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SEGURO DESEMPREGO - Previdenciário

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SEGURO DESEMPREGO
Desemprego Involuntário
Segundo(...) em sua obra (...), está estabelecido na Constituição Federal que os planos de previdência social cobrirão, nos termos da lei, acontecimentos como a doença, a invalidez, a morte e a idade avançada; que referidos planos prestarão auxilio à manutenção dos dependentes de segurados de baixa renda, proteção à maternidade, especialmente à gestante, pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge, companheiros e dependente. Por fim, que prestarão proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário. Ficando a cargo do legislador ordinário a tarefa de criar benefício previdenciário que poderá denominar-se “auxílio-desemprego”, inserindo-o no regime de previdência social, devido ao beneficiário segurado.
O desemprego abarcado pelo legislador é o involuntário, razão porque ficam excluídas as hipóteses de falta de greve e de pedido de demissão. Na lei nº 8.213, de 1991, o legislador ordinário estabeleceu que a previdência social tem por fim assegurar a seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção por motivo de desemprego involuntário. O desemprego involuntário foi excluído, relegado à disciplina de lei específica. O seguro social, que o trabalhador paga para o sistema securitário, não lhe outorga, ainda, cobertura na situação de desemprego involuntário. Alcançará, quando o legislador houver por bem aprovar lei especial a respeito, o problema do desemprego involuntário do segurado.
Ainda complementa o autor que o salário do trabalhador tem natureza alimentar. Decorrente disso, a relevância da perda do emprego, que traz, como consequência, o não-recebimento de remuneração. Portanto, essa garantia faz-se impérios quando presentes esses dois fatores: desemprego involuntário e não-recolocação no mercado de trabalho. Regulamento o disposto no inc. II do art. 7º da Constituição Federal, a Lei nº7.998, de 11-1-90, disciplina o seguro-desemprego, dentro do campo que pode ser chamado de proteção social.
Seguro-desemprego
Muito embora o legislador ordinário, na Lei nº7.998 de 11-1-90, tenha estipulado que estava disciplinado o disposto no art. 201 da Constituição Federal, essa atividade reguladora não ocorreu. Da leitura do regulado nos artigos, parágrafo e incisos da lei nº 7.998, de 11-1-90, contata-se que disciplinados foram dois direitos: 
(a) seguro-desemprego, previsto no inc, II do art. 7º, da Constituição Federal, e 
(b) “abono-salarial”, previsto no § 3º do art. 239 da Constituição Federal.
 Não foi crido benefício previdenciário que alcançasse o trabalhador segurado, em situação de desemprego não voluntário. A referência ao art. 201 da Constituição Federal feita no art. 1º da Lei nº 7.998, de 11-1-90, constitui estampada e grosseira impropriedade de técnica legislativa.
Alguém ou além do campo previdenciário, regulamentando o disposto no inc. II do art. 7º da Constituição Federal, a lei nº 7.998, de 11-9-90, traz para o mundo jurídico o seguro-desemprego. Até que o legislador prove lei específica sobre o auxílio-desemprego, dentro da área previdenciária, o trabalhador terá direito, se preencher os requisitos exigidos, ao benefício seguro-desemprego como qualquer outro trabalhador, segurado ou não dá previdência oficial obrigatória. O seguro-desemprego ora em evidência não é benefício previdenciário, stricto sensu.
O seguro-desemprego objetiva prover o trabalhador de ajuda em dinheiro. Visa, também, auxiliá-lo na recolocação no mercado de trabalho. Para a obtenção de novo emprego, o Ministério do Trabalho e Emprego lança mão de ações integradas de orientação e qualificação profissional.
A lei nº 7.998, de 11-9-90, impõe o preenchimento de determinados pressupostos para que o seguro-desemprego seja concedido ao trabalhador. São eles: 
(a) que o contrato de emprego de emprego tenha sido dissolvido sem justa causa; 
(b) que tenha havido recebimento de salários consecutivos nos seis meses que antecederam o término da relação de emprego; 
(c) que o obreiro tenha trabalhado, como empregado de pessoa jurídica ou pessoa física equiparada à justiça, pelo menos 6 meses nos últimos 36 meses que antecederam a data da dispensa que originou, o pedido de seguro-desemprego; 
(d) que não esteja usufruindo benefício previdenciário, salvo auxílio-acidente e pensão por morte; 
(e) que não esteja percebendo auxílio-desemprego; e 
(f) que não possua renda própria.
O período de tempo máximo de percebimento de seguro-desemprego está estabelecido na lei: 3 a 5 meses. Esses meses são contados dentro de determinado período aquisitivo do direito: 16 meses. A cada 16 meses, isto é, a cada período aquisitivo, pode o trabalhador, satisfeitos os pressupostos legais, requerer a concessão do seguro-desemprego.
O valor pecuniário do seguro-desemprego é proporcional à média dos salários dos últimos três meses antecedentes à despedida. Até determinada faixa salarial é aplicado o índice 0,8; em faixa salarial mais alta, 0,5; e acima determinada faixa, mais alta, o valor do seguro-desemprego é fixo. Nota-se que o objetivo é dar maior cobertura àqueles de menor renda, respeitada sempre a remuneração mínima correspondente ao salário mínimo (Lei nº 7.998/90, art. 5º, § 2º)
O valor correspondente ao seguro-desemprego é considerado direito pessoal. Desta forma é intransmissível (Lei nº 7.998/90, art. 6º). O trabalhador desempregado não transmite a seus herdeiros e sucessores esse direito, personalíssimo, exceto na hipótese de falecimento do segurado, caso em que parcelas vencidas serão recebidas pelos dependentes, por meio de alvará judicial.
O direito relativo seguro-desemprego pode ser postulado a partir do sétimo dia de extinção contratual sem justa causa, como escrito no art. 6º da Lei nº 7.998, de 11-9-90. O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador – Codefat, pela Resolução nº 252, de 4-10-00, estabeleceu prazo máximo para tal postulação: 120 dias (art. 9º). Sem embargo não se consigne, nessa resolução, a consequência do não-requerimento dentro do prazo máximo, emerge ela óbvia: o trabalhador perde o direito a seguro-desemprego. Essa verdadeira decadência de direito, não prevista na lei, torna-se discutível a legalidade, no particular, da citada Resolução.
A fonte de custeio do seguro-desemprego é o Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT -, administrado pelo Ministério do Trabalhador. Desse fundo é que são extraídos os recursos pecuniários para cobertura com o desemprego involuntário. Os recursos do FAT, por sua vez, =soa extraídas dos PIS/Pasep (Lei nº 8.019, de 11-4-90). O programa de Integração Social – PIS -, criado pela Lei Complementar nº 7, de 7-9-70, tem como meta integrar o empregado na vida e no desenvolvimento das empresas. Para a materialização do PIS, o legislador criou um Fundo de Participação (LC, nº 7/70, art. 2º), para qual são recolhidos, pelas empresas, os seguintes recursos pecuniários: (a) parcela deduzida do imposto de renda; e (b) parcela relativa a recurso próprio da empresa: 5% sobre o faturamento. O Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público – Pasep – foi criado pela Lei Complementar nº 8, de 3-12-70. Os recursos pecuniários para esse programa são originários de contribuições de União Federal, dos Estados, Municípios etc.
As despesas realizadas com a execução do programa seguro-desemprego, bem como aquelas resultantes do pagamento do denominado “abono anual”, são suportadas pelo PIS/Pasep. Esse financiamento está estabelecido no art. 239 da Carta Política de 1988.
Abstraída essa fonte de custeio, outra é estabelecida na Constituição Federal. A empresa que apresentar índice de rotatividade de mão-de-obra superior ao índice médio do setor fica obrigada ao pagamento de contribuição adicional para financiamento do seguro-desemprego. Essa disposição de Lei Constitucional, no entanto, é de eficácia contida, eis que o legislador maior relegou sua regulamentação à lei ordinária, o que ainda não ocorreu.	
O trabalhador candidato ao seguro-desemprego precisa receber precisa receber de seu ex-empregador,
devidamente preenchidos, dois formulários: comunicação de dispensa- CD e requerimento de seguro-desemprego - SD -, encontrado à venda nas papelarias. A obrigação de fornecer esses dois impressos preenchidos decorre da resolução do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador - Codefat (resolução n° 252, de 4-10-00). O descumprimento dessa norma, segundo referida Resolução, implica a aplicação da multa prevista no art. 25 da Lei n° 7.998, de 11-1-90. Além de multa, o empregador responsável pelo não-cumprimento das normas que regem o seguro-desemprego pode ser obrigado a pagar indenização pelo dano causado ao trabalhador.
O trabalhador há de demonstrar a existência de despedida sem justa causa, o que fará com o formulário chamado Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho. E também deve comprovar sua inscrição no PSI. Apresenta essa documentação ao Ministério do Trabalho. Processado e deferido o pedido, o Ministério do Trabalho elabora o Documento Seguro Desemprego - DSD -, o qual é enviada à Caixa Econômica Federal, agente pagador do seguro-desemprego.
Cite-se ainda que, rejeitado o requerimento de seguro-desemprego, cabível recurso ao Ministério do Trabalho, no prazo de 90 dias, contados da data em que o trabalhador tomar ciência do não-deferimento. Esse recurso, de natureza administrativa, está previsto no § 4º, art. 15, da Resolução nº 252, de 4-10-00, do Codefat.
Abono Anual
Os trabalhadores empregados, integrantes do PIS ou do Pasep, desde que percebam remuneração de até dois salários mínimos, fazem jus ao recebimento do abono anual, no valor correspondente a um salário mínimo. É necessário que mencionados obreiros prestem serviços a empregadores que contribuem para os programas PIS/Pasep. 
O disposto pelo legislador constitucional no § 3º o art. 239 da Lex Legum foi regulamentado pela lei nº 7.998, de 11-1-90. Não é demais ressaltar que o abono anual em nada se relaciona com o seguro-desemprego. Tanto este quanto aquele objetivam dar proteção social ao trabalhador. No entanto, a aquisição do direito respectivo observa requisitos distintos.
O abono anual não é recebido pelo trabalhador como contraprestação de serviços prestados para o empregador. Não tem como causa direta os serviços prestados. Cuida-se, isto sim, de prestação pecuniária recebida pelo trabalhador cadastrado há pelo menos cinco anos no PIS/Pasep; e, mais: que tenha, no ano-base trabalhando para empregador que tenha contribuído para o PIS/Pasep durante o prazo mínimo de 30 dias.
O PIS/Pasep, inda que de forma indireta e acanhada, tem relativa conotação com a participação nos lucros ou nos resultados na empresa, inserida pelo legislador na Lei Fundamental. Sente-se esse significado quando o trabalhador participa ativamente dos direitos previstos no PIS/Pasep, dele retirando o montante total de sua participação ou recebendo apenas o epigrafado abono anual.

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