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TRANSTORNOS PSICÓTICOS Aluna: Amanda da Silva Narciso ESQUIZOFRENIA: ◦ Transtorno mental caracterizado por uma série de alterações no funcionamento mental. ◦ Sintomas positivos, inclui as alucinações e os delírios, que representam a ruptura na experiência da realidade. ◦ Sintomas negativos, engloba sinais de empobrecimento do pensamento, da experiência emocional e do envolvimento social. EPIDEMIOLOGIA: ◦ Atinge em torno de 1% da população. ◦ 1,4 Homens : 1 Mulher. ◦ Início da vida adulta. ◦ Homens: 15-25 anos. ◦ Mulheres 25-35 anos. 2º pico perto da menopausa ◦ Alta Mortalidade. ETIOLOGIA: ◦ Multifatorial. ◦ Fatores genéticos. ◦ Fatores ambientais. DELÍRIOS: ◦ Delírio: crenças fixas, não passíveis de mudança apesar de evidências. ‒ Persecutórios (ou Paranoide): crença de que irá ser prejudicado, por outra pessoa, organização ou grupo; são mais comuns. ‒ Referência: crença de que alguns gestos, comentários e estímulos ambientais, são direcionados para si. ‒ Grandeza: quando a pessoa crê que tem habilidades excepcionais, riqueza ou fama. ‒ Erotomaníacos: o indivíduo crê falsamente que outra pessoa está apaixonada por ele. ‒ Niilistas: convicção de que ocorrerá uma grande catástrofe. ‒ Somáticos: preocupações referentes à saúde e à função dos órgãos. —Alteração do pensamento, que não consegue argumentar com a pessoa ALUCINAÇÕES: ◦ Alucinações são experiências semelhantes à percepção que ocorrem sem um estímulo externo. ◦ São vívidas e claras, com toda a força e o impacto das percepções normais, não estando sob controle voluntário. ◦ As auditivas são mais frequentes. ◦ Manifesta por vozes ou outros sons comuns no ambiente. ◦ Alterações dos sentidos (auditivas, táteis, olfativa, gustativa.. ◦ Mais comum alucinações depreciativas. SINTOMAS: DIAGNÓSTICO: A. Dois ou mais dos seguintes sintomas devem estar presentes com duração significativa, por período de pelo menos um mês (ou menos, se tratado com sucesso). Pelo menos deve ter (1), (2) ou (3): 1. Delírios; 2. Alucinações; 3. Discurso desorganizado; 4. Comportamento amplamente desorganizado ou catatônico; 5. Sintomas negativos (expressão emocional diminuída ou avolia). B. Sintomas causam um prejuízo funcional. C. Duração de pelo menos 6 meses com sinais prodrômicos ou residuais, incluindo pelo menos um mês dos sintomas acima (ou menos, se tratado com sucesso). D. Exclusão de transtorno esquizoafetivo e transtorno do humor. E. Exclusão de uso de substâncias/condição médica geral. DIAGNÓSTICO: SUBTIPOS DE ESQUIZOFRENIA: ◦ Esquizofrenia paranóide ◦ Esquizofrenia hebefrênica ◦ Esquizofrenia catatônica ◦ Esquizofrenia simples ESQUIZOFRENIA PARANOIDE: ◦ Mais comum ◦ Presença frequente de delírios (perseguição ou grandeza) e alucinações auditivas. ◦ A presença de comportamento ou fala desorganizados, catatonia ou afeto insípido ou inadequado impede esse diagnóstico. ESQUIZOFRENIA DESORGANIZADA (HEBEFRÊNICA): ◦ Aspectos clínicos relacionados à desorganização. ◦ Comportamento primitivo, desinibido e desordenado. ◦ Aparência pessoal desleixada, e comportamento social e respostas emocionais são inadequados. ◦ De acordo com o DSM, todos os seguintes sintomas devem ser proeminentes para o seu diagnóstico: fala e comportamento desorganizados e afeto insípido ou inadequado. ◦ Infantilizado. Boneca, carrinho, fala como criança ESQUIZOFRENIA CATATÔNICA: ◦ Distúrbio acentuado da função motora (estupor, rigidez, excitação ou posturas bizarras). ◦ No estupor catatônico, o paciente mantém uma posição corporal por um período muito longo, sem falar (mutismo) ou reagir aos outros. ◦ Flexibilidade cérea, na qual um membro ou uma parte do corpo é mantido em uma postura passivamente posicionada por outro indivíduo. ◦ Sinal do travesseiro. ESQUIZOFRENIA SIMPLES: ◦ Sem delírios ou alucinações; ◦ Sem alterações do movimento ou desorganização do pensamento; ◦ Presença de sintomas negativos: Embotamento afetivo; Distanciamento social; ◦ Não existe mais de acordo com o DSM-5 TR SUICÍDIO: ◦ Principal causa de morte prematura entre pessoas com esquizofrenia. ◦ Tentativas de suicídio são cometidas por 20 a 50% dos pacientes, com taxas de longo prazo de suicídio estimadas em 10 a 13%. ◦ Aproximadamente 5 a 6% de pacientes com o transtorno morrem por suicídio. ◦ O fator mais importante é a presença de um episódio depressivo maior. ◦ Perfil do paciente com maior risco é um homem jovem que já teve altas expectativas, declinou de um nível superior de funcionamento, percebeu a probabilidade de seus sonhos nunca se realizarem e perdeu a fé na eficácia do tratamento. CURSO: ◦ O curso clássico da esquizofrenia é de exacerbações e remissões. ◦ A deterioração do funcionamento basal é cada vez maior após cada recaída da psicose. ◦ Esse fracasso em retornar ao nível anterior de funcionamento é a principal distinção entre a esquizofrenia e os transtornos do humor. ◦ Os sintomas positivos tendem a tornar-se menos graves com o tempo, mas a gravidade dos sintomas negativos ou deficitários socialmente debilitantes, pode piorar. PROGNÓSTICO: ◦ Ao longo de 5 a 10 anos após a primeira hospitalização, apenas cerca de 10 a 20% dos pacientes podem ser descritos como tendo um desfecho positivo. ◦ Mais de 50% apresentam resultado insatisfatório, com hospitalizações repetidas, maior exacerbação de sintomas, episódios de transtorno do humor e tentativas de suicídio. TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO: ◦ ECT (Eletroconvulsoterapia): ‒ Casos graves ‒ Refratários ‒ Catatonia ‒ Bom para sintomas positivos ◦ EMT (Estimulação Magnética Transcraniana) ‒ Alucinações auditivas ◦ Treinamento de habilidades sociais. ◦ Terapia de família ◦ Terapia de grupo. ◦ Psicoterapia individual. ◦ Reabilitação. ◦ Ressocialização. ANTIPSICÓTICOS: ◦ Antipsicóticos Típicos ou de 1ª geração: - Haloperidol 5 mg – 20 mg. - Clorpromazina 300 mg – 1000 mg. ◦ Antipsicóticos Atípicos ou de 2ª geração: - Olanzapina 5 mg – 30 mg. - Quetiapina 200 mg – 800 mg. - Risperidona 2mg – 16 mg. - Aripiprazol 5 mg – 30 mg. - Clozapina 100 mg – 900 mg ◦ 1ª Opção de Tratamento: - Antipsicóticos 2ª geração. - Haloperidol - Boa resposta, mais disponível. FASES DO TRATAMENTO: ◦ Tratamento da psicose aguda: ‒ Aliviar os sintomas psicóticos mais graves (agitação grave, delírios assustadores, alucinações ou desconfiança). Essa fase em geral dura de 4 a 8 semanas. ‒ Antipsicóticos de segunda geração. ‒ Benzodiazepínicos: medicação adjuvante, devido ao seu efeito sedativo. ◦ Tratamento de Primeiro Episódio de Psicose: ‒ Primeira apresentação em clínica ambulatorial. ‒ Iniciar doses baixas de antipsicóticos de 2ª geração, com aumento gradual. ‒ Intervenção precoce tem maior probabilidade de recuperação mais rápida e completa. FASES DO TRATAMENTO: ◦ Tratamento durante as fases de estabilização e manutenção: ‒ A doença está em um estágio relativo de remissão. ‒ Objetivos: prevenir recaída psicótica; ajudar na melhora do nível de funcionamento. ‒ O antipsicótico deve ser continuado indefinidamente. ‒ Problemas com adesão → formas de depósito (haloperidol decanoato - IM). ◦ Esquizofrenia Refratária a Tratamento: ‒ Resposta insatisfatória de sintomas positivos aos antipsicóticos (após 2 tentativas de uso de 4 a 6 semanas em uma dose adequada de um antipsicótico). ‒ Indicação da clozapina. TRATAMENTO: BPRS - Escala breve de avaliação psiquiátrica de esquizofrenia ◦ Avalia 18 sintomas por gradação ◦ (1) Ausente ◦ (2) Muito leve ◦ (3) Leve ◦ (4) Moderado ◦ (5) Moderadamente grave ◦ (6) Grave ◦ (7) Extremamente grave ◦ Pontuação varia de 18-126 pontos. ◦ Considerado melhora clínica quando da redução de pelo menos 30% dos escores prévios da escala BPRS-A. (menor que 30% pode ser considerado falha terapêutica). BPRS - Escala breve de avaliação psiquiátrica de esquizofrenia 1 - Preocupações somáticas 2 - Ansiedade 3 - Retraimento afetivo 4 - Desorganizaçãoconceitual 5 - Sentimento de culpa 6 – Tensão 7 - Maneirismo e Atitude 8 - Megalomania 9 - Humor depressivo 10 - Hostilidade 11 - Desconfiança 12 - Comportamento alucinatório 13 - Retardamento motor 14 - Não cooperação 15 - Pensamentos não habituais 16 - Embotamento afetivo 17 - Excitação 18 - Desorientação CLOZAPINA: ◦ Antipsicótico atípico (2ª geração); ◦ Uso em esquizofrenia refratária: ‒ sem resposta a pelo menos 2 outros antipsicóticos. ◦ Efeitos colaterais: agranulocitose e convulsões ◦ Critério para início do tratamento: – Hemograma normal feito até 10 dias. – Possibilidade de realizar hemogramas seriados – Sem histórico de agranulocitose / neutropenia – Sem histórico de convulsões – Acompanhamento hematológico CLOZAPINA: ◦ Primeiras 18 semanas: ‒ Hemogramas pelo menos semanais ◦ Durante o restante do tratamento: ‒ Hemogramas mensais enquanto durar o tratamento. EFEITOS COLATERAIS - SINTOMAS EXTRAPIRAMIDAIS: ◦ Parkinsonismo: ‒ Tremor, rigidez muscular e bradicinesia ‒ Mais comum com típicos, risperidona e aripiprazol ‒ Tratamento: Redução da dose ou mudança do antipsicótico, bem como a farmacoterapia antiparkinsoniana (biperideno, 2-6 mg/dia). ◦ Acatisia: ‒ Sensação subjetiva de inquietude interna e irritabilidade ou disforia): ‒ Tratamento: Redução da dose ou troca de antipsicótico. Se não houver melhora associar propranolol ou biperideno. ◦ Distonia: ‒ Movimentos involuntários por contrações ou espasmos musculares. ‒ Mais comum com típicos, risperidona e aripiprazol ‒ Tratamento: imediato. ‒ Biperideno 5mg/ml - 5mg IM ‒ Aguardar 30min, repetir até 20mg/dia se necessário ◦ Discinesias: ‒ Movimentos anormais, irregulares, involuntários e repetitivos. ‒ Mais comum com típicos, risperidona e aripiprazol. ‒ Não tem tratamento eficaz. ‒ Retirada do antipsicótico só melhora sintomas, se for no início. ‒ Tratar se houver incômodo. SÍNDROME NEUROLÉPTICA MALIGNA: ◦ Mais comum com típicos, risperidona e aripiprazol ◦ Rigidez extrema; Febre; Alteração de nível de consciência; Disfunção autonômica; Rabdomiólise (aumento de CPK); Leucocitose; ◦ Risco de morte. ◦ Antipsicótico deve ser suspenso imediatamente e devem-se fornecer medidas gerais de suporte. ◦ Tratamento: agonistas dopaminérgicos (bromocriptina, 2,5-10 mg, VO, três vezes ao dia), associados a relaxantes musculares (dantrolene, 1-3 mg, VO, até quatro vezes por dia). EFEITOS METABÓLICOS: ◦ Mais comum com atípicos (principalmente olanzapina, clozapina e quetiapina); ◦ Ganho de peso; ◦ Dislipidemia; ◦ Resistência a insulina / Diabetes Mellitus; ◦ Acompanhamento anual de exames laboratoriais; EFEITOS ESPECÍFICOS: ◦ Risperidona: ‒ Hiperprolactinemia; ‒ Galactorréia; ‒ Diminuição da libido; ‒ Irregularidade menstrual; ‒ Trocar medicação se efeitos colaterais incomodarem; TRANSTORNO PSICÓTICO BREVE: ◦ Presença de pelo menos 1 sintoma psicótico (delírio, alucinações, comportamento grosseiramente desorganizado ou discurso desorganizado), de início súbito, durando entre 1 e 30 dias. ◦ Costumam ser únicos ao longo da vida. ◦ Remissão é completa e o indivíduo retorna ao nível de funcionamento pré-mórbido. ◦ Tratamento: controle dos sintomas psicóticos com uso de antipsicóticos. ◦ Em caso de agitação ou ansiedade, benzodiazepínicos podem ser associados. TRANSTORNO ESQUIZOFRENIFORME: ◦ Sintomas semelhantes a esquizofrenia. ◦ Sintomas de no mínimo um mês, porém menor que seis meses, com retorno ao funcionamento normal. ◦ Indivíduos retornam a seu nível basal de funcionamento após a resolução do transtorno. ◦ Podem ser tratados com um curso de 3 a 6 meses de medicamentos antipsicóticos. TRANSTORNO DELIRANTE PERSISTENTE: ◦ Transtorno em que o delírio é a principal alteração psicopatológica. ◦ Funcionalidade razoavelmente mantida (menor comprometimento). ◦ Sem presença de alucinações. ◦ Podem evoluir para esquizofrenia ◦ Uso de antipsicóticos e suporte psicoterápico. ◦ Não existe uso sem risco. ◦ CAGE – importante ◦ Confabulação – histórias inventadas, sem querer, devido perda da memória. ◦ Crave – vontade de usar novamente a droga ◦ Cannabis – porta de entrada para outras drogas.