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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ IFCE CAMPUS CRATEÚS BACHARELADO EM ZOOTECNIA Lucas Alves dos Santos MICRORGANISMOS DE INTERESSE ZOOTÉCNICO Crateús - CE 2022 Lucas Alves dos Santos MICRORGANISMOS DE INTERESSE ZOOTÉCNICO Trabalho apresentado ao curso de Bacharelado em Zootecnia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) - Campus Crateús, como requisito parcial para obtenção da média da N2 do semestre 2022.1. Disciplina: Microbiologia Geral. Profa. Me. Aline Maria Brito Lucas Crateús - CE 2022 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 13 2 MICROBIOLOGIA DO LEITE...................……………..........………………... 14 3 MICROBIOLOGIA DA SILAGEM...................................................................... 15 4 MICROBIOLOGIA DO RÚMEN......................................................................... 16 5 REFERÊNCIAS..................................................................................................... 23 13 INTRODUÇÃO Os microrganismos são as formas de vida que, originalmente, só poderiam ser vistas com o auxílio do microscópicos. Neste grupo incluem Bactérias, Fungos, Vírus, Protozoários, Algas unicelulares, Viróides e Príons. Eles constituem mais de 90% da biomassa e a maior biodiversidade da Terra. Contribuem na fertilização do solo, na degradação de detritos, beneficiam a natureza ao fixar e utilizar matéria orgânica e inorgânica. Têm grande função na reciclagem de materiais e na detoxificação do ambiente. São usados na produção de vinagres, bebidas alcoólicas, queijos, iogurtes, pães e antibióticos. Apenas uma minoria destes agentes é patogênica ou danosa, causando doenças em humanos, animais e plantas, assim como a deterioração de alimentos e a degradação de estruturas (CARVALHO, IRINEIDE, 2010). Os microrganismos são de extrema importância para a nossa vida e para o meio ambiente. Sendo uns dos principais utilizados na produção de alimentos, na biotecnologia, no tratamento de água e na produção de alimentos. Na Zootecnia esses microrganismos são direcionados para a produção de biomassa para animais, na análise de ração para o auxílio na quantificação de teores de toxinas, como na silagem, onde um conjunto de microrganismos trabalham para que o alimento seja de boa qualidade para alimentar os animais de interesse zootécnico. Através dos microrganismos que é possível a elaboração de produtos de origem animal fermentados, a exemplo do queijo, que para chegar no ponto necessita que estes estejam trabalhando de forma constante. Como existem microrganismos benéficos, existem também maléficos, que transmitem doenças para humanos, animais e plantas. Porém, apesar de alguns causarem doenças, grande maioria contribui para a proteção dos seres vivos, sem eles não haveria vida na terra, pois foram eles que contribuíram para a formação da atmosfera. 14 MICROBIOLOGIA DO LEITE O leite ao sair do úbere possui uma flora variável de 500 a 1000 microrganismos/ml, podendo atingir 10000, representada por Micrococcus e Bacillus não patogênicos. Deve-se evitar a multiplicação desses microrganismos patogênicos através de sério controle médico veterinário ou zootecnista, por inspeção desdes a fonte de produção até o beneficiamento do produto e seus derivados. Sob boas condições de ordenha (manuseio e conservação), a microbiota do leite é representada principalmente pelos gêneros Enterococcus, Streptococcus, Leuconostoc, Lactobacillus, Micrococcus, Proteus, Pseudomonas, Bacillus e outros. Por ser um alimento rico em nutrientes, como proteínas, carboidratos, lipídeos, vitaminas, sais minerais, é um alimento necessário na vida do ser humano e um excelente meio para o crescimento de vários grupos de microrganismos desejáveis e indesejáveis. Esses germes contaminantes podem causar defeitos físico-químicos e organolépticos, além de problemas econômicos e de saúde pública, limitando a durabilidade do leite e seus derivados. Os microrganismos, de acordo com a ação e as correspondentes transformações tecnológicas que podem ocorrer no leite e derivados, podem ser classificados em três classes: microrganismos benéficos para a indústria de laticínios, microrganismos prejudiciais para a indústria e microrganismos causadores de enfermidades (patógenos). Microrganismos benéficos para a indústria de laticínios já que são necessários para as fermentações, a formação de aromas, bem como para decompor proteínas (necessárias na fabricação de queijos). Microrganismos prejudiciais para a indústria: provocam diversos fatos, por exemplo, coagulação do leite, modificação da cor e sabor, decomposição de proteínas etc. Microrganismos causadores de enfermidades (patógenos): durante o processo de produção, elaboração, transporte, preparação, armazenamento ou distribuição, o leite pode estar sujeito à contaminação por substâncias tóxicas ou por bactérias patogênicas, vírus ou parasitos, capazes de transmitir importantes doenças para o homem. As bactérias que contaminam o leite podem ser divididas em três grupos principais: mesófilas, que se multiplicam bem na faixa de temperatura de 20 ºC a 40 ºC, termodúricas, que sobrevivem à pasteurização (30 minutos a 63 ºC ou 15 segundos a 72 ºC) e psicrotróficas, que se multiplicam em temperaturas baixas (7 ºC ou menos). Existe muitos agentes de doenças infecciosas que podem ser transmitidas ao homem pelo leite. Os patógenos mais importantes atualmente são Salmonella sp., Escherichia coli 15 patogênica, Listeria monocytogenes, Campylobacter jejuni, Yersinia enterocolitica e Staphylococcus aureus. O grau de contaminação e a composição da população bacteriana dependerão da limpeza do ambiente das vacas e das superfícies que entram em contato com o leite, por exemplo, baldes, latões, equipamento de ordenha e do tanque de refrigeração e até mesmo da higienização dos tetos da vaca sempre antes da ordenha. MICROBIOLOGIA DA SILAGEM O processo de ensilagem inicia-se após o corte da forrageira, a qual ainda permanece viva e respirando ativamente. Quando este material é ensilado, as células vivas continuam respirando até esgotar o oxigênio retido no meio do material ensilado. Junto a este material existe uma variedade de microrganismos como leveduras, fungos filamentosos e bactérias aeróbias (necessitam de oxigênio para sobreviver). A atuação desses microrganismos, somada a respiração das células do material ensilado, consomem, num período de 4 a 6 horas, todo o oxigênio disponível, produzindo em contrapartida, dióxido de carbono, água e calor. Nesta fase a temperatura ideal deve estar entre 27 e 38 ºC, a qual será um meio propício ao desenvolvimento dos microrganismos produtores de ácido lático. Se a compactação e vedação do material não forem bem-feitas haverá excesso de oxigênio, que induzirá maior respiração celular, isso causará temperaturas acima de 44 ºC, reduzindo as chances de uma fermentação desejável. Como consequência, haverá uma redução no valor nutritivo da forragem, devido, principalmente às perdas de digestibilidade de proteína. Nesta fase as enterobactérias, produtoras de ácido acético multiplicam-se em função do pH e temperatura (TORRES, 1984; STEFANIE et al., 2000). Bacillus As bactérias do gênero Bacillus caracterizam-se por serem microrganismos em forma de bastonetes, formadores de esporos, aeróbios ou aeróbios facultativos produtores de catalase e fermentadores de proteína (WOOLDFORD, 1984). Acreditava-se que esse microrganismo apresentava função secundária na deterioração das silagens quando comparadocom as leveduras (WOOLFORD, 1990). Enterobactérias As enterobactérias são microrganismos gram-negativos não formadores de esporos e anaeróbios facultativos (vivem na presença de oxigênio ou não), normalmente não patogênicos 16 em silagens, móveis e fermentadores de carboidrato, tendo como subproduto ácido acético (McDONALD et al., 1991). Fungos filamentosos A deterioração aeróbia da silagem está associada, principalmente, com o desenvolvimento de fungos filamentosos e leveduras. Estes microrganismos apresentam alta resistência as variações do pH e sobrevivem em meio anaeróbio. Os fungos presentes na deterioração da silagem são representados por muitos gêneros, incluindo os tipos termofílicos. Muitas espécies tende sido isoladas de silagens deterioradas incluindo membros do gênero Monascus, Geotrichum, Bissochlamys, Mucor, Monilia, Aspergillus, Penicillum e Fusarium (McDONALD et al., 1991). Leveduras As leveduras são organismos eucariotas, anaeróbios facultativos e heterótrofos. Sob condições de anaerobiose fermentam açúcar em etanol e CO². Essa produção de etanol além de diminuir a quantidade de açúcar disponível para as bactérias ácidoprodutoras, podem afetar o sabor do leite (RANDBY et al., 1998). Na silagem seu principal papel consiste em deteriorar esse alimento quando ele é exposto ao ar. A maioria encontrada em forragem fresca é constituída de espécies não fermentativas como os gêneros Cryptococcus, Rhodotorula, Candida e Hansenula. MICROBIOLOGIA DO RÚMEN O ambiente microbiológico do rúmen O rúmen apresenta características peculiares que o tornam um ecossistema anaeróbico propício para o desenvolvimento microbiano (TEIXEIRA, 1991). Neste ambiente podem se encontrar também leveduras, principalmente em animais jovens. A temperatura ruminal está média entre 38º e 42º C e é mantida por mecanismos homeotérmicos do hospedeiro. O pH pode variar de 5 a 7, de acordo com o tipo de alimento ingerido, tempo de amostragem e frequência de fornecimento de alimentos ao hospedeiro. 17 Segundo WILLIAMS (1986), os protozoários do rúmen são mais sensíveis que as bactérias e podem mesmo vir a desaparecer se o pH ultrapassar 7,8 ou decrescer abaixo de cinco embora as espécies bacterianas tenham seu crescimento reduzido em pH menor que cinco. A capacidade de troca catiônica do alimento ingerido e o volume de saliva afetam a capacidade tampão do conteúdo ruminal (MCDOUGALL, 1948; SOEST, 1982), já a baixa concentração de oxigênio no rúmen favorece o desenvolvimento de microrganismos anaeróbicos – bactérias anaeróbicas facultativas; apesar dos microrganismos serem predominantemente anaeróbicos, eles podem suportar algum oxigênio que chega ao rúmen através do alimento, água e difusão através da parede ruminal. Este oxigênio é rapidamente metabolizado e serve como doador de elétrons na fermentação. Os produtos resultantes da fermentação são continuamente removidos, não havendo acumulação (TEIXEIRA, 1991). A enorme diversidade de organismos ruminais pode ser devida à complexidade do substrato. Sobrevivem e predominam as espécies que possuam em seu material genético as informações para a síntese de enzimas que compõe as vias metabólicas mais eficientes no aproveitamento da energia contida no substrato (HUNGATE, 1966). Bactérias ruminais Apesar do papel dos protozoários e fungos do rúmen, é claro que são as bactérias os microrganismos mais ativos na atividade enzimática, apresentando assim mais de 20 espécies, com uma população entre 1.000.000.000 e 10.000.000.000 de células/g de conteúdo ruminal. A maioria é composta por bactérias anaeróbicas obrigatórias, podendo ser encontradas anaeróbicas facultativas (TEIXEIRA, 1991). Usualmente as bactérias são classificadas de acordo com a atuação de cada grupo no processo fermentativo. Bactérias celulolíticas têm a habilidade bioquímica de produzir a enzima extracelular celulase, através da hidrólise da celulose. As celulases da maioria dos microrganismos celulolíticos estão associadas às células aderidas firmemente às partículas fibrosas do conteúdo 18 ruminal. A adesão inicial é feita através do glicocálice, à medida que a celulase vai degradando a fibra, fragmentos do envelope celular passam a compor a matriz de glicocálice, dentro da quais as celulases continuam a digerir a celulose (CHENG; COSTERTON, 1986). Os ácidos graxos de cadeia ramificada são necessários ou estimulatórios para o crescimento das bactérias celulolíticas (DEHORITY, 1987). As espécies celulolíticas produzem, principalmente, acetato, propionato, butirato, succinato, formato, CO2 e H2. São liberados também etanol e lactato (HUNGATE, 1966). Segundo DEHORITY (1987) E SOEST (1982), as principais espécies celulolíticas são Ruminococcus flavefaciens, Ruminococcus albus, Bacteroides succinogenes e Butyrivibrio fibrisolvens. Bactérias Amilolíticas são as responsáveis pela degradação do amido (que se dá pela enzima amilase), que é fermentado por espécies do gênero Bacteroides, dentre estas, Bacteroides amylophilus que utiliza amido, mas é incapaz de utilizar glicose ou outros monossacarídeos. Já Streptococcus bovis e Selenomonas ruminantium fermentam amido e açúcares solúveis produzindo acetato, quando estes carboidratos são abundantes mudam para 11 acetato, formato e etanol ou acetato e propionato, quando a concentração de substrato prontamente fermentável decresce. Esta última rota metabólica maximiza a produção de ATP (RUSSELL, 1988). Muitas das bactérias Proteolíticas presentes no rúmen são capazes de degradar proteína. Existem, no entanto, bactérias essencialmente proteolíticas, que utilizam aminoácidos como fonte de energia primária (Bacteroides amylophilus e Bacteroides ruminicola). A proteína contida no alimento do animal pode ser degradada pelos microrganismos de rúmen, com liberação de amônia e ácidos graxos voláteis. A excessiva degradação protéica no rúmen causa redução na retenção de N pelo hospedeiro (TEIXEIRA, 1991; SOEST, 1982). 19 As Bactérias Metanogênicas (anaeróbias estritas) são organismos capazes de produzir metano. Estas bactérias são especialmente importantes para o ecossistema ruminal, pois tem um papel importante na regulação de fermentação pela remoção das moléculas de H2 (TEIXEIRA, 1991). Praticamente todo o metano é produzido pelas reações de redução de CO² acoplada ao fornecimento de elétrons pelo H2. O gênero Methanobacterium desempenha importante papel no equilíbrio químico no ecossistema ruminal ao utilizar o H² presente no meio, contribuindo para a regeneração de cofatores, como NAD+ e NADP+ (ARCURI, 1992). Protozoários do rúmen Os protozoários foram os primeiros microrganismos identificados no rúmen. Em geral, a presença de protozoários aumenta diretamente a digestão da celulose e hemicelulose (FONDEVILA, 1998). Sua população é de 100.000 a 1.000.000 células/ml de conteúdo ruminal (TEIXEIRA, 1991). São organismos unicelulares, anaeróbios, não patogênicos, 10 a 100 vezes maiores que as bactérias (HUNGATE, 1966; OGIMOTO; IMAI, 1981., CITADO POR ARCURI, 1992). As bactérias constituem a fonte preferida de nitrogênio para os protozoários (WILLIAMS, 1986). Esta predação reduz significamente o número de bactérias no líquido ruminal (HUNGATE, 1966). Uma característica peculiar dos protozoários é o quimotactismo, isto é, a capacidade de se locomoverem num gradiente de concentração de nutrientes, como, açúcares ou glicoproteínas (ARCURI, 1992). Normalmente, os protozoários encontrados no rúmen são da classe dos Ciliados, dividindo-se nas subclasses Holotricha e Pirotricha (TEIXEIRA, 1991). DEHORITY; TIRABASSO (1986) sugerem que a subclasse Holotrica é capaz de se fixar à parede do retículo e imigrar em direção ao rúmen logo após a alimentação do hospedeiro, possivelmente em função do aparecimento de açúcares solúveis. A predação por grandespopulações de protozoários reduz a biomassa bacteriana livre no líquido ruminal; aumenta a reciclagem intra-ruminal e a perda de N pelo hospedeiro e reduz 20 o fluxo de proteína microbiana para o intestino delgado do hospedeiro, tanto pela menor população bacteriana quanto pela retenção dos protozoários no rúmen (LENG e NOLAN, 1984). A defaunação – que nutricionalmente é definida como a eliminação dos protozoários do rúmen – pode trazer alguns benefícios. Em alguns programas de alimentação, como em dietas com alta energia e ricas em nitrogênio não protéico a ausência dos protozoários resulta numa melhoria da performance do animal. Mas contrapondo a presença de protozoários no rúmen parece ser um fator fundamental para o processo fermentativo, pois através da ingestão de partículas alimentares e pelo armazenamento de amido, eles podem controlar o nível de substrato disponível, uniformizando a fermentação entre os intervalos de alimentação. (TEIXEIRA, 1991). Fungos do rúmen Um grupo de ficomicetos anaeróbios produtores de zoósporos flagelados, antes considerados, erroneamente, como protozoários flagelados, é parte integrante da microbiota ruminal de animais alimentados com dietas fibrosas (RUSSELL, 1988). Segundo (TEIXEIRA 1991), (ORPIN, 1975), foi o primeiro pesquisador a definir a existência de tais fungos. Pouco ainda se sabe sobre a importância dos fungos no processo fermentativo, mas parece que eles estão associados com a degradação da fibra no rúmen e estão presentes em grande número quando a dieta é rica em forragens. Os zoósporos móveis aderem-se aos fragmentos das forragens, invadindo os tecidos vegetais através de talos e rizóides (BAUCHOP,1981) A ação dos fungos sobre a parede vegetal diminui a rigidez estrutural das forragens (BORNEMAN, 1986. CITADO POR FONDEVILA, 1998), e favorece a ruptura das partículas de forragens, aumentando também a superfície acessível para a ação das bactérias (FONDEVILA, 1998). Mycoplasmas 21 Especificado por HUNGATE, em 1966, como microrganismo anaeróbico obrigatório encontrado no rúmen, que degradava células bacterianas e apresentava habilidade em hidrolisar caseína. Entretanto, pouco se sabe sobre a importância destes microrganismos no ecossistema ruminal. Distribuição e variações dos microrganismos ruminais O rúmen apresenta conteúdo heterogêneo composto pelas digestas líquida e sólida, sujeitas a fluxos diferentes e distribuição distinta da microbiota (CZERKAWSKI, 1986). CHENG; COSTERTON (1986) dividem a microbiota em três populações básicas: a população do líquido ruminal, a dos microrganismos aderentes à fração sólida da digesta e a população ligada à parede do rúmen. A primeira compreende a porção mais investigada, devido aos métodos clássicos de coleta de amostra e cultivo do conteúdo ruminal. Os autores incluem nesta população os microrganismos aptos a colonizarem alimentos recém-ingeridos ou superfícies de tecidos recém-expostos, o que os leva a atribuir-lhes grande atividade metabólica. A população aderente à fração sólida está relacionada com a degradação dos alimentos fibrosos (STEWART, 1986). Um grupo totalmente distinto ocorre na parede do rúmen. São anaeróbios facultativos, que digerem células epiteliais mortas e apresentam importante atividade ureolítica, num ambiente situado na interface entre o tecido bem oxigenado e o conteúdo ruminal anaeróbio (CZERKAWSKI, 1986). A população microbiana encontrada no rúmen, normalmente pode sofrer uma pequena variação, dependendo da espécie de animal, da localização geográfica, da dieta e outros. A variação entre o número e quantidade de bactérias no rúmen, em geral é muito pequena, quando comparada com a variação na população de protozoários, estes podem variar em número e tipo entre animais de mesmo grupo genético. Algumas vezes, a variação na população de 22 protozoários pode afetar a população bacteriana, devido a predação existente entre estes microrganismos (TEIXEIRA, 1991). 23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARCURI, P. B.; MATOS, L. L. Microbiologia do Rúmen. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, MG, v. 16, n. 175, p. 5-8, 1992. BAUCHOP, T. The Anaerobic Fungi In Rúmen Fibre Digestion. 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