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Evolução recente da inflação no Brasil

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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CCSA
CIÊNCIAS CONTÁBEIS
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
PROF. HÉLIO REIS
DANIELLE VITORIA GOMES DO NASCIMENTO
JOELMA OLIVEIRA DE MENEZES
KARINA BRITO SOUZA
LETÍCIA MARIA MOREIRA BRANDÃO
YAGO SOARES SOBREIRA LINS
A EVOLUÇÃO RECENTE DA INFLAÇÃO NO BRASIL
SOBRAL – CE
2014.2
ÍNDICE
	1 - Introdução ----------------------------------------------------------------------------------- 4.
	2 - Definições de inflação, política monetária e metas de inflação e regime de metas inflacionárias no Brasil --------------------------------------------------------------------------------- 5.
	3 -Tipos de inflação --------------------------------------------------------------------------- 6.
		3.1-Inflação por demanda ------------------------------------------------------------ 6.
		3.2-Inflação por oferta ---------------------------------------------------------------- 7.
		3.3. Inflação inercial ------------------------------------------------------------------- 7.
	4 - Causas e consequências da inflação ----------------------------------------------------- 7.
		4.1- Causas ---------------------------------------------------------------------------- 8.
			4.1.1-Custos de produção -------------------------------------------------- 8.
			4.1.2-Demanda --------------------------------------------------------------- 8.
			4.1.3-Outras causas inflacionárias ----------------------------------------- 8.
		4.2 - Consequências ------------------------------------------------------------------ 9.
			4.2.1 - Desvalorização da moeda do país ---------------------------------- 9.
			4.2.2 - Diminuição dos investimentos no setor produtivo -------------- 9.
			4.2.3 - Clima econômico desfavorável ------------------------------------ 9.
			4.2.4 - Aumento da especulação financeira ------------------------------ 10.
			4.2.5 - Elevação da taxa de juros ------------------------------------------ 10.
			4.2.6 - Aumento do desemprego ------------------------------------------ 10.
	5 - A evolução recente da inflação no Brasil ---------------------------------------------- 11.
6 – Metodologia ------------------------------------------------------------------------------- 13.
7 – Análise de dados -------------------------------------------------------------------------14.
	8 - Conclusão ---------------------------------------------------------------------------------- 15.
	9 - Referências bibliográficas -------------------------------------------------------------- 16.
1 - INTRODUÇÃO
A inflação nada mais é do que o aumento dos preços ao consumidor ou a desvalorização da moeda, a elevação desse fenômeno pode ter como consequência o aumento do desemprego, aumento das taxas de juros e a diminuição de investimentos no setor produtivo, sendo os trabalhadores a serem os principais prejudicados. 
Durante muito tempo a economia brasileira conviveu com a alta inflação, a década de 1980, por exemplo, ficou conhecida como a “década perdida” pela política de juros altos e foi exatamente essa política que fez com que ocorressem desequilíbrios no setor produtivo, elevando os preços e fazendo com que surgisse um novo patamar inflacionário, a hiperinflação. Esse cenário continuou até que foi implantado em 1994 o Plano Real, considerado o plano econômico mais eficaz da história do país, que tinha por objetivo a estabilização econômica por meio da redução da inflação, ampliando o poder de compra da população e ainda viabilizou o aumento dos investimentos das empresas e, consequentemente, um maior crescimento do país. 
Com a intenção de atender aos objetivos propostos, o artigo encontra-se dividido em 6 seções, incluindo esta: expor-se-á na seção 2 a definição do que vem a ser a inflação, além de uma breve explicação da politica monetária e do regime de metas inflacionárias brasileiro; a seção 3 apresentará os três principais tipos de inflação; a seção 4 constitui-se das causas que compõem uma alta inflação e das consequências que esta causa no país; a seção 5 demonstra a recente evolução inflacionária brasileira, além de apresentar um histórico da alta inflação brasileira em tempos de crise; por fim a seção 6 que concluirá o presente artigo. 
2. DEFINIÇÃO DE INFLAÇÃO, POLITICA MONETÁRIA E REGIME DE METAS INFLACIONÁRIAS NO BRASIL.
A inflação é um fenômeno monetário e pode ser conceituada como um persistente aumento dos preços dos bens e serviços na economia, e que acaba por ocasionar uma desvalorização monetária, ou seja, a perda do poder de compra da moeda, isso quer dizer que cada vez mais se necessita de uma maior quantidade de dinheiro para manter os mesmos padrões de consumo. As causas são diversas, o exemplo mais típico é o aumento da emissão de papel-moeda pelo governo para cobrir as despesas do estado sem que tenha ocorrido um aumento nas atividades econômicas acabando por ocasionar um aumento na demanda, ou seja, levando a inflação de demanda. No curto prazo se a produção de bens e serviços não acompanhar a demanda agregada os preços tendem a subir. Por isso, existe a política monetária com o objetivo de estabilidade dos preços. 
A política monetária exerce grande influência na economia de um país, é uma política econômica e tem por objetivo controlar o poder de compra da moeda, controlando a oferta da mesma, e consequentemente as taxas de juros. As diretrizes e normas da política monetária são definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e executada pelo Banco Central, responsável pela emissão de moeda. A politica monetária pode ser expansionista ou contracionista.
A politica monetária expansionista consiste em aumentar a oferta de moeda na economia, com o objetivo de incentivar o crescimento econômico através do aumento da demanda, uma vez que aumentada a oferta de moeda, o juro que é o preço da moeda cai, estimulando o consumo, ou seja, na politica monetária a taxa de juros é o principal instrumento que define o consumo e a demanda. Se o poder de compra da sociedade aumenta as empresas irão aumentar os investimentos produtivos para atender a demanda, gerando novos empregos, aumentando o PIB e aumentando a liquidez. No entanto a economia pode sofrer alguns efeitos colaterais. No curto prazo se a demanda agregada for maior que a oferta agregada os preços tendem a subir levando a um processo inflacionário.
Por outro lado, se o objetivo do governo for conter a inflação, este pode atuar utilizando a política monetária contracionista, que consiste em reduzir a oferta de moeda na economia, elevando a taxa de juros e diminuindo a liquidez, visando reduzir a demanda agregada, pois se a demanda agregada for menor que a oferta agregada a pressão sobre os preços será menor, portanto controlando a inflação.
A política monetária tem como referência o sistema de metas para a inflação, este implantado inicialmente na Nova Zelândia em 1990 e tem como propósito garantir a estabilidade de preços. Essa estratégia de controle inflacionário foi adotada no Brasil por meio do Decreto n°3.088 de 21 de junho de 1999, que estabelece o regime de metas para inflação como ferramenta para a condução da política monetária no Brasil, após o regime de âncora Cambial executado durante o Plano Real.
No Brasil, as metas de inflação assim como o intervalo de tolerância, são estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, a meta numérica para a inflação anunciada publicamente é estabelecida com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE. A partir de então o Banco Central passa a operar em função de atingi-la, e utiliza a taxa de juros determinada no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) como ferramenta de condução para a política monetária. Se caso a meta não seja cumprida o presidente do Banco Central tem por obrigação encaminhar carta aberta ao Ministro da Fazenda esclarecendo os motivos do não cumprimento da meta.
3. PRINCIPAIS TIPOS
DE INFLAÇÃO
3.1. Inflação de demanda
A inflação de demanda pode ser entendida como dinheiro demais à procura de poucos bens, ou seja, o fato de haver excesso de demanda agregada em relação à produção disponível de bens e serviços, provocando um aumento significativo dos preços. Com o objetivo de combater a inflação o governo pode atuar de duas formas: diretamente, com a redução dos seus próprios gastos, sendo ele o “maior consumidor” provocando um recuo na demanda agregada, já de maneira indireta o governo realiza políticas que desaceleram o consumo e o investimento privado com políticas monetárias que reduzam a quantidade de moeda e de crédito, ou um aumento da carga tributária, tanto sobre bens de consumo como de capital provocados por um déficit público coberto por emissão de moeda, por conta do aumento da renda real dos consumidores, ou excesso de liquidez de economia. A inflação de demanda se agrava quando a economia está cartelizada ou quando é dominada por monopólios privados que não tem interesse em expandir a oferta para acompanhar a demanda, agindo como se estivesse em estado de pleno emprego. “Para combater a inflação de demanda, os governos adotam soluções que passam geralmente por controle dos meios de pagamento e dos salários, visando contrair a demanda”. (Antônio Muller, 2004)
3.2. Inflação de oferta
A inflação de oferta ou de custo ocorre com a alta de preços no mercado de fatores e insumos. No geral tem a seguinte natureza: o preço de um bem ou serviço esta relacionado ao seu custo de produção. Entretanto, se estes sobem o preço do bem provavelmente aumentará, sendo um dos motivos o aumento salarial. Contudo, vale ressaltar que o aumento salarial não tem interferência direta com o custo unitário de produção, pois se a produtividade aumenta proporcionalmente ao salário, os custos por unidade de produção não serão afetados. Por exemplo, se o salário aumenta em 9% a produtividade cresce na mesma proporção, o custo salarial por unidade de produção permanece o mesmo, sendo desnecessário elevarem-se os preços.
Por outro lado, devido à pressão dos sindicatos com o maior poder de barganha, são capazes de forçar o aumento salarial acima do nível de produtividade, gerando um crescimento no custo de produção por bens ou serviços. Portanto têm-se uma inflação impulsionada pelos custos de produção. Algumas firmas com elevado poder de monopólio e oligopólio têm condições de elevar seus lucros acima do custo de produção gerando a inflação de custos ou de lucros.
3.3. Inflação inercial
A inflação inercial que é um tipo de inflação de custo ocorre quando, para se resguardar do processo inflacionário e sempre querendo vantagens os empresários, elevam os seus preços para corrigir a inflação passada. Como muitos querem ficar acima, a tendência da inflação é sempre de aceleração sendo necessária uma atenção do Governo para não perder o controle da Economia e os preços dispararem.
4. CAUSAS DA INFLAÇÃO
	Existem muitos fatores que influenciam para que ocorram uma elevação dos preços, citarei aqui os principais elementos que contribuem para esse resultado: Quando o custo para gerar um produto aumenta, temos a inflação de custos e se as empresas produzem menos que a demanda da população ocorre a inflação por demanda. Existem outras causas que estão diretamente relacionadas com os elementos mencionados anteriormente, como vamos observar a seguir.
 Causas
 Custos de produção
	Nesse caso a demanda permanece quase inalterada, mas a substância bruta necessária para a produção pode ter sofrido elevação por alguma razão. Pois o valor de um bem tende a se relacionar com o preço para produzi-lo. Das razões: se o governo eleva a carga tributária os preços sobem, se a matéria-prima é própria de apenas uma estação, os custos sobem no caso das quebras na colheita, dentre outras razões. 
 Demanda
	Acontece quando a procura por um produto é maior que a quantidade oferecida, com isso a tendência do preço é aumentar. Esse tipo de inflação tende a ocorrer quando a economia se aproxima do pleno emprego, isto é, os fatores de produção estão sendo utilizados por completo. Essa produção baixa está associada a Lei da oferta e da procura, a partir dela é possível observar o comportamento predominante dos consumidores na compra de bens em determinado período, em função dos preços.
4.1.3. Outras causas inflacionárias
	Quando o governo aumenta os impostos para cobrir dívidas, o valor é repassado para os consumidores ou quando a uma emissão excessiva de moeda, o volume de dinheiro em circulação é maior que os bens e serviços ofertados, nesse caso a inflação têm uma causa monetária. 
	Existe também o fator psicológico, onde a as empresas e a classe trabalhadora acreditam que haverá inflação com isso as empresas aumentam os preços pra não ocorrer o risco de perda de lucros e os trabalhadores reivindicam por melhores salários, para não perderem seu poder de compra.
	Acontece ainda os cartéis e a indexação. O cartel e decorrente de uma pequena oferta de um produto, onde os principais concorrentes fazem um acordo para fixação dos preços mais altos. A indexação é gerada pelo reajuste de preços feitos em consequência do processo inflacionário ocorrido anteriormente, isso é mais evidente em preços de alugueis e outros contratos que contém cláusulas de indexação. 
	Estes outros fatores em geral estão relacionados aos principais elementos, custo de produção e demanda. 
CONSEQUÊNCIAS DA INFLAÇÃO
Desvalorização da moeda do país.
	Moeda é o meio pelo qual são efetuadas as transações monetárias. Todo país possui uma moeda padrão que se caracteriza por um poder de compra interno e, em alguns casos, externo. Caso haja desvalorização da moeda local, automaticamente os preços relativos dos produtos produzidos internamente caem em relação aos preços praticados no exterior. Se isso acontecer os produtos internos se tornam mais atrativos aos estrangeiros que tendem a comprá-los em maior quantidade e com maior intensidade influenciando assim o aumento das exportações. Contudo, o que é produzido internamente passará agora atender à demanda interna do país e dos estrangeiros que passam também a consumir os produtos, dado que com a desvalorização da moeda estarão mais baratos. Por outro lado o aumento dos custos das importações serão repassados ao consumidor interno que por sua vez pode estimular ainda mais a inflação. Caso o valor total das importações exceda o valor total das exportações, ocorrerá o chamado déficit da balança comercial que é utilizado quando os gastos ou despesas excedem os ganhos ou receitas. 
Diminuição dos investimentos no setor produtivo.
	Durante a inflação a taxa de juros sobe e com o aumento deste, os produtos, serviços e investimento ficam mais custosos. Ao ficarem mais custosos o número de compradores tende a diminuir gerando assim menos lucro ao setor secundário, com menor quantidade de lucro e com um preço de investimento elevado o número de investidores também tem tendência a diminuir pois o lucro antes existente agora diminuiu podendo até mesmo virar prejuizo aos investidores. Por este e outros motivos ocorre a diminuição dos investimentos no mercado durante a inflação.
Clima econômico desfavorável
	Clima econômico é a caracterização do estado de espírito geral da economia global ou de uma economia regional, que capta a situação do mercado de ações e a caracterização da percepção da economia por parte dos consumidores, bem como a disponibilidade de postos de trabalho e de crédito. As decisões de negócios, tais como contratação, empréstimos (Fornecidos), empréstimos (Recebidos) e investimentos em novas iniciativas muitas vezes são fortemente influenciados pelo clima económico global.
	A crise econômica global resultou em condições econômicas desfavoráveis ​​e maior volatilidade nas taxas de câmbio e pode ter um impacto adverso sobre resultados de negócios ou condições financeiras. Países que sofrem da alta inflação chegam a ser vistos no mercado internacional de uma forma negativa, pois os grandes
investidores e empresas sabem que uma inflação alta é um grande indicativo que a economia do país está passando por algumas fortes complicações. 
Aumento da especulação financeira
	Investidores externos, que querem fazer seu dinheiro render de maneira rápida e em grande quantidade, buscam países com alta inflação para tirar vantagem das altas taxas de juros que estes oferecem. A atratividade dos investimentos em renda fixa como títulos do tesouro, CDB (Certificados de Depósitos Bancários), está relacionada com a sua rentabilidade, consequentemente uma elevação na taxa de juros aumentará o volume investido. Este capital especulativo é prejudicial para a economia de um país, pois grandes somas de capital podem entrar e sair rapidamente, causando instabilidade no mercado de câmbio.
Elevação da taxa de juros
	Ao passo de que a renda fixa fica mais viável com a elevação da taxa de juros, a renda variável tende a sofrer um impacto. Caso haja um aumento da taxa, parte dos investidores vendem suas ações para aplicar em ativos de renda fixa, e com isso o preço das ações tendem a cair. A elevação da taxa de juros eleva o custo de financiamento dos gastos e, simultaneamente, transmite sinais negativos ao potenciais investidores e consumidores. O resultado da elevação da taxa de juros é sempre a redução dos gastos efetivos e, portanto, a desaceleração econômica e o aumento do desemprego.
	Outro impacto desfavorável é sobre a taxa de câmbio, isso porque o aumento da diferença entre o juro doméstico e o juro internacional aumenta o espaço para operações de arbitragem cambial, entende-se por uma operação de compra e venda de valores negociáveis, com todos os impactos prejudiciais para a Balança Comercial.
Aumento do desemprego
	O aumento do desemprego é uma das possíveis medidas adotadas para o desaceleramento da economia de um país, pois quanto menos pessoas trabalhando menor serão os investimentos no setor produtivo, devido à baixa rentabilidade ofertada, o que fará os investidores aplicarem seu dinheiro remanescente no setor financeiro, apoiando assim o país para a saída de uma árdua inflação.
A EVOLUÇÃO RECENTE DA INFLAÇÃO NO BRASIL
O Brasil completou em 2014 um extenso ciclo de precisamente 81 anos convivendo intensamente com o fenômeno da inflação. Esse circuito teve inicio assim que ultrapassado o momento mais ríspido de recessão mundial provocada pela crise de 1929, onde o país vivenciou uma deflação permanente até 1933, causando um recuo próximo de 22,5% nos preços internos medidos pelo Deflator Implícito do Produto.
Os anos 60 em seu inicio tiveram uma aceleração na inflação devido a muitos fatores, e entre eles aos déficits governamentais adquiridos com despesas como a construção de Brasília. Com esse crescimento acelerado, políticas de estabilização visando o controle dos preços, equilíbrio das finanças governamentais e diminuição dos salários reais ocasionaram um recuo nas taxas de inflação, em torno de 19% anuais ao fim da década. No inicio da década de 1970 os níveis inflacionários vinham decrescendo, ainda sobre efeito das políticas de estabilização aplicadas na década anterior. Mas, com os dois choques do petróleo (o primeiro em 1973 e o segundo em 1979) observou-se uma rápida elevação da taxa de inflação terminando a década com uma inflação média de 77%.
Por essas particularidades, o Brasil iniciou os anos 80 com muitos problemas: falta de crédito internacional, crescimento dos níveis inflacionários e elevada dívida interna e externa. Além desses problemas, a década de 1980 também foi marcada pela política de juros altos e foi exatamente essa política que fez com que ocorressem desequilíbrios no setor produtivo, elevando os preços e fazendo com que surgisse um novo patamar inflacionário. Por isso ficou conhecida como a “década perdida”.
Em um cenário de execrável crescimento, instabilidade e aumento constante de preços, apareceram diversos planos econômicos que apresentavam como objetivo a busca pela estabilização via controle inflacionário. Em maior ou menor intensidade, esses planos não alcançaram seus objetivos, pois, além de não atacarem as causas estruturais da inflação empregaram mecanismos por período de tempo maior que o desejável, sem tomar medidas de longo prazo, em um cenário de pouca concorrência externa (BAER, 2007).[1: Plano Cruzado (1986), Plano Cruzado II (1986), Plano Bresser (1987), Plano Verão (1989), Plano Collor I (1990) e Plano Collor II (1991). ][2: Déficit público, dívida externa, dívida interna, entre outras.]
O Brasil inicia a década de 1990 em uma nova situação: onde o Estado iria ceder espaço às leis do mercado que iriam reger a economia, situação essa que foi de extrema importância para o sucesso do Plano Real, no que diz respeito ao controle inflacionário (GREMAUD, VASCONCELOS & JÚNIOR, 2007).
Elaborado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso quando era ministro da fazenda, no mandato de Itamar Franco (1992- 1994) e executado durante seu mandato entre 1994 a 2002, o plano obteve êxito devido a muitos fatores, dentre eles a valorização cambial possibilitada pela abertura econômica.
A principal ferramenta para o domínio inflacionário (âncora cambial) no primeiro instante do plano consistiu na manipulação da taxa de cambio, via taxa de juros. As medidas adotadas para eliminar contas externas foram a limitação da demanda interna pelo abatimento no volume de crédito disponível e o crescimento da taxa de juros para atração do capital externo. A taxa de juros passou a ser o principal utensílio de política monetária para conter variáveis como taxa de inflação, de câmbio e fluxo de capital externo.
Assim que foi adotado o regime de câmbio flutuante, em 1999, a âncora cambial (que possibilitava a valorização cambial) fundamental utensílio para domínio inflacionário foi perdida, fazendo com que os preços se elevassem rapidamente. Para controlar essa aceleração foi adotado em junho do mesmo ano o regime de metas de inflação. Novamente a ferramenta para atingir as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) foi o uso da taxa de juros que dominaria a demanda, por conseguinte a inflação. Porém, a taxa de juros só é eficiente para controlara inflação de demanda, deixando de lado a inflação de custos e a inercial. O governo passou a ter como base o tripé: câmbio flutuante, metas de inflação e superávit primário.
Foi sobre um cenário de pressões inflacionárias, baixa taxa de crescimento econômico, e elevação da dívida pública, que se iniciou o primeiro mandato do governo de Luís Inácio Lula da Silva (2003-2007), a estabilização da inflação foi alcançada graças à continuidade da política do tripé, mas a partir de 2009 com a crise mundial que aconteceu nos EUA, o governo brasileiro iniciou uma diminuição das metas inflacionárias, das taxas de juros e do superávit primário, fazendo o país ter sua maior taxa de crescimento dos últimos 25 anos.
Passados 20 anos do Plano Real a estabilidade no país está cada vez mais consolidada, mas a luta contra a inflação não acabou e ainda se exige reformas tributárias, fiscais e trabalhistas, para que o Brasil se posicione definitivamente frente às economias mundiais.
METODOLOGIA
Para a realização desse trabalho, foram utilizados três técnicas de pesquisa: por meio de vídeo-aulas explicativas, além da internet e um referencial bibliográfico de diversos artigos científicos e monografias, dentre outros citados no referencial bibliográfico.
Estas pesquisas foram de grande importância, pois a utilização de diversas fontes ao mesmo tempo permite diversas conclusões mais bem elaboradas sobre o tema proposto. Durante o trabalho foram abordadas questões a respeito das três importantes causas de uma alta inflação além de seus efeitos negativos sobre a economia do País, tendo como referência as diversas crises inflacionárias que atingiram os grandes países europeus, os EUA e o Brasil.
No decorrer do estudo foram analisadas que diversas medidas como o Plano Real e as metas de inflação, adotadas durante este plano,
recebem um maior destaque com relação às outras, pois viabilizaram a estabilização de uma inflação exorbitante vivenciada no Brasil em tempos de crise. 
 ANALISE DE DADOS
	Baseado nos dados reunidos ao longo desta pesquisa verificou-se que os processos inflacionários vêm sofrendo mudanças mais perceptíveis desde a crise de 1929. Com esse aumento acelerado os governantes deste então passaram a adotar medidas de estabilização dos preços, raramente obtendo algum sucesso.
	Durante esse período de maior instabilidade, muitos fatores foram responsáveis para que as medidas de controle inflacionário não tivessem um resultado positivo, desde a construção de Brasília até crises do petróleo. 
	As principais medidas foram utilização da taxa de juros para atrair o capital externo, regime de metas de inflação, e posteriormente o Governo passou a ter como embasamento o tripé, câmbio flutuante, metas de inflação e superávit primário. 
	Como consequência das reformas na economia não serem suficientes para controlar os altos índices, o Brasil apresenta um desenvolvimento econômico lento, apresentando altas taxas de desemprego, diminuição dos investimentos nos setores produtivos e desvalorização da moeda. Sendo assim o país encontra-se em uma situação onde levará anos para se estabilizar econômico-social.
	
	
CONCLUSÃO
	O presente trabalho buscou apresentar alguns pontos essenciais para entender a inflação brasileira recente. Inicialmente apresenta-se o conceito de inflação, posteriormente a evolução inflacionária brasileira onde se tem um histórico da inflação brasileira da década de 60 aos anos 2000 em que a inflação estava completamente fora de controle até a introdução do Plano Real que trouxe um maior equilíbrio dos preços para a economia brasileira. Apresentou-se ainda o regime de metas de inflação adotada como referência para a política monetária brasileira. 
	Logo mais adiante no trabalho foram apresentadas as causas e os tipos de inflação. São basicamente duas as suas causas: aquela provocada pelo excesso de demanda e aquela provocada pelo aumento dos custos de produção. Os demais tipos de inflação, em geral, se relacionam com essas causas principais.
	E, por fim, foram explicadas as diversas consequências que uma alta inflação causa na economia de um país, sendo as mais importantes à desvalorização da moeda e uma elevação nas taxas de juros que podem acabar acarretando em todas as outras consequências citadas neste trabalho.
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