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Fisiologia Cardiovascular-Perguntas e Respostas

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FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR INTEGRADA: UM EXERCÍCIO DE LABORATÓRIO
 PRIVATE �
Rahul D. Patil, Sangeeta V. Karva, and Stephen E. Dicarlo Department of Physiology, Northeastern Ohio Universities, College of Medicine, Rootstown, Ohio.
	
	AM.J.PHYSIOL.265 (ADV. PHYSIOL. EDUC. 10): S20-S31, 1993		
 Traduzido por: Profa. Danusa Dias Soares
	Adapatado por: Prof. Luiz Oswaldo C. Rodrigues e Profa. Danusa Dias Soares 		
	Examinar as respostas hemodinâmicas ao exercício fornece uma oportunidade única de analisar e integrar a fisiologia cardiovascular, pois aprende-se mais sobre como um sistema funciona quando este é forçado a trabalhar, do que quando está em repouso. Nós desenvolvemos um exercício de laboratório que examina as respostas cardiovasculares ao exercício, em um indivíduo sedentário, um atleta, um indivíduo com quadriplegia e um indivíduo com coração transplantado. Estas populações especiais foram escolhidas devido às suas limitações e adaptações específicas, as quais influenciam diretamente a função cardiovascular. São fornecidos dados anatômicos e fisiológicos básicos sobre estas populações especiais, e os estudantes são desafiados a analisar e assimilar informações de gráficos, a responder questões, fazer cálculos e plotar gráficos. As respostas para as perguntas feitas são fornecidas no APÊNDICE. 
 
 	 		
INFORMAÇÕES BÁSICAS
	As respostas cardiovasculares durante o exercício dinâmico são examinadas em quatro homens (30 anos de idade, 70 Kg de peso) com limitações e adaptações específicas. Os indivíduos são diferentes no que refere à inervação para seus corações e vasos sanguíneos, à massa muscular disponível para o exercício e à eficiência do retorno venoso. A narrativa que se segue irá descrever as características específicas de cada indivíduo.
Indivíduo com Quadriplegia
	O indivíduo com quadriplegia tem uma lesão espinhal transversa no nível C7-C8, resultando na perda do controle simpático e motor abaixo do nível da lesão. Entretanto, a inervação parassimpática para o coração é mantida. Este indivíduo é limitado a realizar exercício com o braço (cicloergômetro p/ braço), o que influencia diretamente a carga máxima de trabalho, o retorno venoso e a função cardiovascular.
Indivíduo com Transplante Cardíaco
	O indivíduo com transplante cardíaco pode ser diretamente contrastado com o indivíduo com quadriplegia. O coração doado é livre de toda inervação simpática e parassimpática. Entretanto, ao contrário do indivíduo com quadriplegia, este indivíduo possui função motora completa: utiliza completamente a bomba muscular venosa e, pode assim, utilizar-se do mecanismo FRANK-STARLING e exercitar-se em uma carga de trabalho muito mais elevada.
Indivíduo Sedentário
	O indivíduo sedentário não possui nenhuma limitação significativa. Este indivíduo, é claro, possui inervação completa para o coração e circulação e possui, desta maneira, respostas cardiovasculares diferentes daquelas dos indivíduos com quadriplegia e coração transplantado.
Indivíduo Treinado Aerobiamente
	O atleta possui adaptações anatômicas associadas ao treinamento físico: maiores volume de ejeção, débito cardíaco e consumo de oxigênio durante o exercício, sem qualquer alteração na frequência cardíaca máxima. Além disso, possui frequência cardíaca de repouso mais baixa e volume de ejeção de repouso mais elevado. Estas adaptações anatômicas e autonômicas fazem com que este indivíduo esteja especificamente adaptado para realizar exercício, enquanto mantém sua homeostase.
O Exercício
Frequência Cardíaca (FC)
	A Figura 1 apresenta a relação entre a FC e o aumento da intensidade do exercício, expressa como o consumo de oxigênio necessário para realizar o trabalho (VO2). A FC está sob influência do sistema nervoso autônomo: diminuições na atividade cardíaca parassimpática eferente e/ou aumentos na atividade cardíaca simpática eferente aumentam a FC. No início do exercício, existe uma ativação simultânea, mediada centralmente, pelos centros cardiovascular e motor, causando um rápido aumento inicial na FC, devido à retirada da atividade parassimpática eferente. Uma vez que a FC alcança aproximadamente 100 bpm, há um aumento posterior na FC devido à ativação da atividade cardíaca simpática eferente. Indivíduos com transplante de coração e com quadriplegia, não possuem inervação simpática para o coração, entretanto, o indivíduo com quadriplegia possui inervação cardíaca parassimpática.
Questões
1) Compare a resposta da FC ao exercício nos indivíduos com quadriplegia e coração transplantado. Como a ausência da inervação cardíaca parassimpática afeta a resposta da FC ao exercício?
2) Compare a resposta da FC máxima ao exercício nos indivíduos com quadriplegia e transplante de coração. O que contribui para a similariedade na FC máxima?
3) Que fatores contribuem para o aumento na FC nos indivíduos com quadriplegia e transplante de coração?
4) Compare a resposta da FC ao exercício no indivíduo com transplante de coração com o indivíduo sedentário. Como a ausência da inervação cardíaca afeta a resposta da FC ao exercício?
5) Compare a FC de repouso, a inclinação da curva de aumento da FC e a FC máxima do indivíduo sedentário com o indivíduo treinado. Quais são as diferenças? O que contribui para estas diferenças?
	Volume de Ejeção (VE)
A Figura 2 apresenta a resposta do VE ao aumento da intensidade de trabalho para os quatro indivíduos. O VE é uma função do retorno venoso, da atividade cardíaca simpática eferente, das catecolaminas circulantes e da resistência periférica (pós-carga). Durante o exercício, o retorno venoso aumenta devido ao aumento da atividade da bomba muscular venosa e da venoconstrição simpática. Consequentemente, o volume diastólico final aumenta e causa uma contração sistólica ventricular mais forte, de acordo com a lei de FRANK-STARLING. Durante o exercício, a atividade cardíaca simpática eferente também aumenta. O VE aumenta durante o exercício, alcançando o máximo por volta de 40-45% do consumo de oxigênio máximo no exercício (VO2max). Finalmente, o VE pode também aumentar ligeiramente devido ao efeito das catecolaminas circulantes, ativando os receptores B1 adrenérgicos no miocárdio e produzindo venoconstrição. Durante o exercício, a resistência periférica aumenta, o que pode ser observado pela pressão arterial média, impondo um aumento no trabalho cardíaco para um determinado VE.
Questões
6) Compare a resposta do VE nos indivíduos com quadriplegia e transplante de coração. Qual a diferença, e o que concorre para esta diferença?
7) Compare a resposta do VE do indivíduo sedentário com a do indivíduo com transplante de coração. O que contribui para a similariedade no VE?
8) Compare as respostas do VE nos indivíduos sedentário e no treinado. Qual a diferença, e o que contribui para esta diferença?
Débito Cardíaco (Q)
	A Figura 4 apresenta a resposta do Q ao exercício nos quatro indivíduos. O aumento no Q é devido ao aumento no VE e na FC. 
Questões
9) Compare as respostas do Q ao exercício nos indivíduos com quadriplegia e transplante de coração. Qual a diferença, e o que contribui para esta diferença?
10) Compare as respostas do Q ao exercício no indivíduo sedentário com o indivíduo com transplante de coração. Qual a diferença, e o que contribui para esta diferença?
11) Compare as respostas do Q nos indivíduos sedentário e treinado. Qual a diferença e o que contribui para esta diferença?
Calculando o Consumo de Oxigênio: O Princípio de Fick
	
	Há uma estreita correlação entre o débito cardíaco (Q) e consumo de oxigênio, a tal ponto que o VO2 pode ser calculado a partir do Q e da diferença artério-venosa, como proposto por Fick (1870).
	
	O princípio de Fick (Adolph Fick, 1870) pode ser escrito:
		 	VO2 = Q . (a-v)O2
no qual VO2é o consumo de oxigênio, Q é o débito cardíaco e (a-v)O2 é a diferença artério-venosa para o oxigênio. Esta equação é utilizada para calcular o Q ou fluxo sanguíneo para qualquer órgão. Pode também ser utilizada para calcular o consumo de oxigênio de todo o organismo ou de qualquer órgão, uma vez que se conheçam a taxa do fluxo e o conteúdo de oxigênio das amostras sanguíneas. Desta maneira, o oxigênio consumido pelo organismo é determinado, medindo-se o Q e o conteúdo de oxigênio da mistura de sangue venoso e arterial. A saturação de oxigênio do sangue arterial com uma PAO2 de 100 mm Hg é de aproximadamente 98%, ao passo que a da mistura sanguínea venosa com uma PVO2 de 40 mm Hg é de aproximadamente 75%. Um grama de hemoglobina (Hb) pode combinar com 1,34-1,36 ml de oxigênio. Uma vez que o sangue normal possui aproximadamente 15 g Hb/100 ml, a capacidade de oxigênio do sangue arterial é de cerca de 20,8 ml oxigênio/100 ml de sangue, e a capacidade de oxigênio do sangue venoso é de cerca de 15,6 ml oxigênio/100 ml de sangue. Desta maneira, o oxigênio consumido pelo organismo é o produto do Q, pela diferença de concentração artério-venosa de oxigênio.
Diferença Artério-venosa de Oxigênio
	A Figura 6 apresenta a relação existente entre a diferença artério-venosa de oxigênio e o aumento na intensidade de trabalho. No repouso, o consumo de oxigênio é de cerca de 250 ml de oxigênio/min. A diferença artério (20,8 ml/100 ml)-venosa(15,0 ml/100ml) de oxigênio é portanto de aproximadamente 5 ml de oxigênio/100 ml de sangue. À medida que a intensidade de trabalho aumenta, o consumo de oxigênio aumenta. Os aumentos necessários no consumo de oxigênio são alcançados aumentando-se o Q (ofertando mais oxigênio) e extraindo-se mais oxigênio do sangue arterial (aumentando a diferença artério-venosa de oxigênio). A extração de oxigênio aumenta de maneira mais lenta do que o Q. A diferença artério-venosa de oxigênio máxima é comparável nos quatro indivíduos (cerca de 16-18 ml/100 ml sangue). Devido às necessidades de oxigênio para os músculos aumentarem durante o exercício, a extração de oxigênio na circulação para os músculos ativos é quase que completa no exercício máximo.
Questões
12) Compare a resposta da diferença artério-venosa de oxigênio entre os indivíduos quadriplégico e transplantado e entre os indivíduos transplantado e sedentário.
13) O que contribui para a diferença na resposta da diferença artério-venosa de oxigênio ao exercício, nos indivíduos treinado e sedentário?
14) O que contribui para a diferença no consumo máximo de oxigênio nos indivíduos treinado e sedentário?
Consumo de Oxigênio do Miocárdio
 
	A Figura 7 apresenta a relação entre a diferença artério-venosa de oxigênio na circulação coronária e o aumento na intensidade de trabalho.
	O consumo de oxigênio de todo o coração pode ser determinado usando-se a equação de Fick. O conteúdo de oxigênio do sangue venoso drenando o coração é baixo em relação ao dos outros órgãos, levando a uma grande diferença artério-venosa de oxigênio, mesmo sob condições de repouso. Embora a extração de oxigênio do miocárdio aumente durante o exercício intenso, esta reserva é bastante pequena.
Questão
15) Compare a resposta da diferença artério-venosa de oxigênio ao exercício, nas circulações sistêmica e coronária (Figuras 6 e 7). Como as necessidades aumentadas de oxigênio do miocárdio são atendidas durante o exercício?
Pressão Sanguínea Sistólica (PAS)
	A Figura 8 apresenta a relação entre a PAS e os aumentos na intensidade de trabalho para os quatro indivíduos. A PAS é a pressão gerada pela sístole ventricular. A PAS é uma função da força de contração do miocárdio, do VE do ventrículo, da complacência das paredes dos vasos e da pressão sanguínea diastólica. Assumindo-se que a complacência das paredes dos vasos sanguíneos é similar nos quatro indivíduos, o VE é então o principal determinante da PAS. Diferenças na taxa de ejeção e na pressão sanguínea diastólica, também contribuem para a diferença da resposta da PAS ao exercício nos quatro indivíduos.
Questões
16) Compare a resposta da PAS ao exercício, nos indivíduos com quadriplegia e transplante cardíaco. Qual a diferença e o que concorre para esta diferença?
17) Por que a resposta da PAS no indivíduo transplantado é menor do que no indivíduo sedentário?
18) Compare a resposta da PAS ao exercício, nos indivíduos treinado e sedentário. Como e por quê eles são diferentes?
Pressão Sanguínea Diastólica (PAD)
	A Figura 9 apresenta a resposta da PAD ao exercício, nos quatro indivíduos. A PAD é a pressão exercida pelo volume de sangue que permanece nas artérias após o esvaziamento dos ventrículos. O volume de sangue arterial é o resultado do balanço entre o fluxo sanguíneo do coração para as artérias e a saída de sangue das artérias através dos vasos de resistência. Desta forma, a PAD é uma função da pressão sistólica precedente, do volume de sangue ejetado, da frequência cardíaca e da resistência vascular periférica. Aumentos na frequência cardíaca aumentam o influxo de sangue nas grandes artérias e reduzem o tempo de passagem do sangue para os vasos de resistência, aumentando assim a PAD. Um aumento na resistência vascular periférica também causa uma diminuição no fluxo de saída de sangue das grandes artérias para os vasos de resistência, o que resulta em um aumento na PAD. Normalmente a PAD permanece a mesma ou altera-se apenas moderadamente durante o exercício, pois embora haja um aumento da frequência cardíaca, da força de contração e do VE, há uma diminuição da resistência vascular periférica. 
Questões
19) Explique a resposta da PAD ao exercício, nos indivíduos treinado e sedentário.
20) O que significa o aumento da PAD com o exercício?
Resposta da Pressão Arterial Média (PAm)
	A pressão de pulso é a diferença entre a PAS e a menor pressão nas artérias ao final da sístole.
	A PAm é a média da pressão ao longo do ciclo cardíaco. Uma vez que a sístole é menor do que a diástole, então a pressão média ligeiramente menor do que a metade dos valores entre as pressões sistólica e diastólica. Isto é frequentemente descrito como a pressão de perfusão ou pressão necessária para manter um fluxo sanguíneo adequado para os tecidos. Para fins práticos, é calculada através da seguinte fórmula:
 PAm = PAD + 1/3 PP
na qual, PAm é a pressão arterial média, PAD é a pressão diastólica e a pressão de pulso (PP) é igual a PAS menos a PAD.
Questão
21) Usando as Figuras 8 e 9, calcule a resposta da PAm durante o exercício para os quatro indivíduos. Plote estes resultados na Figura 10. Compare a resposta da PAm ao exercício nos indivíduos treinado e sedentário.
APÊNDICE: Respostas às questões
Frequência Cardíaca (FC)
1) 	O indivíduo com coração transplantado já é taquicardico em repouso, pois não tem inervação parassimpática e não apresenta um aumento rápido na FC no início do exercício, porque seu coração não possui inervação autonômica. Neste indivíduo, o pequeno aumento na FC é devido ao efeito das catecolaminas circulantes.
	O indivíduo com quadriplegia possui um aumento inicial rápido na FC, devido à retirada da atividade cardíaca parassimpática eferente, entretanto, a FC não aumenta além destes valores devido à ausência do aumento da atividade cardíaca simpática eferente e das catecolaminas circulantes causado pelo exercício.
2)	As respostas da FC máxima nos indivíduos com quadriplegia e transplante de coração, são similares porque o aumento máximo da FC em ambos os indivíduos, é devido à ausência da inervação simpática direta (transplantado) e da ausência da ativação do simpático (quadriplégico).
3)	Os fatores que contribuem para o aumento da FC no indivíduo com quadriplegia é a retirada do tônus parassimpático, ao passo que no indivíduo transplantado apenas as catecolaminas circulantes contribuem para o aumento da FC. A estaaltura é importante lembrar que as catecolaminas circulantes (noradrenalina e adrenalina) aumentam a FC através da ativação dos receptores B1-adrenérgicos no nódulo sinoatrial.
4)	O indivíduo sedentário tem um aumento inicial rápido na FC, devido á diminuição da atividade parassimpática eferente, e um aumento adicional até a FC máxima, devido a um aumento da atividade simpática eferente. No transplantado não há um aumento inicial rápido na FC no início do exercício, devido à ausência da inervação cardíaca parassimpática; o aumento na FC ocorre devido ao efeito das catecolaminas circulantes.
5)	As adaptações autonômicas associadas com o treinamento aeróbio crônico, resultam numa atividade cardíaca parassimpática eferente aumentada e, portanto, o atleta possui uma bradicardia de repouso. Note que a resposta da FC em intensidades similares de trabalho é menor no treinado comparado com o sedentário, entretanto, ambos indivíduos alcançam uma FC máxima similar. Isto se deve ao fato de que a atividade simpática é diretamente proporcional à intensidade relativa do exercício (% VO2máx.).
Volume de Ejeção (VE)
6)	O indivíduo transplantado é capaz de ativar o simpático (exceto diretamente no coração) aumentando as catecolaminas circulantes, o que aumenta o VE em níveis normais por venoconstrição e aumento da força de contração do miocárdio. Além disso, o indivíduo com quadriplegia não possui controle motor e simpático abaixo do nível da lesão e, portanto, o retorno venoso não aumenta adequadamente com o exercício. Em contraste, o transplantado é capaz de aumentar o VE devido ao funcionamento da bomba muscular venosa. Isto ilustra a importância do mecanismo FRANK-STARLING. De fato o indivíduo transplantado possui um VE comparável ao do indivíduo sedentário.
7)	A bomba muscular venosa e venoconstrição estão funcionando normalmente em ambos indivíduos, e, portanto, a resposta do VE ao exercício é inicialmente similar, entretanto, o VE máximo atingido pelo transplantado é mais baixo devido à ausência da atividade cardíaca simpática eferente direta.
8)	O treinado possui um VE em repouso e durante o exercício muito mais elevado para intensidades similares de trabalho, pois possui um volume ventricular maior. Isto permite uma FC menor para uma determinada intensidade relativa do exercício (% VO2máx.). A FC mais lenta, permite um maior enchimento cardíaco durante a diástole (maiores volumes diastólicos finais) e assim, a resposta do VE no treinado é muito maior comparada com a do indivíduo sedentário.
Débito Cardíaco (Q)
9)	O indivíduo com quadriplegia possui um Q muito baixo, porque seu VE não aumenta com o exercício. Além disso, devido ao fato de possuir uma massa muscular reduzida, o indivíduo com quadriplegia possui uma habilidade reduzida para uamentar o consumo total de oxigênio do organismo. Em contraste, o indivíduo transplantado possui bomba muscular venosa, venoconstrição e massa muscular normais, portanto, o retorno venoso pode aumentar normalmente e assim, o consumo total de oxigênio do organismo pode elevar-se significativamente. Note que ambos os indivíduos possuem resposta limitada da FC ao exercício (ausência da atividade cardíaca simpática direta ou indireta). A menor resposta do Q ao exercício no indivíduo com quadriplegia é, portanto, devido ao VE, FC e massa muscular limitados.
10)	As respostas do Q ao exercício são inicialmente comparáveis nos indivíduos sedentário e transplantado, entretanto, em intensidades superiores a 45% VO2máx, a resposta do Q é menor no transplantado devido à resposta pobre da FC ao exercício.
11)	O Q nos indivíduos sedentário e treinado, são similares nas intensidades de trabalho mais baixas. Embora o treinado possua uma FC de repouso mais baixa (Fig.1), ele possui um VE muito maior (Fig.2) na mesma intensidade de trabalho e, portanto, os Q são similares. Note, entretanto, que pelo fato do treinado possuir maior VE, ele pode alcançar um Q muito maior (quase o dobro) comparado ao indivíduo sedentário. As diferenças do Q num mesmo VO2 (por exemplo 2 l.min-1) são responsáveis por déficts de oxigênio diferentes.
Diferença Artério-Venosa de Oxigênio (a-v)O2
12)	Quanto maior a limitação ao ajuste do Q ao exercício, mais rapidamente os tecidos atingem a (a-v)O2 máxima.
13)	Observe que em 75% VO2máx, por exemplo, a (a-v)O2 dos indivíduos sedentário e treinado é similar. Quanto maior a capacidade cardiovascular, mais o indivíduo é capaz de alcançar as necessidades aumentadas de oxigênio aumentando o Q, alterando a (a-v)O2 de forma proporcional à intensidade relativa do exercício (VO2máx). 
14)	Embora o treinado e o indivíduo sedentário possuam a mesma (a-v)O2 máxima, a diferença no VO2máx é devida à diferença no Q entre estes dois indivíduos. De fato, o Q é um dos fatores limitantes da capacidade máxima de exercício.
Consumo de Oxigênio do Miocárdio
15)	Sob condições de repouso, a (a-v)O2 de oxigênio na circulação coronária é de 12-14 ml/100 ml comparada com 4-5 ml/100ml na circulação sistêmica. Em resposta ao exercício, (a-v)O2 máxima em ambas circulações é similar (16-18 ml/100 ml). Sendo assim, a circulação coronária possui uma reserva para extração de oxigênio menor do que o organismo como um todo. Portanto, as demandas aumentadas de oxigênio para o miocárdio durante o exercício, como nos demais tecidos são alcançadas por aumentos no fluxo sanguíneo.
Pressão Sanguínea Sistólica (PAS)
16)	A resposta da PAS ao exercício no indivíduo com quadriplegia é muito menor que no transplantado, devido à ausência do ajuste autonômico cardiovascular ao exercício e da reduzida massa muscular, necessitando de menor pressão de perfusão.
17)	A resposta da PAS ao exercício é menor no transplantado comparado com o sedentário, devido a ausência da atividade cardíaca simpática eferente.
18)	O treinado possui uma resposta da PAS ao exercício muito maior do que o sedentário, em função do maior VE e de uma taxa de ejeção mais rápida.
Pressão Sanguínea Diastólica (PAD)
19)	A PAD diminui em resposta ao exercício (apesar do aumento da força de contração, do VE e da FC), em função de uma diminuição na resistência vascular periférica total. A resistência periférica total irá diminuir devido à vasodilatação metabólica. A resistência periférica total pode diminuir mais no treinado, pois este possui um desempenho cardíaco aumentado e PAS muito maior, o que mantém a pressão de perfusão. Durante o exercício a pressão de perfusão é monitorada e mantida pelo baroreflexo arterial e pelo reflexo metabólico muscular. Se o desempenho cardíaco não é suficientemente adequado para manter a pressão de perfusão, o baroreflexo arterial e o reflexo metabólico muscular aumentam reflexamente a resistência periférica total.
20)	Normalmente a PAD diminui em resposta ao exercício. Entretanto, no indivíduo transplantado a PAD aumenta em resposta ao aumento na intensidade de trabalho, devido ao fraco desempenho cardíaco: resultando em uma resposta reduzida da PAS ao exercício, que ativa o baroreflexo arterial e o reflexo metabólico muscular, aumentando a resistência periférica total. Sendo assim, para manter a pressão de perfusão, a PAD não irá diminuir e, em casos graves, irá aumentar em função de um aumento na resistência periférica total.
	O indivíduo com quadriplegia aumenta apenas um dos quatro fatores determinantes da PAD: FC (por suspensão do parassimpático).
21)	A resposta da pressão arterial média (PAm) ao exercício nos indivíduos sedentário e treinado é a mesma. O treinado possui uma maior resposta da PAS ao exercício, mas possui também uma menor resposta da PAD ao exercício; desta maneira, a resposta da PAm ao exercício é praticamente a mesma nos indivíduos sedentário e treinado. A alta resposta da PAS permite que a PAD caia (vasodilatação metabólica) durante o exercício, mantendo ainda assim a pressão de perfusão. Portanto, o coração trabalha contra uma pós-carga diminuída.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
 ASTRAND, P.O. and RODAHL,K. Textbook of work physiology. Physiological bases of exercise. New York: McGraw-Hill, 1986. 
BLOMQVIST,C.G. and SALTIN,B. Cardiovascular adaptations to physical training. Ann.Rev.Physiol. 45: 169-89, 1983.
GLASER,R.M. Arm exercise training for wheelchair users. Med.Sci.Sports Exercise. 21:S149-S157, 1989.
ROWELL,L.B. Human circulation regulation during physical stress. New York: Oxford University Press, 1986.
SHEPHARD,R.J. Responses of the cardiac transplant patient to exercise and training. Exerc.Sport.Sci.Rev. 20: 297-320, 1992.
STONE,H.L. and LIANG,I.Y.S. Cardiovascular response and control during exercise. Am.Rev.Respir.Dis. 129, Suppl.:S13-S16, 1984.
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Os professores e seus estudantes podem considerar que os seguintes artigos, todos publicados no News in Physiological Sciences, sejam úteis para explorar os conteúdos de Fisiologia abordados no presente trabalho:
 
BOVE,A.A. Hormonal responses to acute and chronic exercise. NIPS 4: 143-146, 1989.
GORMAN,M.W. and SPARKS,H.V. The unanswered question. NIPS 6: 191-193, 1991.
LUDBROOK,J. Horace Smirk 1902-1991: exercise physiologist. NIPS 7: 88-89, 1992.
SEGAL,S.S. Communication among endothelial and smooth muscle cells coordinates blood flow control during exercise. NIPS 7: 152-156, 1992.
STRAY-GUNDERSON,J. Unethical alterations of oxigen-carrying capacity in endurance athletes. NIPS 3: 241-244, 1988.
TENNEY,S.M. Athlete's heart. NIPS 6: 199, 1991.
 
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