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Portfólio - TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS

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2015
SUMÁRIO
1-INTRODUÇÃO...................................................................................................................01
2-DESENVOLVIMETO........................................................................................................02
2.1-TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS LIBERAIS...............................................................02
2.1.1- Tendência liberal tradicional / A Didática Tradicional..................................................02
2.1.2- Tendência liberal renovada progressivista / A Didática da Escola Nova.......................02
2.1.3- Tendência Liberal Renovada Não-Diretiva....................................................................02
2.1.4- Tendência Liberal Tecnicista / A Didática Tecnicista....................................................03
2.2-TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSSTAS...................................................03
2.2.1- Tendência Progressista Libertadora................................................................................03
2.2.2- Tendência Progressista Libertária...................................................................................03
2.2.3- Tendência Progressista Crítico-Social dos Conteúdos...................................................04
3- CONCLUSÃO.....................................................................................................................05
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................06
1-INTRODUÇÃO
O objetivo deste Trabalho é compreender os pressupostos de aprendizagem empregados pelas diferentes tendências pedagógicas na prática escolar brasileira, numa tentativa de contribuir, teoricamente, para a formação continuada de professores.
 Sabe-se que a prática escolar está sujeita a condicionantes de ordem sociopolítica que implicam diferentes concepções de homem e de sociedade e, consequentemente, diferentes pressupostos sobre o papel da escola e da aprendizagem, Inter alia. Assim, justifica-se o presente estudo, tendo em vista que o modo como os professores realizam o seu trabalho na escola tem a ver com esses pressupostos teóricos, explícita ou implicitamente.
 Embora se reconheçam as dificuldades do estabelecimento de uma síntese dessas diferentes tendências pedagógicas, cujas influências se refletem no ecletismo do ensino atual, emprega-se, neste estudo, a teoria de José Carlos Libâneo, que as classifica em dois grupos: “liberais” e “progressistas”. No primeiro grupo, estão incluídas a tendência “tradicional”, a “renovada progressivista”, a “renovada não-diretiva” e a “tecnicista”. No segundo, a tendência “libertadora”, a “libertária” e a “crítico-social dos conteúdos”.
 Justifica-se, também, este trabalho pelo fato de que novos avanços no campo da Psicologia da Aprendizagem, bem como a revalorização das idéias de psicólogos interacionistas, como Piaget, Vygotsky e Wallon, e a autonomia da escola na construção de sua Proposta Pedagógica, a partir da LDB 9.394/96, exigem uma atualização constante do professor. Através do conhecimento dessas tendências pedagógicas e dos seus pressupostos de aprendizagem, o professor terá condições de avaliar os fundamentos teóricos empregados na sua prática em sala de aula.
 
2- DESENVOLVIMENTO
2.1. TENDÊNCIAS PEDAGÓCIGAS LIBERAIS
2.1.1- Tendência liberal tradicional / A Didática Tradicional
São os conhecimentos e valores sociais acumulados pelas gerações adultas e repassados ao aluno como verdades. As matérias de estudo visam preparar o aluno para a vida, são determinadas pela sociedade e ordenadas na legislação. Os conteúdos são separados da experiência do aluno e das realidades sociais, valendo pelo valor intelectual, razão pela qual a pedagogia tradicional é criticada como intelectualista, e, às vezes, como enciclopédica. Há um conservadorismo cultural, que inspira-se no passado para resolver os problemas do presente. Há ênfase na acumulação de conhecimento. A prática pedagógica é estática, sem questionamento da realidade e das relações existentes, sem pretender transformação da sociedade. Os conteúdos são selecionados a partir da cultura universal, do saber acumulado e sistematizado e da acumulação do saber enciclopédico. O importante é a quantidade de conhecimentos passada ao aluno, e não a qualidade. O aluno passa a dominar o conteúdo cultural e universal, transmitido pela escola. 
2.1.2- Tendência liberal renovada progressivista / A Didática da Escola Nova
Como o conhecimento resulta da ação a partir dos interesses e necessidades, os conteúdos de ensino são estabelecidos em função de experiências que o sujeito vivencia frente a desafios cognitivos e situações problemáticas, enfatizando processos mentais e habilidades cognitivas em detrimento aos conteúdos organizados racionalmente. Portanto, dá-se muito mais valor aos processos mentais e habilidades cognitivas do que a tais conteúdos. Trata-se de “aprender a aprender”, e é mais importante o processo de aquisição do saber do que o saber, propriamente dito. Esta ênfase no processo faz com que os conteúdos sejam desconsiderados, sendo cada vez menos relacionado com a realidade social. 
2.1.3- Tendência Liberal Renovada Não-Diretiva
A ênfase nos processos de desenvolvimento das relações e da comunicação torna secundária a transmissão de conteúdos. Os processos de ensino visam mais facilitar aos estudantes os meios para buscarem por si mesmos os conhecimentos que, no entanto, são dispensáveis. 
2.1.4- Tendência Liberal Tecnicista / A Didática Tecnicista
São informações, princípios científicos, leis, etc., estabelecidos e ordenados numa sequência lógica e psicológica por especialistas. É matéria de ensino apenas o que é redutível ao conhecimento observável e mensurável. Os conteúdos decorrem, assim, da ciência objetiva, eliminando-se qualquer sinal de subjetividade. O material instrucional encontra-se sistematizado nos manuais, nos livros didáticos, nos módulos de ensino, nos dispositivos audiovisuais, etc. O conteúdo se torna insignificante, abstrato e instrumental, sendo centralizado na organização racional do processo de ensino. O mais importante são os objetivos a serem alcançados e é a partir desses objetivos que todos os conteúdos são estruturados. 
2.2 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSSTAS
2.2.1- Tendência Progressista Libertadora
Denominados “temas geradores” são extraídos da problematização da prática de vida dos educandos. Os conteúdos tradicionais são recusados porque cada pessoa, cada grupo envolvidos na ação pedagógica dispõem em si próprios, ainda que de forma rudimentar, dos conteúdos necessários dos quais se parte. O importante é a transmissão e conteúdos específicos, mas despertar uma nova forma da relação com a experiência vivida. A transmissão de conteúdos estruturados a partir de fora é considerada como “invasão cultural” ou “depósito de informação”, porque não emerge do saber popular. Se forem necessários textos de leitura, estes deverão ser redigidos pelos próprios educandos com a orientação do educador.
2.2.2- Tendência Progressista Libertária
As matérias são colocadas à disposição do aluno, mas não são exigidas. São um instrumento a mais, porque importante é o conhecimento que resulta das experiências vividas pelo grupo, especialmente a vivência de mecanismos de participação crítica. “Conhecimento” aqui não é a investigação cognitiva do real, para extrair dele um sistema de representações mentais, mas a descoberta de respostas às necessidades e às exigências da vida social. Assim, os conteúdos são os que resultam de necessidades e interesses manifestos pelo grupo, e que não são, necessária e indispensavelmente, as matérias de estudo. 
2.2.3- Tendência Progressista Crítico-Social dos Conteúdos
São os conteúdos culturais universais que se constituíram em domínios de conhecimento relativamente autônomos, incorporados pela humanidade, mas permanentemente reavaliados em face às realidades sociais.
Embora se aceite que os conteúdos são realidades exteriores ao aluno, que devem ser assimilados e não simplesmente reinventados, eles não são fechados e refratários às realidades sociais dos indivíduos. Não basta que os conteúdos sejam apenas ensinados, é preciso que se liguem, de forma indissociável, à sua significação humana e social. Essa maneira de conceber os conteúdos do saber não estabelece oposição entre cultura erudita e cultura popular, ou espontânea, mas uma relação de continuidade em que se passa da experiência imediata e desorganizada ao conhecimento sistematizado. Não que a primeira apreensão da realidade seja errada, mas é necessária a ascensão a uma forma de elaboração superior, conseguida pelo próprio aluno, com a intervenção do professor. A metodologia histórico-crítica e transformadora é aquela que faz a articulação entre educador-educando, e que utiliza todos os meios para apreensão crítica dos conteúdos, permitindo a apropriação da cultura popular para superá-la. Como se sabe, considera no conteúdo o saber universal sistematizado e o saber cotidiano do aluno (cultura popular). Para uma transformação na sociedade, considera os conteúdos de ensino como ponto central para se propor uma pedagogia coerente com a realidade do aluno. A relevância recai no aspecto dos conteúdos vivenciados pelo aluno e não aos conteúdos acadêmicos. Os conteúdos são, portanto, selecionados através da cultura popular e refletem a realidade na qual se insere a escola e são apropriados para serem superados, chegando-se à produção de um novo saber. O aluno passa a dominar os conteúdos, tornando-se determinado e capaz de operar, conscientemente, mudanças na realidade. 
3- CONCLUSÃO
Conclui-se que as tendências pedagógicas liberais, ou seja, a tradicional, a renovada e a tecnicista, por se declararem neutras, nunca assumiram compromisso com as transformações da sociedade, embora, na prática, procurassem legitimar a ordem econômica e social do sistema capitalista. No ensino da língua, predominaram os métodos de base ora empirista, ora inatista, com ensino da gramática tradicional, ou sob algumas as influências teóricas do estruturalismo e do gerativismo, a partir da Lei 5.692/71, da Reforma do Ensino. 
Já as tendências pedagógicas progressistas, em oposição às liberais, têm em comum a análise crítica do sistema capitalista. De base empirista (Paulo Freire se proclamava um deles) e marxista (com as ideias de Gramsci), essas tendências, no ensino da língua, valorizam o texto produzido pelo aluno, a partir do seu conhecimento de mundo, assim como a possibilidade de negociação de sentido na leitura. 
 A partir da LDB 9.394/96, principalmente com as difusões das ideias de Piaget, Vygotsky e Wallon, numa perspectiva sócio-histórica, essas teorias buscam uma aproximação com modernas correntes do ensino da língua que consideram a linguagem como forma de atuação sobre o homem e o mundo, ou seja, como processo de interação verbal, que constitui a sua realidade fundamental.
REFERENCIAS
BAGGIO, André. O que é primordial na educação? – Uma crítica à pedagogia crítico-social dos conteúdos. 
LELIS, ISABEL ALICE. Do ensino de conteúdos aos saberes do professor: mudança de idioma pedagógico? Educ. Soc., Campinas, v. 22, n. 74, 2001.   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302001000100004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 28 set.  2015.  doi: 10.1590/S0101-73302001000100004. 
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública – A Pedagogia crítico-social dos conteúdos, 19.ed, Edições Loyola, São Paulo, 2005. 
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. São Paulo : Loyola, 1990.
MERCADO, Luís Paulo Leopoldo. A Questão dos Conteúdos numa Metodologia Histórico-Crítica.
SAVIANI, D.A. Pedagogia histórico-crítica no quadro das tendências da Educação Brasileira. ANDE – Revista da Associação Nacional de Educação nº11, São Paulo: Cortez, 1985, p.15-23.
RICHTER, Marcos Gustavo. Ensino do Português e Interatividade. Santa Maria : Editora da UFSM, 2000.

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