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POLITICA AGRÍCOLA INTRODUÇÃO Um conjunto de ações voltadas para o planejamento, o financiamento e o seguro da produção constitui a base da Política Agrícola. Por meio de estudos na área de gestão de risco, linhas de créditos, subvenções econômicas e levantamentos de dados, o apoio do estado acompanha todas as fases do ciclo produtivo. Art. 1º [...] § 2º Entende-se por Política Agrícola o conjunto de providências de amparo à propriedade da terra, que se destinem a orientar, no interesse da economia rural, as atividades agropecuárias, seja no sentido de garantir-lhes o pleno emprego, seja no de harmonizá-las com o processo de industrialização do país. Segundo Benedito Ferreira Marques, é discutível o emprego do adjetivo agrícola para qualificar a política ali definida, porquanto, ao que se sabe, o termo é costumeiramente empregado para adjetivar as atividades relacionadas com a produção de gêneros alimentícios de natureza vegetal. Teria sido melhor chama-la de POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO RURAL, como aliás, terminou fazendo a lei nº 4.504/64 em seu título III, onde foram definidas as providências preconizadas, as quais pertencem ao campo da economia rural e se destinam a todas as atividades agropecuárias e não somente aos misteres da produção agrícola. Não se deve confundir reforma agrária com política agrícola, na medida em que esta é a política que orienta, no interesse da economia rural, a atividade agropecuária, traçando planos, com a finalidade de harmonizá-la com o processo de industrialização do país e de melhorar a utilização da terra, implementando a produção, o aproveitamento da mão-de-obra rural e a colonização oficial e rural, atualizando a legislação e adaptando-a aos planos e programas de ação governamental, e ainda, elevando o nível de vida rural. A política agrícola pode ser entendida como ação própria do Poder Público que consiste na escolha de meios adequados para influir na estrutura e na atividade agrária, a fim de obter um ordenamento satisfatório da conduta das pessoas que delas participam ou a ela se vinculam, com o escopo de conseguir o desenvolvimento e o bem estar da comunidade Tal política deve ser planejada e executada na forma da lei, exigindo a participação efetiva do setor de produção, envolvendo simultaneamente produtores e trabalhadores rurais, bem como os setores de comercialização, de armazenamento e de transportes. Deverá levar em conta sobretudo: os instrumentos creditícios e fiscais; os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização; incentivo à pesquisa e à tecnologia; a assistência técnica e a extensão rural; o seguro agrícola; o cooperativismo; a eletrificação rural e a irrigação; e a habitação para o trabalhador rural. A Lei nº. 8.171/91, que dispõe sobre a política agrícola, regula que “entende-se por atividade agrícola a produção, o processamento e a comercialização dos produtos, subprodutos e derivados, serviços e insumos agrícolas, pecuários, pesqueiros e florestais”. Dispõe ainda o art. 8° que o planejamento agrícola será feito em consonância com o que dispõe o art. 174 da Constituição, de forma democrática e participativa, através de planos nacionais de desenvolvimento agrícola plurianuais, planos de safras e planos operativos anuais, observadas as definições constantes da referida lei. CRÉDITO RURAL O crédito rural é um financiamento destinado a produtores rurais e cooperativas ou associações de produtores rurais. Seu objetivo é estimular os investimentos e ajudar no custeio da produção e comercialização de produtos agropecuários. Para conseguir o crédito, o tomador deve ser idôneo, apresentar um projeto, plano ou orçamento que justifique o valor pedido são também beneficiárias do crédito rural empresas agropecuárias de pesquisa ou produção de mudas, sementes e de sêmem para inseminação artificial, de prestação de serviços mecanizados e inseminação artificial e outras companhias com finalidade comercial no ramo da pesca, aqüicultura, medição de lavouras e atividades florestais. 2.1 OBJETIVOS DO CRÉDITO RURAL Estimular os investimentos rurais efetuados pelos produtores ou por suas cooperativas; Favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a comercialização de produtos agropecuários; Fortalecer o setor rural; Incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de produção, visando ao aumento de produtividade, à melhoria do padrão de vida das populações rurais e à adequada utilização dos recursos naturais; Propiciar, pelo crédito fundiário, a aquisição e regularização de terras pelos pequenos produtores, posseiros e arrendatários e trabalhadores rurais; Desenvolver atividades florestais e pesqueiras; Estimular a geração de renda e o melhor uso da mão-de-obra na agricultura familiar. 2.2 AS ATIVIDADES QUE PODEM SER FINANCIADAS PELO CRÉDITO RURAL Custeio para cobrir as despesas normais dos ciclos produtivos; Investimento em bens ou serviços, cujo desfrute se estenda por vários períodos de produção; Comercialização para cobrir despesas próprias da fase posterior à coleta da produção ou para converter em espécie os títulos oriundos de sua venda ou entrega pelos produtos ou suas cooperativas. 2.3 CLASSIFICAÇÃO DO CUSTEIO Custeio agrícola; Custeio pecuário; Custeio de beneficiamento ou industrialização. 2.3.1 DESTINAR CRÉDITO CUSTEIO As despesas normais, tais como: Do ciclo produtivo de lavouras periódicas, da entressafra de lavouras permanentes ou da extração de produtos vegetais espontâneos ou cultivados, incluindo o beneficiamento primário da produção obtida e seu armazenamento no imóvel rural ou em cooperativa; De exploração pecuária; De beneficiamento ou industrialização de produtos agropecuários. 2.4 A UTILIZAÇÃO DO CRÉDITO RURAL Produtor rural (pessoa física ou jurídica); Cooperativa de produtores rurais; e Pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor rural, se dedique a uma das seguintes atividades: A) Pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas ou certificadas; B) Pesquisa ou produção de sêmen para inseminação artificial e embriões; C) Prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em imóveis rurais, inclusive para proteção do solo; D) Prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais; E) Medição de lavouras; F) Atividades florestais. 2.5 ASSITÊNCIA TÉCNICA Cabe ao produtor decidir sobre a contratação de serviços de assistência técnica, salvo quando considerados indispensáveis pelo financiador ou quando exigidos em regulamento de operações com recursos oficiais. 2.6 AS EXIGÊNCIAS PARA A CONCESSÁO DO CRÉDITO RURAL Idoneidade do tomador; Apresentação de orçamento, plano ou projeto, salvo em operações de desconto; Oportunidade, suficiência e adequação dos recursos; Observância de cronograma de utilização e de reembolso; Fiscalização pelo financiador; Liberação do crédito diretamente aos agricultores ou por intermédio de suas associações formais ou informais, ou organizações cooperativas; Observância das recomendações e restrições do zoneamento agroecológico e do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE). 2.6.1 APRESENTAÇÃO DAS GARANTIAS PARA A OBTENÇÃO DO FINANCIAMENTO A escolha das garantias é de livre convenção entre o financiado e o financiador, que devem ajustá-las de acordo com a natureza e o prazo do crédito, observada a legislação própria de cada tipo. Pode constituir-se de: Penhor agrícola, pecuário, mercantil, florestal ou cedular; Alienação fiduciária; Hipoteca comum ou cedular; Aval ou fiança; Seguro rural ou ao amparo do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro); Proteção de preço futuro da commodity agropecuária, inclusive por meio de penhor de direitos, contratual ou cedular; Outras que o Conselho Monetário Nacional admitir. 2.7 DESPESAS SUJEITAS AO CRÉDITO RURAL Remuneração financeira; Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários(iof); Custo de prestação de serviços; As previstas no programa de garantia da atividade agropecuária (proagro); Prêmio de seguro rural, observadas as normas divulgadas pelo conselho nacional de seguros privados; Sanções pecuniárias; Prêmios em contratos de opção de venda, do mesmo produto agropecuário objeto do financiamento de custeio ou comercialização, em bolsas de mercadorias e futuros nacionais, e taxas e emolumentos referentes a essas operações de contratos de opção. Nenhuma outra despesa pode ser exigida do mutuário, salvo o exato valor de gastos efetuados à sua conta pela instituição financeira ou decorrentes de expressas disposições legais. 2.8 CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS DO CRÉDITO RURAL Controlados: A) Os recursos obrigatórios (decorrentes da exigibilidade de depósito à vista); B) Os das Operações Oficiais de Crédito sob supervisão do Ministério da Fazenda; C) Os de qualquer fonte destinados ao crédito rural na forma da regulação aplicável, quando sujeitos à subvenção da União, sob a forma de equalização de encargos financeiros, inclusive os recursos administrados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); D) Os oriundos da poupança rural, quando aplicados segundo as condições definidas para os recursos obrigatórios; E) Os dos fundos constitucionais de financiamento regional; F) Os do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Não controlados: todos os demais. 2.9 OS LIMITES DE FINANCIAMENTO O limite de crédito de custeio rural, por beneficiário, em cada safra e em todo o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), é de R$1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais), devendo ser considerados, na apuração desse limite, os créditos de custeio tomados com recursos controlados, exceto aqueles tomados no âmbito dos fundos constitucionais de financiamento regional. O limite de crédito para investimento rural com recursos obrigatórios, por beneficiário, por ano agrícola, em todo o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), é de R$385.000,00 (trezentos e oitenta e cinco mil reais) independentemente dos créditos obtidos para outras finalidades. 2.9.1 AS TAXAS DE JUROS A) Recursos controlados, exceto quanto aos dos Fundos Constitucionais: I - Obrigatórios: taxa efetiva de juros de 8,75% a.a. (oito inteiros e setenta e cinco centésimos por cento ao ano) para as operações contratadas a partir de 1º/7/2015, permitida a sua redução, a critério da instituição financeira, em financiamentos de custeio rural a produtores e suas cooperativas de produção agropecuária em que o tomador dispuser de mecanismo de proteção de preço ou de seguro da produção esperada ou ao amparo do Proagro; II - Das Operações Oficiais de Crédito: a serem divulgadas quando da instituição da respectiva linha de crédito; III - Nas operações subvencionadas pela União, sob a forma de equalização de encargos financeiros: de acordo com o que for definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN); IV - Créditos de comercialização: taxa efetiva de juros de 10,5% a.a. (dez inteiros e cinco décimos por cento ao ano) para as operações de Financiamento para Garantia de Preços ao Produtor (FGPP), e de 8,75% a.a. (oito inteiros e setenta e cinco centésimos por cento ao ano) para as demais operações de comercialização; B) Recursos não controlados: livremente pactuadas entre as partes, observando-se que no caso de recursos da poupança rural, deve-se tomar por base: I - A remuneração básica aplicável aos depósitos de poupança com data de aniversário no dia da assinatura do respectivo contrato, acrescida de taxa efetiva de juros; ou II - Taxa efetiva de juros prefixada. 2.10 COMO É LIBERADO O CRÉDITO RURAL De uma só vez ou em parcelas, por caixa ou em conta de depósitos, de acordo com as necessidades do empreendimento, devendo sua utilização obedecer a cronograma de aquisições e serviços. 2.11 COMO É PAGO O CRÉDITO RURAL De uma vez só ou em parcelas, segundo os ciclos das explorações financiadas. O prazo e o cronograma de reembolso devem ser estabelecidos em função da capacidade de pagamento, de maneira que os vencimentos coincidam com as épocas normais de obtenção dos rendimentos da atividade assistida. 2.12 A FISCALIZAÇÃO DO CRÉDITO RURAL Deve ser efetuada nos seguintes momentos: Crédito de custeio agrícola: antes da época prevista para colheita; Empréstimo do Governo Federal (EGF): no curso da operação; Crédito de custeio pecuário: pelo menos uma vez no curso da operação, em época que seja possível verificar sua correta aplicação; Crédito de investimento para construções, reformas ou ampliações de benfeitorias: até a conclusão do cronograma de execução, previsto no projeto; Demais financiamentos: até 60 (sessenta) dias após cada utilização, para comprovar a realização das obras, serviços ou aquisições. Cabe ao fiscal verificar a correta aplicação dos recursos orçamentários, o desenvolvimento das atividades financiadas e a situação das garantias, se houver. 2.13 A FORMALIZAÇÃO DO CRÉDITO RURAL De acordo com o Decreto-Lei nº 167, de 14.02.1967, e da Lei nº 10.931, de 02.08.2004, a formalização do crédito rural pode ser realizada por meio dos seguintes títulos: Cédula Rural Pignoratícia (CRP); Cédula Rural Hipotecária (CRH); Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária (CRPH); Nota de Crédito Rural (NCR). Cédula de Crédito Rural Bancário (CCB). Faculta-se a formalização do crédito rural por meio de contrato, no caso de peculiaridades insuscetíveis de adequação aos títulos acima mencionados. 2.13.1 NOTA PROMISSÓRIA RURAL Título de crédito, utilizado nas vendas a prazo de bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril, quando efetuadas diretamente por produtores rurais ou por suas cooperativas; nos recebimentos, pelas cooperativas, de produtos da mesma natureza entregues pelos seus cooperados, e nas entregas de bens de produção ou de consumo, feitas pelas cooperativas aos seus associados. O devedor é, geralmente, pessoa física. 2.13.2 DUPLICATA RURAL Nas vendas a prazo de quaisquer bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril, quando efetuadas diretamente por produtores rurais ou por suas cooperativas, poderá ser utilizada também, como título do crédito, a duplicata rural. Emitida a duplicata rural pelo vendedor, este ficará obrigado a entregá-la ou a remetê-la ao comprador, que a devolverá depois de assiná-la. O devedor é, geralmente, pessoa jurídica. 2.13.3 ULTILIZAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO RURAL Com garantia real: Penhor: Cédula Rural Pignoratícia; Hipoteca: Cédula Rural Hipotecária; Penhor e hipoteca: Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária. Com ou sem garantia real ou fidejussória: Cédula de Crédito Bancário e contrato. Sem garantia real: Nota de Crédito Rural. Apesar de a cédula rural valer entre as partes desde a emissão, ela só adquire eficácia contra terceiros depois de registrada no Cartório de Registro de Imóveis competente. 2.14 JUROS E ENCARGOS Dependem das fonte de recursos que darão suporte ao financiamento. Para recursos controlados, relativos a aplicações obrigatórias dos bancos ao amparo da exigibilidade dos depósitos à vista, os juros estão fixados à taxa efetiva de juros de 6,75 % ao ano, de modo geral, sendo que se concedidos no âmbito do Pronaf podem variar de 1,0 % a 5,5% ao ano. Nas operações de crédito rural a alíquota de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é zero. 2.15 GARANTIAS Podem ser acertadas entre o financiado e o financiador, de acordo com a natureza e o prazo do crédito. As garantias podem ser o penhor (agrícola, pecuário ou mercantil); a alienação fiduciária; a hipoteca comum ou cedular; o aval ou fiança e outras que o Conselho Monetário Nacional (CMN) permitir. SEGURO AGRÍCOLA O seguro agrícola é o resultado de conjunto de medidas elencadas no art. 73 da lei 4504/64, art. 187, V da Constituição Federal, art. 4, XIII da lei 8.171/91, sendo este considerado um dos instrumentos mais importantes de política agrícola. CONCEITO E FORMAÇÃO HISTÓRICA É um negócio jurídico celebrado entreo mutuário e o Banco Central do Brasil mediante cláusula de adesão inserida na cédula de credito rural. Não necessitando ser formalizada por apólice. O seguro agrícola foi previsto inicialmente no Estatuto da Terra tendo em seguido um tratamento tímido pelo decreto lei n° 73 que dispôs sobre a criação de um fundo chamado “Fundo de Estabilidade das Operações Financeiras”, o qual era destinado a cobertura suplementar de riscos e catástrofes. O mesmo decreto dispunha sobre financiamentos e obrigava as instituições financeiras integrantes do Sistema Nacional De Credito Rural, fizessem a inclusão da verba necessária ao pagamento de prêmios. Todavia a instituição efetiva dessa modalidade de seguro se deu pela lei 5.969/73, sob o nome de Programa de Garantia de Atividade de Agropecuária- PROAGRO. Sua finalidade era exonerar o produtor rural de obrigações financeiras reativas a operações de credito cuja liquidação fosse dificultada pela ocorrência de fenômenos naturais, pragas, e doenças que atingissem bens, rebanhos e plantações. REGULAMENTAÇÃO DO PROAGRO A regulamentação do PROAGRO vem sendo elaborada pelo Conselho Monetário Nacional. O Banco Central é o administrador do programa e é também o órgão executor das resoluções emanadas pelo CNM. Presentemente as principais normas que regulam a matéria são: Lei 5969/73 (instituiu o PROAGRO) Lei 8.171/91 (lei de política agraria) Decreto n°175 Resolução n° 1855 De acordo com estas normas, são objetivos do PROAGRO: Exonerar o produtor rural das obrigações por causa de sinistros Indenizar recursos próprios utilizados pelo produtor rural em custeio rural, em razão dos sinistros. RECURSOS QUE SUSTENTAM O PROGRAMA O adicional é uma das fontes de recurso do programa, que corresponde ao prêmio pago pelos segurados nos contratos de seguro comum, como também é recursos que venha a ser alocados ao programa, e a dotação prevista no orçamento da União que so poderá ser acionada em situações de adversidades climáticas generalizadas em que a disponibilidade do programa não seja suficiente para cobrir os prejuízos. DOS BENEFICIÁRIOS Só podem ser beneficiários do PROAGRO os produtores rurais e suas cooperativas, que assumem as seguintes obrigações: Utilizar tecnologia capaz de assegurar a obtenção dos rendimentos programados. Entregar ao agente (antes do sinistro) croqui ou mapa de localização de todas as áreas plantadas com a mesma cultura. Entregar ao agente os comprovantes dos insumos utilizados na atividade. Exigir que o técnico ou encarregado de prestar a assistência técnica em nível de imóvel mantenha permanente acompanhamento da atividade, emitindo laudos que permitam ao agente conhecer a sua evolução. Entregar os laudos ao agente e observar as demais normas do programa de credito rural. Apesar das atribuições conferidas ao Banco Central, as instituições financeiras que enquadrarem no programa as operações por elas realizadas terão a responsabilidade pela comprovação dos prejuízos. Há que se ter em linha de consideração, ainda a proposito desse tema, que o Banco Central pode impugnar o pagamento de cobertura decorrente de decisão manifestamente ilegal ou contraria ao regulamento do programa, respondendo o agente (instituição financeira) pelas despesas pagas indevidamente, além de ser responsável pela devolução dos valores pagos sujeitando-se a uma sanção pecuniária. 3.5 CASOS DE COBERTURA Fenômenos naturais fortuitos e suas consequências diretas e indiretas. Como também, doença ou praga sem método difundido de combate, controle ou profilaxia técnica e economicamente exequível, segundo expressa manifestação da assistência técnica ou do assessoramento técnico. COOPERATIVISMO O artigo 187 da Constituição Federal da República de 1988 inseriu o Cooperativismo como um dos instrumentos de política agrícola, a partir disso Pinto Ferreira comenta nos seguintes termos: “O texto Constitucional vigente procura estimular o cooperativismos e outras formas de associação, tendo em vista entendê-los como fatores reais, aceleradores e multiplicadores do desenvolvimento, valorizando o homem e aumentando a produtividade econômica”. Além da Lei Maior, a “Lei Agrícola” nº 8.171/91 em seu artigo 4º considera o Cooperativismo como sendo um dos meios e instrumentos de Política Agrícola. No texto Constitucional vigente foram embutidas algumas regras de proteção ao cooperativismo, que são: I. Afastar a ingerência do Poder Público em sua constituição e funcionamento (art. 5º, inc. XVII); II. Apoiar e estimular o cooperativismo e outras formas de associativismo (art. 174, § 2º) e III. Prestigiar as cooperativas criadas para a atividade garimpeira (art. 174, §§ 3º e 4º). O Estatuto da Terra disciplinou a matéria em apenas dois artigos, 79 direcionado apenas para a Cooperativa Integral de Reforma Agrária (CIRA) e o 80 que tem apenas um conteúdo programático, incumbindo o órgão encarregado de promover as atividades previstas no Estatuto da Terra. Sobre as cooperativas alguns aspectos positivos da atual legislação foram apontadas pelo agrarista Octávio Mello Alvarenga, a saber: Sistema operacional: A preocupação com os detalhes, conceito, distribuição de despesas, prejuízos e relações das cooperativas com o sistema trabalhista; Representação do sistema Cooperativista: Representação cooperativista ordenada, conceituando-se o órgão de representação, características, fiações, forma de representação e participação. Estímulo creditício: Fixadas normas de interesse das cooperativas em face a posição do Banco Nacional de crédito cooperativo. A lei nº 5.764/71 em seu artigo 4º conceitua as cooperativas como sendo sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas a falência, constituídas para prestar serviços aos associados, distinguindo-se das demais sociedades. No artigo 3º da mesma lei, o legislador deu um caráter contratual a sociedade cooperativista, embora assinalando não ter objetivo de lucro, mas de proveito comum dos associados. Quanto a Classificação das cooperativas, se dá das seguintes formas: Singulares: constituídas com, no mínimo, 20 associados; Centrais: Constituídas com, no mínimo, três singulares e Confederações de Cooperativas: Constituídas, pelo menos, de três federações de cooperativas ou cooperativas centrais, da mesma ou de diferentes modalidades.