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Wa - Ciência Política UNOPAR

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(Continuação Wa - Ssoc - Sem 1 - Unidade 1 – Ciência Política..........................................................................................................................).
Wa - Ciência Política
Web Aula 1
Apresentação da disciplina:
Esta disciplina propõe o estudo da Ciência Política e do homem como ser político e social, bem como a importância dessa ciência para a compreensão e transformação da realidade social.
 
Objetivo da Disciplina
Estudar e compreender a Ciência Política e suas teorias clássicas, a formação do Estado Moderno e da sociedade civil, as formas e sistemas de governo, as relações de poder, o monopólio da violência, a importância da cidadania e da participação política na vida social, os fatos e fenômenos políticos, sociais e econômicos do Brasil e do mundo, e a importância da Ciência Política para o Serviço Social
 
Conteúdo Programático:
Ciência Política: a formação do Estado Moderno; Teorias clássicas: Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu, Rousseau, Tocque-ville, Marx e Weber; Conceitos fundamentais: “política”, “Estado”, “Absolutismo”, “Liberalismo”; “Liberal-Democracia”; “Totalitarismo”; “Social-Democracia”; “Democracia”; “Neoliberalismo” e “Cidadania”; Cidadania, participação e controle social na política e na sociedade; As formas e sistemas de governo; O processo histórico da formação da sociedade brasileira: questões políticas, econômicas, sociais e culturais; Sistema político e eleitoral brasileiro; Marketing político e as influências sobre o comportamento político da sociedade; Ética e política; Relações políticas internacionais: globalização, meio-ambiente; terrorismo e conflitos armados; A importância da Ciência Política para a formação e atuação do assistente social.
 
Metodologia:
Os conteúdos programáticos ofertados nessa disciplina serão desenvolvidos por meio das Tele-Aulas de forma expositiva e interativa (chat – tira dúvidas em tempo real), Aula Atividade por Chat para aprofundamento e reflexão e Web Aulas que estarão disponíveis no Ambiente Colaborar, compostas de conteúdos de aprofundamento, reflexão e atividades de aplicação dos conteúdos e avaliação. Serão também realizadas atividades de acompanhamento tutorial, participação em Fórum, atividades práticas e estudos independentes (auto estudo) além do Material do Impresso por disciplina. 
 
Avaliação Prevista:
O sistema de avaliação da disciplina compreende em assistir a tele-aula, participação no fórum, produção de texto/trabalho no portfólio, realização de duas avaliações virtuais, uma avaliação presencial embasada em todo o material didático, tele-aula e web aula da disciplina.
Título: A FORMAÇÃO DA CIÊNCIA POLÍTICA NO ESTADO MODERNO: DE MAQUIAVEL A MONTESQUIEU
Olá, alunos do curso de Serviço Social da UNOPAR! Quero lhes dar as boas-vindas, mas agora nesta disciplina de Ciência Política, lembrando que já estivemos juntos no primeiro semestre, em Antropologia. Agora, nosso desafio será entendermos melhor como nossa vida é influenciada pelas ações e decisões do conjunto da sociedade e daqueles que detêm o poder (em especial o poder político na esfera do Estado). Então, para começarmos, que tal uma reflexão sobre uma das concepções mais comuns a respeito do universo da política? Vejam esta citação do professor Luís Felipe Miguel, do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília e pesquisador do CNPq:
	As pessoas não confiam nos políticos. A frase de Voltaire, escrita no século XVIII, expressa algo que se aproxima do senso comum do século XXI. Os integrantes da elite política, aqueles que ocupam ou almejam ocupar os cargos de poder da estrutura de Estado, são vistos como auto-interessados, oportunistas, inconfiáveis, desprovidos de princípios, egoístas e, mesmo, corruptos. Na atividade política, encontram vantagens pessoais, prebendas, mordomias. Um fosso os separa dos cidadãos comuns, que vivem do próprio trabalho e enfrentam as dificuldades do dia-a-dia. Em diferentes graus, essa percepção negativa dos políticos está presente em países ricos e pobres, em velhas e novas democracias. (MIGUEL, 2008, p.250)
Referência: MIGUEL, Luis Felipe. A mídia e o declínio da confiança na política. Sociologias [online]. 2008, n.19, pp. 250-273.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/soc/n19/a11n19.pdf>. Acesso: 24 de julho de 2010.
Para Jardim Jr (s/d)* “A política consiste em aplicar-se, na prática, intenções e princípios” (p.16) em benefício da sociedade, isto é, do chamado “bem comum” (dos interesses da maioria). Também afirma que “Não merecem complacência os políticos que procuram conquistar partidários à custa de promessas irrealizáveis” (p.16), referindo-se ao problema da desonestidade e dos particularismos, um dos grandes males da política no mundo todo. Mas o autor defende que é preciso “distinguir, portanto, entre o político desonesto que promete o que não tem possibilidade de cumprir, simplesmente para obter vantagens para si mesmo ou seu partido, e o político que defende um programa que realmente deseja transformar em realidade, mas que vê frustrados seus intentos” (p.17). 
	 E o que você pensa a respeito da política???
É preciso destacar que quando o assunto é política, entram em cena as relações de poder entre os homens, os governos (que devem governar para o bem da coletividade), e também a ética, isto é, o conjunto de princípios e regras de conduta voltados para garantir os interesses da sociedade como um todo. Além disso, política também implica em participação e controle social, especialmente em relação às questões que envolvem os interesses e necessidades do conjunto da sociedade.
* JARDIM JR, D. O que todo brasileiro deve saber sobre política. RJ: Edições de Ouro, s/d.
E, por falar em ética, sugiro que assistam ao vídeo abaixo, do Prof. Paulo Guiraldelli, filósofo, que apresenta uma idéia geral acerca do conceito.
Agora, quero propor um aprofundamento nas idéias dos precursores da Ciência Política, os filósofos que contribuíram diretamente com a formação do Estado Moderno...  Vamos começar com Maquiavel? Assistam ao vídeo...
Maquiavel: Filosofia da Idade Moderna
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A afirmação abaixo, extraída de “O Príncipe”, de Maquiavel, nos mostra o modo como esse pensador procurou explicar as relações de poder e os governos através de uma visão profundamente realista.
“É necessário a um príncipe que deseja manter-se príncipe aprender a não usar apenas a bondade (...). Bem sei que cada qual admitirá que seria coisa muito louvável que num príncipe se encontrassem, de todas as qualidades que acima arrolei, aquelas que são julgadas boas. Todavia, visto que não pode possuí-las todas, nem de todo praticá-las, dada a condição humana que o veda, o príncipe terá de mostrar-se prudente o bastante” (Maquiavel, 1999, p.88)
Maquiavel, N. O Príncipe. Porto Alegre: L&PM, 1999.
Nicolau Maquiavel
Aproveito para sugerir a leitura do artigo indicado, de Helton Adverse, clicando no link a seguir.
	MAQUIAVEL, A REPÚBLICA E O DESEJO DE LIBERDADE Trans/Form/Ação, São Paulo, 30(2): 33-52, 2007��
Como mencionei na tele-aula, outro grande nome da Ciência Política é Thomas Hobbes. Ele concebe o Estado como o grande agente responsável por organizar a sociedade e zelar por ela através da instituição de leis. Vejam como ele se expressa diante desta questão:
“Entendo por leis civis aquelas leis que os homens são obrigados a respeitar (...). E em primeiro lugar é evidente que a lei, em geral, não é um conselho, mas uma ordem. E também não é uma ordem dada por qualquer um, pois é dada por quem se dirige a alguém já anteriormente obrigado a obedecer-lhe (...), a pessoa do Estado” (p.207)
HOBBES, T. Leviatã. SP: Nova Cultural, 1997 (Os Pensadores).
Thomas Hobbes
Ele deposita sua análise no contrato social, isto é, no pacto coletivo feito espontaneamente pelos homens a fim de preservarem sua existência, e na necessidade do Estado e das leis. 
Aprofunde os conhecimentos:
Acredito que a leitura
dos comentários abaixo, sobre a idéia de “direito” em Hobbes, contribui com essa discussão. Vale a pena conferir!
	http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31732009000200002&lng=pt&nrm=iso
Como esses pensadores viveram e produziram suas obras em pleno contexto dos governos absolutistas da Europa, sugiro a leitura da página abaixo para maior aprofundamento:
	http://contextopolitico.blogspot.com/2008/12/histria-moderna-o-absolutismo-um-rei.html
Por fim, vamos agora a um trecho de John Locke, filósofo liberal, também tratado na tele-aula. Observem que ele defende a existência do poder legislativo a fim de assegurar a toda a sociedade seus direitos naturais por meio da ação do Estado.
John Locke
“os homens reuniram-se em sociedades (...) para proteger e defender suas propriedades (...). Foi com esta finalidade que os homens renunciaram a todo o seu poder natural e o depuseram  nas mãos da sociedade em que se inseriram, e a comunidade social colocou o poder legislativo nas mãos que lhe pareceram as mais adequadas; ela o encarregou também de governá-los segundo leis promulgadas, sem as quais sua paz, sua tranquilidade e seus bens permaneceriam na mesma precariedade que no estado de natureza” (Locke, 1999, p.165)
LOCKE, J. Segundo Tratado sobre o Governo Civil. 2ed. Petrópolis: Vozes, 1999 (Clássicos do Pensamento Político).
Você concorda que as leis são necessárias para a vida em sociedade?
Por fim, vamos agora retomar as idéias de Montesquieu. Vejam os trechos de cada um, nas sua obras de maior referência.
Lembrando que Montesquieu defendeu a necessidade de três poderes – Legislativo, Executivo e Judiciário – e a Monarquia Constitucional.
 Barão de Montesquieu
“O governo monárquico tem uma grande vantagem sobre o despótico. Como é próprio de sua natureza existirem, sob a dependência do príncipe, várias ordens que se relacionam com a Constituição, o Estado é mais estável, a Constituição mais sólida, e a pessoa dos que governam mais garantida” (Montesquieu, 1997, p.97) 
MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. v1. SP: Nova Cultural, 1997 (Os Pensadores)
Aprofunde os conhecimentos:
Proponho a leitura das palavras de Francisco Antônio de Andrade Filho e Cristian Charles Oliveira de Holanda, em “Crítica de Montesquieu à corrupção política”, clicando no link a seguir.
	http://www.mauriciodenassau.edu.br/artigo/listar/rec/85
Agora acessem o FORUM e postem suas respostas para as questões formuladas nesta aula. Muito obrigada e até a próxima aula!
Título: A Política Segundo Rousseau, Tocqueville, Marx e Weber
Bem, alunos e alunas de Serviço Social, antes de dar continuidade às nossas conversas sobre os pensadores clássicos da Ciência Política (que, aliás, nesta aula serão Rousseau, Tocqueville, Marx e Weber) quero apresentar mais algumas considerações sobre os conceitos de Estado Moderno e Sociedade Civil, ambos inaugurados a partir das idéias desses pensadores. Vejamos:
Para iniciar, proponho a seguinte leitura: “O Estado Moderno: da gestão patrimonialista à gestão democrática”, de Neusa Chaves Batista, no link abaixo:
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A autora contextualiza muito bem a formação do Estado Moderno, afirmando que: 
“A construção histórica, político e social do Estado Moderno encontra-se  vinculada às profundas transformações ocorridas principalmente, nos séculos XIV, XV, XVI, quando começa a gradativa superação do modo de produção feudal e o surgimento do capitalismo mercantil. Estes eventos desencadearam a redefinição da organização do Estado que paulatinamente, começava a delinear-se a partir das revoluções burguesas. Foi assim que no final do século XVII, a lei divina, como fundamento das hierarquias políticas, começava a ser substituída pela formulação sistemática dos direitos naturais e a atribuição ao Estado da realização do bem comum”
Vejam como é importante contextualizarmos historicamente...
	Os teóricos da Política enfatizavam que todo Estado Moderno deveria ter, necessariamente, um sistema de governo, cujos representantes (eleitos ou não pelo povo) teriam o dever e o poder de conduzir ações de interesse coletivo, assegurar a execução das leis, a ordem social, seu desenvolvimento e a sua condição de soberania (nas relações internas e externas). Além disso, os chamados “contratualistas” (os primeiros filósofos da Política moderna) ainda não falavam em “sociedade civil”, termo que surgiu somente no século XVIII. Até então, concebia-se a idéia de que a sociedade se organizava coletivamente, pactuando um “contrato social” inicialmente informal, e depois na forma de leis formais.
	
Sendo assim, pode-se dizer que o Estado é formado pela sociedade civil, e esta, por sua vez, dele depende (formulação e execução de leis, organização e controle das instituições sociais, etc).
 Rousseau
Para Rousseau, filósofo iluminista (ao lado de Montesquieu e Locke), todo Estado tem que ser governado pela democracia, e a sociedade deve eleger seus representantes para trabalhar em favor dos interesses da coletividade. A todos deve ser assegurado direitos iguais. Observem suas palavras:
“o pacto social estabelece entre os cidadãos uma igualdade tal, que eles se obrigam todos debaixo das mesmas condições, e todos devem gozar dos mesmos direitos. Assim, pela natureza do pacto, todo o ato de soberania, isto é, todo o ato autêntico da vontade geral obriga ou favorece igualmente todos os cidadãos, de maneira que o soberano só conhece o corpo da nação e não distingue nenhum daqueles que a compõem” (p.44)
ROUSSEAU, J. J. Do Contrato Social. SP: Martin Claret, 2000 (A obra-prima de cada autor).
Aprofunde os conhecimentos:
Para saber mais a respeito do Iluminismo, acessem o endereço abaixo:
	http://www.scielo.br/pdf/trans/v28n1/29409.pdf
E, por falar em democracia na visão dos teóricos clássicos da Ciência Política, vamos ver também as idéias de Tocqueville.
Tocqueville
Sobre a concepção de democracia neste pensador, Silva (2007)* afirma que:
“Daí a afirmação de Tocqueville de que os anglo-americanos que se instalaram no Novo Mundo se encontravam num estado de igualdade social, pois, entre eles, não havia homens de baixo nascimento, nem pobres. Ao invés disso, eram homens com “maior igualdade de fortuna e de intelecto” (1969: 66). Essa igualdade de condições existente entre os anglo-americanos foi o fator decisivo para que, na prática, a democracia fosse instalada na América, garantindo que, constitucionalmente, a soberania fosse colocada nas mãos do povo e não nas mãos de um só ou de poucos. É a igualdade geradora do gosto pela liberdade que levaria a Nova Inglaterra a respeitar as liberdades provinciais e a criar, depois da luta das colônias pela independência, uma constituição democrática e um sistema federativo, onde seriam contemplados não só os interesses comuns existentes entre elas, mas também as diversas aspirações provinciais”  
SILVA, J. O. O poder político na visão de Tocqueville: um diferencial entre antigos e modernos. Revista Espaço Acadêmico. N.75. Ano VII, ago/2007.
Acessem este artigo na íntegra pelo link:
	http://www.espacoacademico.com.br/075/75silva.htm
Nas mãos do povo...
Por que será, que no caso da democracia brasileira o povo não parece se importar com as questões da política???
Agora, vamos ver o que dizem Marx e Weber sobre a política....
“na produção social da própria vida, os homens contraem relações determinadas, necessárias e independentes de sua vontade, relações de produção estas que correspondem a uma etapa determinada de desenvolvimento de suas forças produtivas materiais. A totalidade dessas relações de produção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se levanta uma superestrutura jurídica e política, e à qual correspondem formas sociais determinadas de consciência (...). Não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, ao contrário, é o seu ser social que determina sua consciência” (Marx, 1982, p.25)
MARX, K. Para a crítica da
economia política. SP: Abril Cultural, 1982 (Os Economistas)
Vejam que Marx concebe a política como um dos pilares do modo de produção capitalista, ao lado da superestrutura jurídica. Para este pensador, a sociedade como um todo é levada a aceitar a realidade como ela se apresenta, sem conseguir perceber os mecanismos de reprodução do capital que são respaldados pelo Estado – um Estado burguês, portanto.   
Que tal um vídeo que trata da alienação típica dos nossos tempos???
Manipulação de Massa
Então não temos escolha???
Aprofunde os conhecimentos:
Mias uma sugestão: a leitura das palavras do filósofo Paulo Guiraldelli Jr, em:
	Marx e Weber, românticos na contramão somente para leitores inteligentes http://ghiraldelli.wordpress.com/2008/07/14/marx-e-weber-romanticos-na-contra-mao/
Para Weber, que vocês também já viram em Sociologia e na tele-aula desta disciplina, a política deve ser realizada com a ajuda da ciência, sendo esta considerada um instrumento de saber a serviço da sociedade como um todo. Vejam o que ele diz a respeito do papel dos homens que fazem a política:
“Qualquer um que deseja dedicar-se à política e, em especial, aquele que deseja dedicar-se à política em termos de vocação, deve tomar consciência dos paradoxos éticos e da responsabilidade” (P.121), e, além disso, “ vemos que a ética da convicção e a ética da responsabilidade não se contrapõem, mas se completam e, juntas, formam o homem autêntico, ou seja, um homem que pode aspirar à vocação política” (p.123)
WEBER, M. Ciência e Política: duas vocações. SP: Martin Claret, 2004. (A obra-prima de cada autor)
E vocês, veem algum fundamento na tese de Weber?
Aprofunde os conhecimentos:
Para saber mais sobre as idéias políticas de Weber, proponho que leiam o livro citado acima. É muito interessante a análise que faz sobre a distinção entre o papel do cientista e o do político. Vale a pena conferir!
E, para finalizar esta unidade, proponho agora que assistam ao vídeo abaixo, que retoma algumas idéias de Weber, Estado Moderno e poder. É bem interessante!
O que eh Politica? (Filosofia) – 2
E agora, só para descontrair um pouco, que tal uma charge bem humorada e crítica sobre os “homens da política” ???
Vocês acreditam que todo político é desonesto???
Agora acessem o FORUM e postem suas respostas para as questões formuladas nesta aula. Muito obrigada e até a próxima aula!
Wa - Ssoc - Sem 1 - Unidade 2 – Ciência Política
Web Aula 2
Título: Formas e Sistemas de Governo
Olá, alunos e alunas!  Nesta unidade estaremos iniciando uma conversa sobre a política no mundo e no Brasil, começando pelas diferentes formas e sistemas de governo. Vou apresentar algumas considerações adicionais ao que já expus na tele-aula. Vamos lá? 
Sobre o TOTALITARISMO...
Segundo Pazzinato e Senise (2002)*, o Totalitarismo significa “ausência de formas democráticas de participação política; [...] sistema de partido único, que exerce o poder, extinguindo todos os outros partidos ou facções; cerceamento das liberdades individuais e coletivas; controle da vida pessoal dos indivíduos pela polícia política; mobilização constante da população em torno das campanhas de propaganda e slogans do regime” (Pazzinato e Senise, 2002,  p.271)
*PAZZINATO, A. L.; SENISE, M. H. V. História moderna e contemporânea. SP: Ática, 2002.
Lembram-se das cenas que apresentei na tele-aula sobre o filme da queda de Hitler? Então, nos governos totalitários não há espaço para a democracia. E, por falar em Hitler, que tal assistirmos a uma charge crítica a respeito dos grandes “senhores da guerra”?
Mauricio Ricardo – MESTRES DA GUERRA (música de Bob Dilan)
	http://charges.uol.com.br/2002/09/11/especial-mestres-da-guerra/
Sobre o NEOLIBERALISMO...
Inicialmente o termo “neoliberalismo” significou uma doutrina política e econômica que propunha uma adaptação dos princípios do pensamento liberal clássico às ações reguladoras e assistencialistas do Estado capitalista em meados da década de 70 e 80. Nas últimas décadas, a proposta neoliberal passou a incorporar a idéia do livre mercado, sem a intervenção do Estado na economia (ou uma intervenção mínima).
Os governos que adotam o neoliberalismo têm adotado a postura de não interferir nas questões relativas ao comércio interno e externo (economia global), incentivando a privatização dos setores públicos.
Sobre a SOCIAL-DEMOCRACIA...
	
	Trata-se de um sistema de governo que privilegia a defesa dos princípios do Estado de Bem-Estar Social – Welfare State. As Internacionais Socialistas (vocês estudaram isto em Sociologia I, estão lembrados?) chegaram a postular a Social-Democracia como sendo um exemplo de democracia representativa.
Bem, já que estamos nos referindo ao Estado de Bem Estar Social, proponho agora a leitura de um artigo sobre Direitos Humanos. Muito bom! É só seguir o link...
“Gênese, evolução e universalidade dos direitos humanos frente à diversidade de culturas”, por ETIENNE-RICHARD MBAYA (Estud. av. vol.11 no.30 São Paulo May/Aug. 1997)
	http://www.scielo.br/pdf/ea/v11n30/v11n30a03.pdf
Vejam que no artigo destaca-se a criação da ONU – Organização das Nações Unidas e a Declaração dos Direitos Humanos, os quais se sobrepõem às políticas específicas de cada país. Trata-se, portanto, do campo das políticas internacionais.
“Com a criação das Nações Unidas e a adoção dos princípios da Carta da ONU, além da Declaração Universal dos Direitos do Homem, entre outros instrumentos internacionais, finalmente foi abandonada, ao menos teoricamente, a idéia da exclusividade dos direitos humanos. Vivemos, desde 1945, um período de reconhecimento da sua universalidade e inclusividade, sendo, também, um período de reivindicações dos povos no sentido de exercerem o direito à autodeterminação como um direito dos povos e do homem. É o momento da democratização, da descolonização, da emancipação, da luta contra o racismo e todas as formas de discriminação racial. O direito à existência, à vida, à integridade física e moral da pessoa e à não-discriminação, em particular a racial, são normas imperativas da comunidade internacional ou da natureza do ius cogens.” (p.18)
Que tal uma charge política para descontrair?
Charge Maurício Ricardo – Barrack Obama canta Black Or White
	http://charges.uol.com.br/2008/11/06/barrack-obama-black-or-white/
Então, qual é a relação entre política e Direitos Humanos? Aprofunde os conhecimentos:
Quero deixar uma sugestão de filme. Para quem ainda não assistiu fica aqui uma dica: “O senhor das armas” (e mesmo para quem viu, por que não?), filme que mostra o universo das grandes negociações de armamentos entre os países, sem importar se isso atende os reais interesses da humanidade como um todo. Há um pequeno trecho disponível para visualização na minha última tele-aula de Ciência Política do semestre anterior (2008/2) – é só buscar na Biblioteca Digital em meu nome.
Agora, para ajudá-los a pensar mais a esse respeito, que tal um vídeo carregado de imagens e mensagens, muito bem produzido por Maurício Amorim? Para os alunos e alunas que, como eu, gostam de Legião Urbana, o vídeo vale também pela letra de “A canção do senhor da guerra”. É só clicar no link abaixo...  
A Canção do Senhor da Guerra
Agora que já assistiram ao vídeo, vamos analisar a letra da música e ver a relação com as políticas de guerra entre os países?
	A CANÇÃO DO SENHOR DA GUERRA
(Legião Urbana – Composição de Renato Russo e Renato Rocha)
Existe alguém esperando por você, que vai comprar a sua juventude e convencê-lo a vencer... Mais uma guerra sem razão. Já são tantas as crianças com armas na mão, mas explicam novamente que a guerra gera empregos, aumenta a produção... Uma guerra sempre avança a tecnologia, mesmo sendo guerra santa, quente, morna ou fria... Prá que exportar comida se as armas dão mais lucros na exportação?... Existe alguém que está contando com você prá lutar em seu lugar, já que nessa guerra não é ele quem vai morrer.
E, quando longe de casa, ferido e com frio, o inimigo você espera, ele estará com outros velhos inventando novos jogos de guerra... Que belíssimas cenas de destruição... Não teremos mais problemas com a superpopulação... Veja que uniforme lindo fizemos prá você... Lembre-se sempre que Deus está do lado de quem vai vencer... O senhor da guerra não gosta de crianças...
Por falar em questões de política internacional, vejam agora, as ponderações do Prof. Oskar Negt a respeito de política e globalização nos dias atuais. Transcrevo a seguir um trecho da entrevista intitulada “Possibilidades e impossibilidades da política hoje”: Muito boa!
“A globalização constitui hoje o principal argumento, no interior deste sistema capitalista, com o qual pode ser demolido o Estado Social. Constitui essencialmente um meio de pressão. Globalizado está essencialmente o mercado de finanças e de divisas. Sobretudo no caso do comércio, mostra-se evidente que todos os países não estão de modo algum incluídos nesse processo mundial de globalização. A África possui 1% de participação no comércio mundial e está praticamente excluída da economia global. Um continente inteiro sucumbe diante da miséria, da fome e do sofrimento. Não partilho da tese segundo a qual o Estado nacional não possui mais nenhum instrumento político para reagir contra o processo, que não é de modo algum natural, deste mercado dominante financeiro globalizado. Ao contrário, acredito que os Estados nacionais hoje devem tornar-se conscientes da responsabilidade de que o mercado globalizado, ou em outras palavras, de que a lógica do capital e do mercado não é capaz de fundar uma coesão satisfatória da ordenação social. A argumentação política deve ser novamente ampliada de modo a mostrar claramente que a globalização favorece apenas exclusivamente os países ricos e não os pobres. A globalização não é nenhuma lei natural, mas sim algo politicamente desejado. Por isso, esses processos constituem também objeto de possíveis intervenções políticas. O espaço de configuração da política é atualmente maior do que evidencia a barreira de medo dos políticos em relação aos poderes econômicos.” (NEGT, Oskar. Possibilidades e impossibilidades em política hoje. Trans/Form/Ação, São Paulo, 23: 135-143, 2000)
Para ler na íntegra, acessar:
	http://www.scielo.br/pdf/trans/v23n1/v23n1a09.pdf
Bastante interessante a charge de Maurício Ricardo que, de certa forma, trata de globalização e questões políticas ... Vamos assistir?
Charge Maurício Ricardo
Cotidiano – Os dois Populares
	http://charges.uol.com.br/2009/02/19/cotidiano-os-dois-populares/
Certo, mas também temos que pensar nessas questões por um ângulo mais sério. Se estamos falando de globalização e política, proponho que assistam a um vídeo produzido por Fernando Vilela (Comunidade Consciência Mundial / Orkut), que nos mostra uma das piores faces do imperialismo nos nossos dias: a desigualdade social, a miséria e a fome.
Quais as consequências do imperialismo no mundo globalizado de hoje??? Aprofunde os conhecimentos:
Para saber mais sobre o imperialismo nos dias de hoje, quero sugerir duas boas leituras...
*AMIN, Samir. O imperialismo, passado e presente. Tempo [online]. 2005, vol. 9, no. 18, pp. 77-123. ISSN 1413-7704. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tem/v9n18/v9n18a05.pdf
** CASANOVA, Pablo González. O Imperialismo, hoje . Tempo [online]. 2005, vol. 9, no. 18, pp. 65-75. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tem/v9n18/v9n18a04.pdf
Agora acessem o FORUM e postem suas respostas para as questões formuladas nesta aula. Muito obrigada e até a próxima aula!
Título: A Política no Brasil
O Muito bem, aqui estamos nós para nossa última web-aula de Ciência Política. Agora vamos conversar sobre algumas questões da política em nosso país, e já começo propondo a leitura do artigo de Maria D’Alva Kinzo*, intitulado “Partidos, eleições e democracia no Brasil pós-1985”, disponível no endereço abaixo:
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* Rev. bras. Ci. Soc. vol.19 no.54 São Paulo Feb. 2004
Vejam que a autora propõe uma série de questões sobre o desenvolvimento do processo democrático no Brasil a partir do fim da Ditadura Militar (uma democracia jovem, portanto, não é mesmo?). Mas, embora já caminhando em um sistema político democrático, ainda sofremos com muitos problemas de origem política, como discutimos na tele-aula, sobretudo a corrupção. A charge a seguir reflete uma crítica contundente à atual democracia brasileira. 
Esta outra charge, de Angeli, também denuncia os abusos cometidos na política do Brasil, especialmente no que se refere ao famoso “escândalo do mensalão” que envolveu muitos nomes importantes do governo e da oposição. 
Segundo TOZZI e cols**. (2008) "Pronto, Lula! Acabou o sol!" pode ser atribuída ao sentido que com tanta corrupção descoberta o governo estaria no escuro.” Será???
** TOZZI ,Camila Cristina Branquinho Barbosa; SILVA, Bruna Gonçalves da; FURLAN Guilherme Medeiros; DURIGAN, Regina Helena de Almeida. REC – Revista Eletrônica de Comunicação - © Uni-FACEF 2008 – Edição 05 – Jan/Jun 2008 – Disponível em: 
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A democracia permite a livre expressão de idéias, comportamentos, valores...
Esta é uma discussão fundamental para a formação e o trabalho do Assistente Social, sobretudo por ser um profissional que se coloca na defesa dos direitos da população. 
Mas, voltando a tratar da redemocratização do Brasil após o fim da Ditadura Militar, vejamos algumas questões importantes sobre o contexto histórico-político do país:
Ao final dos vinte anos de ditadura militar no Brasil (1964 – 1985) instalou-se uma grave crise econômica no país: inflação, recessão, dívida externa, empobrecimento da população. Diante disso fortalece-se a oposição política ao governo militar (partidos, sindicatos e outros segmentos da sociedade.
Ano de 1984 – mobilização em todo o país por eleições diretas para Presidente da República – a campanha das Diretas Já. A proposta foi rejeitada. 
Janeiro de 1985 - o candidato Tancredo Neves integra a Aliança Democrática (aliança entre PMDB e a Frente Liberal) e é eleito por votação indireta (Colégio Eleitoral), mas com amplo apoio da sociedade. Morre antes de assumir. Toma posse José Sarney. 
A eleição marca, de forma pacífica, o fim da ditadura militar, mas o processo de redemocratização só se completa em 1988 com a promulgação da nova Constituição (durante o governo José Sarney). 
1989 – Eleições diretas: mais de 82 milhões de eleitores foram às urnas, elegendo em segundo turno o candidato Fernando Collor de Mello (42%), que derrotou Luiz Inácio Lula da Silva (37%). Processo de “impeachment” após dois anos por denúncias de corrupção. 
1991 - O vice Itamar Franco assume a Presidência da República. Apesar das denúncias de corrupção contra Collor, Itamar conseguiu o apoio do Congresso Nacional e da sociedade. Conseguiu reduzir a inflação e melhorar o controle da economia do país. Apoiou a candidatura de FHC.
1994 – Fernando Henrique Cardoso (PSDB/PFL) é eleito pelo povo, sendo reeleito em 1998 em primeiro turno. Teve como vice Marco Maciel, que apoiava os governos militares pós 64. Marcas de seu governo: estabilidade econômica, continuidade do Plano Real, reforma administrativa do Estado, privatização de empresas estatais, programas sociais e de transferência de renda (Bolsa-Escola, Vale-Gás e Bolsa-Alimentação). 
2002 – Eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ex-sindicalista, líder da esquerda e das forças populares. Reeleição em 2006, no segundo turno, com 60% dos votos (contra Geraldo Alckmin, 39%, apoiado por FHC). Promessas de reforma política e tributária, fortalecimento da democracia, combate à pobreza e à corrupção, inclusão das minorias e crescimento econômico. Ênfase nos programas assistenciais e de transferência de renda.
E, por falar em programas assistenciais e de transferência de renda, vejam esta outra charge, bastante crítica em relação às atuais políticas de combate à fome no Brasil.
De
acordo com TOZZI e cols**. (2008), no artigo citado acima, esta charge “critica o programa fome zero, implantado no início do mandato do presidente Luis Inácio da Silva, sobre a ótica de que "propaganda é a alma do negócio" em que o projeto foi muito falado, mas não resolveu um dos grandes problemas sociais: a fome.”
E você, o que sabe e o que pensa sobre os atuais programas do governo que se propõem a combater a fome e a pobreza???
Aproveito para apresentar outra charge bastante inteligente, que reflete outro grave problema de nossa política quando a oposição assume o poder... Muda-se muito de opinião e postura, não é verdade?
Bem, mas temos que considerar que os problemas de natureza política no Brasil são históricos, e por isso proponho um “passeio” pela história para refletirmos sobre algumas características do nosso processo político desde o início da República. Vamos lá?
As palavras abaixo, de Campos e Miranda*** (2005) revelam aspectos relevantes da formação da República brasileira. Observem que não foi exatamente um movimento democrático:
“A implantação da República no Brasil não foi fruto de um processo revolucionário em que os grupos populares tenham participado ativamente, nem ampliou a participação política no país. Houve, sim, uma espécie de reacomodação entre os grupos dominantes, ou seja, proprietários de terras e/ou comerciantes e industriais, em torno das instituições públicas” (p.398)
“O exercício da cidadania era extremamente restritivo. Tinham direito a voto apenas os homens, alfabetizados e maiores de 21 anos, excluindo-se ainda mendigos, soldados rasos e religiosos. Com tantas restrições, até 1926 o eleitorado nunca ultrapassou 4% do total da população brasileira. Definitivamente, era uma república para poucos” (p.399)
*** CAMPOS, F.; MIRANDA, R. G. A escrita da história. SP: Escala Educacional, 2005.
E nos dias de hoje, será que é uma República para todos???
O tempo passou, algumas coisas mudaram, outras não. Vamos assistir a um vídeo sobre a redemocratização do país, após o fim do Militarismo (uma boa produção de estudantes). É só clicar no link abaixo.
Brasil pós- Ditadura... Corrupção e Impunidade
Este vídeo nos faz refletir sobre uma questão essencial: o fato de não nos envolvermos diretamente com as questões políticas não nos exclui da política. Somos políticos querendo ou não, agindo ou não, pois nossos comportamentos contribuem, de uma forma ou de outra, com os rumos da política do país.
A história política do Brasil é marcada por algumas rupturas, mas também, infelizmente, por muitas recorrências, sobretudo as seguintes: poder concentrado nas mãos das elites, pouca participação da maioria da população, descaso com os interesses coletivos, privilégios aos políticos, particularismos, corrupção, escândalos...
E o que nós todos estamos fazendo para mudar isso???
Bem, para fecharmos esta segunda unidade, que tal um recadinho bem mandado por uma galera “consciente”? Um vídeo também bem produzido por estudantes. Vamos lá?
Ética na Política?
Aprofunde seus conhecimentos:
Para ampliar seus conhecimentos, sugiro as seguintes leituras:
A compra de votos – uma aproximação empírica. Bruno Wilhelm Speck. Opin. Publica v.9 n.1 Campinas maio 2003 – Disponível em:��
Percepções pantanosas: a dificuldade de medir a corrupção. Claudio Weber Abramo Novos Estudos 73, Nov. 2005. Disponível em:��
Agora acessem o FORUM e postem suas respostas para as questões formuladas nesta aula. Muito obrigada e até a próxima!
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