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Seminário de UMBU

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Universidade do Estado da Bahia – UNEB
Departamento Ciências Humanas – DCH
Colegiado de Engenharia Agronômica
Disciplina: Fruticultura
Docente: Reginaldo Cerqueira
Discentes: Camila Oliveira e Letícia Barreto
UMBU
Spondias tuberosa
CLASSIFICAÇÃO
GÊNERO: Spondias
FAMÍLIA BOTÂNICA: Anacardiaceae
NOME CIENTÍFICO: Spondias tuberosa
NOMES COMUNS: Umbu, imbu, ambu e ombu
Seu nome em tupi-guarani é "ymbu", que significava "árvore que dá de beber"
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E SOCIAL
O umbu é considerado um símbolo de resistência cultural pelos agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais da região semiárida, principalmente pelo significado sagrado e por reservar água em suas raízes em períodos de seca.
Pela importância de suas raízes foi chamada "árvore sagrada do Sertão" pelo famoso escritor Euclides da Cunha.
Os primeiros moradores do sertão, os índios, utilizavam as “batatas” dos umbuzeiros para curar doenças e os frutos para alimentar-se. As “batatas” muitas vezes são utilizadas pelos vaqueiros do sertão para matar a sede nas suas jornadas na Caatinga.
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E SOCIAL
O extrativismo do fruto do umbuzeiro é de grande importância para as populações rurais, garantindo fonte de renda extra aos agricultores.
A valorização do umbu pode fortalecer as tradições do povo e a permanência no campo a partir da geração de renda complementar.
Os negócios com o umbu na região semiárida do Nordeste, que envolve colheita, comercialização, processamento de doces e polpas, chegam a render cerca de R$ 6 milhões ao ano para a economia regional. 
A exploração do umbuzeiro na Bahia responde por 89% da produção nacional. No ano de 2008, a comercialização de 9.265 toneladas de frutos de umbu no Brasil gerou R$ 6.411.000,00.
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E SOCIAL
Na Bahia, estado responsável por quase 88% da produção nacional de umbu, o preço médio pago ao extrativista na safra 2014 foi de R$ 0,99 por kg do fruto (CONAB, 2014). 
CARACTERÍSTICAS DO UMBUZEIRO
PORTE DA PLANTA: Arbóreo, podendo alcançar mais de 7 m de altura, com copa medindo até 22 m de diâmetro. O tronco é atrofiado e retorcido com diâmetro de 0,30 a 1,4 m. As raízes são compostas de órgãos de reserva, denominados xilopódios ou túberas(10 a 30cm).
FLORAÇÃO: Setembro a fevereiro
COR DA FLOR: Branca
FRUTIFICAÇÃO: Outubro a maio
FRUTOS POR PLANTA: 15.000
PESO DO FRUTO: 5,5 a 130 gramas
SEMENTES POR FRUTO: 1
USOS: In natura, doces, geléias, licores, bebidas, sucos
CARACTERÍSTICAS DO UMBUZEIRO
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
A área de vegetação natural do umbuzeiro é limitada pela Mata Atlântica, pelo Cerrado e pela região pré-amazônica (SANTOS, 1997).
Nativa do nordeste brasileiro, é encontrado nas regiões do Agreste (Piauí), Cariris (Paraíba), Caatinga (Pernambuco e Bahia) e Norte e Nordeste de Minas Gerais.
O umbuzeiro desenvolve-se, em estado nativo, em regiões de clima quente, temperaturas entre 12ºC e 38ºC, umidade relativa do ar entre 30 e 90% e 400 a 800 mm de chuva (entre novembro e fevereiro). 
PRODUÇÃO DE MUDAS
O umbuzeiro apresenta dormência em suas sementes, ou seja, só germina numa situação específica, mesmo quando submetida a condições ideais de umidade, luz e temperatura.
Em geral, a germinação das sementes ocorre entre 12 e 90 dias depois de semeada e apenas cerca de 30% a 40% das sementes germinam, sendo o crescimento lento e desuniforme. 
Os umbuzeiros plantados produzem após doze anos, enquanto as plantas enxertadas começam a produzir depois de cinco anos.
PRODUÇÃO DE MUDAS
Comumente, a propagação do umbuzeiro é feita por sementes, no entanto, a germinação é lenta e desuniforme, não sendo viável para a produção comercial de mudas.
Quebra da dormência:
Deixar as sementes em um balde, com uma parte de esterco para três partes de água, por 12 horas. Depois, deve-se coar e colocar as sementes na água coada, por mais 24 horas. Então elas podem ser semeadas em saquinhos ou canteiros.
Outra forma para apressar a germinação,
 é fazer um corte inclinado na parte distal do 
caroço (oposta ao pedúnculo do fruto).
PRODUÇÃO DE MUDAS
 O método de propagação mais recomendado para o umbuzeiro é a enxertia do tipo garfagem no topo.
Os garfos usados para enxertia devem ter 3 ou 4 gemas. O amarrilho dos enxertos deve ser feito com fita de plástico própria para enxertia. Sessenta dias depois da enxertia, as mudas estão prontas para ser plantadas no local definitivo.
Nas mudas enxertadas, eliminar os brotos abaixo do ponto da enxertia.
PRODUÇÃO DE MUDAS
TRATOS CULTURAIS
O umbuzeiro pode ser plantado em praticamente toda a Região Semi-Árida do Nordeste brasileiro, pois ele se desenvolve e produz bem nessa região nos mais variados tipos de solos.
Abertura de covas: As covas devem ser quadradas – com espaços de 10 metros entre fileiras e 7 a 10 metros entre plantas – com dimensões de 44 centímetros x 44 centímetros x 44 centímetros.
Abrir 2 ou 3 meses antes do plantio, a melhor época do plantio é de outubro a dezembro.
ADUBAÇÃO
250 gramas de superfosfato simples;
80 gramas de cloreto de potássio;
 5 litros de húmus de minhoca ou 10 litros de esterco de curral (curtido) ou composto; 
Misture o adubo com a terra retirada da parte de cima da cova e coloque tudo na parte inferior dela. Se esses adubos não estiverem disponíveis, use 20 litros de esterco de curral ou composto e meio quilo de cinzas por cova. 
Recomenda-se fazer uma bacia ao redor da cova para guardar a água da chuva.
ADUBAÇÃO&PODA
Adubação de cobertura:
A adubação é feita por polvilhar 3 a 4 pás de matéria orgânica e 30 a 60 gramas de adubo químico (N-P-K 10-10-10) debaixo das copas das árvores –o adubo penetrará no solo com as chuvas.
 Poda:
Devem ser podados, quando necessários, os galhos doentes ou secos e a época mais indicada para esta operação é sempre antes da época das chuvas. Deve-se ter o cuidado e amarrar os primeiros galhos para crescerem voltados para cima. 
FLORADA E FRUTOS
O umbuzeiro possui apenas um período de floração e frutificação por ano, coincidindo com o período mais crítico de ausência de chuvas em regiões semi-áridas do Nordeste. O umbuzeiro perde suas folhas no verão e, para diminuir a perda de água pela transpiração, entra em estado de dormência. 
Logo depois, com as modificações que ocorrem na temperatura e na umidade do ar, o umbuzeiro inicia a floração e frutificação devido à reserva de água guardada em suas raízes.
Possuindo órgãos de reserva denominados xilopódios ou túberas que armazenam água e nutrientes, chegando a pesar de 1 a 4 kg em plantas adultas. Tal característica é essencial para a sua sobrevivência durante os longos períodos de seca na caatinga (PEREIRA et al., 2003).
Sistema radicular de uma muda de umbuzeiro com aproximadamente 1 ano de idade, apresentando xilopódios. 
FLORADA E FRUTOS
Considerando que uma planta adulta produz em média 
15 mil frutos por ano, com peso de 10 a 20 g por 
fruto, a produção de um umbuzeiro alcança, em 
média, 300 kg de frutos/safra.
INTERAÇÕES ECOLÓGICAS
COM OS ANIMAIS
Muitos insetos visitam as flores do umbuzeiro. Eles são extremamente importantes para produção dos frutos, e sem eles não haveria umbu na Caatinga, pois o umbuzeiro para produzir frutos depende dos serviços de polinização das espécies de abelhas sem ferrão, conhecidas como “moça-branca” (Friseomelitta doederleini, F. languida eF. francoi) e de outros insetos como vespas, formigas e moscas.
Dipersão: é feita também pelo veado-catingueiro (Mazama gouazoubira), a cotia (Dasyprocta cf. prymnolopha), o caititu (Tayassu tajacu), a raposa (Dusicyon thous) e o tatu-peba (Euphractus sexcinctus).
COLHEITA
A coleta dos frutos de umbu geralmente é feita subindo pelo tronco, coletando os frutos entre os galhos das árvores a mão, ou utilizando varas.
Recomenda-se forrar o chão com uma lona e dar uma leve sacudida
na planta, evitando balançar demais ou bater com varas, para reduzir a queda dos frutos pequenos e verdes. 
COLHEITA
Recomendações para a colheita: 
1. Coletar os frutos “de vez” nos umbuzeiros;
2. Não coletar todos os frutos de uma árvore;
3. Colocar um pano suspenso nos galhos abaixo da copa da árvore na época da safra;
4. Evitar a queda das flores e dos frutos em crescimento;
5. Não colher frutos verdes;
6. Não quebrar os galhos de umbu ao coletar os frutos;
7. Selecionar os frutos colhidos;
8. Armazenar os frutos em lugar seco e arejado;
9. Lavar os umbus com água depois de colhidos;
10. Processar os frutos de umbu na própria comunidade;
11. Proteger os ninhos dos polinizadores e as moradias dos dispersores de sementes;
12. Proteger os umbuzeiros dos caprinos;
COMO AGREGAR VALOR 
A maior parte da produção de umbu perde-se com a maturação e a queda dos frutos sob as árvores. Uma parte é consumida pelas pessoas e animais domésticos, outra é vendida in natura e apenas uma pequena parte é beneficiada.
COMO AGREGAR VALOR 
A Cooperativa de Agricultura Familiar de Canudos, Uauá e Curaça (Coopercuc) apresentou a Saison de Umbu (umbu é uma fruta típica do semi-árido brasileiro) em Dezembro de 2014 no evento Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária (FEBAFES), como parte da programação da 27ª edição da Feira internacional da Agropecuária da Bahia – Fenagro 2014.
PRINCIPAIS PRAGAS E DOENÇAS
Existem diversos relatos de insetos associados ao, umbuzeiro, mas não há registros de nenhum que possa ser considerado uma séria ameaça, pelo menos dadas às condições atuais das populações de umbu, onde não há uma concentração excessiva de plantas que pudessem favorecer surtos de pragas. 
Associadas às folhas estão: 
 mosca-branca (Aleurodidis cocois Curtis, 1846)
 lagarta-de-fogo (Megalopyge lanata Stoli-Cramer,  1780)
 vaquinha-patriota (Diabrotíca speciosa Ger., 1824)
 mané-mago (Stiphra algarobae). 
PRINCIPAIS PRAGAS E DOENÇAS
Aos frutos:
 abelha-irapuã (Trigona spp.) 
 cochonilha-de-escama-de-farinha (Pinnaspis spp), que também se alimenta em ramos tenros. 
O cupim (Cryptotermes spp.) pode causar prejuízos maiores, inclusive acarretando a morte da planta mas a sua ocorrência não é generalizada.
Doenças:
A verrugose, ocasionada pelo fungo Elsinoe spp. Provoca em ramos, folhas e frutos manchas de tecido encharcado e deprimidas, que depois se apresentam como lesões corticosas, salientes e de coloração escura. 
PRINCIPAIS PRAGAS E DOENÇAS
A septoriose, ocasionada por Septoria sp., provoca manchas necróticas, superficiais, circulares, de coloração cinzenta com pontuações negras. Quando muito atacadas por esse fungo as plantas perdem as folhas. 
Ambas doenças, caso ofereçam danos acentuados podem ser controladas pela aplicação de soluções contendo micronutrientes (calda bordaleza, e calda viçosa) que ajudam a restabelecer a resistência das plantas e afetam diretamente esses, microrganismos. 
Podar galhos secos e doentes, retirá-los da área e enterrá-los é uma boa medida preventiva que evita a disseminação de possíveis pragas e doenças.
OBRIGADA!!

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