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CONCENTRAÇÃO DOS ALIMENTOS POR EVAPORAÇÃO CONCENTRAÇÃO DOS ALIMENTOS POR EVAPORAÇÃO A evaporação consiste em concentrar os alimentos líquidos por ebulição, aumentando a concentração dos sólidos totais para reduzir a aw, contribuindo para a conservação. CONCENTRAÇÃO DOS ALIMENTOS POR EVAPORAÇÃO Concentração de líquidos antes da aplicação de outras operações (desidratação, congelamento, esterilização): facilita o processamento e proporciona considerável economia de energia. Redução do peso e do volume dos alimentos para facilitar e baratear os custos de transporte, armazenamento e distribuição. Facilitar o uso e diversificar a oferta de produtos. EVAPORAÇÃO Fundamentos A evaporação, como procedimento de eliminação da água por ebulição, necessita de um meio de aquecimento que transmita o calor requerido para a mudança de estado. Na indústria alimentícia, normalmente utiliza-se como fluido calefator vapor d’água saturado (vapor primário), que condensa cedendo ser calor latente ao produto que se evapora. EVAPORAÇÃO Fatores que modificam o ponto de ebulição e a transferência de energia A força motriz da transferência calórica no trocador de calor de um evaporador é a diferença de temperatura entre o meio de aquecimento e o líquido a evaporar (∆T). Utilizando o mesmo fluido calefator, os evaporadores que trabalham em pressão reduzida apresentam maior diferença de temperatura (devido à queda do ponto de ebulição do líquido processado). EVAPORAÇÃO Fatores que modificam o ponto de ebulição e a transferência de energia Depósito de resíduos nas superfícies do trocador de calor e formação de crostas: favorecido por elevadas temperaturas e baixa velocidade de fluxo do líquido. Alimentos propensos a sofrer problemas de desnaturação e precipitação de componentes são processados em evaporadores de circulação forçada. EVAPORAÇÃO Fatores que modificam o ponto de ebulição e a transferência de energia Película superficial: cria-se em torno da superfície de aquecimento do evaporador, constituindo a maior resistência à transmissão de calor. Viscosidade do alimento: os coeficientes de transferência de calor e a velocidade de circulação dos líquidos no evaporador diminuem com o aumento da viscosidade. À medida que avança a evaporação, diminui a velocidade de transferência de calor. EVAPORAÇÃO Fatores que modificam o ponto de ebulição e a transferência de energia Formação de espuma estável: é favorecida pela presença de proteínas e carboidratos no alimento. A espuma, além de diminuir a transferência de calor, dificulta a separação de vapor e favorece que esse arraste parta do concentrado em forma de finas gotículas. EVAPORAÇÃO Fatores que modificam o ponto de ebulição e a transferência de energia Pressão externa: um líquido ferve quando a pressão de vapor que exerce é igual a pressão externa a que está submetido. EVAPORAÇÃO Fatores que modificam o ponto de ebulição e a transferência de energia Concentração de solutos dissolvidos: no evaporador, o ponto de ebulição do líquido tratado aumenta à medida que cresce a concentração. Gráficos de Dühring para diferentes soluções de hidróxido de sódio EVAPORAÇÃO Fatores que modificam o ponto de ebulição e a transferência de energia Pressão hidrostática: a temperatura de ebulição do líquido tratado em um evaporador varia conforme a profundidade. Em qualquer nível abaixo da superfície livre, é necessário, para iniciar a ebulição, que se ultrapasse a pressão do meio e a correspondente à que é exercida pela coluna do líquido situada acima do nível considerado (pressão ou cabeça hidrostática). EVAPORAÇÃO Efeitos nas propriedade dos alimentos Ajustar os equipamentos de modo que as temperaturas de ebulição se mantenham baixas e os tempos de permanência do produto nas zonas de aquecimento sejam curtas. Emprego de evaporadores que operam a pressões reduzidas e permitem grande desenvolvimento superficial. EVAPORAÇÃO Efeitos nas propriedade dos alimentos Perda de aroma: a maioria dos compostos responsáveis pelo aroma e, em alguns casos, pelo sabor dos alimentos é mais volátil do que a água. Em alguns casos, essa perda pode ser benéfica, ao se eliminarem voláteis desagradáveis (cacau, leite). EVAPORAÇÃO Efeitos nas propriedade dos alimentos Mudanças de cor: os alimentos evaporados geralmente apresentam cor mais intensa: aumento da concentração dos sólidos e a diminuição da aw favorece algumas reações químicas (escurecimento não-enzimático). EVAPORAÇÃO Equipamentos e aplicações 1. O trocador de calor, que permite a transmissão de calor entre o fluido calefator e o alimento. Elementos básicos Podem ser tubulares, placas, cônico. EVAPORAÇÃO Equipamentos e aplicações Elementos básicos 2. O separador, no qual o vapor é separado da fase líquida concentrada. Podem ser simplesmente espaços que possibilitem ao vapor secundário se separa do líquido concentrado. Algumas instalações apresentam os chamados separadores de arraste. EVAPORAÇÃO Equipamentos e aplicações Elementos básicos 3. O condensador, que permite eliminar o vapor d’água em forma de condensado. Nos sistemas que operam com pressão atmosférica, esse elemento pode ser omitido. Equipamentos e aplicações Elementos auxiliares EVAPORAÇÃO Nos sistemas que operam com pressão reduzida, requer-se um equipamento adicional que inclui, além dos condensadores de vapor, as correspondentes bombas de vácuo ou ejetores de vapor. Equipamentos e aplicações Elementos auxiliares: bombas de vácuo e ejetores de vapor EVAPORAÇÃO O equipamento de vácuo é responsável pela eliminação do sistema de gases não-condensáveis. Diagrama de ejetor de jato de vapor de fase única Equipamentos e aplicações Elementos auxiliares: coletores de condensado e purgadores EVAPORAÇÃO Esses elementos são essenciais para que a transferência de energia seja adequada nos trocadores de calor. Dispositivos que permitem controlar a saída dos condensados do vapor primário e dos gases inertes. Equipamentos e aplicações Sistemas de economia de energia EVAPORAÇÃO A eliminação da água dos alimentos por evaporação requer aporte considerável de energia (2,257 kJ por kg de água evaporada a 100 oC), que geralmente é proporcionado com vapor d’água. Os métodos para a conservação da energia nos sistemas de evaporação baseiam-se justamente no aproveitamento de calor contido no vapor extraído do alimento. Equipamentos e aplicações Sistemas de economia de energia EVAPORAÇÃO Efeitos múltiplos: consiste em conectar diversos evaporadores (efeitos) entre si, de forma que o vapor secundário produzido em um deles seja utilizado como vapor primário (ou fluido calefator) em outro, e assim sucessivamente. Evaporadores de efeito múltiplo. Métodos de alimentação: a) concorrente, b) em contracorrente, c) em paralelo e d) mista. Equipamentos e aplicações Sistemas de economia de energia EVAPORAÇÃO Alimentação para frente ou concorrente: é o procedimento mais simples, barato e fácil de manejar, já que não necessita de bombas de alimentação entre os diferente efeitos. O avanço do líquido e o aproveitamento do vapor produzido realizam-se no mesmo sentido. Equipamentos e aplicações Sistemas de economia de energia EVAPORAÇÃO Alimentação para frente ou concorrente: o vapor secundário tem energia apenas para permitir que o líquido ferva a uma temperatura inferior à do efeito do qual procede, e a concentração do líquido aumenta ao avançar pelos efeitos, é necessário que o sistema funcione a pressões progressivamente mais baixas. Funcionamento de evaporador de efeito triplo com alimentação para frente. F, alimentação; Vv, vapor primário; V, vapor secundário; q, calor transmitido; P, pressão; t, temperatura; Ac, condensado; P,produto. Equipamentos e aplicações Sistemas de economia de energia EVAPORAÇÃO Alimentação para trás ou contracorrente: o avanço do líquido tratado e o aproveitamento do vapor liberado realizam-se em sentido contrário. Aquece-se o alimento mais diluído com vapor procedente de um efeito no qual se tratou produto mais concentrado, e assim sucessivamente. Equipamentos e aplicações Sistemas de economia de energia EVAPORAÇÃO Alimentação em paralelo: é indicado para a cristalização de alguns produtos, pois dispensa o uso de bombas para ser transversado. O produto é levado a termo em cada efeito, embora o vapor liberado passe de um efeito a outro. Equipamentos e aplicações Sistemas de economia de energia EVAPORAÇÃO Alimentação mista: é utilizado nas instalações com grande número de efeitos. Trata-se de uma combinação da alimentação para frente (nas primeiras etapas da evaporação) e de contracorrente (nas últimas fases da concentração). Equipamentos e aplicações Sistemas de economia de energia EVAPORAÇÃO Recompressão mecânica do vapor: é outra forma de aproveitamento do vapor secundário. Trata-se de aumentar a pressão e, conseqüentemente, a temperatura de condensação do vapor secundário procedente de um evaporador para prosseguir a evaporação do produto. A recompressão pode ser feita utilizando bomba mecânica ou recorrendo ao compressor de jato de vapor. Diagrama de ejetor de jato de vapor de fase única Evaporador de vários efeitos com outros sistemas de aproveitamento de energia. a) Evaporador de dois efeitos e termocompressor: 1. Preaquecedor 1; 2. Preaquecedor 2; 3. Primeira etapa de evaporação; 4. Separador de vapor. 1a. Etapa; 5. Segunda etapa de evaporação; 6. Separador de vapor, 2 ª etapa; 7. Termocompressor. b) Evaporador de três efeitos com compressão mecânica: 1. Termocompressor; 2. Bomba de vácuo; 3. Compressor de vapor. Equipamentos e aplicações Sistemas de economia de energia EVAPORAÇÃO Preaquecimento: uma forma simples de conservação energética na evaporação consiste em utilizar o vapor secundário do evaporador para pré-aquecer o alimento antes de iniciar seu processamento. Esse procedimento permite incrementar entre 5 e 10% a capacidade do evaporador seguinte. Métodos de evaporação mais empregados na indústria alimentícia EVAPORAÇÃO Evaporadores de circulação natural Evaporadores de circulação forçada Evaporadores de baixa temperatura, de ciclo de refrigeração ou de bomba calorífica EVAPORADORES DE CIRCULAÇÃO NATURAL 1. Evaporadores abertos e fechados 2. Evaporadores de tubos curtos ou de tubo e carcaça Evaporadores de tubos curtos horizontais Evaporadores de tubos curtos verticais 3. Evaporadores de tubos longos Evaporadores de tubos longos de película ascendente Evaporadores de tubos longos de película descendente Evaporadores de película ascendente- descendente 4. Evaporadores de calandra externa EVAPORAÇÃO Evaporadores de Circulação Natural O movimento do líquido tratado deve-se às correntes de convecção e à força de ascensão das borbulhas de vapor, que o arrastam ao longo do trocador de calor. A separação do vapor do líquido é favorecida pelo movimento centrífugo do produto, ocorrendo na zona superior do evaporador. EVAPORAÇÃO Evaporadores de Circulação Natural Recipiente de forma esférica que se aquece com gás, com resistência elétrica ou com vapor d’água que circula por uma serpentina ou por uma camisa externa. Evaporadores abertos e fechados Em alguns casos (evaporadores fechados), possuem uma tampa que lhes permite funcionar a vácuo. EVAPORAÇÃO Evaporadores de Circulação Natural São utilizados na elaboração de sopas, concentrados de polpa de tomate, molhos variados, marmeladas e produtos de confeitaria e similares. Evaporadores abertos e fechados EVAPORAÇÃO Evaporadores de Circulação Natural Constam de recipiente ou carcaça com trocador de tubos em sua parte inferior. Evaporadores de tubos curtos ou de tubo e carcaça Os evaporadores de tubos curtos verticais costumam ser utilizados para a concentração de xaropes (solução de açúcar de cana, de beterraba, glicose), extrato de malte, sal e suco de frutas. Evaporadores de tubos curtos: a) evaporador de tubos curtos horizontais; b) evaporador de tubos curtos verticais; e c) evaporador de tubos de cesta. EVAPORAÇÃO Evaporadores de Circulação Natural São formados por uma câmera vertical provida de trocadores de calor de tubos verticais com 2,5 a 5,0 cm de diâmetro e 3 a 15 m de altura. Esse tipo de evaporador pode ser de película ascendente ou descendente, dependendo da disposição da entrada de líquido no trocador de calor. Evaporadores de tubos longos Evaporadores de tubos longos: a) evaporador de tubos longos de película descendente; b) evaporador de tubos longos de película ascendente-descendente. Ebulição no interior do evaporador de tubos longos de película ascendente. EVAPORAÇÃO Evaporadores de Circulação Natural Caracterizam-se geralmente por tempo curto de permanência na zona de aquecimento, por altos coeficientes de transferência de calor e por grande eficácia energética. Evaporadores de tubos longos São indicados para o tratamento de produtos sensíveis ao calor, como na elaboração de sucos cítricos, de produtos lácteos, de extratos de leveduras e na fabricação do amido. EVAPORAÇÃO Evaporadores de Circulação Natural Sua característica é que o sistema de separação de vapor secundário é externo à calandra. Evaporadores de calandra externa Evaporador de circulação natural com calandra externa e separador de ciclone. EVAPORADORES DE CIRCULAÇÃO FORÇADA 1. Evaporadores de placas 2. Evaporadores de fluxo expandido 3. Evaporadores de película mecânica ou rotatórios EVAPORAÇÃO Evaporadores de Circulação Forçada Possuem bombas centrífugas (para líquidos menos viscosos), bombas de deslocamento positivo (para líquidos de maior viscosidade) ou diversos dispositivos (como uma hélice impulsora nos evaporadores de cristalização) que distribuem o líquido no interior do trocador de calor e aumentam a velocidade de fluxo ao longo das superfícies de aquecimento. Evaporadores de circulação forçada com calandra externa. EVAPORAÇÃO Evaporadores de Circulação Natural Utilizado para alimentos termossensíveis, como extratos de leveduras, produtos lácteos e extratos de carne. Evaporadores de placas Evaporador de placas EVAPORAÇÃO Evaporadores de Circulação Natural O intercâmbio calórico realiza-se sobre cones invertidos sobrepostos. Operam a vácuo. Evaporadores de fluxo expandido Evaporador de fluxo expandido EVAPORAÇÃO Evaporadores de Circulação Natural Dispõem de um sistema mecânico que permite distribuir o líquido a ser evaporado em fina película. Evaporadores de película fina mecânica ou rotatórios Evaporadores de película fina mecânica: a) evaporador de película fina; e b) evaporador de superfície varrida horizontal. EVAPORAÇÃO Evaporadores de Circulação Natural São muito adequados para alimentos termossensíveis, viscosos e com tendência a formar espuma ou a aderir às superfícies quentes (polpa e suco de algumas frutas, massa de tomate, estrato de carne, cremes de cacau e café). Evaporadores de película fina mecânica ou rotatórios Em geral, utilizam-se como evaporadores de acabamento de produtos previamente concentrados em outro tipo de instalações. EVAPORAÇÃO Evaporadores de baixa temperatura, de ciclo de refrigeração ou de bomba calorífica Esses equipamentos trabalham a baixa pressão, conseguido temperaturas de ebulição muito baixas, da ordem de 20 oC, e tempos de evaporação curtos. Evaporador de baixa temperatura, de ciclo de refrigeração ou de bomba calorífica
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