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' i i ç , ~ 1 · } _5· JUDEUS A inda que no inicio da Iq_ade Média os judeus vivessem livremente entre os cristãos, vestissem as mesmas roupas e falassem a mesma língua que . os seus vizinhos cristãos, eles eram pot~ncialmente vulneráveis à perse- g_~_ão e à busca de bodes expiatórios. Pois continuavam a ser uma minoria racial e religiosa distinr.a que se alimentava com uma comida dif~rente, obede- ciam a l~_g:~_i:_~nte~2_praticavam s~iços religiosos distintos e e~\l~~-~ Ç.rjanças .. separa_çl_a~p._!e. Estavam intimamente associados tanto à medicina ~anto à magia, duas práticas temíveis e suspeitas. Uma combinação de circuns- làiiCíaSvmaoriencar o antagonismo popular contra eles e inaugurar uma longa; amarga e trágica crônica nós anais do ódio humano. t!ão há nenhuma evidência de hostilidade popular disseminada contra os judeus no Império Romano, embora haja alguns exemplos de explosões de violência contra eles, notadamente em Alexandria, onde existia uma indisposição duradoura entre judeus e gregos. Os judeus - por exemplo, ---·· Paulo de Tarso - podiam tomar-sé cidadãos inte~s e eram livres para praticar sua re!~o . Tinham obviamente algumas característicasoT5tillti- ~- Respeitavam o sábado,, praticavam a circ.!illf_is.ão. e se recusavam a participar de atos religiosos realizados na imenção dos deuses ou do impe- rador romano. Mas obtinh2.m isenções especiais com as orações que faziam pelo, em vez de ao, im.perador. v Nos círculos cultos, todavia, havia duas queixas principais contra os judeus: seu exclusivismo e seu proselitismo. Tácito escreveu: ~os judeus ( ... ) revelam uma vinculação obstinada uns aos outros( ... ). Eles se sentam separa - damente nas refeições, eles donnem separag,amente e ainda q'ue, como nação, sejam singularmente inclinados à devassidão, se abstêm de intercurso com mulheres estrangeiras." A propagação ativa de sua .fé também foi comentada com pesdouro por Horácio, Juvenal e Séneca. ,. . Foram em parte estas duas características dos judeus, separacãoje' prose- -ffil"smO, .. quc os colocou cm conflito com os cristãos. Desde o nascimento ' élo · cristianismo no século I, a nova fé, como sua origem, o judaísmo, era ativamente missionária e diseu1.ava .~om o _ilidaismo as conversões P.2Lt_?_9() _2_É!Pério Romano. Além disso, os cristãos estavam ansiosos para ser considerados Capazes êle recrutar judeus· e gentios igualmente para a Igreja cris tã. Mas, o que é muito sério, os judeus passaram a ser vistos como responsáveis pela morte de Cristo. Esta deveria ser a base de todo o amargo antí-semrnsmo dos séculos ~ '----- cristãos. A partir dos séculos IIIe-T"V , escritores e pregadores acusavam 95 ; _,• •( . . ,,,.. j ·.11 .{ .. !i 1 1 1\ li 1 1 H I~ f' 'li Sexo, Desvio t Danação - , _ \·-·' c-egu larmente os judeus de deicídio. Esta acusação tornou-se a desculpa funda-:~·.~:. c:nenr..al e a explicação para a onda de perseguição medieval. . -· No momento em que o cristianismo se tornou a religião oficia!_do Império 8.om.ano no século IV, as leis imperiais começaram a fazer restrições aos iudeus . Primeiro os cód igos de k.is de Teodósio e depois os dC!)ustiniA.ll.Q_dete~inaram que os judeus deveriam ser excluídos de todas as funções políticas e militares, proibidos de casar com cristãos ou de possuir escravos cristãos. Sob Justino I e 5 18-2 7), predecessor de Justiniano , os judeus foram proibidos de fazer testa- • menLos~ receber heranças, dar testemunho em tribunais - <;:~_.P.I9s!.~?-)LSLual<ll!~ ! ,. .. ' ' ' ,. a.tolegE-1. Eles tornaram-se com efeito cidadãos de s~ggn.çig_ç!-ª.§§ .. e. Mas, apesar d isso, tinham a _p_~~i,?.sãoj~Jlia.!iEª-!:. sua reli g_\ão . 'i 'fi Sob os reinos bárbaros pós-romanos, há evidências de que os judeus 12rosperaram. Na I tál ia lombarda e na Itália ostrogótica, os p1'iv ilégios judaicos eram E1!0teg idos pela le i e pe la coroa. Na Gália merovíngia, os judeus eram · \: .. -... ~--~atados como romanos e gozavam dos mesmos direitos e obrigações que os não-judeus. Os primeiros governantes carolíngios, Pepino (752-68) e Carlos M agno (768-814), permitiram aos judeus possuir terras e exercer autoridade sobre trabalhadores cristãos. Eles usavam os judeus como colonizadores e soldados e incentivavam os mercadores judeus. O imperador franco Luís o Piedoso (814-40) sistematizou- e organizou as instituições em seu império, criando o cargo de -Mestre dos Judeus- (Magiscer Judaeorwn) para supervisio- nar os preceitos judaicos e seus regulamentos. Luís encorajou igualmente os j u óeus a serem mercadores , permitiu a constr~ão de novas sinagog.!!_s, indicou judeus para c-ª..i:~no governo_gue tinham autoridade sobre cristãos, publicou .e(·'' e ar:as de proteção para os mercadores é determinou que os mercados fossem .y.'" .. , · . fechados nos sábados judaicos. A extensão da ~~~$.:.S_r~~~-§judeus na socie- dade carol íngi a se refletia nas campanhas arguitetadas contra eles_primeiramen- i(i .;ero.:ar:ê~.G isp~ç: :Ag obara0·-cte Jyo·~ ·(779::84õ)e:-<lepoíS~~í)eiõ .. . ã~êbis po H incmar de Reim§ (S06~82) . ·· ·· ·· ·· r-· Já em 538 , o Conêíl io de Orléans aprovara decretos para e limin.p.r o \: \ \~ · prQSelitismo judaico. O concílio condenou q__ça.s.{Lmento mis~i)[oibi~ os c ris1i(;j~ -~cjlllle~e!Il,..~~11.:..!?.~ j u_~~us, "êfe tc~ou que ~st_~Q?__Qa_r~ssem de celebrar- o ság~àa...j_u9_aico e de trabalhar aos domingos, e proibiu ju-dêus e cristã~"S-ci~ s"é~misturaren;-~asernanã·s~t;:-"ArecõITência deste tipo de fois nos concílios subseqüent~s atesta.de·~~~~~ poderosa o medo permanente do clero de que os judeus estivessem atraindo crisLãos para a sua fé. A!!Obardo de Lyon escreveu uma série de cinco epístolas antiju4aicas, nas ~ quais b;~Trnpedir que proprietários cristãos de escravos vendessem escra- .-, '°'" ·-·· vos cristã~par:a_ j1,1de_us, evl i.ar que cristãos observassem o sábado judáico, ;-,_ ., oíilenar ;-os cr istãos que se abstivessem de ingerir carne e vinho judaicos e evitassem jejuar com eles durante a Quaresma. Todavia, Agobardo ressaltou qt1e - desde que eles [os judeus} vivem entre nós, nã_<?,_~::_~~~:~.~-~--~~-tls o~.1- prejudicar sua __ ~ jda_, .. ~a.údc ou_.Ü9.tt.~.za . " Numa séri e de concílios da Igreja fraiiCa- Ciõ'11"ií.ãCêiõ século IX, uma série de ed itos cujos obj etivos eram muito semelhantes foi aprovada pela facção liderada por Hlncmar de Reims . Os editos inc luíam uma pro ibição de construção de novas si~gõgãs~7~a ordem para . ~ 1 ! ' ' 1 1 1 18. Suspeito in~rrogado sob tortura nos julgamentos de bruxas ~m Bamberg, 1508. (Reproduzido com a amável permissão da Mansell Collect1on.) 19 . A imersão de Mary Sutton, suspeita de ser bruxa, em 1612'. Aquel~s. que sobreviviam ao julgamento eram reconhecidos como bruxos. Aqui os tarruh,ares da vítima a ajudam a manter-se à tona. Folha de rosto de um folheto de tttulo Wiiches apprehended, exarnined and execuced, Londres, 1613 . (Reproduzido com a amável permissão da Mansel! Collection.) 1 • 1 1 \ 1 1 1 " ~ l 1 1 li ·li 1 \, 1 1 1 1 \\ \\ il li Jj \~ \~ \\ 1 1 l 20. O enforcamento de três bru- xas em Chelmsford, em 1589. (Reproduzido com a amável per- missão d.a Manse!l Collection.) -·-----" 21. A mor;e de uma bruxa na fogueira em Am.sterdam, em 157·; . (Reproduzi~~ com a amavel permissão d.a Manse!l Collection.) 22. Execução de bruxas inglesas no século XVII. O delator das bru~as é visto à direita recebendo o pagamento. (Reproduzido com a amável permissão da Mansell Collection.) 23 . Uma Assembléia de Bruxos, do Cornpendium Maleficarwn, de Guazzo, o riginalmente publicado em 1608. ~o diabo é o presidente da Assembléia ~ senU!-se no trono, sob alguma forma terrível, tal como a de um cão oubode ( ... ) então eles lhe oferecem velas negras como o breu ou cordões umbilicais de crianças e o beijam. ( .. . )" (Livro -1, Capítulo 12, traduzido para o inglês por Montague Summ.ers, 19 12.) (Reproduzido com a amável permissão da British Library.) ' ' i l· !I f! 24e 25. Bruxos usando cadáveres huinanos para ocasionar a morte de outras p essoas . Os cadáveres de crianças tinham seus próprios usos específicos. Do C am pendium Maleficarum, de Guazzo, originalmente publicado em 1608. (R eproduzido com a amável permissão da British Library.) · ,\< J i\ 26. Mesmo no dia de seu casamento, esta noiva judia usava a rouelle , a marca da infâmia em fotma de roda. Itália, c. 1477. (Reproduzido com a amável pernü:ssão da Hamburg Staats- und Univers itiitsbibliothek.) V 1, 27. Crucificação de uma criança cr:is tã por judeus de Pontoise. Da Crônica de Nuremberg 0de Sêhedel, 1493. (Reproduzido com a amável permissão da Mary Evans Picrnre Library.) · 28 . Cena de um bordel. Alemanha, século XV . O banho cornunit<irio e a figura do bobo eram cornumente usados para significar prostituição . (Reproduzido com a amável permissão da Mary Evans P ictu re Library .) ! ·1 l 1 ~ 1 j 1 l 29. Infidelidade: amarites comf>3:ftilhando um banho. Da Schweizerchronik, de Johan Stumpf, c.1550. (Reproduzido com a amável permissão da Mary Evans Pi cture Library .) "l 30 . Prostil.uta com um jovem. Xilogravura alemã do século XV. (Reproduzido com a amavel pemussao da Mary Evans Picture Library.) MERCVRE. ' 1 31. Mercúrio tomado como anü-sifilítico: Para aqueles que contraíam doença venérea em conseqüência de suas avenruras, o mercúrio era um remédio. (Reproduzido com a amável permissão da Mary Evans Picture Library .) 32. Homossexuais destinados ao Inferno, do Inferno, de Dante, Canto XV. Aqui Dante reconhece seu aQtigo professor Brunetto Latini e outros florentinos condenados porcrime ~;sodomia. (Reproduzido com a amável permissão da Biblioteca Nazionale, Florença.) " ) 33. Mulher leprosa com um sino. Jngla- __ terra, sé cu lo XIV. (Reproduzido com a amável permissão da Briüsh Library.) 34. Leproso com matraca e terrina, do Miro ir Hisro rial, de Vincent de Beauvais, século XIII. (Reproduzido com a amávei permissão da Mary Evans Picture L ibrary.) Judeus 97 remover os judeus de posições_ de autoridade sobre . cristãos, Ut'lla proibição . :' relaúvamente à posse de escravos cristãos por judeus e contra o proselitismo ,; ·~' 1 · dos judeus. Penalidades foram impostas aos cristãos que Jantassem ou se ' . : ·, , , ,_\, misturassem demais com os judeus e os casamentos mistos fo:t-am banidos. Certamente, tais !i~ões deveriam ser ~~si~::i:..?_~~~as. Os eclesiásticos francos queixavam-se -Ôe que ernm obrigados a agir assim porque -agora ( ... ) em todos os lugares e cidades( ... ) irrompeu tanta arrogância e opressão [da pane dos judeus]". 1 \ i i l ', 'i Na Espanha visigótica leis selvagemente repressivas foram aprovadas contra os juaeus, inspiradas, como ressalta P.D. King, pelo "ódio dos c ristcfos contra o povo que tra iu.~._confiança de Deus". Mas os reis visigodos s imples- mente não dispu nham do aparelho necessário para implementar efetivamente .:""· essas leis . · Entretanto, em boa parte do Ocidente bárbaro, os judeus eram va lorizados como mercad.9_~es,_ mé~i.~?S, diplomá tas e~oldados.:. Muiws governautes bárba- ros pãrú!emter tratado os j udé-ús cÕmÕ-Üm dentre os diferentes povos com suas leis específicas que formavam seus domínios. Oncis carolíngios, em particular, incentivaram a ·imigração e a multiplicação das comunidades judaicas. Os · ju'Cteus emergiram, assim, da Idade das Trevas como uma minoria distinta e _[<:_conhecível, viven~uas próprias leis •. c~d}_::'.~'.:..1!.lªi~~eros e razoa_- -~el.~~.!!~~ ~~g~. E~riam a alcançaE_ !!I_11_a_'!~ Ql,!1'!)éiis;9_~ cie .. p1g_sp~de " ~g_ s§cuJ_o XII e no_com::_ço do século 2ºTI, __ ml!_s .~e~.!:!!9--~~~.5-_Q.i~~~!!!de~ ~m relação a eles _llludaríam dramaticamente . . ·- ,A.. mudança de.-ati°tude se.vel-i'B,ç9.!L_ci9_s~_cµl_o XI. Por volta do ano de 1_,,_ ,_ .- • 1010, comec, àrã'i:n a circiiTãr-~~-mo~es no Ocidente de que, s._ob a instig_ar-_ão ·~ ;:,,· v \ ''" •\ r-,t" - .')'._ ·) i\''. r ' QQi_j,!2_~-L~~.9~~1.1..?2..ti!!_h..a_rgS.!1_~.s?_çl.9_!!_9e_~~l.'.~Ç_ã~_<:>_?.~~~ro e ~-~~~pitadg__~_l!'}~rc~J:_erusal_~m . Massacres espontáneos de judeus acOO::u. teceram em Orléans, Rouen, Limoges , na Renânia e em Roma. O sentimento contra eles í)rrefeceu , mas era um prenúncio do que viria· depois . O sen ti- ~-ª~t.0_1:1daico se desenvolveu na ITl_!Esma_~poc~ do que o sentirilêlltõ antiislâmico. Com a passagem do milênio, a cristand.aE_~~ntrou numafase ,/ ~-x J?<u1si.onis.ta .. .e-:em-sua rlõva-aíspõsiçiQ~gLeJÜiisii°s.Íniu:e.!iil_QSQ,_b_~o_lJ~ ,/ ~_0stianizar o mundo, internamente oela re(_g_i;_,wª~JC.l~namente através da~.:· cruzadas. Em lÕÓJ:' cavaleiros que se dirigiam para a Espanha a fim de ·partíe1par na reconquista dos reinos cristãos contra os muçulmanos atacaram no caminho várias comunidades judaicas, ação que foi denunciada pelo papa - - 1 AlexandreIL · . ·_l}.,'_,.,·}·'"" Então, na esteira da cruzada proclamada pelo papa Urbano II no Concílio c.le Clermont em 1095, foi engendrada uma atmosfera de histeria religiosa por pregadores itinerantes, na qual a promoção da cruzad.ê_lli_ aco!Iwanhac!a, em algumas áreas, por massacres de D!deu_s. A principal evidência de hostilidade contra os judeu; não vinha dos ~X.~~l::~itos oliciaJ!?_ç!a cruzada,_ n:ias d9s _~~~Ç.~-~ - 1}~_9:qfl.ciê_i_§_de pob~s-qÜ·e-sÜrgiam espontaneamente para responci~~·ao chama- do, e dos grupos independentes de cavaleiros que, tendo surgido da mesma maneira, estavam desejosos de mergulhar suas espadas em sangue " infiel" sem ter que esperar chegar à Terra Santa . i J .i l l ! l " i t ' 1 j 1 .1· ; Sexo, Des1•io' Danação . . .U.m .&ru_po reunido na Normandia atacou os judeus de Rouen; um grupo si.ião sob a liderança de um padre, Volkmar, ·marchou alravés da Boêmia e Il!assacrou os judeus de Praga; um grupo sob o comando do paàre GotlSchalk desceu da Renânia para o Danúbio, massacrando os judeus de Regensburgo;·um grupo da Flandres atacou os judeus de Colônia; um grupo da Lorena atacou os judeus de Metz e, o mais apavorame de tudo, o conde Emicho de Leiningen e seu bando aLacaram os judeus de Speyer, Worrns e Mainz. Quase invariavel- mente, era oferecida aos judeus a escolha entre o batismo ou amOr"t~~M~i tos preferiram o suici'dio . Milhares morreram de u·mii -mancira -à'i:]'"'<le-Õu·tt; e~ fui\ÇaÕ-destes-ffiãSs-:i"~res . Eles criaram um amargo precedente, como observa S.\V. Baron: -na Primeira Cruzada em diante, as perseguições antijudaicas exerceram um àpeio perigosamente con~·g iosÕ, o -qual, em períodos de gr~~de tensão emocional, d_eg~n~r.~ram -~ITI . p~ç.Q.g2,__<J~..massa .que .. i.ranscendiarp_j.,s_ fronte iras nacionais." · NeslãprÍmetra.Õnda de violência popular antijudaica medieval, as reações tanto das autoridades eclesiásticas quanto das civis foram freqüentemente de apoio aos judeus. O bispo Johann de Speyer abrigou os judeus em seu castelo e. punm os culpados por atacá-los. Os hab_itantes dos burgos o apoiaram potque a. pcrlítica do seu predecessor, o bispo Rudiger, dando início à insta.lação· de judeus, tinha enriquecido Speyer. Sobrevivenees do massacre de Worms se refugiaram no palácio do bispo, mas quando o bispo Adalberto disse que só poderia protegê-los se aceitassem o batismo, eles cometeram suicídio. O arce- bispo Rutardo de Mainz, que tentou abrigar os judeus, foi ele próprio obrigado a escapar da massa enfurecida. Os burgueses de Regensburgo tentaram salvar os judeus. do batismo forçado, mas eles foram arrebanhadose tangidos na direção do Danúbio para imersão em massa. O imperador Henr.ique IV, quando soube o que estava acontecendo, ordenou às autoridadesTéspÕ-;)sá:~eis que P.E~.t~_g_~~~~IT) ... 9sjtt9.~~1s e ~2!.~~i-~ou os que haviam sido batizados à fo~ça a retornarem .à . .ma .. fé. Guilherme II da Inglaterra fez a mesma coisa . Em 1103, Hémique IV incluiu os judeus, aq<lado do clero e das mulheres, entre os grupos que estavam sob sua proteção especial. Mas to_g_?:,~~~s em q~p~r:g~':'.~JTI cru!'._~as, esse tipo de massacres ressur~. Os pregaõores que promoveram a Segunda Cruzada em 1·14 7 insta- vam os recrutados a atacar os judeus. O abade Pedro de Cluny, embora não estirnulasse pogroms, centrava sua atenção nos judeus quando declarou: Qual é a van12gem de ir até o fim do mundo à cus1a de grandt!s perdas em homens _.. e dinheiro para lutar contra os sarracenos, se permitimos outros infiéis enire nós que são milhares de vezes mais culpados em rdaçâo a Cristo do que os maome- tanos. Um tnonge renegado, Radulfo, pregando a cruzada na Alemanha, instava sua audiência a vingar a morte de Cristo sobre seus assassinos antes de marchar contra os muçulmanos. Houve massacres em Speyer, Mainz. e Würzburgo, na Alemanha, e em Carentan, Sully e RamerupL, na França . Mesmo assim, o número de vítimas foi menor do que em l 096, po is desta vez as autoridades Jucl.eus 99 estavam preparadas para a desordem, e são ~r_?o d~ Claraval hip.olec'ou seu enonne prestígio na denúncia dos massacres, advertindo que f!S morte:;_ impe- cfüim..a es1ratégia mais desejável da convers!~ dos ju~~~: Em) J 90i multidões lideradas pelos homens que estavam sendo recruU!- . dos para a Terceira Cruzada atacaram judeus em Norwich, York, Lynn e Bury St. Edmund's. Em 1239, paralelamente à organização de uma crnzada, os cnizados a tacaram os judeus na França ocidental, e o papa Gregóri9 IX escreveu para os bispos da região e para o rei Luís IX instando a punição dos perpetra- dores dos massacres: Numa explosão inaudita· e sem preceden1es de crueldade, eles chacinaram, com hostilidade doentia, 2.500 deles; velhos e jovens, assim corno mulheres gráv idas. Alg 0 G'i1s fo'ram mortalmente feridos e outros esmagados como lama sob as patas dos cavalos. Eles queimaram seus livros e, para grande vergonha e desgraça, expuseram os corpos dos que assim foram mortos para servirem de alimento para os pássaros do firmamento, e sua carne para os predadores da terra. Depois de ameaçar abominável e vergonhosamente a'queles que sobre_viveram a seu massa- cre, roubaram seus bens e os consumiram . . · Assim, q pesí99_c>_e:!_~§_granà~ cruzadas estabeleceu~rr_: pa~~~~P~.'.:~__?__!:esto d~- _ Idade Média. O entusiasmo cristão foi acompanh"ãdo ae_Y.!QJ.~~lli:_~j~ \ . Este desenvolvimento teve três conseoüências de siguificado a longo ("• '-' ,, , , • prazo para os judeus. Sua mobilidade foi reslri1!lli9.a, e eles se deslocaram cada -, ;·" vez mais das a_tividades comerciais para a_~e u~~-~~!:,i.Q~, permanecendo, para sua· \~ proteção, em áreas de gueto e utilizando seu capital da única maneira possível. Os judeus no período inicial da Idade Méàia foram mercadores e comerciantes 1 ~ . .'-' ·- notáveis_, mas o crescimento da hostilidade e da perseguição fez com que / viajassem cada vez mais ao acaso. A proitlli:_ão c~tólica ~uanto ao empréstimo '\{/'./ de dinhe iro por cristãos abriu o caminho para a ocupaçao deste terreno pelos . "',., t .);,. f _ .... .r-1 ; ... ~c.:- .. ::;.;~\- .·. ~,. ... j~deus',-in9_!? 'esta .fõT um-;;;;ç~~~g~~~9!1:1.~...r:!!.e.._<e.~.fü~_\<tPQ_u_.s.u.ümp_op~l_a_ridacie e_ ~E~.aàe. A insegurança que os ?brigou a se colocarem cada vez mais -1 sob a -.pr_otecão" das mona~g_uias ~.u.ropéias transformou efel!vamente os judeus em -_oropriedade" dá-cor;;a, e o~ reis os usavam continuamente como uma fame conveniente e reguTãrcte dinheiro. Mas, ·o que é mais significativo, os judeus passaram en1.ão a.ser decisivamente identificados como um gnipo es tranho, e :;ua posição tomou-se mais e mais circunscrita. A IGREJA E OS J UDEUS A PQS.Lç.[~Jgr_ej_!! sobre os judeus era .!;i,es_i:.!!f!ª·-~~~~olog_i~c!_~_Sa!JJ9 . .6gQ.s_~ii1.hg, . que argumentava que eles deviam ser protegi.dos porque tinham utn 12.'.'.P~~~i_t~~. ~ . · .-a desempenhar no plano divino para a sa~ão lrn!!!~ll.ª" -~Les tinham feito sua parte na difusão Clã 'iiã[ãvrã-dê-I5êus~sü; recusa obstinada em acel"L'ara-verctaéfé decrisiõ_dé.ieiíUino\1 que- sofressem reslilêàes, as qua-is eram devidamente i;;põS["ã:S-pe los cód igos de leis fm2eríais . M;s· acreditava-se que seu arrependi- mento e conversão marcariam i l:!_ljn_~_'.)cü1 9.C> .. _rp_iH.Q_i.Q.'-Sem os judeus, não -·-··· ·-.· - ·~·- · · 100 Sexo. Desvio e Da11ação poderia haver.salvação para a humanidade como um todo. Assim, sua conversão deveria ser incentivada e facilitada. O endosso da teologia de Agostinho e as restrições legais à liberdade dos r "'· ..... .J judeus perdurou por muito tempo como posição. do papado. O~a GregQrio Uz-.a, cu- Magno (590-604), cujas epístolas eram mencionadas na -Idade Média como l-.À. " r· -· declarações oficiais sobre a atitude papa l em relação aos judeus, ordenou que seus direitos legítimos fossem protegidos. Eles não tinham permissão para fazer c_~nv_.e_rsõe~ , ~.?._r com nã_().Jud<:_l'._~, pos~}re~~rn.V..9 .. ~_çr.ii~_os, o~~Pi~.-~argÕs. pu bl!cq~,_ legar _heranças _ou con~_~ruir p.ovas sinagogas . Mas não deveriàm .. &:r p~rseguid()S p_or ca._~sa .? .. e. sua religiã~. e taEnpouco deveriam suas sinagogas-ser .9e~~ruídas ou pjl)iadas, ··- ··· . . ·· Os-princípios gr;~gorianos foram reafirmados pelo Concílio Lateranense i \ __ ,cJ- ~ .. e-. "' ~ed 1179, o qual ~crdescen:oudque -~inguém poderia prestar vassalagem a um ,,J_· -\ \,, · JU eu, _mas que OSJU eus nao evenam ser convertidos à força. Papas sucess_ivos , ... :. , . >l Judeus 10 1 receb"r judeus em suas cidades ou povoados e empregá-los corno usurários, ri., modo a extorquirem dinheiro dos cristãos. ,, <.Foi Inocêncio quem decretou , no C oncilio Lateranense de 12 15, a. introdução ; • ... · de uma marca distintiva para os jude11.s, de modo a que pudessem ser reconhe- cidos e separados dos cristãos. Inocêncio introduziu um elemento c::onlratual na relação entre o papado e os judeus, criando a possibilidade de sua e:xP.ulsão l?ºr q~-~to: -Todavia, desejamos proteger com a salvag'Uarda de;sa proteção somente aqueles que não se· atreverem a conspirar para subverter a fé cristã." -:v--1 repubh~av~m regularmente a constituição Sicut Judaeis Non, que fo i publicada Cni.\. ' 1 ~, \ ,_,, r: '· '. pela pnmeira vez por volta de 1120 pelo papa Calixro II. Ela continha um , , ~. \ ,J\J i' - sumário dos princípios papais básicos sobre os J0 udeus: i' O contexto de mudança gradativa da atiLude papal em relação ao j udaísrno era o d~-~.mo!.~araç!_9_js)j~o à.Jlt<rn.s.ia. Quando, nos séculos XI e XII 0 fervor ·dos cruzadc!,",,-Surgiu para libertar os Lugares SanLos do c on t.role dos -infiéis", e a Igreja empreendeu a missão de ~~r a heu.s.iJI, a~ atenções ,centraram-se inevitavelmente sobre o:Jy..9!<.\JJ.· Os cruzados fanáticos tentaram eliminar os - inimigos do Cristo" na Europa ocidental an tes .de marchar para 0 ~; da mesma fo rma, os teólogos cristãos temiam o jydaísmo corno fonte de heresia e a atenção 'se concentrava na presumida re~onsabiJid;;de dos judeus em relaç~-~ çruci.fi~~ão, assim como sua re_ç,usa.aparentemente obstinada em~ verdade do Evang~2_ crist!o em lugar da dos seus próprios livros santos. O exasperado Pedro, o Venerá've\, abade de Ciuny ( 1122-56), em s eu,...iratado contra a obstinação improdutiva dos. judeus (Traccarns contra Judaeorum invereraram duririern) declarou: -Eu não sei se um j_ud~E...QQde_~~ r_1:J.J]l.-5~Lliu_~~-no, pois ele não acede nem à r~zão humana, nem reconhece afirmaçõesindiscutíveis que são divinas e pertencem à sua própria tradição." ~ ~\ (•Ia '' Do mesmo modo que não se deve conceder licença aos judeus para pre~umirern j fazer em suas sinagoga:s mais do que as leis lhes permirem, também não devem j. eles sofrer limitações naqueles [privilégios] que lhes foram concedidos. É por isso ! ( .. . )'que nós arendemos suas petições e oferecemos a eles o escudo da nossa l proteção. Decretamos que nenhum cristão pode·usar de violência para forçá-los a se batizar enquan10 permanecerem indesejosos de fazê-lo e se recusarem mas que_ se qualquer dentre eles buscar r~fligio entre os cristãos por sua própria vo~tade e em r~zão de sua fé, depois que seti desejo se tenha tomado completamente claro, podera ser fetto cnstão sem ser submetido a nenhuma calúnia( ... ). Ademais, sem o JUigamento da autoridade da região, nenhum cristão pode aventurar-se a ferir sua gente ou matar, ou roubar seu dinheiro, ou alterar os bons costumes dos quais, des1e modo, até então, eles desfrutam no lugar em que vivem. Além disso, quando ce lebrarem suas festas, ninguém poderá p_enurbá-los de qualquer maneirr atra<:tés de pedaços de pau ou oe pedras, nem exigir trabalho forcado de nenhum dentre eles , exceto aqueles que estão acostu mados a realizar desde os tempos antigos. ·~' ·~-~ \,~ · i ·.,-, ... -.. ·a.·<, .. · Q 1 .. 1 - 9 Rª. 9 ªJl.!_lnocêncio IIfil pudb licou de novo, apropriadamente, a constituição em . . , mas seu ponl! tca o ass1sttu a uma degradação marcada da posição· dos ..,. .. J.!-l-~~~?S olhos do papado. Inocêncio queixou-se amargamente ao rei Filioe Augusto da França da -insolência" e dos - excessos" dos judeus, particularme~le na prática da usura, em seu emprego de criados cristãos, em sua construcão de novas sinagogas, seu hábito de dar abrigo e sua cumplicidade com laàrõ~s sua blasfêmia contrn Cristo, e seu hábito dt ridicu larizar os cristãos no Oriente'. Ele denunciou a proteção dispensada a eles por príncipes seculares numa epístola violenta ao conde de Nevers: . Os judeus. ~orno o fra1ricida Caim, estão condenados a vagar sobre· a Terra como fugit ivos e vagabunàos, e suas faces devem es1ar cobenas de vergonha. Eles não devem, em hipótese liguma, ser proteg idos por príncipes cristãos mas ao con- trário, condenados à servidão. É portanto desabonador para os pr~c ipe~ cristãos Cada vez mais, judeus e hereges eram amalgamados. Um monoe :spanhol do século XIV, Luca:.~_I.l!Y., escreveu em seu ataque contra ~s e~~ .. a..lb. i~~Q.s_~s": · Os hmg.e.s est~muJp.s.~ÉL~.ir.':U~)id_,?_d~_.:l..9.? .. J.\l.g~l!§"_.<\lguns dentre eles se circun- cidavam com malícia àeliberada e ; a pretexto de serem judeus, vinham aos cristãos fazer perguntas heréticas como se est ivessem começando uma disputa. Assim, corno judeus aparentes, eles semearam a heresia mais livremente , enquant; anies não tinham ousado proferir uma palavra de heresia. Os príncipes seculares e 05 magistrados das cidades dão ouvidos a es1as doutrinas ·de heresia dos judeus, a q_uem consideram 9arte de suas reiações e amigos. Havia um E'.ovimento articulado parn encontrar ensinamehtcs heréticos nos escritos judaicos, e isto alimentou ainda mais o sentimento antijudaico. Um papel dominante foi desempenhado pelas ordtns mendicantes na heretiz.acão ;,<l,cs judeus, corno mostrou Jeremy Cohen em seu The Friars and rhe J~ws \~ ... , .. z.::-"·j' ,,,. ~198~ ) . Cohen argumenta de modo convincente que os mendicantes, como inqmstdores, miss ionários , polemistas, contendores, eruditos e pregadores se engajaram num esforço sistemá tico para solapar a liberdade religiosa e a segurança física. dos j udeus. Eles conseguiram inculcar uma nova visfo dos judeus na cristandade. {{-:' !l J. . . / 102 s~.ro. Dt!svio e Danação ,. _ ., ~ \ \ .J ,~) Foi Nicolau_ Donino, urn con~enido do judaísmo, que, em 1236,~- \..J L! \·-..-.·' CIOU o papa G~e?ono IX c~~~_l~~-e..~~~.'.l.Ç~~ CO[)tr!_Q_I;Jjmude ~ ~e,:>-' lnerat~ras rabm1cas. Gregono IX onentou os governantes da Europa para que · investigassem o Ta lmude como uma possível fome de crenças heréticas. São ,~.,{. ~·\. ' j ~udís orden~u1· um gr~q~e de0bat~ pdúblico em Paris, em 1240, entre intelectuais JU cus e teo ogos cnstaos. s JU eus foram considerados perdedores, e 0 rei cr.denou que o Tal mude fosse queimado. Os judeus apelaram ao papa Inocêncio IV, que consentiu ern um reexame da questão. Mas uma segunda comissão, reumda em 1248, confirmou o veredicto in icial. ' · O debate.de Paris .de-1240 foi somente o-primeiro de uma série de debates :; .J,·· -,:;. , r.~~igiosos . patroc i~ados of:cial_me.?tl: . e ry~li~~-d?~ .. ~.~.':t:~Juc!.«µ,s~~~,f'.tj;~os~·Os j udeus eram mvan avelmente considerados perdedores, e is to apressou ·0 ritmo da qu~i rrJ.1\ . 9.f!cia l.d~. !.i.:.'!~~J.\l_d.eµs. Reis sucessivos da Fra if~·a, Luís IX, Filipe III e Fll1pe IV, ordena_ram a gw;jma do IªLlTl.ude. O papa C lemente IV ordenou que o rei Jaime I de Aragão confiscasse todas as cópias do Tal mude declarando que - este imenso volume ( ... ) continha inumeráveis abusos e b lasÚmias detes- táveis contra o Senhor Jesus Cristo e sua mui abençoada mãe~-~-·- Foi somente no século XIII que a Igrel'.1, com os frades na ponta de lança ,L:. dacampanha, empreendeu um ~~_çl_o sis_temático..d.aJ~murai!!da ica contem - )_·'' porà_nea _e buscou demon~trau;m disQuta~p.üblicas que as trad~Õe~-judaicas rn~ 1e~a1s era~ mcompal!ve1s com a cnstandade. A polémica antijudaica tinha, '.1-teentao, o_bJet1vado retrata_r o jude u como alguém c~~- ~~i~§.li~~.Ê.ª.~-1,!_ma tDlt_!'pr~t,;i_çao hteral _çlo_Ant1go..Jestameqto impedia a ac_ei!,a,ção de Jesus c:orno ·.~a- , :-_, o Mess:as. M~s, tendo estudado o Talmude e outros escritos judaicos, domini- •J canos e franciscanos passaram a atacar ~ judaísmo como uma heresia, uma .-._;--,_ ,_ ,_ perversão e um desvio do Antigo Testamento, e iniciaram a tendência de -· ··conscientizar os cristãos para a discrepância entre a religião dos judeus contem - porâneos e a dos -judeus bíblicos " v isuali zada por sanlo Agostinho . \; Os judeus eram cada vez mais obrigados a assistir sermões dos mendican- ' ;J:·;::n· ,.,; .. Ates p~ra CO!dnpreender .O erro do caminho que h;;-vÍamescÕlhfdo:- ja"ifne-i de ragao o or enou através de lei em 1242, Luís IX da França em 1263 e Eduardo I da Ing laterra em 1280. Em 1278, o papa Nicolau III tornou fonnalme nte a pr egação e o tra ba_l_~o E:i~_s_i oná~c:__ent.r:e os judeus parte do aposto lado tanto da oi;dem ,d_ominicana qua~t~ ·(k franc~~.?ll~· Ma~ P.!<~!~ Í'{d~ A~agão.~c"hou ne~essano censurar dom1rucanos e franciscanos por proferirem sermões ami'u- da 1cos tã~ incendiários 9ue levaram a assassinatos de judeus e à destruição 1de sua propnedade. Filipe 1V por três vezes aàveniu seus intendentes e senescais para não cooperarem éôm os inql!isidores mendicantes que buscassem dar U:.ª-~~~n!.? .. i]egaJ .ao~J.y?~us. Onde quer que estivessem, os frades intrometiam- se_ ?ª vida religiosa dos judeus, queimando livros, invadindo sinagogas e ul! l1zando o medo para induzir os judeus à conversão. Um círcu lo de eminentes polemistas antijudaicos se reuniu em torno de são .:~ª.lfT1l!n92.Jle..P..enª(QLt~_(c. 1175- i275), dominicano espanhol mestre-o era! e c?nselheiro de Gregório IX. Eles desenvolveram acusações de heres ia c~ntra os JUdeus e ex igiram sua eliminação através da conversão. Dentre eles estava 0 caLalão ~.a~mu~d~-~~~'.i.~ , que produziu a mais complet.a exposição sobre a ; · i j 1 1 1 1 1 Jurlcus lOJ e •.;G, : . . aLitude dos mend icantes cm ;e!açào aos judeus em seu l:vro E11g_1e> Fidei (O punhal da.fé, e: Í:Í80) . Ele argumentava que a observância judaicã-co.;)U:m - ' porânea dos manda mentos de Moisés era inereniemente d_eg.ç.riera1jv1:1_,_jm..: __- ), 1·~"\r :·"'" ~róQria ~~~tic~.P~_bTo];.~risli:illi,um jude_u conve rti~º. e r;a_dc dominicar<f\;v.. .... L no, devotou s ua v ida à conversão de seus anugos corrchg1onanos, empreen- deu extensas missões de pregação em Aragão e argumentou de m a n eirn r- r .... .,,.} " .. sistemá Lica que a heresia era inerente às práticas judaicas corren Les . Ra i m un- ;t !f , 0 do Lli lio um terceiro franciscano escreveu O livro da pregação conrra os · judeus ( I305) para uso dos missio~ários, estabel'êeendo os argumeíi.Cõsp-ara ... refu tar a falt.a-de crença dos judeus na Trindade e na Encarnação e esclare- cendo as ~ interpretações errôneas .. dos j udeus dos mandamenLos de Moisés. ~ndo Ltílio, hav ia so_i::~ d.ua_s op5õe~~-!wer~ão ou exp_~-- não ttnha· tugar na soc iedade cnsta . . -~am somente os_et:i,Jditos ROlemistas guc eXY.tmJrnm e~~~ini2_"._~! 1" · mas também os sermões populares. Por exemplo , o aclamado pregador francis- _, . .._,_~_ . : .. ·' ~BertoTêiÕde.Regensburgo (morto ém !272), que viajou através da Europa ;:.. .;..':; .. pregando desde a década de 1140 a_té a de 1270, e que atraía grandes audiências, " ' apresentava a mesma mensagem básica com imagens e linguagem acessíveis. Ele atacou agressivamente os judeus, eqtliparando conslantemente j udeus, pagãos e hereges em sua sabotagem da doutrina cristã e da crislandade: - vós judeus, vós pagãos, vós hereges ( ... ) vós dizeis tudo que é contra a doutrina cristã, assim como vosso senhor, o Diabo." Rejeitava os ensinamentos rabínicos medievais corno um afastamento do judaísmo bíblico, denunciava o Talmude corno -completamente herético .. e se queixava do solapamento da moralidade F C.-v•.Cc cristã pela usura praticada pelos homens judeus e pela indumentária imodesta das mulheres judias. As denúncias.de são Vicente Ferrer ( 1350-1419) e de são .:· :e..; .. ;: . João de Capistrano (1386-1456) contra os judeus eram Lão repetidas e ferozes "-: que ambos ganharam o apelido de -na gelo dos judeus" . A.iE2Putação de heresia Lr~e os judeus Pª'.ª o raio de ação da Inquisição. A Inguisi yão nao tmha per se j urisd ição sobre os iudeu~.Ll!l~~ueles ... .í·: •· judeus gue~moviam as idéias heréticas e _g_t~~davam be~~obre os jude us convertidos. ao cris tianismo q_:i.~_::omeriam d_e~lizes e_~obre os cristãos / que se convertiam ao judaísmo. Em ) '267,i o papa Inoceoc1oíÍ:II ~dllou urna lvula 'J .. ,,_,,. " '-/ ~ ·ru . ordenando que a lnql!isição procedesse contra os cnstaos que se t1 iam con- vertido e contra os judeus que os haviam convenido. Esta bula foi publicada novamente em 1'274, 1288 e 1290. Existia ainda no Çieriod~-Centra l da Idade Média um g;ande ~dos p.Q.9_~~~-Pl?._~liüstas do~j_ud5'.~1~, e h2 algúmas evidé~cias_ de _que os crisliios medievais podiam achar o ju_çlaismo atraente. Segunao Fnednch Heer, havia cônegos que eram atr:1ídos pelo ji;daismci; que encontravam no Det1s do Antigo Testamento uma aprqxim:ição mais acertada de sua própria idéia de divindade. Em 12 70, dois cristãcs convertidos ao j udaísmo foram monas em W eíssenberg, na Alsácia, sendo um deles prior de uma ordem de mendicantes. Mas só sabemos sobre indivíduos isolados, e não h~_certamente evidencias de COJ1y_er~.C.~s e~' m,assa de populações inteiras" Ma~ uma tal perspeci:i.iiâ-era temida . O núncio papal no Co.nc.ífio cie Breslau, em 1267, deu voz. a esre medo : . ~ •·· 104 Sexo, Desvio f! Danação Visto que os polacos são a nova semeadura no solo da cristandad~, nós precisamos estar conrmuamente em guarda, a fim de que a população cristã da · · 1. ·- . _ . . _ . qu1, onae a re 1giãt> cnsta amaa nao fixou ia12es orofundas no coração dos c·1e··s - . b · infl · · . . . - · ' 1 , nao sucum a a . uencia da fe falsmcada e dos maus hábitos dos judeµs que vivem em seu seio. . · .O P~~-die::_al co21.!~~~~-ª a_c:J_'.'.?gar oficialmente ayroteção aos 'ud mas somente àqueles 1'udeus que se --f - . - -.--· ··--- :·-1-<e.l!..S, -· --·-·-· -· -----··· ____ con orm)lyam.ao. conceito aoostmiano de "defensores do Anti ao Testame .. - - --.. ·---·-·-·---"'·--:·--:--·· - ._ ·---- -- ----------"- .---...... -~t~ , ~ta proteçao era cada vez mais meficaz. ~5-4~des es~va~_.!Pl!.~~-20.~i.1!1.?? .A~-~P!.!lê-9._pQp_ulal.. em formarão e seus sermoes de ao1taçao d · · ---··---.:r ___ , __ -~-- ---··--;·-,--.E._ ... ..... . ~m~gqg_1.窷·~"..t?.fI1p_~ajia~?m.as .m11d.~ps;ª-~ .n.a~1.~2resenta - · S.~~-~:~~ª-:..: .. P~P.~.! ~1:.C..~~~.I~~-~~-~-~ 1.?.'.:'"~ !n~!'.~n..1_e de v iolência co~tr;~k-s . . ....... ____ ··--· ·-·-····--·------ ··-' os JUDEUS E AS_ AUTORIDADES SECULARES Os principais centros de colonização judaica no período central da Idade Média eram Espanha, França e Renânia. Havia mais de 200 comunidades judaicas no remo da França. Na Inglaterra, havia cerca de ·3.000 1'udeus· havia ai'nd · I .1. . , a uns poucos na ta ia ,setentrional. Mas a vulnerabilidade dos judeus ao ataque . - cruelmente evidenciada pelos massàCres que.começaram no fmal do sécul~ ~~ le~-~ um novo desenvolvimento, no século XII, da idéia de judeus "perlen~ ~e-~~ ,'.1_8-oveETiantes cnstãos. Cartas que definiam oSdlrêitos e 0 papel dos judeus e asseguravam sua proteção foram outoroadas por reis condes e b. E · d . " , . tspos. n: troca, os JU _eus pagavam, e, e claro, urna ?ªs principais .inotivacões para as açoes das autoridades era g_pJQrar a nqueza judaica. Na Inglaterra 0 · - • · " .. d d . - , rei e, a propnetano e_ to os os Judeus. Na França, o rei ·era proprietário" so t dos que t' d . . men e e_s avam nos ommios da coroa; em qualquer outro lugar os b - "e ra . . . .. d . . , aroes .n: .. Pr.°.?~e-~r!.9~,-~~~us . ? .imperador alemão reivindicou a ju risdição defimt1va Sõbre os Judeus que res1d1 am em seu território mas freq" ced .. . ' uentem<ynte eu a outros este 01re1to em função de sua necessidade de dinb · D od · d · e1ro. este m o, os JU eus P~~-~m-~~'?E'.'.P!~~-~. v~s, penhorados e trocados como !lil-ª.!9..1.!..er outra propn:dade. O termo '.;servidão judaicatt apareceu pela primeira vez em decretos da decada de 1230 e efetivamente resume sua posição. · P~!'adoxalmente, ·este siaru.s era compatível com 0 fato de se · · --r - ··---,-.--:- rem c1aaaaos 1vr~s das murnc1pal1~de_s, o que muitos eram. Mesmo. assim, os judeus não podiam ocupar cargo publico municipal e eram submetidos a impostos esp · -. Para 1· ud · · d f ec1a is eu~, amaa que es rutassem de autonomia comunal. Eles se assemelha- vam a mais uma _dent:e as ?umerosas corporações que existiam no seio da ~stru~ura corporattva aa sociedade medieval. Contudo, sua posição legal se ae tenorou gradualmente em todos os países, à medida que 0 peso do · · aumentou . preconceito .. Num pri~eiro .momento, a outorga de cartas de direitos aos judeus foi pos1t1va e esc,arecma. Em 1084_. de modo a promover 0 des 1 · . . . . --:::-:"'" . envo v1mento e~o~o-m1co da c_:idade, o btspC?_ R_u?.~~~_:__d~ .. ~p~yer convidou os judeus, tendo em v .s ta ·a formaçao de uma comumaaae de mercadores engajados no comérc io " ·1 .• judeus ! 05 local ou geral, com suas próprias leis e costumes e a possibilidade de empregar cristãos. Além disso, num ciaro reconhecimento da vulnerabilidade dos judeus, foi garantida a_prote~ão em relação à comunidad~j.ai:i~ria e u:m bairro murado paràm"ora~~aíãe~rmada seis anos de pois pelo imperador Ilenrig~J.V, que publicou uma car~ semelhante_ para os judeus de \Y_o~s. Em 1236, o imperador F~~ aplicou~ prot~ç~~ a toda a Alema- ·nha "arantindo liberdade de culto deslocamento, d1spon1b1hdade de proprie-, o .-#' •. ..._ _____ , ) • - dades e a proteção contra constrangimentos ilegais e contra a conversa.o forçada 1 de seus escravos e crianças ao cristianismo. ! ~ Mas entre 0 ·s séculos XIII e XV, o controle sobre os judeus da 1· r Alemanh; se dç_slo.<:o.\.l .. WIQ\la,Jtp~nt.e..,Ç\a,~ .m~os.f\~._ÇOf.()3 ... P..8:.P.~.s!:_~s '.:§rios e:· . . 11;1!1 · pi:íncipes_.c .. cidades, A Peste N~gra levou a extensos mas~-com a ' .:' · ' a~iquilação, no Sacro Império Romano, de aproximadamente 300 coniuni- ! ':; ,". I~ · dades judaicas. Tão essenciais eram os judeus, em sua atívid.ade de~pr.e.s- 1»- tadores de dinheiro, p_~.a_c.Q.n@ção dQLP~gócios, que foram readmitidos ll,ri!!.: na década de 1350 em Erfurt, Ulm, Nuremberg, Worms, Speyer e Treves . 'j 11.,f·:· . .,,, Mas eles se tornaram joguetes na disputa· de poder das cidades-Estado, . •' disputa esta agravada pela luta 0e elas.ses entre patrícios e artesãos e enve-. nenada pelo fluxo contínuo de propaganda -antijudaica. Assim, as expulsões ', começaram novamente, e os judeus deixaram a Saxônia (1432), Speyer ~ ( 1435), Mainz (1438), Augsburgo.(1439), ·Würzburgo (1453), Btiínn e 01- l!- rnütz (1457), Salzburgo e Württemberg (1498) e Ulm (1499) . !~-- Na Inglatêrra, os cartas judaicas foram outorgadas pelos reis B:enrique I, Ricardo I e João. Estas cartas, como aquelas dos governantes alemães, visavam a' formação de uma co~dade ~:i:~e-:· ~as também - significativa- ,=.-; >. ...... ri mente - re'conheciam as necessidades especiais de uma classe devotada ao ernpré.:>i\mo qç __ dinl;i_~jro . Ricardo l garantiu a liberdade de residência, liberdade de passagem, o direito de ·possuir e herdar terras, empréstimos e propriedades, 1 e direitos judiciais. Na Inglaterra, os judeus passaram a ser exclusivamente li identificados com a atividade de empréstimo de dlnheiro e eram sistematicac ~ - mente explorados pela coroa. Mas a hostilidade contra eles cresceu, e,~ ~ E.Q~_i99_L.os.expu1s.o.u;_os judeus não.re_~?-~~ram à ~gl_aterra até a instauração j\ do protetorado de Oliver CI:Qmwell. . · li ~ - Na Fr~..!2.9.ª• p~ue p;;-;;o foi feito para regulamentar os privil(gios M legais ê~c;'munais dos judeus antes que a hostilidade popular _atingisse um ~, ponto no qual foi necessário tomar medidas no sentido de ~E:º uma fonte de lucro. As comunidades judaicas da França seten trional eram_ p~q~1°IBs;-côesas, disciplinadas in ternamente , criativas intelectua lmente e j economicamente. prósperas. Seus membros tendiam a viver em ~s ou ! b.fil{JOS Sl:.parados e, no.sécu lo XII, elas floresceram, beneficiando-se. da i' ;evita )f;çãÕ .. êéonômica. Os judeus sofr~ram danos durante as convulsões sociais que acompanb_a- ram as Primeira e Segunda Ç~-~.9as . Mas sua posição com.eçou a se deteciorar seriamentCde[lois .. rui-ascensão do rei FillP.~g~~c Filipe maugurou um padrão de expulsão. e_r.eadmi~são. çlos_ju~_eu~ que servia a um duplo propósito. O padrão dêmofistrava a liderança .. moral da coroa, ao reagir ao ódio popular 106 Sexo, Desvio e DaMção contra as atividades de emy réstiffio de ~i~e,ir.Q.Qç>sj\gieus, e serv ia para encher os cofres reais. Em 1180, FÍ!l.pe prendéu todos os judeus residentes em·seu reino. e forçou-os a pagar'ünúesgate de ! 5.000 marcos de prata por sua liberdade. Em l 182, ele os expulsou e tomou sua propriedade. Mas em lJ.9.~i. Filipe Augusto ieãoiffitiu os judeus, criando um departamento de tesouraria parà. supervisionar suas atividades de empréstimo de dinheiro e concluindo tratados com os condes da Champagne, Saint Paul e Nevers, de modo a assegurar o retomo forçado dos judeus exilados que tivessem fixado moradia nessas províncias vizinhas. A primeira das cartas é a de 1315, outorgada pelo rei Luís X, quando aÚtorizou os j udeus a retornar em seguida à sua expulsão· de 1306, a qual hav ia sido realizada por F ilipe IV com o intuito de ajudar a combater a bancarrota. ·ós j udeus deveriam retornar por doze anos, se instalar em qualquer das áreas onde antes tivessem exis tido comunidades judaicas, praticar seu culto e admi- nistrar eles mesmos seus negócios, mas não praticar a usura. Mesmo ass im, a pressão popular no sentido de que reassumissem suas atividades de empréstimo de dinheiro era tão forte que, dois anos mais tarde, o rei Filipe V permitiu novamente a atividade. Mas, em 1322, os judeus foram novamente expulsos, ·depois de sua implicação na -conspiração dos Leprosos" para envenenar os poços da França. Em 1360, foram readmitidos, priocipalmonte para ajudar no pagamento do enorme resgate exigido pela Inglaterra para libertar o rei cativo, João li. Prometeram-lhes proteÇão e segurança, mas, em 1394, fo ram novamen- te ex.pulsos, desta vez para sempre. · ~-----.. Nos reinos espanhóis, as cartas transformaram os judeus em J>_!?Pri_:dad_e~ da y _ ~oroa . Eles tinham permissão para emprestar dinheiro e desfrutavam deigüãléiáde Ie'gãr:-Mesmo assim, os governantes espanhóis cristãos recebiam constantes p_eü- c;r?es 122!!.~lringir o~b?,!i{ os direitos garantidos aos judeus. Houve massacres ge~êi-alizadosem!):si:L, instig~õafqüidiãêànàFerraíil M~tinez de Sevilha, que denW1ciou os judeus por sua usura e fez apelo ao sentimento~ nacioriaf espanhol contra este grupo estrangeiro. Muitos se converteram; mui tos màí"s"forairi~hacina dos. Em 1492, o re i Fernando e a rainha Isabel de Espanha, sucumbindo à pressão e sem dúvid7 capitalizando o preconceito popular, expulsaram os judeus da Espa- nha. Esta expulsão foi seguida por sua expulsão também de Portugal em 1497. Durante um bom período na Idade Média, o~~pude~-~~~s. autoridades seculares, ansiosas por inanter o controle sobre eles e sobre sua -· ·-- - .. ----- --···· . ~----- rigueza, para poderem se manter fora dos tribunais eclesiásticos e, mais tarde, longe do ãkãnce-d.a-Iiíquts1ção, e para se EE._otegeriloõãusrriofõrçado. Mas, no final do século XV, o valor t'inanceiro dos judeus Já tinha sido ãrasticarnente r.e~em fuocão da série de massacres, expulsões e esE9Ji.!~s. Além disso, a onda de sentimento antijudaico, aiimentada por rumores, difamações, calúnia_s . e ,;~ic_a_tu_i~s f~z-~~;;:; ~i~~ defendê-los se tomasse politicamente perigoso. - -· -·- ) - --------- .. - -------- ·-·· ·-····--·--- OS JUDEUS E A CULTURA POPULAR O proéesso através áo qual a palavra -judeu " tomou-se um termo ofensivo pode ser traçado na vast..1 lile~atura popu lar da Idade Média - peças de mistério, ,; ~· jud~us 107 ,·,1rn .jl !1\j :ll .; · · ~oemas e contos fo lclóricos. Todas . , , j I milagre e moralidade, lendas e ~ron1cas, l:'o d'esenvolvimento da ~em do . . ··· - ·. i: i f 1 . · as contnbmram-oara ---- --- ·11 . estas ormas !leran -' .-----,-~,---.-;~-tilimãõa" . Ressentimento I "go mveteraao ca espe~ie --·· ·- --- ~ . I!, 1' judeu como o mimi -b- · - -- · 0 sentimento antijuãa1c o cristão econômico ex~~Iõ0ia3 P.!l.r!~. ª ase ~arade connssn ·1ração diabólica. Exata- ; · --- · - das teonas =- -- -' l!f!f reside na crescente aceitaçao ----·--·--··-- usados de ser bruxos os i, 1 . ----· · hereges eram ac · ' mente da mesma maneir a como os d ta Ficar com 0 Diabo. Uma história judeus eram c~escente~enteaacau~ed~e~ ~ülus, um arquidiácono caíçio em ! ' .v ·,, 1 111 1 ~ popu·lar e multo repetida er p Diabo através de in tenne - · ' t.P i d. . havia tentado contatar o 1\ desgraça que, 1~ia-7e, . . d hos de um judeu, no Fores t Rol! de 1·1 diários judeus. Um aos pn:neiros _ e:en _ f'lh do Diabo". Com caricatos 1 1! ?77 tavaamscn çao Aarao,.1 o 1111 Essex de L , osten . . . os J·udeus eram retratados como il' narizes aduncos, sini~~~l?.~~-~raiçoe~, presentações teatrais da Paixão ·' ; : : , '··'· .•·. '! !1.1:f~•, d d i·m·nação de Cnsto nas re . . F causa ores a e 1 1 . _ umulativa que oroduzrn·a lmagem Essas manifestações levaram a uma visa~ c ercador de Ve.1g_;;:~ - Q_judeu é a resumida por Shakespeare na sua peça _m_______ ·~- própria encarnação d? J?i~?0 ·.''n D vil and the Jews, Joshua Trachtenberg ltl; No seu estudo oef1mt1vo , ne .e d , o Este est~r.eó.!!J.. no dWY2 . ~";[:' · · do judeu emomac · ,..,..... t traça o crescimento do estereoupo . . Os teólogos do período final da ;----.,.- u · a lenda ào Ant1cnsto.<levarias tontes._,u.avia Messias havia chee.ado na oessoa Id d M 'd. mentavam que posto que o a e e ia argu ' . d tinuavam esperando teria necessa- I' d J e . o Messias que os 1u eus con ,,~,·:·· e esus nsto, t Tomás de Aquino quanto sanw ;:: ,. · · . Anticristo Tanto san o ~ . _ . ' ' namente que ser o - -- · 1 d . ser ·11\l·urtdeeuu. n naasscc1100 o na Bab1lorua, e r l Alb M O cõncordaram que e e evia ' · · · • ~ ~rt.o ____ ~gg__ Messias estabeleceria seu oomm10 e r - d' os J·udeus de que era o ' . d •· que persua ma . Miguel enviado por Cnsto. A len a TI acabaria por ser derr~b~do pelo :r~:JnhJeºs ue a to' rnavam paralela à história da li~' d h stona com ºt"<"" q i 'l!i~_ : :.· popular a ~rnava a . t ntic Lo é transformado no filho da __ ~t:i~~- ~ntr_: __ ~-- ' vida de Cnsto. Ass.1m, ~ ~- 0 l léia éedu'êãdÕ-por feiticeiros e D . b a orost1tuta JUOia · cresce na a 1 , - --·-- ·------·-~·---. d 1. ia o e um ·-,--·----~-'. der e novema por três anos e meio (ptno o . ~ · iniciado na magia negra; adqmre po "' . . · ·0 de Cri'<to) sustentado por 1 1~1 · ----.- d d ão do mm1sten - ' i~· que se pensava ~er sido p~loªte~~rç antes de ser destruído pelo arcanjo. P_eças..:.. , ;~-:::q_. . ,f sua magia, sua orça e · '. d orno senuidores do Anticristo. Eram ' . historietas e gravuras retratavam o~u eus e "' f mia e o chaoéu pontudo --- ~ lados po rtando a marca ca 1Il ª · ,. !<,,,..;freqüentemente apresen d sobre 0 Anucristo na Idade M~d1a, 1 .,.... ~_, •!: '"' . . . R K Emro.erson em seu estu o 1 \.. ' · aos JUOeus. __ :.-:-~ · ' . difundidas sobre 0 Anticnsto é a de que e e observa que -uma das crenças mais . da secreta de judeus no Oriente . . d .. A umentava se que uma nor . nascera JU eu · rg - b ·standade e aniquilá-la . Rumores ~ · l se espalhar so re ?. cn ., 1 . esperava o srna para . . e cada vez mais freqüentes depois , ,: Sobre o nascimento do Ant1cnsto tornaram-s XIII · -ama Europa em suspenso. _ .. · r· . • ,~~.'.·! do século e mantive, . . . ue tinh am chifres e caudas . .'\ ' .. ,..· ·,. i · ~ f. Uma idéia incorporada era a dejUOeUS q __ c:--·-·a.;-~x-ôdo:r4VV .. 19 e {' .' . ; '. . r - d . erroneamente o heura1co V ' versão Vulgat.a da B'.? ia t,a uziu d seu rosto res plandecia ·· tomou-se -sua ~i 35, de tal modo que viam que alphelede. d usos mostravam com chifres,_e os.. '!!l· - . h c· ifres·· Pinturas e La as e Jll e --.-- - --D. , --h-~:- d ~ ca~~ tm a . n · - ···--, .. ·-··----. - -.-.- a entU?!?QC_!ados ª-~--2-ªt:>º c :!_,ru o, i' cg_+~ruj_çi_~J~~eus eram. e dª-!:9.>:-H~tfüa.1Jilll\:_~ar uma figura de chifres à ma;-ca !~ Filipe m da França obrigou OSJUOeus a co:~u.. adas com a figura do Diabo 1.t . d . d Outras imagens rc.ac1on oo""m'"' "'J" '"'· li ~ tOS Sao, Desvio e Danação ~:ill.'lllavam-ua com a do judeu. Na Idade Média, o bode, símbolo de devassidão, e::cilrecracado como o animal favorito do Diabo;eõSjudeu~ eram comumenre· re:::JXt.Sentados montados sobre bodes. Assim como o Diabo _tinha um e~ - · · ; . . ce.ncterístico ôe enxofre e virago, tambÇm os judeus, acreditava-se, e.!P-~_ ..... i ' :. · iu:nodor desagradável e característico (foeror judaicus), em oposição âOS-S{l.D.tos e Jicro.ens santos que emitiam o "odor de santidade". Ojoeror judaicus só pàdia se::::r'removido através do batismo cristão. · í • Os judeus eram encarados como es~-':~is~j~lfilg!a desde os tempos aotigos, e a magia era cada vez mais associada ag_ !?iaJ>E· Os ~~i.tiçg~ . .l?:e_br,ll:~?s eram utilizados na magia. S_lJJQm~-°- era famoso como um senhor dos demônios e diroagia .. Importantes obras de bruxaria eram imputadas a j udeus : Salomão, A.dão Euoc Noé Moisés etc. No folclore, feiticeiros sinistros recebiam nomes judeu~ ou de so~orid~de judaica: Zabulão, Chediaqu~ · e Zambri. Quando a pr:-opaganda cristã conseguiu vincular :i...w.~gia ~~-ª.9~.c;\o.Diabo, isso conta- m.inou os judeus. Dizia-se que os judeus tinham os QQ!~~.-~.!P..ª1. e foi por isso que foram proibidos de testemunhar a coroação do rei Ricardo I na Inglaterra er:o 1189. As atitudes tradicionais e costumeiras dos judeus eram vistas com ,-, \"' ú<\ suspeita e, algumas vezes, tiveram que ser abandonadas. As práticas d~~!l~ \ ' \' '· 1 ' .. r, IP..ãus..depois_d,e_Y.gltarern.dos .. ~çmitédos, de jogar um EUnhado de terra atrás d~ . , ', 'l t f ·V' ;L..<icpois.do.fi,mi;.r:al, o ritual de ,purificar fomos e~ ·E_~2araiiãOjiãrããPáscoa ~ judaica eram vi~~ m'ª-gja.lJ T!J..ejuza7i-;-ümã inscrição biblica fixada no ~' ; ·:. i-. "' batente da porta, tornou-se obj~JJsp.eita. Os judeus eram também famosos como médicos; mas isso significava que eram suscetíveis de lançar mão da bruxaria se qualquer coisa saísse mal. .. , O _envenen·amento era _uma acusação.g]J~~~ay_a freqüentemente sobre os médicos judeus, que eram impotentes P.ara refuti-la . Em 1161, na Boêmia, ~"êsêis fÜdeus foram queimados como cúmplices de uma alegada conspi- ração de médicos judeus para ~gy_e,g~T,l.\!L~.P.2P.\..\11!.çâ.o . A faculdade de medicina àe Viena relatou que um código priva_cl.Q .. Q.OS.JP~çiü::g!ij~~eus exigia deles que ~· : (.' · ·assassinassem 1;'._i;!l~ente çill]~~ En;i 1246, o ~oucílio ~de ~-~,~Lers .E.;.9.füit;. os . .-- cristãos de recorrerem aos cuidados ~~9.\S:C?_s.do~~-d_S!.s, pois e melhor morrer do que dever sua vida a um judeu". Esr.a injunção foi repetida através dos séculos Xill, XIV e X~v, mas foi amplamente ignorada. Mesmo a lguns dentre os govemantes mais antijudaicos utiiizavam com freqüência os serviços de médi- cos judeus. · i .; ·1 ::!.Pensava-se que não somente os médicos judeus, mas que todos os judeus e~am adeptos do uso de venenos . O judeu como envenênad~r era um~J!ggg .familia r na liter atura e nas lendas, cuiminando com o Barrabás de Christopher Marlowe em 'lFju-dêü -de Xiêili-;;(C. 1592). A freqüentemente reiterada Jeg_êJ;i,çã o ~JM_e e,~~siástica que proibia_ ~s c;~stão~ d5 ~()~prar.carnç .e.9\l.tr2~Li..n.!(!~tos dos judeus era morív'ãd'â'em parte i}ela suspeita de que RUdess.~m ~2.~r ~nvene- . .,. .õãdos: como--ãfi~rãm ·explicitamente os cõ[;~íiios de "\ii'~n~-~ Bresl~, em ;) .. ' ":'·"- í26l; e os ~§tat~â.Sl.~~~iQ.9~,liLl· Uma suspeita popular presumia que os judeus obrigavam suas crianças a urinar sobre a carne antes de vendê-la para cristãos. O medo do envenenamento êràparle de um crescente e mais generali- zado horror à poluição. Passou-se a pensar que tudo em_gue os judeus toca.':'_~m _ --··- "'• -.. -·--""~~..... .. . - - ~-,. ........ .. "•····'. .. ....... .. .. ,._ .. . . i09 . . 1 XIV este sen.timento chegou a um {:>onto em ~stava contaminado e, já no secu 0 ' d taram que os judeus deveriam . ~dades de Avi!!OOn e B~lzano ecre . -~ que as c~~---~---- comP..~RI,~ ~;!9 ... ~.9.uil~_9.'2;:~c:i.Y-~· entos ~stragados, de águas contaminadas e °'i'(A-<. u, · - ·- Dada a s1ruaçao geral deª 1IIl b aa·· pela fome e pela esca:ssez, não ~ . · · - ssa exacer a . • · e . de higiene deficiente, siruaçao e d h. t ria que atribuíssem as e.,.Pidem1as , , .- . anh essem ondas e 1s e. . . d.---- I· ,;, ,,,;.· e de se es tr ar que ocorr - --d· .. -.- - -As acusacões.surgu:am e pronto. . to das fontes e agu3, ' 1nra1s ao_ç:n.Y..enen~~ll .... - - -.. - -·---·- ·-··--....... encnamento das nascentes em ~--·- . f ecutados por env ... . .. -~~--Vinte e sete judeus oram ex _ - .. 1han· tes foram feitas ecn.Breslau . . 1163 Acusaçoes seme Troppau, na Boemia, em · so espetacular em 1321, quando os V. 1?67 H ouve um ca -~ . em 1226 e em 1ena em - · . 1 osos e rnury)manos num.a consp1-d s de cooperar com epr . . . .. ~ judeus foram acusa o ........ ..... _ .. . .... =-p .. -· a "-lsto aconteceu num. contexto · todos os """ºs ua ran.ç · " · ração para envenen.ª!.~-·-.. --- -: .::..; ...... -.. -da·_ .. _ .. ela ~cruzada dos Pastores , CUJOS -- · · d ta o causa P -- · de fome prolongada e evas ça 'd des J· ~a·ãTCãseÍÍÍ.seu avanço vio- . 'nh d stniído P O comuru ª-·-· ___ .. _ l. d participant~s t1_, ... !1.!D .. . <: • . ·:. -=-íi:ããõd~ Leprosos" levou o Pa_r amento e lento atra~e~ da F~ança . A Co"~p teçsca-mult~-~?..Q_,_QQ9..Jivrf§_, JUdeus ess~s . Paris a exigir dos Judeus uma º1,,an .,,,-- e pelo rei Carl.9.sJY ' mas nao . b .. t m nte expulsos en mass ·-- ··- . . . .. que foram su sequen e e . ------:r:--mChinon e 40 cometido suicídio . 160 deles tivessem s ido que!IIlaoos_~ - -- -- -- -· .. - ... -antes que _ . . -··---~ . · na Chaml?Jgne. · · .. , . d histeria ant.iiudaica do período da - -:M:ãs esta era somente um_a previ~ a a busca de bodes ex2iatQ.rio§ , f tao gran e gu_~.!!.t;O - -Peste Negra. A catastro e er~-.. -.~ - f-- ~ Gu'i a'e Chauliac que combateu a ---- - - - - -o · iao rances ' ~omeçou iJ.:n..e_9iatam~r_i~· cll'Urg .• . ~t; em A~j_gp_on, observou: · . . s is acreditava-se que eles tinham enve· Em alguns lugares mataram os 3udeu , po s indigeoles deformados a partir; em oenado o mundo; em outros obng'.'"am bo aram finalmente a um J?Onto em que . b s As COLSa5 e eg outros exoulsaram os 00 re · 1 que ninguém que não fosse bem • . d d do a ze ar para guardas eram posta os. e mo d E se encontrassem alguém que trans- conhecido entrasse na ctdade ou povoa o. ' li- las para provar que não estavam portasse poções médicas, o obngavam a engo enveoeoadas . · . .. de lonoe os J'udeus. O movimento . . · mais comuns eram o . . . _ . d Mas os bodes ex.p1atonos l d Genebra onãe um ClIU.rgiao .IP eu Ch'llon no ago e ' ' · antijudaico começou em 1 ' da F a ti'nham preparado venenos a parnr · · · d s no sul rnnç - asseverou que vanos JU eu nh sapos lagartos, carne humana · - · tamente com ara as, • de corações de cnstaos, JU.~ . . , ua ão para ser deposiuida em fon.L:.Ç~<ê, e hóstias consagradas, e Ol~~b~l~~~a . r~istória se espalhou, e c:_,~P~_ç?.es riachos desde Toulouse ate - C . od a arte. Uma delas envolvia um pfano __,.1·~ f "desmascaradas em t a p f'l ' .. L" b "K e s tm1 ares oram .-- ·.r- .. d d Dassel na West a ia ate u ec , -a-,·--·-- oancia1s es e . para envenenar to o~ ~s _ma .. . J d foram presos e torrnraaos para alem, na Prússia, L_1v_oma e Sueci:~ n~o ~~:t.assc, os flagelantes contribuíram confessar sua cumplicidade. C~mo . . reoular aos habitantes dos burgos .. · d · d auaves do rncenuvo " , . 1 para a misena os JU eus . , arte de uma estrale gia para ap acar e cidades para exte~~--.ºs JU~eus como p a ira divina de mooo ~.-eY.itar .. a .. ~.§.t.~, . d 'dos para 'urna ilha no Reno ' -:• • prradOS COfl UZI . Na Basiléia, os judeus ioram ~-d d' Estrasburgo foram queimados em e queimaàos vivos . Todos os 2.000 JU eus e L 10 Sexo. Desvio e Danação teYereiro àe . l349. Na primavera de 1349, as granàes colôriias judaicas de ) J.,r. bl;:;-;:'J..;.- Frankfurt, Mainz e Colônia foram à izimadas. Pogroms semelliantes ocorreram _,. e:::m Bruxelas, Stuttgart, Freiburg, Uim, Gotha, Dresden, Worms, Baden, Erfurt e;:. Speyer. No mamemo em que a fúria dos habitantes da Renânia arrefecia ela i.Jrompia novamente no litoral do "!3~l~i.co, à medida q;;-~-·; - peste atingi~ as cidades hanseáticas, e os massacres de judeus continuaram. Segundo Philip Ziegler,já em 1351, 60 den tre as maiores e 150 àentre as menores comunidades j-udaicas tinham sido eliminadas, e mais de 350 massacres separados tinham ; . <>Corrido. Tudo isto se deu a despeito do f~t~ .. c!.UJ,.ld.~ -~.§..f~cul9-ades de m~dicina "· 4.~s_l)~_i_v ers_id_~~~~ .~~ _F.>g._ri~ ~ .~shl9n.tpellier te rcm declaraciÕosJuckiis illô~e'i1tes c!-_e_sausarem a _.pe~t~, e do papa 91'.!::1..ente VI ter edi tado uµ:ia tiüi.!l ' ilé'ga.ndÔ-a C."V]p_a ~~-~.L~~!l~~~-05-~~~?-Q_çJero_api:.9I~!~~~~~~s-~§míi"iüdade? j_uga)c.l\s locai.s, c <Jmo ele_i;ir_?P!!.º ti:i11a feito com_ s_:icesso_n9.. ~l)..ciaY.e papal de Avignon. Mesmo de~_s-·da Peste Negra: ós j udeus foram acusados ·de· ~nvenenar m ananciais erri""'Halle (1382), Magdeburgo ( 1384), Durkheim e Colmarêí..397), e Freiburg (1401). O papa ~a.ninho V publicou, em !m. uma ~.ui? papal proi bind~a.?~~J!linaç_~.2_~e hi~iQ~,!l.s _d~~llY.~Jlep_agi._çl.lJ;9_~E:'.!-1.Ç_té!!!~§ por ~·te de -todos os pregadores clericais ou leigos, qualquer que fosse seu po~to, escalão, ordem, religião ou circunstância" . Mas as ac~~.ç~s ds.~~l!S'!lam_ento contim,1aram _(l448, 1472, 1475)' · -- _ .. Acreditava -se que os judeus eram capazes àe atos ainda mais blasfemos ,'ê- maldos9s, que violavam os princípios básicos da cristandade. Um deles era a Rf'~da hós~ A t~!2:ção foi estabelecida como uma doutrina ?a.Igreja pelo~arto C~n~1ho L~:~-ra~2:.U.:.e de 11.}J, e foi depois disso que a id eia da profanaçao da host1a pelos JUdeus.'se desenvolveu. A primeira ocorrên- ci.a de profanação da hóstia se deu nas proximidades de Berlim, em 1243. Em conseqüência, todos os j_~q_e::_~~<_l~a_i~_!.~~a~9ue:~.1.11ados. Estas acusaçóês'fião se tomaram c·omuns a té o fina l do século , mas, a partir de então, continuaram por 20 0 anos. A úllima ocorrência séria na Europa ocidental se deu em Berlim, em 15 10, ocasião em que vin te e oito judeus foram executados . \' As acusações surgiram principalmente na Alemanha e na Áustria, e, mais raramente, na França e na Holanda. Supunha-se que o_gbjeti.vo por trás da ~[a_n~5!9_~J.iós~ra e_ll.ç_t:i:i~~ um~ ~Q~ti_ção da crucificação, perfurando a obreia com facas e pregos; a finalidade era demonstrar oue o Cristo não estava pres:.~.te_ z:>:eiã e~ assúil;-"SoTa"Pàê_a_f{ c"i1st2; Õu aindau(ilfZ-a"r es-t~-g-esto-cÕmo parte de um ritual de bruxaria, ou de oferenda ao Diabo. A a.legada descoberta de obreias ensangüentadas (por exemplo, em Wilsnack) parecia confirmar tanto a transubstanciação quanto a infâmia judaica. Não é necessário dizer que hóstias -ensangüentadas" eram forjadas com relativa freqüência por cristãos para fornentar o conflito. Apóstatas judeus tinlrnm freqüentemente um papel na i:istigação destes incidentes. Em 1338, diversas comunidades judaicas da Baixa Austria e da Morávia foram exterminadas, quando uma hóstia -ensanoüentada" foi encontra.da na casa de um judeu. Mas investigações realizadas p~lo duque Alberto da AusLria n:velaram que ela havia sido colocada ali por um cristão. Os judeus eram igualmente acusados de despedaçar , cuspir, apedrejar ou, de algum outro modo, corromper crucifixos e imagens sagradas. Uma história comum era 1 l 1 1 1 1 1 1 i 1 ! 1 i 1 1 Judeus ti l a de que os judeus jogavam estes objetos sagrados nas latrinas. Estas histórias resultavam freqüentemente em violência. Uma alegada prõfanação da hóstia por judeus de Rottlingen, na primavera de 1298, detonou a violência antijudaica em 146 comunidades. Mas a mais duradoura, niais notória e mais danosa das acu~es contra os judeus foi a de assassinatos rituais. Esta alegação ocorreu pela primeira vez no século XII. E;}). 144, depois. que um menino, Guilherme de Norwich, desapareceu, um judeu convertido, Tcobaldo de Cantuária, surgiu em cena para dizer que o§JJJ.Qeus era.!1.!_Q~Qg~os -~~rn~ificar uma _criança <:_r.~~,-~-1.1:.~~~I!.!~n.te , ~~Jj.§_~i.e_~~1l!g~E~~~lh~d~()J:.~.f!l~.-~S!!1!~'.ê_'.1t:.~ª .ª·º~al~~E~?.1~.?s ... quando a criança foi achada morta, houve uma explosao de v10lcnc1a contra os judeus. O túmulo da crlànça tornou-se um lugar de peregrinação, e o rn.enino foi ··canonizado . Histórias de assassinatos de crianças cristãs por j udeus tornaram-se, então, uma ocorrência sistemática, e acusações semelhantes foram fe i tas em Gloucester em 1168, em Biais em 1171, em Bury St. Edmunds em 1181, em Pontoisê, Braisne e Saragoça em 1182, em Winchester em 1192 e em Lincoln em 1255. Não houve julgamento em nenhum;i destas ocasiões. Mas as histórias tinham credibilidade tornaram-se parte do folclore popular e, geralmente, eram acompanhadaspor ~anifestaçôes de vio.lência co~tra jud~us'. Pot exer:ipl~, trinta e oito judeus foram mort_os na fogueira em Blo1s. A pnmeua ac:usaçao oe assassinato de criança na Alemanha ocorreu em Lauda, em 1235, e, depois disso, aconteceram regularmente com resultados terríveis. Em 1285, os judeus de Munique foram acusados de assassinar urna criança cristã,<: a turba forçou-os a se refugiar numa sinagoga, a qual incendiou . Sessenta e oito JUdeus pereceram. O caso mais famoso foi o de Hugo de Lincoln, um garoto encontrado morto numa fossa sanitária. Afirmou-se que ele hav ia sido engordado durante dez dias antes àe ser crucificado diante de todos os judeus da Inglaterra . Uma centena de judeus foi presa; dezenove foram enforcados sem jul?ameuto, mas o restante foi solta quando Ricardo, conde da Cornualha, que t1~ha Lodos os judeus da Ing laterra sob hipoteca, interveio em fav~r deles . . Aproximadamente na mesma época, o elemento do sangue foi introduzido: a 1de1a de que o sangue de crianças cristãs era necessário para as cerimônias judaicas. Isso se manlfes- tou primeiramen te em 1235. A recorrência desse tipo de acusação levou o imperador Frederico Il a criar uma comissão de i.nt~lectuais par~ in_ve.stigar a verdade das histórias. A comissão rejeitou sua veracidade, e o propno unpera - dor, em 1236, inocen tou os juàeus de tais acusações. O papa L1ocêncio IV publicou uma bula em 124 7 denunciando as histórias de judeus envolvidos e.m assassinatos de crianças e na utilização de seu sangue e, em 12 71, o papa Gregório X proibiu o clero de promover tais idéias. Mas estas int~rvençôcs não funcionaram, e durante toàa a Idade Média o clero denunciou os JUdeus por seu envolvimento em assassinatos rituais . Em 14 75, o import:mte pregador Fra Bernardino da Fel tre proferiu os sermões à~ Quaresma cm Trento, na Itália .setentrional, denunciand~ assassin~ - tos rituais perpetrados por judeus. Na Qumui-Fe1ra Santa, um menmo de dois anos de idade, Simão, desapareceu. Residências judaicas foram revistadas e, 112 Se;::o, Desvio e Danação qua_~?º. o -~orpo da criança foi achado boiando num rio, judeus foram r torturados. Os membros proeminentes•da comunida· de foram p esos e -de ·s l · mortos e os .ma1 expu sos. Acreditava-se aue o corpo desta c . , · 1 · · . • nança era ca:paz de f • m1 agres, e os habitantes locais passaram a reverenci·a· -lo c aze. Embo · ., . . · · orno a um santo ·- ra o papa uvesse pr0101do isso, a pressão dos fiéis foi tão f . - . de Trento acabou por ser beatificado. orte que Srmao . !magens de Simão e panfletos que falavam sobre . l111laores çicçul 1 .... ------- seu assassmato e seus -=>---- . __ l!~:!!!)Q3_mente. e sermões_§obre eie for~m nrofe . a-----;.i-:- a 2ª_rte. Amda que o governo d V ---------·--=-.--!L9.§...el)J_JQy_ª· -- --- e eneza e o duque de F ·ti· . .sermões e tivessem colocado os judeus sob sua proteção ~~ara pd~o1 isser:i tais 2 pren-ar st1a m , mar U10 contmuou judet~s de Pe~:~::g~:s:~:een~n:::oe lev~ sucesso ao ocas~onar a expulsão dos jude us em Florenç· a e em Forl 1· e o' ~ss1_mdcomdo a~ mspuar tumultos contra . , mcen io a sinagoga de R E acusação constante de -violação da inocência" foi um dos . avena. sta que os judeus tiveram que suportar. Pois ela completo mats pesad~s fardos p~rando-os a hereges e bruxas, como monstros ca a u sua satamzaçao, equ1- . frio, os crimes mais hediondos e revol tantes. p zes de perpetrar, a sangue- SEGREGAÇÃO A ~rcepção cristã do perigo judaico - · · · · .. n o desejo de identificá-los e isolá-ios~ :t~:~~ ~~;n~e ·tode ser encon~rnda predomrnantes em relação aos judeus apartir do século XI~rnaram es~a:egias ~~~~~:n~q_hs ~~s hou. de prática _ ~exua-l inter-racial fora~ ~sfEç~~~~e;e~ 'Jª a muJlo av ia urna aversao po · · 0 já haviam sido pro ibidos pelos códigos ;e e~:~s %:ª~~ca~ .. . s casament?s. mistos . proibição fo i renovada em muitos códigos de leis da~ª~~~.~~ Justiniano . A f~rocidade que é difícil encará - la somente como resu ltante d~ l~a, ma~ com ta l ~~~~~:~~:~~ ~i~d .~~~ad~:~;rº:e~~:~;~~ ~: :~i~~:~s:a~i~~~ ~~~~2~~~~;::::~ " a ' eia e conspurcaçao e também a i v . da - .. Acontece que· os judeus se opunham irrualment n eja potenc_1a sexual. rr:uitos dentre eles tinham co~cubinas cristãs. o ;e~~~ã~a~~~e;rt~=ã~(islt~:~~~s) p.escreveu a pena de morte para as rela - · · 0 1 código de leis ino!ês do séru!o XIII çr~I s1scxdua1ls entre j udeus e cristãos, e o " ~ , e a ec arava· -e-· tã · bruxos e _outros de~ta mesma laia devem ser ~rrastados ~ qu~~a~~sap:sta~s, ;~~o~~abi~e~e:~~ru~euue~~~~~~a~~v~~u-el~s que s~ dedicam à bestiaiida~~e ee~ inter-racial ao mais sério dos crimes se.xua~:0Aequ1p~ rava clarame_nre º.sexo e uma complexa combinação de sexo, classe. e º::~~ra nunca era mequ1v~ca, atuando nestas reguiamentacões. Em 14?0 a c1.ºdad .d ppo~de podr vezes ser vista · · d · , · - • e e a ua ecretou pa pranca ? sexo inter-racial, um leque de penalidades ue iam d , ra a mente a te a morte, dependendo do judeu ler tido rela ~es com ~sde o açolta - ou com uma senl1ora casada de bom nível social; a disti~ção de c las~eªi:~~stnuta neste caso, o preconceito racial. Mas para um homem cr·1st"o . erava, . " que praticasse o Judeus l lJ sexo com uma judia-, a pena era somente de açoirnmenlo e prisão ou multa. Neste caso, a desiguaidade entre os sexos-mitigava a queslão racial. O p_ª~do- e~~Ug1!,..aln:@lte_pr_CQQ!pado CO!!l_<?_S aspec~g~_.§~Eª is __ das relações judaico-cristiis .. Es~J.9i .. ajuHifiç_ª1i~P.~~ífic~__.f9i dada :P--ªI:ª _a _ impõSíção- ae ioiípáscilsi:fntivas para os jud~§ 11.o_Çg_n_cí!i<l.J-a~~~tlSe de lll 5: - -- ·- .. - ----- -·---·---- ·-- - _. - .. ____ • Em algumas províncias àa lgreja, uma àiversidade de maneiras de vestir dlstingue judeus ou sarracenos dos cristãos, mas em certas outras, insinuou-se uma tal confusão que nenhuma diferença ê perceptível. Daí algumas vezes acontecer que, por erro, cristãos tenham relações com mulheres judias ou sarracenas, e judeus e sarracenos com mulheres cris:ãs. Doravante, a fim de evitar que estes (infr arores) apresentem a desculpa de tal engano para dissimular o pecado desta relação condenâaa, decretamos que estas pessoas de qualquer dos sexos sejam di.st\ngui- das das outras pelo tipo de roupa usaàa cm público, em iodas as províncias cristãs, a qualquer momento . Numa carta a Filipe Augusto em 1205, o papa Inocêncio III denunciou as -abominações" que supostamente ocorriam_ entre empregadores judeus e as amas-secas cristãs; o temor repercutiu na decisão da cidade de Reget:l.Sburgo, em 1393, de proibir os judeus de manter amas-secas cristãs de menos de cinqüenta anos de idade. Sempre houve, desde os tempos de Roma, a_cusações de devassidão contra os judeus. São _J-~~o_S_r:_i~9.:?_l?_ID~ (e. 347-407) havia de_'.l_~~ciad~_E __ prátic~~ - obscenas" do~l!~.ll.~ ~~q1:tl~do as sinagogas a bor§s. Na Europa ociden- tal, os JUdeus eram sistematicamente proibidos de freqüentar bordéis. Em 1289, o conde Carlos de Anjou j~tific?~.P~~.Q_dos judeus de Anjou e do Maine com a acusação d~~.\l~ª-cutos_cristã.os e de redução ~~~~~pobrga por in Lermédio da usura. Mas também acrescentou: -o que é mais terríve l de aceiLar é qúe eles maldosamente coabitam com muitas donzelas cristãs." Foi ·por causa de sua -notória prômiscuidade sexual" que, em 13 l 7, o rei Filipe V ordenou que os judeus usassem marcas que os distinguissem dos cristãos. ; / Q_ meio mais efetivo de segregação era o gueto. O termo deriva de uma V área à qual foram confinados, por decisão do senado_.yeneziano, os judeus ~e Veneza em 15 i ó. É verdade que a separação dos baiq:gs onde moram os judeus já tinha uma longa história, embora seu propósito - nas cidades cristãs espanholas, por exemplo - fq_s~e mais proteger do g~)~gr,Mª1Jls...iud_~s. Os muros tomaram-se certamente necessáriosem torno das áreas judaicas de:po~s dos massacres que acompanharam a Primeira Cruzada. Entretanto, o papado esrnva ~ para~~ a~g!:._e_mão dos judeus e~ que eles _::_c:_~ioin--ª~-çm" os cristãos. Em 1179, o Concilio L3 tcranense ordenou que, em todo o Ocidente., os cristãos _que vivessem com judeus deveriam ser excomungados, pois a segregação era exigida. Em 1339, o papa Bento XII queixou .. se ao rei Pedro IV de A.ragão que a prática ordenada· de segregação dos j udeus e sarracenos em bairros separados havia sido negli- genciada nos anos anteriores, e sinagogas e mesquitas estavam sendo construí - das em meio a áreas.de população cristã . Em- 1442, o papa Eugênio 1V decla rou: H1i · 1 ~' · l·, :: 1\l '1~1 .lt; Ili· 1: !~ 1 ' í li ! \ i 1 1 1 1 I~ Sexo, Desvio e Danação - os judeus não podem viver entre os cristãos, mas, ao conu-ário, devem residir ~ntrc si mesmos, separados e segregados dos cristãos, no interior de certas distinções-ou lugares, fora dos quais não podériam, em nenhuma hipótese, ter &i pennissão de possuir casas.~ Esu .passou a ser a política oficial. · Todavia, foi somente depois dé 139 r que se sucederam esforços sistemá- cicos para estabelecer guetos ou bamos de judeus e para excluir os que não eram judeus destas áreas na Espanha. Os reis João II de Castela e Fernando I de Arag_ão ordenaram, em 1413, que judeus e mouros fossem segregados em bairros cercados por muros, contando somente com um portão ·mas-~su;-de ter~ã.ção foi amplamê-iileignorã<la:-Em-·oli"fros países med1evaii, as regulamen- wições variavam . Os bairros judeus tenderam a se orig inar de costumes e hábitos r:rnis do_gue de exigências leg!J is. Os judeus na Ing laterra já ti nhàmümb-aITTü~ e::rn Londres, errr·I l 15, mas não existia bairro judeu cm York, onde os judeus . viviam dispersos na comunidade. Na Alemanha, onde o ·oairro de Speyer foi csl.lbelecido em 1084 como um priv ilégio distinto para judeus, a segregação foi cada vez mais reforçada pela sanção legal, particularmente depois de 1348. Em Colônia, em 1330, tumultós antijudaicos forçaram os anciãos da cidade a cercar o ba irro judaico com um muro para sua melhor proteção. Houve poucos protestos das comunidades judaicas relativamente a seu confinamento 'em setores judaicos, pois isso servii\para protegê-los. Desde o começo do século XIII, os judeus eram obrigados ·a vestir roupas d istinti~s, de modo a evitar que se misturassein livremente com pessoas cristãs. Tal postura foi prescrita pelo ConcHio Lateranense de 1215, e equiparou os judeus às prostitutas, aos mouros, aos leprosos e aos hereges arrependidos. Não era especificado que tipo de roupa, mas na França, na Espanha e na Itália, a marca do judeu devia ser um círculo costu.rado sobre as roupas (a ro11elle) . Esta - rnarca da infâmia - , originária da França, era usada na diocese de Paris an1es mesmo do Condlio Lateranense. Desde o Concílio de Narbonne (1227), esta era a marca especificamente ex ig ida pela Igreja. A exigência fo i reiterada sistematicamente através dos séculos XIII e XIV em nove concílios da I"reja entre 1215 e l370, em nove decre tos reais, depo,i's que o rei Luís IX ord~riou que tal atitude fosse adotada pelos judeus em 1269, e, progressivamente, nos es talutos municipais de cidades como Avignon, Nice e Marselha. Na Espanha, a marca'judaica foi introduz.ida pelo rei Jaime Ide Aragão, em 1228, e pelo rei Teobaldo de Navarra em 1234. Afonso X de Casida (1252-84') introduziu a obrigação de ostentar a roue//e em seu código legal, e impôs uma multa para os que a desrespei tassem. Todaviâ, a determinação foi ~pl~~enle ignorada, e.gy_e_que_.s~_ueile.rn.d:i. slsJ~rp~~icamen te~ multas -~ ma1s_p~.~~a_'!_5_.P<J.L.?._e~.-ªg -~.!!!P.!i!IJ~I)!Q. -- . Na lnelaterra, os judeus fo ram obrigados em 12 18 a eonar tarjas de lmlK> costuradas_e.rn._s.uas_J:Qll~ . No reino da Sicília, os judeus foram obr igados a usar roupas distintivas em 1221. Na Alemanha, na Áustria e na E2.l.fu1ia, os judeus usavam tradicionalmente um ch~nico f;-;;cJeiihur). Por conseguinte, o Saem lmpérig Romano relutava em impor a rouel!e, e o papa Gregório IX queixou-se disso numa carta aos bispos alemães. Mas, no século XV, houve uma tentat iva articulada para obriga r os judeus a usar a Judeus 1 !5 rouelle, e aqueles que residia~ em Colônia, Augsburgo e Nurembe~ g foram ·obrigados ·a adotá-la . · · A marca era comum a ambos os sexos e, nonnalmente, era usada_:io peito. A idade em que passava a ser usada variava (com .freqüência, logo ~e pois d.os_:__ dez .anos de_idade.)_ O material' variava (feltro, linho, seda). Havia tambem variações de cor, mas a mais comum era o ~ açafr~o, cor especificada tanto por são Luís quanto pelo papa Gregório. IX. Tratava-se, portan.to, _da antecessora direta da infame estrela amarela nazista. Houve algumas v ana çoes de cor. O rei João II da Fr@ça mudou a C:.0.!:.2..~.rn.xeonelbo_~.\?J-ª.D..<;.Q .. Ç;.m 1363 . A razão para as· mudanças erãill ___ freqi"íenlemente relacionadas ao ~esej~de ··cobrar ll!Iill taxa pel!!.E.Q.':'.UQ_u.elle. O papado continuou a prescrever o amarelo, como foi ordenado pelos papas Pio II, em 1459, e Alexandre VI, em 1494. A Igreja não recomenday;i. punição para os que não portavam a marca, mas são Luís impôs uma multa de 10 livres tournoises, e seus sucessores a fizeram oscilar para cima e para baixo. ~íduos favorecidos rec:b1am uma dispensa real especial de porte do distintivo. ~os judws eram oongado~~~gar ª.º tesouro real uma ll!Xa anJ!al por suas rouelles, e 1~to se t::!.1E:~..f.~rmou em mais . ·uma maneira_5[~~~pl~rá-los,_ Rendas extras para as autoridades advinham. do pagamento de isenções pelos judeus. Embora o~ regulamentos fossem f'.e.quen- temente ignorados, é claro que a marca fez dos judeus um objeto de hosuhd~de. Em 1273, os judeus.da Provença pleitearam que suas marcas ~aziam deles Objeto de hostilidade, particularmente em viagens, e Carlos de AnjOU, governanre da Provença, concedeu-lhes uma isenção irrestrilll contra ~ pagamento de. ur::a soma anual. Alfonso X de Castela também concedeu aos judeus uma perm1ssao para viajar sem a marca. · · · -. . . A imposição da -marca da infâmia" não era umfonne, e foi aphca_da em diferentes áreas e em dife rentes épocas. Havia comparauvamente poucos judeus na· lt,1lia setentrional até o século XIV, provavelmente em função da crescente hostilidade da cfasse emergente dos mercadores nos Estados urbanos. Mas, depois da Peste Negra, os judeus deslocaram-se para lá para preencher o vazio provocado no mundo comercial pela devastação da peste_ e, err:_ ~lguns casos, para escapar aos massacres histéricos que,ª população judaica sorna nos derr_ia1s lugares da Europa, na esteira dos rumores de que tml:am causa~o a peste .. Ja l'lo começo do século XV, havia 200 comunidades judaicas na .Iuli.a seten1.r10nal, vinte vezes o número do século XII, povoadas por re fugiaaos aa Alemanha e da Áustria e por migrantes da Itália meridional_ e c_entral._ Os jude~s pa~aram a ser parte totalmeme integrante da vida urbana nahana, v1v1am r_:iislura.aos com os cristãos e, em alguns casos, tornaram-se plenamente c1dadaos, ate mesmo ocupando cargos públicos. Em meados do século XV, os judeus falavam a mesma língu2, vestiam as mesmas roupas e viviam em casas semelhames àquelas dos seus vizinhos cristãos. . Mas as pressões para que se fizessem cumpnr os regul~menlOs.de ro.upas distintivas do Concílio Lateranense começou a cresc.:r na It.aha por influencia dos frades. Seus sermões de agitação demagógica co:iaram uma atmosfera de sentimento antijudaico. A campanha do inquisidor-geral do:ninicano Frn Bar- tolomeu de Áqu ila já tinha provocado, em i292, a destruiçao do bamo Judeu 116 Sexo, Desvia e Danação da Apúlia, em função das fugas _ern massa, massacres ou conversão forçada.
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