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Liberdade Provisória - art 121 - Jose Vicente Barbosa

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA VARA DO TRIBUNAL DO JURI DA COMARCA DE PETROLINA –PERNAMBUCO
‘’RÉU PRESO’’
Ref.: Processo nº 0002382-98.2015.8.17.1130
JOSÉ VICENTE BARBOSA, já devidamente qualificado nos autos da Ação Penal em referência, vem, por intermédio de seus Advogados, que esta subscrevem, com o devido acatamento, perante este Douto Juízo, requerer a presente LIBERDADE PROVISÓRIA em seu favor, em conformidade com o estabelecido no art. 5º, inciso LXVI e LXVII da Constituição Federal, bem como o art. 321 c/c art, 319 do Código de Processo Penal e com fundamento nas razões de ordem fática e jurídica adiante articuladas.
DOS FATOS
Conforme consta do caderno processual da Ação Penal em referência, com substratos do inquérito policial nº 08.026.0214.00162/2015.1.1, houve o óbito da vítima JOSÉ VANILTON DA SILVA vítima de disparo de arma de fogo na data de 17 de fevereiro do corrente ano.
Após ouvida de testemunhas, houve o indiciamento dos réus JOSEMAR DA SILVA CERQUEIRA e do ora requerente Sr. JOSÉ VICENTE BARBOSA, sendo uma terceira pessoa, de alcunha ‘’BERG’’ não inclusa no polo passivo, embora haja notícia nos autos ( folha 164 do caderno processual). 
Segundo informações colhidas em sede de inquérito policial, a vítima exercia atividade econômica no em loteamentos nesta Urbe, caracterizada pela aquisição e construção de casas para venda e aluguel.
Nesse contexto, colhe-se dos autos que a vítima possuía terreno por trás do Anira Caminhões, no Loteamento Esmeralda, sito na Avenida Transnordestina, onde seu irmão JOSÉ ULTON trabalhava como pedreiro junto com outro conhecido como MARADONA.
Segundo depoimentos colhidos em sede de Delegacia de Polícia, a vítima havia discutido com o réu conhecido como ‘’BOLSA REDONDA’’ (nome: JOSEMAR) por conta dos terrenos, havendo, inclusive, troca de empurrões e ameaças de morte entre os dois.
Conforme o ora requente registrou em seu depoimento, a semelhança das outras pessoas ouvidas no inquérito policial, houve de fato uma discussão áspera entre o réu ‘’BOLSA REDONDA’’ e a vítima, resultando, momentos depois, na morte em tela.
O requerente em sede de depoimentos, esclareceu que observou a discussão e solicitou a saída da vítima e do outro réu do local, agindo como presidente da Associação de Moradores do Local, não mais participando em momento posterior de encontros com tais pessoas, tampouco, não estando presente no momento do suposto crime.
Apesar da existência de fortes indícios de que o ora requerente não tenha participado de nenhuma forma do crime ora investigado, optou o Órgão do Ministério Público do Estado de Pernambuco por pugnar pela prisão preventiva do mesmo, utilizando como fundamento da preservação da ordem pública, presumindo-se a periculosidade do réu/requerente.
Tal manifestação foi seguida por este Douto Juízo, havendo o decreto de prisão preventiva registrando que o réu detém periculosidade, buscando resguardar a garantia da ordem pública, ao passo que registra a existência do fumus comissi delicti.
Por entender que este Douto Juízo não procedeu com o tradicional e comum acerto em suas decisões, busca-se a liberdade provisória cumulada ou não, com medidas cautelares diversas da prisão pelo presente requerimento de Liberdade Provisória.
DA ASUÊNCIA DO FUMUS COMISSI DELICTI QUANTO A AUTORIA DO CRIME EM RELAÇÃO AO REQUERENTE DESTA
	Em sede de decisão em que decretou a prisão preventiva do Réu JOSE VICENTE BARBOSA, este Douto Juízo apontou a presença do fumus comissi delicti , quanto ao elemento autoria, utilizando-se para tanto as declarações das testemunhas da páginas 73/75, 77, 79/80 e 105/106.
	Contendo-se, de inicio, a analise das declarações em destaque, vislumbra-se que não existem indícios suficientes de autoria em desfavor do réu JOSÉ VICENTE BARBOSA.
	Ainda que não seja a via própria a adentrar o mérito da defesa, necessário se faz tecer algumas observações pertinentes a esta para a concessão da presente liberdade provisória, conforme segue, retiradas dos próprios autos.
	Em relação aos depoimentos das testemunhas, insta salientar que houve uma forte discussão entre a vítima dos autos e o réu BOLSA REDONDA, sendo essa discussão narrada com detalhes pelas testemunhas, caracterizada como ‘’forte’’ e havendo ameaças entre eles.
	Nesse contexto, nenhum depoimento contém informação de discussão forte e enérgica entre a vítima e o requerente, mas sim, entre a vítima e o outro réu. Diante disso, é forçoso constatar, ainda que num juízo de cautela, que o requerente da presente tivesse interesse no óbito do réu, tampouco, tenha efetivado tal morte. Claramente, a discussão da vítima foi com outra pessoa, a qual, inclusive, evadiu-se do distrito da culpa diferentemente do requerente. 
	Ademais, conforme consta da defesa protocolada nos autos do réu JOSEMAR vulgo ‘’´BOLSA REDONDA’’, o mesmo isenta o requerente da prática do delito, ao passo que aduz que aquele registrou que este após verificar a ocorrência de discussão pugnou pela saída dos conflitantes do bairro, em frente a associação do bairro da qual é presidente. 
	De fato, o requerente esteve presente na discussão entre a vítima e o outro réu, porém, nada fez por discutir ou seguiu a vítima. Estava o requerente na Associação dos Moradores, rogando para que a vítima e o outro réu saíssem do local, pois não desejava confusão, na busca da paz em sua localidade. 
	Nesse diapasão, o réu JOSÉ VICENTE BARBOSA esclareceu o acontecido, registrando, também, a forte discussão entre a vítima e o outro Réu me seu depoimento policial ( fl. 28/31), o qual o fez de livre e espontânea vontade ao comparecer a Delegacia para registrar e contribuir com a elucidação do suposto crime. 
	Reforçando a tese de que o ora requerente em nada participou ou concorreu para o acontecimento da morte da vítima, aponta-se o documento de folha 36 dos autos, em que os Agentes da Policia Civil registram a informação colhida na comunidade no sentido de ser a autoria do delito de pessoa diferente do Réu JOSE VICENTE BARBOSA. Ainda nesse sentido, o irmão da vítima, na ocasião do Auto de reconhecimento fotográfico do réu BOLSA REDONDA ( fl. 41), registra que a vítima já tinha rixa antiga com tal réu, advinda de conflito entre terreno situado no Bairro Vila Eulália, sendo a confusão ocorrida no dia do delito, uma nova em relação a novo terreno, desta vez no Loteamento Esmeralda.
	Pelo acima exposto, verificando não só os depoimentos colhidos, mas as informações da comunidade registradas pelos Agente de Policia Civil, desagua-se na ausência de indícios de autoria do crime ora investigado em relação ao requerente da presente liberdade provisória, não estando, portanto, presente elemento de fundamento necessário ao decreto prisional cautelar ora guerreado, qual seja, o fumus comissi delicti, registrado no art. 312 do Código de Processo Penal.
	Em consequência disso, conforme a inteligência de NUCCI com magnifica destreza ao pontuar sobre provas indiciárias registou que:[1: NUCCI, Guilherme de Souza. Provas no Processo Penal. 4ª Ed. Rio de Janeiro:Forense. 2015.p. 263;]
 ‘’(...) é composta por vários fatos secundários, ou seja, inúmeros acontecimentos prontos a constituir um quadro maior indicativo da concretização do fato principal, objeto da imputação. É natural que, ao longo da colheita de prova, sejam captados elementos meramente circunstanciais, quase irrelevantes, passiveis de auxiliar na formação do contexto do crime, mas não são capazes de criar o fato principal. (...) Em suma, indícios constituem meios de prova indiretos , componentes do raciocínio lógico indutivo-dedutivo .autorizando a condenação, quando indicam a autoria do crime em número suficiente e seguro(...)’’ ( grifo nosso)
Nesse diapasão, é de se notar - conforme se analisa o caderno processual e os elementos informativos constantes do mesmo -, que não recaem indícios quanto a autoria do delito em relação ao réu JOSE VICENTE BARBOSA. Nota-seque tal indiciamento, Data Vênia, é objeto de mera presunção, dada a prematura constatação de indiciamento percebida, tanto pelo momento processual como pela carência de fatos que sustentem tal qualificação. 
Ainda que seja um juízo de cautela, como de fato é o que se busca no presente momento, carecem de elementos mínimos autorizadores de indícios de autoria em relação ao requerente, motivo pela qual, deve ser afastada a medida cautelar carcerária em favor do mesmo. 
Não existe quantidade mínimas de declarações testemunhais que indique, ainda que superficialmente, a autoria do delito para o réu JOSE VICENTE BARBOSA.
Frente a isso, contraindícos fortes estão presentes nos autos, pelas falas das próprias testemunhas e documentos dos autos.
Nos dizerem de NUCCI, ‘’(...) em hipótese alguma pode-se confundir indução com presunção, viste que esta é mera probabilidade, suspeita ou opinião (...)”.[2: NUCCI, Guilherme de Souza. Provas no Processo Penal. 4ª Ed. Rio de Janeiro:Forense. 2015.. p.264]
Concluindo, o réu requerente da liberdade provisória em comento não guarda contra seu desfavor elementos mínimos suficientes informadores para ser considerado autor do delito em tela. Tal carência não o permite, em face do ordenamento legal penal e constitucional – com destaque para o princípio da presunção de inocência – única presunção que deve ser levada a efeito na presente – que o réu seja mantido preso provisoriamente, sendo merecedor da liberdade fiscalizada. 
AUSÊNCIA DA PRESENÇA DO PERICULUM IN LIBERTATIS 
	
Vencidas as considerações e fundamentos da ausência do fumus comissi delicti, ainda entendendo esse Douto Juízo pela presença de tal elemento, passemos a fundamentar a ausência do periculum in libertatis em relação ao requerente.
	Verifica-se da decisão judicial do decreto de prisão preventiva do requerente, que houve a consideração do mesmo como perigoso para a comunidade, da seguinte forma Ipsis literis :
 ‘’ O temperamento explosivo e a motivação para a agressão contra a vida da vítima trazem também o indicativo de que o possível autor seria pessoa destituída de qualquer freio moral que lhe impedisse de atentar contra a vida de um desarmado, e por isso revela-se naturalmente tendente a enveredar de forma reiterada pela seara delitiva. 
A frieza, audácia, e , principalmente, a maquinação intelectual, pois há nos autos indícios de que os acusados seguiram a vítima após a discussão, servem de indicativo claro da periculosidade do representado e recomendam a segregação cautelar, para garantia da ordem pública.’’
	Tomando como base tal registro de necessidade da preservação da ordem pública, é claro e evidente pelo conteúdo dos autos, bem como pela documentação em anexo, que, via contrária, o requerente é pessoa de bem, gozando de confiança da comunidade em que vive e representa, não contendo traços mínimos de integrante da criminalidade – o que refurta qualquer elemento informativo da pessoa do réu como afrontador da ordem pública em caso de sua liberdade.
	Verificando o que vem a ser o elemento ‘’ garantia da ordem publica’’ como motivação do cárcere cautelar, é cediço a ausência de elementos que coloquem tal valor em cheque por parte do ora requerente.
	Primeiramente, o réu é pessoa comum, do povo, trabalhador, sem nenhum registro de ação penal ou pena aplicada em seu desfavor ( folha de antecedentes em apenso), afastando, preliminarmente, qualquer característica criminosa do mesmo, e, por consequência, afasta a periculosidade de suas características. 
	É esclarecido em sede de depoimento policial que o mesmo é trabalhador, realizando trabalhos de construção civil de pequeno ou mínimo porte, como reformas e construções de pequenas casas em bairros da cidade e a atuação como presidente da associação de moradores de loteamento urbano, auxiliando os demais, em regime de junção coletiva de esforços, a construírem suas moradias. 
	Ademais, em relação a comunidade (abrangendo conglomerado de loteamentos situados a Av. Transordestina – BR. 232) em que o crime ocorreu, registra-se pela documentação em apenso que o requerente é o Presidente da Associação dos Colaboradores e Moradores do Loteamento Paraiso do Sol ( devidamente legalizada e registrada em cartório) justamente, por gozar de plena confiança da comunidade, a qual deixou um suas mãos o poder de defender os direitos coletivos das pessoas que ali residem.
	Ora, Douto Julgador, questiona-se: qual criminoso reiterado, violento e desprovido de freio moral seria eleito por uma comunidade inteira, de livre e espontânea vontade, para ser seu representante e defender os interesses coletivos de forma legitima e legal ? Se o ora requerente gozasse de fama de malfeitor, seria ele escolhido democraticamente para ocupar tal cargo comunitário? Tais respostas são lógicas: nenhum e não. Isso, per si, mostra a qualidade de cidadão plenamente confiável e moralmente positiva do requerente, que busca reunir esforços comunitários para buscar direitos ao saneamento e segurança da comunidade (vide atas das reuniões em apenso).
	Notam-se dezenas e dezenas de assinaturas dos documentos da associação de bairro presidida pelo requerente, em claro reforço a seu caráter cidadão e de defesa dos interesses coletivos, ao passo que nenhum elemento concreto aponta para a periculosidade do requerente. Nesse jaez, é de se concluir que o requerente não detém periculosidade no rol de suas características, tampouco represente afronta a ordem pública!
	Indo além, é colhido do caderno processual que apenas, única e exclusivamente apenas o irmão da vítima apontou a qualidade periculosa do ora requerente, estando as demais, e o próprio contexto, omissas quanto a tal opinião negativa.
	O requerente é pessoa do povo eleita livremente como representante do bairro justamente por ter a confiança de todos e por ensejar segurança nos moradores!
	Nesse diapasão, não há indicativos concretos de que o requerente represente risco ao meio social, tampouco possui características de violência ou personalidade vil, via contrária, é cidadão de bem e goza da confiança de uma comunidade inteira!
	Confirmando a ausência d perigo e de inexistência de sentimento de insegurança, segue em apenso ABAIXO ASSINADO de iniciativa privativa da população do bairro que o requerente é representante, em apoio ao seu líder
	A periculosidade do agente preso em regime preventivo, deve ser atestada CONCRETAMENTE, o que não é possível no presente feito, tenho em vista a falta de fundamentos para tal. É o entendimento do Supremo Tribunal Federal, conforme segue:
‘’Ementa: HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSUAL PENAL. TRÁFICO DE DROGAS E PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO. PRISÃO PREVENTIVA. OBSERVÂNCIA DOS REQUISITOS LEGAIS PREVISTOS NO ARTIGO 312 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL COMBINADO COM A VEDAÇÃO 44 DA LEI 11.343/06. ORDEM INDEFERIDA. 1. O habeas corpus como substituto de recurso ordinário deve ser combatido, sob pena de banalização da garantia constitucional, tanto mais quando não há teratologia a eliminar, como no caso sub judice, em que a fundamentação do decreto de prisão se fez hígida e harmônica com a jurisprudência desta Corte. 2. A custódia preventiva visando à garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei penal, legitima-se quando presente a necessidade de acautelar-se o meio social ante a concreta possibilidade de reiteração criminosa e as evidências de que, em liberdade, o agente empreenderá esforços para escapar da aplicação da lei penal, evadindo-se do distrito da culpa, a exemplo da conduta do comparsa. Precedentes: HC 105.614/RJ, relator Ministro Ayres Britto, 2ª Turma, DJ de 10.06.2011; HC 101.934/RS, relator Ministro Joaquim Barbosa, DJ de 14.09.2010; HC 101.717, relator Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ de 14.9.2011; HC 104.699, Primeira Turma, relator Ministra Cármen Lúcia, DJ de 23.11.2010; HC 103.107/MT, Primeira Turma, relator Ministro Dias Toffoli, DJ de 29.11.2010, iteralia. (...)
(STF , Relator: Min. LUIZ FUX, Data de Julgamento: 12/06/2012, Primeira Turma)’’ – GRIFO NOSSO
‘’HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO. PRISÃO PREVENTIVA. PACIENTE BENEFICIADO COM A SUSPENSÃO DOS EFEITOS DA PRISÃO TEMPORÁRIA. CUSTÓDIA ANTECIPADA BASEADA NA GRAVIDADE DOS FATOS CRIMINOSOS. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA DA ORDEM CONSTRITIVA À LUZ DO ART. 312 DO CPP. RÉU QUE NÃO SE ENCONTRAVA FORAGIDO. SEGREGAÇÃO INJUSTIFICADA E DESNECESSÁRIA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. LIMINAR CONFIRMADA. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 1. Há constrangimento ilegal quando a preventiva encontra-se fundada na gravidade dos fatos criminosos denunciados, isso com base na própria conduta denunciada, dissociada de qualquer elemento concreto e individualizado que indicasse a indispensabilidade da prisão cautelar à luz do art. 312 do CPP. 2(...)
(STJ , Relator: Ministro JORGE MUSSI, Data de Julgamento: 04/06/2013, T5 - QUINTA TURMA)’’ – GRIFO NOSSO.
	Outro ponto que merece ser discutido e destacado diz respeito as características do cometimento do suposto crime (utilizado como fundamento do decreto prisional), qual seja, homicídio mediante uso de arma de fogo, que não deve ser levado em conta abstratamente para fins de garantia da ordem pública dentro de um decreto prisional preventivo.
	É cediço que um crime não deve ser levado em consideração de maneira abstrata, levando em conta a própria descrição da prática criminosa apontada como fundamento da prisão preventiva. Tal entendimento é facilmente percebido nos julgados do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL a seguir expostos:
	
‘’EMENTA Recurso ordinário em habeas corpus. Processual. Interposição contra julgado colegiado do Superior Tribunal de Justiça, o qual não conheceu da impetração com o fundamento de ser substitutivo de recurso ordinário. Apreciação, contudo, do mérito da impetração, a legitimar o conhecimento do presente recurso pela Suprema Corte. Penal. Tráfico de entorpecentes. Prisão preventiva. Fundamentos do art. 312 do Código de Processo Penal. Inidoneidade. Gravidade em abstrato do delito, que não basta para justificar, por si só, a privação cautelar da liberdade individual do agente. Precedentes. Ordem concedida para substituir a prisão cautelar das recorrentes por medidas cautelares dela diversas. Recurso provido. 1. O entendimento do Superior Tribunal de Justiça quanto ao cabimento do habeas corpus encampou a jurisprudência da Primeira Turma da Corte quanto a ser inadmissível o habeas corpus que tenha por objetivo substituir o recurso ordinário (HC nº 109.956/PR, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJe de 11/9/12). 2. Em tese, essa decisão obstaria a análise per saltum da questão trazida à apreciação da Corte. Porém, para justificar que o caso não comportaria ordem de ofício, a Ministra Maria Thereza de Assis Moura acabou por analisar o mérito do habeas corpus. Assim, não há óbice ao conhecimento do recurso. 3. Não obstante o Plenário da Corte tenha, no julgamento do HC nº 104.339/SP, Relator o Ministro Gilmar Mendes (DJe de 6/12/12), assentado, incidenter tantum, a inconstitucionalidade do art. 44, caput, da Lei nº 11.343/06, para admitir a possibilidade de concessão de liberdade provisória nos casos de prisão em flagrante pelo delito de tráfico de entorpecentes - quando ausentes os pressupostos autorizadores da constrição cautelar (art. 312 do Código de Processo Penal)-, o Juízo da Vara Criminal de Mogi Guaçu/SP negou às recorrentes o direito à liberdade provisória sem apresentar fundamentação adequada. 4. Está sedimentado na Corte o entendimento de que a gravidade em abstrato do delito não basta para justificar, por si só, a privação cautelar da liberdade individual do agente. Precedentes. 5. Não subsistente a situação fática que ensejou a decretação da prisão cautelar, é o caso de concessão de ordem de habeas corpus, em menor extensão, para que o Juízo de primeiro grau substitua a segregação cautelar pelas medidas cautelares diversas da prisão previstas nos incisos I e II do art. 319 do Código de Processo Penal, com a redação dada pela Lei nº 12.403/11. 6. Recurso ordinário a que se dá provimento.
(STF , Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento: 25/06/2013, Primeira Turma)’’ – GRIFO NOSSO
‘’ Ementa: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PRISÃO EM FLAGRANTE POR TRÁFICO DE DROGAS E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. INDEFERIMENTO DE LIBERDADE PROVISÓRIA. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. ORDEM CONCEDIDA. I – A prisão, antes da condenação definitiva, pode ser decretada segundo o prudente arbítrio do magistrado, quando evidenciada a materialidade delitiva e desde que presentes indícios suficientes de autoria. Mas ela deve guardar relação direta com fatos concretos que a justifiquem, sob pena de se mostrar ilegal. II – No caso sob exame, o indeferimento do pedido de liberdade provisória fundou-se na necessidade de se preservar a ordem pública em razão da gravidade abstrata dos delitos e por conveniência da instrução criminal, fazendo-se alusão ao potencial intimidador em crimes dessa natureza, fundamentos insuficientes para se manter o paciente na prisão. III – Segundo remansosa jurisprudência desta Suprema Corte, não basta a gravidade do crime e a afirmação abstrata de que os réus oferecem perigo à sociedade e à saúde pública para justificar a imposição da prisão cautelar. Assim, o STF vem repelindo a prisão preventiva baseada apenas na gravidade do delito, na comoção social ou em eventual indignação popular dele decorrente, a exemplo do que se decidiu no HC 80.719/SP, relatado pelo Ministro Celso de Mello. IV – Não obstante a vedação prevista no art. 44 da Lei 11.343/2006, esta Segunda Turma, desde o julgamento do HC 93.115/BA, Rel. Min. Eros Grau, e do HC 100.185/PA, Rel. Min. Gilmar Mendes, passou a admitir a possibilidade de concessão de liberdade provisória em se tratando de delito de tráfico de substância entorpecente, devendo o magistrado processante, para manter a prisão, analisar, no caso concreto, se estão presentes os requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal, o que não ocorre no caso sob exame. V – Ordem concedida para colocar o paciente em liberdade provisória, devendo ser expedido o respectivo alvará de soltura somente se por outro motivo não estiver preso.
(STF , Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Data de Julgamento: 08/11/2011, Segunda Turma)’’ – GRIFO NOSSO
	Em conclusão, não são evidenciados no presente processo fatos concretos que subsidiem este Douto Juízo a manter o réu em prisão preventiva, por não haver caracterização das hipóteses do art. 312 do CPP, segundo, ainda, os entendimentos jurisprudências do STF.
	
Destaca-se, ainda, o seguinte excerto de julgado:
‘’HABEAS CORPUS Nº 200.2011.052452-3/001 Comarca da Capital-PB. - Relator; Des. Joás de Brito Pereira Filho - Impetrante; Bel. Wellyngton José Cavalcanti de Lima (OAB/PB nº 9283) - Paciente; Joselito de França Oliveira Junior - HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO. Roubo simples. Prisão em flagrante convertida em preventiva. Decisão deficientemente motivada. Decreto baseado em meras suposições e conjecturas, divorciado de base concreta. Violação aos arts. 93. Fundamentação inidônea. Concessão da ordem. - ?A prisão preventiva, como medida excepcional que é - e, agora, com edição da Lei 12.403/2011, muito mais ainda -, não pode ser assentada em hipóteses e conjecturas, ou mesmo na gravidade em abstrato do delito, devendo resultar de fatos concretos, que demonstrem a presença dos requisitos do artigo 312 do CPP (TJMG. HABEAS CORPUS Nº 1.0000.11.054813-8/000. Relª. Desª. BEATRIZ PINHEIRO CAIRES. 2ª Câm. Crim. J. 22.09.2011. Pub. 05.10.2011). Concessão da ordem, com ratificação da medida antecipatória anteriormente deferida. ACORDA a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba, por votação unânime, em conceder a ordem, em consonância com o parecer da Procuradoria de Justiça.’’ – GRIFO NOSSO
PRISÃO PREVENTIVA COMO MEDIDA EXCEPCIONAL. PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS DA PRESUNÇÃO DE INOCENCIA. DIREITO FUNDAMENTAL A LIBERDADE. DA APLICAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARESDIVERSAS DA PRISÃO. 
	
Vide:
“Art. 5ª.( CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88)-  Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes.(EC nº 45/2004)
(...)
LXVI– ninguém será levado a prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança.
LVII- ninguém será culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.– GRIFO NOSSO
“Art. 282. (CÓDIGO DE PROCESSO PENAL) - As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a:(... ) 
§ 6o A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar (art. 319).’’ – GRIFO NOSSO
 ‘’Art. 321. ( CÓDIGO DE PROCESSO PENAL) - Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. ‘’- GRIFO NOSSO 
Os artigos acima estão expostos para demonstrar unicamente que a LIBERDADE é direito constitucionalmente amparado, dentro de um ordenamento constitucional dotado de força normativa, e é REGRA, sendo a privação da mesma exceção de ULTIMA RATIO.
Em síntese, a prisão preventiva somente pode ser decretado em face da infertilidade de outras medidas cautelares diversas desta.
No contexto das medidas cautelares empregadas pelo legislador, devem-se aplicar medidas suficiente para a salutar persecução penal, sendo as do at. 319 do CPP prevalentes em relação a prisão preventiva.
Nesse contexto, conforme versa o jurista GUILHERME DE SOUZA NUCCI:[3: NUCCI, Gulherme de Souza. Prisão e Liberdade. 4ª Edição.Rio de Janeiro:Forense,2014, p.89.]
‘’A gravidade concreta do delito espalha-se pelo fato e circunstancias e consequências. Um roubo, por exemplo, abstratamente é um delito grave, mas sem sempre o é no caso concreto. Essa busca pela concretude do fato é o dever do juiz, a fim de não banalizar a decretação da prisão cautelar, que é uma exceção, não regra.’’ –GRIFO NOSSO
É constatado pela documentação anexa e pelos argumentos e fatos apresentados nesta, que a situação da requerente não macula os elementos elencados no art. 312 do Diploma Processual Penal, quais sejam, garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal.
O nome doutrinário de Luiz Flávio Gomes , traz o entendimento de que ‘’a prisão preventiva não é apenas a “ultima ratio”. Ela é a “extrema ratio da ultima ratio”. A regra é a liberdade; a exceção são as cautelares restritivas da liberdade (art. 319, CPP); dentre elas, vem por último, a prisão, por expressa previsão legal.
Confirmando com excelência o entendimento acima exposto, o doutrinador Nestor Távora (2012: 672), aborda o tema da preferência dada a outras medidas cautelares em relação ao cárcere, no contexto da liberdade provisória. Conforme isto, segue excerto de obra de sua autoria:
“O sistema cautelar do processo penal sofreu reforma estrutural com a Lei nº 12.403/2011(...) o legislados trouxe um rol de medidas cautelares, com previsão expressa de que devem ser impostas de forma preferencial à prisão.’’(grifo nosso)
Trata-se de traço neoconstitucional do nosso ordenamento jurídico, residente num Estado Democrático de Direito, com a existência de uma Constituição voltada a assegurar os direitos fundamentais e sua efetividade. Isso, notadamente se percebe, através da Lei 12.403/2011, a qual trouxe mudanças significativas à sistemática processual penal, no tocante à prisão processual, fiança, liberdade provisória e demais medidas cautelares, elencadas no art. 319 do Código de Processo Penal.
O caso in examine, busca, exatamente, a efetividade de tal regramento de monta constitucional no caso concreto, pugnando pela liberdade provisória da ora requerente, como a efetivação da ordem constitucional e legal, ao passo que não se identificam no referido processo/procedimento policial elementos concretos da existência das hipóteses do art. 312 do Código de Processo Penal.
Nesse sentido, segue vasta jurisprudência:
‘’Com o advento da Lei 12.403/2011, o poder judiciário passou a contar com mecanismos diversificados para a preservação da ordem pública e da efetividade de suas decisões, traduzidos no elenco de outras medidas cautelares, que podem substituir a ordem prisional, oferecendo soluções mais adequadas ao caso concreto. (HC 0044260-46.2012.8.19.0000-MG, 1ª Câm. Crim., rel. Antônio Jayme Boente, 27.08.2012).’’ – GRIFO NOSSO
	Outrossim, segue:
‘’Com o advento da Lei 12.403/11, a prisão preventiva é a última cautelar a ser aplicada. Antes dela, devem ser verificadas a necessidade e a adequação das medidas cautelares alternativas à prisão preventiva. Portanto, a prisão preventiva ocupa o último patamar da cautelaridade, na perspectiva de sua excepcionalidade, cabível quando não incidirem outras medidas cautelares (art. 319, CPP). O artigo 282, § 6º é claro: a prisão preventiva será aplicada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar. Não se decreta a prisão preventiva para depois buscar alternativas. Após, verificado que não é o caso de manter o sujeito em liberdade sem nenhuma restrição (primeira opção), há que ser averiguada a adequação e necessidade das medidas cautelares alternativas ao recolhumento ao cárcere (segunda opção). Somente quando nenhuma dessas for viável ao caso concreto é que resta a possibilidade de decretação da prisão processual. (HC 70049556533-RS, 3ª. Câm. Crim., rel. Nereu José Giacomolli, 09.08.2012). ‘’ – GRIFO NOSSO
‘’ Com a inovação legislativa introduzida pela Lei 12.403/2011, o Código de Processo Penal passou a capitular diversas providencias substitutivas à prisão, sendo essa aplicada apenas quando aquelas não se mostrarem suficientes à repressão e a reprovabilidade do delito. ‘’ (HC 219.101/RJ - STJ, 5ª. T.,v.u., rel. Min. Jorge Mussi, 10.04.2012). 
‘’ PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA. LEI Nº 12.403/2011. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA.TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS. QUADRILHA. PRISÃO PREVENTIVA. INTERESSE DA SEGREGAÇÃO. CAUTELARES ALTERNATIVAS. INSUFICIÊNCIA. 1 - É legitima a prisão preventiva quando provada a materialidade e autoria, bastando seja demonstrada a insuficiência das medidas cautelares em substituição previstas no art. 319 do CPP. (...)
(TRF-2 - HC: 201102010167188 RJ 2011.02.01.016718-8, Relator: Desembargadora Federal NIZETE ANTONIA LOBATO RODRIGUES, Data de Julgamento: 14/02/2012, SEGUNDA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: E-DJF2R - Data::05/03/2012 - Página::140)’’ – GRIFO NOSSO
‘’ "HABEAS CORPUS". TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA. PEDIDO DE REVOGAÇÃO. NECESSIDADE. PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO E DA NECESSIDADE. REDAÇÃO DA LEI 12.403/11. OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES SUFICIENTES NA ESPÉCIE. COMPARECIMENTO PERIÓDICO EM JUÍZO E PROIBIÇÃO DE SE AUSENTAR DA COMARCA SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA PARA REVOGAR A PRISÃO PREVENTIVA APLICANDO DUAS MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO. OFÍCIO. 1. Hipótese em que o paciente foi preso preventivamente pela suposta prática do crime de tráfico de drogas. 2. Sendo o paciente primário, portador de bons antecedentes, não sendo dedicado a atividades delituosas, nem integrante de organização criminosa, bem como tendo sido apreendida quantidade não muito elevada de drogas, evidencia-se a possibilidade de aplicação de benefícios penais, em sede de eventual condenação, razão pela qual a prisão cautelar configuraria medida mais gravosa que eventual reprimenda a ser aplicada. 3. A Lei 12.403/11, que alterou substancialmente o sistema das prisões no Código de Processo Penal, prevê de forma expressa o princípio da proporcionalidade, composto por dois outros, quais sejam: adequação e necessidade. 4. A prisãopreventiva, espécie de medida cautelar, passou a ser exceção na sistemática processual, dando, o quanto possível, promoção efetiva ao princípio constitucional da não-culpabilidade. 5. Possível a aplicação de outras medidas cautelares, a prisão deve ser evitada. 6. Ordem parcialmente concedida para revogar a prisão preventiva, aplicando duas medidas cautelares diversas da prisão. Ofício.
(TJ-MG - HC: 10000150568475000 MG , Relator: Marcílio Eustáquio Santos, Data de Julgamento: 20/08/2015, Câmaras Criminais / 7ª CÂMARA CRIMINAL, Data de Publicação: 27/08/2015)’’ – GRIFO NOSSO
‘’ HABEAS CORPUS – Prisão cautelar que se mostra como exceção no nosso sistema – Análise sob a ótica da Lei n.º 12403/11 - Inexistência de elementos que, concretamente, justifiquem a prisão preventiva – Liberdade provisória concedida – Ordem concedida, ratificando-se a liminar - (voto n. 25338)
(TJ-SP - HC: 20539307420158260000 SP 2053930-74.2015.8.26.0000, Relator: Newton Neves, Data de Julgamento: 26/05/2015, 16ª Câmara de Direito Criminal, Data de Publicação: 28/05/2015)’’ –GRIFO NOSSO
	Diante do acima exposto, e, em análise do caso em tela, verifica-se que medidas cautelares diversas da prisão figuram-se como adequadas e proporcionais em relação ao ora requerente, tendo em vista a ausência de elementos concretos que coloquem em cheque qualquer dos fundamentos contido nos art. 312 do CPP, ainda mais, a Ordem Pública.
	O requerente é trabalhador, líder comunitário de associação civil de moradores de bairro, representante de confiança e segurança de centenas de pessoas da localidade, das famílias que ali residem, por gozar de prestigio e responsabilidade cidadã e na defesa de direitos difusos e coletivos como saneamento e segurança urbana pública.
	Repisa-se: não existem fundamentos concretos de que o requerente em liberdade põe em cheque a segurança da comunidade ou qualquer outro elemento que compõe a Ordem Pública a ser protegida, ou qualquer outro fundamento de decreto de prisão preventiva contido no art. 312 do CPP.
	Além disso, não possui antecedentes criminais, boletins de ocorrência, TCO que em seu desfavor mostrem sua periculosidade, a qual, no presente caso, é infundada. Ademais, é pai de família (conforme certidões em anexo), sendo provedor dos recursos para o sustento da mesma, sendo ainda mais gravosa a segregação cautelar ora guerreada. Em complemento, possui endereço residencial e profissional fixos, conforme documentação em apenso.
	Insta salientar que o réu nunca evadiu-se do distrito da culpa, estando morando e trabalhando normalmente.
	Em conclusão, mostram-se adequadas para o bom andamento do processo em tela a aplicação de outras medidas cautelares diversas da prisão, constates do art. 319 do CPP ao requerente, sendo estas ou qualquer delas isoladamente aplicadas, suficientes para garantir a persecução penal salutar – que é o objetivo maior no presente momento.
	Ademais, a aplicação de outras medidas cautelares possibilida uma liberdade fiscalizada, possibilitando a este Juizo obter a segurança e garantias necessárias ao bom prosseguimento do feito.
	Caso este Douto Julgador permaneça adotando o espírito de cautela permitido em lei, que seja através da aplicação dos princípios constitucionais da presunção de inocência, preservação da liberdade individual de ir, vir e permanecer, do art. 319 do CPP e correlatos e demais julgados orientadores da matéria aqui expostos.
	Segundo a necessariedade e adequação, apliquem-se medidas cautelares diversas da prisão, afastando a drasticidade e a prejudicialidade de tal medida ao indivíduo ainda em fase inicial de julgamento, ademais pela soma da ausência de fundamentos da periculosidade e demais ofensores da Ordem Pública com a presença de fortes provas de que é cidadão de bem a ser inocentado no presente feito, em momento oportuno.
	Certamente, como é percebido desde o início da persecução penal em tela, com o livre comparecimento em sede de delegacia para contribuição, o ora requerente compromete-se a comparecer a todos os atos processuais em que será convocado e a auxiliar no esclarecimento do ocorrido.
DOS PEDIDOS.
Por todo o exposto: 
Requer o custodiado que V. Exa. se digne a determinar sua liberdade provisória do requerente para que o mesmo aguarde decisão até o trânsito e julgado em liberdade, com sua participação em todos os atos necessários, através de expedição do competente ALVARÁ DE SOLTURA, com fulcro no art. 321 do Código de Processo Penal, comprometendo-se a comparecer a todos os atos do processo sob pena de revogação da liberdade provisória;
Caso haja necessidade, e observando os requisitos do art. 282 do Código de Processo Penal, requer sejam aplicadas medidas cautelares diversas da prisão nos moldes do art. 319 do mesmo diploma legal.
Termos em que,
Pede deferimento.
Petrolina- PE, 10 de setembro de 2015.
CARLOS LUCIANO DE BRITO SANTANTA
OAB/BA nº 25.406
SÁTIRO DE CASTRO FERRAZ NETO
OAB/PE nº 32.732
Rua Cícero Feitosa, nº. 438, Alagadiço, Juazeiro/BA. 	
CEP 48.904-350 – Tel. (74) 3612-4987 
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