Buscar

135_METEOROLOGIA_E_CLIMATOLOGIA_VD2_Mar_2006

Prévia do material em texto

METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA
Mário Adelmo Varejão-Silva
Versão digital 2 – Recife, 2006
121
Somando-se as três componentes encontradas, conclui-se que:
r
F= – (1/ρ) ∇p (III.6.4)
onde ρ é a densidade do ar e ∇ ≡ (∂ /∂x) ri +(∂ /∂y)rj + (∂ /∂z) rk . O símbolo ∇ (nabla) repre-
senta o operador gradiente (vetorial), já referido no Capítulo II.
Em muitas aplicações práticas costuma-se adotar a condição de equilíbrio em relação à
componente vertical (III.6.3), definindo apenas a componente horizontal da força do gradiente
de pressão, dada por:
r
FP = – (1/ρ) {(∂ p/∂ x) 
r
i + (∂ p/∂ y) rj } (III.6.5)
ou
r
F P = – (1/ρ) ∇Z p (III.6.6)
A equação III.6.4 (e suas componentes) mostra que a força atuante por unidade de
massa do ar (dimensões de aceleração), decorrente da existência de um gradiente de pressão,
tem sentido oposto ao desse gradiente e, portanto, age diretamente da alta para a baixa pres-
são como, aliás, já deveria ser esperado. A mesma conclusão é válida para a componente ho-
rizontal (III.6.5). Note-se que o módulo da componente horizontal do gradiente de pressão (∇Z
p) pode ser calculado dividindo-se a diferença de pressão pela distância entre os pontos em
que foi observada.
É curioso ressaltar, como comprovação do que foi exposto, que, quando a atmosfera
está em equilíbrio, a componente FZ 
r
k deve ser necessariamente compensada pela aceleração
da gravidade (g 
r
k ). Caso contrário haveria uma aceleração vertical e a condição de equilíbrio
não seria satisfeita. Fazendo a substituição de FZ 
r
k por g 
r
k na equação III.6.3 encontra-se, em
módulo, a equação III.4.2:
g = – (1/ρ) (∂ p/∂ z)
7. Configurações típicas do campo da pressão. 
7.1 - A carta meteorológica de superfície.
O estudo da evolução (deslocamento e desenvolvimento) dos sistemas atmosféricos
que condicionam o estado prevalecente do tempo, requer a comparação dos dados meteoroló-
gicos que caracterizam o estado termodinâmico da atmosfera em cada ponto. Essa compara-
ção somente é possível quando esses dados são de natureza sinótica, isto é: tenham sido co-
letados simultaneamente em todas as estações meteorológicas. Exatamente por isso, as ob-
servações meteorológicas, quando efetuadas com o objetivo de previsão do tempo, devem ser
realizadas nos horários-padrão, estabelecidos pela Organização Meteorológica Mundial, enti-
dade internacional que coordena as atividades operacionais na área das Ciências Atmosféri-
cas. Atualmente, os horários-padrão estabelecidos para a realização de observações sinóticas

Continue navegando