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Universidade Federal de Santa Catarina Curso de graduação: Direito – 15.1 – Noturno Acadêmico: Andrey Lyncon Soares Bento Disciplina: Teoria Política Professor: Rogério S. Portanova Fichamento de Leitura: “A Teoria das Formas de Governo” – Capítulo IX – N. Bobbio Capítulo IX - Vico Giambattista Vico nasceu em 1668 na Itália e ficou conhecido na filosofia devido a críticas feitas a Descartes. Difere-se dos pensadores iluministas por refletir a religião e a política de forma conservadora. Bobbio deixa claro a posição histórica a respeito de Vico nas teorias das formas de governo. Ele emprega a clássica teoria da tripartição, apesar da mudança que segue em sua classificação. Para ele a divisão é definida a partir: aristocracia, democracia e monarquia, quebrando a ordem sugerida por autores mais antigos. Traz que logo após sair do estado de natureza, a humanidade faz um Estado aristocrático, seguindo para uma república popular e resultando em uma monarquia. Vico para sua argumentação toma por base o Estado de Roma. Fazendo uma interpretação original, diz que a primeira fase fora uma república aristocrática que se prolongou até as concessões dos direitos públicos a plebe, fazendo com que surgisse a república popular o qual devido as desordens torna-se uma monarquia no principado de Augusto. Seus estudos fazem fixação na teoria do que ele chama de estado bestial, o qual os homens não tem qualquer relação social, compara com os animais; e muitas vezes vive isolado e só. Neste estado natural de Vico, o homem pode até matar para sua segurança e se torna soberano da própria solidão. Este estado bestial/ natural segue até a criação ou surgimento das famílias, que se dá através da relação estável entre homem e mulher. Giambattista traz também que o ser humano só saiu deste estado de natureza a partir da consciência de um ser superior, fala de voltar os olhos para o céu. Além da autoridade divina, nasce também a econômica. “[...]nasceu a autoridade econômica, ou familiar, pela qual os pais soberanos em sua família. A liberdade dos filhos depende do árbitro dos pais, pelo que estes adquiriram o direito de vender os filhos... Os pais têm tutela sobre os filhos como sobre sua casa e todas suas coisas, de que podem dispor em herança e deixar imperativamente a outrem” (120 – 3- 1). Sendo a família o primeiro esboço da sociedade civil. Da passagem intermediária, que é a família, para a primeira organização estatal, a qual é república aristocrática, tem sua gênese na rebelião dos escravos. Como o natural é de que o servo tente sair desse estado de escravidão, os escravos obrigam os senhores chefes de família a representar a primeira forma de Estado. Nessa estrutura, a condição de desigualdade começa a ser usada para legitimação dos escravos, fazendo com que inicie as divisões daqueles que tem a seu favor o direito público e privados e aqueles que estão fora dessa jurisdição. Novamente a transição para a república democrática é iniciada pela revolta daqueles que não possuem direitos contra aqueles que dominam o Estado. Alcançando os plebeus em primeiro lugar o direito à propriedade privada e “Até aqui nos ajudou o Senhor” 2 Samuel 7:12 posteriormente às núpcias solenes e legítimas, e por fim o direito político conclui-se a passagem para a república democrática. Com a degeneração da liberdade em licenciosidade e do antagonismo criativo na contenda destrutiva das facções com a guerra civil surge a terceira forma de governo, a monarquia. Que para Vico, assim como para outros autores clássicos, tem sua fundamentação na segurança que traz aos cidadãos dos males proeminentes. Não se trate de mais uma forma de alternativa de Estado e sim a verdadeira república popular. Tal forma leva a quase uma perfeição do estado fazendo com que não se venha novamente a tona as degenerações provocadas pela população, as quais seriam fatais para o governo. Deixa claro Bobbio a vertente histórica de Vico, quando usa a história para fomentar suas teorias. Usa desde a pré história passando pelo Egito, Roma. Outra característica é que as formas de governo vão se acomodar da pior para a melhor, faz- se também referência as visões que já haviam prevalecido a época: primeiramente a Cristã, sucedendo-se pela Humanista e findando-se no Iluminismo. Noberto traz a tona três possíveis fins da teoria de Vico: A história termina, progride rumo a outras formas não previsíveis, ou retoma ao ponto de partida. A solução dada pelo filósofo é a última, que uma vez completado o primeiro curso, ingressa novamente a humanidade na fase da decadência. Tem baseado esta teoria em Roma.
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