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Fichamento - CAP X - Teoria formas de governo - Montesquieu

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Universidade Federal de Santa Catarina 
Curso de graduação: Direito – 15.1 – Noturno 
Acadêmico: Andrey Lyncon Soares Bento 
Disciplina: Teoria Política 
Professor: Rogério S. Portanova 
 
Fichamento de Leitura: “A Teoria das Formas de Governo” – Capítulo IX – N. Bobbio 
 
Capítulo X - Montesquieu 
 
 Charles Louis Secondant, mais conhecido como Barão de Montesquieu, nasceu 
em 18 de janeiro de 1689 em Lá Brède, na França. Filósofo, cientista político e escritor, 
fora um dos grandes percursores do iluminismo. Suas obras foram de grande 
importância para ciência política. 
 Sua obra La Scienza Nuova, assim como O Espírito das Leis é um livro complexo, 
que pode ser interpretado de diferentes modos. Noberto dá ênfase à que o vê como 
uma “teoria geral da sociedade”. Montesquieu traz, como Vico, o problema de saber 
se há leis gerais que presidem à formação e ao desenvolvimento da sociedade 
humana. Porém Charles tem uma ampla perspectiva, não apenas da Europa, mas alude 
os Estados extra-europeus. O despotismo fora elaborado sobretudo para explicar a 
natureza dos governos não europeus. 
 A dimensão de Montesquieu é acima de tudo espacial, divergindo de Vico que 
fala em temporalidade, por isso Bobbio define-la como uma teoria geral da sociedade. 
Seu interesse pelas leis que governam o movimento e as formas das sociedades 
humanas, isso para tornar possível a elaboração de uma teoria da sociedade. 
“No seu significado mais amplo, as leis constituem as relações necessárias que derivam 
da natureza das coisas; neste sentido, todos os seres têm suas próprias leis: a 
divindade, o mundo material, as inteligências superiores ao homem, os animais, os 
seres humanos”.(128 – 3 – 1) 
 Essa afirmação, segundo Noberto, nos leva a duas afirmativas: a) todos os seres 
do mundo (inclusive Deus) são governados por leis; b) Tem-se ima lei sempre que há 
relações necessárias entre dois seres, de modo que, dado um deles, não pode deixar 
de haver também o outro. Sendo assim, Montesquieu afasta a possibilidade de que o 
mundo é governado por mera fatalidade. Para ele o homem, pela sua natureza, é 
desobediente das leis naturais. Dessa forma os homens para conseguir obedecer as 
leis naturais fora necessário fazer as leis positivas, promulgadas em todas as 
sociedades pela autoridade a qual é incumbida a missão de estabilizar a sociedade e 
mantê-la unida. 
 A relação entre os dois tipos de lei, é que existe entre um princípio geral e suas 
aplicações práticas. Essas leis também possuem suas aplicações práticas. Essas leis também 
possuem suas variedades e são classificadas em três categorias: Físicas ou naturais, 
econômicas-sociais e espirituais. 
 Para Montesquieu a tipologia tradicional e maquiavélica não correspondem à 
realidade. “Há três espécies de governo: o republicano, o monárquico e o despótico... Estou 
pressupondo três definições- ou melhor, três fatos: o governo republicano é aquele no qual 
todo o povo, ou pelo menos uma parte dele, detém o poder do soberano; o monárquico é 
aquele em que governa uma só pessoa, de acordo com leis fixas e estabelecidas; no governo 
“Até aqui nos ajudou o Senhor” 
2 Samuel 7:12 
 
despótico, um só arrasta tudo e todos com sua vontade e caprichos, sem lei e sem freios”(130 
– 3 – 1) 
 Para Charles a diferença do poder soberano é identificada no governo de um e no de 
mais de uma pessoa, porem se difere da tese de Maquiavel por ser tríplice, sendo a terceira 
forma de governo tradicionalmente considerada forma específica de monarquia. Bobbio 
afirma que a classificação de Montesquieu é algo impar e bastante anômala, pois mistura dois 
critérios diferentes, o do sujeitos do poder soberano e do modo de governar. Também fala da 
corrupção: “Como as democracias se arruínam quando o povo não reconhece a autoridade do 
senado, dos magistrados e juízes, as monarquias se corrompem quando são retirados os 
privilégios das cidades e as prerrogativas das ordens. No primeiro caso, chega-se ao 
despotismo de todos; no outro ao despotismo de um só” (131 – 3 – 1) 
 Bobbio ainda fala dos princípios de cada tipologia de governo de Montesquieu: a 
virtude cívica para a república; a honra para monarquia e o medo para despotismo. As virtudes 
funcionam como molas que levam ao cumprimento do dever. Para Montesquieu, a monarquia 
é uma forma a ser seguida. “O governo monárquico apresenta uma grande vantagem com 
relação ao despótico. Como sua natureza exige que o príncipe tenha debaixo de sí várias 
ordens relativas à constituição, o Estado é mais resistente, a constituição mais inabalável, a 
pessoa dos governantes mais segura” (135 – 3 – 1) 
 Porem a monarquia de Montesquieu se difere pela faixa de poder intermediária, entre 
súdito e soberano, está funciona como artifício de segurança para que os soberanos não 
passem por cima das leis ou abuse do seu poder. Tais fazem uma divisão horizontal de poder. 
Norberto identifica tal teoria monárquica como a introdução a figura do governo moderado. 
Ao lado da divisão horizontal, há a célebre divisão vertical que se faz conhecida pela 
“separação dos poderes”. Essas teorias derivam-se do intuito de não abuso de poder por parte 
de quem comanda o Estado. 
 Apesar de serem parecidos diferem na forma como é conhecida a distribuição do 
poder. O governo misto deriva de uma recomposição das três formas clássicas. Já o governo 
moderado deriva, contudo, da dissociação do poder soberano e da sua partição com base nas 
três funções fundamentais do Estado.

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