 
conjuntas. 
É importante perceber que, quando se fala em trabalhar em equipe, fala-se 
em maior volume de atividades, mais e maior responsabilidade, comprometimento, 
flexibilidade, colaboração e esforço pessoal, detalhes que acabam sendo 
descobertos a cada novo dia de trabalho. Entretanto, como benefício, um grupo 
coeso aflora muitas características até então passadas despercebidas no individual, 
como a criatividade, a participação, visão de futuro, questionamento de posições e 
colocações e senso crítico. 
Segundo a psicóloga Solange B. R. Cremasco, a motivação é um fator 
substancial que deve estar ligado ao trabalho em equipe. De acordo com ela, esse 
atributo individual do ser humano representa o comprometimento e a “chave para o 
 
 
 
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sucesso que está ao alcance de todos”. “Quanto maior for o grau de 
responsabilidade, quanto maior for o universo de aprendizado e as perspectivas de 
evolução, muito mais eles (os profissionais) se envolvem com as atividades que lhes 
são atribuídas e, consequentemente, a motivação sempre se encontrará no topo”, 
conclui. 
Trabalhar em equipe significa compartilhar uma direção comum. Além disso, 
atividades desenvolvidas em conjunto encorajam o grupo, o que aumenta o 
desempenho na hora de realizar atividades, transmitindo autoconfiança, habilidade e 
união, características primordiais para o sucesso. Isso também vale para os 
profissionais de saúde, incluindo aí os profissionais de Psicologia. 
 
PRESENTE E FUTURO DA PSICOLOGIA CLÍNICA 
168 
A Psicoterapia é um valioso recurso para lidar com as dificuldades da 
existência em todas as formas que o sofrimento humano pode assumir como 
transtornos psicopatológicos, crises pessoais, crises de relacionamentos, conflitos 
conjugais e familiares, distúrbios psicossomáticos, dificuldades nas transições da 
vida, crises profissionais, etc. 
Também é um espaço favorável ao crescimento pessoal, um lugar, tempo, 
modo privilegiado de criar intimidade consigo mesmo, de estabelecer diálogos 
construtivos, abrir novos canais de comunicação, de transformar padrões 
estereotipados de funcionamento, restabelecendo o processo formativo e criativo de 
cada um. 
Ela oferece uma oportunidade de compreender e mudar os padrões de 
vínculo e relação interpessoal. Os problemas vinculares são fonte de incontáveis 
sofrimentos e doenças. 
A Psicoterapia ocupa hoje um lugar fundamental na área da Saúde, por trazer 
uma visão integrada do homem, considerando as dimensões orgânicas, psíquicas e 
sociais conjuntamente participantes na produção da existência humana e de seus 
problemas. 
Em alguns casos, a Psicoterapia cumpre também uma função de educação 
para a vida. Essa é uma área pouco considerada em nossa cultura, porém evidente 
quando as pessoas se veem inaptas para lidar com situações como crises conjugais, 
 
 
 
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desemprego ou envelhecimento, por exemplo. 
A Psicoterapia é um espaço especial de atenção às dificuldades da vida e aos 
caminhos internos para solucioná-los. Seus resultados demonstram uma grande 
potência de transformação de vidas. Todos os últimos avanços na área da 
Psicologia e Psicoterapia têm permitido alcançar resultados cada vez maiores e mais 
significativos. 
 
Os prazos variam com os objetivos: 
 
 
http://wagbarart.files.wordpress.com/2007/02/59.jpg. 
 
No geral, os prazos de tratamento são relativos aos objetivos almejados. Há 
vários desenvolvimentos recentes em psicoterapias breves, que são focadas em 
objetivos mais específicos. 
Atualmente é possível atingir resultados significativos em períodos de 3 a 12 
meses e há muitos processos terapêuticos profundos que se encerram 
satisfatoriamente em prazos inferiores há três anos. Muitas pessoas obtêm 
resultados significativos no início do tratamento, compensando os investimentos 
realizados. 
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Há casos que demandam um trabalho terapêutico mais demorado, 
geralmente com problemática psicopatológica mais severa, envolvendo traumas 
precoces, desorganização psicológica, problemas vinculares sérios, etc. Esses 
trabalhos podem demandar anos de trabalho árduo, compensados por ajudas 
significativas que o trabalho psicológico pode trazer. 
Algumas pessoas encontram na terapia um lugar fundamental de 
acompanhamento de seu processo de vida, onde são trabalhadas transformações 
mais profundas ao longo de vários anos. São situações em que o processo 
terapêutico não tem um prazo definido e segue em comum acordo entre o 
psicoterapeuta e o cliente. 
Apesar de poder parecer, à primeira vista, um tratamento oneroso em termos 
de tempo e dinheiro, a Psicoterapia tem se mostrado, na realidade, um modo 
econômico de tratamento. Pesquisas indicam, por exemplo, que a Psicoterapia 
diminui os índices de consumo de medicamentos e de internações hospitalares. A 
Psicoterapia tem se mostrado também um tratamento economicamente 
compensador por prevenir e tratar problemas psicológicos que, quando não tratados 
adequadamente, trazem enormes prejuízos econômicos para as pessoas e para o 
país. 
 
As várias aplicações da Psicoterapia: 
 
 
 
 
 
 
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. 
 
Vários estados de sofrimento, crises, transtornos e doenças têm encontrado 
uma solução e melhora apenas com o auxílio da Psicoterapia. 
Não é possível hoje se falar em doenças sem uma consideração pela 
dimensão psicológica e emocional. Cada vez está mais evidente a natureza 
psicossomática de todas as experiências humanas. A saúde psicológica é pré-
condição e parte integrante da saúde global. 
Cada ser psicossomático vive uma história de interações, encontros e 
acontecimentos em que as doenças (orgânicas ou mentais) resultam também dos 
desequilíbrios existenciais e de soluções inadequadas de vida. 
A Psicoterapia é um processo que permite transformações profundas da 
personalidade, com resultados evidentes em diversas situações como: 
 tratamento de vários transtornos como pânico, fobias, depressão, 
anorexia, bulimia, frigidez, impotência, etc.; 
 resolução de conflitos pessoais, interpessoais, conjugais, familiares, 
profissionais etc.; 
 crises existenciais, transições difíceis (luto, crises profissionais, etc.) e 
mudanças de fases de vida (puberdade, adolescência, vida adulta, menopausa, 
envelhecimento, etc.); 
 aprendizadoimplicaria uma opção e conduta pessoal voluntária, o que pode não 
ser verdadeiro, pois pode estar condicionado a fatores sociais, culturais, entre 
outros. De qualquer modo, o importante é saber e reconhecer essa abrangência e 
complexidade causal: saúde e doença não são estados estanques, isolados, de 
causa aleatória – não se está com saúde ou doença por acaso. Há uma 
determinação permanente, um processo causal, que se identifica com o modo de 
organização da sociedade. Daí se dizer que há uma “produção social da saúde e/ou 
da doença”. Em última instância, como diz Breilh, “o processo saúde-doença 
constitui uma expressão particular do processo geral da vida social”. Outro nível de 
compreensão que se há de ter em relação ao processo saúde-doença é o conceito 
do que é ser ou estar doente ou o que é ser ou estar saudável. 
Sem aprofundar as grandes discussões sobre esse tema, que envolvem entre 
outras, como base de discussão preliminar e compreensão, as categorias da 
“representação dos indivíduos” e a “representação dos profissionais” ou mesmo das 
instituições de saúde. Em um sentido mais pragmático pode-se destacar que em 
toda população há indivíduos sujeitos a fatores de risco para adoecer com maior ou 
menor frequência e com maior ou menor gravidade. Além do que, há diferenças de 
possibilidades entre eles de “produzir condições para sua saúde” e ter acesso aos 
 
 
 
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cuidados no estado da doença. 
Há, portanto, grupos que exigem ações e serviços de natureza e 
complexidade variada. Isso significa que o objeto do sistema de saúde deve ser 
entendido como as condições de saúde das populações e seus determinantes, ou 
seja, o seu processo de saúde-doença. Visando produzir progressivamente 
melhores estados e níveis de saúde dos indivíduos e das coletividades, atuando 
articulada e integralmente nas prevenções primária, secundária e terciária, com 
redução dos riscos de doença, sequelas e óbito. 95 
Desse modo, há que se compreender outra dimensão, que é aquela que 
coloca o processo de intervenção, por meio de um sistema de cuidados para a 
saúde, para atender as necessidades, demandas, aspirações individuais e coletivas, 
como, um processo técnico, científico e político. É político no sentido de que se 
refere a valores, interesses, aspirações e relações sociais e envolve a capacidade 
de identificar e privilegiar as necessidades de saúde individuais e coletivas. 
Resultantes daquele complexo processo de determinação e acumular força e poder 
para nele intervir, incluindo a alocação e garantia de utilização dos recursos 
necessários para essa intervenção. 
É técnico e científico no sentido de que esse saber e esse fazer em relação à 
saúde- doença da população não devem ser empíricos, mas podem e devem ser 
instrumentalizados pelo conhecimento científico e desenvolvimento tecnológico, pelo 
avanço e progresso da ciência. 
Portanto, o saber e o fazer em relação à saúde da população mediante um 
sistema de saúde é uma tarefa que implica a concorrência de várias disciplinas do 
conhecimento humano. E a ação das diversas profissões da área de saúde, bem 
como ação articulada entre os diversos setores, que é requerimento para a produção 
de saúde. 
E aquela dimensão política inerente a esse processo social remete para a 
necessidade de satisfazer outro requerimento, próprio dos processos políticos 
democráticos, que é a participação social, ou seja, a participação ativa da população 
na formulação, desenvolvimento e acompanhamento das políticas e dos sistemas de 
saúde. Que hoje, no Sistema Único de Saúde (SUS), está minimamente 
estabelecida nos conselhos de saúde (nacional, estadual e municipal) e conferências 
de saúde. 
 
 
 
AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 8 
 
 
 
SAÚDE MENTAL 
 
 
96 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
O conceito de saúde mental deve envolver o homem no seu todo 
biopsicossocial (biológico, psicológico e social), o contexto social em que está 
inserido assim como a fase de desenvolvimento em que se encontra. Nesse sentido, 
podemos considerar a saúde mental como um equilíbrio dinâmico que resulta da 
interação do indivíduo com os seus vários ecossistemas: O seu meio interno e 
externo; as suas características orgânicas e os seus antecedentes pessoais e 
familiares (BENEDITO, 1975). 
Em uma abordagem à influência de fatores sociais na saúde mental, foi 
referido que a saúde mental deixou de ser a ausência de doença, problemas mentais 
e psíquicos, mas sim a percepção e consciência dessas condições, e a possibilidade 
pessoal e/ou coletiva de solucioná- las, de modificar e de intervir sobre elas (URIBE 
VASCO et al., 1994). 
 
DEFICIÊNCIA MENTAL 
 
http://s.socialesaude.zip.net/
 
 
 
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A partir do século XX, começou-se a estabelecer uma definição para o 
deficiente mental; e essa definição diz respeito ao funcionamento intelectual, que 
seria inferior à média estatística das pessoas e, principalmente, em relação à 
dificuldade de adaptação ao entorno. (DSM-IV, CID 10). 
Segundo a descrição do DSM. IV, a característica essencial do retardo mental 
é quando a pessoa tem um “funcionamento intelectual significativamente inferior à 
média, acompanhado de limitações significativas no funcionamento adaptativo em 
pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, autocuidados, 
vida doméstica, habilidades sociais, relacionamento interpessoal, uso de recursos 
comunitários, autossuficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e 
segurança”. 
Essa é também a definição de deficiência mental adotada pela Associação 
Americana de Deficiência Mental (AAMR). Na deficiência mental, como nas demais 
questões da saúde mental, a capacidade de adaptação do sujeito ao objeto, ou da 
pessoa ao mundo, é o elemento mais fortemente relacionado à noção de 
normalidade. Teoricamente, deveriam ficar em segundo plano as questões 
mensuráveis de Coeficiente de Inteligência (QI) já que a unidade de observação é a 
capacidade de adaptação. 
Acostumamos a pensar na deficiência mental como uma condição em si 
mesma, um estado patológico bem definido. Entretanto, na grande maioria das 
vezes a deficiência mental é uma condição mental relativa. 
A deficiência será sempre relativa em relação aos demais indivíduos de uma 
mesma cultura, pois a existência de alguma limitação funcional, principalmente nos 
graus mais leves, não seria suficiente para caracterizar um diagnóstico de 
deficiência mental, se não existir um mecanismo social que atribua a essa limitação 
um valor de morbidade. E esse mecanismo social que atribui valores é sempre 
comparativo, portanto, relativo. 
Como vimos nas definições acima, deficiência mental é um estado onde 
existe uma limitação funcional em qualquer área do funcionamento humano, 
considerada abaixo da média geral das pessoas pelo sistema social onde se insere 
a pessoa. Isso significa que uma pessoa pode ser considerada deficiente em uma 
determinada cultura e não deficiente em outra, de acordo com a capacidade dessa 
pessoa satisfazer as necessidades dessa cultura. Isso torna o diagnóstico relativo. 
 
 
 
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Segundo critérios das classificações internacionais, o início da deficiência 
mental deve ocorrer antes dos 18 anos, caracterizando assim um transtorno do 
desenvolvimento e não uma alteração cognitiva como é a demência. Embora o 
assunto comporte uma discussão mais ampla, de modo acadêmico, o funcionamento 
intelectual geral é definido pelo Quociente de Inteligência (QI ou equivalente). 
 
CLASSIFICAÇÕES DA DEFICIÊNCIA MENTAL 
 
A deficiência mental se caracterizado autogerenciamento da capacidade de lidar com o 
estresse, dialogando com os estados afetivos internos e os efeitos dos desafios e 
problemas da vida; 
 descoberta de novos modos de conduzir a própria vida; 
 aquisição de autoconhecimento, autonomia e amadurecimento pessoal. 
 
Os tipos de Psicoterapia: 
Os principais tipos são: 
 Psicoterapia Individual para crianças, adolescentes, adultos e idosos; 
 Psicoterapia de Grupo; 
 Psicoterapia de Casal; 
 Psicoterapia de Família; 
 Atendimento Emergencial. 
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O processo terapêutico mais profundo: 
 
 
 
http://www.orizamartins.com/sld_hdr.gif. 
 
O processo terapêutico é como atravessar um túnel. Nesse túnel você vai 
rever muitas cenas da história da sua vida de um ângulo completamente novo, 
fazendo conexões inusitadas entre os eventos e percebendo a potência do passado 
para moldar quem você é hoje. 
Na travessia desse túnel você aprenderá a reconhecer os seus padrões de 
comportamento, que levam você a se comportar de modo parecido em situações 
diferentes, inclusive repetindo os mesmos erros. 
Você aprenderá a reconhecer o “como” do seu comportamento: como você 
age, como se relaciona, como pensa, sente. E aprenderá caminhos para poder 
influenciar e transformar esses padrões. 
Essa é uma travessia acompanhada de alguém que pode ajudar você a se 
compreender. Alguém que pode lhe ajudar a transformar o seu jeito de ser, a mudar 
e a se conhecer profundamente. Essa travessia pode mudar completamente a sua 
vida. 
 
 
 
http://www.orizamartins.com/sld_hdr.gif
 
 
 
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O vínculo na Psicoterapia: 
 
 
http://www.centrinho.usp.br. 
 
A base de uma boa terapia está na relação terapêutica. A boa terapia se 
desenrola em um enquadre clínico (ambiente pré-definido) com um clima terapêutico 
favorável. Aí está um dos segredos dessa arte: criar um ambiente que permita a 
revelação dos mundos internos e favoreça o desenvolvimento do processo singular 
de cada um. Nesse clima é possível que o ser mais oculto e amedrontado se mostre, 
seja ouvido, transforme-se, que o processo formativo possa prosseguir formando 
vida. 
O ser humano nasce, cresce e vive em ambientes vinculares. Desses 
ambientes emocionais depende seu bem-estar e suas realizações na vida. Os 
problemas vinculares – da primeira infância à terceira idade – afetam profundamente 
a capacidade que as pessoas têm de amar, trabalhar e viver. A Psicoterapia é um 
espaço para se esclarecer e transformar essas 
dificuldades vinculares. E esse processo ocorre por meio de uma relação 
saudável com um profissional eticamente comprometido e tecnicamente qualificado. 
 
 
 
 
 
http://www.centrinho.usp.br/
 
 
 
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Por que a Psicoterapia funciona? 
174 
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É comum a desconfiança nos processos terapêuticos. Pela própria história da 
Ciência, exigindo uma quantificação, para que se legitime, fica mais difícil acreditar 
em um saber profissional que lide com a subjetividade. No entanto, as pesquisas, de 
caráter científico ou não, têm demonstrado uma grande eficácia da Psicoterapia. 
Mesmo as recentes tecnologias de mapeamento cerebral têm permitido demonstrar 
como o tratamento psicológico age, transformando o funcionamento cerebral. A 
eficácia que vinha se demonstrando há muitos anos tem sido corroborada 
recentemente pelos novos conhecimentos das neurociências. 
Pela complexidade do tema existem centenas de livros e pesquisas 
explorando e explicando porque a Psicoterapia funciona. Mesmo assim, como 
simples exercício de compreensão, vamos listar alguns motivos para explicar a 
efetividade da Psicoterapia, dos mais simples aos mais complexos. 
No início da lista, como em um continuum, temos aqueles motivos que são 
comuns a outras relações de ajuda, mesmo não profissionais, como uma conversa 
íntima com um amigo, uma conversa sobre um problema pessoal com um professor, 
um médico, etc. Avançando na lista vamos chegando aos motivos que são mais 
comuns na Psicoterapia até aqueles que são exclusivos da Psicoterapia – possíveis 
pelo cuidadoso treinamento teórico e técnico adquirido pelo psicólogo em sua 
trajetória de formação profissional. Eis o continuum com alguns motivos pelos quais 
a Psicoterapia funciona: 
 
 
 
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1) é fundamental ter alguém em quem confiar e com quem se possa dividir 
o peso do problema que se vivencia. Compartilhar auxilia sobremaneira a aliviar a 
carga emocional e consequentemente se sofre menos. Além disso, terá ao lado um 
profissional capaz de escutar e de guardar sigilo, além de não alimentar 
preconceitos e cobranças muitas vezes moralistas; 
2) provavelmente formarão um vínculo afetivo e o próprio vínculo tem um 
poder de cura. É mais fácil superar muitas dores por meio de uma relação autêntica 
de respeito mútuo do que sozinho. A relação terapêutica é uma relação de ajuda, de 
compreensão e apoio; 
3) a psicoterapia é um ponto obrigatório para se parar e pensar na própria 
vida. Ao parar para um momento de reflexão, são revistos valores e projetos futuros. 
Parar, observar e refletir permite muitas mudanças de orientação, sentido, rumo e 
aprofundamento da experiência de vida. A vida não consiste apenas em produzir, 
mas em ser feliz. Este deve ser o verdadeiro sentido da vida; 
4) o psicólogo clínico (psicoterapeuta) é outro, com o olhar e a perspectiva 
de um outro, o que lhe ajudará ver a sua vida de um modo diferente, lhe fazer 
perguntas diferentes, ajudá-lo a perceber as coisas de um ângulo que você não tinha 
visto antes e nem suspeitava ser possível; 
5) o psicoterapeuta conhece teorias psicológicas que ajudam na 
compreensão do que ocorre com o ser humano, auxiliam na identificação do que 
pode estar errado em sua vida, a direção na qual você está seguindo e as mudanças 
de rumo necessárias. A partir de seu conhecimento o psicólogo pode apontar: O que 
olhar? Como olhar? O que fazer com o que se descobre? Para que essas 
descobertas possam ser construtivas em sua vida; 
7) o psicoterapeuta conhece métodos de investigação que tornam 
possível descobrir aspectos da sua personalidade que seriam inacessíveis a uma 
observação não treinada. Há um amplo repertório de técnicas de investigação da 
personalidade que permitem esclarecer problemas de modo extremamente eficaz; 
8) o psicoterapeuta domina técnicas terapêuticas que permitem realizar 
mudanças profundas na existência; 
9) o psicoterapeuta está preparado para compreender você a partir do 
vínculo que você estabelece com ele, das respostas emocionais que você suscita 
nele. Em seu treinamento ele afinou a si mesmo como instrumento de trabalho para 
 
 
 
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reconhecer pequenas nuances do que você mostra na relação com ele (e 
consequentemente com os outros) e assim poder compreender seus modos de 
vinculação e suas dificuldades em relacionamentos; 
10) o psicoterapeuta é capaz de oferecer uma presença autêntica no 
vínculo com você. Essa relação funciona como catalisadora de processos de 
mudança necessários em sua vida, incluindo a superação dos efeitos de traumas de 
relacionamentos anteriores; 
11) o psicoterapeuta passou por todos esses passos anteriores, tendo 
estado em todos os papéis, como cliente, como profissional e como observador. O 
que o habilita a “sentir-se em casa” em situações difíceis e poder caminhar por 
terrenos inóspitos, cheios de sofrimento e problemas emocionais e saber o melhorcaminho a seguir. 
Certamente essa lista poderia ser estendida, mas o que se pretende é apenas 
oferecer uma ideia do trabalho da Psicologia Clínica em uma linguagem diferente 
daquela do universo teórico, técnico e científico habitual na Psicologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 90 
 
ZUKOWSKI, Joel Carlos; BORBA, Jucylene Maria de C. S. Cadernos Universitários 
66. Normas para apresentação de trabalhos acadêmicos e Relatórios Técnicos do 
Centro Universitário Luterano de Palmas. Canoas: Editora da Ulbra, 2002.assim, por um funcionamento global 
inferior à média, junto com limitações associadas em duas ou mais das seguintes 
habilidades adaptativas: comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, 
utilização da comunidade, saúde e segurança, habilidades escolares, administração 
do ócio e trabalho. Para o diagnóstico é imprescindível que a deficiência mental se 
manifeste antes dos 18 anos. As áreas de necessidades dos deficientes devem ser 
determinadas por meio de avaliações neurológicas, psiquiátricas, sociais e clínicas e 
nunca em uma única abordagem de diagnóstico. 
 
Tipo de classificação baseada na intensidade dos apoios necessários: 
 intermitente – o apoio se efetua apenas quando necessário. 
Caracteriza-se por sua natureza episódica, ou seja, a pessoa nem sempre está 
precisando de apoio continuadamente, mas durante momentos em determinados 
ciclos da vida, como por exemplo, na perda do emprego ou fase aguda de uma 
doença. Os apoios intermitentes 
podem ser de alta ou de baixa intensidade; 99 
 limitado – apoios intensivos caracterizados por alguma duração 
contínua, por tempo limitado, mas não intermitente. Nesse caso incluem-se 
deficientes que podem requerer um nível de apoio mais intensivo e limitado, como 
por exemplo, o treinamento do deficiente para o trabalho por tempo limitado ou 
apoios transitórios durante o período entre a escola, a instituição e a vida adulta; 
 extenso – trata-se de um apoio caracterizado pela regularidade, 
normalmente diário pelo menos em alguma área de atuação, tais como na vida 
familiar, social ou profissional. Nesse caso, não existe uma limitação temporal para o 
apoio, que normalmente se dá em longo prazo; 
 
 
 
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 generalizado – é o apoio constante e intenso, necessário em diferentes 
áreas de atividade da vida. Esses apoios generalizados exigem mais pessoal e 
maior intromissão que os apoios extensivos ou os de tempo limitado. 
 
Ainda baseada na capacidade funcional e adaptativa dos deficientes, existe 
outra classificação bastante interessante para a deficiência mental. Trata-se da 
seguinte: 
 dependentes – geralmente QI abaixo de 25; casos mais graves, nos 
quais é necessário o atendimento por instituições. Há poucas, pequenas, mas 
contínuas melhoras quando a criança e a família estão bem assistidas; 
 treináveis – QI entre 25 e 75; são crianças que se colocadas em 
classes especiais poderão treinar várias funções, como disciplina, hábitos higiênicos, 
etc. Poderão aprender a ler e a escrever em ambiente sem hostilidade, recebendo 
muita compreensão e afeto e com metodologia de ensino adequada; 
 educáveis – QI entre 76 e 89; a inteligência é dita “limítrofe ou lenta” e 
essas crianças podem permanecer em classes comuns, embora necessitem de 
acompanhamento psicopedagógico especial. 
Essa classificação bastante simples é extremamente importante na prática 
clínica, pois sugere o que pode ser proporcionado à criança com deficiência mental. 
Por outro lado, a classificação CID.10, da Organização Mundial da Saúde 
(OMS), é baseada ainda no critério quantitativo. Por essa classificação a gravidade 
da deficiência seria: 
 profunda – são pessoas com uma incapacidade total de autonomia. As 
que têm um coeficiente intelectual inferior a 10, inclusive aquelas que vivem em um 
nível vegetativo; 
 aguda grave – fundamentalmente necessitam que se trabalhe para 
instaurar alguns hábitos de autonomia, já que há probabilidade de adquiri-los. Sua 
capacidade de comunicação é muito primária. Podem aprender de uma forma linear, 
são crianças que necessitam revisões constantes; 
 moderada – o máximo que podem alcançar é o ponto de assumir um 
nível pré- operativo. São pessoas que podem ser capazes de adquirir hábitos de 
autonomia e, inclusive, podem realizar certas atitudes bem-elaboradas. Quando 
 
 
 
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adultas podem frequentar lugares ocupacionais, mesmo que sempre estejam 
necessitando de supervisão; 
 leve – são casos perfeitamente educáveis. Podem chegar a realizar 
tarefas mais complexas com supervisão. São os casos mais favoráveis. 
 
TRANSTORNO MENTAL 
 
Durante séculos as pessoas com sofrimento mental foram afastadas do resto 
da sociedade, algumas vezes encarceradas, em condições precárias, sem direito a 
se manifestar na condução de suas vidas. Hoje em dia, as atitudes negativas as 
afastam da sociedade de maneiras mais sutis, mas com a mesma efetividade. Você 
provavelmente conhece alguém que tem problemas mentais. 
Transtornos mentais como a ansiedade, depressão, distúrbios alimentares, 
uso de drogas e álcool, demência e esquizofrenia, podem afetar qualquer pessoa em 
qualquer época da sua vida. Na realidade, eles podem causar mais sofrimento e 
incapacidade que qualquer outro tipo de problema de saúde. 
Apesar disso, pessoas com essas condições, muitas vezes atraem medo, 
hostilidade e desaprovação em vez de compaixão, apoio e compreensão. Tais 
reações não somente influem para que se sintam isoladas e infelizes, como são 
impedimentos para que busquem ajuda efetiva e tratamento. A saúde mental é 
componente chave de uma vida saudável. 
O termo “doença mental” ou transtorno mental engloba um amplo espectro de 
condições que afetam a mente. Doença mental provoca sintomas tais como 
desconforto emocional, distúrbio de conduta e enfraquecimento da memória. 
Algumas vezes, doenças em outras partes do corpo afetam a mente; outras vezes, 
desconfortos, escondidos no fundo da mente, podem desencadear outras doenças 
do corpo ou produzir sintomas somáticos. 
Um grande espectro de fatores – nosso mapa genético, química cerebral, 
aspectos do nosso estilo de vida – podem causar algum tipo de transtorno mental. 
Acontecimentos que nos acometeram no passado e nossas relações com as outras 
pessoas participam de alguma forma. Seja qual for a causa, a pessoa que 
desenvolve a “doença mental” ou o transtorno mental, muitas vezes se sente em 
sofrimento, desesperançada e incapaz de levar sua vida na sua plenitude. 
 
 
 
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Existem muitos tratamentos efetivos para a doença mental. Eles podem incluir 
medicamentos e outros tratamentos físicos, ou tratamentos pela fala (psicoterapias) 
de várias espécies, aconselhamento e/ou apoio no dia a dia da vida em diferentes 
formas. Diferentes profissionais da saúde podem estar envolvidos na assistência da 
pessoa que está mentalmente enferma: clínicos gerais, psiquiatras, enfermeiros, 
psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e grupos de apoio 
voluntários, dentre outros. 
Os profissionais da saúde mental não têm todas as respostas. Sabe-se que 
alguns aspectos da doença mental, tais como ansiedade, desespero e sentimentos 
suicidas, nem sempre são fáceis de serem tratados, pois envolvem âmbitos dos 
mais diversos da existência humana. 
Na Antiga Grécia, sinais corporais ou stigmata, feitos por cortes ou 
queimaduras no corpo, marcavam as pessoas como diferentes. Pessoas com 
doença mental há muito não são marcadas no corpo, mas atitudes críticas e 
prejudiciais podem ser tão danosas quanto as marcas corporais. Basta abrir um 
jornal, ligar a TV ou ir ao cinema para perceber tais atitudes. 
Enquanto a mídia não aceitar essas queixas pelas percepções negativas, toda 
vez que um programa, artigo ou filme retrata um estereótipo ou falha em esclarecer 
um mal entendido sobre doença mental, ela auxilia na manutenção de mitos. 
Os estigmas podem surgir por diferentes caminhos. As pessoas com 
sofrimento mental podem agir de forma diferente. Uma pessoa deprimida pode se 
apresentar triste ou apática; alguém na fase maníaca da doença bipolar pode 
parecer exageradamente feliz ou irritável. 
O problema é que quandoalguém é marcado como diferente, é difícil para ele 
ser aceito, não importa o quanto ele tente. Ele não consegue afastar o estigma e o 
resultado disso, pois perde a confiança em si mesmo. Com o tempo, começa a se 
sentir como estranho e que não se enquadra na vida. 
Pessoas com transtornos mentais ou doenças mentais continuam a ser 
prejudicadas e discriminadas em todas as áreas de suas vidas, desde onde 
encontrar um lugar para viver, encontrar um trabalho. Não é surpreendente que 
muitas pessoas com doença mental grave terminem pobres ou sem teto. 
Cabe a todos nós tomarmos conhecimento do dano que provocamos com 
nossas atitudes negativas e nossa colaboração para isolá-las. Seja quem formos e 
 
 
 
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seja o que fazemos, nós podemos combater os efeitos danosos do estigma 
estendendo nossa amizade, apoio e compreensão em vez do nosso julgamento e 
discriminação, para as pessoas que estão mentalmente doentes. 
Descrever pessoa com doença mental como “louca”, “esquisita”, “pinel” 
“lunática”, a diminui como pessoa a não ser levada seriamente ou com a percepção 
que ela é perigosa pode excluí-la das atividades do dia a dia. Muitas pessoas 
acreditam que doença mental é incurável. Elas podem até ver certos tratamentos, 
como com antidepressivos ou psicoterapias, como sem valor ou mesmo danosos, 
mesmo que em muitos casos tenham se mostrado efetivos. 
O fato é que estão fazendo progressos no desvendamento da estrutura e 
química do cérebro. Como consequência tem-se melhor compreensão da mente e 
com ela funciona. Entretanto, a doença mental tem muitas causas. Ela não é apenas 
uma questão de química alterada e envolve questões sociais, emocionais, cognitivas 
e físicas. 
 
 
 
PRINCIPAIS TRANSTORNOS MENTAIS 
 
DEPRESSÃO 
 
104. 
 
Depressão é uma palavra frequentemente usada para descrever nossos 
http://escrevoapenas.blogs.sapo.pt/arquivo/depressao.jpg
 
 
 
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sentimentos. Todos se sentem angustiados de vez em quando, ou muito alegres às 
vezes e tais sentimentos são normais. A depressão, enquanto evento psiquiátrico é 
algo bastante diferente: é uma doença como outra qualquer que exige tratamento. 
Muitas pessoas pensam estar ajudando um amigo deprimido ao incentivarem 
ou mesmo cobrarem tentativas de reagir, distrair-se, de se divertir para superar os 
sentimentos negativos. Os amigos que agem dessa forma fazem mais mal do que 
bem, são incompreensivos e talvez até egoístas. O amigo que realmente quer ajudar 
procura ouvir quem se sente deprimido e no máximo aconselhar ou procurar um 
profissional quando percebe que o amigo deprimido não está só triste. 
Uma boa comparação que podemos fazer para esclarecer as diferenças 
conceituais entre a depressão psiquiátrica e a depressão normal seria comparar com 
a diferença que há entre clima e tempo. O clima de uma região ordena como ela 
prossegue ao longo do ano por anos a fio. O tempo é a pequena variação que ocorre 
para o clima da região em questão. 
O clima tropical exclui incidência de neve. O clima polar exclui dias propícios a 
banho de sol. Nos climas tropicais e polares haverá dias mais quentes, mais frios, 
mais calmos ou com tempestades, mas tudo dentro de uma determinada faixa de 
variação. 
 
O clima é o estado de humor e o tempo as variações que existem dentro 
dessa faixa. O paciente deprimido terá dias melhores ou piores, assim como o não 
deprimido. Ambos terão suas tormentas e dias ensolarados, mas as tormentas de 
um, não se comparam às tormentas do outro, nem os dias de sol de um, se 
comparam com os dias de sol do outro. Existem semelhanças, mas a manifestação 
final é muito diferente. Uma pessoa no clima tropical ao ver uma foto de um dia de 
sol no polo sul tem a impressão de que estava quente e que até se poderia tirar a 
roupa para se bronzear. 
Esse tipo de engano é o mesmo que uma pessoa comete ao comparar as 
suas fases de baixo astral com a depressão psiquiátrica de um amigo. Ninguém 
sabe o que um deprimido sente, só ele mesmo e talvez quem tenha passado por 
isso. Nem o psiquiatra sabe: ele reconhece os sintomas e sabe tratar, mas isso não 
faz com que ele conheça os sentimentos e o sofrimento do seu paciente. 
Os sintomas da depressão são muito variados, indo desde as sensações de 
 
 
 
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tristeza, passando pelos pensamentos negativos até as alterações da sensação 
corporal como dores e enjoos. Contudo, para se fazer o diagnóstico é necessário um 
grupo de sintomas centrais: 
 perda de energia ou interesse; 
 humor deprimido; 
 dificuldade de concentração; 
 alterações do apetite e do sono; 
 lentificação das atividades físicas e mentais; 
 sentimento de pesar ou fracasso. 
Os sintomas corporais mais comuns são sensação de desconforto no 
batimento cardíaco, constipação, dores de cabeça, dificuldades digestivas. Períodos 
de melhora e piora são comuns, o que cria a falsa impressão de que se está 
melhorando sozinho, quando durante alguns dias o paciente sente-se bem. 
Geralmente tudo se passa gradualmente, não necessariamente com todos os 
sintomas simultâneos, aliás, é difícil ver todos os sintomas juntos. 
Até que se faça o diagnóstico, praticamente todas as pessoas possuem 
explicações para o que está acontecendo com elas, julgando sempre ser um 
problema passageiro. 
 
 
Outros sintomas que podem vir associados aos sintomas centrais são: 
 pessimismo; 
 dificuldade de tomar decisões; 
 dificuldade para começar a fazer suas tarefas; 
 irritabilidade ou impaciência; 
 inquietação; 
 achar que não vale a pena viver, desejo de morrer; 
 chorar à toa; 
 dificuldade para chorar; 
 sensação de que nunca vai melhorar, desesperança; 
 dificuldade de terminar as coisas que começou; 
 sentimento de pena de si mesmo; 
 persistência de pensamentos negativos; 
 
 
 
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 queixas frequentes; 
 sentimentos de culpa injustificáveis; 
 boca ressecada, constipação, perda de peso e apetite, insônia, perda 
do desejo sexual. 
Basicamente, existem as depressões monopolares (esse não é um termo 
usado oficialmente) e a depressão bipolar (esse termo é oficial). O transtorno afetivo 
bipolar se caracteriza pela alternância de fases deprimidas com maníacas, de 
exaltação, alegria ou irritação do humor. A depressão monopolar só tem fases 
depressivas. 
Os sintomas depressivos apesar de muito comuns são pouco detectados nos 
pacientes de atendimento em outras especialidades, o que permite o 
desenvolvimento e prolongamento desse problema, comprometendo a qualidade de 
vida do indivíduo e sua recuperação. Anteriormente, estudos associaram o fumo, a 
vida sedentária, obesidade, ao maior risco de doença cardíaca. Agora, pelas 
mesmas técnicas, associa-se sintoma depressivo com maior risco de desenvolver 
doenças cardíacas. A doença cardíaca mais envolvida com os sintomas depressivos 
é o infarto do miocárdio. 
Também não se pode concluir apressadamente que depressão provoca 
infarto, não é assim. Nem todo obeso, fumante ou sedentário enfarta. Essas pessoas 
enfartam mais que as pessoas fora desse grupo, mas a incidência não é de 100%. 
Da mesma forma, a depressão aumenta o risco de infarto, mas em uma parte dos 
pacientes. Está sendo investigado. 
A depressão costuma atingir 15% a 25% dos pacientes com câncer. As 
pessoas e os familiares que encaram um diagnóstico de câncer experimentarão uma 
variedade de emoções, estresses e aborrecimentos. O medo da morte, a interrupção 
dos planos de vida, perda da autoestima e mudanças da imagem corporal, 
mudanças no estilo sociale financeiro são questões fortes o bastante para 
justificarem desânimo e tristeza. 
O limite a partir do qual se devem usar antidepressivos não é claro, 
dependerá da experiência de cada psiquiatra. A princípio sempre que o paciente 
apresente um conjunto de sintomas depressivos semelhante ao conjunto de 
sintomas que os pacientes deprimidos sem câncer apresentam, deverá ser o ponto a 
partir do qual se deve entrar com medicações. Existem alguns mitos sobre o câncer 
 
 
 
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e as pessoas que padecem dele, tais como “os portadores de câncer são 
deprimidos”. 
A depressão em quem tem câncer é normal, o tratamento da depressão no 
paciente com câncer é ineficaz. A tristeza e o pesar são sentimentos normais para 
uma pessoa que teve conhecimento da doença. Questões como a resposta ao 
tratamento, o tempo de sobrevida e o índice de cura entre pacientes com câncer, 
com ou sem depressão, estão sendo mais enfocadas do que a investigação das 
melhores técnicas para tratamento da depressão. 
Normalmente a pessoa que fica sabendo que está com câncer torna-se 
durante um curto espaço de tempo descrente, desesperada ou nega a doença. Essa 
é uma resposta normal no espectro de emoções dessa fase, o que não significa que 
sejam emoções insuperáveis. No decorrer do tempo o humor depressivo toma o 
lugar das emoções iniciais. Agora o paciente pode ter dificuldade para dormir e 
perda de apetite. 
Nessa fase o paciente fica ansioso, não consegue parar de pensar no seu 
novo problema e teme pelo futuro. As estatísticas mostram que aproximadamente 
metade das pessoas conseguirá se adaptar a essa situação tão adversa. Com isso, 
essas pessoas aceitam o tratamento e o novo estilo de vida imposto não fica tão 
pesado. 
Para se afirmar que o paciente está deprimido tem-se que afirmar que ele 
sente-se triste a maior parte do dia, quase todos os dias, não tem tanto prazer ou 
interesse pelas atividades nas quais apreciava. E não consegue ficar parado, pelo 
contrário, movimenta-se mais lentamente que o habitual. Passa a ter sentimentos 
inapropriados de desesperança desprezando-se como pessoa e até mesmo se 
culpando pela doença ou pelo problema dos outros, sentindo-se um peso morto na 
família. Com isso, apesar de ser uma doença potencialmente fatal, surgem 
pensamentos de suicídio. Esse quadro deve durar pelo menos duas semanas para 
que possamos dizer que o paciente está deprimido. 
A causa exata da depressão permanece desconhecida. Eventos 
desencadeantes são muito estudados e de fato encontra-se relação entre certos 
acontecimentos estressantes na vida das pessoas e o início de um episódio 
depressivo. Contudo, tais eventos não podem ser responsabilizados pela 
manutenção da depressão. Na prática a maioria das pessoas que sofre um revés se 
 
 
 
AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 19 
 
recupera com o tempo. Os eventos estressantes provavelmente disparam a 
depressão nas pessoas predispostas, vulneráveis. Exemplos de eventos 
estressantes são: perda de pessoa querida, perda de emprego, mudança de 
habitação contra vontade, doença grave; pequenas contrariedades não são 
consideradas como eventos fortes o suficiente para desencadear depressão. 
O que torna as pessoas vulneráveis ainda é objeto de estudos. A influência 
genética como em toda medicina é muito estudada. Trabalhos recentes mostram 
que mais do que a influência genética, o ambiente durante a infância pode predispor 
mais as pessoas. O fator genético é fundamental uma vez que os gêmeos idênticos 
ficam mais deprimidos do que os gêmeos não idênticos. 
 
 
ANSIEDADE 
 
 
. 
 
A ansiedade é uma sensação ou sentimento decorrente da excessiva 
excitação do Sistema Nervoso Central consequente à interpretação de uma situação 
de perigo. Parente próximo do medo (muitas vezes onde a diferenciação não é 
possível), é distinguida dele pelo fato de o medo ter um fator desencadeante real e 
palpável, enquanto na ansiedade o fator de estímulo teria características mais 
subjetivas. 
http://www.brasilescola.com/imagens/ansiedade.jpg
 
 
 
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A ansiedade é o grande sintoma de características psicológicas que mostra a 
intersecção entre o físico e psíquico, uma vez que tem claros sintomas físicos como: 
taquicardia (batedeira), sudorese, tremores, tensão muscular, aumento das 
secreções (urinárias e fecais), aumento da motilidade intestinal, cefaleia (dor de 
cabeça). Quando recorrente e intensa também é chamada de síndrome do pânico 
(crise ansiosa aguda). Toda essa excitação acontece decorrente de uma descarga 
de um neurotransmissor chamado noradrenalina. 
O nosso Sistema Nervoso Central e a nossa mente necessitam de uma 
situação de conforto e de segurança para usufruir a sensação de repouso e de bem-
estar. 
Quando a nossa percepção nos alerta para uma situação de perigo a essa 
situação acontece o estado ansioso. 
Evolutivamente, faz pouco que saímos dos tempos da caverna, quando os 
perigos de vida e a necessidade de luta eram constantes. A excitação do Sistema 
Nervoso Central vinha como uma forma de estimular o nosso corpo para a luta ou 
para a fuga. 
O que interpretamos como perigo hoje transcende e muito o perigo de vida 
biológico. Perda de status, de conforto, de poder econômico, de afetos, amizades, 
de privilégios, vantagens, de possibilidade de concretizar interesses, de vaidade, são 
fatores mais do que suficientes, em muitos casos, para disparar o estado ansioso. 
Em estados de desequilíbrio emocional, o simples contato com o novo, com 
situações inesperadas e desconhecidas são o suficiente para disparar estados 
ansiosos. 
A principal característica psíquica do estado ansioso é uma excitação, uma 
aceleração do pensamento, como se estivéssemos elaborando, planejando uma 
maneira de nos livrar do perigo e da maneira mais rápida possível. Esse movimento 
mental, na maioria das vezes acaba causando certa confusão mental, uma 
ineficiência da ação, um aumento da sensação de perigo e de incapacidade de se 
livrar do perigo, o que configura um círculo vicioso, pois essa sensação só faz 
aumentar ainda mais o estado ansioso. “Mente acelerada é mente desequilibrada”. 
Esse movimento impulsivo de a mente se acelerar, de precisar ter tudo sob 
controle, para poder usufruir a sensação de repouso e conforto, faz com que ela se 
excite; e se o problema não tiver uma solução mental imediata, como o que 
 
 
 
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acontece na maioria dos casos, terá a chamada ansiedade patológica, que tende a 
se cronificar e piorar com os anos. 
A ansiedade poderia ter uma origem genética, ou seja, a pessoa herda de 
seus ancestrais uma pré-disposição para ter esses sintomas. Nesses casos as 
manifestações podem ser bastante precoces, sendo a pessoa desde cedo uma 
criança agitada, às vezes, hiperativa, que chora com facilidade e às vezes até com 
dificuldade de dormir. 
A ansiedade precoce também pode se manifestar por meio da avidez de 
mamar e em uma postura mais teimosa e possessiva ainda como criança. A 
segunda é uma infância carente e problemática – em que as dificuldades dos pais, 
mas principalmente da mãe de passar afeto e suprir as carências afetivas da 
criança, vão fazendo com que ela vá se sentindo insegura e exposta. E vá gravando 
e condicionando um sentimento de que coisas ruins e sensações negativas podem 
acontecer a qualquer momento. 
A terceira é a dificuldade de incorporar fatos e intercorrências novas ou 
desconhecidas. 
O velho ou conhecido sempre traz a sensação de segurança e controle. O 
novo por sua vez tem a capacidade de potencializar a sensação de medo no sentidode que algo ruim ou perigoso pode vir a acontecer. 
É mais ou menos assim: “Tudo que vem de mim é seguro e tudo que vem de 
fora e não está sob controle é perigoso”. É a clássica postura do pessimista, como 
aquele personagem dos desenhos antigos de TV, a hiena Hardy, amiga do leão 
Lippy, que sempre dizia: “Oh céus, oh vida, oh azar, não vai dar certo!”. Traumas de 
infância, grandes sustos, perdas afetivas ou mesmo materiais, também podem 
desencadear quadros ansiosos importantes, mas não chegariam a ser causas 
específicas. 
 
 TRANSTORNO BIPOLAR 
 
 
É uma enfermidade na qual ocorrem alterações do humor, caracterizando-se 
por períodos de um quadro depressivo, que se alteram com períodos de quadros 
opostos, isto é, a pessoa se sente eufórica (mania). Tanto o período de depressão, 
 
 
 
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quanto da mania podem durar semanas, meses ou anos. 
O termo mania não significa “repetição de hábitos”, mas sintomas de euforia. 
O Transtorno do Humor pode ocorrer, ao longo da vida, dentro de um curso bipolar 
ou unipolar. O curso unipolar refere-se a episódios somente de depressão e, no 
bipolar, depressão e mania (euforia). O Transtorno Bipolar do Humor atinge de igual 
maneira homens e mulheres em torno de 1% a 2% e, geralmente, entre os 15 e 30 
anos de idade. 
O Transtorno Bipolar também pode atingir as crianças, manifestando-se com 
sintomas predominantes de humor ansioso e irritável. O humor da pessoa oscila de 
muito eufórico (agitado) para muito triste (com desesperança, desmotivação e 
desvalia). 
Como em outras doenças, o Transtorno Bipolar do Humor afeta não só quem 
o tem, como também, o cônjuge, familiares, amigos e empregadores. Se depressão 
e mania forem acompanhadas de alucinações (ouvir, ver, sentir o que não existe) e 
delírios (pensamentos irreais à realidade) trata-se do subtipo psicótico. As pessoas 
que sofrem de Transtorno Bipolar levam, em média, oito anos antes de serem 
diagnosticadas ou receberem tratamento adequado, o que pode causar grande 
sofrimento e perdas. 
 
Tipos de Transtorno Bipolar do Humor: 
Existem quatro formas de Transtorno Bipolar do Humor: 
 Transtorno Bipolar Tipo I – períodos de mania (euforia) com humor 
elevado e expansivo grave o suficiente para causar prejuízo no trabalho, relações 
sociais podendo necessitar de hospitalização contraposta por períodos de humor 
deprimido, sentimentos de desvalia, desprazer, desmotivação, alterações do sono, 
apetite, entre outros. Geralmente, o estado maníaco, dura dias ou pelo menos uma 
semana, e períodos de depressão de semanas a meses; 
 Transtorno Bipolar Tipo II – períodos de hipomania, em que também 
ocorre estado de humor elevado e agressivo, mas de forma mais suave. Um 
episódio de tipo hipomania, ao contrário da mania, não chega a ser suficientemente 
grave para causar prejuízo em atividades de trabalho ou vida social; 
 Transtorno Bipolar Misto – períodos mistos, em que em mesmo dia 
haveria alternâncias entre depressão e mania. Em poucas horas a pessoa pode 
 
 
 
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chorar, ficar triste, com sentimentos de desvalia e desprazer e, no momento 
seguinte, estar eufórica, sentindo-se capaz de tudo, falante e agressiva; 
 Transtornos Ciclotímicos – períodos em que haveria uma alteração 
crônica e flutuante do humor marcada por numerosos períodos com sintomas 
maníacos e numerosos sintomas depressivos que se alterariam. Contudo, não 
seriam suficientemente graves nem ocorreriam em quantidade suficiente para se ter 
certeza de se tratar de depressão e mania. Isto é, pode ser facilmente confundida 
com o jeito de ser da pessoa, “de lua”. 
 
Principais teorias etiológicas: 
Apesar de se desconhecer a base causal, existe uma interação complexa 
entre fatores biológicos, genéticos e psicossociais para tentar explicar o Transtorno: 
 fatores biológicos – as teorias dos
 neurotransmissores, nos sistemas noradrenérgico, seratonérgico e 
dopaminérgico, que têm características semelhantes, pois todos se originam em 
núcleos localizados no tronco cerebral e se projetam para amplas áreas do pró-
encéfalo, têm sido admitidas na etiologia dos Transtornos Bipolares. Além desses, 
outros neurotransmissores, incluindo o glutemato, neuropeptídeos, como a 
colecistocinina e o hormônio liberado de corticotrofina, têm sido implicados assim 
como anormalidades no eixo hipotalâmico – pituitário – tireoide são comuns no 
Transtorno Bipolar; 
 fatores genéticos – quando um dos pais apresenta Transtorno Bipolar, 
existe de 25% a 50% de chance de o filho adquirir Transtorno Bipolar. Quanto maior 
a distância de parentesco, menor a possibilidade de ter um Transtorno Bipolar. Os 
estudos de gêmeos têm mostrado que a taxa de concordância em gêmeos 
monozigóticos é de 33% a 90% e gêmeos dizigóticos cerca de 5% a 25%. As 
associações entre o Transtorno Bipolar I e marcadores genéticos têm sido relatadas 
para os cromossomas 5, 11 e x; 
 fatores psicossociais – os acontecimentos vitais estressores 
precedem, mais frequentemente, os primeiros episódios de Transtorno do Humor e 
poderiam provocar alterações nos estados funcionais de vários sistemas 
neurotransmissores e sinalizadores intraneurais. Dificuldades financeiras, doença na 
família, perda de uma pessoa importante, uso de drogas, entre outros, podem 
 
 
 
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contribuir para o desencadeamento da doença. 
 
Achados clínicos – como identificar: 
 
Mania 
 humor “para cima”, excitado, exaltação, alegria exagerada e duradoura; 
irritabilidade (impaciência, “pavio curto”); 
 agitação, inquietação física e mental; 
 aumento da energia, da produtividade ou começar muitas coisas e não 
conseguir terminar; 
 pensamentos acelerados, tagarelice; 
 achar que possui dons ou poderes especiais de influência, grandeza e 
poder; 
 otimismo e autoconfiança exagerados; 
 aumento dos gastos, endividamentos; 
 distração fácil – tudo desvia a atenção; 
 maior contato social e desinibição, comportamento inadequado e 
provocativo, agressividade física e/ou verbal; 
 erotização, aumento da atividade e necessidade sexuais; 
 insônia, redução da necessidade de sono; 
 quando grave, ocorrem delírios e/ou alucinações, estressores 
precedem, mais frequentemente, os primeiros episódios de Transtorno do Humor e 
poderiam provocar alterações nos estados funcionais de vários sistemas 
neurotransmissores e sinalizadores intraneurais. Dificuldades financeiras, doença na 
família, perda de uma pessoa importante, uso de drogas entre outros, podem 
contribuir para o desencadeamento da doença. 
 
Depressão 
 humor “para baixo”, tristeza, angústia ou sensação de vazio; 
 irritabilidade, desespero; 
 pouca ou nenhuma capacidade de sentir prazer e alegria na vida; 
 cansaço mais fácil, desânimo, preguiça, falta de energia física e mental; 
 
 
 
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 falta de concentração, lentidão do raciocínio, memória ruim; 
 falta de vontade, falta de iniciativa e interesse, apatia; 
 pensamentos negativos repetidos amplificados, pessimismo, ideias de 
culpa, fracasso, inutilidade, falta de sentido na vida, doença, morte (suicídio); 
 sentimentos de insegurança, baixa autoestima, medo; 
 interpretação distorcida e negativa do presente, de fatos ocorridos no 
passado e no futuro; 
 redução da libido e vontade de ter sexo; 
 perda ou aumento de apetite e/ou peso; 
 insônia ou dormir demais, sem se sentir repousado; 
 dores ou sintomas físicos difusos, sofridos, que não se explicam por 
outras doenças – dor de cabeça, nas costas, no pescoço e nos ombros, sintomas 
gastrointestinais, alterações menstruais, queda de cabelo,dentre outros; 
 em depressões graves, alucinações e/ou delírios. 
 
Tratamento do Transtorno Bipolar 
 
O tratamento envolve manejo nas fases agudas e na terapia de manutenção. 
Os quadros agudos demandam contenção imediata dos sintomas por meio da 
farmacologia: estabilizadores do humor, antidepressivos (se necessário), 
antipsicóticos (se necessário) e, muitas vezes, internação hospitalar para proteção 
do paciente. 
Os episódios de depressão aguda são tratados, preferencialmente, com 
antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina, pois são maiores indutores 
de “virada” maníaca (eufórica) ou hipomaníaca, mais comuns com as ADTs 
(tricíclicos). 
As fases maníacas podem ser controladas com carbonato de lítio, ácido 
valpróico, carbamazepina, lomotrigina, gebapentina e topiramato. Se sintomas 
psicóticos estiverem presentes, é necessário o uso de antipsicóticos ou 
benzodiazepínicos. Muitas vezes, é necessária a combinação de drogas, isto é, mais 
de um estabilizador do humor associado, antidepressivos, mesmo na fase de 
manutenção. 
 
 
 
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Existem substâncias que propiciam a desestabilização do quadro do humor e 
que devem ser identificadas (tricíclicos, esteroides, álcool e os estimulantes). 
 
Psicoterapia 
Sabe-se que a terapia cognitiva pode contribuir na adesão do tratamento e na 
prevenção das recaídas, tornando-se um valioso acessório para o tratamento 
farmacológico. Como relatado anteriormente, o Transtorno Bipolar não se limita 
meramente a um problema bioquímico, mas também, psicológico e social (envolve 
dificuldades pessoais, familiares e sociais). Existem outros tipos de psicoterapias, 
como individual, grupal, de família, conjugal, entre outros, mas, o que importa é se 
está surtindo resultado na melhora do paciente e na sua qualidade de vida. 
 
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO (TOC) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
Sou ou não sou um portador do TOC? Eis uma pergunta que você pode ter se 
feito eventualmente. Provavelmente, ouviu em algum programa de rádio ou TV, leu 
em alguma reportagem de jornal ou revista que lavar as mãos seguidamente, revisar 
várias vezes as portas, janelas ou o gás antes de deitar, não gostar de segurar-se no 
corrimão do ônibus. Evitar usar as toalhas de mão utilizadas pelos demais membros 
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da sua família, não conseguir tocar com a mão no trinco da porta de um banheiro 
público, ter medo de passar perto de cemitérios ou entrar em uma funerária, de 
deixar um chinelo virado. Assim como outros comportamentos semelhantes, podem, 
na verdade, constituir sintomas do chamado Transtorno Obsessivo-Compulsivo ou 
TOC. E você deve ter ficado com dúvidas quanto a ser ou não um portador. Medos e 
preocupações fazem parte do nosso dia a dia. Aprendemos a conviver com eles 
tomando certos cuidados. Fechamos as portas antes de deitar, lavamos as mãos 
antes das refeições ou depois de usar o banheiro, desligamos o celular antes da 
sessão de cinema ou verificamos eriodicamente o saldo bancário de nossa conta. 
Esses mesmos comportamentos e preocupações, entretanto, podem se tornar 
claramente excessivos, quando repetidos inúmeras vezes em um curto espaço de 
tempo e quando acompanhados de grande aflição. 
É comum, ainda, pelo tempo que tomam, que comprometam as rotinas e o 
desempenho no trabalho. Isso configura o que, de forma convencional, chamamos 
de obsessões ou compulsões, sintomas característicos de um transtorno bem mais 
comum do que se imagina, o TOC. 
O TOC é um transtorno mental incluído pelo Manual Diagnóstico e Estatístico 
de Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana (DSM-IV) entre os 
chamados transtornos de ansiedade. Manifesta-se sob a forma de alterações do 
comportamento (rituais ou compulsões, repetições, evitações), dos pensamentos 
(obsessões como dúvidas, preocupações excessivas) e das emoções (medo, 
desconforto, aflição, culpa, depressão). 
Sua característica principal é a presença de obsessões (pensamentos, 
imagens ou impulsos que invadem a mente e que são acompanhados de ansiedade 
ou desconforto) e das compulsões ou rituais (comportamentos ou atos mentais 
voluntários e repetitivos, realizados para reduzir a aflição que acompanha as 
obsessões). 
Dentre as obsessões mais comuns estão à preocupação excessiva com 
limpeza (obsessão) que é seguida de lavagens repetidas (compulsão). Outro 
exemplo são as dúvidas (obsessão), que são seguidas de verificações (compulsão). 
A obsessão está ligada aos pensamentos; já os atos ou comportamentos são 
denominados de comportamentos compulsivos. 
 
 
 
 
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O que são obsessões? 
 
Obsessões são pensamentos ou impulsos que invadem a mente de forma 
repetitiva e persistente. Podem ainda ser imagens, palavras, frases, números, 
músicas, etc. Sentidas como estranhas ou impróprias, as obsessões geralmente são 
acompanhadas de medo, angústia, culpa ou desprazer. 
O indivíduo, no caso do TOC, mesmo desejando ou se esforçando, não 
consegue afastá-las ou suprimi-las de sua mente. Apesar de serem consideradas 
absurdas ou ilógicas, causam ansiedade, medo, aflição ou desconforto que a pessoa 
tenta neutralizar realizando rituais, compulsões, ou por meio de evitações (não tocar, 
evitar certos lugares). 
 
As obsessões mais comuns envolvem: 
 preocupação excessiva com sujeira, germes ou contaminação; 
 dúvidas; 
 preocupação com simetria, exatidão, ordem, sequência ou alinhamento; 
 pensamentos, imagens ou impulsos de ferir, insultar ou agredir outras 
pessoas; 
 pensamentos, cenas ou impulsos indesejáveis e impróprios, 
relacionados a sexo (comportamento sexual violento, abusar sexualmente de 
crianças, falar obscenidades, etc.); 
 preocupação em armazenar, poupar, guardar coisas inúteis ou 
economizar; 
 preocupações com doenças ou com o corpo; 
 religião (pecado, culpa, escrupulosidade, sacrilégios ou blasfêmias); 
 pensamentos supersticiosos – preocupação com números especiais, 
cores de roupa, datas e horários (podem provocar desgraças); 
 palavras, nomes, cenas ou músicas intrusivas e indesejáveis. 
 
O que são compulsões ou rituais? 
 
Compulsões ou rituais são comportamentos ou atos mentais voluntários e 
repetitivos, executados em resposta a obsessões, ou em virtude de regras que 
 
 
 
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devem ser seguidas rigidamente. Os exemplos mais comuns são lavar as mãos, 
fazer verificações, contar, repetir frases ou números, alinhar, guardar ou armazenar 
objetos sem utilidade, repetir perguntas, etc. 
As compulsões aliviam momentaneamente a ansiedade associada às 
obsessões, levando o indivíduo a executá-las toda vez que sua mente é invadida por 
uma obsessão. 
Por esse motivo se diz que as compulsões têm uma relação funcional (de 
aliviar a aflição) com as obsessões. E, como são bem sucedidas, o indivíduo é 
tentado a repeti-las, em vez de enfrentar seus medos, o que acaba por perpetuá-los, 
tornando-se ao mesmo tempo prisioneiro dos seus rituais. 
Nem sempre as compulsões têm uma conexão realística com o que desejam 
prevenir (por exemplo, alinhar os chinelos ao lado da cama antes de deitar para que 
não aconteça algo de ruim no dia seguinte; dar três batidas em uma pedra da 
calçada ao sair de casa, para que a mãe não adoeça). Nesse caso, por trás desses 
rituais existe um pensamento ou obsessão de conteúdo mágico, muito semelhante 
ao que ocorre nas superstições. 
Os dois termos (compulsões e rituais) são utilizados praticamente como 
sinônimos, embora o termo “ritual”possa gerar alguma confusão, na medida em que 
praticamente todas as religiões e diversos grupos culturais adotam comportamentos 
ritualísticos e contagens nas suas práticas: ajoelhar-se três vezes, rezar seis ave-
marias, ladainhas, rezar três ou cinco vezes ao dia, benzer-se ao passar diante de 
uma igreja. Existem rituais para batizados, casamentos, funerais, etc. 
Além disso, certos costumes culturais, como a cerimônia do chá entre os 
japoneses, o cachimbo da paz entre os índios, ou um funeral com honras militares, 
envolvem ritos que lembram as compulsões do TOC. Por esse motivo, há certa 
preferência para o termo “compulsão” quando se fala em TOC. 
 
As compulsões mais comuns são: 
 de lavagem ou limpeza; 
 verificações ou controle; 
 repetições ou confirmações; 
 contagens; 
 ordem, simetria, seqüência ou alinhamento; 
 
 
 
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 acumular, guardar ou colecionar coisas inúteis (colecionismo), poupar 
ou economizar; 
 compulsões mentais: rezar, repetir palavras, frases, números; 
 diversas: tocar, olhar, bater de leve, confessar, estalar os dedos. 
 
 
Compulsões mentais: 
Algumas compulsões não são percebidas pelas demais pessoas, pois são 
realizadas mentalmente e não mediante comportamentos motores, observáveis. Elas 
têm a mesma finalidade: reduzir a aflição associada a um pensamento. 
Alguns exemplos: 
 repetir palavras especiais ou frases; 
 rezar; 
 relembrar cenas ou imagens; 
 contar ou repetir números; 
 fazer listas; 
 marcar datas; 
 tentar afastar pensamentos indesejáveis, substituindo-os por 
pensamentos contrários. 
 
 
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ESQUIZOFRENIA 
 
Esquizofrenia é uma doença mental que afeta a capacidade da pessoa 
distinguir se as experiências vividas são ou não reais. Afeta ainda a capacidade de 
pensar logicamente, sentir emoções e sentimentos, e comportar-se em situações 
sociais. 
Não há cura para a esquizofrenia, mas o tratamento controla os sintomas e 
ajuda a pessoa a ter uma vida parecida com a de quem não sofre da doença. Ou 
seja, pode trabalhar, namorar, ter amigos e divertir-se. 
A esquizofrenia é uma doença que tem início no fim da adolescência e 
começo da vida adulta (15 a 25 anos). Embora a frequência seja igual entre os 
sexos, pode começar mais tardiamente nas mulheres. 
Em torno de 1% da população mundial tem Esquizofrenia. 
Esquizofrenia é uma doença complexa, intrigante e sua causa ainda não é 
conhecida. 
Sabe-se que a hereditariedade é um fator importante – pessoas que têm um 
familiar com esquizofrenia têm maior chance de desenvolver a doença –, mas ainda 
não se sabe quais os genes envolvidos ou se a presença deles é suficiente para o 
desenvolvimento da esquizofrenia. 
Gêmeos idênticos têm 50% de chance de desenvolver a doença quando um 
deles já desenvolveu. 
Alguns pesquisadores acreditam que a esquizofrenia é resultado de uma 
combinação de fatores genéticos e ambientais. Certas pessoas nascem com essa 
tendência, mas o problema só aparece se expostas a determinados fatores 
ambientais. 
Não existe um consenso de quais seriam os fatores ambientais envolvidos, 
mas estudos sugerem que infecções, má nutrição na gravidez e complicações no 
parto podem contribuir posteriormente para o desenvolvimento da esquizofrenia. 
Os sintomas são variados e podem aparecer subitamente, embora, 
geralmente, a doença se manifeste em meses ou anos. 
Inicialmente os sintomas podem não ser evidentes, e são confundidos com 
alterações próprias da idade ou com de outras doenças psiquiátricas. 
Os indivíduos começam a perceber que há algo estranho, mas muitas vezes 
 
 
 
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são incapazes de contar para seus familiares. 
Podem relatar que estão mais tensos, tendo dificuldade de concentração ou 
para dormir, começam a isolar-se das pessoas, não conseguem mais ficar com os 
amigos e param de estudar ou trabalhar. Com a progressão da doença, aparecem 
os sintomas mais característicos da psicose (perda da noção da realidade). 
 
Mudanças na percepção do pensamento: 
a) delírios – são crenças não verdadeiras, baseadas em uma inferência 
incorreta sobre a realidade exterior, apesar de provas e evidências contrárias. O 
paciente pode sentir que seus pensamentos são influenciados, controlados, 
inseridos ou transmitidos para 
 
fora da cabeça. Os eventos normais do dia a dia passam a ter significado 
diferente. O indivíduo pode sentir-se perseguido ou discriminado e achar que tem 
poderes ou atributos especiais. Pode sentir que seu corpo está mudando ou que 
recebe influências de forças externas; 
b) alucinações – são falsas percepções na ausência de um estímulo 
externo, mas com as qualidades de uma verdadeira percepção. Isto é, eles podem 
ver, ouvir e sentir coisas que não estão realmente no local. As alucinações podem 
ser auditivas, visuais, táteis, olfativas, gustativas ou uma combinação de todas: 
 auditivas – são as mais comuns em esquizofrenia e podem ocorrer 
na forma de barulhos, músicas ou mais frequentemente como vozes. Essas vozes 
podem ser sussurradas, ou claras e distintas, podem falar entre si ou ser uma única 
voz. Podem comentar o comportamento da pessoa e, às vezes, podem dar ordens; 
 visuais – podem ser simples ou complexas, podendo envolver 
fachos de luz, pessoas ou coisas; 
 olfativas e gustativas – ocorrem em geral juntas como cheiros ou 
gostos ruins; 
 táteis – o paciente tem a sensação de ser tocado ou picado, ou 
ainda sensações elétricas como se insetos estivessem rastejando sobre a pele. 
c) distúrbios formais do pensamento – os pensamentos mudam de assunto 
completamente e esta alteração aparece na fala da pessoa. 
Transtornos de comportamento e motor 
 
 
 
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Muitos pacientes apresentam diminuição de iniciativa, transtornos motores e 
alterações no comportamento social. Um paciente pode ficar parado por um longo 
período de tempo ou engajar-se em uma atividade repetitiva sem finalidade. 
Os extremos podem incluir o estupor catatônico, situação na qual o paciente 
fica imóvel por um período longo, ou o excitamento catatônico, quando o indivíduo 
apresenta atividade motora incontrolável e sem objetivo. 
Outras alterações motoras são estereotipias (movimentos repetidos sem 
objetivo aparente) e maneirismos (atividades normais, mas fora de contexto). 
Geralmente a deterioração do comportamento social ocorre junto com o 
isolamento social. Os indivíduos podem negligenciar seus cuidados pessoais, vestir 
roupas sujas ou inapropriadas, e suas coisas e ambientes permanecerem 
descuidados e desarrumados. 
Podem ainda desenvolver comportamentos que contrariam as convenções 
sociais como falar obscenidades em público ou apresentar maneiras rudes à mesa. 
Podem ser encontrados nas ruas marchando, falando alto e gesticulando. 
Esse descuido com a higiene pessoal e comportamentos excêntricos podem 
dificultar ainda mais a aproximação de familiares, amigos e estranhos. Essa situação 
corrobora ainda mais a certeza, desses pacientes, de que as pessoas não gostam 
deles. 
 
Transtornos do afeto 
 
A diminuição da resposta emocional já foi considerada um sintoma 
característico da esquizofrenia. Muitos pacientes são indiferentes ou apáticos, 
evitam o contato com olhar, apresentam ausência na inflexão na voz, mudanças na 
expressão facial e os movimentos espontâneos e os gestos expressivos podem 
estar diminuídos. Com frequência perdem a capacidade de sentir prazer e podem 
descrever-se como vazios de emoção.Reações dos pacientes aos sintomas 
 
A pessoa com esquizofrenia altera seu entendimento do mundo na tentativa 
 
 
 
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de explicar as experiências vividas. Devido às experiências serem incomuns, as 
explicações também são. É difícil explicar para alguém o fenômeno de ouvir vozes. 
Pacientes mais crônicos, que já apresentam dificuldades de relacionamento social, 
ficam isolados e muitas vezes envolvidos em suas próprias fantasias. 
Podem imaginar que outras pessoas tentam prejudicá-los, não estão 
interessadas nele ou querem criticá-lo. 
Alternativamente, os pacientes podem experienciar reações negativas de 
outras pessoas durante os episódios psicóticos, o que pode pesar ainda mais na sua 
imaginação. Percebem ainda que não são mais competentes no trabalho. Ele pode 
ter sido um bom estudante durante anos ou um trabalhador devotado e competente, 
mas após a doença percebe que houve diminuição de sua performance. 
A experiência de estar “louco” é uma das mais dolorosas e significativas. 
Quando os pensamentos tornam-se desorganizados, quando as decisões estão 
bloqueadas, quando as emoções inexplicadas e não esperadas aparecem, há uma 
conscientização do clima de horror, de que mente está fazendo armadilhas e que foi 
embora seu modo usual de agir. 
A experiência da psicose faz com que o paciente mude o conceito a respeito 
de sua própria mente. A experiência do distúrbio faz com que a pessoa desacredite 
nos seus processos de pensamento, mesmo quando estes voltam ao normal. 
O paciente perde a fé de que possa pensar propriamente. Após a psicose, ele 
tem conhecimento de que alucinou e, por algum tempo ou para sempre, ele não será 
capaz de reagir normalmente aos sons estranhos e ocasionais que podem ser 
ouvidos em locais e horas não esperados. 
 
Tratamento 
O tratamento da esquizofrenia envolve vários tipos de profissionais que 
trabalham em equipe. 
 
Os objetivos da equipe de saúde são: 
 controlar os sintomas da doença tentando minimizar os efeitos 
deletérios da medicação; 
 prevenir riscos de suicídio e crise paranoide; 
 evitar hospitalizações; 
 
 
 
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 desencorajar o paciente ao uso indiscriminado da emergência médica; 
 cuidar da saúde geral do paciente; 
 melhorar sua qualidade de vida e dar à família suporte emocional. 
Talvez o fator mais importante para cumprir esses objetivos seja assegurar 
que o paciente faça o tratamento. Devido ao isolamento social, ideias paranoides, 
negação da doença e desconforto com os efeitos colaterais das drogas, muitos 
pacientes abandonam o tratamento. 
 
Tratamento farmacológico: 
Antipsicóticos “típicos” ou clássicos são aquelas medicações que tendem a 
produzir sintomas extrapiramidais (EPS). Esses agentes têm sido as principais 
drogas na farmacoterapia da esquizofrenia por mais de um quarto de século. 
Os sintomas que respondem melhor aos antipsicóticos típicos são os 
chamados sintomas positivos, como delírios e alucinações. Já nos sintomas 
negativos, além de não responderem tão bem, podem ser acentuados com seu uso. 
A maioria dos autores divide o tratamento farmacológico da esquizofrenia em 
duas fases: aguda e manutenção ou profilática. 
 
Fase aguda 
 
Envolvem a tentativa de aliviar os sinais e sintomas associados como delírios, 
alucinações, alterações formais do pensamento e do comportamento. Apesar da 
variação das doses utilizadas na prática clínica, as doses recomendadas para a fase 
aguda situam-se em 600-700 mg de clorpromazina ou equivalente/dia ou 5-20 
mg/dia de haloperidol ou flufenazina. 
A administração de altas doses de antipsicótico (neuroleptização rápida) no 
tratamento de pacientes agudos não é indicada devido à falta de estudos 
controlados, demonstrando que essa medida é mais eficaz no controle de sintomas 
psicóticos. Após a remissão dos sintomas, diminui-se a dose e avalia-se a 
necessidade de tratamento em longo prazo com antipsicóticos. 
Se a medicação for suspensa, o médico deve estar atento a algum sinal de 
recidiva e, em caso de nova crise psicótica, a medicação deve ser introduzida por 
tempo indefinido. 
 
 
 
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Fase de manutenção ou profilática 
 
Esquizofrenia é uma doença que dura a vida toda, como diabetes ou 
hipertensão. A maioria das pessoas com esquizofrenia necessitará de cuidados 
médicos e medicação pelo resto de suas vidas. 
As medicações antipsicóticas não curam a esquizofrenia, somente controlam 
os sintomas da doença. Ou seja, se o paciente deixar de tomar a medicação pode 
sofrer uma recaída. 
Algumas pessoas, mesmo tomando a medicação regularmente, podem ter 
uma recaída dos sintomas psicóticos. 
É muito importante que elas possam reconhecer que esses sintomas estão 
voltando, e procurar ajuda imediatamente. Antes do aparecimento de sintomas como 
delírios ou alucinações, é comum aparecerem sintomas menos específicos como 
irritabilidade, insônia e depressão. 
Os familiares devem estar atentos a mudanças sutis que possam ocorrer com 
seu familiar doente, pois a intervenção médica precoce pode impedir a recaída. 
Enquanto essa necessidade de tratamento por longo tempo é bem 
reconhecida pelo médico, frequentemente não é bem aceita pelo paciente. 
Muitos estudos mostram quão inconstantes e não confiáveis eles podem ser 
em relação à medicação. Interrompem porque se sentem bem, e não entendem 
porque devem continuar tomando o remédio; ou ainda, porque os efeitos colaterais 
são muito desagradáveis. 
A introdução dos antipsicóticos de ação prolongada, de uso injetável, 
possibilitou uma maior adesão desses pacientes ao tratamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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HIPERATIVIDADE E DÉFICIT DE ATENÇÃO 
 
http://Www.Plenarinho.Gov.Br/Educacao/Imagens/Escolha-A-Escola-Certa/04.Jpg. 
 
A hiperatividade, denominada também como desordem do déficit de atenção, 
pode afetar crianças, adolescentes e até mesmo alguns adultos. Os sintomas variam 
de brandos a graves e podem incluir problemas de linguagem, memória e 
habilidades motoras. 
Embora a criança hiperativa tenha muitas vezes uma inteligência normal ou 
acima da média, o estado é caracterizado por problemas de aprendizado e 
comportamento. Os professores e pais da criança hiperativa devem saber lidar com 
a falta de atenção, impulsividade, instabilidade emocional e hiperativa incontrolável 
da criança. 
O comportamento hiperativo pode estar relacionado a uma perda da visão ou 
audição, a um problema de comunicação, como a incapacidade de processar 
adequadamente os símbolos e ideias que surgem, estresse emocional, convulsões 
ou distúrbios do sono. 
Também pode estar relacionado a paralisia cerebral, intoxicação por chumbo, 
abuso de álcool ou drogas na gravidez, reação a certos medicamentos ou alimentos 
e complicações de parto, como privação de oxigênio ou traumas durante o 
nascimento. 
Esses problemas devem ser descartados como causa do comportamento 
antes de tratar a hiperatividade da criança. 
O verdadeiro comportamento hiperativo interfere na vida familiar, escolar e 
http://www.plenarinho.gov.br/Educacao/Imagens/Escolha-A-Escola-Certa/04.Jpg
 
 
 
AVENIDA NAIR XAVIER CORREIA QD 16 LOTE 12 BAIRRO: JARDIM ALEXANDRINA - ANÁPOLIS - GO 38 
 
social da criança. As crianças hiperativas têm dificuldade em prestar atenção e 
aprender. Como são incapazes de filtrar estímulos, são facilmente distraídas. Essas 
crianças podem falar muito, alto demais e em momentos inoportunos. 
As crianças hiperativas estão sempre em movimento, sempre fazendo algo e 
são incapazes de ficar quietas. São impulsivas. Não param para olhar ou ouvir. 
Devido à sua energia,

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