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2 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTEÚDO TÉCNICO DA LINHA-GUIA 
DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA, 
DIABETES MELLITUS E DOENÇA RENAL 
CRÔNICA (NO PRELO) 
 
 
 
 
 
 
 
3ª Edição 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
Belo Horizonte, 2013 
 
3 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
AUTORES 
Adriana Lúcia Meireles 
Ailton Cezário Alves Júnior 
Arise Garcia de Siqueira Galil 
Carla Márcia Moreira Lanna 
Fernanda Santos Pereira 
Fernando Barros Reis 
Gustavo de Araújo Porto Landsberg 
Leandro Dias de Godoy Maia 
Leonardo Pinho Ribeiro 
Lidiane Gonçalves dos Santos 
Liziane Silva 
Luiza Lisboa 
Maria Luiza Mendonça Pereira Jorge 
Márcia Braz Rossetti 
Marcus Gomes Bastos 
Mônica Barros Costa 
Paulo Leão Andrade 
Ricardo Alexandre de Souza 
Rodrigo Pastor Alves Pereira 
Rogério Baumgratz de Paula 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
COLABORADORES 
Ailton Cezário Alves Júnior 
Eugênio Vilaça Mendes 
Fernanda Santos Pereira 
Flávia Gomes de Carvalho 
Lidiane Gonçalves dos Santos 
Luiza Lisboa 
Jordana Costa Lima 
Josiane Batista da Silva 
Luciana Alves 
Marco Antônio Bragança Matos 
Marcus Gomes Bastos 
Maria Emi Shimazak 
Maria Luiza Mendonça Pereira Jorge 
Paulo Leão Andrade 
Robespierre Queiroz da Costa Ribeiro 
Ruth Borges Dias 
Thaís Abreu Maia 
 
 
REVISORES 
Ailton Cezário Alves Júnior 
Fabrício Henrique Simões Santos 
Fernanda Santos Pereira 
Lidiane Gonçalves dos Santos 
 
5 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
Luiza Lisboa 
Marcus Gomes Bastos 
Maria Luiza Mendonça Pereira Jorge 
Paulo Leão Andrade 
Rodrigo Pastor Alves Pereira 
Vanessa Malheiros Dodd Garcia 
 
Ilustrador 
Rafael Sete (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais) 
 
 
6 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO...........................................................................................................................20 
INTRODUÇÃO..............................................................................................................................21 
SEÇÃO 1: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA ........................................................................... 23 
1.1. Conceito e epidemiologia ..................................................................................................... 23 
1.2. Fatores de risco para a hipertensão arterial sistêmica ........................................................ 23 
1.2.1. Genéticos ....................................................................................................................... 23 
1.2.2. Idade .............................................................................................................................. 24 
1.2.3. Gênero e etnia ............................................................................................................... 24 
1.2.4. Sobrepeso e obesidade ................................................................................................. 24 
1.2.5. Ingestão de sal ............................................................................................................... 25 
1.2.6. Uso excessivo de álcool ................................................................................................. 26 
1.2.7. Sedentarismo ................................................................................................................ 26 
1.2.8. Fatores socioeconômicos .............................................................................................. 26 
1.3 Rastreamento, diagnóstico e classificação ............................................................................ 26 
1.3.1. Rastreamento ................................................................................................................ 26 
1.3.2. Diagnóstico .................................................................................................................... 30 
1.4. Avaliação clínica inicial e estratificação de risco cardiovascular .......................................... 37 
1.4.1. Avaliação clinica inicial .................................................................................................. 37 
1.4.2. Estratificação de risco cardiovascular ........................................................................... 41 
1.5. Tratamento não-medicamentoso, abordagem multiprofissional e prevenção primária .... 48 
1.5.1. Tratamento não-medicamentoso ................................................................................. 48 
1.5.2. Abordagem multiprofissional ........................................................................................ 53 
1.5.3. Prevenção Primária ....................................................................................................... 54 
1.6. Tratamento Medicamentoso (níveis 3, 4 e 5 de intervenção) ............................................. 54 
1.6.1. A abordagem terapêutica do hipertenso ...................................................................... 55 
1.6.2. Tratamento da hipertensão em situações especiais ..................................................... 63 
1.7. Hipertensão arterial secundária ........................................................................................... 68 
1.8. Urgências e emergências hipertensivas ............................................................................... 72 
Quadro 29. Classificação das crises hipertensivas ...................................................................... 73 
1.8.1. Abordagem clínica ......................................................................................................... 73 
1.8.2. Princípios gerais para o tratamento .............................................................................. 74 
1.9. Complicações crônicas da hipertensão arterial sistêmica (lesões em órgãos-alvo) ............ 76 
1.9.1. Hipertrofia ventricular esquerda ................................................................................... 76 
 
7 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
1.9.2. Doença arterial coronariana ......................................................................................... 78 
1.9.3. Insuficiência cardíaca .................................................................................................... 78 
1.9.4. Doença vascular periférica ............................................................................................ 80 
1.9.5. Nefropatia hipertensiva ................................................................................................ 84 
1.9.6. Ataque isquêmico transitório e acidente vascular cerebral ......................................... 86 
1.9.7. Retinopatia hipertensiva ............................................................................................... 89 
SEÇÃO 2: DIABETES MELLITUS .................................................................................................... 98 
2.1. Conceito e epidemiologia ..................................................................................................... 98 
2.2 Classificação .......................................................................................................................... 99 
2.2.1. Diabetes mellitus tipo 1 .............................................................................................. 100 
2.2.2. Diabetes mellitus tipo 2 .............................................................................................. 100 
2.2.3 Diabetes gestacional .................................................................................................... 101 
2.3 Fatores de risco e prevenção .............................................................................................. 101 
2.3.1 Fatores de risco ............................................................................................................101 
2.3.2 Prevenção ..................................................................................................................... 102 
2.4 Rastreamento e diagnóstico ............................................................................................... 103 
2.4.1 Rastreamento ............................................................................................................... 103 
2.4.2 Diagnóstico ................................................................................................................... 108 
2.5 Avaliação clínica inicial ........................................................................................................ 110 
2.5.1 História Clínica .............................................................................................................. 111 
2.5.2 Exame físico .................................................................................................................. 111 
2.5.3 Avaliação laboratorial .................................................................................................. 112 
2.6 Rastreamento e acompanhamento de lesões de órgãos alvo ............................................ 113 
2.6.1 Complicações macrovasculares ................................................................................... 114 
2.6.2 Complicações microvasculares .................................................................................... 119 
2.6.3. Neuropatia diabética ................................................................................................... 124 
2.6.4 Pé diabético .................................................................................................................. 129 
2.7 Tratamento .......................................................................................................................... 136 
2.7.1. Tratamento não-medicamentoso ............................................................................... 136 
2.7.2 Tratamento medicamentoso ........................................................................................ 146 
2.8 Complicações agudas .......................................................................................................... 169 
2.8.1. Crises hiperglicêmicas ................................................................................................. 169 
SEÇÃO 3: DOENÇA RENAL CRÔNICA.......................................................................................... 178 
 
8 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
3.1. Definição e epidemiologia .................................................................................................. 178 
3.2. Prevenção da doença renal crônica nos usuários hipertensos e diabéticos ...................... 178 
3.3. Diagnóstico da doença renal crônica ................................................................................. 179 
3.4. Estadiamento da doença renal crônica .............................................................................. 181 
3.5. Encaminhamento da doença renal crônica para acompanhamento nefrológico conjunto
 ................................................................................................................................................... 183 
SEÇÃO 4: A ORGANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA ............................................................................ 192 
4.1. Atenção primária à saúde .................................................................................................. 192 
4.1.1. Competências da atenção primária à saúde ............................................................... 192 
4.1.2 A atenção programada na atenção primária à saúde .................................................. 198 
4.2 Atenção secundária à saúde ............................................................................................... 203 
4.2.1. Parâmetros de assistência na atenção secundária à saúde ........................................ 204 
4.2.2. Critérios de encaminhamento de hipertensos, diabéticos e usuários com doença renal 
crônica para atendimento especializado na rede da Secretaria de Estado de Saúde de Minas 
Gerais .................................................................................................................................... 207 
4.3. O Sistema de informação gerencial ................................................................................... 208 
4.3.1. O Pacto pela Saúde ..................................................................................................... 208 
4.3.2. Os sistemas de informação em saúde relacionados ao controle da hipertensão arterial 
sistêmica e diabetes mellitus ................................................................................................ 209 
 
 
 
9 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
Lista de acrônimos e siglas 
aa - Artérias 
ACC - Antagonistas dos canais de cálcio 
ADA - American Diabetes Association 
AIT - Acidente isquêmico transitório 
Alb - Albumina 
AMPA - Auto- medida da pressão arterial 
APS - Atenção primária à saúde 
ASS - Atenção secundária à saúde 
AVC - Acidente vascular cerebral 
B3 - Terceira bulha 
BRA - Bloqueadores dos receptores de angiotensina 
CA - Circunferência abdominal 
CAD - Cetoacidoce diabética 
CG - Cockcroft e Gault 
CH - Crises hipertensivas 
CHDM - Centro Hiperdia Minas 
CHO - Carboidrato 
CKD-EPI - Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration 
COX-1 - Inibidores da ciclooxigenase 1 
COX-2 - inibidores da ciclooxigenase 2. 
CPK - Creatinofosfoquinase 
Cr – Creatinina 
DAC - Doença arterial coronariana 
DAOMI - Doença arterial obstrutiva de membro inferior 
 
 
10 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
DASH - Dietary Approaches to Stop Hypertension 
DCV - Doença cardiovascular 
DIMED - Divisão Nacional de Vigilância Sanitária de Medicamentos 
DM - Diabetes mellitus 
DM1 - Diabetes mellitus tipo 1 
DM2 - Diabetes mellitus tipo 2 
DRC - Doença renal crônica 
DVP - Doença vascular periférica 
EAS - Elementos anormais e sedimento 
ECA - Enzima conversora da angiotensina 
ECG - Eletrocardiograma 
EH - Emergências hipertensivas 
EHH - Estado hiperglicêmico hiperosmolar 
EUA - Estados Unidos da América 
FGe - Filtração glomerular 
GGT - Gama glutamil transpeptidase 
GIP - Gastric inibitory polypeptide 
GLP-1 - Glucagon-like peptide-1 
GME - Glicemia média estimada 
HAR - Hipertensão arterial resistente 
HAS - Hipertensão arterial sistêmica 
HAS-M - Hipertensão arterial sistêmica mascarada 
HAS-AB - Hipertensão arterial sistêmica do avental branco 
HAS-S - Hipertensão arterial sistêmica secundária 
HbA1c - Hemoglobina glicada (Glycated haemoglobin) 
HDL - Colesterol (High density lipoprotein) 
HVE - Hipertrofia ventricular esquerda 
 
11 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
IAM - Infarto agudo do miocárdio 
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
IC - Insuficiência cardíaca 
ICC - Insuficiência cardíaca congestiva 
ICFEP - Insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada 
IECA - Inibidores da enzima de conversão da angiotensina 
IM - Intramuscular 
IMC - Índice de massa corporal 
ITB - Índice tornozelo braço 
IV - Intravenosa 
KDIGO - Kidney Disease Improving Global Outcomes 
Hb - Hemoglobina 
LDL - Colesterol (Low density lipoprotein) 
LSD - Dietilamida ácido lisérgico (Lyserg Säure Diethylamid) 
MACC - Modelo de Atenção às Condições Crônicas 
MAPA - Monitorização ambulatorial da pressão arterial 
MDRD - Modification of Diet in Renal Diseases 
MDI - Múltiplas doses diárias 
MMII - Membros inferiores 
MMSS - Membros superiores 
MODY - Maturity onset diabetes of the young. 
MRPA - Monitorização residencial da pressão arterial 
NaCl - Cloreto de sódio 
NCEP - National Cholesterol Education Program 
NCEP - ATP III - National Cholesterol Education ProgramAdult Treatment Panel III 
NGSP - National Glycohemoglobin Standardization Program 
NPH - Neutral Protamine de Hagedorn 
 
12 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
OMS - Organização Mundial de Saúde 
PA - Pressão arterial 
PAD - Pressão arterial diastólica 
PAM - Pressão arterial média 
PAS - Pressão arterial sistólica 
PSP - Perda da sensibilidade protetora 
PTH - Paratormônio 
RCV - Risco cardiovascular 
RENAME- Relação Nacional dos Medicamentos Essenciais 
SBD - Sociedade Brasileira de Diabetes 
SC - Subcutânea 
SES/MG - Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais 
SIAB - Sistema de Informação da Atenção Básica 
SIGAF - Sistema Integrado de Gerenciamento de Assistência Farmacêutica 
SIS-HIPERDIA - Sistema de Gestão Clínica de Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus da 
Atenção Básica. 
SM - Síndrome metabólica 
SRAA - Sistema renina angiotensina aldosterona 
SUS - Sistema Único de Saúde 
T4 - Tetraiodotiroxina 
TFG - Taxa de filtração glomerular 
TG - Triglicérides 
TGO - Transaminase glutâmico oxalacética 
TGP - Transaminase glutâmico pirúvica 
TOTG - Teste oral de tolerância à glicose 
TRS - Terapia renal substitutiva 
TSH - Hormônio tireoestimulante 
 
13 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
UA/UC - Relação albumina/creatinina em amostra isolada de urina. 
UBS - Unidade básica de saúde 
UH - Urgências hipertensivas 
UI - Unidade internacional 
USG - Ultrassonografia 
VET - Valor energético total 
VIGITEL - Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito 
Telefônico 
 
 
14 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
 
Lista de FIGURAS, FLUXOGRAMAS, 
GRÁFICO, TABELAS e QUADROS 
 
Figuras 
Figura 1. Modelo de Atenção às Condições Crônicas ................................................................. 21 
Figura 2. Medida da circunferência abdominal .......................................................................... 25 
Figura 3. Medidas para o índice tornozelo-braço ....................................................................... 83 
Figura 4. Acantose nigricans ...................................................................................................... 102 
Figura 5. Uso do monofilamento de 10 g .................................................................................. 126 
Figura 6. Pirâmide alimentar ..................................................................................................... 137 
Figura 7: Algoritmo terapêutico para o manejo do DM2 segundo as fases de evolução da 
doença ....................................................................................................................................... 154 
Figura 8: Perfil de ação das preparações insulínicas ................................................................. 156 
Figura 9: Insulinização oportuna no diabetes mellitus tipo 2 ................................................... 157 
Figura 10: Áreas de aplicação de insulina. ................................................................................ 163 
Figura 11: Técnica de aplicação insulina etapa 1 ...................................................................... 165 
Figura 12: Técnica de aplicação insulina etapa 2 ...................................................................... 165 
Figura 13: Técnica de aplicação insulina etapa 3 ...................................................................... 166 
 
 
 
 
15 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
Fluxogramas 
 
Fluxograma 1a. Abordagem terapêutica inicial do indivíduo com hipertensão arterial estágio 62 
Fluxograma 1b. Abordagem terapêutica medicamentosa inicial do indivíduo com hipertensão 
arterial nos estágios 2 e 3 ........................................................................................................... 63 
Fluxograma 2. Abordagem do hipertenso com hipertrofia ventricular esquerda, em nível da 
atenção primária à saúde, segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais ............ 77 
Fluxograma 3. Rastreamento para diabetes mellitus em gestantes com fatores de risco para 
diabetes gestacional .................................................................................................................. 106 
Fluxograma 4. Rastreamento para diabetes mellitus em gestantes sem fatores de risco para 
diabetes gestacional .................................................................................................................. 107 
Fluxograma 5. Diagnóstico de diabetes na ausência de glicemia casual igual ou superior a 200 
mg/dL, acompanhada de sintomas clássicos ............................................................................ 109 
Fluxograma 6. Diagnóstico de nefropatia diabética ................................................................. 123 
Fluxograma 7 - Insulinização ao deitar ...................................................................................... 158 
Fluxograma 8. Rastreio e diagnóstico da doença renal crônica baseado na taxa de filtração 
glomerular. ................................................................................................................................ 188 
Fluxograma 9. Rastreio e diagnóstico da doença renal crônica baseado na lesão do parênquima 
renal .......................................................................................................................................... 189 
 
Gráfico 
 Gráfico 1. Gráfico de desenvolvimento para cálculo do percentil de altura..............................29 
 
Tabelas 
 
Tabela 1. Nomograma para estimativa da taxa de filtração glomerular em mulheres baseado na 
Equação CKD-EPI ....................................................................................................................... 186 
Tabela 2. Nomograma para estimativa da taxa filtração glomerular para homens baseado na 
Equação CKD-EPI ....................................................................................................................... 187 
 
16 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
 
 
 
Quadros 
 
Quadro 1. Fontes alimentares de maior teor de sódio ............................................................... 25 
Quadro 2. Valores de pressão arterial referentes aos percentis 90, 95 e 99 de pressão arterial 
para meninas de 1 a 17 anos de idade, de acordo com o percentil de estatura ........................ 27 
Quadro 3. Valores de pressão arterial referentes aos percentis 90, 95 e 99 de pressão arterial 
para meninos de 1 a 17 anos de idade, de acordo com o percentil de estatura ........................ 28 
Quadro 4. Condições nas quais crianças menores de 3 anos de idade devem ter a medida da 
pressão arterial aferida ............................................................................................................... 30 
Quadro 5. Procedimentos recomendados para a medida da pressão arterial ........................... 31 
Quadro 6. Dimensões da bolsa de borracha para diferentes circunferências de braço em 
crianças e adultos ........................................................................................................................ 32 
Quadro 7. Características comparativas do efeito do avental branco, hipertensão do avental 
branco, hipertensão mascarada e outras condições .................................................................. 33 
Quadro 8. Outros métodos diagnósticos e de acompanhamento para a hipertensão arterial 
sistêmica ...................................................................................................................................... 35 
Quadro 9. Classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual no consultório em 
maiores de 18 anos ..................................................................................................................... 36 
Quadro 10. Classificação da pressãoarterial para crianças e adolescentes e sugestões de 
conduta, segundo a sua classificação .......................................................................................... 36 
Quadro 11. Evidências de lesões em órgãos-alvo em hipertensos ............................................. 38 
Quadro 12. Dados de história clínica e comentários relevantes na avaliação de hipertensos ... 39 
Quadro 13. Dados de exame físico e comentários relevantes na avaliação de hipertensos ...... 40 
Quadro 14. Avaliação complementar inicial básica do hipertenso recomendada pela SES/MG e 
comentários relevantes ............................................................................................................... 41 
Quadro 15. Estratos e critério para a estratificação da hipertensão arterial sistêmica, segundo a 
Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais ......................................................................... 43 
Quadro 16. Escore de Framingham revisado para homens ........................................................ 44 
Quadro 17. Estimativa de risco cardiovascular para homens ..................................................... 45 
Quadro 18. Escore de Framingham revisado para mulheres ...................................................... 46 
Quadro 19. Estimativa de risco cardiovascular para mulheres ................................................... 47 
 
17 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
Quadro 20. Classificação de risco global, segundo escore de risco de Framingham revisado, 
com prevalências estimadas para Minas Gerais ......................................................................... 48 
Quadro 21. Como recomendar uma dieta ao estilo DASH .......................................................... 50 
Quadro 22. Características das principais bebidas alcoólicas e teor de etanol por quantidade 
definida ....................................................................................................................................... 53 
Quadro 23. Ações da equipe multiprofissional ........................................................................... 54 
Quadro 24. Detalhes práticos das classes de anti-hipertensivos usados no tratamento da 
hipertensão arterial sistêmica ..................................................................................................... 55 
Quadro 25b. Disponibilidade dos medicamentos anti-hipertensivos, citados nesta Linha-guia, 
na lista da Relação Nacional dos Medicamentos Essenciais e do Programa Farmácia de Minas 
da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais .................................................................... 60 
Quadro 26. Dados clínicos sugestivos de hipertensão arterial secundária ................................ 69 
Quadro 27. Achados de história e de exame clínico sugestivos de causas específicas de 
hipertensão arterial sistêmica secundária e estratégias diagnósticas ........................................ 69 
Quadro 28. Principais classes de fármacos e drogas lícitas ou ilícitas indutoras de hipertensão 
arterial sistêmica secundária ...................................................................................................... 71 
Quadro 29. Classificação das crises hipertensivas ...................................................................... 73 
Quadro 30. Abordagem das urgências hipertensivas ................................................................. 75 
Quadro 31. Medicações disponíveis no Brasil para uso oral em urgências hipertensivas ......... 75 
Quadro 32. Estágios da insuficiência cardíaca crônica do adulto ............................................... 79 
Quadro 33. Versão em português do questionário de claudicação de Edimburgo .................... 81 
Quadro 34. Índice tornozelo-braço ............................................................................................. 83 
Quadro 35. Abordagem terapêutica de usuários com doença vascular periférica .................... 84 
Quadro 36. Características dos subtipos de acidente vascular cerebral .................................... 88 
Quadro 37. Estadiamento da retinopatia hipertensiva .............................................................. 90 
Quadro 38. Classificação do diabetes mellitus............................................................................ 99 
Quadro 39. Fatores de risco para diabetes mellitus tipo 2 ....................................................... 101 
Quadro 40. Fatores de risco para diabetes gestacional ............................................................ 105 
Quadro 41. Critérios diagnósticos para diabetes gestacional segundo International Association 
of Diabetes and Pregnancy Study Groups, 2009 e American Diabetes Association, 2012 ....... 110 
Quadro 42. Critérios diagnósticos para diabetes gestacional segundo a Sociedade Brasileira de 
Diabetes, 2009 e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, 2009 110 
Quadro 43. Dados relevantes da anamnese na avaliação clínica inicial do indivíduo diabético
 ................................................................................................................................................... 111 
Quadro 44. Exames complementares para avaliação inicial do indivíduo diabético ................ 112 
Quadro 45. Metas para o perfil lipídico no indivíduo diabético ............................................... 115 
 
18 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
Quadro 46. Fatores de risco para doença cardiovascular em diabéticos ................................. 118 
Quadro 47. Classificação da retinopatia diabética .................................................................... 119 
Quadro 48: Rastreamento da retinopatia diabética ................................................................. 120 
Quadro 49. Estadiamento da nefropatia diabética ................................................................... 121 
Quadro 50. Valores da proteinúria para o diagnóstico de nefropatia diabética ...................... 122 
Quadro 51. Principais tipos de neuropatia focal ....................................................................... 127 
Quadro 52. Fatores de risco para úlcera de pé e amputação ................................................... 130 
Quadro 53. Avaliação dos pés ................................................................................................... 131 
Quadro 54. Cuidados com os pés nos usuários diabéticos ....................................................... 132 
Quadro 55. Classificação de risco baseada no exame dos pés ................................................. 133 
Quadro 56. Avaliação da doença arterial periférica ................................................................. 135 
Quadro 57. Recomendações nutricionais para indivíduos com diabetes ................................. 138 
Quadro 58. Gorduras presentes nos alimentos ........................................................................ 140 
Quadro 59. Adoçantes............................................................................................................... 142 
Quadro 60. Metas laboratoriais para o tratamento do diabetes mellitus tipo 2 ..................... 147 
Quadro 61. Metas de glicemias capilares para adultos e idosos. ............................................. 148 
Quadro 62. Metas de glicemias capilares para crianças e adolescentes .................................. 148 
Quadro 63. Metas das glicemias capilares para o diabetes gestacional e para mulheres com 
diabetes mellitus que engravidaram ......................................................................................... 148 
Quadro 64. Correlação entre as glicemias médias estimadas e a hemoglobina glicada .......... 149 
Quadro 65. Classes dos agentes antidiabéticos ........................................................................ 150 
Quadro 66a.Caracterização dos principais agentes antidiabéticos disponíveis ...................... 150 
Quadro 66b. Disponibilidade dos antidiabéticos orais e insulinas, citados nesta linha-guia, na 
lista da Relação Nacional dos Medicamentos Essenciais e do Programa Farmácia de Minas da 
Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais ....................................................................... 152 
Quadro 67: Recomendações quanto ao uso da metformina segundo a filtração glomerular . 153 
Quadro 68: Características das insulinas .................................................................................. 155 
Quadro 69: Fracionamento das doses de insulina NPH ............................................................ 159 
Quadro 70: Orientações para associações de insulina ............................................................. 167 
Quadro 71: Complicações da Insulinoterapia ........................................................................... 168 
Quadro 72: Fatores precipitantes das crises hiperglicêmicas ................................................... 169 
Quadro 73: Critérios diagnósticos na avaliação laboratorial das crises hiperglicêmicas .......... 170 
Quadro 74: Tratamento das crises hiperglicêmicas .................................................................. 170 
Quadro 75. Valores de albuminúria de acordo com a técnica de coleta urinária .................... 181 
 
19 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
Quadro 76. Estágios da doença renal crônica baseados na taxa de filtração glomerular e 
presença ou não de lesão do parênquima renal ....................................................................... 182 
Quadro 77. Doença renal crônica no hipertenso e diabético – diagnóstico, estadiamento e 
encaminhamento ...................................................................................................................... 190 
Quadro 78. Estratificação de risco dos diabéticos na rede de atenção à saúde da Secretaria de 
Estado de Saúde de Minas Gerais ............................................................................................. 191 
Quadro 79. Competências da atenção primária à saúde de acordo com a estratificação do 
hipertenso para o seu ............................................................................................................... 192 
Quadro 80. Competências da atenção primária à saúde de acordo com a estratificação do 
diabético para o seu controle metabólico ................................................................................ 193 
Quadro 81. Competências da atenção primária à saúde de acordo com o estadiamento do 
usuário com doença renal crônica ............................................................................................ 194 
Quadro 82. Parâmetros de prevalência total e por estrato da hipertensão arterial sistêmica na 
atenção primária à saúde .......................................................................................................... 199 
Quadro 83. Parâmetros de prevalência total e por estrato do diabetes mellitus na atenção 
primária à saúde ........................................................................................................................ 199 
Quadro 84. Parâmetros de prevalência total e por estrato da doença renal crônica na atenção 
primária à saúde ........................................................................................................................ 199 
Quadro 85. Parâmetros de assistência para os usuários com hipertensão arterial sistêmica, por 
estrato e procedimento, na atenção primária à saúde ............................................................. 200 
Quadro 86. Parâmetros de assistência para os usuários com hipertensão arterial sistêmica, por 
estrato e exame laboratorial, na atenção primária à saúde ..................................................... 201 
Quadro 87. Parâmetros de assistência para os usuários com diabetes mellitus, por estrato e 
procedimento, na atenção primária à saúde ............................................................................ 201 
Quadro 88. Parâmetros de assistência para os usuários com diabetes mellitus, por estrato e 
exame laboratorial, na atenção primária à saúde .................................................................... 202 
Quadro 89. Atendimentos e exames disponíveis nos Centros Hiperdia Minas ........................ 204 
Quadro 90. Atendimentos e exames/procedimento disponíveis nos Centros Hiperdia Minas de 
carteira ampliada ...................................................................................................................... 204 
Quadro 91. Parâmetros de assistência para os usuários com hipertensão arterial sistêmica de 
alto risco cardiovascular e diabetes mellitus com controle metabólico ruim na atenção 
secundária à saúde da rede da .................................................................................................. 205 
Quadro 92. Critérios de encaminhamento para os Centros Hiperdia Minas por condição de 
saúde ......................................................................................................................................... 207 
 
 
 
 
20 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
APRESENTAÇÃO 
 
Prezados(as) leitores(as), 
 
É com enorme prazer e perspectivas de real colaboração para a melhoria de conhecimentos e 
processos que a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais apresenta-lhes o conteúdo 
técnico da 3ª edição da Linha-guia de Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Mellitus e 
Doença Renal Crônica, a qual se encontra no prelo. 
Sabe-se que o enfrentamento das condições crônicas de saúde, hoje tão prevalentes, exige a 
organização da assistência aos usuários em redes de atenção. 
Por meio desse documento, a Rede Hiperdia Minas (Rede de Atenção aos Hipertensos, 
Diabéticos e Usuários com Doença Renal Crônica da Secretaria de Estado de Saúde de Minas 
Gerais) organiza uma perspectiva de elaboração de diretrizes clínicas e operacionais a partir de 
um modelo de atenção às condições crônicas, fortemente determinado pelas estratificações 
de risco da população abordada. 
Entende-se que o início do curso de capacitação sobre esse tema no Canal Minas Saúde 
representa um momento mais que oportuno para o compartilhamento desse conteúdo com 
fundamentais atores para o controle desses fatores de risco e doenças: os profissionais de 
saúde, especialmente da Atenção Primária, e também os gestores de saúde. 
Assim, esse documento, fruto de um extenso processo interinstitucional e participativo de 
busca de consenso, apresenta informações cuja aplicação deve obedecer não somente os 
princípios de ética e regulamentação profissional (os quais observam conteúdos privativos da 
prática médica e não-médica, por exemplo), mas acima de tudo, propiciar o cuidado oportuno, 
eficaz, efetivo e eficiente das necessidades em saúde dos nossos usuários. 
 
Coordenadoria Estadual de Hipertensão e Diabetes 
Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais 
 
 
 
21 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
INTRODUÇÃO: Abordagem das 
condições crônicas de saúde na 
população geral 
 
De acordo com a nova tipologia das doenças, a Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica 
as condições de saúde em agudas ou crônicas. As doenças crônico-degenerativas como a 
hipertensão arterial sistêmica (HAS), o diabetes mellitus (DM) e a doença renal crônica (DRC) 
são consideradas condições crônicas de saúde. A Secretaria Estadual de Saúde do Estado de 
Minas Gerais (SES/MG) propõe a utilização de um modelo específico para a abordagem das 
condições crônicas de saúde na população, o qual é apresentado a seguir.¹ 
Mendes (2007) desenvolveu um modelo de atenção às condições crônicas para ser aplicado no 
Sistema Único de Saúde (SUS) que denominou de Modelo de Atenção às Condições Crônicas(MACC). Esse modelo foi elaborado com base nos elementos do modelo da Atenção Crônica da 
Pirâmide da Kaiser Permanente e no Modelo de Determinação Social da Saúde de Dahlgren e 
Whitehead (1991) e em função da singularidade do SUS, conforme representado na Figura 1.¹ 
 
Figura 1. Modelo de Atenção às Condições Crônicas 
 
Fonte: Mendes, 2011 1. 
 
 
22 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
 
A organização do processo de trabalho nas equipes de saúde, segundo o modelo de atenção 
proposto, deve comportar ações desde o nível de promoção da saúde até o nível de gestão de 
casos. Para cada nível da pirâmide, ações diferenciadas se fazem necessárias.¹ Sendo assim, é 
razoável entender que grande parte da população, sob os cuidados de uma equipe de saúde, 
encontra-se nos níveis 1 e 2 de necessidades de intervenções.¹ 
As intervenções de nível 1 devem ser aplicadas na população total. Elas estão relacionadas à 
macropolíticas, tais como educação, distribuição de renda, trabalho, habitação, lazer, 
saneamento e, para a obtenção de resultados satisfatórios, faz-se necessário realizar parcerias 
intersetoriais.¹ 
No nível 2, as principais ferramentas a serem utilizadas são as ações que estimulam o 
comportamento e estilo de vida saudáveis tanto no âmbito individual quanto no coletivo. É 
nesse nível que a atenção primária à saúde deve realizar o rastreamento das subpopulações de 
pessoas tabagistas, com sobrepeso ou obesidade, de sedentários, de usuários excessivos de 
álcool, com alimentação inadequada, ou seja, subpopulações com fatores de risco para o 
desenvolvimento da HAS e do DM.¹ 
No nível 3, encontram-se usuários com fatores de risco biológicos e usuários com condições 
crônicas, de baixo e médio risco, os quais devem ser foco de intervenções da atenção primária 
à saúde, relacionadas às ações de tratamento da condição crônica e de rastreamento das 
complicações da HAS e do DM.¹ 
Nos níveis 4 e 5, as intervenções devem ser direcionadas aos usuários com condições crônicas 
complexas e muito complexas. Esses usuários frequentemente são acometidos por 
complicações dessas condições, sendo necessário o manejo do caso de maneira individualizada 
e em cogestão com profissionais especialistas de áreas focais.¹ 
Essa mesma figura 1, representativa do MACC, apresenta uma linha que perpassa os níveis 2 
ao 5, a qual poderia ser identificada como linha de atenção à saúde. A proporção do espaço à 
esquerda dessa linha representa a fração do cuidado em saúde que deve ser destinada ao 
autocuidado do usuário, o qual atua como agente ativo nesse processo, apoiado pela equipe 
de saúde; à direita, representa a fração referente ao cuidado profissional. Uma análise da 
figura mediante essa perspectiva permite evidenciar que quanto maior a complexidade da 
condição crônica na subpopulação abordada, mais relevante será o cuidado profissional. Por 
outro lado, mediante uma menor complexidade da condição crônica abordada, ou mesmo 
mediante a abordagem de uma subpopulação com fator de risco, o autocuidado apoiado 
deverá representar a mais eficaz, efetiva e eficiente fração da atenção à saúde disponibilizada. 
É exatamente nesse cenário que atuação da atenção primária à saúde se fará mais pertinente. 
 
 
23 
 
 
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SEÇÃO 1: HIPERTENSÃO ARTERIAL 
SISTÊMICA 
 
1.1. Conceito e epidemiologia 
 
A HAS é uma condição clínica multifatorial, caracterizada por níveis elevados da pressão 
arterial (PA), frequentemente associada a alterações de órgãos-alvo e, por conseguinte, a 
aumento do risco de eventos cardiovasculares.² 
Inquéritos populacionais em cidades brasileiras apontaram prevalência de HAS em indivíduos 
com 18-59 anos de idade, entre 20 a 30%, percentual que atinge 50% na faixa etária de 60 a 69 
anos e 75% em indivíduos com idade acima de 70 anos.² 
Em Minas Gerais, a SES/MG estima prevalência da HAS na ordem de 20% em sua população 
com idade igual ou superior a 20 anos.³ 
 
1.2. Fatores de risco para a hipertensão arterial sistêmica 
 
A HAS é uma condição clínica decorrente de fatores genéticos, em geral associados a 
alterações de estilo de vida e a fatores sócio-econômicos.² 
 
1.2.1. Genéticos 
 
A contribuição de fatores genéticos para a gênese da HAS está bem estabelecida na população. 
Porém, não existem, até o momento, variantes genéticas que possam ser utilizadas para 
predizer o risco individual de se desenvolver HAS.4 
 
 
24 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
 
 
1.2.2. Idade 
 
A prevalência de HAS aumenta linearmente com o envelhecimento, atingindo percentual 
superior a 60% em indivíduos acima de 60 anos.² 
Embora haja controvérsias acerca da utilidade do diagnóstico da SM, vale mencionar que a 
presença da SM indica a agregação de fatores de risco cardiovasculares e, portanto, será 
utilizada no presente documento.11,12 
 
1.2.3. Gênero e etnia 
 
Indivíduos do sexo masculino apresentam maior prevalência de HAS que mulheres até os 50 
anos de idade. A partir dessa faixa etária, as mulheres apresentam significativo incremento na 
prevalência de HAS.5,6,7,8 Em relação à cor, a HAS é duas vezes mais prevalente em indivíduos 
de cor não-branca, especialmente nas mulheres.9 
 
1.2.4. Sobrepeso e obesidade 
 
O excesso de peso e a obesidade se associam com maior prevalência de HAS desde idades 
jovens.10 Nos EUA, a obesidade contribui em até 75% para os casos de HAS.11 No presente 
documento, a definição de obesidade adotará os critérios da OMS, que classifica como 
indivíduos normais aqueles com índice de massa corporal (IMC) entre 20 e 24,9; como 
sobrepeso, indivíduos com IMC entre 25 e 29,9 e, como obesos estágios 1,2 e 3, aqueles com 
IMC respectivamente iguais a 30-34,9, 35-39,9 e igual ou superior a 40.11,12 Para o cálculo do 
IMC, basta dividir o peso corporal pela altura elevada ao quadrado. 
Vale ressaltar que o termo obesidade, frequentemente se confunde à síndrome metabólica 
(SM), uma vez que as duas condições estão frequentemente associadas. No entanto, a SM 
pode estar presente em indivíduos não obesos. Para o diagnóstico de SM, os critérios mais 
utilizados são aqueles preconizados pelo National Cholesterol Education Program (NCEP) Adult 
Treatment Panel III (NCEP-ATP III), em concordância com os da I Diretriz Brasileira sobre 
Síndrome Metabólica. 12 Esta recomendação inclui pelo menos três das seguintes alterações: 
glicemia de jejum > 110mg/dL; circunferência da cintura abdominal (CA) > 102 cm para 
homens e > 88 cm para mulheres; níveis plasmáticos de triglicérides (TG) > 150mg/dL; níveis 
plasmáticos do colesterol HDL < 40mg/dL, em homens e < 50mg/dL, em mulheres e pressão 
arterial > 130x85mmHg.11,12 Para medida da CA, utiliza-se fita métrica não distensível, 
 
25 
 
 
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posicionada no ponto médio entre o rebordo costal e a crista ilíaca, estando os indivíduos em 
posição ortostática, conforme figura 2, sendo medida em centímetros.12 
Figura 2. Medida da circunferência abdominal 
 
 
1.2.5. Ingestão de sal 
 
Ingestão excessiva de sódio tem sido correlacionada ao desenvolvimento de HAS.13 Indivíduos 
normotensos com elevada sensibilidade à ingestão de sal apresentaram incidência cinco vezes 
maior de HAS em 15 anos, quando comparados àqueles com baixa sensibilidade. 
A população brasileira apresenta um padrão alimentar rico em sal, açúcar e gorduras. 
Ademais, o efeito hipotensor da restrição de sódio tem sido bem demonstrado.10,14,15 Portanto, 
recomenda-se a redução do consumo de cloreto de sódio para 5-6 g ao dia como forma de 
prevenção de HAS, devendo ser consideradas para tal as principais fontes alimentares com 
maior teor de sódio, conforme quadro 1.2,16 
 
Quadro 1. Fontes alimentares de maior teor de sódio 
Fontes 
Sal de cozinha (NaCl) e temperos industrializados; 
Alimentos industrializados (Ketchup, mostarda,shoyo, caldos concentrados); 
Embutidos (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, salame, paio); 
Conservas (picles, azeitona, aspargo, palmito); 
Enlatados (extrato de tomate, milho, ervilha); 
Bacalhau, charque, carne seca, defumados; 
Aditivos (glutamato monossódico) utilizados em alguns condimentos e sopas de pacote; 
Queijos em geral. 
Onde: NaCl = cloreto de sódio. Fonte: III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial; 1998.17 
 
26 
 
 
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1.2.6. Uso excessivo de álcool 
 
Ingestão de álcool por períodos prolongados de tempo pode aumentar a PA e a mortalidade 
cardiovascular em geral.² O consumo excessivo de etanol (>30 g/dia) se associa com a 
ocorrência de HAS de forma independente das características demográficas, devendo, 
portanto, ser desestimulado.2,18 
 
1.2.7. Sedentarismo 
 
A atividade física regular reduz a incidência de HAS bem como a mortalidade e o risco de 
doenças cardiovasculares (DCV), mesmo em indivíduos pré-hipertensos. Maior detalhamento, 
vide item 1.5.1 Tratamento não-medicamentoso.1,2,19 
 
1.2.8. Fatores socioeconômicos 
 
A influência do nível socioeconômico na ocorrência da HAS é complexa e difícil de ser 
estabelecida.19 No Brasil, a HAS é mais prevalente entre indivíduos com menor escolaridade.5 
 
1.3 Rastreamento, diagnóstico e classificação 
 
1.3.1. Rastreamento 
 
Rastreamento da HAS em adultos 
 
Para o rastreamento da HAS na população adulta, recomenda-se a medida anual da PA.² 
 
Rastreamento da HAS em crianças e adolescentes 
 
A medida da pressão arterial em crianças é recomendada em toda avaliação clínica após os 3 
anos de idade, idade a partir da qual se deve aferir a PA pelo menos anualmente. As 
interpretações dos valores da pressão arterial obtidas em crianças e adolescentes devem levar 
 
27 
 
 
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em conta a idade, o sexo e a altura de acordo com as orientações a seguir (quadros 2 e 3 - 
gráficos 1a e 1b).20,21 
Quadro 2. Valores de pressão arterial referentes aos percentis 90, 95 e 99 de pressão arterial 
para meninas de 1 a 17 anos de idade, de acordo com o percentil de estatura 
 
 
28 
 
 
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Onde: PA = pressão arterial; mmHg = milímetro de mercúrio. Fonte: V Dir Bras HAS, 2006 / The 
Fourth Report on the Diagnosis, Evaluation and Treatment of High Blood Pressure in Children 
and Adolescents, 2005.20,21 
Quadro 3. Valores de pressão arterial referentes aos percentis 90, 95 e 99 de pressão arterial 
para meninos de 1 a 17 anos de idade, de acordo com o percentil de estatura 
Onde: PA = pressão arterial; mmHg = milímetro de mercúrio. Fonte: V Dir Bras HAS, 
 
29 
 
 
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2006 / The Fourth Report on the Diagnosis, Evaluation and Treatment of High Blood 
Pressure in Children and Adolescents, 2005.20,21 
 
Gráfico 1. Gráfico de desenvolvimento para cálculo do percentil de altura: 
 A, meninas e B, meninos 
Fonte: V Dir Bras HAS, 2006 / The Fourth Report on the Diagnosis, Evaluation and Treatment of 
High Blood Pressure in Children and Adolescents, 2005.20,21 
 
 
30 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
 
1.3.2. Diagnóstico 
 
Diagnóstico em crianças 
 
Define-se HAS, nessa população, como a pressão arterial igual ou maior ao percentil 95 de 
distribuição da pressão arterial. Crianças também apresentam hipertensão de consultório e 
efeito do avental branco (ver assunto no tópico “Diagnóstico em Idosos” e quadro 7), mas o 
papel da monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) é limitado nessa população.² 
Crianças menores de 3 anos devem ter a pressão arterial aferida em circunstâncias especiais, 
como demonstra o quadro 4. 
 
Quadro 4. Condições nas quais crianças menores de 3 anos de idade devem ter a medida da 
pressão arterial aferida 
Condição 
História de prematuridade, peso muito baixo ao nascer ou outras complicações neonatais 
requerendo cuidados intensivos; 
Doença cardíaca congênita (corrigida ou não); 
Infecção do trato urinário recorrente, hematúria ou proteinúria; 
Doença renal conhecida ou malformações do trato urinário; 
História familiar de doença renal congênita; 
Transplante de órgãos-sólidos; 
Malignidade ou transplante de medula óssea; 
Tratamento com drogas que sabidamente aumentam a pressão arterial; 
Outras doenças sistêmicas associadas com hipertensão (neurofibromatose, esclerose 
tuberosa, etc); 
Evidência de pressão intracraniana elevada. 
Fonte: The Fourth Report on the Diagnosis, Evaluation and Treatment of High Blood Pressure 
in Children and Adolescents, 2005.21 
 
Diagnóstico em adultos 
 
No adulto, a HAS é diagnosticada pela detecção de níveis elevados e sustentados da pressão 
arterial por medidas casuais. A medida da pressão arterial deve ser realizada em toda a 
avaliação por médicos e demais profissionais de saúde.² 
O diagnóstico de HAS é baseado na média de duas ou mais medidas aferidas em duas ou mais 
visitas ao consultório, respeitando-se as recomendações para a aferição da PA indicadas no 
quadro 5. 
 
31 
 
 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS 
Quadro 5. Procedimentos recomendados para a medida da pressão arterial 
Preparo do usuário: 
1. Explicar o procedimento ao usuário e deixá-lo em repouso pelo menos 5 minutos em 
ambiente calmo. Ele deve ser instruído a não conversar durante a medida. Possíveis dúvidas 
devem ser esclarecidas antes ou após o procedimento. 
2. Certificar-se de que o usuário NÃO: 
Está com a bexiga cheia; 
Praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos; 
Ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos (esses últimos em quantidades significativas); 
Fumou nos 30 minutos anteriores. 
3. Posicionamento do usuário: 
Deve estar na posição sentada, pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na 
cadeira e relaxado. 
O braço deve estar na altura do coração (nível do ponto médio do esterno ou 4º espaço 
intercostal), livre de roupas, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo 
ligeiramente fletido. 
Para a medida propriamente: 
1. Obter a circunferência aproximadamente no meio do braço. Após a medida, selecionar o 
manguito de tamanho adequado ao braço. 
2. Colocar o manguito, sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da fossa cubital. 
3. Centralizar o meio da parte compreensiva do manguito sobre a artéria braquial. 
4. Estimar o nível da pressão sistólica pela palpação do pulso radial. O seu reaparecimento 
corresponderá à PA sistólica. 
5. Palpar a artéria braço na fossa cubital e colocar a campânula ou o diafragma do estetoscópio 
sem compressão excessiva. 
6. Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da pressão sistólica, obtido 
pela palpação. 
7. Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo). 
8. Determinar a pressão sistólica pela ausculta do primeiro som (fase 1 de Korotkoff), que é em 
geral fraco, seguido de batidas regulares, e, após, aumentar ligeiramente a velocidade de 
deflação. 
9. Determinar a pressão diastólica no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff). 
10. Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento 
e depois proceder à deflação rápida e completa. 
11. Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a pressão diastólica no abafamento 
dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da sistólica/ diastólica/ zero. 
12. Sugere-se esperar em torno de 1 minuto para nova medida, embora esse aspecto seja 
controverso. 
13. Informar os valores de pressões arteriais obtidos para o usuário. 
14. Anotar os valores exatos sem “arredondamentos” e o braço em que a pressão arterial foi 
medida. 
Onde: PA = pressão arterial; mmHG = milímetro de mercúrio; cm = centímetros. Fonte: VI Dir 
Bras HAS, 2010.² 
 
 
32 
 
 
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A medida da PA pode ser realizada pelo métodoindireto com técnica auscultatória, com uso 
de esfigmomanômetro de coluna de mercúrio ou aneróide devidamente calibrados, ou com 
técnica oscilométrica pelos aparelhos semiautomáticos digitais de braço validados, estando 
também calibrados. Vale ressaltar a importância de se respeitar às dimensões das 
circunferências dos braços dos usuários de acordo com o diâmetro das braçadeiras dos 
esfigmomanômetros.² O quadro 6 expõe estas observações. 
 
Quadro 6. Dimensões da bolsa de borracha para diferentes circunferências de braço em 
crianças e adultos 
Denominação do 
manguito 
Circunferência do 
braço (cm) 
Bolsa de borracha (cm) 
Largura Comprimento 
Recém-nascido ≤ 10 4 8 
Criança 11-15 6 12 
Infantil 16-22 9 18 
Adulto pequeno 20-26 10 17 
Adulto 27-34 12 23 
Adulto grande 35-45 16 32 
Onde: cm = centímetros. Fonte: VI Dir Bras HAS, 2010.² 
 
Diagnóstico em idosos 
 
Nos idosos, recomenda-se a verificação da pressão arterial na posição sentada, deitada e em 
pé, pois alterações ateroscleróticas nas regiões dos seios carotídeos podem reduzir a 
sensibilidade dos barorreceptores, ocasionando maior variabilidade da pressão arterial nos 
idosos e redução dos reflexos posturais, o que os predispõe à hipotensão ortostática. Uso de 
fármacos como diuréticos, antidepressivos, vasodilatadores, betabloqueadores e maior 
frequência de insuficiência vascular cerebral podem também ocasionar hipotensão 
ortostática.²² 
Outra condição frequentemente observada no idoso é o hiato auscultatório, situação em que 
após a ausculta do 1º som (fase I de Korotkoff), ocorre desaparecimento dos ruídos, que 
podem reaparecer somente após decréscimo de até 40 mmHg da PA. Essa situação pode levar 
à subestimação da pressão sistólica (PAS) ou à superestimação da pressão diastólica. Deve-se 
considerar a pressão sistólica o valor observado no aparecimento à palpação do pulso radial 
após a desinflação do manguito.²² 
A pseudo-hipertensão pode surgir em idosos com arteriosclerose pronunciada caracterizada 
por calcificação da parede arterial e enrijecimento tão pronunciado dos vasos que a insuflação 
do manguito é insuficiente para colabar a artéria braço. Para identificação deste fato, utiliza-se 
a manobra descrita por Osler. Esta consiste em inflar o manguito do aparelho até níveis acima 
da PAS e, concomitantemente, palpar a artéria radial. Persistência da palpabilidade sugere 
rigidez da artéria e indica que o índice obtido pela ausculta não expressaria a verdadeira 
pressão arterial sistólica, obtida por medida intra-arterial. Esse diagnóstico também é sugerido 
 
33 
 
 
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quando a pressão arterial sistólica está elevada, porém o usuário não apresenta lesão em 
órgãos alvos. A suspeita também deve ser lembrada diante de manifestações de hipotensão, 
após tratamento com medicamento anti-hipertensivo suave em dose baixa.²² 
A hipertensão do avental branco (HAS-AB) ou de consultório é a condição em que a pressão se 
eleva no consultório, porém se mantém normal durante as atividades rotineiras. Cerca de 30% 
dos idosos apresentam esta condição, que pode ser avaliada pela MAPA ou pela monitorização 
residencial da pressão arterial (MRPA), conforme detalhado no quadro 7.²³ 
Na hipertensão mascarada (HAS-M), ocorre o contrário, a pressão se mantém alta nas 
atividades rotineiras e normal no consultório. Pode também ser avaliada pela MAPA ou 
MRPA.22,23 
Algumas das condições citadas e outras estão comparativamente sistematizadas no quadro a 
seguir. 
 
Quadro 7. Características comparativas do efeito do avental branco, hipertensão do avental 
branco, hipertensão mascarada e outras condições 
Condição da pressão 
arterial 
Definição Prevalência 
(estudos 
específicos, se 
pertinentes) 
Efeito do avental 
branco 
Diferença de pressão obtida entre a medida conseguida no 
consultório e fora dele, desde que essa diferença seja igual ou 
superior a 20 mmHg na PAS e⁄ou de 10 mmHg na PAD 
12% 
Hipertensão PAS ≥140 mmHg e⁄ou de PAD ≥90 mmHg em 
medidas de consultório. 
28% 
Normotensão 
verdadeira 
Medidas de consultório são consideradas normais 51% 
Hipertensão sistólica 
isolada 
Comportamento anormal da PAS com PAD. A hipertensão 
sistólica isolada e a pressão de pulso são fatores de risco 
importantes para doença cardiovascular em usuários de meia-
idade e idosos 
 
Hipertensão do 
avental branco 
Medidas de PA persistentemente elevadas (≥140/90 mmHg) 
no consultório e medias de PA consideradas normais seja na 
residência ou pela MAPA 
9% 
Hipertensão 
mascarada 
Situação clínica caracterizada por valores normais 
de PA no consultório (< 140/90 mmHg), porém com PA 
elevada pela MAPA durante o período de vigília ou na MRPA. 
Desconhecida 
Onde: PAS = pressão arterial sistólica; PA = pressão arterial; PAD = pressão arterial diastólica; 
MRPA = monitorização residencial da pressão arterial; MAPA = Monitorização ambulatorial da 
pressão arterial; mmHg = milímetro de mercúrio. Fonte: modificado de V Diretrizes Brasileiras 
de Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) e III Diretrizes Brasileiras de 
Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA), 2011. 23 
 
 
34 
 
 
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Diagnóstico em obesos 
 
Manguitos mais longos e largos são necessários em usuários obesos, para não haver 
superestimação da pressão arterial. Em braços com circunferência superior a 50 cm, onde não 
há manguito disponível, pode-se fazer a medida no antebraço e o pulso auscultado deve ser o 
radial. Há, entretanto, restrições quanto a essa prática, recomendando-se que sejam usados 
manguitos apropriados.² 
 
Diagnóstico em gestantes 
 
A pressão arterial deve ser obtida com os mesmos equipamentos e com a mesma técnica 
recomendada para adultos, entretanto a pressão arterial também pode ser medida no braço 
esquerdo, na posição de decúbito lateral esquerdo, em repouso, e esta não deve diferir da 
posição sentada. O 5º ruído de Korotkoff deve ser considerado como a pressão diastólica.² 
 
Orientações adicionais quanto ao diagnóstico 
 
Na primeira avaliação, as medidas devem ser realizadas em ambos os braços e, em caso de 
diferença, deve-se usar o braço com a medida de maior valor. A posição recomendada para a 
medição da pressão arterial é a sentada. As medidas na posição ortostática e supina deverão 
ser feitas ao menos, na primeira avaliação, em todos os usuários, e, em todas as avaliações de 
idosos, diabéticos com manifestações de disautonomia, alcoolistas ou em uso de medicação 
anti-hipertensiva.2,23 
Novas orientações consideram a utilização da MAPA e da MRPA como ferramenta importante 
na investigação de usuários com suspeita de hipertensão. Recomenda-se, sempre que possível, 
a medida da pressão arterial fora do consultório para esclarecimento do diagnóstico, 
identificação da HAS-AB e da HAS-M. 
Embora não seja um método diagnóstico de HAS, a utilidade da MAPA deve ser considerada 
para o refinamento da classificação de risco cardiovascular, em especial em usuários com 
hipertensão arterial resistente (HAR), definida atualmente como aquela que se mantém 
elevada, apesar do uso de três classes de anti-hipertensivos em doses otimizadas, sendo, 
idealmente, um deles um diurético, ou aquela controlada com o uso de quatro ou mais 
drogas.24 Neste sentido, a SES/MG recomenda que em sua rede a MAPA seja solicitada apenas 
no nível secundário de atenção. 
Outros métodos diagnósticos mais recentes, como o MRPA podem ser utilizados na 
dependência de sua disponibilidade (quadro 8). No entanto, deve ser enfatizado que o 
 
35 
 
 
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diagnóstico de HAS é feito com base em medidas isoladas da PA, conforme tradicionalmente 
estabelecido. 
 
Quadro 8. Outros métodos diagnósticos e de acompanhamento para a hipertensão arterial 
sistêmica 
Método Conceito Valores anormais UtilidadeMedida Residencial 
da Pressão Arterial 
(MRPA) 
Método destinado a fazer 
registro da PA fora do 
ambiente de consultório, 
pelo próprio usuário ou 
pessoa capacitada para tal, 
com equipamento validado 
e calibrado. Não deve ser 
confundida com a 
automedida da PA (AMPA), 
que é registro não 
sistematizado e realizado a 
pedido do profissional de 
saúde 
O protocolo mais aceito 
considera a tomada de pelo 
menos duas medidas da PA, 
pela manhã, antes do 
desjejum, e à noite, antes do 
jantar, durante quatro dias. O 
número mínimo de 14 
medidas deve ser obtido para 
a análise dos dados (médias). 
Valores normais < 130/85 
mmHg. 
Avaliação da 
terapêutica; 
Pesquisa de 
hipertenso do 
avental branco; 
Possibilidade de 
realizar maior 
número de 
medidas fora do 
ambiente do 
consultório; 
Boa aceitabilidade 
do método; 
Limitação: 
dificuldade de 
medidas durante o 
sono. 
Auto Medida da 
Pressão Arterial 
(AMPA) 
Registro não sistematizado 
da pressão arterial, 
realizado de acordo com a 
orientação do profissional 
de saúde do usuário. 
Média da auto medida da 
pressão arterial acima de 
135/85 mmHg. 
Resposta a anti-
hipertensivos; 
Avaliação da 
hipertensão do 
avental branco 
Onde: PA = pressão arterial; mmHg = milímetro de mercúrio. Fonte: V Diretrizes Brasileiras de 
Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) e III Diretrizes Brasileiras de 
Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA), 2011.23 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
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1.3.3 Classificação 
 
Para a classificação da HAS serão adotados os critérios propostos pelas VI Diretrizes Brasileiras 
de Hipertensão (quadros 9 e 10). 
Quadro 9. Classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual no consultório em 
maiores de 18 anos 
Classificação Pressão sistólica (mmHg) Pressão diastólica (mmHg) 
Ótima < 120 < 80 
Normal < 130 < 85 
Limítrofe* 130 – 139 85 – 89 
Hipertensão estágio1 140 – 159 90 – 99 
Hipertensão estágio 2 160 – 179 100 – 109 
Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110 
Hipertensão sistólica isolada ≥ 140 < 90 
Quando as pressões sistólica e diastólica situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser 
utilizada para classificação da pressão arterial. 
* Limítrofe, pressão normal-alta ou pré-hipertensão são termos que se equivalem na leitura. 
Onde: mmHg = milímetro de mercúrio. Fonte: VI Dir Bras HAS, 2010.² 
 
Quadro 10. Classificação da pressão arterial para crianças e adolescentes e sugestões de 
conduta, segundo a sua classificação 
Classificação Percentil para PAS e PAD* Conduta sugerida (se 
pertinente) 
Normal PA < percentil 90 Reavaliar na próxima consulta 
médica 
Limítrofe PA entre percentis 90 a 95 ou se PA 
exceder 120/80 mmHg sempre < 
percentil 90 até < percentil 95 
Reavaliar em 6 meses 
Hipertensão estágio 1 Percentil 95 a 99 mais 5 mmHg Usuário assintomático: 
reavaliar em 1 a 2 semanas; 
se hipertensão confirmada 
encaminhar para avaliação 
diagnóstica. 
Usuário sintomático: 
encaminhar para avaliação 
diagnóstica 
Hipertensão estágio 2 PA> percentil 99 mais 5 mmHg Encaminhar para avaliação 
diagnóstica 
Hipertensão do avental 
branco 
PA> percentil 95 em ambulatório 
ou consultório e PA normal em 
ambientes não-relacionados à 
prática clínica 
 
Onde: PA = pressão arterial; PAS = pressão arterial sistólica; PAD = pressão arterial diastólica; 
mmHg = milímetro de mercúrio. * Para idade, sexo e percentil de altura. Fonte: VI Dir Bras 
HAS, 2010.² 
 
37 
 
 
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1.4. Avaliação clínica inicial e estratificação de risco cardiovascular 
 
1.4.1. Avaliação clinica inicial 
 
Os objetivos da avaliação clínica em usuários hipertensos consistem em: 
 
 Confirmar o diagnóstico de HAS; 
 Identificar fatores de risco cardiovasculares; 
 Pesquisar lesão em órgãos-alvo; 
 Pesquisar doenças associadas; 
 Estratificar risco cardiovascular global; 
 Avaliar indícios de hipertensão arterial resistente (vide Orientações adicionais quanto 
ao diagnóstico, item 1.3.2. Diagnóstico).² 
 
A avaliação clínica se inicia com uma anamnese detalhada, com atenção redobrada no início da 
HAS, tratamentos prévios já realizados, fatores de risco, indícios de hipertensão secundária, 
busca de lesões em órgãos-alvo já conhecidas, aspectos sócio-econômicos, estilo de vida, uso 
de outras medicações ou drogas que possam influenciar no tratamento da HAS, como 
descongestionantes nasais, corticóides, anti-inflamatórios, entre outros.² 
A lesão de órgãos-alvo agrava o risco cardiovascular associado à HAS. O estadiamento, a 
presença de lesão em órgão-alvo e a avaliação de fatores adicionais de risco cardiovascular são 
utilizados para determinar o risco total e planejar o tratamento (medicamentoso versus não-
medicamentoso).² 
Aliado à anamnese reforça-se a igual importância de um exame físico minucioso, com medida 
do peso corporal e da circunferência abdominal interferindo no risco cardiovascular conforme 
comentado anteriormente.¹¹ A busca de sinais sugestivos de lesão em órgãos-alvo e de 
hipertensão secundária deve ser incentivada, assim como o exame de fundo de olho, 
especialmente em hipertensos estágio 3 com lesão em órgão-alvo ou usuários com diabetes.² 
No quadro a seguir estão listadas as principais evidências de lesões em órgão-alvo em usuários 
hipertensos. 
 
38 
 
 
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Quadro 11. Evidências de lesões em órgãos-alvo em hipertensos 
Órgão-alvo Evidência clínica de lesão Comentários (se 
pertinentes) 
Coração IAM; doença coronariana; 
angioplastia e ou revascularização do 
miocárdio; HVE; IC 
 
Sistema Nervoso Central AVC transitório; AVC isquêmico, AVC 
hemorrágico, alteração da função 
cognitiva 
 
Rim Déficit importante da TFG<60 ml/min. A ocorrência de 
diminuição da TFG 
e/ou albuminúria 
aumenta o risco de 
doença cardiovascular 
Retina Hemorragias ou exsudatos, papiledema. 
Doença arterial periférica Baseado na história clínica de 
claudicação, exame físico e ITB. 
 
Onde: IAM = infarto agudo do miocárdio; HVE = hipertrofia ventricular esquerda; IC = 
insuficiência cardíaca; AVC = acidente vascular cerebral; TFG = taxa de filtração glomerular; ITB 
= índice tornozelo-braço. Fonte: VI Dir Bras HAS, 2010.² 
 
A observação ao eletrocardiograma (ECG) de hipertrofia ventricular esquerda (HVE) e/ou de 
infarto agudo do miocárdio (IAM) prévio indica comprometimento cardíaco (HVE) ou lesão 
(IAM).² A ocorrência de retinopatia, sinais de comprometimento cardíaco, sopros, sinais 
neurológicos consistentes com AVC e a diminuição ou ausência de pulsos periféricos são 
achados de exame físico de lesão de órgão alvo e a redução da pressão arterial reduz 
significativamente a ocorrência de desfechos cardiovasculares.2,25 A taxa de filtração 
glomerular (TFG) estimada <60 mL/min/1.73m2 indica a presença de DRC, caso se mantenha 
em um período igual ou maior que 3 meses, aliado ou não às alterações urinárias (albuminúria, 
hematúria ou piúria). A ocorrência de diminuição da TFG e/ou albuminúria aumenta o risco de 
doença cardiovascular.26,27 
Salienta-se que, para detecção da doença vascular periférica (DVP), a medida do índice 
tornozelo braço (ITB), deverá ser realizada. Valores menores que 0,9 são indicativos de DVP.28 
Na detecção de valores anormais, referenciar ao especialista. Detalhes mais pormenorizados 
estão no item 1.9 “Complicações crônicas da hipertensão arterial sistêmica (lesões em órgãos-
alvo)”. 
Os quadros 12 e 13 sumarizam os principais achados obtidos na história clínica e no exame 
físico dos usuários hipertensos. 
 
 
 
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Quadro 12. Dados de história clínica e comentários relevantes na avaliação de hipertensos 
Dados da história clínica Comentários 
Idade do início, duração e curso clínico 
da HAS 
Início em usuários jovens (<18 anos) ou idosos (>60 
anos) pode indicara presença de HAS secundária 
Tratamento prévio da HAS, resposta 
terapêutica 
Útil no planejamento da estratégia terapêutica 
Medicações que possam influenciar na 
PA (p.ex., contraceptivos orais, 
simpaticomiméticos, esteróides 
adrenais) ou dieta com excesso de sal 
Fatores modificáveis que podem reduzir a PA sem o 
emprego de medicamentos 
História familiar de HAS, doença ou 
óbito prematuro por doença 
cardiovascular, doença renal, diabetes 
ou feocromocitoma 
Importante no diagnóstico de HAS primária e avaliação 
de risco cardiovascular 
Sintomas sugestivos de causas 
secundárias 
Importante para determinar a investigação de 
componentes específicos que contribuem para elevação 
da PA 
Sintomas de lesão de órgão alvo (p. ex., 
cefaléia, fraqueza ou cegueira 
transitória, diminuição da acuidade 
visual, dor torácica, dispnéia ou 
claudicação) 
Utilizado para avaliar possível lesão de órgão alvo; 
funciona como um guia grosseiro para a gravidade da 
HAS 
Outros fatores de risco (p. ex., 
tabagismo, diabetes, dislipidemia, ou 
sedentarismo 
Fatores modificáveis que contribuem para o risco 
cardiovascular 
Estilo de vida (p.ex., ingestão de sal, 
álcool e gordura saturada; estresse no 
trabalho; achados de apnéia do sono) 
Fatores modificáveis que contribuem para elevação da 
PA 
Onde: HAS = hipertensão arterial sistêmica; PA = pressão arterial. Fonte: VI Dir Bras HAS, 
2010.² 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
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Quadro 13. Dados de exame físico e comentários relevantes na avaliação de hipertensos 
Dados do exame físico Comentários 
Aferição da PA em ambos os 
braços (e inicialmente na perna) 
Possibilita afastar a presença de lesão vascular importante, tal 
como coarctação da aorta 
Aspecto geral, lesões de pele 
distribuição da gordura corporal 
Pode identificar usuários com alto risco para diabetes ou 
dislipidemia 
Fundo de olho Avalia o grau de comprometimento vascular e reflete a 
gravidade da hipertensão 
Exame de pescoço (palpação das 
carótidas e da tireóide; ausculta de 
sopros) 
Identifica os usuários com alto risco cardiovascular e 
possibilita a suspeita de doença cardiovascular 
Exame cardiopulmonar para 
ausculta de estertores, freqüência, 
ritmo, sopros e galopes cardíacos 
Detecta as consequências da HAS em órgãos-alvo (HVE ou IC): 
B3 sinaliza disfunção sistólica; B4 sinaliza disfunção diastólica 
de VE. 
Exame do abdome para massas 
renais e sopros abdominais e nas 
artérias femorais 
Rins aumentados, palpáveis em usuário com HAS indicam 
doença renal policística do adulto; sopro abdominal pode 
indicar doença renovascular; sopro femoral pode ser 
observado nas doenças vasculares de membros inferiores 
Determinação do índice tornozelo 
braço 
Possibilita a identificação precoce do comprometimento das 
artérias dos membros inferiores 
Exame neurológico para sinais de 
AVC prévio (hiperreflexia, 
espasticidade, sinais de Babinsky) e 
atrofia e distúrbios da marcha 
(sinais motores) 
Identifica usuários com lesão de órgão alvo, tal como AVC 
prévio 
Onde: PA = pressão arterial; HVE = hipertrofia ventricular esquerda; IC = insuficiência cardíaca; 
B3 = terceira bulha; B4 = quarta bulha; VE = ventrículo esquerdo; HAS = hipertensão arterial 
sistêmica; AVC = acidente vascular cerebral. Fonte: VI Dir Bras HAS, 2010.² 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
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Exames complementares 
 
Uma investigação complementar inicial básica é indicada para todos os usuários hipertensos. O 
quadro 14 expõe a avaliação mínima recomendada pela SES/MG para esta avaliação. 
 
Quadro 14. Avaliação complementar inicial básica do hipertenso recomendada pela SES/MG 
e comentários relevantes 
Avaliação Comentários 
Análise de urina (simples) Albuminúria se associa com risco aumentado de DCV, HAS, 
DRC. Albuminúria e/ou hematúria e/ou piúria pode ser o 
primeiro sinal de doença renal secundária à HAS. 
Hemoglobina ou hematócrito Anemia é fator de risco para DCV, preditor de morte na IC 
e fator agravante da DRC. 
Potássio plasmático Baixos níveis de potássio podem indicar excesso de 
aldosterona (investigação de hipertensão secundária) 
Creatinina plasmática (estimar TFG) Possibilita estimar a TFG 
Glicemia jejum Permite identificar intolerância à glicose e diabetes 
mellitus 
Colesterol total, HDL-colesterol, 
Triglicérides* 
A dislipidemia é duas vezes mais prevalente nos 
hipertensos 
Eletrocardiograma (ECG) HVE é fator de risco cardiovascular independente. 
Prioriza o diagnóstico de HVE através dos índices de 
Sokolov-Lyon ou Cornell. 2,29 
Onde: * O LDL-C (colesterol LDL) é calculado pela fórmula: LDL-C = colesterol total - (Colesterol 
HDL + triglicérides/5) (quando a dosagem de triglicérides for abaixo de 400 mg/dL); DCV = 
doença cardiovascular; HAS= hipertensão arterial; DRC = doença renal crônica; IC = 
insuficiência cardíaca; TFG = taxa de filtração glomerular; HVE = hipertrofia ventricular 
esquerda. Fonte: VI Dir Bras HAS, 2010.² 
Uma avaliação adicional é orientada para detectar lesões clínicas ou subclínicas com o 
objetivo de melhor estratificação do risco cardiovascular. Está indicada na presença de 
elementos indicativos de doença cardiovascular e doenças associadas, em usuários 
com dois ou mais fatores de risco e, em usuários acima de 40 anos de idade com 
diabetes mellitus.² 
 
1.4.2. Estratificação de risco cardiovascular 
 
A idade, o sexo, a pressão arterial elevada, o tabagismo, a dislipidemia e o diabetes são 
sabidamente os principais fatores de risco para se desenvolver doença cardiovascular. A 
interação e o agrupamento destes fatores levaram ao desenvolvimento de uma predição 
baseada em algoritmos de análise multivariada, que podem ser utilizados por profissionais de 
 
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saúde da atenção primária para avaliar o risco de desenvolver doença cardiovascular, ou seja, 
doença coronariana, AVC, DVP e insuficiência cardíaca. Esta avaliação tem sido defendida por 
estimar o risco cardiovascular global e para guiar o tratamento destes fatores de risco.30 
A avaliação do risco de Framingham original é uma ferramenta validada para brancos e negros 
americanos e é transportável (com a devida calibração) para várias populações da Europa, 
Mediterrâneo e Ásia.30 
A VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2010) valorizou a estratificação de risco, baseada no 
reconhecimento dos fatores de risco cardiovasculares, em fatores adicionais para a HAS, na 
identificação de lesões em órgãos-alvo e de lesões subclínicas destes órgãos.² 
Os fatores de risco adicionais para a HAS representam homens com idade acima de 55 anos e 
mulheres acima de 65 anos; o tabagismo; as dislipidemias, especialmente, triglicérides acima 
de 150 mg/dL, LDL-colesterol maior que 100 mg/dL e HDL-colesterol menor que 40 mg/dL; a 
presença de diabetes mellitus associada à história familiar prematura de doença 
cardiovascular em homens com idade menor que 55 anos e mulheres com idade menor que 65 
anos.² 
Como lesões subclínicas de órgãos-alvo, cita-se a presença de HVE ao ECG. Índices 
recomendados são os de Sokolov-Lyon (soma do S de V1 ou V2 e do R de V5 ou V6 acima de 35 
mm) ou Cornell (soma do R de aVL e do S de V3, acima de 28 mm para homens e acima de 20 
mm para mulheres).29 Aliado à presença de HVE, pelo ecocardiograma transtorácico, com 
índice de massa de ventrículo esquerdo (VE) maior que 134g/m2 em homens ou acima de 
110g/m2 em mulheres, a espessura médio-intimal de carótidas acima de 0,9 mm ou a presença 
de placa de ateroma pelo doppler de carótidas; o índice tornozelo-braço menor que 0,9; a 
depuração de creatinina estimada menor que 60 ml/min/1,72 m2; o baixo ritmo de filtração 
glomerular menor que 60 ml/min/1,72 m2; presença de microalbuminúria ou velocidade de 
onda de pulso acima de 12m/s, são outros indicativos de lesões subclínicas de órgãos-alvo.²