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Psicologia Organizacional Grupos Reflexões iniciais Quem é o indivíduo no grupo? Nos tornamos algo que não éramos? Nos tornamos algo que já éramos e que estava “dentro de nós”? Avaliação Quem fui eu nesse grupo? Quais os aspectos positivos da experiência vivida por este grupo? E os aspectos negativos? Como estava o grupo? Cordial Agressivo Apático Voltado para a tarefa Trabalhamos nossos problemas durante a realização da tarefa? Avaliação Como percebemos o clima do grupo diante de uma situação de estresse? O grupo conseguiu chegar a um consenso? Todos sentiram-se à vontade para expressar ideias e opiniões? Houve um integrante que decidiu pelo grupo? Histórico do estudo de Grupos Psicologia das Massas O início das preocupações ocorreu quando a psicologia se debruça sobre a Revolução Francesa – perguntavam-se como era possível tantas pessoas serem levadas por um líder a comportamentos que podiam colocar suas vidas em risco. Gustave Le Bon (1841-1931) Psicologia das Massas (1895): A multidão é apresentada como uma espécie de ser unitário provido de características psicológicas próprias, de modo que os indivíduos que a compõem perdem suas características pessoais, sua autonomia, e passam a agir como uma espécie de “psiquismo coletivo”, muitas vezes, com comportamentos que o sujeito, quando fora da multidão, jamais teria. Grupo (Olmsted, 1970) “Uma pluralidade de indivíduos que estão em contato uns com os outros, que se consideram mutuamente e que estão conscientes de que têm algo significativamente importante em comum.”* *PEREIRA, Siloé; RIZZON, Luiz Antonio; BRAGHIROLII, Elaine Maria. Temas de Psicologia Social. Petrópolis: Vozes, 2011. Pluralidade: indica dois ou mais indivíduos Contato uns com os outros: ajuda a distinguir “grupo” de “classe”, onde não necessariamente há interação (exemplo, geração dos anos 60 ou operários metalúrgicos de Caxias do Sul). Considerar-se mutuamente: demonstra que apenas a vizinhança física não determinam a existência de um grupo (exemplo, plateia do cinema). Tipos de Grupos Grupo Primário Presença de laços afetivos íntimos e pessoais Família Grupo Secundário Grupo formado para que seus componentes atinjam fins externos ao grupo. Grupos de estudos, equipes de trabalho Funcionamento e desenvolvimento do grupo Fela Moscovici* * MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento interpessoal: treinamento em grupo. Rio de Janeiro: José Olympio, 2013. Componentes principais do funcionamento do grupo Visualizamos o grupo como um campo de forças, em que umas concorrem para movimentos de progresso do grupo e outras, para dificuldades ou retrocessos. Objetivos Há um objetivo comum para todos os componentes do grupo? Até que ponto este objetivo é suficientemente claro, compreendido e aceito por todos? Até que ponto os objetivos individuais são compatíveis com o coletivo em si? Motivação Qual o nível de interesse e entusiasmo pelas atividades do grupo? Quanta energia individual é canalizada para o grupo? Quanto tempo é efetivamente devotado ao grupo? (em termos de frequência, permanência, ausências, atrasos, saídas antecipadas)? Qual o nível de envolvimento real nos problemas e preocupações do grupo? Comunicação Quais as modalidades mais características de comunicação no grupo? Todos falam livremente ou há bloqueios e receios de falar? Há espontaneidade nas colocações ou cautela deliberada? Qual o nível de distorção na recepção das mensagens? Há trocas de feedback? Processo decisório Como são tomadas as decisões no grupo? Com que frequência as decisões são unilaterais, por imposição de quem detém o poder? É comum a decisão por votação, em que a maioria expressa sua vontade? Relacionamento As relações entre os membros são harmoniosas, propícias à cooperação. As relações harmoniosas são apenas superficiais, de aparente cordialidade, ou permitem real integração de esforços e efetividade que levem à coesão do grupo? As relações mostram-se conflitantes e indicam competição, clara ou velada, entre os membros? Todos esses componentes influem para o estabelecimento do clima de grupo. Clima de Grupo Pode ser comparado ao clima geográfico – refere-se às condições atmosféricas do espaço psicossocial e que afetam os membros do grupo. Bem-estar Satisfação Insatisfação Insegurança Frustração Prazer Clima Grupal Processos Grupais Coesão “[...] a quantidade de pressão exercida sobre os integrantes de um grupo a fim de que continuem nele.” Pressão Integrantes Permanência Coesão Vantagens: a) maior a satisfação experimentada por seus membros; b) maior a quantidade de influência exercida pelo grupo em seus membros; c) maior a quantidade de comunicação entre os membros; d) maior a produtividade do grupo. Desvantagens: “Pensamento grupal: conformidade tão grande que decisões podem ser irracionais, pouco críticas, atendendo aos desejos do grupo. Cooperação “Associação de pessoas trabalhando juntas em prol de um ou mais objetivos” Membros de um grupo formam coalizões quando isto lhes parece oportuno, quando os resultados podem ser mais compensadores. – cooperação entre si.* *ALEXANDRE, Marcos. Breve descrição sobre processos grupais. Revista COMUM. V.07, n.19, ago-dez, 2000, p. 209-219. Normas “[...] padrões ou expectativas de comportamento partilhados pelos integrantes de um grupo [...]” Em grupos de pouca coesão pode haver dificuldade no estabelecimento de normas, devido à multiplicidade de interesses. Geralmente, quem não aceita as normas é isolado pelos demais participantes do grupo.* *ALEXANDRE, Marcos. Breve descrição sobre processos grupais. Revista COMUM. V.07, n.19, ago-dez, 2000, p. 209-219. Normas Normas de desempenho Dicas explícitas de quão arduamente devem trabalhar, que nível de rendimento devem ter, até que ponto a impontualidade é tolerada... Normas de aparência Códigos de vestimenta, regras sobre “como parecer ocupado”. Normas de conduta social Com quem almoçar, com quem fazer amizades... Status Status subjetivo: considera-se merecedor de certas gratificações no grupo; sensação de status subjetivo elevado. Status social: consenso do grupo sobre a importância de determinado membro para o funcionamento do mesmo, para o alcance de resultados. Se um indivíduo possui status subjetivo elevado e baixo status social, deverá sentir-se desconfortável no grupo, sendo provável ocorrer um desligamento. Papel social Papel prescrito Papel desempenhado Papel subjetivo Grupos de Treinamento William Schutz (1925-2002) Reconhecendo que algumas equipes trabalhavam muito bem enquanto noutras o desempenho estava comprometido, a Marinha dos EUA confiou a Will Schutz a missão de entender como os grupos poderiam trabalhar em conjunto e de forma mais eficaz Schutz Os sujeitos necessitam suprir três níveis de necessidades pessoais nos grupos: Inclusão – sentir-se considerado pelos outros, sensação de não ser substituível Controle – respeito pela competência e responsabilidade dos outros. Sentir-se respeitado, também, em contrapartida. Afeição – sentimentos mútuos ou recíprocos de amar e ser amado. Afeto De acordo com a maturidade social haverá variação de comportamentos. Os indivíduos dependentes tentam satisfazer suas necessidades de afeto através de relações privilegiadas, exclusivas e geralmente possessivas. Desejam relações hiperpessoais. Schutz – Fase de Inclusão Cada membro procura seu lugar no grupo Tenta entender que papel desempenhará Fase de estruturação de forma ativa e experimental Schutz – Fase de controle Encontrado o seu lugar, cada membro passa a interessar-se pelos procedimentos que levam às decisões. Fase de jogo de forças Competição por liderança Estabelecimento de normas Schutz – Fase de afeição Resolvidos os problemas de controle, os integrantes buscam integração emocional Surgem abertamente manifestações de hostilidade, ciúmes, apoio, afeto O clima emocional do grupo pode oscilar Dimensões fundamentais que representam o desenvolvimento de um grupo Comunicaçãoentre os membros do grupo se dá de forma livre, permitindo expressar necessidades, medos, ideias. O grupo e seus integrantes consegue olhar de forma objetiva para seu funcionamento e coletar informações. Compartilhamento de funções de liderança. Todos são responsáveis em desenvolver sensibilidade quanto à necessidade de outros membros. Dimensões fundamentais que representam o desenvolvimento de um grupo O grupo é coeso o suficiente para assimilar novas ideias, incorporar novos membros, aprender com experiências de fracasso. Persiste nos objetivos a longo prazo. Utiliza construtivamente conflitos internos. O grupo desenvolve uma habilidade de buscar informações e tomar decisões conjuntas em relação a seus problemas. Dimensões fundamentais que representam o desenvolvimento de um grupo O grupo desenvolve uma capacidade de detectar a fadiga grupal, a desmotivação, a tensão – e lida com isso. O grupo integra, de forma satisfatória, as ideologias e necessidades individuais, com ideologias e necessidades do grupo. Grupos maduros tem capacidade de criar novas funções e grupos apêndices ou, até mesmo, terminar suas existência. Grupo e respostas emocionais Dependência: Procura-se alguém (líder ou outro integrante) para proteção ou orientação. “Eu gostaria que o coordenador nos dissesse o que ele espera do grupo”. Luta: Pode-se atacar o que ou quem se percebe como responsável pelo estresse. “Não entendi para quê estamos fazendo isso”. Grupo e respostas emocionais Fuga: Pode-se sair ou deixar o grupo física ou psicologicamente e não lidar com o estresse nem fazer esforço para removê-lo. “fugas do tema, risos, comentários irrelevantes” União: Através de relações interpessoais mais íntimas, pode-se expressar livremente as ansiedades, descobrir como os outros se sentem e reduzir sensações de inadequação e estresse. “Progredimos muito em relação ao primeiro dia”.* * MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento interpessoal: treinamento em grupo. Rio de Janeiro: José Olympio, 2013. Papéis desempenhados nos grupos Bode Expiatório: É o membro que o grupo elege para descarregar suas dificuldades e deficiências. É uma espécie de “bobo da corte” culpado por todas as desgraças e acontecimentos inconvenientes que ocorrem no grupo. Ao culpar o outro o grupo, alivia suas próprias deficiências e tensões. Podem ocorrer situações, inclusive, que o grupo chega ao ponto de expulsar o membro. * *ZIMERMAN, D. E. Fundamentos básicos das grupoterapias. Porto Alegre: Artes Médicas 1993. Papéis desempenhados nos grupos Porta Voz: É o membro do grupo que levanta questões ou dúvidas que é do interesse comum, antecipa situações e desejos latentes dos demais participantes. Papéis desempenhados nos grupos Sabotador: É o participante que tem atitudes que buscam aliviar a tensão oportunizando ao grupo a fuga e o não enfrentamento das dificuldades, consequentemente, o grupo não alcança os objetivos propostos. É um obstáculo para a o cumprimento das tarefas. Papéis desempenhados nos grupos Líder: Surge entre os membros do grupo de forma espontânea e é seguido pelos demais membros. Essa postura de liderança caminha por dois vieses; a liderança positiva que motiva e constrói ou a liderança negativa em que prevalece o egoísmo e a desestruturação do grupo. image1.jpg image2.jpg image3.jpg image4.jpg image5.jpg image6.png