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21/07/2022
Número: 0807696-56.2022.8.19.0203 
 
Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL 
 Órgão julgador: 16º Juizado Especial Cível da Regional de Jacarepaguá 
 Última distribuição : 31/03/2022 
 Valor da causa: R$ 0,00 
 Assuntos: Abatimento proporcional do preço 
 Segredo de justiça? NÃO 
 Justiça gratuita? NÃO 
 Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
 
Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Partes Procurador/Terceiro vinculado
JONATHAN DA SILVA MATTOS (AUTOR) VIVIAN ALENCAR DOS SANTOS FERREIRA (ADVOGADO)
CAIXA SEGURADORA SA (RÉU) ARTUR NABETH CARDOSO (ADVOGADO)
YOUSE SEGURADORA S A (RÉU)
Documentos
Id. Data da
Assinatura
Documento Tipo
15861
553
31/03/2022 22:18 Petição Inicial Petição Inicial
 
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DA REGIONAL
DE JACARÉPAGUA
 
 
 
 
 
 JONATHA DA SILVA MATTOS, brasileiro, solteiro, portador do RG
sob o nº 31.820.521-8, expedido pelo DIC/RJ e do CPF 162.394.337-05, residente e
domiciliado na Av Estrada dos bandeirantes 8041 bloco 2 ap 311, cep 22782-115 por,
a fim de propor a presente,
 
 
 
 AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS
MORAIS
 
 
 
 em face de CAIXA SEGUROS S/A, pessoa jurídica de direito privado,
estabelecida a Avenida Rio Branco, nº 125, Edifício Riachuelo, 4º andar Centro, Rio de
Janeiro/RJ CEP: 20040-006 e YOUSE SEGURADORA com sede na Av. Brg. Faria
Lima, 4285 - Itaim Bibi, São Paulo - SP, 04538-133 – Vera Cruz II, Telefone: 0800 730
9901, pelos motivos fáticos e jurídicos que a seguir passa a expor, para finalmente
requerer:
 
 
 
 
 
 FATOS E FUNDAMENTOS
 
 
 
 
 
 O Autor no dia 06/01/2021 efetuou um contrato de seguro de
Automóvel junto as partes rés, sob apólice 5003110528242, com prazo de vigência de
06/01/2021 até 06/02/2023, para o automóvel da marca RENAULT, modelo
SANDERO, ano 2009/2010, placa HMC6B93, conforme documento em anexo.
 
 A relação jurídica estabelecida entre as partes, incontroversa Nos
autos, rege-se pelo Código de Proteção e Defesa do Consumidor (Lei n.8078/90),
estando a Seguradora subordinada ao princípio da confiança, da transparência e da
segurança na execução dos serviços que presta aos seus clientes.
 
 Neste sentido, ficou estabelecido no contrato de seguro que o
Pagamento da mensalidade seria mensal, no valor de R$ 126,88, descontado na
fatura de cartão de crédito de seu pai, como se depreende do documento em anexo.
 
 
 
 Acontece que, no dia 02/01/2022 por volta de meio dia, o Autor
necessitou acionar a seguradora, uma vez que seu carro teve problemas na Rodovia
Governador Mario covas km 266 (BR 101), e fez contato com a empresa Ré que lhe
garantiu que em apenas alguns minutos ele teria seu carro rebocado pela seguradora
Num. 15861553 - Pág. 1Assinado eletronicamente por: VIVIAN ALENCAR DOS SANTOS FERREIRA - 31/03/2022 22:01:57
https://tjrj.pje.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22033122015731700000015302273
Número do documento: 22033122015731700000015302273
e também teria um taxi para o conduzir para seu destino, pois era direito adquirido
através deste contrato.
 
 Ocorre que muito após decorrido o tempo informado pela seguradora, o
autor achou estranho e entrou novamente em contato com a seguradora com o
protocolo sob o nº 9211157 (14:27), o atendente de forma fria e insensível, informou
que o prestador não havia encontrado o autor e cancelou o serviço sumariamente e
não entrou em contato para tirar dúvidas sobre o ocorrido, ficando o autor à mercê da
própria sorte com fome com sede e sem qualquer lugar próximo para comprar
alimentos pois se encontrava em área rural.
 
 
 
 Sendo assim o autor solicitou o serviço novamente com protocolo sob o nº
9211315 (16:15), só que desta vez o mesmo foi orientado a acompanhar o serviço
pelo aplicativo da seguradora, tendo o autor novamente esperado por horas e ao
consultar o referido aplicativo, o serviço foi novamente cancelado sem sequer o autor
tomar conhecimento dos motivos que levou ao cancelamento.
 
 Por meio disso, o autor já exausto entrou novamente em contato, com a
seguradora com protocolo sob o nº 9211398 (17:29), e por sua surpresa, novamente
foi cancelado o serviço, desta vez alegando que o km 266 da Rodovia Mario covas não
existia, só que o réu não contava com a surpresa de que o autor estava enguiçado
exatamente em frente à placa de identificação da rodovia, conforme fotos em anexo.
 
 
 
 Diante do exposto aguardou mais algumas horas, pois desta vez a
atendente falou que iria pedir prioridades pois o autor estava com criança pequena no
carro, e mesmo se não viesse o reboque, que pelo menos enviariam o táxi, pois já
estava anoitecendo e o autor já não estava mais disposto a esperar o reboque,
estando disposto a abandonar o veículo, pois iluminação da via é precária e ainda
estava chovendo o que dificulta ainda mais a visibilidade.
 
 
 
 Novamente o serviço foi cancelado sem nenhuma explicação, o autor então
resolveu pedir ajuda a outros condutores que circulavam na rodovia, e que neste
momento de desespero e preocupação pela sua segurança, pediu ajuda e um
condutor conseguiu empurrar com seu veículo e dar uma carona ao autor e os demais
ocupantes do veículo até o posto mais próximo, e novamente o autor entrou em
contato com a seguradora informando sua nova localização e requerendo explicação
sobre o ocorrido e implorando a prestação do serviço. Com atendimento sob o
protocolo nº 9211778 (22:21)
 
 Assim, o autor ficou aguardando no local a chegada do Reboque e do taxi,
pasmem, até as 23 horas conforme documento em anexo, que no qual foi informado
que o veículo seria levado para o pátio da prestadora pois já estava muito tarde e não
poderia entregar o veículo naquele momento, apenas no dia seguinte, o que não
aconteceu, o mesmo só foi entregue no dia 05/01/2022 (3 dias após o ocorrido) Com
base no fato narrado o Autor vem perante este Douto Juízo para ter seus direitos
resguardados.
 
 
 
Num. 15861553 - Pág. 2Assinado eletronicamente por: VIVIAN ALENCAR DOS SANTOS FERREIRA - 31/03/2022 22:01:57
https://tjrj.pje.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22033122015731700000015302273
Número do documento: 22033122015731700000015302273
DA RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO
 
 
 
 O Código de Proteção ao Consumidor é aplicável a atividade
securitária, conforme se verifica no parágrafo 2º do artigo 3º, devendo, portanto suas
cláusulas estarem disciplinadas de acordo com a orientação do citado Código.
 
 O Contrato de Seguro é um contrato que tem como partes o segurador
e o segurado, sendo que ao segurado compete o pagamento do prêmio, que é a
contraprestação ao segurador, em virtude do risco que este assume, e ao segurador
compete pagar a indenização prevista ao segurado de seus prejuízos, na hipótese de
ocorrer o risco previsto contratualmente, e um contrato bilateral, oneroso, aleatório e
de adesão.
 
 A importância socioeconômica dos contratos de seguro nos dias atuais
resulta da imensa quantidade de contratações de diversas modalidades, pois estes
garantem aos seus consumidores tranquilidade e segurança, eis que, ocorrido o
sinistro coberto pelo contrato de seguro, o prejuízo que teria o segurado será
suportado pela segurador, pois com o recebimento dos prêmios de seus segurados,
este forma um fundo que propicia o pagamento das indenizações.
 
 
 
 POSTO ISTO, incontroverso que, a relação existente entre a parte ré e
o autor (consumidor) está sob o pálio do “Código de Defesa do Consumidor”, haja vista
que o aludido diploma legal dispõe, em seu artigo 3.º, que fornecedor "é toda pessoa
física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividades de (...) prestação de serviços,
conceituando produto como qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial
(par.1º) e serviço como qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito, e
securitária... (Par. 2º). Portanto, são inteiramente aplicáveis os dispositivos da lei
consumerista, mormente os inerentes à proteção contratual e às cláusulas abusivas.
 
 
 
 Reza o artigo 2º da Lei n.º 8.078/90 que "Consumidor é toda pessoa
física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final",
dispondo o seu parágrafo único que "equipara-se a consumidor a coletividade de
pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo".
 
 
 
 Consoante aos fatos narrados, resta caracterizada a relação de
consumo, aplicando-se, assim, as normas previstas na Lei n.º 8.078/90, principalmente
ao ser constatado o descumprimento dos deveres das práticas comerciais no que
pertine à oferta e propaganda, e das práticas contratuais de BOA-FÉ, LEALDADE,
PROBIDADE, E DE PRESTAR CORRETAS INFORMAÇÕES AO CONSUMIDOR.
 
 Ademais, o dever de informar aliado à vedação da prática enganosa
e abusiva (artigo 6º, inciso IV), visa alcançar a proteção efetiva do consumidor, o qual,
somente dessa forma, estará pronto a integrar a sociedade de consumo.
 
 
Num. 15861553 - Pág. 3Assinado eletronicamente por: VIVIAN ALENCAR DOS SANTOS FERREIRA - 31/03/2022 22:01:57
https://tjrj.pje.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22033122015731700000015302273
Número do documento: 22033122015731700000015302273
 Art. 6º - são direitos básicos do consumidor:
 
 ...............................omissis..........................
 
 
 
III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço,
bem como sobre os riscos que apresentem;
 
 ...............................omissis..........................
 
IV – a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais
coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no
fornecimento de produtos e serviços;
 
 O constrangimento sofrido pelo requerente em razão de falha na
prestação de serviços das empresas Rés encontra supedâneo na legislação civil em
vigor, especialmente na Lei n.º 8.078/90, onde o art. 14º da referida Lei, prevê
expressamente a responsabilidade objetiva dos fornecedores de serviços quando da
apresentação de defeito relativo à insuficiência de informações e à insegurança; o que
se observa ter notoriamente ocorrido nos fatos apresentados.
 
 Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente
da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos”. Ademais, pela conduta omissa em relação à
informações, a parte ré violou um direito básico do consumidor, o direito à informação
correta, clara e precisa sobre os produtos e serviços que lhe são ofertados (art. 6º, IV,
CDC). No mesmo sentido, o art.31º do CDC, ratifica a necessidade das informações
nas relações consumeristas, in verbis:
 
 Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa,
veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e
serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela
se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
 
 Art. 31º A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem
assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa
sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia,
prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que
apresentam à saúde e segurança dos consumidores.
 
 Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente
responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos.
 
Nesse sentido dispõe o Código de Defesa do Consumidor, no capítulo atinente a
proteção contratual:
 
 Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não
obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar
conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem
redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.
 
 Em virtude dessas considerações, é preciso ressaltar o fato de que
Num. 15861553 - Pág. 4Assinado eletronicamente por: VIVIAN ALENCAR DOS SANTOS FERREIRA - 31/03/2022 22:01:57
https://tjrj.pje.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22033122015731700000015302273
Número do documento: 22033122015731700000015302273
a relação existente entre as partes litigantes se efetivou a partir de um contrato de
adesão, sendo este fundado em cláusulas estabelecidas unilateralmente pelo
estipulante, conforme preceitua o artigo 54, caput, CDC. Entretanto, o legislador
elencou no artigo 51º da legislação aludida, um rol de cláusulas que ferem os
princípios consumeristas:
 
 Art. 51 – são nulas de pleno Direito, entre outras, as cláusulas
cont ra tua is re la t ivas ao fo rnec imento de produtos e serv iços que:
..............................omissis...........................
 
 IV – Estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que
coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou seja, incompatíveis com a
boa-fé ou a equidade; Outro ponto a ser destacado é a caracterização também do
Contrato celebrado entre as partes como CONTRATO DE ADESÃO, nos termos do
artigo 54, caput, do referido diploma legal que possui a seguinte redação:
 
 “Artigo 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham
sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo
fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar
substancialmente seu conteúdo.
 
 
 
 DO DIREITO
 
 
 
Com efeito, prevê a Lei n.º 8.078/90, com caráter de ordem pública, que os
fornecedores devem pôr no mercado produtos e serviços sem vícios de adequação
(defeitos intrínsecos que comprometam a prestabilidade ou a servibilidade do bem) ou
segurança (defeitos que possam adicionar risco à integridade física, moral ou
patrimonial do consumidor). A violação ao princípio da confiança acima exposto implica
na responsabilidade objetiva do fornecedor pela reparação dos danos causados.
 
 Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente
da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos.
 
 § 1º. O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança
que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias
relevantes, entre as quais:
 
 I - o modo de seu fornecimento; Vale salientar que, o CAPUT do
art.22 do CDC, prevê os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias,
permissionárias ou sobre qualquer outra forma de empreendimento, são obrigadas a
fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quantoaos essenciais, contínuos.
 
 
 
 DO DANO MORAL
 
 
 
 
Num. 15861553 - Pág. 5Assinado eletronicamente por: VIVIAN ALENCAR DOS SANTOS FERREIRA - 31/03/2022 22:01:57
https://tjrj.pje.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22033122015731700000015302273
Número do documento: 22033122015731700000015302273
 No que se refere aos DANOS MORAIS, o autor,
Indubitavelmente, é titular do direito de ser compensado pelos danos dessa natureza,
nos termos do artigo 5º, inciso X da Constituição Federal, sofridos em razão de, que
vem se recusando a proceder a
 
 
 
 Da lei n.º 8.078/90, no que tange à possibilidade de compensação
pelo DANO MORAL sofrido pela parte autora destaca-se o disposto no artigo 6º, inciso
VI, que cuida do instituto como sendo direito básico do consumidor, com vocação
constitucional (art. 5.º, V e X), em atenção ao PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA
PESSOA HUMANA (CR, art. 1.º, III):
 
 “Artigo 6º- São direitos básicos do consumidor: (...) VI - a efetiva
prevenção e reparação de danos patrimoniais e MORAIS, individuais, coletivos e
difusos;” [grifou-se]
 
 Assim, quanto ao dano moral, deve a parte autora ser
compensada por todo o constrangimento, humilhações e vexame, e desgaste
emocional que vem experimentando neste período, ante ao descaso da ré, que, em
nenhum momento se prontificou a, efetivamente, solucionar o conflito sub judice, ao
revés, leva o consumidor, ora demandante, a pleitear em JUÍZO, o respeito aos seus
direitos.
 
 
 
Ademais, notoriamente, a ré possui recursos para, se não evitar, sanar o problema,
contudo, prefere afligir o consumidor, impondo-lhe uma via crucis para a regularizar
esta situação. Ademais, visto que a responsabilidade do fornecedor do serviço é
objetiva, nas palavras do Ilustre Mestre SÉRGIO CAVALIERI FILHO, comentando o
artigo 14, acima transcrito: “O consumidor, portanto, como nos demais casos de
responsabilidade objetiva já examinados, tem, apenas, que provar o dano e o nexo
causal. A discussão da culpa é inteiramente estranha às relações de consumo. Mesmo
em relação ao dano e ao nexo causal pode vir a ser beneficiado com a inversão do
ônus da prova (art. 6o, VIII)” (in "Programa de Responsabilidade Civil", 2a ed., p.366 e
367).
 
 E ainda, observando o conselho do Exmo. Senhor Desembargador
Dr. Sérgio Cavalieri Filho, em sua ilustre obra Programa de Responsabilidade Civil,
dispõe que para caracterização do dano moral, “deve ser reputado como dano moral a
dor, vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade, interfira
intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe aflições,
angústia e desequilíbrio em seu bem-estar”.
 
 
 
 Como ensina o eminente e saudoso civilista CAIO MÁRIO DA SILVA
PEREIRA, quando se cuida de dano moral, o fulcro do conceito ressarcitório acha-se
deslocado para a convergência de duas forças: ”'caráter punitivo', para que o causador
do dano, pelo fato da condenação, se veja castigado pela ofensa que praticou; e o
'caráter compensatório' para a vítima, que receberá uma soma que lhe proporcione
prazeres como contrapartida do mal sofrido" (Responsabilidade civil, Rio de Janeiro,
Forense, 1.990, p. 62).
 
 Desta forma entende a autora que deverá ser penalizada a ré
Num. 15861553 - Pág. 6Assinado eletronicamente por: VIVIAN ALENCAR DOS SANTOS FERREIRA - 31/03/2022 22:01:57
https://tjrj.pje.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22033122015731700000015302273
Número do documento: 22033122015731700000015302273
através de uma reparação de danos, visto que, a mesma de forma negligente e
imprudente deu causa ao transtorno em que o mesmo vem sofrendo.
 
 Pois não restam dúvidas do seu erro, quando deveria a mesma tomar
as cautelas necessárias de modo a evitar maiores transtornos à autora. Também o
autor CLAYTON REIS, em sua obra denominada "Dano Moral", Rio de Janeiro,
Forense, 1994, p. 88, claramente defende que a reparação por danos morais “objetiva
dar ao lesado uma compensação que lhe é devida, para minimizar os efeitos da lesão
sofrida”.
 
 O direito da parte Autora encontra amparo no art. 6º, inciso VI da
Lei 8.078/90, onde determina a reparação pelos danos morais causados. Diferencia-se
o dano material do dano moral, segundo a doutrina, por afetar o primeiro,
exclusivamente os bens concretos que compõem o patrimônio do lesado, diminuindo o
seu quantum financeiro, e o segundo por afetar diretamente o indivíduo e a sociedade
em seu funcionamento.
 
 O foco atingido é o foro íntimo do lesado, sua honra e sua
imagem, em síntese, os mais nobres bens humanos. Como bem nos ensina a doutrina:
"Danos morais são formas de lesão a um bem jurídico, de reconhecido interesse da
vítima, que fazem com que o detentor do direito moral tutelado na esfera
jurídicapositiva-subjetiva, se entranhe num estado psicológico conturbado, incapaz de
ser mensurável, traduzido tão somente pela sensação dolorosa, vergonhosa, que
cause dor íntima, espanto, emoção negativa ou constrangimento, por fato provado por
terceiro, atribuindo a estes estados o mais largo significado." (DOUTRINA, Ada
Pellegrine Grinover, Afrânio Silva Jardim, Alexandre Freitas Câmara, James
Tubenchlak, João Mestiere, José Carlos Barbosa Moreira, Nagig Slaibi Filho, Yussef
Said Cahali e outros, Editora Instituto do Direito, pág. 58).
 
 
 
DO PEDIDO
 
Ante o exposto, vem requerer a V. Exa.:
 
1. A citação da Ré, no endereço acima citado, para responder a presente ação, e sua
intimação para comparecer à audiência de conciliação, que poderá ser imediatamente
convolada em AIJ, caso não cheguem às partes a acordo, sob pena de revelia e
confissão;
 
2. Seja julgado procedente o pedido para condenar a Ré ao pagamento de uma
indenização por danos morais no valor equivalente a R$ 10.000,00 (dez mil reais)
pelos constrangimentos ocasionados ao autor pelo tempo de espera sem socorro,
atentando ainda para caráter pedagógico punitivo da indenização;
 
3. Seja concedida a inversão do ônus da prova, com fulcro no artigo 6º, VIII, da lei
8078/90.
 
 
 
Requer a produção de provas, na amplitude do art.32 da Lei 9099/95, especialmente
de caráter documental, depoimento pessoal das partes e testemunhal. Dá-se a causa
o valor de R$ 10.000,00
 
Nestes termos,
Num. 15861553 - Pág. 7Assinado eletronicamente por: VIVIAN ALENCAR DOS SANTOS FERREIRA - 31/03/2022 22:01:57
https://tjrj.pje.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22033122015731700000015302273
Número do documento: 22033122015731700000015302273
Pede deferimento.
 
 
 
RIO DE JANEIRO, 19 de janeiro de 2022.
 
VIVIAN ALENCAR
 
OAB/RJ - 222214 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Num. 15861553 - Pág. 8Assinado eletronicamente por: VIVIAN ALENCAR DOS SANTOS FERREIRA - 31/03/2022 22:01:57
https://tjrj.pje.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22033122015731700000015302273
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