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Diálise . ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DA MEMBRANA A membrana celular é uma camada com apenas 7,5 a 10 nm de espessura, constituída por Iípidos intercalados com proteínas que define os limites de cada célula. Funciona como uma barreira de permeabilidade que permite à célula manter um meio químico apropriado para os seus processos metabólicos, regular o volume citoplasmático e transferir informação sob a forma de sinais químicos e eléctricos. As membranas que revestem os vários organelos (núcleo, rmtocôndria, retículo endoplasmático, Iisossomas e aparelho de Golgi) permitem a compartimentalização funcional da célula, com possibilidade de limitar processos bioquímicas a certos locais. Apesar das particularidades individuais, todas as membranas biológicas são formadas por urna dupla camada fosfolípidica e por proteínas unidas por ligações covalentes e que se comportam segundo o Modelo , Mosaico Fluído, A maioria dos lípidos e das proteínas movem-se livremente no plano da membrana, Em alguns casos, há restrição deste movimento de forma a permitir à célula a realização de algumas funções em partes selectivas da sua membrana É o caso da sequestração de receptores de acetilcolina ao nível da placa rnotora das céluías musculares esquelétícas. Os principais lípidos presentes na membrana celular são os fosfolípidos, o colesterol e os glícolípidos. A sua distribuição pelas duas camadas é assimétrica, o que pode reftectir as diferentes funções das duas superfícies da membrana, Os fosfolípidos são moléculas antipáticas e dispõem-se em bicamada com a porção hidrófoba não polar (caudas de ácidos gordos) dirigida para o centro da membrana e com a porção hidrofílica polar (cabeça com terminal fosfato) direccionada para o exterior ou interior da célula. Os fosfolípidos mais abundantes são os fosfolfpidos ligados à colina {fosfatidilcolina e esfingomielina] e os arninofosfotipidos (fosfatidilserina e fosfatidiletanolamina). O fosfatidilglicercl, o fosfatidilinositol e a cardíolipina são também importantes mas estão presentes em menores quantidades. Os fosfolípidos que a constituem podem-se mover rapidamente na sua monocamada por difusão lateral, rotação e flexão. Os movimentos de flip- flop entre as duas camadas são um fenómeno raro. O colesterol interpõe-se na bicamada fosfolipídica com o seu núcleo esteróide disposto paralelamente às cadeias de ácidos gordos. Actua no sentido de reduzir a fluidez membranar a temperaturas fisiológicas ou de a aumentar face a descidas de temperatura, funcionando como um 'tampão de fluidez. Contribui para o grau de permeabi!idade da bicamada fosfolipídica dos .fluldos corporais. Enquanto que a bicamada iipídica determina a estrutura básica das membranas biológicas, as proteínas são responsáveis pela maioria das funções da membrana celular. As proteínas membranares dividem-se, com base na força de interacção com os fosfolípidesfem intrínsecas e extrínsecas. As proteínas extrínsecas ou periféricas ligam-se às superfícies interna ou externa por forças electrostátícas e podem ser removidas por procedimentos químicos fracos (ex.: alterações na composição iénica do meio). As proteínas intrínsecas ou integrais interactuam com os llpidos rnernbranares por ligações hidrófobas e só detergentes potentes ou solventes orgânicos as removem. Os seus domínios hidrófobos têm uma estrutura secundária a-helicoidal e os ·' domínios hidrofilicos estendem-se para o citoplasma ou para o fluído extracehrlar. Ta! como os lipidos, muitas proteínas podem difundir-se rapidamente no plano da membrana. As proteínas membranares podem classificar-se, funcionalmente, em seis categorias. Os Receptores estão envolvidos na conversão de sinais químicos extracelulares em respostas intracelulares [ex.: receptor da acetilcolina). As Proteínas de Reconhecimento funcionam como marcadores, permitindo que o sistema imune distinga as células normais de células cancerígenas e células do próprio de células estranhas (ex.: antigénios de histocompatibilidade MHC). As Proteínas de Transporte conferem permeabilidade a solutos polares específicos e a iões. Algumas funcionam também como receptores que respondem a alterações na permeabilidade dos solutos (ex.: bomba de sódio e potássio, canal de sódio). As Proteínas de Junção permitem a adesão entre células adjacentes ou à matriz extracelular (ex.: integrinas). No caso das junções do hiato, permitem também a comunicação entre o citoplasma das células. As Enzimas catalisam reações específicas de substratos no fluído intra e extracelular (ex.: Acetilcolinesterase). A ancoragem ao Citosqueleto permite que o citosqueleto altere a forma da célula e que certas proteínas fiquem restritas a certos locais (ex.: Anqulrína]. Os carbohidratos ligam-se predominantemente à superfície externa das proteínas .. mernbranares e c!<?slípi~os/_formando_a~glic()jJroteínase ()s~lic()líllid()S, re~llecti\~al'T!~nte. A camada resultante de carbohidratos na superfície membranar externa constitui o glicocálice, que desempenha importantes funções. Alguns glicolípidos e glicoproteínas têm ácido siálico que confere uma carga negativa à célula, permitindo-lhe repelir substâncias carregadas negativamente; participa na adesão entre células eem reacções imunes e algumas funcionam como receptores para ligação de hormonas como é o caso da Insulina. A composição relativa de unia membrana celular é cerca de 55% em proteínas, 25 % em fosfolípidos, Yo em colesterol, 4% em outros lípidos e 3% em carbohidratos. A membrana celularm, possibilita diferentes nposições iónicas entre os fluídos intra e extracelular: elevada concentração de sódio e c1oreto no fluído celular e de potássio e fosfatos no fluído intracelular. . MECANISMOS DETRANSPORTE MEMBRANAR As moléculas lipofilicas sem carga podem atravessar a membrana pela bicamada fosfolipídica, corno acontece com o oxigênio ou com o dióxido de carbono. As substâncias hidrofilicas necessitam de proteínas especiais para poderem transpor a membrana. São exemplo a glicose e os iões. DIFUSÃO Difusão é o movimento espacial e aleatório (movimento Browniano) de átomos, moléculas ou partículas, determinado pela energia térmica da própria partícula. A liberdade de movimentos é máxima em meio gasoso, diminui em meio líquido e é mínima em meio sólido, As moléculas de água e de solutos em solução colidem continuamente e, porJsso, as suas trajetórias tomam-se imprevisíveis. A difusão é um processo espontâneo que aumenta a desordem ou entropia. Deste modo, o estado de equilíbrio de um sistema contendo moléculas com movimento aleatório é aquele em que a desordern/entropia é máxima, a energia livre é mínima e os solutos estão uniformemente distribuídos pelo sistema. Se existir um gradiente de concentração no sistema, o movimento individual dos solutos causa um um movimento orientado dos locais de maíor concentração para os de menor concentração até ser atingido um estado de equilíbrio em que a distribuição de soluto é uniforme. Exemplificando: se colocarmos açucar granulado num copo com água, numa primeira fase, a água à volta dos grãos de açuçar dissolve-os mas estes permanecem no fundo do copo. Segue-se então um grande fluxo (quantidade de partículas que atravessa uma superfície por unidade de tempo) unidireccional de moléculas em dlrecção ao topo (onde a concentração de açúcar é baixa) e um pequeno fluxo em direcção oposta. O fluxo resultante é a soma algébrica destes dois fluxos unidireccionais. À medida que mais moléculas se aproximam do topo, menor é o gradiente. até que se atinge o estado de equilíbrio em que as moléculas de glícose se movem igualmente em todas as direções. A Taxa de Difusão de uma substância entre dois pontos no espaço é determinada pela velocidade individual das partículas, pelo gradiente de concentração e pelas dimensões da via de difusão. A velocidade individual das partículas é expressa pelo Coeficiente de Difusão que depende da temperatura (quanto maior a temperatura maior a velocidade das moléculas) e da massa molecufar (quanto menor a massa,maior a velocidade}. As unidades são cm2/s. As Dimensões da via de difusão incluem a área de secção e a distância. Quanto maior a área deseção e menor a distância a percorrer, maior o fluxo. No pulmão e no intestino, onde a difusão éimportante para a troca de substâncias entre os meios interno e externo, a área de difusão é grande e a distância a percorrer pequena, A relação de Einstein mostra que o tempo necessário para a difusão aumenta com o quadrado da distância a percorrer. Por exemplo, a glicose demora 3,5 segundos a atingir 90% do equilíbrio de difusão num local que dista 111m da fonte de glicose (como ocorre no sangue) más levaria 11anos a atingir a mesma concentração num ponto a 10cm da fonte. A difusão é um meio de transporte rápido e eficaz para curtas distâncias mas muito ineficaz para distâncias com mais de alguns microns. Devido à lentidão da difusão para distâncias macroscópicas, os organismos multicefulares desenvolveram sistemas circulatórios [ex: sangue, transporte axonal) que asseguram um movimento rápido de partículas para longas distâncias. A difusão proporciona o movimento de partículas entre células e sangue. o Gradiente de Concentração deve ser interpretado como urna força química que conduz o sistema em direção ao seu estado de equilíbrio. Deste modo, o movimento individual de partículas não é afetado pelo gradiente de concentração. A Lei de Fick para a difusão defme quantitativamente as relações entre estes três factores. Postula que a quantidade de uma substância difundida por unidade de tempo num dado momento, isto é, o fluxo de difusão (J) é proporcional ao coeficiente de difusão (O, cm2/s), à área disponível de troca (A) e ao gradiente de concentração (AC) e inversamente proporcional à distância a que ocorre a difusão (1) : J = D*A*l'IC (moles/s) Os mesmos princípios aplicam-se ao movimento de substâncias através das membranas plasmáticas com uma diferença: a substituição, na lei de Fick, do coeficiente de difusão pelo Coeficiente de Permeabilidade membranarIê, cm2/s), uma vez que a espessura da membrana celular pode ser considerada uma constante: .' Diálise: ------ J = P*A*b.C Para a maioria dos solutos, os coeficientes de penneabílidade são cerca de um milhão de vezes inferiores aos coeficientes de difusão, Uma vez que a permeabi/idade é uma propriedade da membrana, diferentes tipos de células têm diferentes constantes de permeabilidade para a mesma substância, O principal factor limitante da difusão através de uma membrana celular é a lipossolubi/idade da substância a transportar. Moléculas apoiares como o oxigênio, dióxido de carbono, ácidos gordos e hormonas esteróides difundem rapidamente pela porção lipídica da membrana. Moléculas polares de pequenas dimensões e sem carga, como a ureia e o glicerol, atravessam a bicamada lipidica rapidamente, Moléculas polares ionizadas difundem muito lentamente ou não atravessam a membrana pela sua parte lipídica. lões como o Na+, o K+,o CI-e o Ca2+ difundem através da membrana plasmática muito mais rapidamente do que seria previsível pela sua reduzida lipossolubilidade, o que se explica pela presença de canais iónicos. Estes canais apresentam selectividade iónica, quer pelo diâmetro quer pela carga. Moléculas polares com carga, como os carbohidratos eos aminoácidos, não podem atravessar a membrana celular por difusão simples. Fazem-no por intermédio de proteínas transportadoras. Apesar das moléculas de água serem polares, o seu pequeno tamanho (0,3 nm de diâmetro), permite- Ihes uma rápida difusão através das membranas celulares. A maioria das membranas plasmáticas tem, no entanto, uma permeabilidade à água 10 vezes maior que uma membrana lipídicaartificial. Esta constatação pode ser explicada pela presença das aquaporinas- proteínas membranares que formam canais através dos quais se dá a difusão da água. Como Funcionam os Rins? o Sangue entra nos rins através das artérias renais Passa para os nefrónios que funcionam como milhares de filtros pequenissimos Existe cerca de um milhão de nefrónios em cada rim É nos rins que são filtrados do sangue. o excesso de água e os produtos tóxicos que se formam no organismo. O sangue "limpo" regressa à corrente sanguínea através das veias renais. As toxinas excretadas e o excesso de líquidos acumulam-se na bexiga sob a forma de urma Quando J bexiga enche. a urina é eliminada doorga:njslil~ ..•. Se os fins adoecem. reduz-se a sua capacidade deelimiriação das toxinas e da água que se acumulam no organismo e surge J chamada Insuficiência Renal. o QUE ÉA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÓNICA?--------------------~------- É D doença provocado pela diminuição progressiva da função renal. As causas desta doença são várias: os rins doentes tornam incapazes de proceder ~ eliminação de certos resíduos produzidos pelo nosso organismo. ficando assim perturbado o controlo da composição dos líquidos que constituem \) interior cio corpo humano Assim que a função renal se reduz 1ti a 15'\, do normal. não é- possível viver sem um tratamento de substituição. isto é. a diálise ou J transplantação ren ...al. Diz-se. então. tratar-se de insuficiência renal crónica terminal. As Causas mais comuns da IRe • Glomerulopatias • Nefropatias diabéticas • Nefropatias vasculares • Nefropatias de causa urológica • Nefropatias hereditárias . • Nefropatias medicamentosas Diálíse é o processo físico-químico pelo qual duas soluções (de concentrações diferentes), são separadas por uma membrana semipermeável, após um certo tempo as espécies passam pela membrana para igualar as concentrações. Na hemodiálise, a transferência de massa ocorre entre O sangue e o líquido de diálise através de uma membrana semipermeável artificial (o filtro de hemodiálise ou capilar). Já na diálise peritoneal, a troca de solutos entre o sangue e a solução de diálise ocorre através do peritônio. o transporte de solutos no processo dialítico ocorre por três mecanismos: •• Difusão: é o fluxo de soluto de acordo com o gradiente de concentração, sendo transferida massa de um local de maior concentração para um de menor concentração. Depende do peso molecular e características da membrana. •• Ultrafiltração: é a remoção de líquido através de um gradiente de pressão hidrostática (como ocorre na hemodiálise) ou pressão osmótica (diálise . 1'\ ..,-- pentoneal). .' e Convecção: é a perda de solutos durante a ultrafiltração. Durante a ultrafiltração ocorre o arraste de solutos na mesma direção do fluxo de liquidas através da membrana. . A hemodiálise é um tratamento que consiste na remoção do liquido e substâncias tóxicas do sangue como se fosse um rim artificial. É o processo de filtragem e depuração de substâncias indesejáveis do sangue como a creatinina e a uréia, A hemodiálise é uma terapia de substituição renal realizada em pacientes portadores de insuficiência renal crônica ou aguda, já que nesses casos o organismo não consegue eliminar tais substâncias devido à falência dos mecanismos excretores renais. Dialísato A solução de diálise contém solutos (Na, K, bicarbonato, Ca, Mg, Cl, acetato, glicose, pC02) que entram em equilíbrio- com o sangue durante o processo dialítico, mantendo assim a concentração sérica desses solutos dentro dos limites normais. É importante ressaltar que a água usada durante a diálise deve ser tratada e sua qualidade rnonitorada regularmente. A presença de compostos orgânicos (bactérias) e inorgânicos (AI, Flúor, Cloramina, etc.) podem causar sintomas durante a hemodiálíse ou induzir alterações metabólicas importantes. A máquina de hemodiálise mantém controle total sobre o dialisato, como nível de condutividade e temperatura da solução, a fim de evitar possíveis complicações durante o tratamento. bomba de heparina~!/rd'r ~>;.,,;::f"r- ·.n~ '!.;. fi "...---rr. --",. ld ,~~~~~~~~~erial ~ bomba de sangue detector de ar c1amp do detector de ar ~""'''"''''-''''-':;:-'''-==;:;:''''''~=~'.,.,. __ ~-.;;.~..,.. .••..•.~=,~..,....:.,.,,,:t_-=~...,...-..~,...,,,..!;:r:..,-~'''''~r.;;~....,~__~~ ..~",;,"-=~""" ~~ .,.'•.•., '" O acesso vascular Ó uma pequena cirurgia feita por um cirurgião. unindo lH1D artéria com uma veia. Esta pequena cirurgia dura uns 30 a 45 minutos. com anestesia local. É necessário que passem uns 10 a 15 dias. para que ti flstula (acesso vascular) esteja preparado para ser utilizado na hemodiálise • Hemodiálise: a solução de diálise passa pelo filtro, ocorrendo trocas de solutos com o sangue por difusão, ultrafiltração e convecção. Nesse processo, a quantidade de líquido removida é de 3 a 6 litros, levando de três a cinco horas' em terapia convencional. e Hemofãtração: não se usa a solução de diálise, ocorrendo somente a ultrafiltração e convecção. Nesse caso, é utilizado dialisador de alto fluxo, ou seja, bastante permeável à água. Sendo assim, o volume de líquido retirado do paciente é de 30 a 50 litros por dia. Por esse motivo é infundida uma solução de reposição a fim de compensar a variação de volume. • Hemodíaflltração: é a combinação da hemodiálise e hemofiltração. Usa-se solução de diálise e filtro de alto fluxo permitindo uma ultrafiltração de 30 a 50 litros por dia, com a necessidade de se utilizar solução de reposição. DlÁUSE PER!TONEAL A diálise peritoneal (DF), por promover retirada lenta e contínua de fluidos e menor número de lesões hemodinâmicas, comparativamente à.hemodiálise, pode ser, do ponto de vista teórico, uma alternativa mais adequada para tratar pacientes portadores de doença renal crônica (DRC) avançada com concomitante insuficiência cardíaca congestiva (ICe) e também pacientes com ICe refratária, mesmo sem grave disfunção da função renal. Membranas: Características funcionais dos diaHsadores: Para uma escolha correcta.idevem ser avaliados diversos parâmetros. Estes são geralmente fornecidos pelo fabricante que efectuou os testes em condições padronizadas. Tipo de membrana ÀS membranas separam dois meios, o sangue e a solução dialisante, ao mesmo tempo que permite que entre eles se efectuem trocas. Estas não se fazem, no entanto, aleatoriamente. As membranas de diálise têm a capacidade de seleccíonar os elementos capazes de as atravessar, permitindo a passagem das toxinas urémicas e impedindo que se percam na solução dialisante elementos sanguíneos importantes, como sejam os glóbulos e as proteínas. As membranas deste tipo são denominadas selectívas ou semípermeáveis. As características de uma membrana de diálíse dependem da sua composição química e do seu método de fabrico. É desejável que as-características da membrana se aproximem das atrás enunciadas parao "dialisador ideal". É assim importante que a membrana seja arreactiva em relação aos elementos sanguíneos não seja tóxica e tenha uma boa resistência mecânica. O seu limite de, perrneabilidade deve ser ajustado aos objectívos da terapêutica. ~,~~~~_.-.•._---. __ .-. -_.---------_._----.... Por outro lado, a capacidade de depuração de uma membrana depende também da sua espessura. Quanto menor for esta menor é a distância a atravessar pelas moléculas e, como tal, maior a velocidade das trocas. Membranas derivadas da celulose Foram as primeiras utilizadas e são aquelas que têm ainda um uso mais divulgado. Sâo fabricadas a partir da celulose que é submetida a uma dissoluçâo química for- mando uma substância gelatinosa (viscose), que é depois extrudida na forma desejada e a celulose coagulada (regenerada). Desta forma, obtemos Ceiofano que fui a primeira substância usada como membrana em hemodiálise Variando este processo de fabrico, tem-se obtido outros tipos de substâncias. Destas, a mais importante é o Cuprofano, não só porque é a mais utilizada, visto ter uma relação eficácia! preço muito favorável, mas também por funcionar como padrão para a avaliação das propriedades de outros materiais. Membranas sintéticas Este tipo de membranas é constituído por Polímeros sintéticos. Â procura de substâncias com propriedades melhoradas em relação ao Cuprofano ou melhor adaptadas aos novos tipos de tratamento, levou a uma intensa pesquisa neste campo. Desta, surgiram vários tipos de membranas das quais, pela sua crescente divulgação, saliento o Pollacrilonitrilo, ° Policarbonato o Polímetilmetacrilato e as Polisulfanas Qualquer destas membranas apresentam, em relação ao Cuprofano, taxas de ultrafiltração mais elevadas, melhor depurarão de substâncias de peso molecular maior que 1000 Dalton e uma menor reactividade em relação aos elementos sanguíneos. Globalmente, as membranas sintéticas são mais bíocompatíveis do que as derivadas da celulose, havendo no entanto entre aquelas grandes variações. A escolha do tipo de membrana está muito dependente de factores econórnicos. Â opção tradicional pelo Cuprofano tem-se vindo a alargar a outros derivados celulósicos .e.a aíqumas rnembranas.sjntétícas.Estas, para.além de apresentarem uma maior biocompatibilidade e portanto provocarem menor reacção por parte do organismo, podem até reduzir as consequências deste fenómeno ao depurarem substâncias dele resultante (82 microglobulina). Área da membrana Representa a superfície da membrana através da qual se efectuam trocas. Influencia grandemente a capacidade de depuração e a capacidade de ultrafíttraçâo. Deve ser adequada à área corporal do doente e ao grau de depuração pretendido. Espessura da membrana Este parâmetro é importante, já que quanto mais fina. for a membrana mais fácil é aos solutos atravessá-Ia e portanto maior é a sua capacidade depurativa. A tendência é para o uso de membranas mais finas que, para igual performance, permitem a construção de dialisadores com menor área. Volume do compartimento de sangue Dentro de uma mesma área. deverá ser escolhido um dialisador em que este volume, seja mais baixo, já que assim se reduz o volume de sangue na circulação extracorporal. Igualmente, quanto menor for o volume deste compartimento. menores serão as perdas de sangue residual. .> Agente esterilizante Geralmente é utilizado Óxido de EtHeno. Este agente tem sido responsabilizado por reacções alérgicas. Para uso em doentes susceptíveis, há ao dispor diaíisadores esterilizados em auto clave ou por raios gama. Coeficiente de ultrstittreção Este paràmetro, também conhecido por Krn, exprime a perrneabilidade hidrica do dialisador quantificada pela quantidade de líquido ultrafiltrado numa hora por cada mmHg de pressão transmembranária. Depende de várias características da membrana, como sejam o seu tipo, a sua área e espessura e de factores ligados ao doente, como sejam a concentração de Proteínas séricas e o hernatócrito. Dentro do possível, deverá ser escolhido um dialisador com um Km adequado à sobrecarga htdrica do doente. . Clarificação (clearance) Este paràmetro, avalia a capacidade depurativa do dialisador, expressa pela quantidade de soluto removido na unidade de tempo. É dependente das características da membrana (tipo, área e espessura), do débito de sangue e de dialisante. Varia na razão inversa do peso molecular, sendo esta relação dependente do diâmetro médio do poro da membrana e das dimensões das moléculas. A remoção de substâncias de baixo peso molecular (ureia, creatinina) é influenciada pelas características da membrana, pelos débitos de sangue e de dialisante e por pormenores da construção do dialisador que interfiram nos fluxos deste. A depuração de moléculas de médio peso rnolecular (Vit. B 12) é essencialmente dependente das características da membrana e da sua área. Moriitor de Hemodiálise - - - - .- A divulgação do uso da hemodiálise como método de tratamento da lnsuticiência Renal Crônica levou a que esta técnica, que nos seus primórdios era praticada em regime de cuidados intensivos, passa-se a ser efectuada em ambientes com controle menos apertado e mesmo em casa dos doentes. Tal facto ímplicou que os monitores de hernodiálise, que até aí eram dispositivos relativamente simples, tivessem sofrido importantes modificações de modo a incluir elementos de facilidade de utilização? segurança cada vez mais desenvoivióos. Monitor de hemodíálise - é um aparelho que possuium conjunto de dispositivos que permitem dialisar o sangue através de um filtro e controlar os parâmetros desse sistema. Estes destinavam-se a controlar vários paràmetros da diálise.
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