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NUTRIÇÃO PARENTERAL UNICE – ENSINO SUPERIOR D ISCIPL INA DE FARMÁCIA HOSPITALA PROFA. NATÁLIA OL IVEIRA HISTÓRICO q Necessidade de fornecer alimentos para pacientes com dificuldade de ingestão. q Portaria 272/98 q A nutrição parenteral é necessária quando: ◦ A alimentação oral normal não é possível; ◦ A absorção de nutrientes é incompleta; ◦ Alimentação oral é indesejável; ◦ Evolução para estado de desnutrição. DEFINIÇÃO Solução ou emulsão composta basicamente de carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e mine ra i s , e s té r i l e ap i rogên i ca , acondicionada em recipiente de vidro ou p lásCco , desCnada a admin i s t ração intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando à síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas (Port 272/98). INDICAÇÕES Adultos: ◦ Pré-‐operatórios; ◦ Desnutrição; ◦ Doença obstruCva do TGI alto; ◦ Complicações pós-‐cirúrgicas; ◦ Lesões MúlCplas; ◦ Queimaduras graves; ◦ MolésCas inflamatórias intesCnais. Criança/ recém nascido: ◦ Prematuros de baixo peso; ◦ Má formação congênita do TGI; ◦ Diarreia crônica intensa. Boas Práticas de Manipulação de NPT Boas Práticas de Manipulação de NPT • Fornecedores qualificados • Produtos registrado no MS e acompanhadas de cerCficado de análise • Integridade da embalagem, validade do produto • GaranCa da pureza bsico-‐química e microbiológica Compras e Recebimento • Armazenamento em áreas adequadas de forma a evitar a contaminação e deterioração dos produtos • Temperatura, iluminação, umidade e venClação • PVPS -‐ Prazo de validade Almoxarifado Boas Práticas de Manipulação de NPT • Acesso restrito e separado das demais áreas da farmácia • Superbcies (teto, parede, piso) devem ser de cor clara, cantos arredondados, lisas, sem rachaduras, material não poroso e lavável • VesCário • Preferencialmente com dois ambientes para mudança de roupa, com pia para lavagem das mãos e braços antes da paramentação • Ar filtrado com pressão inferior à área de manipulação e superior à área externa • Ante-‐sala • Usada para descontaminação de materiais antes de sua entrada na sala limpa • Transferência dos materiais através de carrinhos de aço inox ou câmara com dupla porta (pass through) Área de trabalho Boas Práticas de Manipulação de NPT • Sala limpa com capela com fluxo laminar • GaranCr a redução de riscos de que contaminantes sejam introduzidos na capela de fluxo laminar • Essa sala deve ser dotada de uma central de ar estéril com ar filtrado por filtro HEPA • Deve possuir gradiente de pressão posiCva • Área para dispensação • Área para embalagem e rotulação da nutrição parenteral e daí serem armazenadas ou dispensadas Área de trabalho Boas Práticas de Manipulação de NPT • Limpeza e descontaminação é feita por funcionário bem treinado sob a supervisão do farmacêuCco • A limpeza deve ser feita antes e após a sessão de trabalho • Todos os instrumentos e materiais de limpeza são exclusivos da sala limpa • UClizar saneantes adequados • Hipoclorito de sódio 1% para as superbcies (teto, piso, parede) • Álcool 70% para a capela de fluxo laminar Higienização e SaniCzação do Ambiente Boas Práticas de Manipulação de NPT • Limpar a capela de fluxo laminar com álcool a 70%. • Ligá-‐ la pelo menos 30 minutos antes da manipulação • ReCrar os frascos das embalagens originais. Inspecionar todos os componentes a fim de visualizar possíveis parnculas • Lavar os frascos com água corrente e solução detergente anCssépCca, colocando as ampolas de eletrólitos e vitaminas em cuba inoxidável com solução de álcool a 70% • Transferir os materiais para a área de manipulação, colocando-‐os na capela de fluxo laminar Manipulação Boas Práticas de Manipulação de NPT • ReCrar maquiagem e adornos • Realizar anCssepsia de mãos e antebraços • VesCr uniforme estéril/descartável: capuz, pro-‐pés, máscaras, luvas -‐ Técnica assépCca de vesCmenta • As luvas devem ser trocadas com frequência adequada (2h) • Evitar gestos bruscos que possam provocar turbulência de ar na capela • Não conversar, espirrar ou tossi diretamente no fluxo laminar • Evitar a lotação da capela com materiais desnecessários Manipulação Boas Práticas de Manipulação de NPT • Limpar o gargalo da ampola com algodão ou gaze embebida com álcool a 70% • Quebrar a ampola em direção oposta ao corpo e ao filtro HEPA • APENAS O USO DA CAPELA DE FLUXO LAMINAR, SEM A OBSERVAÇÃO DE TÉCNICAS ASSÉPTICAS NÃO PODE GARANTIR A ESTERILIDADE DO PRODUTO Manipulação Boas Práticas de Manipulação de NPT • Acoplar os equipos de transferência aos frascos de aminoácidos e adaptar a outra extremidade ao soro glicosado • Acrescentar os eletrólitos e vitaminas através do injetor lateral do equipo de transferência • Após adição de todos os componentes homogeneizar e verificar se há vazamentos, precipitação ou parnculas estranhas • Colocar o rótulocom todos os dados do paciente e da formulação Manipulação Manipulação de NPT – Ordem de adição Boas Práticas de Manipulação de NPT • Nome do paciente, n° do prontuário, enfermaria/leito • Componentes da NP e as respecCvas quanCdades • Data da manipulação, • Data de validade • 3 a 5 dias em geladeira • Volume total • Temperatura de conservação e transporte • Registro do farmacêuCco responsável IdenCficação do Produto Final Boas Práticas de Manipulação de NPT • Sob refrigeração (2°C a 8°C), não congelar • Proteger da luz • Transporte em recipientes térmicos refrigerados • Período de transporte não deve ultrapassar 12 horas • Antes da administração ao paciente, deve ter sua temperatura equilibrada à temperatura ambiente • Verificar a formação de precipitados , turvação ou presença de parnculas durante a armazenagem e transporte Armazenamento e transporte Boas Práticas de Manipulação de NPT • Isenta de contaminantes microbiológicos e de parnculas • Fornecimento de misturas que contenham corretamente os componentes nas concentrações prescritas • De cada solução deve ser reCrada amostras para contra-‐prova, que devem ser conservadas sob refrigeração durante 7 dias após o prazo de validade Controle de qualidade Capela de Fluxo Laminar Capela de Fluxo Laminar Fluxo laminar horizontal • UClizado quando a substância manipulada não oferece riscos de contaminação do operador. Ex: NPT • Classe I – fluxo de ar horizontal Fluxo laminar verCcal • A substância manipulada oferece r i s cos de contaminação do operador. Ex: QT • Classe II – fluxo laminar verCcal Capela de Fluxo Laminar ü CaracterísCcas e Manutenções: ü Filtro HEPA (hight efficiency parCculate air) – são filtros de alta eficiência (99,97%) para parnculas de 0,3 μm ü Troca a cada 2 ou 3 anos ü A cada 6 meses a eficiência operacional da capela deve ser inspecionada e cerCficada através da contagem de parnculas e o teste DOP (deocClphtalato) controlando eventuais vazamentos dos filtros Composição da Nutrição Parenteral COMPONENTES Formulação para ADULTO A Sol. de Aminoácidos Totais 10% 300-‐600ml B Sol. de Glicose 50% 300-‐600ml C Cloreto de Sódio 20% 10-‐20ml D Cloreto de Potássio 19,1% 5-‐10ml E Fosfato de Potássio 5-‐10ml F Gluconato de Cálcio 5-‐10ml G Sulfato de Magnésio 5-‐10ml H Sol. MulCvitamínica 10ml I Sol. de Oligoelementos 5ml J Sol. de Lipídios 20% TCL/TCM 100-‐200ml COMPONENTES • Proteínas – aminoácidos – fontes de nitrogênio (3,6 Kcal/g) • Carboidratos – glicose (3,4 Kcal /g) • Lipídeos -‐ 1,1 Kcal /mL (10%) ou 2 Kcal /mL (20%) Macronutrientes • Devem ser adicionados conforme necessidade do pacientes, determinados através de controles bioquímicos • Vitaminas – A, complexo B, C, K • Eletrólitos – Na, K, Ca, P, Cl, Mg • Oligoelementos -‐ Fe, I, Zn, Cu, Cr, Mn, Se, Co Micronutrientes COMPONENTES • AA totais • Mistura padrão com todos os AA essenciais e os principais não essenciais • Normalmente contem 100g de proteína/ litro e 16g de nitrogênio • Soluções pediátricas • Contem AA essenciais para neonatos – hisCdina, taurina, cisCna • Soluções para hepatopatas • ↑ AA ramificados e ↓ AA aromáCcos • Soluções para nefropatas • 69g de proteína / litro e 8,8g de nitrogênio uClizável Aminoácidos – AA COMPONENTES Fontes calóricas ◦ Soluções de Glicose ◦ 5%, 10%, 50% e 70% ◦ DiabéCcos ◦ Não usar frutose por que é precursor metabólico da glicose ◦ O paciente gastará mais energia para transformar a frutose em glicose ◦ Administra glicose EV e controla glicemia com insulina COMPONENTES Fontes calóricas ◦ Emulsões lipídicas (EL) ◦ Pouco hipertônica; ◦ Elevada densidade: 9Kcal/g de lipídio; ◦ Menor osmolaridade; ◦ Evitar carência de ácido graxos essenciais. COMPONENTES ELETRÓLITOS • Cloreto de sódio 20% (NaCl) -‐ 3,4mEq/mL • Acetato de sódio (CH3COONa) – 2,0mEq /mL • Cloreto de potássio 10% (KCl) -‐ 1,34mEq /mL • Acetato de potássio (CH3COOK) – 2,0 mEq /mL • Fosfato de potássio (K2PO4) -‐ 2,0 mEq /mL • Sulfato de magnésio 50% (MgSO4) – 4,0mEq/mL • Gluconato de cálcio 10% -‐ 0,45mEq/mL COMPONENTES VITAMINAS • Frutoviram® – A, D, B2, C, B6, E, pantenol, niacina • Frutovera ® – frutose, B2, B6, C, nicoCnamida (PP) • Polivit A ® – A, D, E, B1, B2, B3 (niacinamida), B5 (ác. Pantotênico), B6, C • Polivit B ® – B7 (bioCna), B (ác. Fólico), B12 • Complexo B -‐ B1, B2, B6, nicoCnamida, pantenol • Vitamina C • Vitamina K COMPONENTES OLIGOELEMENTOS • Acetato de zinco – 0,5mEq/mL – ampola 2mL • Ad element ® – Zn, Mn, Cu, Cr – ampola 2mL • Ped element ® – Zn, Mn, Cu, Cr – ampola 4mL • Oliped 4 ® – Zn, Mn, Cu, Cr – ampola 5mL • Politrace 4 ® -‐ Zn, Mn, Cu, Cr – ampola 5mL • Politrace 5 ® -‐ Zn, Mn, Cu, Cr, Se – ampola 5mL ANÁLISEDA PRESCRIÇÃO ANÁLISE DA PRESCRIÇÃO De ve -‐s e ob se rv ar : • Todos os itens prescritos são os requeridos pelo paciente; • Se a dosagem é a recomendada ao quadro clínico; • Se existe compaCbilidade asico-‐química entre os elementos da formulação e entre os elementos da formulação e os medicamentos que o paciente está uClizando; • Se a formulação é estável; • Se a via de administração solicitada suporta a osmolaridade da solução e velocidade de infusão. ANÁLISE DA PRESCRIÇÃO Tipos de NPT ◦ Quanto a v i a de administração ◦ Quanto à composição da solução ANÁLISE DA PRESCRIÇÃO Quanto à via de administração ◦ Periférica: ◦ Baixa osmolaridade ◦ Curto tempo de terapia ◦ Central: ◦ Elevada osmolaridade ◦ Normalmente Veia Cava Superior ANÁLISE DA PRESCRIÇÃO Quanto a composição da solução ◦ Sistema glicídico (2 em 1) ◦ Composição: ◦ Solução de AA e Solução de glicose ◦ Sistema lipídico (3 em 1) ◦ Composição: ◦ Solução de AA, Solução de glicose e Solução de lipídios ◦ Emulsão lipídica deve ser usada 1 a 2 vezes por semana, máximo 3x/semana ANÁLISE DA PRESCRIÇÃO Osmolaridade da solução de NPT ◦ Parâmetro para a via de infusão; ◦ Periférica: até 900 mOsm/L; ANÁLISE DA PRESCRIÇÃO Precipitação de Cálcio e fósforo ◦ Ca – gluconato de cálcio ◦ P – fosfato de potássio ◦ Limite recomendável: [P] x [Ca] < 250 mEq/L ◦ Deve-‐se avaliar: ◦ Concentração de Ca/P ◦ pH e tempo de infusão ◦ Temperatura ambiente ANÁLISE DA PRESCRIÇÃO Ruptura da emulsão lipídica ◦ Fatores que podem influenciar a estabilidade: ◦ [ ] final de aminoácidos ◦ [ ] final de glicose ◦ [ ] final de lipídios ◦ Proporção entre macronutrientes ◦ [ ] de eletrólitos ◦ Ordem de adição ◦ pH final da mistura ◦ Volume final da mistura ◦ Temperatura de armazenamento ANÁLISE DA PRESCRIÇÃO Ruptura da emulsão lipídica ◦ O que fazer frente ao problema? ◦ Rever a distribuição e concentração de íons e corrigi-‐la; ◦ Dividir a solução em duas etapas, separando os íons divalentes; ◦ Alterar a taxa hídrica, aumentando a solução; ◦ Administrar a emulsão lipídica em separado. Cuidados na Administração CUIDADOS NA ADMINISTRAÇÃO Deve-‐se montar um gotejamento rigoroso A infusão deve ocorrer em via exclusiva Ausência de via exclusiva ◦ Equipo de duas vias ◦ Estudo de estabilidade ou ◦ Na ausência de informações: ◦ Suspenda, temporariamente, a infusão da NPT ◦ Faça uma limpeza da linha a ser uClizada, com solução fisiológica ou glicosada ◦ Administre o medicamento ◦ Faça uma nova limpeza ◦ Reinicie a parenteral EMTN Inspeções INSPEÇÕES Os critérios baseiam-‐se no risco potencial inerente a cada item: ◦ IMPRESCINDÍVEL (I): aquele item que pode influir em grau críCco na qualidade e segurança da NP. ◦ NECESSÁRIO (N): aquele item que pode influir em grau menos críCco na qualidade e segurança da NP. ◦ RECOMENDÁVEL (R): aquele item que pode influir em grau não críCco na qualidade e segurança da NP. ◦ INFORMATIVO (INF): aquele que oferece subsídios para melhor interpretação dos demais itens, sem afetar a qualidade e a segurança da NP. INSPEÇÕES q O item N não cumprido após a inspeção passa a ser tratado automaCcamente como I na inspeção subsequente. q O item R não cumprido após a inspeção passa a ser tratado automaCcamente como N na inspeção subsequente, mas nunca passa a I. q São passíveis de sanções aplicadas pelo órgão de Vigilância Sanitária competente, as infrações que derivam do não cumprimento dos itens qualificados como I e N. q O não cumprimento de um item I, acarreta a suspensão imediata da aCvidade afetada até o seu cumprimento integral. q Verificado o não cumprimento de itens N, deve ser estabelecido um prazo para adequação, de acordo com a complexidade das ações correCvas que se fizerem necessárias. q Verificado o não cumprimento de itens R, o estabelecimento deve ser orientado com vistas à sua adequação. INSPEÇÕES Alguns itens imprescindível: ◦ A manipulação da NP é feita somente sob prescrição médica? ◦ Todas as prescrições estão devidamente registradas? ◦ Os produtos farmacêuCcos e correlatos, possuem registros no Ministério da Saúde e estão dentro do prazo de validade? ◦ Os produtos farmacêuCcos e correlatos são acompanhados dos respecCvos laudos de análises dos fornecedores, devidamente assinados pelos seus responsáveis? INSPEÇÕES Alguns itens imprescindível: ◦ Existem registros que comprovem as especificações fisico-‐químicos e microbiológicos da água para uClizada? ◦ A área desCnada à preparação da NP possui: ◦ área de limpeza e higienização de produtos farmacêuCcos e correlatos? ◦ vesCário (antecâmara)? ◦ área de manipulação? ◦ área de rotulagem/embalagem? INSPEÇÕES Alguns itens imprescindível: ◦ Existe local próprio para limpeza e higienização de materiais, produtosfarmacêuCcos e correlatos? ◦ Está localizado anexo à área de manipulação? ◦ Existe passagem de dupla porta para entrada de produtos farmacêuCcos, correlatos e materiais na área de manipulação? ◦ O manipulador confere cuidadosamente a idenCficação do paciente e sua correspondência com a formulação prescrita antes e após a sua manipulação? ◦ A área possui pressão posiCva? INSPEÇÕES Alguns itens imprescindível: ◦ Existe controle sistemáCco do nível de contaminação do ar? ◦ Existem registros? ◦ Existe equipamento de fluxo laminar? ◦ O ar injetado na área é filtrado? ◦ Qual a frequência do controle de parnculas? ◦ O fluxo laminar está validado? ◦ Existem registros? ◦ São feitos controles microbiológicos do ar e das superbcies e de pessoal? ◦ Existem registros? INSPEÇÕES Alguns itens imprescindível: ◦ Os manipuladores estão devidamente uniformizados? ◦ Os uniformes são confeccionados de tecido que não liberam parnculas? ◦ Os uniformes são esterilizados? ◦ Os recipiente uClizados para acondicionamento da NP atendem às especificações deste Regulamento? ◦ São realizados controles para verificar se a NP foi preparada conforme prescrição médica? ◦ Os rótulos apresentam todas as informações exigidas por este Regulamento? ◦ Existe refrigerador, exclusivo para medicamentos, com termômetro para conservação da NP até o momento do seu transporte? INSPEÇÕES Alguns itens imprescindível: ◦ Os recipientes térmicos uClizados para o transporte da NP garantem a manutenção interna da temperatura dentro da faixa pré estabelecida? ◦ As condições de acondicionamento para o transporte da NP estão validadas? ◦ Existem registros? ◦ A NP durante o transporte se mantém protegida das intempéries e da incidência direta da luz solar? Obrigada
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