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UNIPAM – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS DE MINAS Microbiologia Zootécnica Zootecnia – 4º período 2º semestre de 2015 Aula 8 Microbiologia ruminal Características do sistema digestivo dos ruminantes 2 3 Características: • Estômago ocupa maior parte da cavidade abdominal • Dividido em 4 compartimentos: - rúmen: cerca de 80% do estomago, capacidade até mais de 200 litros milhares de microrganismos bactérias, protozoários e fungos ocorre fermentação: capacidade de se alimentar de alimentos ricos em fibra - Retículo: possui microrganismos ocorre fermentação - Omaso: possui microrganismos ocorre fermentação - Abomaso: estomago verdadeiro – digestão ácida RUMINANTE 4 Ambiente favorável para o crescimento bacteriano Microrganismos se mantém graças a “manutenção do pH, temperatura e ausência de oxigênio” 5 - Milhões de microrganismos (bactérias, protozoários e fungos) - Ocorre fermentação: capacidade de se alimentar de alimentos ricos em fibra • Gases: 65% CO2 ; 27% CH4 ; 7% N2 ; 0,6% O2 ; 0,2% H2 ; 0,01% H2S • AGV: Acetato, propionato, butirato, valerato, isovalerato, isobutirato • Amônia: 2 - 42 mg/100 ml necessária para crescimento bacteriano Características do ambiente retículo - rúmen 30.000.000.000.000.000 microrganismos Teixeira, 2001 Rúmen - Retículo 6 7 Quais microrganismos? Habitantes do rúmen • Existem em alta densidade populacional • São anaeróbicos --- Vivem a 39-40oC e a pH 5,5 - 7,0 • Produzem produtos de fermentação similar aos encontrados no rúmen • Vivem em ambiente aquoso e à custa da ingesta do ruminante • Bactérias --- Protozoários • Bacteriófagos (vírus bacteriano) – potencial para modificar espécies presentes • Fungos – importantes em fibra de baixa qualidade • Leveduras (fungo unicelular) – Crescimento é ótimo a 25oC e não a 39oC – Reprodução no rúmen é limitada (introduzidos com o alimento) 8 População microbiana Retículo-rúmen: • 1010 - 1011 bactérias/g de conteúdo (mais de 200 espécies) • 105 - 106 protozoários/g de conteúdo (25 gêneros) • 103 - 105 fungos anaeróbicos/g de conteúdo (4 gêneros) • 107 - 109 Bacteriófagos/ml • Proporção varia, mas diversidade não!!! 9 BACTÉRIAS DO RÚMEN Pelo menos 200 espécies diferentes Atividade metabólica muito intensa Colonização do substrato a partir de 1 a 2 min após entrada no rúmen Predomínio de espécies de acordo com a dieta 10 Aderência: 1º passo para degradação do substrato • 70% são aderentes na fase sólida do rúmen --- 30% não são aderentes e estão na fase líquida • Aderem a partículas alimentares, aos protozoários (metanogênicas) e ao epitélio ruminal → posiciona o sistema enzimático próximo ao substrato • Colonização não é o fator determinante da baixa degradabilidade da fibra no rúmen • Bactérias celulolíticas ficam mais aderidas a partículas sólidas que amilolíticas 11 BACTÉRIAS DO RÚMEN Classificação das bactérias ruminais 1. Bactérias celulolíticas 2. Bactérias hemicelulolíticas 3. Bactérias amilolíticas 4. Bactérias utilizadoras de açúcares 5. Bactérias utilizadoras de AGV’s 6. Bactérias proteolíticas 7. Bactérias produtoras de amônia 8. Bactérias produtoras de metano 9. Bactérias lipolíticas 12 Hidrolisa Celulose Fermenta Maltose Fermenta Pectina Fermenta Sacarose Fermenta Succinato Fermenta Lactato Ruminococcus albus X Ruminococcus flavefaciens X Bacteroides succinogenes X X X Butyrivibrio fibrisolvens X X X Bacteroides ruminicola X X X Bacteroides amylophilus X Selenomonas ruminantium X X X X Streptococcus bovis X X Megasphaera elsdenii X X X Succinomonas amylolytica X Succinivibrio dextrinosolvens X X X Lachnospira multiparus X X Substratos microbianos 13 1. Bactérias Celulolíticas Produzem a enzima extracelular celulase → atualmente acredita-se tratar de um complexo de enzimas com funções específicas no metabolismo de degradação da celulose até glucose; Possuem também a habilidade de utilizar a celobiose; Presentes em grande número no rúmen, principalmente quando a dieta é rica em forragens As principais espécies são: • Bacterioides succinogenes ---- Ruminicoccus flaverfaciens • Ruminococcus albus ---- Butyrivibrio fibrisolvens • Eubacterium cellulosolvens (em certas condições) • Clostridium lochheadii (de menor importância) 14 Grande parte das bactérias celulolíticas também é capaz de atuar na degradação da molécula de hemicelulose. Bactérias hemicelulolíticas também são capazes de degradar pectinas (daí, serem classificadas também como bactérias pectinolíticas). As principais espécies são: • Butyrivibrio fibrisolvens --- Bacterioides ruminicola • Ruminococcus sp. --- lachnospira multiparus (principalmente pectinas) • Succinivibrio dextrinosolvens • Treponema sp. ---- Streptococcus bovis 15 2. Bactérias Hemicelulolíticas Responsáveis pela degradação do amido, presente em grande quantidade, quando se usa ração rica em grãos (milho e sorgo). Certas bactérias celulolíticas também atuam na degradação do amido (ex.: B. succinogenes). Degradação do amido se dá pela enzima extracelular amilase, Pode variar de acordo com a espécie e condições do meio (pH, crescimento microbiano...) As principais espécies são: • Bacterioides amylophilus ---- Streptococcus bovis • Succininimonas amylolytica ---- Bacterioides ruminicola • Succinivibrio dextrinosolvens (principalmente dextrina) 16 3. Bactérias Amilolíticas Todas as bactérias que atuam na degradação de polissacarídeos são capazes de utilizar açúcares simples (mono e dissacarídeos - glicose, celobiose, sacarose e maltose). Estes açúcares são encontrados no rúmen quando a dieta é rica em grãos ou quando as forragens contém alta concentração de açúcares solúveis (principalmente forragens novas) Algumas destas espécies são: • Ruminococcus flavefaciens (celubiose) --- Treponema bryantii • Lactobacillus vitulinus --- lactobacillus ruminus 17 4. Bactérias utilizadoras de açúcares Utilizam ácidos produzidos durante a fermentação (ácido lático, ácido succínico e ácido fórmico). As principais espécies são: • Megasphaera elsdenii • Selenomonas ruminantium • Veillonella alcalescens • Anaerovibrio lipolytica • Propioni bacterium • Veillonella gazogenes • Peptostreptococcus elsdenii 18 5. Bactérias utilizadoras de AGV’s Capazes de degradar proteína; Existem, no entanto, bactérias essencialmente proteolíticas (utilizam aminoácidos como fonte de energia primária). As principais espécies são: • Bacteroides amylophilus • Baterioides ruminicola • Butyrivibrio fibrisolvens (alguma linhagens) • Streptococcus bovis (algumas linhagens) 19 6. Bactérias proteolíticas Capazes de produzir amônia de várias formas: → pela deaminação de aminoácidos, pela hidrólise da uréia, etc. A amônia está sempre presente no rúmen, indicando que a atividade dessas bactérias é muito importante. As principais espécies são: • Bacterioides ruminicola • Megasphaera elsdenii • Selenomonas ruminantium • Butyrivibrio spp. (algumas linhagens) 20 7. Bactérias produtoras de amônia Produzem metano (CH4) São especialmente importantes para o ecossistema ruminal: → regulam a fermentação pela remoção das moléculas de H2 produzindo CH4. As principais espécies são: • Methanosarcina barkerii • Methanobrevibacter ruminantium • Methanobacterium formicicum • Methanomicrobium mobile 21 8. Bactérias produtoras de metano Sintetizam lipases (enzimas extracelulares normalmente ligadas a membrana celular) que atuam na hidrólise de triglicerídeos, fosfolipídios e galactolipídeos Também são responsáveis pela hidrogenação de ácidos graxos de cadeia longa e insaturada As principais espécies são: • Anaerovibrio lipolytica ---- Butyrivibrio sp. • Butyrivibrio fibrisolvens ---- Treponema bryantii • Eubacterium spp. --- Fusocillus spp. • Micrococcus sp. ---- Ruminococcus albus 22 9. Bactérias lipolíticas Inter-relação entre microrganismos é resultado da inter-relação existente entre os microrganismos 23 processo fermentativo de grande importância para o animal hospedeiro Produção de AGV’s - energia Ecossistema ruminal (pH, temperatura, microrganismos) RESULTADO DE QUE? Inter-relação entre microrganismos em termos de interdependência, podemos separar os microrganismos em 2 grandes grupos: 1º : microrganismos que fermentam os nutrientes presentes no alimento 2º: microrganismos que utilizam os produtos finais da fermentação do 1º grupo → é importante para que ocorra: - a fermentação dos nutrientes - renovação e reciclagem dos produtos finais, como succinato, lactato, formato e hidrogênio que são convertidos em AGV’s 24 ALIMENTAÇÃO CRUZADA (CROSS-FEEDING) ENTRE BACTÉRIAS RUMINAIS: → Muitas bactérias somente sobrevivem no rúmen pelo uso de produtos de excreção de outras bactérias: a) Solubilização de celulose e fermentação: celulose celulase celodextrina + celobiose *Organismos que produzem celulases: B. succinogenes, R. albus, R. flavefaciens. **Organismos que fermentam celobiose: B. succinogenes, R. albus, R. flavefaciens, B. fibrisolvens, P. ruminicola, S. ruminantium, S. bovis. ***Organismos que usam celodextrina: P. ruminicola, S. ruminantium, S. bovis. 25 b) Solubilização de hemicelulose e fermentação: celulases hemicelulose xilanas + pentoses + hexoses hemicelulases *Organismos que produzem celulases e hemicelulases: B. succinogenes, R. albus, R. flavefaciens, B. fibrisolvens **Organismos que fermentam pentoses ou xilanas: R. albus, R. flavefaciens, B. fibrisolvens, P. ruminicola, E. ruminantium, S. ruminantium, S. dextrinosolvens. ALIMENTAÇÃO CRUZADA (CROSS-FEEDING) ENTRE BACTÉRIAS RUMINAIS: 26 c) Solubilização de amido e fermentação: amido amilases dextrina + maltose *Organismos que produzem amilases: B. fibrisolvens, P. ruminicola, B. amylophilus, S. ruminantium, S. bovis, S. amylolytica, Lactobacillus. **Organismos que fermentam dextrina ou maltose: B. fibrisolvens, P. ruminicola, B. amylophilus, S. ruminantium, S. bovis, S. amylolytica, B. succinogenes, M. elsdenii, E. ruminantium, S. dextrinosolvens, Lactobacillus ALIMENTAÇÃO CRUZADA (CROSS-FEEDING) ENTRE BACTÉRIAS RUMINAIS: 27 • Organismos que utilizam amônia: todos utilizam → Bactérias fermentadoras de CE: só usam NH3 como fonte de N → Bactérias fermentadoras de CNE: usam 1/3 do N requerido na forma de NH3 o restante como aa’s ALIMENTAÇÃO CRUZADA (CROSS-FEEDING) ENTRE BACTÉRIAS RUMINAIS: 28 Identificados em 1843 (1º microrganismos identificados no rúmen) Inoculação ruminal ocorre por contato (mãe-filho) 105 a 106 /g conteúdo ruminal (bactérias: 1010 a 1011 ) predadores de bactérias cerca de 10 a 100 vezes maiores que bactérias funções pouco estudadas incluem: • controle do pH (amido, cana-de-açúcar) • metabolismo do H2 • degradação da celulose • degradação de compostos secundários (?) PROTOZOARIOS DO RÚMEN 31 Protozoários Bactérias Tamanho 20 a 200 mm 0,5 a 5 mm Tempo para duplicação > 18 horas > 20 minutos Tipo de célula Eucariótica Procariótica Protozoários x bactérias 32 PROTOZOÁRIOS Representam cerca de 2% do peso do conteúdo ruminal 40 % do total de N microbiano Responsáveis por 60% dos produtos da fermentação Protozoários • Capazes de fagocitar partículas de amido e açúcares • Reduzem a taxa de fermentação e a queda no pH após alimentação • Reduzem o número de bactérias no rúmen (fagocitose – engolfam) • Degradam nitratos e micotoxinas (Veira, D.M. 1986. J. Anim. Sci. 63: 1547) • Ficam aderidos a partículas sólidas no rúmen • Taxa de reciclagem é superior a 24 horas 33 Protozoários • Proteína de protozoário é considerada mais digestível e com a mesma qualidade que proteína bacteriana no entanto, o fluxo de protozoários para fora do rúmen não é proporcional ao seu número na biomassa ruminal → retidos seletivamente no rúmen • Protozoário representa importante fonte de N para bactérias 34 Protozoários • Fagocitam tudo (amido e bactérias, não selecionam) • Alguns utilizam lactato • 2 grupos no rúmen: –Ciliados: Holotricha e Spirotricha → representam a maior parte da microfauna → degradação de celulose, hemicel., amido, lipídeos.... – Flagelados: presente em pequeno número, menor tamanho, abundante em animais jovens. 35 a) Holotricha: - encontrado de 103 a 104/ml em ruminantes alimentados com forragens. - Nadam mais rápido que os entodinomorfos e são mais visíveis no líquido de rúmen. - Utilizam açúcar. (Isotricha não utiliza maltose, mas utiliza amido) - Engolfam bactérias e possuem enzimas proteolíticas. - Produzem CO2, acetato, butirato, lactato, amônia e pouco propionato. Atividade metabólica dos protozoários ruminais: 37 b) Subclasse Spirotricha - ordem Entodinomorfos: - encontrado de 105 a 106/ml em ruminantes alimentados com moderada a grande quantidade de grãos. - Encontrados associados com partículas alimentares. - Utilizam pouco CHO’s solúveis; engolfam amido e partículas alimentares; utilizam celulose. - Engolfam bactérias e pequenos protozoários e usam proteína como fonte de energia. - Produzem CO2, H2, acetato, butirato, NH3 e algum formato, propionato e lactato. Atividade metabólica dos protozoários ruminais: 38 Classificação e características dos protozoários ruminais (Van Soest, Nutritional Ecology of the Ruminant, 1994, p. 262): 39 Gênero Substrato Digestão de celulose Produtos Intervalo de gerações Holotricha Isotricha Amido, açúcar 0 Acet, prop, lact, H2 48 h Dasytricha Amido, açúcar 0 Acet, prop, lact, H2 24 h Entodinomorfos Entodinia Amido 0 Formato, ace, pr, but 6-15 Epidinium Amido, hemicel. 0 Acet, prop, H2 Diplodinium + Eudiplodinium + Ácidos graxos, H2 Polyplastron + 48 h PROOZOÁRIO (Gênero) SUBSTRATO FERMENTADO PRODUTO FINAL Isotricha Intestinais Amido, Glu, Pec, Sacarose Ac, Pr, Bu, La, H2, Lip Prostoma Amido, Glu, Pec, Sacarose Ac, Pr, Bu, La, H2, CO2, Lip Dasytricha ruminantium Amido,Maltose, Glu, Cel Ac, Bu, H2, CO2, Lip Entodinium bursa Amido, Hemicelulose - caudatum Amido, Glu, Cel, Maltose Ac, Pr, Bu, H2,CO2, Lip simplex Amido Lipídeos Diplodinium Polyplastron Amido, Glu, Ccelu, Sacarose Ac, Pr, Bu, La, H2, CO2 Diplodinium Amido, Celu, Hemicelulose - Diploplastron Amido, Celu, Hemicelulose - Eudiplodinium Amido, Celu, Hemicelulose Ac, Pr, Bu, La, H2, CO2, Fo Ostracodinium Amido, Celu, Hemicelulose - Eremoplastron Amido, Celu, Hemicelulose - Epidinium escaudatum Amido, Celu, Hemicelulose Maltose e Sacarose Ac, Pr, Bu, H2, Lip, La, Fo Ophryoscolex caudatus Amido, Celu, Hemicelulose Ac, Pr, Bu, H2 (**) As abreviaturas mostradas no quadro, significam: Ac- ácido acético, Pr – proplônioco, La – lactato, Lip – lipídeo, Fo – fórmico, Glu – glucose, Cel – celobiose, Celu – celulose e Pec – pectina. Substrato utilizado e produto final obtido por protozoários encontrados no rúmen. Bactéria x protozoário Bactéria Protozoário % N microbiano 60-90 10-40 % alimento fermentado 40-70 30-60 mg MS/ml 9-20 5-6 g MS microb/vaca 1463 455 g ptn microb/vaca 797 348 41 • ruminantes sobrevivem sem protozoários (defaunação) • amido é rapidamente engolfado pelo protozoário: → reduz a taxa de fermentação pela bactéria (uniformiza a fermentação) → diminui a acidose ruminal e aumenta a relação acetato:propionato • engolfam até 50% das bactérias produzidas no rúmen (12.000 bactérias/protozoário/hora) controle da população e fermentação Efeitos gerais dos protozoários nos ruminantes: 42 • fluxo de protozoários para o intestino delgado é muito baixo (26% dos protozoários), porque: → agregam às partículas maiores e à parede ruminal → evita o desaparecimento do meio ruminal → Aumentam sua densidade pelo engolfamento de amido → Concentram na parte ventral do rúmen (pela densidade e movimentação) → Sofrem autólise ruminal (N é reaproveitado por bactérias) Efeitos gerais dos protozoários nos ruminantes: 43 0 a 103 - 105 /g conteúdo ruminal forragens de baixa qualidade • capacidade de romper estruturas foliares (cutina) • capacidade de romper estrutura molecular (celulose cristalina) podem degradar compostos secundários FUNGOS DO RÚMEN 44 Exemplos de compostos secundários de forragens tropicais e seus grupamentos químicos Composto secundário Grupamento químico Precursores de lignina Ácidos fenólicos (cinâmicos) Taninos condensados Polímeros de hidroxi-flavanóides Alcalóides Derivados básicos de aromáticos nitrogenados Saponinas Glicosídeos emulsificantes Gossipol Polifenol com ramificações metil Mimosina Aminoácido modificado Atkin, 1986 46 47 Bactérias e fungos aderidos a fibra alimentar Qual a importância disso?? Maior contato enzimas extracelulares com o alimento Rompimento de estruturas moleculares da planta - fibra Características de consumo, digestibilidade, número de bactérias e protozoários em animais sem fungos e após inoculação de fungos (GORDON et al., 1993) Consumo (g/d) Sem fungos Após inóculo MO 628 877 FDA 264 373 Digestibilidade (%) MO 50,3 57,3 FDA 46,5 55,0 Bactérias totais x 10 9 1,4 1,6 Protozoários x 10 5 3,0 4,8 48 Demonstra a importância no processo digestivo dos ruminantes 50 Começa a se desenvolver logo após o nascimento depende do contato do recém-nascido com a mãe através de: - secreção salivar, secreção vaginal, ruminação, fezes, - outros animais, úbere, leite e outras fontes de alimentos. A população microbiana desenvolve-se principalmente pelo contato com outros animais e pelas diferentes fontes de alimentos. Inicialmente é encontrado um grande número de bactérias aeróbicas desaparecem à medida que o animal vai ingerindo forragens, predominando, a partir daí, bactérias anaeróbicas DESENVOLVIMENTO DA POPULAÇÃO MICROBIANA DO TRATO GASTROINTESTINAL 51 Estudos têm mostrado que: → bezerros alimentados com dietas contendo leite, feno e concentrado começam a desenvolver a flora a partir da 1ª semana, → a partir da 9a semana, a população é bastante semelhante à população de animais adultos, com relação às espécies predominantes. O estabelecimento dos protozoários no rúmen é bastante difícil e depende do contato com outros animais que tenham protozoários no ecossistema ruminal. normalmente, o estabelecimento se dá pela secreção salivar e ruminação DESENVOLVIMENTO DA POPULAÇÃO MICROBIANA DO TRATO GASTROINTESTINAL 52 DESENVOLVIMENTO DA POPULAÇÃO MICROBIANA DO TRATO GASTROINTESTINAL Em bezerros lactantes, o pH ruminal é baixo devido à presença de ácido lático no rúmen (produto da fermentação do leite) dificultando o estabelecimento de protozoários (são sensíveis a pH baixo) A alimentação com feno e concentrado e o contato com outros animais fazem com que ocorra o estabelecimento Protozoários são encontrados no rúmen, em condições normais, a partir da 3ª semana de vida, aumentando à medida em que aumenta o pH ruminal, podendo atingir a população de animais adultos com 9 semanas. 53 54 Idade (meses) 1 2 3 4 5 6 7-9 pH rúmen 4,13 4,22 4,69 5,75 5,98 6,46 6,47 Protoz/ml LR - 3727 26832 416386 673496 683019 489821 Número médio de protozoários/ml de líquido ruminal (LR) em bezerros, em função da idade e pH: 55 Demonstra claramente que a medida em que se aumenta o pH ruminal, ocorre aumento na população de protozoários FUNÇÕES DA MICROBIOTA RUMINAL ?? Digestão da fibra Fornecer energia para o hospedeiro • Ácidos graxos voláteis (AGV’s) --- 60 a 80% da energia disponível ao animal Síntese de aminoácidos (AA’s) a partir de nitrogênio não proteico (NNP) e vitaminas do complexo B e K Fonte de proteína • 60 a 90% da proteína que chega no intestino delgado é de origem microbiana (depende da dieta) Eliminar compostos tóxicos • compostos secundários das plantas 56 FINALIZANDO... • Características dos ruminantes? - Estomago dividido em 4 compartimentos → rúmen, retículo, omaso e abomaso - Ocorrência de milhões de microrganismos → bactérias, protozoários e fungos - Ocorre fermentação → fermentação causada por microrganismos Em função dessas características os ruminantes são capazes de utilizar alimentos fibrosos na sua alimentação 57 58