Buscar

ADMINISTRAÇÃO UNIDADE 01 WEB AULA 01 E 02

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ADMINISTRAÇÃO 
 
Unidade 1 – Conceitos de Economia e Microeconomia 
WEBAULA 01 
 
ECONOMIA: QUESTÕES INICIAIS 
Olá caro aluno, seja bem-vindo à nossa Web Aula, sou a Professora Regina Malassise e 
leciono economia a 14 anos e gosto muito de compartilhar meus conhecimentos com meus 
alunos. Creio que você já deva estar familiarizado com alguns conhecimentos de economia, 
pois nos jornais as notícias sobre economia são as que mais despertam a atenção porque 
geralmente tem algum impacto sobre o consumo, sobre as vendas, sobre os trabalhadores. 
Normalmente as notícias comentam alguma medida de política econômica adotada pelo 
governo e seus impactos. Então, tenho certeza que os conhecimentos que você vai adquirir 
em nossas Web Aulas vão lhe auxiliar a entender melhor as questões econômicas e serão 
muito úteis na sua formação profissional, pois espera-se que Administradores saibam 
tomar decisões e a economia pode auxiliar nisso. Agora que você já sabe qual seu papel 
neste processo, convido-o a estudar esta unidade com a qual tenho certeza que você irá 
aprender muito. 
O primeiro contato que você tem com uma área do conhecimento, sempre será abordado 
o conceito ou definição sobre esta área. Com os economistas não é diferente. Então, para 
entender o economês, devemos dominar alguns conceitos básicos, vamos a eles. 
Primeiramente, é preciso destacar para que serve uma definição. Podemos dizer que ela 
nos direciona para entender o significado de algo. A definição da palavra economia é antiga, 
surgiu na Grécia, da junção de duas outras: 
- a palavra oikos que significa casa, fortuna e riqueza e, 
- a palavra nomos que significa lei, regra e administração. 
Hoje atinge dimensões maiores se referindo desde administração das pequenas unidades 
de produção, incluindo as grandes e chegando à administração de um país, e é definida 
como: 
Uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem empregar recursos produtivos 
escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as pessoas e grupos da sociedade, a 
fim de satisfazer as necessidades humanas. Em qualquer sociedade, os recursos ou fatores de produção são 
escassos; contudo as necessidades humanas são ilimitadas, e sempre se renovam. Isso obriga a sociedade 
a escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva aos vários 
grupos da sociedade (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004, p. 2). 
Deste conceito podemos destacar algumas palavras-chave. Comecemos por ciência, que 
em linhas gerais é um termo utilizado para definir todas as áreas do conhecimento que 
tem método de estudo. As análises econômicas tem por base um método de estudo. 
PARA SABER MAIS 
 
O pai da ciência é Galileu Galilei, italiano que viveu entre 1564 a 1642, que observou os 
fenômenos mais comuns da natureza e a regularidade com que eles ocorriam procurando 
descrevê-los com detalhes de cálculo e matemáticos. De seus estudos nasceu o método 
científico. 
Quando pensamos em social lembramos que o homem é 
um ser social, isto é, vive em grupos e sob uma determinada organização social. Isto quer 
dizer que temos leis, normas e regras que devem se seguidas para garantir um bom 
convívio social, ou seja, garantir não só o convívio mas também a sobrevivência do grupo. 
O homem também tomadecisões para prover sua existência isto implica em fazer escolhas. 
Eles devem decidir como utilizar os recursos produtivos, fatores de produção ou meios de 
produção eles referem-se aos recursos utilizados pela sociedade para produzir bens e 
serviços. Estes recursos estão agrupados em grandes categorias como: recursos naturais, 
recursos humanos, capital, tecnologia a utilização destes recursos gera uma remuneração, 
conforme você pode ver na quadro 1. Os bens e serviços produzidos servem para satisfazer 
as necessidades humanas. As pessoas procuram bens e serviços porque eles são úteis, ou 
seja, satisfazem alguma necessidade. 
Se você pensar um pouco verá que existe uma infinidade de produtos e serviços que se 
destinam a satisfação destas necessidades. Não que elas dependam somente de recursos 
materiais para serem satisfeitas, mas como estamos no campo da economia, devemos 
observar nestas necessidades a parte delas que podem ser supridas pela existência de 
recursos materiais e disponíveis no mercado de bens e serviços. 
A palavra escasso vem do termo escassez. Este termo que pode ser entendido em como 
referência a valores absolutos, como por exemplo, se produzirmos todos os bens e serviços 
para satisfazer todas as necessidades até que todos os seres humanos estejam satisfeitos, 
com certeza esgotaremos os recursos naturais do planeta. Ou em termos relativos quando, 
por exemplo, temos um aumento no preço do açúcar, a cana (que é um recurso natural) é 
direcionada para produção de açúcar, então ocorre queda da produção de etanol no 
mercado interno. Esta escassez é momentânea até que a nova safra de cana seja produzida 
ou que os produtores reduzam a produção de açúcar e direcionem a cana para produção 
de etanol. Assim, outros exemplos podem ilustrar a escassez: o tempo que você estuda 
não pode ser utilizado em lazer; quando vai ao supermercado, seu DINHEIRO é limitado e 
você terá que escolher o que comprar assim como as quantidades; a fábrica de confecções 
tem máquinas que devem ser utilizadas na produção de roupas, mas o empresário deverá 
escolher o que produzir, já que a demanda por roupas é diversificada. 
Do conceito de economia, podemos, então concluir que, se há produção de bens e serviços 
e eles satisfazem as necessidades humanas, ao mesmo tempo isto atende a uma questão 
econômica. Através da produção dos bens gera-se riqueza que será distribuída pela 
sociedade. Também podemos ver que do conceito de economia emana todos os demais 
estudos da economia que se complementam e, ao mesmo tempo, permitem sistematizar 
a análise econômica. 
Quadro 1 – Remuneração aos fatores de produção. 
 
Fonte: Do autor (2013). 
Como os recursos são escassos, a forma como eles serão usados sempre trará a 
necessidade de fazer escolhas. Isto nos remete a um importante conceito da economia que 
é a curva ou fronteira de possibilidade de produção (CPP). Ela é uma descrição teórica do 
máximo que se pode produzir com uma dada tecnologia e os recursos disponíveis 
(MENDES, 2004). Vamos tomar como exemplo uma empresa de produção de sucos e 
observar a figura 1. 
Figura 1 – Curva de possibilidade de produção. 
 
Fonte: Adaptado de Economia (2012). 
Por exemplo, se uma empresa tem uma unidade de produção de sucos e com os mesmos 
equipamentos consegue produzir suco de laranja ou suco de limão. Os pontos A, B e C 
sobre a curva (CPP) representam todas as possibilidades de produção de ambos os sucos 
dada a tecnologia e os recursos disponíveis. Porém, se ela optar por produzir em A vai 
produzir mais suco de laranja que suco de limão, mas estará utilizando toda capacidade de 
produção. Assim, ela deverá escolher quanto produzir de cada um dos sucos, sabendo que 
o aumento na produção de um implica na redução da produção do outro. 
Em economia sempre temos que fazer escolhas porque os recursos são escassos e as 
necessidades humanas são ilimitadas. Assim, toda escolha envolve um custo em termos 
de perda daquilo que abrimos mão quando escolhemos, este custo é conhecido comocusto 
de oportunidade. Como a empresa, as famílias também têm que escolher como gastar seu 
dinheiro, as pessoas têm que escolher como empregar o seu tempo, enfim, todos os dias 
fazemos escolhas que implicam em certo custo de oportunidade. 
Assim, no caso da empresa de sucos, sua escolha implica num custo de oportunidade ou 
custo de escolha.O custo da escolha é o custo da produção que foi sacrificada em termos 
de quanto deixou de produzir de suco de limão quando optou por produzir mais suco de 
laranja no ponto A. 
Por meio da figura 1 podemos verificar que nos pontos A, B e C a empresa está produzindo 
sobre a curva de possibilidade de produção. Ela estaria sendo eficiente produzindo e 
utilizando plenamente sua capacidade de produção, independente de qual suco ela optasse 
por produzir. No ponto D ela estaria sendo ineficiente, pois não utilizaria toda sua 
capacidade de produção. E ela só alcançaria um ponto como E se ela investisse na 
ampliação da capacidade de produção. O mesmo acontece com um país, para crescer ele 
precisa ampliar a utilização dos fatores de produção e tecnologia. 
As economias precisam se organizar para que as pessoas possam ter leis e regras que 
permitam regular a convivência em grupos além de regular a atividade produtiva. Em linhas 
gerais, o sistema econômico pode ser entendido como sendo a forma política, social e 
econômica pela qual está organizada uma sociedade. Nos dias de hoje, os países se 
organizam segundo dois tipos básicos de sistema econômico: sistema capitalista (ou de 
mercado) e sistema socialista. Nossos estudos se concentram no sistema capitalista. 
Uma forma alternativa de definir economia é dizer que ela é o estudo de como a sociedade 
decide o que e quanto, como e para quem produzir (BEGG, 2003). Isto ocorre porque os 
recursos ou fatores de produção são escassos, há necessidade de fazer escolhas guiadas 
pelos problemas econômicos fundamentais. Estes problemas são: a) O quê e quanto 
produzir; b) Como produzir; e c) Para quem produzir. 
É buscando entender, analisar ou resolver estes problemas econômicos que a economia se 
subdividiu em grandes áreas de interesse. As subdivisões não são estáticas, mas apenas 
facilitam a abordagem à medida em cada uma delas direciona sua atenção a um foco 
específico. Os estudos da economia se dividem em dois grandes blocos, a Microeconomia 
e a Macroeconomia. 
A Microeconomia examina as ações dos agentes econômicos e empresas nas atividades 
produtivas. Seu foco é a interação destes agentes no mercado, assim, dentre seus estudos, 
se destacam a oferta, a demanda, o equilíbrio de mercado, as estruturas de mercado, 
teoria da firma e a teoria do consumidor. 
A Macroeconomia se ocupa de estudar o 
funcionamento do sistema econômico como um todo, utiliza como meio de estudo os 
grandes agregados econômicos, tais como produto, investimento, renda, inflação e balanço 
de pagamentos. 
Os economistas explicam o funcionamento do sistema econômico por meio de um ciclo, 
chamado fluxo circular da renda. Neste fluxo temos os dois agentes econômicos: as famílias 
e as empresas. As famílias são proprietárias de fatores de produção e os fornecem às 
empresas, por meio do mercado dos fatores de produção. As empresas, a partir da 
combinação dos fatores de produção, produzem bens e serviços e os fornecem às famílias 
por meio do mercado de bens e serviços (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004). 
O fluxo circular da renda expressa a relação entre os agentes econômicos em dois fluxos, 
um real e um monetário (ou nominal). No fluxo real ocorrem as transações reais, ou seja, 
as empresas produzem bem e serviços e as famílias trabalham para as empresas. No fluxo 
nominal as empresas remuneram as famílias com renda (em economia renda é o conjunto 
de salários, juros, lucros, aluguéis e royalties) e as famílias compram com sua renda os bens 
e serviços das empresas. 
Desta relação surgem as óticas da produção, isto é, como pode ser utilizado o DINHEIRO
 gerado na produção. Temos três óticas: do produto, da renda e do dispêndio. Na ótica do 
produto os recursos são utilizados para produzir bens e serviços, na ótica da renda são 
utilizados para remunerar os fatores de produção e na ótica do dispêndio os recursos são 
gastos com aquisição de bens e serviços. 
A Economia, como qualquer ciência ou área do conhecimento, evolui ao longo do tempo, 
geralmente buscando entender e propor soluções para os problemas de sua época, ou seja, 
as escolas do pensamento econômico tem uma ligação histórica com os problemas de sua 
época. Nas linhas abaixo vamos tecer algumas considerações sobre as principais linhas do 
pensamento econômico, seguindo uma cronologia que vai dos mercantilistas até os 
desenvolvimentos mais recentes. 
a) Mercantilistas: Foram os primeiros economistas a estruturar algumas observações com 
sentido econômico. Sua preocupação com o poder de uma nação levou-os a pregar que a 
acumulação de metais preciosos era fundamental para o crescimento do país. Então, 
incentivaram a balança comercial positiva, a exploração de outras fronteiras e o 
estabelecimento de colônias, além de apoiarem a centralização do poder nas mãos dos 
monarcas. 
LINK 
 
Você pode aprender mais sobre o mercantilismo e suas ideias econômicas acessando olink: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercantilismo 
b) Fisiocratas: Suas ideias sobre crescimento 
estavam centradas na agricultura, pois na visão deste grupo somente a terra tinha a 
capacidade de multiplicar um produto, pois recebia uma semente e devolvia muitas outras 
na colheita. 
c) Economia Clássica: Estes partiram dolaissez-faire e acrescentaram a ideia de que este 
promoveria, por meio da mão invisível, o melhor bem-estar. Esta ideia é melhor entendida 
se observarmos que a racionalidade dos homens os levaria a buscar o melhor para si num 
mundo onde todos os homens agem, buscando o melhor para si, prevaleceria o melhor 
para todos. As nações cresceriam porque seus cidadãos teriam empresas e buscariam 
produzir mais e melhor para poder vender aos demais países. O aumento da produção seria 
conquistado com a divisão do trabalho, conforme descreve Adam Smith na obra Riqueza 
das Nações (1983) e pela aplicação da lei de Say, criada por Jean Baptiste Say (1803) que 
propunha que a oferta cria sua própria procura. Além disso, um país poderia obter 
benefícios ao se especializar na produção de bens nos quais tivesse vantagem comparativa 
em relação aos demais países, Thomas Malthus (1798) argumentava que a população 
crescia mais rapidamente que a produção de alimentos. 
David Ricardo foi outro teórico da escola clássica que trouxe grandes contribuições à análise 
econômica. Sua principais teorias foram: 
a) Teoria do Valor – Por esta teoria Ricardo propôs que todos os bens tivessem seu valor 
determinado pela quantidade de trabalho incorporada ao bem. A quantidade de trabalho 
poderia ser direta ou indiretamente (por meio dos meios de produção) incorporadas ao 
bem. Esta teoria ficou conhecida como Teoria do valor-trabalho. 
b) Teoria da Repartição – Por esta teoria, Ricardo procurou explicar a repartição da renda 
(soma dos salário, juros, lucros, aluguéis, royalties) entre as diversas classes sociais. 
c) Teoria das Vantagens Comparativas – Nesta abordagem, Ricardo considera que cada 
país deva produzir aquilo em que ele é, comparativamente aos outros países, mais 
produtivo. Assim ele produziria o que lhe é proporcionalmente mais barato comparado aos 
outros países. Ao produzir ele geraria um excedente produto que deverá ser vendido e com 
estes recursos o país compraria dos demais países aquilo que ele não produz. 
É importante destacar que a escola clássica elabora suas suposições sobre o funcionamento 
da economia e geração de riqueza observando os fatos históricos e necessidades da 
Revolução Industrial. Esta forma de pensar a economia será dominante até a crise de 1930, 
depois outras escolas vão mostrar as mudanças na economia que levam à necessidade de 
propor outras abordagens para o funcionamento da economia. 
d)O Pensamento de Karl Marx: Em sua obra O Capital, 
ele descreve o capital como uma relação social que surge com a burguesia e cria duas 
classes sociais, os capitalistas e os proletários. Os capitalistas são os donos dos meios de 
produção e ampliam sua riqueza pela extração da mais valia. A mais valia é diferença 
existente entre o valor produzido pelos proletários e valor pelo qual foram contratados. 
Existe a mais valia absoluta, obtida pelo prolongamento da jornada de trabalho e a mais 
valia relativa, obtida pela intensificação do trabalho (Ex. trabalho multifunções). A forma 
de geração de riqueza seria a extração da mais valia prática, comum a todos os capitalistas. 
Ao longo do tempo, a perpetuação desta prática avança e surgem as duas leis do 
movimento do capital na geração de riqueza, são elas: a concentração e a centralização de 
capitais. Na primeira, as empresas maiores absorvem as menores, e, na segunda, as 
grandes empresas disputam entre si o mercado. Assim, a forma como o capitalismo evolui 
o levaria ao fim a medida em que os capitais se fundissem até restar um grande capital e 
um grande contingente de proletários/trabalhadores excluídos. Para Marx, somente a união 
dos trabalhadores poderia por fim ao avanço predatório do capitalismo, por isto ficou 
célebre sua frase “trabalhadores do mundo todo, uni-vos.” 
e) Os Neoclássicos: A partir de 1870 surge um grupo de economistas que propõem estudar 
a alocação ótima dos fatores de produção em seus usos alternativos, destacando o princípio 
marginal na produção, que dá origem à Teoria da Firma (produção e custos de produção). 
Por esta ótica, os agentes são maximizadores, isto é, os consumidores querem bens úteis 
e o produtores querem ter maior lucro. Assim, as decisões dos agentes (consumidores e 
produtores) são guiadas pelo custo benefício de suas escolhas. Quanto mais útil um bem, 
mais valorizado e quanto maior o lucro, maior a produção do bem. A concorrência em todos 
os mercados desempenham um papel importante, pois é ela que garante que não haverá 
excesso nem escassez de produtos e serviços. Assim, esta teoria se desenvolve explicando 
o funcionamento da economia com base nos fundamentos microeconômicos da empresa e 
das famílias com ênfase na racionalidade dos agentes (a utilidade e a maximização do 
lucro) e na tendência ao equilíbrio. 
f) A teoria keynesiana: John Maynard Keynesescreveu a 
obra Teoria Geral do Emprego do Juros e da Moeda, em 1936. Na década de 1930 ocorre 
a Grande Depressão, período no qual verificou-se muitas falências, com aumento 
expressivo do desemprego e da miséria. Keynes associava esta crise ao fato de que a 
capacidade de produção seria muito maior que a demanda. Para ele, a economia tinha um 
problema de demanda efetiva. Em sua opinião, o laissezfaire e a mão invisível haviam 
falhado e o mercado não era autorregulado, assim, se houvesse produção maior que 
demanda, deveria haver intervenção do Estado no sentido de conduzir a demanda efetiva, 
aproximando-a da oferta. Nas análises keynesianas destaca-se que a demanda agregada 
(DA) de bens (o destino dos bens produzidos) são realizadas para consumo (C), 
investimento (I), gasto público (G) e exportações (X) descontando-se as importações (I). 
Em suas observações verificou que o consumo é mais estável, porém os investimentos não. 
Em períodos de baixo investimento, o gasto público deveria se elevar para estimular a 
demanda e o aumento dos investimentos, e, em períodos de grande investimento, deveria 
reduzir o gasto. Ao destacar o papel do Estado na condução da economia, Keynes abre um 
novo caminho para a resolução das crises econômicas, as políticas postas em prática a 
partir de então alcançaram resultados positivos até os anos 1970, quando da ocorrência 
dos choques do petróleo. 
g) Desenvolvimentos recentes: Neste ponto, tomamos por base os estudos de Souza (2003), 
que destaca mais detalhes sobre os desenvolvimentos recentes. Depois da grande crise de 
1930 surge os neoclássicos que aceitam um certo grau de intervenção do Estado na 
economia, para contornar os problemas das falhas de mercado. Surge também a síntese 
neoclássica que propõe ações deliberadas de política fiscal e monetárias. Para conduzir a 
economia ao equilíbrio, seu instrumento de análise ficou conhecido como modelo IS-LM. 
Depois vem os monetaristas que acreditam que o controle da moeda pode reduzir os 
desequilíbrios do mercado. Seguem as novas teorias do crescimento, que destacam o papel 
José Wilson
Realce
José Wilson
Texto digitado
PAREI AQUI 23:45
José Wilson
Texto digitado
José Wilson
Texto digitado
do progresso técnico como um outro importante fator de produção, que gera riqueza e 
crescimento das nações. 
h) Economia política da sustentabilidade: O que há de mais recente nas discussões 
econômicas é a questão da sustentabilidade (MAY, 2010). Neste contexto, duas novas 
correntes se destacam, a economia ecológica para qual o fluxo econômico de produção de 
bens e serviços está limitado pela capacidade de carga suportada pelo meio ambiente, e a 
economia ambiental, para o qual a possibilidade de substitubilidade perfeita entre os 
fatores de produção e o avanço tecnológico relativizam o esgotamento ambiental. Sobre 
estas novas vertentes, o impacto ambiental da produção de bens e serviços é uma questão 
fundamental, bem como encontrar caminhos para contorná-las privilegiando a questão da 
sustentabilidade. Esta é entendida como capacidade das gerações atuais satisfazerem suas 
necessidades sem prejudicar as gerações futuras. 
Agora estamos finalizando a primeira unidade desta Web Aula, e até aqui você já domina 
os conceitos básicos da economia. Então, estamos prontos para dar o próximo passo, 
vamos estudar um pouco mais sobre o comportamento do mercado este é o objetivo da 
Microeconomia que veremos na próxima unidade. Até lá... 
 
 
Unidade 1 – Conceitos de Economia e Microeconomia 
WEBAULA 02 
EQUILÍBRIO DE MERCADO E ESTRUTURAS DE MERCADO 
 
Caro aluno, você já deve ter notado que no mercado encontramos compradores e 
vendedores dos mais diversos produtos e serviços. Assim, os empresários e os 
consumidores tem objetivos bem definidos. Os empresários procuram maximizar seus 
lucros e os consumidores procuram maximizar sua satisfação. Tanto a oferta quanto a 
demanda são restritas de acordo com seus determinantes. Entender como se dá o equilíbrio 
destas forças no mercado requer que estudemos a interação entre elas. 
Os agentes econômicos interagem no mercado e “Mercado é o locus em que a demanda e 
a oferta se juntam para formar o preço dos bens e serviços” (MENDES, 2004, p. 121, grifo 
do autor). 
Neste ponto, vamos delimitar, nas próximas linhas, as hipóteses ou pressupostos que 
norteiam o comportamento dos agentes no mercado. 
PARA SABER MAIS 
 
A microeconomia pode ter duas abordagens, a neoclássica, que utilizaremos ao longo deste 
capítulo, e a Teoria da Organização Industrial. Nesta última, a análise do comportamento 
da firma considera ela enquanto uma organização dotada de recurso financeiros, físicos e 
humanos. A firma também é dotada de uma trajetória histórica que lhe habilita a vencer 
ou lhe concebe a derrota dependendo da forma de atuação, das suas competências 
centrais, da trajetória adotada e de suas rotinas. 
Assim, a microeconomia da organização industrial serve para analisar o comportamento 
das firmas, identificar falhas e prover soluções estratégicas. 
Eles é que vão informar sobre as atitudes da empresa, da concorrência e os consumidores 
se comportam no momento da interação no mercado, isto é, no momento em que negociam 
a compra ou venda de mercadorias. Toda análise aqui desenvolvida segue estes 
pressupostos,que são apresentados na sequência. 
a) A hipótese coeterisparibus: é uma palavra derivada do latim sujo significado é tudo o mais 
permanece constante. Quando utilizamos este termo na análise, queremos dar foco ao 
estudo, ou seja, fazer a análise apenas de um mercado de cada vez. Por exemplo, quando 
dizemos que o preço de uma mercadoria determina sua demanda, coeterisparibus, estamos 
dizendo que esta afirmação é válida para olhar o preço e quantidade consumida de uma 
dada mercadoria, considerando que as únicas variáveis que irão mudar são preço e 
quantidade. Deixamos de lado outras variáveis, como a renda do consumidor, a preferência 
pela mercadoria e observamos a interação entre oferta e a demanda, supondo que outras 
variáveis não mudam no momento da análise. 
b) O papel dos preços relativos: Na análise microeconômica, são mais relevantes os preços 
relativos, isto é, o preço de um bem em termos do quanto ele compra de outros bens. Ex: 
1 kg de açúcar = R$ 3,50 = 1 Kg de Feijão. Sem o dinheiro, 1Kg de feijão pode ser trocado 
por 1 Kg de açúcar. Esta relação de equivalência preço entre os produtos e quantidades é 
chamada de preços relativos. O conceito de preço relativo é o preço de uma mercadoria 
em termos de quanto ela compra de outra mercadoria. 
Esta relação entre preços das diversas mercadorias é que dá suporte às vendas das 
empresas. Toda venda das empresas é realizada para efetuar novas compras de 
mercadorias, tais como: insumos, matéria-prima, pagar trabalhadores, etc. para manter 
seu ciclo de produção. Chamaremos estas mercadorias de fatores de produção. Na prática, 
e como se cada real de um produto vendido pode ser distribuído percentualmente entre os 
gastos que a empresa incorre nas compras dos fatores de produção. 
Por exemplo, vamos imaginar que uma empresa produz uma mercadoria que vende a 
R$10,00. A este preço a empresa cobre os fornecedores, paga trabalhadores, paga os 
impostos e ainda tem uma margem de lucro que é a remuneração do seu capital investido. 
Suponhamos que os percentuais referentes a estas operações sejam: 
- Fornecedores = 25% = R$ 2,50; 
- Trabalhadores = 30% = R$ 3,00; 
- Impostos = 35% = R$ 3,50; 
- Lucro = 10% = R$ 1,00 
Para o empresário será importante manter esta relação do preço de sua 
mercadoriaversus os custos de aquisição dos fatores de produção, pois disso depende o 
sucesso de sua empresa. Ele pode trabalhar visando melhorar a produtividade e assim 
aumentar seu percentual de lucro na medida em que utilizar menores quantidades de 
fatores de produção. Por outro lado, se qualquer um dos fatores de produção tiver alta de 
preço e ele não conseguir repassar seu aumento de custo para os preços, ele terá redução 
de seu lucro. 
c) O princípio da racionalidade: por esse princípio, todos os agentes do mercado utilizam a 
razão para fazer suas escolhas, estas escolhas são movidas pela maximização. Os 
empresários tentam sempre maximizar lucros (limitados pelo custo de produção) e os 
consumidores procuram maximizar sua satisfação no consumo de bens e serviços 
(limitados por sua renda e pelos preços das mercadorias). 
d) Análise de economia em mercado concorrencial: Uma observação importante para 
entender as análises microeconômicas é observar para qual estrutura de mercado esta 
análise funciona. Nossa proposta é começar a análise pela forma mais simples de estrutura 
de mercado, consideraremos uma economia concorrencial, isto é, refletem o 
funcionamento de um mercado livre, sem barreiras à entrada e totalmente 
transparente. As hipóteses específicas deste mercado são: 
- O mercado é autorregulado pelas leis da oferta e da demanda do mercado; 
- Isto ocorre porque cada vendedor e comprador são tão pequenos que a ação de um deles 
sozinho não consegue afetar o preço e as quantidades do produto no mercado. Se uma 
empresa deixa de produzir não faz falta ou impede o funcionamento do mercado, se um 
consumidor deixa de comprar também não faz diferença para as vendas do mercado. 
Por isso, cada empresa deve estabelecer seu preço igual ao preço de mercado, por 
exemplo, se um produto está sendo vendido a R$ 10,00 no mercado, qualquer empresa 
que quiser vendê-lo deverá ter preço de R$ 10,00. Isto ocorre porque como existe um 
grande número de empresas no mercado se ela tentar vender acima deste preço os 
consumidores comprarão nas empresas que vendem ao preço de mercado. E pelo princípio 
da racionalidade, ele não venderá abaixo deste peço porque seu lucro seria menor. Por isso 
as empresas são chamadas de tomadoras de preços, ou seja, devem praticar o preço de 
mercado. 
- Trabalha com a noção de produtos homogêneos: isto significa que não existe grande 
diferenciação entre os produtos ofertados pelas empresas concorrentes, isto é, produtos 
que servem para atender uma mesma necessidade são iguais. Por exemplo: sapato protege 
os pés, todos os sapatos são feitos para isto, não interessa a marca, por isso qualquer 
sapato venderá, desde que tenha preço de mercado. Não são considerados diferenças de 
qualidade, marca embalagem, etc. 
- Não existem barreiras à entrada, pois como as empresas são pequenas e o capital 
investido também é pequeno existe a livre entrada e saída de firmas no mercado. Também 
existe a livre entrada de compradores no mercado. 
- Supõe a transparência no mercado, isto é, os preços expressam o grau de eficiência de 
mercado. Como os consumidores e vendedores têm acesso à todas as informações sem 
custos, isto é, conhecem o preço, qualidade, custo, receitas e lucros de seus concorrentes. 
- Supõe-se a livre mobilidade de fatores: isto significa que os insumos podem ser 
convertidos rapidamente de um uso para outro para atender outras necessidades. Então, 
a cana de açúcar tanto serve para produzir açúcar quanto álcool, e os trabalhadores tem 
as mesmas habilidades. Além disso, as empresas dominam as técnicas de produção, ela 
pode se localizar em qualquer lugar, utilizar qualquer fator de produção; sair de um lugar 
e ir para o outro. Enfim, caso verifiquem que não conseguirão ter o preço de seu produto 
igual ao preço de mercado, elas podem escolher produzir outro produto no qual tenham 
eficiência e consigam produzir ao preço que prevalece naquele mercado. 
- Supõe-se que não existem externalidades, isto é, qualquer evento que aconteça fora de 
sua empresa, prejudicando ou beneficiando, sua produção não é considerado na análise. 
Agora que finalizamos os estudos dos pressupostos e 
hipóteses necessárias para entender a análise de mercado, podemos iniciar o estudo do 
mercado, começaremos analisando os determinantes da demanda. 
Comentamos que os consumidores são agentes racionais e que procuram consumir bens e 
serviços para satisfazer suas necessidades. Então, como o consumidor define a satisfação 
de uma necessidade? Geralmente ele vai dizer que para satisfazer sua necessidade ele 
escolhe produtos que tem uma serventia, uma utilidade. Então, entender a demanda 
pressupõe alguns entendimentos sobre a utilidade dos bens. Segundo Vasconcellos e 
Garcia (2004, p. 37) “a utilidade representa o grau de satisfação que os consumidores 
atribuem aos bens e serviços que podem adquirir no mercado”. 
Os bens satisfazem necessidades, porém as necessidades têm seus aspectos subjetivos 
porque a preferência por um produto ou serviços diferem de pessoa para pessoa. Por outro 
lado, como os consumidores é que demandam e fazem isso de acordo com a utilidade do 
bem. Este comportamento é o que caracterizou o que chamamos de soberania do 
consumidor. Nas economias de mercado, toda empresa quer vender e, para isto, tem que 
oferecer algo para o qual haja demanda ou consumo. A primeira regra para isto é que o 
consumidor tem que enxergara utilidade da mercadoria que está sendo vendida. 
Do ponto de vista da teoria econômica foi necessário desenvolver leis que expressassem o 
comportamento da maioria e, que, portanto, tem suas exceções. Assim, uma das teorias 
que buscou explicar a demanda baseou-se na utilidade, ficou conhecida como teoria do 
valor utilidade, a aplicação desta teoria foi utilizada para definir o valor dos bens 
econômicos. Quando aplicada, ela explica que os bens tem valor porque são úteis, isto é, 
o homem estabelece uma relação de uso com o objeto e atribui valor a ele a partir desta 
relação. Exatamente por causa desta relação o valor atribuído aos bens é chamado de valor 
de uso, que é contraposto ao valor cobrado pelo mercado pela venda de um produto, que 
é chamado de valor de troca. 
Como dissemos anteriormente, a teoria do valor utilidade só teria significado quando 
aplicado para a maioria das pessoas, não há vantagem em criar uma teoria para um único 
indivíduo. Assim, esta teoria se utiliza da utilidade total e da utilidade marginal. A utilidade 
total de um bem é crescente, isto é, tende a aumentar à medida que consumimos mais 
dele. A utilidade marginal refere-se à satisfação adicional com cada nova unidade 
consumida, esta é decrescente, pois à medida que aumentamos o consumo de um bem 
cada nova unidade é menos útil e vai perdendo significado de satisfazer uma necessidade, 
até que chega o ponto em que ficamos saturados do consumo deste bem especificamente. 
Para você, leitor, parece estranho ler sobre isto, pois você não se questiona sobre seu 
consumo, apenas exerce seu direito de consumir. Por outro lado, este conceito é muito 
utilizado por empresas para atrair os consumidores, como nos sistemas de rodízio, self 
service, etc. em que as quantidades vendidas estão associadas à utilidade marginal e 
saturação do consumidor para o produto que eles vendem. No sistema de rodízio, por 
exemplo, numa pizzaria em que o consumidor paga a entrada e come o quanto quiser, o 
empresário sabe que na média, no máximo, uma pessoa consome de 4 a 6 pedaços de 
pizza, portanto, estabelece um preço acima deste custo para ter lucro por pessoa e não 
por pizza. 
Por fim, podemos utilizar as observações de Mendes (2004) sobre as características gerais 
do comportamento do consumidor, são elas: os consumidores gastam sua renda na compra 
de bens e serviços; não gastam tudo com um único bem; ele nunca está totalmente 
satisfeito, isso quer dizer que preferem mais quantidades a menos de um bem; seu 
consumo é limitado pela restrição orçamentária, isto é, sua renda. Neste sentido, podemos 
então definir a demanda, conforme Vasconcellos e Garcia (2006, p. 38): 
A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de um certo bem ou serviço que os consumidores 
desejam adquirir em determinado período de tempo. A procura depende de variáveis que influenciam a 
escolha do consumidor. São elas: o preço do bem ou serviço, o preço dos outros bens, a renda do consumidor 
e o gosto ou preferência do indivíduo. 
Uma das primeiras afirmações que conhecemos 
sobre a demanda diz respeito à Lei Geral da Demanda, segundo esta lei, existe uma relação 
inversamente proporcional entre a quantidade demandada e o preço do bem. Portanto, o 
preço do bem é o primeiro determinante da demanda que estudaremos. Essa relação pode 
ser demonstrada a partir da demanda, ou da escala de procura, ou da curva de demanda, 
ou da função de demanda. Todas estas expressões são sinônimos de demanda. A curva de 
demanda é negativamente inclinada devido ao efeito conjunto de dois fatores: o efeito 
substituição e o efeito renda. Se o preço de um bem aumenta, a queda da quantidade 
demandada será provocada por esses dois efeitos somados: 
a) Efeito substituição: se um bem possui um substituto, ou seja, outro bem similar que 
satisfaça a mesma necessidade, quando seu preço aumenta, o consumidor passa adquirir 
o bem substituto, reduzindo assim sua demanda. Exemplo: aumenta o preço da Coca-Cola, 
compra Pepsi; aumenta o refrigerante, consome-se mais suco. 
b) Efeito renda: quando aumenta o preço de um bem, e a renda do consumidor não 
acompanha o aumento de preço, o consumidor perde o poder aquisitivo, e a demanda por 
esse produto diminui. 
Além disso, a demanda também pode ser expressa matematicamente como uma função 
linear decrescente em relação ao preço do tipo 
Qd = a - bP em que Qd é a quantidade demanda, a é o intercepto da função e b o parâmetro 
multiplicador do preço p. 
QUESTÃO PARA REFLEXÃO 
 
Tomando por base o tema exposto, verifique com quais determinantes do comportamento 
do consumidor você se identifica enquanto consumidor? Por quê? 
PARA SABER MAIS 
 
As empresas investem muito em suas marcas e seus produtos pois tem interesse que eles 
caiam no gosto do consumidor. Quando o consumidor tem preferência por uma marca o 
preço terá pouca influência sobre seu hábito de consumo. 
É possível mensurar as variações na quantidade demandada de acordo com variações em 
alguns de seus determinantes, isto é, feito por meio do cálculo da elasticidade. A demanda 
pode ter elasticidade preço da demanda, elasticidade preço cruzada da demanda e 
elasticidade renda. 
Exemplos de Cálculo de Elasticidade: 
Matematicamente, a elasticidade preço da demanda pode ser expressa como: 
Epd = Variação percentual na Qd / Variação percentual do P 
Ou 
Epd = [(Q1 – Q0)/Q0] / [(P1 – P0)/P0)] 
Em que: 
Epd é a elasticidade preço da demanda. 
Qd é a quantidade demandada do bem. 
P é o preço do bem. 
Q0 é a quantidade demandada inicial. 
Q1 é a quantidade demandada final. 
P0 é o preço inicial. 
P1 é o preço final. 
Podemos aplicar esta fórmula a um exemplo. Luiza frequentava o teatro 4 vezes ao mês 
quando os ingressos custavam R$ 20,00, porém, quando os ingressos subiram para R$ 
25,00 Luiza reduziu suas idas aos shows e agora vai apenas 2 vezes por mês a este tipo de 
evento. Vamos calcular a elasticidade-preço da demanda por shows de Luiza. 
Epd = [(Q1 – Q0)/Q0] / [(P1 – P0)/P0)] 
Epd = [(2 – 4)/4] / [(25,00 – 20,00)/20,00)] 
Epd = -0,5 / 0,25 
Epd = -2 ou em módulo |Epd| = 2 
Repare que a Epd será um número negativo, para resolver isso 
utilizamos o número em módulo, pois o que nos interessa é seu valor absoluto. A análise 
deste resultado representa que dado uma variação no preço do teatro (de R$ 20,00 para 
R$ 25,00), houve um aumento no preço de 0,25 ou 25%, este aumento reduziu as idas de 
Luiza ao teatro em 2 x 0,25 = 0,5 ou 50%, isto é, reduziu de 4 para 2 as idas de Luiza ao 
teatro (esta conta é feita com EPd x variação do preço). Então as variações de preços 
causam variações nas quantidades. 
Em relação à Epd, os bens e serviços podem ser classificados em bens elásticos ou 
inelásticos. Quando a Epd é maior que 1, o bem é chamado elástico, isto significa que 
variações no preço do bem vão afetar mais que proporcionalmente as quantidades 
demandadas do bem. Quando a Epd é menor que 1 os bens são classificados como 
inelásticos, isto significa que variações no preço do bem vão ter impacto menos que 
proporcional sobre as quantidades demandas. 
No nosso exemplo numérico, a Epd = 2 >1, logo, o produto é elástico. Neste caso, vimos 
que um aumento de 25% no preço reduziu a demanda em 50%. Mas poderíamos ter uma 
situação diferente se, por exemplo, o preço subisse 10% e a quantidade demandada caísse 
apenas 5%, teríamos uma Epd = (5 / 10) = 0,5 < 1, ou seja, teríamos um produto 
inelástico. Isto significa que para um aumento de preço de 10%, a demanda só caiu 5%. 
Existem ainda os bens em que a Epd = 1, eles são chamados de bens de elasticidade 
unitária ou unitariamente elástico, é mais um conceito teórico e difícil de seencontrar um 
número exatamente 1. 
Estes dois resultados tem significado importante para as empresas. Empresas que tem 
produtos elásticos tem maior dificuldade em aumentar preços, pois, a cada aumento de 
preços a demanda reduz mais que proporcional, o que reduz as vendas e a receita da 
empresa. Empresas que tem produtos inelásticos podem alterar os preços sem muitas 
preocupações, pois o aumento de preços reduz a demanda menos que proporcionalmente, 
logo, o aumento de preços com queda menor nas vendas aumenta a receita das empresas. 
Conforme podemos observar no Quadro 3. 
Quadro 3 – Impacto da elasticidade preço da demanda sobre a receita das empresas. 
 
Fonte: Do autor (2013). 
Existem alguns fatores que influenciam a Epd dos bens, são eles: disponibilidade de 
substitutos, essencialidade do bem e a importância do bem no orçamento do consumidor. 
Quanto maior o número de substitutos de um bem, mais elástico ele é em relação a 
variações de preços. Isto ocorre porque os consumidores tem maior variedade de um 
produto que atende a mesma necessidade. Por exemplo, o leite longa vida é um produto 
não perecível e que tem diversas marcas no mercado, é um produto elástico, um aumento 
no preço de uma marca leva a queda nas vendas, pois os consumidores podem escolher 
outro mais barato. Já os produtos hortifrutigranjeiros são perecíveis e são mais inelásticos 
a preço, isto é, as quantidades demandas variam pouco em relação às variações nos 
preços. 
Quanto mais essencial ele é para o consumidor, maior sua tendência a ser inelástico em 
relação ao preço. Por exemplo, mesmo que a gasolina suba, ainda assim as pessoas 
precisam se locomover, então o consumo de gasolina deve cair pouco em relação ao 
aumento de preço. 
Quanto maior o peso no gasto total do consumidor, mais elástico ele tende a ser. Por 
exemplo, quando o consumidor pensa em trocar seu micro-ondas por um mais moderno, 
se ele ganha R$ 1.000,00 e o micro-ondas desejado custar R$ 550,00 ele tenderá a 
pesquisar mais preços. Logo, o aumento nos preços do micro-ondas devem reduzir as 
vendas, pois ele é um item que absorve um valor considerável do gasto do consumidor. 
 Para entender a elasticidade preço cruzada da demanda podemos 
recorrer a um exemplo. Quando estamos com sede podemos escolher entre água, 
refrigerante e suco, estes bens são substitutos em relação a suprir a sede. Por outro lado, 
pode ser que quando você compare com outra situação, por exemplo, ir ao cinema 
pressupõe que você irá consumir pipoca, então a relação entre estes dois bens passa a ser 
complementar em relação ao lazer cinema. 
Percebemos que relação entre os bens e seu uso pelo consumidor pode ser de 
complementariedade quando o consumo de dois bens conjunta e simultaneamente é 
essencial para a maximização da satisfação do consumidor, eles são chamados bens 
complementares. Ou em uma situação na qual o consumidor estabelece uma situação de 
escolha entre dois bens, eles são chamados bens substitutos. Esta relação entre o bem e 
os demais bens também pode ser quantificada, matematicamente temos: 
Epcd = Variação percentual na quantidade demanda do bem X / Variação percentual no 
preço do bem Y. 
Em que Epcd é a elasticidade preço cruzada da demanda. Se Epcdd>0, os bens serão 
substitutos. Tomemos um exemplo: o consumidor gosta de comprar o produto B, porém, 
no mês passado, o produto B subiu 10% e ele consumiu mais 5% do produto C. Neste 
caso, podemos dizer que Epcd = 5 / 10 = 0,5 > 0, isto é, os bens B e C são substitutos, 
pois um aumento de 10% no preço de B aumentou o consumo de C em 5%. 
Tomemos outro exemplo: Se o produto D subisse 10%, porém a quantidade demanda do 
bem E caísse 7%. Neste caso, a Epcd= -7 /10 = -0,583 < 0, isto é, os bens D e E são 
complementares, pois um aumento do preço do bem D reduziu o consumo do bem E. 
Quanto à elasticidade renda da demanda, ela informa sobre a reação do consumidor em 
relação à compra de um bem quando ocorrem alterações em sua renda. Podemos dizer 
que, quando a renda aumenta, duas situações podem acontecer a um produto: aumentar 
seu consumo ou reduzir. Quando o consumo aumenta, este bem será denominado bem 
normal ou superior e quando o consumo reduz, ele será designado bem inferior. Existe 
uma maneira de quantificar quanto será esta variação no consumo dada uma variação na 
renda, ou seja, podemos medir a sensibilidade do consumidor a demanda de um produto 
dada uma variação da renda. Este é o conceito de elasticidade renda da demanda, 
matematicamente ela é expressa como: 
Erd = Variação percentual na Qd / Variação percentual na renda do consumidor 
Em que Erd é a elasticidade renda da demanda. A Erdpode 
ser negativa ou positiva, ou seja, menor ou maior que zero. Tomemos alguns exemplos: 
a) Paulo teve um aumento salarial de 8% e reduziu seu consumo de sanduíches em 5%, 
logo, a Erd = - 5 / 8 = -0,625 < 0, ou seja, o bem é inferior porque à medida que o salário 
aumenta, reduz a quantidade demandada de sanduíches; b) outro exemplo poderia ser 
para o mesmo aumento salarial de Paulo, ele aumentou seu consumo de carne em 7%, ou 
seja, Erd = 7 / 8 = 0,875>0 é menor que 1, o bem é normal, pois um aumento de salário 
levou a um aumento proporcionalmente menor no consumo de carne (0,875 x 8 = 7). c) 
um outro exemplo com o mesmo aumento: caso Jane tenha aumentado o consumo de 
água de coco em 12%, ou seja, Erd = 12 / 8 = 1,5, o bem é superior, pois um aumento 
menor de salário levou a um aumento mais que proporcional no consumo de água de coco 
(1,5 x 8 = 12). 
Podemos resumir em uma tabela as possibilidades das diversas elasticidades da demanda 
apresentadas até aqui no quadro 4. 
Quadro 4 – Classificação das elasticidades da demanda. 
 
Fonte: Do autor (2013). 
Agora que entendemos a demanda, vamos ver o outro lado das forças de mercado, vamos 
estudar a oferta. Ela refere-se às várias quantidades de bens e serviços que os empresários 
desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. A oferta depende de 
vários fatores, tais como: próprio preço do produto a ser ofertado, do nível de concorrência, 
dos preços dos fatores de produção, do nível de tecnologia disponível. 
A função de oferta mostra uma correlação direta entre a quantidade ofertada de um 
produto e seu nível de preços. É a chamada Lei Geral da Oferta. Isto ocorre porque, “ 
[...] coeterisparibus, um aumento no preço de mercado estimula as empresas a elevar a 
produção; novas empresas serão atraídas, aumentando a quantidade ofertada do 
produto”(VASCONCELLOS; GARCIA, 2004, p. 43). Assim, matematicamente, a oferta pode 
ser expressa por uma função de linear crescente em relação ao preço do tipo: 
Qo = c + dPem que Qo é a quantidade ofertada, c é o intercepto da função e d o parâmetro 
multiplicador do preço p. 
A interação das curvas de demanda (D) e de oferta (O) determina o preço (Pe) e a 
quantidade (Qe) de equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado, graficamente 
temos. 
Figura 3 – Equilíbrio de Mercado. 
 
Fonte: Farjoun (2012, p. 1). 
Na prática, o ponto de equilíbrio representa um momento em que dado o preço, tudo o que 
a empresa produziu foi vendido, e todos os consumidores foram satisfeitos. Realmente é 
um ponto teórico e difícil de ser alcançado. O que ocorre na realidade é uma tendência ao 
equilíbrio devido às duas forças atuando no mercado a da demanda e da oferta. Assim, 
preços acima do preço de equilíbrio (Pe) são interessantes para as empresas, porém, a 
oferta será maior que a demanda gerando acúmulo de estoques na empresa. Quanto maior 
os estoques da empresa, maior será a necessidade de vender, logo, a pressão dos estoques 
e a concorrência entre as empresas forçará a queda nospreços, então os preços baixarão. 
Os pontos abaixo do preço de equilíbrio são interessantes para os consumidores, por outro 
lado, a estes preços a demanda será maior que a oferta e logo o produto irá faltar. Os 
consumidores vão disputar as unidades que tiverem disponíveis no mercado oferecendo e 
pagando mais por eles, logo, os preços tenderão a subir. 
Também é possível encontrar o preço de equilíbrio de mercado de maneira matemática, 
quando conhecemos a função demanda e oferta. Partindo da representação matemática da 
função demanda e da função oferta conforme já vimos anteriormente, temos: 
Qd = a – bP=> função demanda eQo = c + dP => função oferta 
Para encontrar o preço de equilíbrio de mercado, devemos igualar as funções oferta (Qo) 
e demanda (Qd). Tomando como exemplo a seguinte função numérica para função 
demanda Qd = 200 - 4P e para a função oferta Qo = 38 + 8P. Vamos desenvolver os 
passos para encontrar o preço de equilíbrio. 
Qo = Qd sendo Qd = 200 - 4P e Qo = 38 + 8P 
Qo = Qd substituindo os valores das funções temos: 
38 + 8P = 200 - 4P 
Resolvendo a igualdade para P, temos 
8P + 4P = 200 – 38 
12P = 162 
P = 162 / 12 
P = 13,50 => este é o preço de equilíbrio 
Substituindo P, nas funções oferta e demanda, temos 
Qo = 38 + 8 x 13,50 Qd = 200 – 4 x 13,50 
Qo = 38 + 108 Qd = 200 – 54 
Qo = 146 Qd = 146 
A conclusão é que quando o preço for 13,50, a quantidade ofertada (Qo) e a quantidade 
demanda (Qd) serão iguais, ou seja, 146 unidades. Este será o ponto de equilíbrio do 
mercado, isto em mercado competitivo, quando estamos em outra estrutura de mercado 
este equilíbrio se altera. Porém, antes e estudarmos as estruturas de mercado vamos ver 
como as empresas tomam suas decisões de acordo com a Teoria Microeconômica da Firma. 
Para entender e explicar o comportamento econômico das 
firmas, a microeconomia faz uma abordagem por partes. Primeiro analisa a produção 
(Teoria da produção), depois os custos (Teoria dos custos), as receitas e, por fim, combina-
as para explicar o ponto de lucro máximo. 
De maneira geral, na economia capitalista as empresas são constituídas para produzirem 
bens e serviços e obterem lucros a partir da combinação dos recursos ou fatores de 
produção. Ela busca produzir utilizando a melhor combinação entre capacidades de cada 
um deles. Por exemplo, é muito comum as empresas terem computador, mas ele só será 
útil se tiver quem saiba utilizá-lo de maneira eficiente, isto é, uma pessoa que conhece os 
recursos de hardware esoftware da máquina, caso contrário, ele vai ser um custo e servirá 
para juntar poeira. Assim, nas linhas abaixo, você vai ler sobre o jeito econômico de 
explicar a produção de bens e serviços por parte das empresas. 
Os recursos tem três importantes características: são escassos, são versáteis e podem ser 
combinados em diferentes proporções. Podemos descrever a produção por meio de uma 
função. A função de produção mostra a produção máxima que uma empresa pode obter 
para cada combinação específica de insumos. Matematicamente, temos: 
PT =f(xi,...,xn), 
Onde PT é a quantidade produzida e xi é a quantidade utilizada do fator de produção i e xn 
representa dos demais fatores. 
A função de produção “[...] é a relação que mostra a quantidade física obtida do produto a 
partir da quantidade física utilizada dos fatores de produção em determinado período de 
tempo” (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004, p. 59). 
Quando estudamos produção, verificamos que existem fatores que são fixos(FF) ou 
variáveis (FV). Por Fatores fixos (FF) entendemos aqueles que existem na empresa e que 
independem da quantidade produzida, como, por exemplo: o espaço físico utilizado pela 
empresa. Por fatores variáveis(FV) entendem-se os que variam conforme o volume 
produzido, como, por exemplo, as horas trabalhadas, número de trabalhadores 
empregados, energia, matéria-prima etc. 
A existência de fatores fixos e variáveis permite diferenciar 
o curto do longo prazo. Entende-se por curto prazo o período de tempo em que há pelo 
menos um fator fixo envolvido na produção de uma firma. E longo prazo é o período de 
tempo em que todos os fatores podem variar, isto é, não existem fatores fixos. Na prática 
das empresas, o longo prazo é uma série de curto prazo agrupado, pois as mudanças na 
capacidade de produção da empresa vão ocorrer ao longo do tempo. Portanto, nas 
próximas linhas, descreveremos o processo de produção no curto prazo (VASCONCELLOS; 
GARCIA, 2004). No curto prazo, o produto total (PT) é o obtido com a utilização de fatores 
fixos e variáveis. A partir da identificação destes fatores, podemos proceder os cálculos da 
produtividade média, produtividade marginal dos fatores. 
- Produtividade média (PMe): resulta da divisão do produto total (Q) pela quantidade 
empregada e mão de obra (N). Algebricamente, temos: PMe = PT / N. O resultado indica 
quanto cada trabalhador produziu em média. 
- A produtividade marginal ou adicional (PMg): mede a variação da produção a medida em 
que acrescentamos o fator variável a produção. Neste caso, ele mede quanto a produção 
cresce quando acrescentamos mais trabalhadores na produção. Algebricamente pode ser 
expresso por: PMg = Variação na produção / Variação em N. 
Para tomar uma decisão do nível, os empresários também precisam conhecer os custos de 
produção. Conhecidos os preços dos fatores de produção, é possível determinar um custo 
total de produção ótimo para cada nível de produção. Assim, define-se custo total de 
produção como o total das despesas realizadas pela firma com a utilização da combinação 
mais econômica dos fatores, por meio da qual é obtida uma determinada quantidade do 
produto. Os custos totais de produção (CT) são divididos em custos variáveis totais (CVT) 
e custos fixos totais (CFT). Também os custos fixos e totais podem ter seus cálculos 
desmembrados em custo médio. De tal forma que: 
CTMe = CT / PT => Esta é a fórmula do Custo Total Médio (CTMe). 
CFMe = CFT / PT => Esta é a fórmula do Custo Fixo Médio (CFMe). 
CVMe = CVT / PT => Esta e a fórmula do Custo Variável Médio (CVMe). 
E a evolução do custo total de produção (CT) pode ainda ser observada pela ótica do custo 
marginal ou adicional (CMg). Este custo é medido pela seguinte fórmula. 
CMg = Variação no Custo Total de Produção / Variação na Produção 
Enquanto os custos médios permitem ver qual o desembolso médio da empresa para 
produzir uma unidade de produto, o custo marginal permite a empresa visualizar o custo 
da última unidade produzida. 
Todo o processo de produção de bens e serviços por parte dos empresários se dá porque 
eles buscam alguma compensação, e esta é o lucro. Porém, a obtenção de lucro por parte 
da empresa é um processo. Num primeiro momento, ele planeja a produção, levanta os 
custos, computa um lucro e projeta as vendas. Porém, neste processo ele controla os 
elementos internos como seus custos e lucro, as vendas são o fator externo que ele procura 
conhecer e dominar pois delas dependem as receitas da firma. 
As receitas das firmas podem ser classificadas como: a) 
Receitas totais (RT) ou Faturamento Bruto: resulta da multiplicação do preço de venda pela 
quantidade vendida de um bem; b) Receita média (RMe) ou faturamento médio, ou ainda 
receita unitária: resulta da divisão da Receita Total pela quantidade vendida do produto ou 
do serviço. A receita média confunde-se com o próprio preço de venda do produto; e c) 
Receita Marginal (RMg): é a variação da receita total dividida pela quantidade produzida. 
Agora que estudamos a receita da firma, precisamos fazer a ligação entre produção, custose receitas para poder entender o ponto de lucro máximo. 
Agora faremos a análise do ponto de vista da maximização do lucro. Em primeiro lugar, 
precisamos lembrar que o Lucro Total (LT) é resultado da diferença entre a Receita Total 
(RT) e os Custos Totais de Produção (CT). Logo, quanto maior esta diferença, maior o lucro. 
Assim, o lucro total (LT) da empresa é representado pela expressão LT = RT-CT. A receita 
total (RT) é o resultado do preço do produto (P) e da quantidade vendida desse produto 
(QV), logo temos RT = P x QV. Observamos que, na prática, a quantidade vendida pela 
empresa difere da quantidade produzida, pois muitas vezes as empresas podem ter 
estoques de produtos não vendidos. Verificamos que produção pode seguir tanto o critério 
de custo médio quanto o de custo marginal. Economicamente, como se a empresa tiver 
pleno controle de seus custos, ela poderá produzir considerando os custos marginais, isto 
é, observando quanto custa a produção do último item. Caso o custo de produção deste 
seja menor que seu preço, ele deverá aumentar a produção porque ganhará com o 
acréscimo de receita total. 
LINK 
 
Para entender melhor, você pode estudar o texto: Simulador de maximização de lucros: 
uma aplicação a um posto de gasolina, disponível em: 
http://www.fee.tche.br/3eeg/Artigos/m09t02.pdf 
Até aqui estudamos a teoria da firma, que é composta pela teoria da produção, teoria dos 
custos de produção e da maximização dos lucros. Toda a explicação desenvolvida tomou 
por base a firma concorrencial, isto é, uma pequena empresa com um produto homogêneo 
num mercado no qual o custo de capital é baixo e comporta a entrada e saída de empresas 
do negócio. Porém, observamos que no mercado existem outras estruturas de mercado 
diferenciadas, vocês já ouviram falar em oligopólios e monopólios, estruturas de mercado 
nas quais predominam grandes empresas, é este assunto que vamos estudar agora. 
As empresas operam em diferentes estruturas de mercado. Por estrutura estamos nos 
referindo a três características básicas da quais dependem as estruturas de mercado, são 
elas: número de empresas que compõe esse mercado; tipo do produto (se as firmas 
fabricam produtos idênticos ou diferenciados); se existem ou não barreiras ao acesso de 
novas empresas nesse mercado. Desta forma, as empresas podem ser classificadas em 4 
diferentes estruturas, conforme você pode verificar no quadro abaixo: 
Quadro 2 – Principais Características das Estruturas Básicas de Mercado. 
 
Fonte: Adaptado de Mendes (2009). 
Conforme você pode ver, as diferentes estruturas de mercado comportam variedade de 
vendedores, de produtos e de estratégia de preços. Vamos descrever um pouco mais estas 
estruturas. 
A estrutura de Concorrência Perfeita é um modelo teórico criado para descrever o que seria 
o ideal. É a partir das diferenciações dele que podemos classificar as demais estruturas que 
se aproximam mais da realidade de mercado. Esta estrutura supõe que existem muitas 
pequenas empresas que produzem um bem homogêneo (sem diferenciação) e que 
individualmente nenhum deles pode modificar o preço de mercado. Por serem pequenas 
não há barreiras à entrada de novas empresas neste mercado. As empresas não concorrem 
via preço porque sua margem de lucro é muito pequena e se uma baixar o preço vai vender 
tudo, mas não vai conseguir repor e as outras não a acompanham pois não querem ter 
prejuízo. Isto seria o ideal, pois numa estrutura como esta os preços e lucros seriam baixos 
e os produtos acessíveis a todos os consumidores. Na realidade, você percebe que não é 
isto que ocorre. 
Quando estamos numa estrutura de Monopólio, existe apenas uma grande empresa 
dominando o mercado. Os produtos desta empresa não tem concorrentes próximos e, por 
isso, ela consegue determinar preços. Há barreiras à entrada devido a necessidade de 
capital, existência de marcas e patentes, domínio de alguma fonte de recurso. Estas 
condições são as que garantem que o monopólio dure muito tempo e exerça grande 
influência sobre as quantidades disponibilizadas do produto no mercado e ainda dominam 
o preço. 
O Oligopólio é um tipo de estrutura normalmente na qual existe um pequeno número de 
empresas que dominam a oferta de mercado. O setor produtivo no Brasil é altamente 
oligopolizado, sendo possível encontrar inúmeros exemplos: montadoras de veículos, setor 
de cosméticos, indústria de papel, indústria farmacêutica, bebidas, chocolates, etc. Nos 
oligopólios, tanto as quantidades ofertadas quanto os preços são fixados entre as empresas 
por meio de cartéis. O cartel é uma organização formal ou informal de produtores dentro 
de um setor que determina a política de preços para todas as empresas que a ele 
pertencem. Podemos caracterizar também tanto oligopólios com produtos diferenciados 
(como a indústria automobilística) como oligopólios com produtos homogêneos (alumínio). 
(VASCONCELLOS;GARCIA, 2004). 
A Concorrência Monopolística é uma estrutura de mercado intermediária entre a 
concorrência perfeita e o monopólio, mas que não se confunde com o oligopólio, pelas 
seguintes características: a) Número relativamente grande de empresas com certo poder 
concorrencial, porém com segmentos de mercados e produtos diferenciados, seja por 
características físicas, embalagem ou prestação de serviços complementares (pós-
venda); b) Margem de manobra para fixação dos preços não muito ampla, uma vez que 
existem produtos substitutos no mercado. Essas características acabam dando um 
pequeno poder monopolista sobre o preço de seu produto, embora o mercado seja 
competitivo (daí o nome concorrência monopolista) (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004). 
LINK 
 
Você pode ler mais detalhes sobre o tema no texto: Estruturas de Mercado disponível em: 
http://www.infopedia.pt/$estruturas-de-mercado 
Bom, estamos finalizando o estudo desta Unidade da Web Aula, 
com certeza você pôde aprofundar seus conhecimentos de economia. Agora que você já 
conhece os conceitos básicos e um pouco mais sobre a Microeconomia, podemos partir 
para o estudo da próxima unidade na qual discutiremos Macroeconomia e Economia 
Brasileira, vamos lá... 
Enquanto isto, não se esqueça de acessar o fórum da disciplina e participar do debate.... 
Até Mais... 
At. 
Profa. Regina Malassise 
 
 
ECONOMIA. Disponível em: http://licenciaturaemsociologia.blogs.sapo.pt/770.html. Acesso em: 
27 out. 2012. 
FARJOUN, Calos M. Redução de preço do new fiesta: fenômenos do mercado. 31.01.2012. 
Disponível em: http://autoentusiastas.blogspot.com.br/2012/01/reducao-de-preco-do-new-
fiesta.html>. Acesso em: 12 fev. 2013. 
MAY, Peter (Org.) Economia do meio ambiente: teoria e prática. 2 ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2010. 
MENDES, Judas Tadeu G. Economia: fundamentos e aplicações. 2. ed. São Paulo: Prentice 
Hall, 2009. 
______. Economia: fundamentos e aplicações. São Paulo: Prentice Hall, 2004. 
SOUZA, Nali de Jesus de. CURSO de Economia. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 
VASCONCELLOS, Marco Antônio Sandoval de; GARCIA, Manoel Enriquez. Fundamentos de 
economia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. 
______. Fundamentos de economia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. 
SUGESTÕES DE LEITURA 
ARAÚJO, Carlos R. V. História do pensamento econômico: uma abordagem introdutória. São 
Paulo: Atlas, 1995. 158 p. 
BEGG, David K. H. Introdução a economia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. 
COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro comum. 
2. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1991. Disponível em: 
<http://pt.scribd.com/doc/12906958/Relatorio-Brundtland-Nosso-Futuro-Comum-Em-Portugues>. 
Acesso: 24 out. 2012. 
SANDRONI, Paulo. Novíssimo dicionário deeconomia. São Paulo: Best Seller, 1999. 
Disponível em: <http://introducaoaeconomia.files.wordpress.com/2010/03/dicionario-de-economia-
sandroni.pdf>. Acesso em: 24 out. 2012.

Continue navegando