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TEORIA GERAL DO ESTADO E SEUS OBJETIVOS

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A Teoria Geral do Estado e seu objetivo.
A questão do método
 
 
1. Introdução
 
Antes de começarmos nosso estudo sobre Teoria Geral do Estado 
necessitaremos da distinção entre Direito Constitucional e Ciência Política. Aquele 
estuda a organização de um Estado determinado, e daí termos Direito Constitucional 
brasileiro, ou francês, ou italiano, etc. A Ciência Política estuda o Estado em geral, nos 
seus elementos permanentes, indaga-lhe a origem e a finalidade, descreve a estrutura e o 
funcionamento de seus órgãos.
O Direito Constitucional tem por objetivo um Estado determinado, o 
estudo da organização de um Estado como fato histórico, singular, concreto.
Demos à Ciência Política a designação que melhor lhe cabe de Teoria 
Geral do Estado e assentemos que seu objetivo é o estudo do Estado em geral, do 
Estado como fato social, que se repete uniformemente, quanto à natureza intrínseca, no 
tempo e no Espaço, é a ciência que investiga e expõe os princípios fundamentais da 
sociedade política denominada Estado, sua origem, estrutura, formas e finalidade.
Comumente se denomina Política à orientação específica do Estado em 
determinado assunto: política econômica, política educacional, etc. Por isso, sempre 
que se tenha por objeto o estudo do Estado, se deve dizer Ciência Política, para eliminar 
confusões.
 
 
1.Teoria Geral do Estado
1.1. Conceito
 
Os tratadistas franceses consideram a Teoria Geral do Estado ou como 
o complemento teórico do Direito Constitucional ou como sua parte geral. Assim Carré 
de Malberg, quando afirma que a Teoria Geral do Estado tem por objeto o estudo da 
idéia que convém fazer-se do Estado, esclarece: “Não se creia, no entanto, que a Teoria 
Geral do Estado seja a base inicial, o ponto de partida ou a condição preliminar do 
sistema do Direito Público ou do Direito Constitucional. Ao contrário, ela é - pelo 
menos enquanto teoria jurídica - a conseqüência, a conclusão, o coroamento do Direito 
Constitucional. A idéia de Estado não deve ser uma concepção racional, a priori, mas 
decorrer dos dados fornecidos pelo Direito Público positivo.”
Alguns autores brasileiros oferecem contribuição direta à conceituação 
da Teoria Geral do Estado principalmente depois que ela se erigiu em disciplina 
fundamental nas Faculdades de Filosofia.
 
PEDRO CALMON conceitua Teoria geral do Estado como estudo da 
estrutura do Estado, sob os aspectos jurídico, sociológico e histórico.
 
QUEIRÓS LIMA considerava-a parte teórica do Direito Constitucional.
 
MIGUEL REALE assim se exprime: “Embora o termo Política seja o 
mais próprio aos povos latinos, mais fiéis às concepções clássicas, é inegável que, por 
influência germânica, já está universalizado o uso das expressões Teoria Geral do 
Estado e Doutrina Geral do Estado para designar o conhecimento unitário e total do 
Estado. A palavra Política é conservada em sua acepção restrita para indicar uma parte 
da Teoria Geral, ou seja, a ciência prática dos fins do Estado e a arte de alcançar esses 
fins.”
 
ORLANDO CARVALHO, depois de acentuar as divergência 
terminológicas, sintetiza seu esplêndido trabalho: "A Teoria Geral do Estado tem por 
objeto o estudo sistemático do Estado".
 
PINTO FERREIRA define Direito Constitucional como a "ciência 
positiva das Constituições", e Teoria Geral do Estado como a “ciência positiva do 
Estado” .
 
SOUSA SAMPAIO diz que, em sua acepção ampla, é uma ciência que 
estuda os fenômenos políticos em seu tríplice aspectos - jurídico, sociológico e 
filosófico - e que melhor lhe caberia a designação de Ciência Política, a political 
science dos autores de língua inglesa.
 
MACHADO PAUPÉRIO considera a Teoria Geral do Estado como a 
estrutura teórica do Direito Constitucional e Política sua aplicação prática.
 
GALVÃO DE SOUSA inclina-se para encarar a Teoria Geral do 
Estado como a parte teórica do Direito Constitucional.
 
ADERSON DE MENEZES, propõe: "a Teoria Geral do Estado é a 
ciência geral que, na análise dos fatos sociais, jurídicos e políticos do Estado, unifica 
esse tríplice aspecto e elabora uma síntese que lhe é peculiar, para estudá-lo e explicá-lo 
na origem, na evolução e nos fundamentos de sua existência".
 
 
1.2. Objetivo
 
A Teoria Geral do Estado ou a Ciência Política tem por objetivo o 
estudo do fato político supremo, que é o Estado, e de todos os outros fatos políticos.
 
 
1. 3. O método da Teoria Geral do Estado
 
A Teoria Geral do Estado tem sido tratada e ensinada sob dois pontos 
de vista distintos. Para alguns, a preocupação do aspecto jurídico predomina; para 
outros, prevalece a orientação sociológica e política.
Se a análise jurídica da organização do Estado é necessária, não é 
menos necessário conhecer o aspecto social e político, como nascem e evoluem as 
diversas instituições, qual a influência das idéias e sentimentos, através da história, 
sobre essa construção há um tempo delicada e poderosa que é o Estado.
O método da Teoria Geral do Estado tem de ser complexo. Ao lado 
dos processo lógicos empregados pela ciência jurídica, terá de usar também os 
peculiares à Sociologia: a observação, a indução e a generalização. Sem exageros, em 
silogismo que levam aos sofismas.
 
Miguel Reale define política como: “A Ciência Prática dos fins do 
Estado e a arte de alcançar esses fins”.
 
 
 
 INTERNACIONAL Geral (TGE)
D. NATURAL CONSTITUCIONAL
 ADMINISTRATIVO Especial
 PÚBLICO PENAL
 PROCESSUAL
 
D.POSITIVO 
 CIVIL
 PRIVADO 
 COMERCIAL
 
2. Os modos de surgimento do Estado
2.1. Formação natural do Estado
 
Estado e poder são fatos diversos, que surgiram sucessivamente e não 
concomitantemente, pelo menos na maioria das sociedades primitivas.
Aceitamos a noção de Estado segundo a qual ele se 
forma de três elementos: território, população e governo.
Quando as sociedades primitivas, que eram nômades, 
compostas já de inúmeras famílias, possuindo uma autoridade 
própria que as dirigia, fixaram-se num território determinado, 
passaram a constituir um Estado. Este nasce com o estabelecimento 
de relações permanentes e orgânicas entre os três elementos: a 
população, a autoridade (ou poder político) e o território.
A vida sedentária determina a exploração sistemática da 
terra, o aparecimento de atividades econômicas mais complexas, o 
surgimento das primeiras cidades. A vida urbana marca o início da 
história e da civilização, termo cuja raiz é civitas, cidade. Por isso 
também política, a ciência do Estado, tem a sua raiz em polis.
Só um fato é permanente e dele promanam outros fatos 
permanentes: o homem sempre viveu em sociedade (Ubi societas, ibi 
jus). A sociedade só sobrevive pela organização, que supõe a 
autoridade e a liberdade como elementos essenciais, a sociedade que 
atinge determinado grau de evolução, passa a constituir um Estado. 
Para viver fora da sociedade, o homem precisaria estar abaixo dos 
homens ou acima dos deuses, como disse Aristóteles, e vivendo em 
sociedade, ele natural e necessariamente cria a autoridade e o 
Estado.
 
 
2.2. Formação histórica do Estado
 
São três os modos pelos quais historicamente se formam os Estados:
a) a) MODOS ORIGINÁRIOS, em que a formação é 
inteiramente nova, nasce diretamente da população e do país, sem 
derivar de outro Estado preexistente (Ex. França).
b) b) MODOS SECUNDÁRIOS,quando vários Estados 
se unem para formar um novo Estado, ou quando um se fraciona para 
formar outros (Ex. EUA).
c) c) MODOS DERIVADOS, quando a formação se 
produz por influência exteriores, de outros Estados (Ex. Israel).
 
 
2.3. Formação jurídica do Estado
 
Segundo Carré de Malberg, desde o momento em que a 
coletividade estatal se organiza e possui órgãos que querem e agem 
por ela, o Estado existe. Não influem sobre a sua existência as 
transformações posteriores de Constituição e forma de governo: o 
Estado nasce e permanece através de todas as mudanças.
Outros preferem considerar como nascimento jurídico do Estado o 
momento em que ele é reconhecido pelas demais potências, o que é matéria de Direito 
Internacional. No entanto, os dois pontos de vista são úteis e não se contradizem.
 
Origens do Estado (Teorias a respeito)
2.4. Teoria da origem familiar do Estado
 
As mais antigas teorias sobre a origem do Estado vêem nele o 
desenvolvimento e a ampliação da família.
A sociedade em geral, o gênero humano, deriva necessariamente da 
família, é fora de toda dúvida e por isso se diz com razão que a família é a célula da 
sociedade. Não se pode, porém, aplicar o mesmo raciocínio ao Estado.
Sociedade humana e sociedade política não são termos sinônimos. 
Exatamente quando o homem, pela maioridade, se emancipa da família, é que de modo 
consciente e efetivo passa a intervir na sociedade política. Esta tem fins mais amplos do 
que a família e nos Estados modernos a autoridade política não tem sequer analogia 
com a autoridade do chefe de família. O Estado, além disso, é sempre a reunião de 
inúmeras famílias. 
Finalmente, a teoria patriarcal é puramente conjectural, 
não tem confirmação alguma na experiência, e do ponto de vista 
lógico, radica no equívoco a que aludimos: confunde-se a origem da 
humanidade com a origem do Estado. 
 
 
2.5. Teoria da Origem contratual do Estado
 
O Estado, a sociedade política, se originou de urna convenção entre 
os membros da sociedade humana.
Rousseau entende que o contrato deve ter sido geral, 
unânime e baseado na igualdade dos homens. Rousseau funda o 
Direito e o Estado exclusivamente na igualdade dos homem, sem 
admitir nenhum princípio ou norma permanente que limitasse a 
vontade geral. O problema para ele é: "Encontrar uma forma de 
associação que defenda e proteja com toda a força comum a pessoa 
e os bens de cada associado e pela qual cada um, unindo-se a todos, 
não obedeça no entanto senão a si mesmo e permaneça tão livre 
como antes."
A origem contratual do Estado tem ainda menos consistência que 
as anteriores. É uma pura fantasia, não constitui sequer uma lenda 
ou mito das sociedades antigas.
e o Estado fosse uma associação voluntária dos homens, cada um 
teria sempre o direito de sair dela, e isso seria a porta aberta à 
dissolução social e à anarquia. Se a vontade geral, criada pelo 
contrato, fosse ilimitada, seria criar o despotismo do Estado, ou 
melhor, das maiorias, cuja opinião e decisão poderia 
arbitrariamente violentar os indivíduos, mesmo aqueles direitos 
que Rousseau considera invioláveis, pois, segundo o seu pitoresco 
raciocínio, o que discorda da maioria se engana e ilude, e só é livre 
quando obedece à vontade geral.
 
 
2.6. Teoria da origem violenta do Estado
 
Jean Bodin, o velho jurista filósofo, admitia que o 
Estado ou nasce da convenção, ou da "violência dos mais fortes". 
Quase todos os sociólogos, inspirados nas idéias de Darwin, vêem 
na sociedade política o produto da luta pela vida, nos governantes 
a sobrevivência dos mais aptos, na estrutura jurídica dos Estados a 
organização da concorrência. O darwinismo político seria a 
expressão científica do maquiavelismo, pois insensivelmente inclui 
no conceito de força não só violência mas também a astúcia.
 
 
ORIGEM DOS ESTADOS
 
TEORIA DA FORÇA
 
A teoria da força, também chamada da origem violenta 
do Estado, afirma que a organização política resultou do poder de 
dominação dos mais fortes sobre os mais fracos. Dizia Bodin que o 
que dá origem ao Estado é a violência dos mais fortes.
Glumplowicz e Oppenheimer desenvolveram amplos 
estudos a respeito das primitivas organizações sociais, concluindo 
que foram elas resultantes das lutas travadas entre os indivíduos, 
sendo o poder público uma instituição que surgiu com a finalidade de 
regulamentar a dominação dos vencedores e a submissão dos 
vencidos. Franz Oppenheimer, médico, filósofo e professor de ciência 
política em Frankfurt, escreveu textualmente: "o Estado é 
inteiramente, quanto à sua origem, e quase inteiramente, quanto à 
sua natureza durante os primeiros tempos da sua existência, uma 
organização social imposta por um grupo vencedor a um grupo 
vencido, destinada a manter esse domínio internamente e a proteger-
se contra ataques exteriores".
Thomas Hobbes, discípulo de Francis Bacon, foi o principal 
sistematizador dessa doutrina no começo dos tempo modernos. 
Afirma este autor que os homens, no estado de natureza, eram 
inimigos uns dos outros viviam em guerra permanente - bellum 
omnium contra onnes. E como toda guerra termina com a vitória dos 
mais fortes, o Estado surgiu como resultado dessa vitória, sendo uma 
organização do grupo dominante para manter o poder de domínio 
sobre os vencidos.
Note-se que Hobbes distinguiu duas categorias de 
Estados: real e racional. O Estado que se forma por imposição da 
força é o Estado real, enquanto o Estado racional provém da razão, 
segundo a fórmula contratualista.
Essa teoria da força, disse Jellinek, “apóia-se 
aparentemente nos fatos históricos: no processo da formação 
originária dos Estados quase sempre houve luta; a guerra foi, em 
geral, o princípio criador dos povos”. Ademais, essa doutrina parece 
encontrar confirmação no fato incontestável de que todo Estado 
representa, por sua natureza, uma organização de força e dominação.
Entretanto, como afirma Queiroz Lima, o conceito de força como origem 
da autoridade é insuficiente para dar a justificação, a base de legitimidade e a explicação 
jurídica dos fenômenos que constituem o Estado.
Ressalta à evidência que, sem força protetora e atuante, muitas 
sociedades não teriam podido organizar-se em Estado. Todos os poderes, inicialmente, 
foram protetores. Para refrear a tirania das inclinações individuais e conter as 
pretensões opostas recorreu-se, a princípio, à criação de um poder coercitivo, religioso, 
patriarcal ou guerreiro. E tal poder teria sido o primeiro esboço do Estado.
Segundo um entendimento mais racional, porém, a força que dá origem 
ao Estado não poderia ser a força bruta, por si só, sem outra finalidade que não fosse a 
de dominação, mas, sim a força que promove a unidade, estabelece o direito e realiza a 
justiça. Neste sentido é magnífica a lição de Fustel de Coulanges: “as gerações 
modernas, em suas idéias sobre a formação dos governos, são levadas a crer ora que 
eles são resultantes exclusivamente da força e da violência, ora que são uma criação da 
razão. É um duplo erro: a origem das instituições sociais não deve ser procurada tão alto 
nem tão baixo. A força bruta não poderia estabelecê-las; as regras da razão são 
impotentes para criá-las. Entre a violência e as vãs utopias, na região média em que 
fazem as instituições é que decidem sobre a maneira pela qual uma comunidade se 
organiza politicamente.”
 
 
 
 matriarcal
 Teoriasda origem familiar 
 patri
arcal
Origem do Estado
 Teoria patrimonial (contratual)
 
 Teoria da força
 
 
Passaremos, a seguir, ao estudo das teorias que justificam o 
Estado, as quais envolvem e englobam mesmo, necessariamente, o 
problema da origem.
 
 
MODO DE SURGIMENTO DOS ESTADOS
 
• • FORMAÇAO NATURAL DO ESTADO
• • FORMAÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO
- MODOS ORIGINÁRIOS: BRASIL 
- MODOS SECUNDÁRIOS: URSS 
- MODOS DERIVADOS: ISRAEL
• • FORMAÇÃO JURÍDICA DO ESTADO
 
ORIGENS DO ESTADO (TEORIAS) 
1a) TEORIA: TEORIA DA ORIGEM FAMILIAR DO ESTADO
2a) TEORIA: TEORIA DA ORIGEM CONTRATUAL DO ESTADO
3a) TEORIA: TEORIA DA ORIGEM VIOLENTA DO ESTADO
 
 
 
ORIGEM CONTRATUAL DO ESTADO
ou
ORIGEM CONVENCIONAL DO ESTADO
ou
ORIGEM PACTUAL DO ESTADO
 
"O Estado origina-se num acordo entre os homens, justificando-se seu 
poder com base no mútuo consentimento de seus participantes."
 
FILÓSOFOS E SUAS TEORIAS:
 
1o) Thomas Hobbes - Geração do Estado
 
"Ante a tremenda e sangrenta anarquia do estado de natureza, os 
homens abdicaram em proveito de um homem ou de uma assembléia 
os seus direitos ilimitados, submetendo-se à onipotência da tirania 
que eles próprios criaram."
 
2') John Locke - Sociedade Política
 
"Baseado no consentimento de todos a aceitar o principio majoritário, 
dando nascimento à Sociedade Política."
 
3') Jean Jacques Rousseau - Pacto Social
 
"Contrato ou Pacto Social deve ter sido - geral, unânime e baseado na 
igualdade dos homens, cuja função seria defender com toda a força 
comum a pessoa e seus bens, mas que permaneça obedecendo 
senão a si mesma, continuando tão livre como antes."
 
Conclusão: Teoria Contratual Ü Teoria sem consistência devido ao 
estado de natureza ser uma hipótese falsa, devido a que se o Estado 
fosse uma associação voluntária, cada um teria direito de sair dela Ü 
Dissolução social e anarquia.
 
AS TEORIAS DA VIOLÊNCIA
 
As teorias que consideram o Estado nascido da violência e da 
força são quase contemporâneas das teorias contratuais.
Bodin, velho jurista filósofo, admitia que o Estado ou nasce da 
convenção ou da " VIOLÊNCIA DOS MAIS FORTES."
Quase todos os sociólogos, inspirados nas idéias de Darwin, 
vêem na sociedade política o produto da luta pela vida nos 
governantes a sobrevivência dos mais aptos, e no Darwinismo 
político, a expressão científica do maquiavelismo, inclui 
insensivelmente no conceito de força não só violência como também 
a astúcia.
 
OS SOCIOLÓGOS:
 
GUMPLOWICZ, OPPENHEIMEII, LESTER WARD e CORNEJO, estes 
sociólogos vêem na sociedade política o produto da luta pela vida, e 
nos governantes a sobrevivência dos mais aptos e na estrutura 
jurídica dos Estados a organização da concorrência.
 
 
ESTADO SOBERANO (Segundo Profa. Margarida Cantarelli)
 
Estado: pedaço de terra, pedaço da humanidade
 pedaço de terra, punhado de gente
 
Definições de acordo com a concepção do autor ou enfoque que 
deseje dar (fenômeno de força; ordem sociológica; finalista, jurídico, 
orgânica ou organicista)
 
"O Estado é a nação politicamente organizada"
"O Estado é o conjunto de serviços públicos coordenados e hierarquizados"
 
 
 população
fenômeno político-social território
Elementos governo
do Estado 
 interna
 fenômeno jurídico {soberania (= autonomia)
 externa
 (independên
cia)
 
 
População: povo + estrangeiros residentes em caráter permanente
 
Povo = conjunto de indivíduos ligados ao um Estado pelo vínculo 
político-jurídico da nacionalidade
 
Características do povo: permanência e continuidade
 
 
originária (grupo étnico nascido em um território
determinado - NATUS)
Nação
 derivada ( sociedade ou organização política)
 
Mancini: “A nação é uma sociedade natural de homens a quem a 
unidade de território, de origem, de costumes e de idioma 
levam a uma comunidade de vida e de consciência social"
 
• • Quais as características para que se reconheça que um Grupo 
Humano pode ser considerado uma NAÇÃO?
 
• • concepção objetiva - funda a comunidade nacional em 
elementos de fato, determinados pela etnologia - raça, língua, 
religião, cultura, etc
 
• • concepção subjetiva - produto de uma consciência comum a 
todos os membros que compõem um grupo determinado.
 
Renan: "uma nação é uma alma, um princípio espiritual
Bergson: " nação é uma missão"
Que valor convém atribuir ao Princípio das Nacionalidades?
 
 
Interno “SELF-GOVERNMENT” (Direito
Duplo conteúdo de escolher a forma de governo que lhe 
convenha)
 
Internacional “SELF-DETERMINATION”
 
 
 
 
• • negativo ( Direito à independência)
• • positivo ( Direito à Secessão – direito a separar-se do Estado a que 
pertence ou incorporar- se a outro Estado autônomo)
 
 
TERRITÓRIO
 
Sentido da palavra x Conceito jurídico
“O Estado moderno é uma corporação de base territorial” ( Hauriou)
 
Característica do Território no Estado Moderno:
· estabilidade
· delimitação
 
 
 
Natureza jurídica do Território
1a) Teoria do Elemento Constitutivo do Estado (Geopolítica)
 
2a) Teoria do Território-Objeto: objeto do poder estatal
• • Direito real de propriedade- dominium – Estado Patrimonial (Rui 
Barbosa)
• • Direito real de soberania - imperium
 
3a) Teoria do Território Limite:
• • “o limite material da ação efetiva dos governos”(Duguit)
• • “o marco dentro do qual se exerce o poder estatal” (Carré de 
Malberg)
 
4a) Teoria da competência - o território é uma porção da superfície 
terrestre onde se aplica, com efetividade de execução, um 
determinado sistema de normas jurídicas. O território é a esfera de 
competência espacial do Estado, o marco dentro do qual tem validez 
a ordem estatal.
 
5a) Teoria do Espaço Vital - Terceiro Reich - 1933-1945
Tratado Germano-italiano 22/5/39
 
 
Competência territorial - é a que o Estado dispõe, relativamente às 
pessoas que habitam em seu território, as coisas que nele se 
encontram e a fatos que no mesmo ocorrem.
 
Características:
• • plenitude do seu conteúdo
• • exclusividade do seu exercício
Composição do território:
Domínio terrestre
• • solo ( ilhas oceânicas, fluviais ou lacustres)
• • subsolo - forma de delimitação
 
Domínio Fluvial
- rios nacionais
- rios internacionais
- rios sucessivos ( cortam mais de um Estado)
- rios contíguos ( separam Estados)
- linha mediana
- talvegue ( thalweg - "caminho no vale")
 
Domínio Marítimo ( Convenção de Montego Bay -1982)
• • Águas interiores - Portos e baias
• • Mar territorial
• • Zona Contígua
• • Plataforma continental
• • Mares internos e lagos
• • Estreitos e canais
 
Domínio Aéreo ( espaço aéreo)
• • Território ficto: Embaixadas
• • Navios e Aeronaves
• • públicas- Civis ou militares
• • privadas - Comerciais ou particularesSituações especiais:
• • Alto Mar
• • A Zona Econômica Exclusiva
 
 
3.3. GOVERNO
Este é o terceiro e último elemento constitutivo do Estado. 
É o governo que "dá forma ao Estado" (Legon). É o conjunto de 
poderes públicos que tem a seu cargo a direção política de um 
Estado, ou seja, uma definição de governo seria: o conjunto das 
funções necessárias à manutenção da ordem jurídica e da 
administração pública.
No entanto, alguns autores como o Professor Sampaio 
Dória inclui "soberania"' como sendo o terceiro elemento estatal, o 
que na visão de outros autores é um pouco ilógico essa inclusão, pois, 
soberania é justamente a força geradora e justificadora do 
elemento governo; é o requisito essencial à independência, tanto 
na ordem interna como na ordem externa. E se o governo não é 
independente e soberano, como a Irlanda e o País de Gales, o que 
teremos é um semi-Estado.
E com isso, nos esclarece que na noção de Estado perfeito 
está implícita a idéia de soberania; e que faltando uma característica 
de qualquer um dos três elementos o que sempre teremos será um 
semi-Estado.
Não poderíamos deixar de citar o grande filósofo 
Aristóteles que classificou o governo de duas maneiras. A primeira 
divide o governo em formas puras e impuras, conforme a autoridade 
é exercida tendo em vista o bem geral ou somente os interesses dos 
governantes. Moral ou política é a base desta classificação.
Já a segunda classificação é sob um critério numérico, 
conforme o governo esteja nas mãos de um só homem, de vários 
homens ou de todo povo.
Combinando o critério moral com o numérico, obtém-se a 
seguinte classificação:
FORMAS PURAS: FORMAS IMPURAS:
- Monarquia - Tirania
- Aristocracia - Oligarquia
- Democracia - Demagogia
 
No discurso “La Politique”, livro III, cap. V, Aristóteles 
faz uma síntese de toda a sua concepção em relação as formas de 
governo:
“Pois que as palavras constituição e governo significam a 
mesma coisa, pois o governo é a autoridade suprema nos Estados, e 
que necessariamente essa autoridade suprema nos Estados, deve 
estar nas mãos de um só, de vários ou da multidão, segue-se que 
quando um só, vários ou a multidão usam da autoridade tendo em 
vista o interesse geral, a constituição é pura e sã; e que, se o governo 
tem em vista o interesse particular de um só, de vários ou da 
multidão, a constituição é impura e corrompida.”
“Governo é o próprio Estado em funcionamento, é o 
conjunto dos indivíduos que tem a elevada função de dirigir as coisas 
públicas.” Pinto Ferreira.
 
 
 OS OBJETIVOS DO ESTADO E AS TEORIAS JUSTIFICATIVAS DO 
PODER ESTATAL
 
FINALIDADES DO ESTADO
- - OBJETIVAS
- - SUBJETIVAS
 
1 - OBJETIVAS
DIZEM RESPEITO AO PRÓPRIO PAPEL DESEMPENHADO PELO ESTADO
 
TEORIAS:
 
- TEORIAS DETERMINISTAS: PLATÃO E ARISTÓTELES
 
- TEORIAS ORGANICISTAS: O ESTADO COMO FIM EM SI MESMO, SEM 
FINALIDADE OBJETIVA
 
- TEORIAS MECANICISTAS: MATERIALISTAS
 
- TEORIA DOS FINS PARTICULARES: RESULTANTE DAS 
CIRCUNSTÂNCIAS EM QUE SURGIRAM E SE DESENVOLVERAM
 
2 - SUBJETIVAS
- O OBJETIVO SUPREMO DO ESTADO É A
REALIZAÇÃO DE INÚMEROS FINS PARTICULARES
DE FORMA A CHEGAR A UM OBJETIVO GERAL
 
OBJETIVOS DO ESTADO DO PONTO DE VISTA DO RELACIONAMENTO 
COM OS INDIVÍDUOS
 
- FINS EXPANSIVOS
 
- FINS LIMITADOS
 
- FINS RELATIVOS
 
1 - FINS EXPANSIVOS
O CRESCIMENTO DEMASIADO DO ESTADO EM RELAÇÃO AO 
INDIVÍDUO É A TEORIA QUE ORIGINOU OS ESTADOS TOTALITÁRIOS
 
- - TEORIA UTILITÁRIA: A FINALIDADE BÁSICA DO ESTADO É O 
DESENVOLVIMENTO MATERIAL
 
- - HTEORIA ÉTICA: O ESTADO COMO FONTE DA MORAL
 
 
2 – FINS LIMITADOS
O ESTADO COMO VIGILANTE DA ORDEM SOCIAL
- - TEORIA DO ESTADO-POLÍCIA: OBJETIVO DE PRESERVAR A 
SEGURANÇA DOS INDIVÍDUOS
- - TEORIA DO ESTADO LIBERAL: OBJETIVO DE PRESERVAR A 
LIBERDADE DOS INDIVÍDUOS
- - TEORIA DO ESTADO DE DIREITO: OBJETIVO DE EXERCER A 
SOBERANIA BASEADO NA VONTADE QUE EMANA DO POVO. 
(DERIVADA DA TEORIA CONTRATUALISTA DE FORMAÇÃO DO 
ESTADO).
 
 
3 - FINS RELATIVOS
BASEADO NA IDÉIA DA SOLIDARIEDADE.
 
TEORIA SUSTENTADA POR JELLINEK, CLÓVIS BEVILÁQUA E 
ALEXANDRE GROPALLI
 
O OBJETIVO DO ESTADO SEGUNDO ESTA TEORIA É CONSERVAR, 
ORDENAR E AJUDAR A IGUALDADE JURÍDICA DOS INDIVÍDUOS NAS 
CONDIÇÕES INICIAIS DA VIDA SOCIAL.
 
 
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DO OBJETIVO DO ESTADO
 
- - FINS EXCLUSIVOS OU ESSENCIAIS
- - FINS CONCORRENTES, COMPLEMENTARES OU INTEGRATIVOS
 
1 - FINS EXCLUSIVOS OU ESSENCIAIS
SÓ DEVEM CABER AO ESTADO; COMPREENDEM A SEGURANÇA 
INTERNA E EXTERNA
 
2- FINS COINCIDENTES, COMPLEMENTARES OU INTEGRATIVOS
O ESTADO COMO FAVORECEDOR DO DESENVOLVIMENTO E DO 
PROGRESSO SOCIAL
 
 
CONCLUSÃO:
O OBJETIVO DO ESTADO, COMO SOCIEDADE POLÍTICA É O BEM 
COMUM, ASSIM DEFINIDO PELO PAPA JOÃO XXIII COMO "O CONJUNTO 
DE TODAS AS CONDIÇÕES DE VIDA SOCIAL QUE CONSINTAM E 
FAVOREÇAM O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA PERSONALIDADE 
HUMANA".
É O BEM COMUM DE UM CERTO POVO, SITUADO EM UM 
DETERMINADO TERRITÓRIO, SOB UM DETERMINADO GOVERNO, 
VISANDO O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA PERSONALIDADE DOS 
INTEGRANTES DESSE POVO.
 
 
 
 
TEORIAS JUSTIFICATIVAS DO PODER ESTATAL
 
O PODER É O ELEMENTO ESSENCIAL DO ESTADO
 
TEORIA DE BOURDEAU:
 
O PODER DO ESTADO SURGIU À PARTIR DOS CHEFES DE GRUPOS 
SOCIAIS QUE DESEJAVAM LEGITIMAR E ASSEGURAR A AUTORIDADE
 
TEORIA DE JELLINECK:
 
DIVISÃO DO PODER EM NÃO-DOMINANTE E DOMINANTE
 
1 - PODER NÃO DOMINANTE
 
EXISTENTES EM SOCIEDADES NÃO CONSTITUÍDAS COMO ESTADO.
 
NÃO EXISTE A IMPOSIÇÃO OU A COAÇÃO PARA A OBEDIÊNCIA ÀS 
LEIS.
 
2 - PODER DOMINANTE
 
TEM COMO PRINCÍPIO FUNDAMENTAL A ORIGINARIEDADE E A 
IRRESISTIBILIDADE.
 
É O PODER DO ESTADO, QUE É EXERCIDO DE FORMA COERCITIVA
 
É O PODER JURÍDICO, POR ESTAR CONTIDO NA NORMA JURÍDICA
 
HANS KELSEN CARACTERIZA O PODER DO ESTADO COMO PODER 
JURÍDICO
 
JELLINEK DIZ QUE A NOTA ESSENCIAL DO PODER DO ESTADO É A 
SOBERANIA
 
A SOBERANIA É, PORTANDO, A EXPRESSÃO MAIS ALTA DO PODER 
JURÍDICO DO ESTADO
 
 
TEORIAS JUSTIFICATIVAS DO PODER SOBERANO: 
 
- TEORIAS TEOCRÁTICAS - O PODER EMANA DE DEUS, QUE CONCEDE 
AO REI O DIREITO DE GOVERNAR
 
- TEORIAS DEMOCRÁTICAS - A SOBERANIA ORIGINA-SE DO PRÓPRIO 
POVO
 
CONCLUSÃO:
O PODER ESTATAL É O PRÓPRIO ESTADO COMO EXPRESSÃO 
ORDENADA DA IDÉIA DE CONVIVÊNCIA QUE PREPONDERA NO GRUPO.
 
 
A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO PODER POLÍTICO
 
PODER POLÍTICO
 
É uma força nascida da vontade social, destinada a conduzir o povo na 
obtenção do bem comum, e capaz quando necessário, de impor aos indivíduos a atitude 
que ela determinar.
O poder político é a possibilidade efetiva que tem o Estado de obrigar 
os indivíduos a fazer ou não fazer algo, e seu objetivo deve ser o bem público, pois 
quando o poder no seu exercício não visa o bem público, não é mais o poder do Estado, 
não é mais um direito, não é mais obrigação jurídica e moral; é apenas a força, a 
violência de homens que estão no governo.
Esta afirmação teoricamente indiscutível causa na vida política 
problemas graves. Afinal, a quem cabe decidir se o poder estatal ou não visando o bem 
público?
O poder político é essencialmente uma vontade, nas democracias ele évontade da maioria para realizar o bem público. Nas democracias clássicas essa vontade 
é a que os governantes, escolhidos pelo povo, realizam de acordo com a Constituição, o 
que eles próprios entendem por bem público. Nas democracias contemporâneas é a 
vontade de que os governantes, eleitos pelo povo, realizem o que o próprio povo 
entende de ser o bem público.
Nas ditaduras é a vontade dos governantes sem a obediência a qualquer 
Constituição ou lei elaborada pelo povo através de seus representantes.
Como é sempre difícil autenticar a vontade social, dentre as diversas 
correntes de opinião mesmo nas democracias, o objetivo imediato do poder depende em 
grande parte da vontade dos governantes.
 
A FORMAÇÃO SOCIAL DO PODER
A essencialidade do poder nos grupos humanos é um fato. Homem, 
Sociedade e Poder é um trinômio indestrutível. Sempre existiu e provavelmente 
existirá sempre. Tão longe no passado quanto possa atingir nosso conhecimento, 
encontramos o homem vivendo em sociedade e submetido a um poder, seja qual for seu 
nome, forma ou finalidade.
Isso todavia não desaconselha ou impede de indagar as causas, a 
formação e o objetivo do Poder.
Citaremos de início palavras de Maurice Duverger: "Lembremos que o 
problema é aqui examinado sob o ângulo dos fatos e não das teorias. Procuraremos 
descrever e analisar os fundamentos concretos da autoridade, esse problema 
fundamental da ciência política é dos mais difíceis se ele fosse resolvido e plenamente 
elucidado teríamos atingido o objetivo essencial, que é o de conhecer a natureza do 
poder. Estamos ainda longe disso".
Para alguns, a origem do poder é a força para outros são circunstâncias 
comuns a todas as sociedades humanas, e inúmeras teorias sugerem como causa 
eficiente a necessidade natural, o hábito, o medo, a vontade de Deus, a vontade de um 
Homem excepcional etc.
Sem demasiado ecletismo talvez se possa dizer que todos têm um pouco 
de razão, pois como disse Maurice Duverger: "o que os homens pensam do poder é um 
dos fundamentos essenciais do poder" . Isto quer dizer que o poder, em grande parte é o 
que dele os homens desejam ou aceitam. A opinião é exata no que respeita à forma e ao 
exercício do poder. Quanto à essência, ela existe, queiram ou não queiram os homens, 
pelo menos até onde se pode vislumbrar o passado e o futuro das sociedades.
A formação do poder pode ser separada em três fases progressivas: 
Poder Difuso, Poder Pessoal (Personalizado) e Poder lnstitucionalizado. Essas três 
fases não se extinguem definitivamente, uma se prolonga na outra com maior ou menor 
intensidade, conforme as condições sociais e culturais, havendo também casos de 
reversão, não sendo raro o Poder Institucionalizado ser substituído pelo Poder 
Personalizado.
 
 
O PODER DIFUSO
 
Por poder difuso se entende que nas sociedades há sempre uma pressão 
externa sobre o indivíduo, e que se manifesta sob vários aspectos, desde a força material 
até a persuasão psicológica. Esta pressão, nas chamadas sociedades primitivas é que 
constitui o poder e, em geral, não há nenhum órgão especializado para exercê-la. É a 
tradição, são preceitos, costumes, ritos que se impõem inelutavelmente. O indivíduo, tal 
como hoje o concebemos, quase não existia, era uma simples célula no tecido social: 
seus pensamentos, seus sentimentos, suas crenças, seu conhecimento, não eram dele, 
eram da sociedade que o absorvia inteiramente.
O poder, ilimitado e anônimo, procedia diretamente da sociedade, não 
era exercido por ninguém, mas se impunha a todos. O homem primitivo era o reflexo 
individual da consciência coletiva. Uma transgressão das leis do grupo tinha como 
conseqüência a repulsa geral e unânime e a penalidade poderia variar desde reparações 
leves da pena, mais graves que a morte, à excomunhão, que deixava o indivíduo só, 
indefeso e miserável no mundo hostil dos outros homens e da natureza misteriosa e 
perigosa. As proibições, os tabus eram inúmeros, rigorosos e implacáveis, porque 
provinham de superstições remotas.
Na realidade o Poder Difuso, fundado nos costumes e na tradição, não é 
tão anônimo como o descrevem alguns sociólogos e cientistas políticos. Em toda 
sociedade, ainda que sem organização política estável, uma diferenciação era fatal ante 
as crianças, as mulheres e os velhos inválidos, os homens adultos eram um grupo 
dominante, pois se encarregavam dos alimentos e da defesa contra os inimigos. Ainda 
assim, o que se sabe dos primórdios das sociedades humanas, sugere que o poder foi 
difuso, sem órgão especial que o exercesse, e mal se pode falar em Poder Político.
 
O PODER PERSONALIZADO
 
Quando as pessoas se emancipam do anonimato tribal, quando o trabalho 
se especializa, quando surge a propriedade privada, quando enfim o grupo se torna 
heterogêneo, torna-se vital a existência de um órgão de governo, sob pena de desagregar 
ou ser anexado por um grupo mais forte. Surge então, o homem que governa, que 
orienta , que prevê e provê as necessidades coletivas. Esse homem pode ser o Sheik, o 
Cacique, o Príncipe, o Rei, um Chefe militar vitorioso, um Líder eleito pelo povo.
O poder personalizado quase sempre é tido como propriedade daquele 
que governa, ou seja, do governante que o conquistou e o exerce.
O poder coexiste com as sociedades humanas, sendo as relações 
amistosas ou hostis entre os grupos, fator constante para sua personalização.
Como exemplo citamos uma caçada onde o caçador mais hábil sempre 
assumia uma autoridade, ainda que transitória, para buscar ou capturar a presa.
Outro exemplo são as guerras em diversas tribos. O guerreiro mais 
valoroso, mais audaz e astuto era escolhido para o chefe, porque sabia-se que sem um 
líder a tribo sairia derrotada e dizimada pelos inimigos.
Com um tempo, percebeu-se a necessidade de se ter uma autoridade 
também no período de paz para se resolver conflitos e dificuldades internas.
Segundo Hannah Arendt “O poder é sempre um potencial do poder. 
Enquanto a força é a qualidade natural de um indivíduo isolado; o poder existe entre os 
homens enquanto eles estão juntos. Todo aquele que por algum motivo se isola e não 
participa dessa convivência renuncia ao poder e se torna impotente, por maior que seja a 
sua força ou por mais válidas que sejam suas razões”.
 
 
O PODER INSTITUCIONALIZADO
 
O Poder institucionalizado, ou seja, tornado institucional, segundo 
Lapierre, existe quando "Há uma estrutura organizada para cumprir a função social do 
poder e quando essa estrutura obedece as normas preestabelecidas, independente da 
vontade própria dos que exercem o poder ".
Então, as normas são editadas ou aprovadas pelos indivíduos que 
regulam a ação dos governantes e as relações desses mesmos indivíduos entre si. O 
conjunto dessas normas costumeiras ou escritas é o Direito, e a organização daí 
decorrente é o Estado moderno.
O poder institucionalizado é a etapa mais avançada e mais perfeita da 
evolução política, pois surge quando o homem se nega a obedecer ao arbítrio de alguns, 
quando há a consciência da necessidade de uma ordem estável e de uma organização 
permanente do serviço ao bem público.
 
 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:
 
O princípio da Legalidade nasceu do anseio de estabelecer na sociedade 
humana regras permanentes e válidas, que fossem obras da razão, e pudessem abrigar 
os indivíduos de uma conduta arbitrária e imprevisível da parte de seus governantes. 
Tinha-se em vista alcançar um estado geral de confiança e certeza na ação dos titulares 
do poder, evitando-se assim a dúvida, a intranqüilidade, a desconfiança e a suspeita, 
tão usuais onde o poder é absoluto, onde o governose acha dotado de uma vontade 
pessoal soberana ou se reputa legibus solutus, é onde as regras de convivência não 
foram previamente elaboradas nem reconhecidas.
A Legalidade nos sistemas políticos exprime basicamente a observância 
das leis, isto é, o procedimento das autoridades em consonância estrita com o direito 
estabelecido. Ou, em outras palavras, traduz a noção de que todo poder e deverá atuar 
sempre de conformidade com a ordem jurídica vigente.
 
 
PRINCÍPIO DA LEGITIMIDADE:
 
A Legitimidade tem exigências mais delicadas, visto que levanta o 
problema de fundo, questionando acerca da justificação e dos valores do poder legal. 
A legitimidade é a legalidade acrescida da valoração. É o critério que se busca mais 
para compreender e aplicar do que para aceitar ou negar a adequação do poder às 
situações da vida social. No conceito de Legitimidade entram as crenças de 
determinada época, que presidem à manifestação do consentimento e da obediência. A 
Legalidade de um regime democrático, por exemplo, é o seu enquadramento nos 
moldes de uma Constituição observada e praticada; sua legitimidade será sempre o 
poder contido naquela Constituição, exercendo-se de conformidade com as crenças, os 
valores e os princípios da ideologia dominante, no caso a ideologia democrática.
ESTADO E DIREITO. 
O PROBLEMA DA PERSONALIDADE DO ESTADO.
 
CONCEITO: O Estado é uma organização destinada a manter, pela 
aplicação do Direito, as condições universais de ordem social. E o 
Direito é o conjunto das condições existenciais da sociedade, que ao 
Estado cumpre assegurar.
 
Para o estudo do fenômeno estatal, tanto quanto para a 
iniciação na ciência jurídica, o primeiro problema a ser enfrentado é o 
das relações entre Estado e Direito. Representam ambos uma 
realidade única? São duas realidades distintas e independentes?
 
No programa da ciência do Estado, este problema não 
pode passar sem um esclarecimento preliminar. E sendo tão 
importante quanto complexo, daremos aqui pelo menos um resumo 
das correntes que disputam entre si a primazia no campo doutrinário.
Dividem-se as opiniões em três grupos doutrinários, que são os 
seguintes:
 
TEORIA MONÍSTICA
Também chamada do estatismo jurídico, segundo a 
qual o Estado e o Direito confundem-se em uma só realidade.
Para os monistas só existe o direito estatal, pois não 
admitem eles a idéia de qualquer regra jurídica fora do estado. O 
Estado é a fonte única do direito, porque quem dá vida ao Direito é o 
Estado através da “força coativa” de que só ele dispõe. Logo, como 
só existe o Direito emanado do Estado, ambos se confundem em uma 
só realidade.
Foram precursores do monismo jurídico: Hegel, Thomas 
Hobbes e Jean Bodin. Desenvolvida por Rudolf von Ihering e John 
Austin, alcançou esta teoria a sua máxima expressão com a escola 
técnico-jurídica liderada por Jellinek e com a escola vienense de Hans 
Kelsen.
 
 
TEORIA DUALÍSTICA
Também chamada pluralística, que sustenta serem o 
Estado e o Direito duas realidades distintas, independentes e 
inconfundíveis.
Para os dualistas o Estado não é a fonte única do Direito 
nem com este se confunde. O que provém do Estado é apenas uma 
categoria especial do Direito: o direito positivo. Mas existem 
também os princípios de direito natural, as normas de direito 
costumeiro e as regras que se firmam na consciência coletiva, que 
tendem a adquirir positividade e que, nos casos omissos, o Estado 
deve acolher para lhes dar jurisdicidade.
Afirma esta corrente que o Direito é criação social, não 
estatal. O Direito, assim, é um fato social em contínua 
transformação. A função do Estado é positivar o Direito, isto é, 
traduzir em normas escritas os princípios que se firmam na 
consciência social.
O dualismo (ou pluralismo), partindo de Gierke e Gurvitch, 
ganhou terreno com a doutrina de Léon Duguit o qual condenou 
formalmente a concepção monista, admitiu a pluralidade das fontes 
do Direito positivo e demonstrou que as normas jurídicas têm sua 
origem no corpo social.
Desdobrou-se o pluralismo nas correntes sindicalista e 
corporativistas, e, principalmente, no institucionalismo de Hauriou e 
Rennard, culminando, afinal, com a preponderante e vigorosa 
doutrina de Santi Romano, que lhe deu um alto teor de precisão 
científica.
 
 
 
TEORIA DO PARALELISMO
 
Segundo a qual o Estado e o Direito são realidades 
distintas, porém necessariamente interdependentes.
Esta terceira corrente, procurando solucionar a antítese 
monismo-pluralismo, adotou a concepção racional da graduação da 
positividade jurídica, defendida com raro brilhantismo pelo eminente 
mestre de Filosofia do Direito na Itália, Giorgio Del Vecchio.
Reconhece na teoria do pluralismo a existência do direito 
não-estatal, sustentando que vários centros de determinação jurídica 
surgem e se desenvolvem fora do Estado, obedecendo a uma 
graduação de positividade. Sobre todos estes centros particulares do 
ordenamento jurídico, prepondera o Estado como centro de 
irradiação da positividade.
A teoria do paralelismo completa a teoria pluralista, e 
ambas se contrapõem com vantagem à teoria monista. 
Efetivamente, Estado e Direito são duas realidades distintas que se 
completam na interdependência. Como demonstra o Prof. Miguel 
Reale, a teoria do sábio mestre da Universidade de Roma coloca em 
termos racionais e objetivos o problema das relações entre o Estado e 
o Direito, que se apresenta como um dos pontos de partida para o 
desenvolvimento atual do Culturalismo.
 
 
RELAÇOES ENTRE O ESTADO E O DIREITO:
 
Teoria monista (do estatismo jurídico)
Teoria dualista (ou pluralística)
Teoria do paralelismo
 
Na equação dos termos Estado-Direito é necessário ter 
sempre em vista esses três troncos doutrinários, dos quais emana 
toda a ramificação de teorias justificativas do Estado e do Direito.
 
 
O Problema da Personalidade do Estado
 
A questão teve origem com os contratualistas, pois necessitavam do 
Estado como Pessoa Jurídica para figurar no “Contrato Social”.
No Século XIX, os publicistas alemães passaram a estudar esse 
problema que de essencialmente político passou a ser objeto da dogmática jurídica.
 
As teorias sobre o terna se dividem em:
 
1)1) Ficcionistas: conceituam o Estado como fruto de uma 
ficção ou artifício.
 SAVIGNY: Pessoa Jurídica, sendo o Estado um sujeito artificial.
 
HANS KELSEN, já no século XX, também conceituou o Estado 
como sujeito artificial como a personalização da ordem jurídica.
 
2)2) Realistas: EstadoÜorganismo biológico (corpo, tigre, leão, 
dragão, Leviatã)
ALBECHT: asseverava em 1837: “Ainda nos veremos obrigados a 
representar o Estado como uma pessoa jurídica”.
 
GERBEN: organicismo ético (moral); não- palpável.
 
GIERKE: o Estado atua através das pessoas físicas dos órgãos 
estatais.
 
LABAND: a capacidade do Estado é manifestada pela vontade do 
governante.
 
JELLINEK: a unidade coletiva, consistente na associação não é 
ficção, mas a forma necessária de síntese de nossa consciência 
forma a base das instituições e estas tais unidades jurídicas não 
são menos capazes de adquirir subjetividade jurídica que os 
indivíduos humanos.
 
ALEXANDRE GROPPLI: analisando estas teorias chamou de 
“abstração” o processo pelo qual se afirma o Estado como pessoa 
jurídica explicando que a vontade não tem vida física.
 
 
OS OPOSITORES A ESSAS TEORIAS SÃO OS NEGATIVISTAS:
MAX SEYDEL: nega a unidade e o organismo estatal.Não existe 
vontade do Estado, mas sobre o Estado.
 
DONATI: o que é a vontade do governante que é o portador da 
soberania e subjetividade estatal.
 
LÉON DUGUIT: relação de subordinação entre os que mandam e 
os que são mandados.
 
DALMO DALLARI: a pessoa física quando age como órgão do 
Estado, não se confunde com a pessoa natural, só a pessoa tem 
direitos e obrigações e o Estado para ter direitos e obrigações tem 
de ser reconhecido como pessoa. Também para o limite jurídico 
no relacionamento do Estado com o cidadão.
 
 
SOBERANIA
 
1. 1. Introdução
 
A exata compreensão do conceito de soberania é necessário 
para o entendimento do fenômeno estatal, visto que não há Estado 
perfeito sem soberania. Daí a simples definição de Estado como a 
organização da soberania.
A soberania se compreende no exato conceito de Estado. 
Estado não soberano ou semi-soberano não é Estado. A soberania é uma 
autoridade superior que não pode ser limitada por nenhum outro poder.
Não são soberanos os Estados membros de uma federação. O 
próprio qualificativo de membro afasta a idéia de soberania. O poder 
supremo é investido no órgão federal. Foi convencionado na 
Constituinte de Filadélfia, onde se instituiu o regime federalista, que 
as unidades estatais integrantes da União se denominariam Estados-
Membros, com autonomia de direito público interno, sendo privativo 
da União o poder de soberania interna e internacional. Aliás, é mais 
apropriada a denominação de Província, para as unidades federadas.
A soberania é una, integral e universal. Não pode sofrer 
restrições de qualquer tipo, salvo, naturalmente, as que decorrem dos 
imperativos de convivência pacífica das nações soberanas no plano 
do Direito Internacional.
Soberania relativa ou condicionada por um poder normativo 
dominante não é soberania. Deve ser posta em termos de 
autonomia.
Denominava-se o poder de soberania, entre os romanos, 
suprema potestas. Era o poder supremo do Estado na ordem política 
e administrativa. Posteriormente, passaram a denominá-lo poder de 
imperium, com amplitude internacional.
Etimologicamente, o termo soberania provém de superanus, 
supremias, ou super omnia, configurando-se definitivamente através 
da formação francesa souveraineté, que expressava, no conceito de 
Bodin, "o poder absoluto e perpétuo de uma República".
Historicamente, é bastante variável a formulação do conceito 
de soberania, no tempo e no espaço. No Estado grego antigo, como 
se nota na obra de Aristóteles, falava-se em autarquia, significando 
um poder moral e econômico, de auto-suficiência do Estado. Já entre 
os romanos, o poder de imperium era um poder político 
transcendente que se refletia na majestade imperial incontrastável. 
Nas monarquias medievais era o poder de suserania de fundamento 
carismático e intocável. No absolutismo monárquico, que teve o seu 
clímax em Luiz XIV, a soberania passou a ser o poder pessoal 
exclusivo dos monarcas, sob a crença generalizada da origem divina 
do poder de Estado. Finalmente, no Estado Moderno, a partir da 
Revolução Francesa, firmou-se o conceito de poder político e jurídico, 
emanado da vontade geral da nação.
"A soberania é uma espécie de fenômeno genérico do poder. 
Uma forma histórica do poder que apresenta configurações 
especialíssimas que se não encontram senão em esboços nos corpos 
políticos antigos e medievos." (Miguel Reale)
"A soberania é a capacidade de impor a vontade própria, em 
última instância, para a realização do direito justo." (Pinto Ferreira)
"Por soberania nacional entendemos a autoridade superior, que 
sintetiza, politicamente, e segundo os preceitos de direito, a energia 
coativa do agregado nacional." (Clóvis Beviláqua)
 
 
2. Fonte do poder soberano
 
Para as teorias carismáticas do direito divino (sobrenatural ou 
providencial) dos reis, o poder vem de Deus e se concentra na pessoa 
sagrada do soberano. Para as correntes de fundo democrático, a 
soberania provém da vontade do povo (teoria da soberania popular) 
ou da nação propriamente dita (teoria da soberania nacional).
Para as escolas alemãs e vienense, a soberania provém do 
Estado, como entidade jurídica dotada de vontade própria (teoria da 
soberania estatal). Desdobram-se estes troncos doutrinários em 
várias ramificações, formando uma variedade imensa de escolas e 
doutrinas.
 
3. As principais correntes
3. 1. Teoria da soberania absoluta do rei
 
Começou a ser sistematizada na França, no século XVI, tendo 
como um dos seus mais destacados teóricos Jean Bodin, que 
sustentava: “a soberania do rei é originária, ilimitada, absoluta, 
perpétua e irresponsável em face de qualquer outro poder temporal 
ou espiritual”.Esta teoria é de fundamento histórico e lança suas 
raízes nas monarquias antigas fundadas pelo direito divino dos reis. 
Eram os monarcas acreditados como representantes de Deus na 
ordem temporal, e na sua pessoa se concentravam todos os 
poderes. O poder de soberania era o poder do rei e não admitia 
limitações.
Firmou-se esta doutrina da soberania absoluta do rei nas 
monarquias medievais, consolidando-se nas monarquias absolutistas 
e alcançando a sua culminância na doutrina de Maquiavel. Os 
monarcas da França, apoiados na doutrinação de Richelieu, Fénelon, 
Bossuet e outros, levaram o absolutismo às suas últimas 
conseqüências, identificando na pessoa sagrada do rei o próprio 
Estado, a soberania e a lei.
 
3.2. Teoria da soberania popular
 
Teve como precursores Altuzio, Marsilio de Padua, Francisco 
de Vitoria, Soto, Molina, Mariana, Suarez e outros teólogos e 
canonistas da chamada Escola Espanhola. Reformulando a doutrina 
do direito divino sobrenatural, criaram eles o que denominaram 
teoria do direito divino providencial: o poder público vem de Deus, 
sua causa eficiente, que infunde a inclusão social do homem e a 
conseqüente necessidade de governo na ordem temporal. Mas os 
reis não recebem o poder por ato de manifestação sobrenatural da 
vontade de Deus, senão por uma determinação providencial da 
onipotência divina. O poder civil corresponde com a vontade de 
Deus, mas promana da vontade popular - omnis potestas a Deo per 
populum libere consentientem. Sustentou Suarez a limitação da 
autoridade e o direito de resistência do povo, fundamentos do ideal 
democrático. E Molina, embora reconhecendo o poder real como 
soberania constituída, ressaltou a existência de um poder maior, 
exercido pelo povo, que denominou soberania constituinte.
3.3. Teoria da soberania nacional
 
Ganhou corpo com as idéias político-filosóficas que fomentaram 
o liberalismo e inspiraram a Revolução Francesa: ao símbolo da Coroa 
opuseram os revolucionários liberais o símbolo da Nação. Como 
frisou Renard, a Coroa não pertence ao Rei; o Rei é que pertence à 
Coroa. Este é um princípio, é uma tradição, de que o Rei é 
depositário, não proprietário.A este entendimento, aliás, se deveu a 
convivência entre a Coroa e o Parlamento, em alguns Estados liberais.
Pertence a Teoria da Soberania Nacional à Escola Clássica 
Francesa, da qual foi Rousseau o mais destacado expoente. 
Sustentaram que a nação é a fonte única do poder de soberania. O 
órgão governamental só o exerce legitimamente mediante o 
consentimento nacional.
Esta teoria é radicalmente nacionalista: a soberania é originária 
da nação, no sentido estrito de população nacional (ou povo 
nacional), não do povo em sentido amplo. Exercem os direitos de 
soberania apenas os nacionais ou nacionalizados, nogozo dos direitos 
de cidadania, na forma da lei. Não há que confundir a "teoria da 
soberania popular", que amplia o exercício do poder soberano aos 
alienígenas residentes no país.
A soberania, no conceito da Escola Clássica, é UNA, 
INDIVISÍVEL, INALIENÁVEL e IMPRESCRITÍVEL.
UNA porque não pode existir mais de uma autoridade soberana 
em um mesmo território.
INDIVISÍVEL, seguindo a mesma linha de raciocínio que justifica 
a sua unidade.
INALIENÁVEL, por sua própria natureza. A vontade é 
personalíssima: não se aliena, não se transfere a outrem.
IMPRESCRITÍVEL, no sentido de que não pode sofrer limitação 
no tempo. Uma nação, ao se organizar em Estado soberano, o faz 
em caráter definitivo e eterno. Não se concede soberania 
temporária, ou seja, por tempo determinado.
3.4. Teoria da soberania do Estado
Pertence às escolas alemã e austríaca, as quais divergem fundamentalmente da Escola Clássica 
Francesa.
Seu expoente máximo, Jellinek, parte do princípio de que a 
soberania é a capacidade de autodeterminação do Estado por direito 
próprio e exclusivo. A soberania é uma qualidade do poder do 
Estado, ou seja, uma qualidade do Estado perfeito.
Dentro dessa linha de pensamento se desenvolveram as 
inúmeras teorias estadísticas, que serviram de fomento doutrinário 
aos Estados totalitários do após Guerra.
3.5. Escolas Alemã e Austríaca
Para estas Escolas, lideradas, respectivamente, por Jellinek e 
Kelsen, que sustentam a estatalidade integral do Direito, a soberania 
é de natureza estritamente jurídica, é um direito do Estado e é de 
caráter absoluto, isto é, sem limitação de qualquer espécie, nem 
mesmo do direito natural cuja existência é negada.
Só existe o direito estatal, elaborado e promulgado pelo 
Estado, já que a vida do direito está na força coativa que lhe 
empresta o Estado, e não há que falar em direito sem sanção 
estatal. Negam a existência do direito natural e de toda e qualquer 
normatividade jurídica destituída da força de coação que só o poder 
público pode dar.
Portanto, se a soberania é um poder de direito e todo direito 
provém do Estado, o tecnicismo jurídico alemão e o normativismo 
kelseniano levam à conclusão lógica de que o poder de soberania é 
ilimitado e absoluto. Logo, toda forma de coação estatal é legítima, 
porque tende a realizar o direito como expressão da vontade 
soberana do Estado.
Em face do princípio de estatalidade do direito, princípio Pan-
Estadístico, não se concede limitação alguma ao poder do Estado. É 
certo que Jellinek chegou a esboçar a doutrina da auto-limitação do 
poder estatal, porém, sem nenhuma significação prática. Com efeito, 
se todo direito emana do Estado e este se coloca acima do direito, 
ressalta a evidência de que a limitação do poder estatal por regras 
que dele próprio derivam não passa de mera ficção.
O Estado não pode criar arbitrariamente o direito; ele cria a lei, 
o direito escrito, que é apenas uma categoria do direito no seu 
sentido amplo. Como acentua Pontes de Miranda, “o Estado é apenas 
um meio perfectível, não exclusivo, de revelação das normas 
jurídicas”. A lei que dele emana há de corporificar o direito justo 
como condição de legitimidade.
As teorias da soberania absoluta do Estado, malgrado o seu 
caráter absolutista e totalitário, tiveram ampla repercussão no 
pensamento político universal, inclusive na própria França. 
Justificaram os Estados nazistas, fascistas e todos os totalitarismos, 
que conflagraram o mundo por duas vezes, mas foram contidos pela 
força superior do humanismo liberal.
 
3.6. Teoria negativista da soberania
É da mesma natureza absolutista, e foi formulada por Leon 
Duguit que desenvolveu o pensamento de Ludwig Gumplowics.
A soberania é uma idéia abstrata. Não existe concretamente. 
O que existe é apenas a crença na soberania. Estado, nação, direito e 
governo são uma só e única realidade. Não há direito natural nem 
qualquer outra fonte de normatividade jurídica que não seja o próprio 
Estado. E este conceitua-se como organização da força a serviço do 
direito. Ao conceito metafísico de soberania. Para Duguit a soberania 
resume-se em mera noção de serviço público.
O conceito de soberania lança raízes na filosofia aristotélico-
tomista: soberania, em última análise, é a lei, e esta encontra sua 
legitimidade no direito natural, que preside e limita o direito estatal. 
Vale lembrar as palavras com que os constituintes argentinos de 
1853 encerraram seus trabalhos: “os homens se dignificam perante a 
lei, porque assim se livram de ajoelhar-se perante tiranos.”
 
3.7. Teoria realista ou institucionalista
 
Essa teoria vem se destacando bastante em faces das novas 
realidades mundiais.
A soberania é originária da Nação, mas só adquire expressão 
concreta e objetiva quando se institucionaliza no órgão estatal, 
recebendo através deste o seu ordenamento jurídico-formal dinâmico.
A soberania é originariamente da Nação (quanto à fonte do 
poder), mas, juridicamente, do Estado (quanto ao seu exercício).
Se é certo que Nação e Estado são realidades distintas, uma 
sociológica e outra jurídica, certo também é que ambas compõem 
uma só personalidade no campo do Direito Público Internacional. E 
neste campo não se projeta a soberania como vontade do povo, 
senão como vontade do Estado, que é a Nação politicamente 
organizada, segundo a Escola Clássica Francesa. O Prof. Machado 
Paupério tira a conclusão de que "soberania não é propriamente um 
poder, mas, sim, a qualidade desse poder; a qualidade de supremacia 
que, em determinada esfera, cabe a qualquer poder".
Fora da teoria anarquista, o Estado é sempre a racionalização 
do poder supremo na ordem temporal, armado de força coativa 
irredutível, autoridade, unidade e rapidez de ação, para fazer face, de 
imediato, aos impactos e arremetidas das forças dissolventes que 
tentem subverter a paz e a segurança da vida social.Embora seja 
poder essencialmente nacional, quanto à sua origem, sua expressão 
concreta e funcional resulta da sua institucionalização no órgão 
estatal.
Passando o momento genético da sua manifestação na 
organização da ordem constitucional, concretiza-se a soberania no 
Estado, que passa a exercê-la em nome e no interesse da NAÇÃO. 
Isso conduz à conceituação da soberania como poder relatvo, sujeito 
a limitações.
 
4.1. Limitações da soberania
A soberania é limitada pelos princípios de direito natural, pelo 
direito grupal, isto é, pelos direitos dos grupos particulares que 
compõem o Estado (grupos biológicos, pedagógicos, políticos, 
espirituais, etc), bem como pelos imperativos da coexistência pacífica 
dos povos na órbita internacional.
O Estado, proclamou Jefferson, existe para servir ao povo e não 
o povo para servir ao Estado. O Governo há de ser um governo de 
leis, não a expressão da soberania nacional, simplesmente. As leis 
definem e limitam o poder. A autoridade do direito é maior do que a 
autoridade do Estado (Krabbe).
Limitam a soberania os princípios do Direito Natural, porque o 
Estado é apenas instrumento de coordenarão do direito, e porque o 
direito positivo, que do Estado emana, só encontra legitimidade 
quando se conforma as leis eternas e imutáveis da natureza.
Limita a soberania o Direito Grupal, porque sendo o fim do 
Estado a segurança do bem comum, compete-lhe coordenar a 
atividade e respeitar a natureza de cada um dos grupos menores que 
integram a sociedade civil. A família, a escola, a corporação 
econômica ou sindicato profissional, o município ou a comuna e a 
igrejasão grupos intermediários entre o indivíduo e o Estado, alguns 
anteriores ao Estado, como é a família, todos eles com sua finalidade 
própria e um direito natural à existência e aos meios necessários para 
a realização dos seus fins.
O poder da soberania exercido pelo Estado encontra fronteiras 
não só nos direitos da pessoa humana como também nos direitos dos 
grupos e associações, tanto no domínio interno quanto no 
internacional.
Notadamente no plano internacional, a soberania é limitada 
pelos imperativos da coexistência de Estados soberanos.
 
Teoria Geral do Estado
 
 
 
1. Conceito
2. Fonte do Poder Soberano
3. Diversas Teorias
3.1. Teoria da soberania absoluta do rei
3.2. Teoria da soberania popular
3.3. Teoria da soberania nacional
3.4. Teoria da soberania do Estado
SOBERANIA 3.5. Escolas alemã e austríaca
3.6. Teoria negativista
3.7. Teoria realista ou institucionalista
 
 Direito Natural
4. Limitações Direito Grupal
 D. Internacional 
 (coexistência Pacífica dos 
Estados)
 
Poderes, funções e órgãos do Estado
 
Objetivando promover o bem público, como sua meta final, o 
Estado desempenha uma série de funções através dos órgãos que o 
compõe, determinando um enorme conjunto de atos e serviços 
variáveis de um local para outro e de acordo com a época analisada.
 
Essa múltipla atividade gerou a teoria sobre os poderes estatais. No 
início concentrada numa pessoa ou coletividade, passou a distribuir-se numa verdadeira 
divisão de trabalho e atribuições, cujas funções exigem os respectivos órgãos com a 
missão de exercê-las dentro dos limites das correspondentes competências.
 
Esse exercício mesmo dentro da unidade estatal obedece a 
limitações consagradas, que visam evitar a hipertrofia da autoridade.
 
Aristóteles começou a discernir as três partes do governo com as 
funções por elas exercidas: a assembléia do povo formada pelos 
cidadãos em geral, como corpo deliberante e verdadeiro soberano do 
Estado; a segunda composta de magistrados com ordens especiais 
encarregados das rendas e defesa do Estado e a terceira integrada 
por juízes, encarregados do julgamento e da aplicação da justiça.
 
John Locke já falava expressamente nos poderes citando o 
legislativo, executivo, federativo do estado e a prerrogativa. 
Não confiante na natureza humana considerava perigoso confiar a 
execução das leis àqueles que a tivessem elaborado, convindo 
separar o poder legislativo do executivo. Não tratou do judiciário com 
especialidade e o poder federativo por outros interpretado como 
confederativo, correspondia ao direito da paz e da guerra, de formar 
ligas e alianças e de fazer toda espécie de negociações com as 
pessoas e as comunidades estranhas ao Estado. A prerrogativa 
referia-se ao poder discricionário que às vezes atingia a 
arbitrariedade indo de encontro ao bem público.
 
 
Foi Charles-Louis de Secondat (1689-1755)-Baron de Ia Brède et de 
Montesquieu que em 1748 elaborou um verdadeiro tratado de Teoria 
do Estado sob o título De I'Esprit des Lois, quando concluiu que 
"Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo 
de principais, ou de nobres, ou do povo, exercessem os três 
poderes, o que faz leis, o que executa as resoluções públicas 
e o que julga os crimes ou as desavenças dos particulares".
 
Saint Girons distinguia apenas dois poderes: legislativo e 
executivo, sendo a justiça um ramo autônomo independente do 
executivo.
 
Benjamin Constant de Rebecque, escritor e político francês, 
admitia cinco poderes: real, executivo, representativo de duração, 
representativo de opinião e judiciário. Ressalte-se, de logo, que o 
Brasil na Constituição Imperial, admitiu uma classificação sui generis 
com o poder moderador acrescido ao legislativo, executivo e 
judiciário quando mais se aproximou deste autor, com relação ao 
poder real.
 
Segundo Silvestre Pinheiro Ferreira, filósofo e estadista 
português, que escreveu os Princípios de Direito Público, 
Constitucional, Administrativo e das Gentes, os poderes também 
seriam cinco: legislativo, executivo, judiciário, eleitoral e 
conservador.
 
Francois Dominique de Reynaud, o Conde de Montlosier, 
juntamente com Benjamin Disraeli, o Lord Beaconsfield eram 
contrários a separação e faziam confusão com esta e o governo 
misto, afirmavam que os poderes eram: o rei, a câmara dos pares e 
a câmara dos proprietários.
 
Etienne Vacherot, filósofo francês em La Démocratie, afirmava 
serem três os poderes: legislativo, executivo e administrativo, 
estando a autoridade judiciária compreendida no poder 
administrativo.
 
Immanuel Kant, filósofo alemão nos Princípios Metafísicos da 
Teoria do Direito, viu nos poderes do Estado as três proposições de 
um silogismo prático: a maior que contem a lei de uma vontade; a 
menor , a ordem de conduzir-se de acordo com a lei; enfim, a 
conclusão, a sentença, que decide o que é direito no caso de agir. 
Estes três poderes são coordenados (completando-se) e 
subordinados (independentes). O legislativo é irrepreensível; o 
executivo irresistível e o judiciário é inapelável.
 
Cada órgão, dentro da sua esfera de ação, exerce a totalidade 
do poder soberano. Em outras palavras: cada ato de governo, 
manifestado por um dos três órgãos, representa uma manifestação 
completa do poder.
 
O Legislativo, o Executivo e o Judiciário, são poderes 
interdependentes no sentido literal da palavra, já que devem ser 
harmônicos e coordenados entre si. São órgãos de manifestação do 
poder de soberania estatal, que é, na sua essência uno e indivisível. 
Cada um, na esfera da sua função específica, exerce a totalidade do 
poder.
 
O Estado manifesta a sua vontade, o seu poder através desses 
três órgãos que compõem a sua unidade. Cada um dos três, 
isoladamente, sem a correlação e a integração dos dois outros, não 
chegaria a expressar o poder do Estado.
Os três poderes só são independentes no sentido de que se 
organizam mutuamente na finalidade essencial de compor os atos 
de manifestação da soberania estatal, mediante um sistema de 
freios e contrapesos, na expressão dos constitucionalistas norte-
americanos, realizando o ideal de contenção do poder pelo poder.
 
AS TRÊS FUNÇÕES BÁSICAS DO ESTADO
 
Não confundir as funções com as finalidades ou objetivos do Estado, 
que são vários e de natureza militar, policial, econômica, 
previdenciária, cultural entre outras. Todavia as funções básicas do 
Estado, mesmo com outras palavras ou acréscimos por parte de uns e 
concentrações por outros permanecem as mesmas desde Aristóteles 
aos nossos dias.
 
O filósofo grego entendia da seguinte maneira as três funções 
basilares da “polis”:
 
Consultiva, que se pronunciava acerca da guerra, da 
paz e das leis;
 
Administrativa, através do magistrado incumbido dos 
restantes assuntos do governo.
 
Judiciária, solucionando as controvérsias;
 
Modernamente o Estado consolidou estas três funções que a 
partir dos pensadores dos séculos XVII e XVIII, passaram a ser 
exercidas por órgãos correspondentes de forma harmônica e 
interdependente:
 
Legislativa: estabelece normas gerais e abstratas que regem 
a vida em sociedade, através de manifestação de vontade a ser feita 
valer toda vez que ocorre o fato descrito na norma. Exemplo: Quem 
importa mercadoria paga o imposto sobre importação. Esta é uma lei.
 
Executiva: traduz num ato de vontade individualizado a 
exteriorizaçãoabstrata da norma. Exemplo: Cobrar do importador o 
tributo na quantidade prevista na lei é ato executivo.
 
Judiciária: Dirime as controvérsias que podem surgir na 
aplicação da lei. Exemplo: Se o importador dos exemplos acima, 
considera indevido o tributo cobrado surge uma lide a ser resolvida 
definitivamente pela função jurisdicional.
 
 
 A função legislativa
 
O Poder Legislativo é o que tem a função precípua de elaborar, 
modificar e revogar as leis, para a vida do Estado e conduta de seus 
jurisdicionados.
É também denominado Parlamento, Congresso ou, 
simplesmente, Assembléia, porque é sempre colegiado, em uma 
(unicameral) ou duas Câmaras (bicameral), de modo geral formadas 
periodicamente por representantes do povo, pelo menos uma delas, 
desde que a outra seja aristocrática e podendo até mesmo, ser 
vitalícia.
Nas democracias vigorantes, sendo como é, um órgão plural, reflexo direto e 
legítimo da vontade do povo, representa tanto a maioria como a minoria dos cidadãos, 
possuindo ainda altas funções fiscalizadoras, mediante controles internos e externos da 
legalidade e do cumprimento das determinações emanadas deste Poder.
Desempenha o papel importantíssimo de porta-voz da massa 
governada, em todos os instantes da existência do Estado e em face 
dos respetivos atos do governo.
J. Pinto Antunes, assim leciona sobre esta função estatal:
“O poder legislativo é limitado e limitador dos demais poderes. 
Limitado pela Constituição porque só pode elaborar leis 
constitucionais; limitador, porque no Estado de Direito não há um 
poder que possa decidir, a não ser de conformidade com o dispositivo 
de uma lei anterior.”
Os membros do legislativo gozam de direitos e possuem 
garantias para o bom exercício de suas funções, por outro lado têm 
também deveres que, desrespeitados, podem acarretar até em perda 
do mandato popular de que é titular.
O legislativo em geral possui Comissões Permanentes 
que apreciam a regularidade dos projetos com a Constituição, 
orçamento e outros requisitos e pode criar Comissão 
Parlamentar de Inquérito para investigar por tempo 
determinado um assunto específico, e encaminhar as 
conclusões aos órgãos competente

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