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AO JUIZO DE DIREITO DA VARA CIVEL DA COMARCA DE GOIÂNIA, GO 
 
 
 
 
 
Roberto Aparecido, brasileiro, estado civil x, armador, CTPS: XXXXXXXXXXXXXX, 
portador do CPF: XXX.XXX.XXX-XX e RG: XXXXXXX, residente e domiciliado a rua 
x, bairro xx, qd xx, lt xx, nesta cidade de Goiânia, GO, não possui endereço 
eletrônico, representado por sua advogada, com endereço profissional a rua xx, 
edifício xxxxx, n xxx, nesta cidade, (procuração em anexa), vem respeitosamente 
perante Vossa Excelência, propor 
 
 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO EXTRAPATRIMONIAL 
 
 
Em face da Empresa Construtora Santos Ltda, pessoa jurídica de direito privado, 
com endereço a rua xx, bairro xxxx, qd xx, lt xxx, pelas razões de fato e direito adiante 
aduzidas. 
 
JUSTIÇA GRATUITA 
 
Pede-se o benefício da justiça gratuita, por ser hipossuficiente, por não possuir meios 
para arcar com as custas e honorários processuais, sem o prejuízo do sustento de 
sua família, por ao ter condições de arcar com as despesas do processo, nos moldes 
da lei, o autor é pobre. (CLT, art. 790, parágrafo 3º, art. 98 caput) 
 
 
 
EXPOSIÇÃO FÁTICA 
 
2 
 
No dia 20/06/2022 sofreu acidente de trabalho no final do expediente, quando foi 
consertar o cabo de seu martelo que havia quebrado naquele dia. Para o conserto, 
utilizou-se de uma serra circular que se encontrava no pátio da empresa, e por 
descuido a serra atingiu seus dedos. 
Em razão do acidente de trabalho, teve amputado quatro dedos da mão esquerda. 
Após o acidente, a empresa providenciou todo atendimento médico e encaminhou o 
empregado ao INSS para o recebimento do auxílio doença acidentário. O benefício 
do auxílio perdurou até 20/02/2023, e o Sr. Roberto foi reabilitado para o trabalho 
com considerável perda da capacidade de trabalho, não podendo mais desempenhar 
as atividades inerentes à função de Armador. 
Lhe apresentou comprovantes de gastos com medicamentos no valor de R$ 850,00, 
que utilizou ao longo de sua recuperação. 
O empregador alterou a função inicialmente contratada e hoje o Sr. Roberto trabalha 
como Supervisor de Obra, função que está apto a desempenhar. 
 
 
 
DOS DIREITOS 
 
O autor estava prestando serviço, até que houve o acidente, a lei entende que houve 
uma responsabilidade civil, sendo assim responsabilidade objetiva, que se faz 
necessário somente a existência do dano, o nexo de causalidade. Também 
denominada de teoria do risco, parte da premissa de que aquele que lucra com uma 
determinada situação deverá responder pelo risco ou desvantagens dela 
decorrentes 
Por esse ângulo, a doutrina e jurisprudência trabalhista é unânime em destacar a 
responsabilidade civil objetiva do empregador, em que, nesse pensar, seguem as 
linhas de Francisco Antônio de Oliveira, in verbis: 
 
Como fundamento da responsabilidade 
civil, o legislador admite a chamada 
‘teoria do risco’ como fundamento de 
responsabilidade por dano causado. A 
teoria do risco traduz meio põe qual a 
pessoa, cujo empreendimento coloca em 
riscos terceiros, seja obrigado a 
indenizar. Não há que se perquirir sobre 
a existência ou não de culpa. O próprio 
 
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empreendimento levado a cabo pelo 
indivíduo ou pela empresa já tem contido 
no seu núcleo operacional o risco contra 
todos. O nexo de causalidade e os riscos 
caminham juntos. Nesse caso, não 
haverá necessidade de provar-se a 
existência de culpa para dar suporte à 
indenização. [ ... ] 
Autor teve amputado os seus quatros dedos em razão do acidente de trabalho, 
muito grave, impossibilitando de realizar algumas funções da vida social, como 
ajudar sua esposa em algum serviço doméstico, até mesmo para pegar seus filhos 
no colo, dirigir. 
Feriu totalmente a sua dignidade como pessoa, pelo dano estético também. Sendo 
assim, preconiza 
 
 TRT-15 -: ROT 
XXXXX2019515007XXXXX80.2
019.5.15.0079 
Jurisprudência • MOSTRAR DATA DE 
PUBLICAÇÃO 
ACIDENTE TÍPICO DE TRABALHO. 
INDENIZAÇÃO 
POR DANOS MORAIS E ESTÉTICOS. 
CABIMENTO. É 
dever do empregador zelar pela higidez física 
de seus 
empregados, propiciando meio ambiente de 
trabalho 
seguro e treinamento adequado para o 
exercício da 
atividade contratada, sob pena de configurar 
sua 
culpa subjetiva na ocorrência de típico acidente 
de 
trabalho, a ensejar a reparação dos danos 
moral e 
estéticos daí decorrentes. HONORÁRIOS 
ADVOCATÍCIOS. REFORMA TRABALHISTA. 
CABIMENTO. Os honorários advocatícios, nas 
ações 
ajuizadas após a vigência da Lei n° 
13.4167/2017, são 
 
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devidos pelo princípio da sucumbência, nos 
termos 
do artigo 791-A da CLT. Inaplicabilidade das 
Súmulas 
219 e 329 do c. TST. 
 
 
A empresa deve arcar com os danos extrapatrimoniais e também com as custas da 
medicação do autor equivalente a R$850,00 
Igualmente, no caput do art. 19 da Lei nº 8.213/91 encontra-se o conceito de 
acidente de trabalho para fins previdenciários, sendo que seus parágrafos 1º e 3º 
expressamente se reportam à empresa, acerca do assunto, com as seguintes 
determinações: 
 
Art. 19, § 1º - A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e 
individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador; 
(...) 
§ 3º - É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da 
operação a executar e do produto a manipular. 
 
 Nesse trilhar, o empregador tem o dever de arcar com as 
indenizações decorrentes de acidente do trabalho, mesmo se não comprovada sua 
culpa no evento. Assim, é suficiente a mera criação do risco em virtude do 
exercício de atividade econômica. 
 A jurisprudência já se solidificou no sentido de que o 
empregador, que deixa de orientar o empregado sobre os corretos procedimentos 
de segurança, não pode imputar ao empregado a culpa concorrente. 
 
 
 
PEDIDOS 
 
 Diante o exposto, Requer 
 
 
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a) Conceder o benefício da Justiça Gratuita frente a hipossuficiência do autor 
b) Citar a requerida para que querendo em tempo hábil, sob pena de sofrer os 
efeitos da revelia e serem reputados como verdadeiros os fatos alegados 
c) JULGAR TOTALMENTE PROCEDENTE os pedidos formulados na 
presente, condenando a requerida o pagamento de indenização de XXXX, 
XX 
 
Dá-se a causa o valor de R$ XXXX, XX 
 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
 
Goiânia, 23 de abril de 2024 
 
 
Leonardo Mendes Ferreira 
OAB/GO nº 265874 
 
Thaysa Adriley Fukuda Andrade 
OAB/GO nº 478152

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