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O Reino Egípcio: História Política e Social

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Aula 6: O Reino Egípcio - Um Pouco de História Política 
 
Ao final desta aula, o aluno será capaz de: 
 
1. Identificar de maneira clara as funções sociais e políticas do espaço egípcio, 
partindo do gancho em especial do chamado novo Reino;
 
2. reconhecer as dificuldades em estudar este período;
 
3. identificar as transformações sofridas pelo faraó ao longo da história egípcia antiga, 
como forma de continuar aprendendo e revisar questões que já foram apresentadas;
 
4. reconhecer as disputas do Novo Império, as histórias de Tutmés, Akenaton e 
Ramsés; 
5. reconhecer o Egito Tardio, e sua relação com o mundo ocidental, leia-se gregos e 
romanos. 
 
O diálogo entre magia, os mitos e a organização política não é um caminho fácil, mas é algo 
absolutamente necessário. 
Neste sentido, antes de mergulharmos nas relações políticas, buscamos as explicações de 
Christian Jacq sobre a magia e sua relação com os faraós no mundo antigo. Abaixo, 
colocamos parte do texto: "O mundo mágico do Antigo Egito, Bertrand Brasil”, 2001, escrito 
por Christin Jacq. 
Um dos modelos recorrentes na busca de uma organização dos espaços sociais é a co-regência 
como forma de sucessão. 
A escolha do faraó é uma questão política e que envolve uma série de poderes egípcios, tanto 
os nomarcas, mas principalmente os sacerdotes. 
Devemos sinalizar que a morte de um faraó não é necessariamente a busca imediata de um 
sucessor, existem disputas recorrentes que são delineadas nos textos dos sarcófagos e nas 
sucessões dinásticas. 
Esta prática apresenta dois fatores importantes de serem observados, uma vez que pode 
significar a sucessão familiar garantida, mas também de maneira constante encontramos a 
divisão do trono do faraó como um acordo, uma aliança entre diferentes casas evitando 
disputas internas. 
Esta prática era bem vista, porque a função do faraó, em especial no antigo e no médio 
Império, era o equilíbrio da sociedade. Aquele que conseguisse passar uma sociedade de 
forma pacífica é considerado um sucessor legítimo de hórus e teria seu nome marcado para a 
posteridade. 
Os nomos, as regiões de domínio ao longo do Nilo, não desaparecem em momento nenhum, 
nem tampouco estabelecem um exército em que deixe suas fronteiras claramente definidas, 
tanto que o Egito fica suscetível a constantes invasões. 
 
As disputas pela sucessão, muitas vezes, revelam a disputa constante destas forças. 
 
Quando falamos em burocracia no Egito antigo, fala-se no faraó, mas para além da liderança 
algumas figuras são fundamentais: 
Vizir: O termo quer dizer arquiteto. Ele é aquele que toma as decisões administrativas. É ele 
que cuida do comércio, que controla os escravos, que garante a corveia e estrutura as grandes 
construções. 
Sacerdotes: não há só um templo ou um deus no Egito, como já vimos na última aula, a 
representação dos sacerdotes de Amon tendem a ter a hegemonia na escolha do faraó, no 
entanto, todos os demais templos são figuras importantes. 
Um momento emblemático da força desta figura ocorre durante o Novo Império, para ser 
mais específico, no momento em que o faraó abandona o templo de Amón e busca apoio em 
Aton como deus principal, alguns defendem que único, dos egípcios. 
Devemos sublinhar que a escolha de Amon como o principal Deus egípcio é um indicativo 
político importante, uma vez que o culto a Amon e seus principais templos estão localizados 
na parte norte do Egito, e é esta estrutura aristocrática a principal base de apoio da 
unificação das duas coroas, da existência de um Egito faraônico. 
Ciro Flamarion Cardoso em um artigo sobre os núbios no livro Impérios na História sublinha 
que a dominação destes grupos em muitas posições do sul do Egito é um indicativo 
importante de uma resistência da região ao domínio faraônico. 
Neste prisma, devemos ter em conta que as sucessões dinásticas que observamos nas 
cronologias egípcias são mais do que a organização política, mas sim o entendimento que 
grupos entram em disputas em que estarão em jogo forças políticas e militares e o novo 
grupo que assume o poder muda os elementos, transforma a aristocracia local. 
Os poderes subsequentes, chamados de tardios, na prática são de um novo Egito. De um 
Egito que estará cada vez mais ligado ao Mediterrâneo, as dominações gregas e em especial 
romanas, uma vez que este será uma das áreas de celeiro de Roma, pelo potencial da 
agricultura já implementada anteriormente. 
Entre o fim do Novo Império e o século XX, o Egito jamais conseguiu se constituir 
novamente como um governo autônomo, foi dominado por Romanos, Bizantinos, 
Muçulmanos, Turcos, Ingleses, sendo autônomo somente no último século. 
Culpa do passado, não mesmo, pois cada momento histórico é singular, tem continuidades e 
rupturas, relações que datam de períodos muito longos, mas também elementos presentes no 
cotidiano destas sociedades. O desafio de estudar o Egito é fazê-lo sem se apaixonar. 
Pensando no Antigo Império, notamos que a constante mudança de cidades como cede do 
poder central, demonstram o fenômeno que tratamos a pouco, com a figura do Faraó sendo 
fruto das disputas dos poderes locais, e ao mesmo tempo símbolo de uma união que garantia 
a existência do Egito como um reino. 
I Período Intermediário: Período em que as disputas políticas se sobrepõem a uma 
centralização e os nomos marcam o domínio da região. 
O Médio Império é considerado frágil politicamente, tão frágil que ele sobre uma série de 
invasão no território egípcio, a mais crítica foi a dos hicsos, que assumiram a posição de 
faraós. A História contada pelos registros egípcios não reconhecem nenhum faraó sobre esse 
período. 
O II Período Intermediário é considerado obscuro pela história, uma vez que muitos dos seus 
registros foram destruídos pelos egípcios do Novo Império. Os relatos do Novo Império, 
sucessor deste momento, constroem a ideia de um momento de barbárie. 
O Novo Império é um período em que de certa forma o Faraó é reinventado. Frentes locais 
obtém uma vitória político-militar que estabelece a figura de um faraó guerreiro. Vamos 
falar mais disso. 
Enfim, os hicsos entram no Egito, justamente, pela dificuldade de associação militar egípcio 
tomam o poder e, ao se nomearem, governadores do Egito, mais que isso os egípcios adotam 
a leitura do faraó. 
O novo Império é o momento que grupos egípcios conseguem por uma série de revoltas 
reorganizar a ideia de um governo egípcio, em especial através da liderança militar de 
Amhoses. Esta formação transforma definitivamente a figura do faraó, que passa a ser um 
comandante militar, sem perder seus aspectos de equilíbrio e de divindade. 
É um triunfalismo a vitória militar que vai buscar a tradição egípcia, é a história servindo 
com afirmação da identidade egípcia contra as populações locais. Daí notarmos como 
aumentam as quantidades de documentos no Novo Império. 
Muitos defendem a ideia de que a presença hebraica no Egito se deu durante a ocupação dos 
hicsos. 
Pela tradição egípcia, a história representa o próprio conhecimento do ser egípcio, a história 
representa o poder. Com isso, entendemos porque todo o período Hicso desaparece da 
história, ele foi claramente apagado, destruído como uma negação da dominação 
"estrangeira”. 
O Novo Império vem com toda uma necessidade de afirmar, de forma forte, o poder. A 
figura do faraó é mítica e equivale ao poder, mas não vale se não for consolidada. 
Tutmés III foi um consolidador, mas para garantir o apoio dos nomos, utiliza o prestígio da 
"rainha" Hatshepsut. Ela é um traço da aliança entre dos nomos, em torno do casamento e, 
uma vez morto o marido, ela permanece "colada" ao poder. 
Desta forma, Tutmés continua à frente dopoder e faz com que a rainha morra. O túmulo 
dela que, no início, garantia aquela aliança, foi raspado, apagando-se todas as inscrições sobre 
ela. Isso ocorre quando Tutmés tem uma vitória militar e não precisa mais daquela aliança. 
O faraó, apesar do poder consolidando, não se torna o elemento único no poder, é um líder 
militar e representa uma união recente. Uma das grandes marcas dessa dificuldade está no 
governo de Amenhotep IV. 
Amenhotep IV, ao assumir o poder, inicia uma reforma religiosa. O panteão egípcio é um 
conjunto de vários deuses representantes dos nomos. É uma associação entre muitos 
elementos religiosos em que não se quer, necessariamente, criar uma unidade. A ideia é fazer 
com que o faraó conviva, de maneira constante, com esses diversos grupos. Pode-se ter um 
deus com várias representações ou um símbolo com várias leituras. 
Esse envolvimento nos faz entender porque no Novo Reino ou Novo Império, quando se 
precisa de uma consolidação, precisa-se afirmar o poder, tem-se um faraó que vai negar a 
necessidade do conflito que representava o Panteão, expulsando todos os deuses, por decreto, 
honrando apenas um deus Athon. 
Ele se denomina o sacerdote de Athon, ele junta assim dois poderes, o do sacerdote e o do 
faraó. 
No primeiro momento, Amenhotep IV assume o nome de Akhenaton. Seu movimento, ao 
que os documentos indicam, é vitorioso, tanto que seu filho será seu sucessor. Tutankaton 
torna-se faraó ainda jovem, após a morte do pai, mesmo com a contestação torno do faraó. 
Este sistema, no entanto, é complexo para ser mantido, e após uma série de disputas, uma 
nova aliança é firmada: Tuatankaton torna-se Tutancamon, e retoma a valorização de Amon. 
A volta de Amon e, ele associa a figura do Rá a Amon, Amon-rá. Essa representação está 
buscando uma ampliação da base política, além do aspecto religioso. 
Sobre Amon-ra 
 
Amon: Rei dos deuses, ele é o senhor dos templos de Luxor e Carnac. Tem por esposa Mut e 
por filho Khonsu. Sua personalidade formou-se por volta de 2000 a.C. e traz algumas funções 
de Rá: sob o nome de Amon-Rá, ele é o sol que dá vida ao país. 
À época de Ramsés III, Amon tornou-se um monárquico, mesmo título que Ptah e Rá. 
Frequentemente representado como um homem vestido com a túnica real e usando na 
cabeça duas altas plumas do lado direito, ele se manifesta, igualmente, sob a forma de um 
carneiro e, mais raramente, de um ganso. 
O nome do faraó é uma escolha política, o faraó muda de nome ao assumir o poder. O nome 
mais famoso do Novo Império é sem dúvida Ramses, os sucessores buscarão o seu prestígio e 
a recorrência será perceptível. Ramsés II é aquele que vai disputar mais batalhas em torno do 
governo egípcio. 
Ramsés II é famoso por ter comandado os egípcios na batalha de Kadesh e ser provavelmente 
um dos protagonistas do Êxodo. 
Ainda sobre o Novo Império, devemos falar um pouco do terceiro faraó da Décima Nona 
dinastia, Ramsés II. 
Ele era filho do faraó Seti I e da rainha Touya. Sua família era de origem nobre, seu avó já 
tinha sido general das dinastias que fundam o Novo Império. Filho de Ramsés I, forma uma 
dinastia de conteúdo fortemente militar, delimitando as fronteiras do Egito. 
Seguindo a cronologia de Christian Jacq, o último faraó egípcio foi Nectanebo II. Passaram-
se cerca de oitocentos anos entre o final do reinado de Ramsés III e o início do de Nectanebo 
II. 
O Egito atravessou a decadência ramessida. 
De 1153 a 1070 a.C., oito reis usarão o ilustre nome de Ramsés, mas nenhum deles 
conseguirá devolver o poder dinástico do momento da formação do Novo Império. 
De 1070 a 715 a.C. decorre o Terceiro Período Intermediário. Em 715 a.C., tem início a 
Baixa Época, que terminará em 332 a.C com a conquista de Alexandre. 
Apesar de alguns sobressaltos, o Egito não voltará a conhecer seu antigo poder. O poder dos 
egípcios some completamente? Não. 
As disputas entre norte e sul, base do governo faraônico permanecerá existindo. 
Chama atenção que a economia passa por períodos difíceis. 
 
A religião transforma-se, pois as linhas populares diferenciam-se cada vez mais dos círculos 
iniciáticos, e isto gera uma dispersão de seus elementos, fora uma constante influência de 
práticas estrangeiras. 
Estas invasões acabarão por fazer daquela região um espaço mítico importante, mas 
constantemente conquistado. Até mesmo os soberanos estrangeiros que reinam nas Duas 
Terras terão de ser coroados faraós e passar pelos rituais ancestrais. 
O faraó é a alma do Egito. 
Construir esta história deste período conturbado é difícil. Atualmente, inúmeros egiptólogos 
interessam-se por ela e todos os anos há progressos no conhecimento das dinastias do final 
do Egito. 
Quando Nectanebo II sobe ao trono em 360 a.C, ele tem de confrontar-se com uma situação 
difícil, quando o rei anterior, Teos, fugira do Egito após uma pesada derrota infligida pelos 
persas, Nectanebo era soldado da Síria. 
Regressou precipitadamente a seu país, onde a guerra civil ameaçava eclodir. 
Jacq sublinha que Teos tornara-se muito impopular devido aos impostos suplementares 
lançados para equipar as tropas. Nactaneo conteve a revolta, fez-se reconhecer como chefe 
pelos notáveis locais e tornou-se faraó. 
Há anos que o Egito se apoiava na sua aliança com os gregos para salvaguardar um mínimo 
de independência, a ocupação persa (525 - 404 a.C) deixou vestígios em todas as memórias. 
A trigésima e última dinastia, iniciada em 380 AC, assistiu a mudança de faraós em relação 
aos gregos. 
Conhece, porém, um clima de paz e possui uma economia relativamente estável, que lhe 
permite pôr em prática um grande programa de construções. 
A figura do Reino vivo vai ser recuperada, muitas vezes, mesmo após estar inteiramente 
perdida. 
Os persas, no século VI, dominam o Egito, e o rei se autodenomina faraó. Quando Alexandre 
conquista o Egito, Ptolomeu assume o comando político-militar. 
Estabelece uma grandiosa cerimônia para ele Ptolomeu ser eleito faraó, com uma pequena 
alteração, une as três coroas. Por fim, marca o casamento com a principal representante do 
mundo local. 
Como síntese sobre o Egito, podemos compreender que para muito além de um espaço 
especial, marcado pelo ponto mais alto alcançado pelo homem, buscamos entender a sua 
organização. 
Notamos que de conjuntos de "tribos" estabelecidas ao longo do curso do Nilo, vemos a 
constituição de uma sofisticação política que permite, a cerca de 3.000a.C, a formação de um 
sistema político complexo, que representava na prática uma associação sociopolítica de 
diversos grupos e a imposição de um grupo (baixo Nilo) sobre o outro (alto Nilo), sem retirar 
a ideia de uma aceitação política, uma coroa que se unifica. 
Notamos que temos um longo período histórico e, apesar de Cleópatra se afirmar a portadora 
da coroa de Menés, de Djoser do Escorpião rei, na prática é uma estrutura impensável. 
Cleópatra é uma das personalidades mais célebres da Antiguidade. No século I a.C., as duas 
Terras subsistem num mundo mediterrânico dominado por Roma. 
Desde a vitória de Alexandre, o Delta do Nilo passa por um intenso processo de helenização, 
ao passo que o sul mergulha de forma cada vez mais intensa nas relações de poder africanas. 
O duplo país definitivamente deixa de existir. 
Segundo Jacq no seu Egito dos Grandes Faraós, quando Cleópatra nasce, no ano de 69 a.C., o 
império dos ptolomeus já pertence ao passado. 
O governo de seu país é uma representação local do governo romano. Cleópatra divide o 
trono com seu irmão, de nome Ptolomeu XIV, de treze anos de idade. 
Seu nome estará envolvido nas maiores batalhas do principado romano, e por muitos ela é 
considerada o último faraó do Egito. 
Repensandoesta figura, precisamos entender que o Faraó se tornou um símbolo de poder 
poderoso, tanto que vai ser recuperado continuamente ao longo da história egípcia, mesmo 
por grupos que têm uma certa distância cultural da região, vide os caos citados de Cambises 
entre os persas e Ptolomeu entre os Macedônios. 
O Antigo Império é o nascedouro desta fusão, seus representantes buscaram marcar essa 
grandiosidade estruturando em torno do panteão egípcio uma relação poderosa entre vida, 
morte, história e religião. 
A perpetuação, a eternidade era o que marcava as grandes figuras. 
Não temos dados arqueológicos claros sobre a vida cotidiana egípcia, mas ninguém neste 
planeta que se pergunte sobre o Egito deixará de reconhecer os monumentos para 
posteridade construídos por seus faraós e vizires. 
O corpo passou a receber esta marca, não era uma questão somente de alma, era uma questão 
viva, densa e intensa. 
O faraó era tão especial que seu corpo viveria para sempre, essa era a busca da mumificação. 
Para além do símbolo, as disputas políticas não deixam de afetá-los. Por mais que os 
calendários egípcios pulem o que a historiografia chama de período intermediário, marcando 
a continuidade do governo do último faraó, na prática, o que encontramos é uma constante 
busca em indicar que o poderio mítico não era tão poderoso quanto o político. 
 
Os faraós eram assassinados, substituídos. Durante todo o médio Império, perderam força, 
tornaram-se símbolos escondidos, longe dos traços que conseguimos notar da organização 
política. 
E aí vem uma questão interessante, depois de uma série de invasões estrangeiras, os 
primeiros faraós são reabilitados pelos faraós do Novo Império. 
É de lá que são reescritas as listas de reis, são os faraós militares que buscam marcar suas 
fronteiras, impor sua cultura, seu poderio militar que de forma mais clara nos contam sobre 
o passado. 
A criação do Vale dos Reis é uma prova desta questão, a busca era de mostrar o quão 
grandiosos eram por descenderem, sem o sentido moderno de descendência. 
Nessa aula você: 
 Compreendeu a vulnerabilidade egípcia às invasões, aos problemas internos iniciados no final 
do Antigo Império; 
 aprendeu sobre a tentativa de substituição do politeísmo pelo monoteísmo como uma 
estratégia mal sucedida de consolidação do poder; 
 estudou a expansão macedônica com o início de uma dinastia helênica (branca) em solo 
egípcio; 
 viu em que medida a transformação do Egito em um protetorado romano influenciou em sua 
autonomia política

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